5 minute read

Formação

Next Article
Produto

Produto

NUTRIÇÃO COMO A DIETA DOS ANIMAIS AFETA O PERFIL NUTRICIONAL DOS PRODUTOS ANIMAIS

É VERDADE QUE OS SISTEMAS ALIMENTARES INDUSTRIAIS PRODUZEM ALIMENTOS A UM CUSTO MENOR. NO ENTANTO, ESSE CUSTO ESTÁ OCULTO E VAI SER PAGO NOUTRO LUGAR, EVENTUALMENTE À CUSTA DA NOSSA SAÚDE. NESTE ARTIGO FALAMOS SOBRE O

Advertisement

IMPACTO DA DIETA NOS PERFIS NUTRICIONAIS Mais informação sobre dietas nutricionalmente densas em www.westonaprice.org

Se está a ler este artigo, é provável que tenha algum interesse em saúde e bemestar. Se sim, pode ter notado que alimentos diferentes fazem-no sentir e ter um desempenho diferente. Pão e massa podem fazê-lo sentir-se cansado à tarde. O açúcar pode trazer-lhe energia, mas apenas brevemente, antes de notar uma quebra. Comer proteína e gordura, como abacate e ovo pode, ao invés, mantê-lo saciado por muito tempo.

Em geral, quanto mais alimentos integrais e não processados comemos, melhor nos sentimos. Isto é assim porque evoluímos para comer esses alimentos ao longo de milhões de anos. A introdução da agricultura deu-se apenas há cerca de doze mil anos atrás e os alimentos tornaram-se cada vez mais industrializados no início de 1900.

Quando se trata de animais, aplicam-se exatamente os mesmos princípios. As vacas pastam e estão preparadas para comer erva, as cabras são desfolhadoras e comem uma grande diversidade de plantas e as galinhas comem insetos, vermes e vegetais. O desvio desta "norma natural" leva frequentemente a problemas e isso é, infelizmente, a norma. Atualmente, 70% a 99% (dependendo do animal) da carne e leite são produzidos por explorações onde se usa alimentação concentrada.

Ficam alguns exemplos de como o perfil de nutrientes dos produtos animais muda de acordo com suas dietas.

Michelle Harvey é terapeuta nutricional e health food chef. O seu foco são as dietas não-restritivas, os alimentos integrais e a reabilitação dos conhecimentos ancestrais como guia para o bem-estar. Pode segui-la em: michellechristineharvey@gmail.com Instagram.com/michelleharvey.

RÁCIO DE ÁCIDOS GORDOS OMEGA 6:3

O rácio ómega 6:omega 3 nos nossos tecidos é de cerca de 2:1. Quando se trata de comparar os valores de ómega 6 na carne bovina alimentada com pasto, versus a carne bovina alimentada com grãos, os números são bastante semelhantes. No entanto, a quantidade de ómega 3 na carne alimentada com pasto é 2 a 5 vezes superior. Por exemplo, o rácio ómega 6:3 numa vaca

alimentada com erva é cerca de 1,5:1, enquanto num animal alimentado com grãos será mais perto de 6,5:1. Isto é importante porque quanto mais ómega 6 é consumido, menos ómega 3 fica disponível para os tecidos.

Isso significa que, se duas pessoas comerem a mesma quantidade de ómega 3, mas uma comer muito mais ómega 6, essa pessoa terá menos ómega 3 disponível para utilizar. Infelizmente, o uso generalizado de óleos de sementes industriais para cozinhar e em quase todos os alimentos embalados, representa um consumo de cerca de dez vezes mais ómega 6 em comparação com ómega 3. Equilibrar esse rácio é muito importante porque esses ácidos gordos essenciais atuam em conjunto para equilibrar a inflamação no corpo como um todo (1) .

ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO

O ácido linoleico conjugado (CLA) é um potente protetor e antioxidante que é encontrado principalmente na carne e nos lacticínios. Em estudos com animais, quantidades muito pequenas de CLA bloquearam todos os três estágios de cancro: 1) iniciação, 2) promoção e 3) metástase. Outro estudo determinou que as mulheres com maior quantidade de CLA nas suas dietas tiveram uma redução de 60 por cento no risco de cancro da mama.

