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Gabriela Silva
(1977)
Poeta pernambucana de raízes e dialeto, nasceu com as águas de março de 1977. É formada em letras e lecionou todo o tempo em que viveu no Brasil, desenvolvendo projetos de inserção de saraus de poesia em salas de aula. Emigrou por amor. Hoje, em terras helvéticas, estuda idiomas e escreve porque não sabe cantar.
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MOLDURA PARA POEMA Escrevo quadros humanos quadros que não pinto E que não pairam : movimentos sem cenário - Quadris! Meu texto é sempre um corpo
ARGILA BARROCA I Na inteira voz do êxtase, foragir-se para a linguagem Dar o corpo à exorcização da palavra Ferir o texto de vida breve II Escrever é esse voo movediço Incêndio de sombras
Encontro de língua com lama embebida em luz
Cortejo vagabundo atravessando uma morte íntima, menor que a de um homem trespassado por um beijo III Argila barroca em coro cru de pergaminho tingido em fogo Urucum acendendo madrugada em carvão
O poeta tem nos olhos bagos d’água