O CLA é encontrado em quantidades 2 a 3 vezes maiores na carne bovina de animais alimentados a erva em comparação com os alimentados com grãos.

É melhor escolher uma carne bem marmoreada porque o CLA está mais concentrado nas células de gordura.

Quando os animais são alimentados com grãos como milho e soja, em vez de erva, o pH do seu sistema digestivo muda, inibindo o crescimento das bactérias que ajudam a produzir CLA. Se deseja otimizar o seu consumo de CLA, a escolha de carne com gordura criada a pasto é a melhor opção (2) .

ANTIOXIDANTES, VITAMINAS E MINERAIS

A carne alimentada a pasto também contém consideravelmente mais antioxidantes, vitaminas e minerais. Carotenóides tais como o beta-caroteno (um precursor da vitamina A) são encontrados como pigmentos em alimentos vegetais. Animais alimentados com grãos contêm menos carotenóides porque os próprios grãos contêm-nos em menor quantidade e, portanto, não passam para a carne. Esses pigmentos carotenóides são o que torna a gordura de vacas alimentadas com erva amarelada, tanto na carne como na manteiga.

Ao fazer compras, pode olhar para a gordura amarela da carne como um indicador - o animal tinha uma dieta rica em erva. Isso também explica por que é que a manteiga feita em diferentes épocas do ano tem diferentes intensidades de amarelo - as vacas comem pastos distintos em diferentes épocas do ano.

Como consumidores, somos naturalmente atraídos pela manteiga com uma coloração amarelo rico, muitas vezes sem saber porquê. Uma vez que a maioria da manteiga é derivada de vacas alimentadas com grãos, as empresas de lacticínios adicionam betacaroteno sintético à manteiga para torná-la mais atraente para os consumidores. Verifique sempre os rótulos para garantir que a sua manteiga é naturalmente amarela da dieta da vaca e não de um aditivo alimentar (3) .

É verdade que os sistemas alimentares industriais produzem alimentos a um custo menor, no entanto, o custo está oculto e é pago noutro lugar, como constatado sucintamente nesta citação de Michael Pollan: “Comida barata é uma ilusão. Não existe comida barata. O custo real da comida é pago em algum lugar. E se não for pago na caixa à saída, é cobrado do meio ambiente ou a fundos públicos sob a forma de subsídios. E é cobrado à sua saúde.”

Espero que estes exemplos acrescentem seriedade ao argumento para escolher produtos de origem animal criados à base de pasto, como também ajudem o consumidor a escolher aqueles que são mais nutritivos.

FONTES: (1) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC284686; (2) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC2846864; https://academic.oup.com/ carcin/article/20/6/1019/2733494 https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/803913; (3) https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC2846864.

A RECEITA DA MICHELLE

Ensopado de flocos de aveia

Esta receita permite aproveitar o melhor perfil nutricional do leite, já que não vai ao lume, enquanto mantém os benefícios dos flocos de aveia, nomeadamente os amidos resistentes que alimentam a flora bacteriana no cólon. Também ajuda a destruir parte do ácido fítico - um anti-nutriente conhecido, que durante a noite se decompõe em contacto com o leite.

| prep 5 min |

INGREDIENTES

• 1/3 chávena flocos de aveia • 1 chávena de leite cru • 1 colher de sopa de mel • 1 colher de chá de passas de uva • ½ colher de sopa de canela • ¼ colher de sopa de cravinho + cardamomo + noz-moscada • 1 pitada de sal

PREPARAÇÃO

1. colocar todos os ingredientes numa tijela, misturar bem e deixar a ensopar de 1 dia para o outro 2. de manhã poderse-á de ter que adicionar mais leite, dependendo do tipo de flocos de aveia usados 3. colocar por cima qualquer combinação desejada de fruta fresca, granola, mel, pólen, etc...

This article is from: