Observatório de Comércio Exterior

Page 1

Observatório de Comércio Exterior Sage – Soluções Globais Semana 2 – Agosto de 2016


América do Norte e América do Sul BRASIL FECHA ACORDO DE EXPORTAÇÃO DE CARNE PARA OS EUA

Em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 1, o Brasil formalizou um acordo de exportação de carne in natura e congelada para os Estados Unidos. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a embaixadora dos EUA, Liliana Ayalde, fizeram a troca de cartas de reconhecimento de equivalência dos controles oficiais de carne bovina entre os dois países. Maggi afirmou que o acordo representa uma oportunidade para que sejam explorados mercados de outros países, já que o status sanitário similar ao norte-americano abrirá portas ao produto brasileiro. “Estamos fazendo hoje um reconhecimento que o status sanitário dos EUA e Brasil são iguais, se complementam, e uma boa parte do mercado internacional se abre a partir deste momento”, disse, em cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente em exercício, Michel Temer, e do ministro das Relações Exteriores, José Serra.

VENEZUELA SOB AMEAÇA DE PUNIÇÃO PELA OEA No dia 22 de agosto de 2016, o secretário-geral da Organizações dos Estados Americanos, Luis Almagro, lembrou a Venezuela que o referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro deve ocorrer ainda este ano, caso contrário, o país terá sanções aplicadas ao mesmo. O diplomata uruguaio ainda afirmou que “essas entidades pretendem aplicar todos os mecanismos e cláusulas democráticas existentes no continente”, fazendo referência ao Mercosul. Almagro também elogiou o


Brasil, Paraguai e Argentina por não passar a presidência temporária do Mercosul para à Venezuela.

QUAL DEVE SER O IMPACTO DA OLIMPÍADA PARA A ECONOMIA DO RIO?

Apesar da atração de mais de 1 milhão de turistas que movimentaram, segundo a Riotur, cerca de R$ 4,1 bilhões durante os Jogos Olímpicos, os impactos econômicos do megaevento para a cidade e o Estado do Rio de Janeiro devem ser mínimos ou até mesmo negativos, de acordo com especialistas ouvidos pela BBC Brasil e o próprio governo. Além disso, eles apontam para a possibilidade de que o Rio peça mais ajuda à União para pagar parte dos R$ 40,1 bilhões gastos com a Olimpíada em meio à crise econômica. Em balanço divulgado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na terça-feira, os Jogos foram avaliados como um “enorme sucesso”. Segundo os dados apresentados, 1,17 milhão de turistas passaram pelo Rio, sendo 410 mil estrangeiros, que gastaram em média R$ 424,62 por dia, e 760 mil brasileiros, com gasto médio diário de R$ 310,42. Apesar dos números, especialistas avaliam que o impacto econômico pode ser pequeno ou decepcionante.

Europa e Oceania CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS DO BREXIT O referendo de 23 de junho que decidiu que o Reino Unido deve deixar a União Europeia causou algumas consequências positivas ao país. Com a desvalorização da libra em função do resultado da votação, os turistas estrangeiros que vão à Grã-Bretanha estão gastando mais. Gordon Clark, diretor-gerente de Reino Unido e Irlanda da Global


Blue, destacou que embora a libra mais fraca após o referendo não tenha sido inicialmente uma notícia bem-vinda, ela se mostrou um timing perfeito para os turistas visitando o Reino Unido durante o verão. Além disso, empresas da indústria manufatureira do Reino Unido registraram forte avanço nas encomendas destinadas à exportação após a decisão. O levantamento, realizado por um grupo lobista conhecido como Confederação da Indústria Britânica (CBI), mostrou que as encomendas para exportações de empresas de manufatura avançaram em agosto ao maior nível em dois anos. GREVES E MEDO DO TERRORISMO PRIVAM PARIS DE UM MILHÃO DE TURISTAS

O turismo registrou uma queda sem precedentes desde 2010 na Grande Paris, segundo dados do primeiro semestre publicados nesta terça-feira pelo Comitê Regional de Turismo. Os atentados que golpearam o país desde o ano passado, as greves do primeiro semestre e as inundações de junho provocaram uma queda de 6,4% nas reservas hoteleiras e geraram prejuízos de 750 milhões de euros ao setor. Ao todo, a região mais turística da França perdeu um milhão de visitantes. No conjunto do país, o número de turistas estrangeiros caiu 7%. Frédéric Valletoux, presidente do Comitê Regional de Turismo de Paris, afirmou que é necessário tomar consciência da catástrofe setorial que o turismo está vivendo e solicitou uma reunião urgente do ministro de Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, e profissionais do setor. “É preciso investir maciçamente e desde já neste setor, se não quisermos assistir a uma série de planos de demissões sem precedentes”, alertou.


Ásia e África QUÊNIA É O PAÍS COM MAIS INVESTIMENTOS NA ÁFRICA

O estudo indica que as empresas quenianas superaram as sul-africanas no ranking do Investimento Estrangeiro Direto (IED), que calcula o número de projetos de investimento existentes na região, independentemente do valor destes. Em apenas um ano, Nairobi duplicou o número de investimentos, passando de 15 em 2014 para 36 em 2015. Em sentido contrário, os investidores sul-africanos retraem-se. No último ano, lançaram apenas 33 projetos além-fronteiras, comparados com os 54 de 2014 e os 65 de 2013. Mas Quênia fica atrás de Marrocos e África do Sul no que se refere ao valor dos investimentos. Os seus projetos estão avaliados em mil milhões de dólares. No ano passado, os fluxos de investimento direto estrangeiro na África registaram um decréscimo de 7% em relação a 2014, totalizando 54 mil milhões de dólares, mas Angola teve uma subida recorde de 351,7%. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) revelou que Angola atraiu 8,7 mil milhões de dólares de investimento direto estrangeiro (IDE) em 2015 mais 351,7 por cento do que no ano anterior, tornando-se o país africano líder neste indicador. “Este salto deveu-se em grande medida aos empréstimos concedidos pelas “casas mãe” no estrangeiro às suas subsidiárias angolanas”, lê-se no documento, divulgado no mês passado.

BOLSAS DA ÁSIA RECUAM COM QUEDA DO PETRÓLEO

Os mercados na Ásia fecharam em baixa no dia 16/08/2016. Os principais índices do continente foram pressionados pela queda dos preços do petróleo. Também repercutiu na sessão declarações do presidente regional do Federal Reserve, o banco central dos EUA, em São Francisco, John Williams. Ele divulgou estudo em que defende a elevação da meta de inflação. A exposição de Williams ajudou a


queda do dólar frente a várias moedas. Com a baixa da moeda norteamericana, os papeis de grandes montadoras sofreram desvalorização,

pressionando as praças asiáticas. O índice Nikkei registrou baixa de 1,62%, aos 16.596 pontos. Na China, o Xangai Composto teve perdas de 0,49%, aos 3.110 pontos. O Hang Seng, em Hong Kong, retrocedeu 0,09%, aos 22.910 pontos. Em Seul, o Kospi, recuou 0,13%, aos 2.047 pontos. O índice Taiex, em Taiwan, baixou 0,42%, aos 9.110 pontos.

ÁFRICA AINDA NÃO É ALVO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS, SEGUNDO ESPECIALISTA DA THOMSON REUTERS

A Thomson Reuters e a AfroChamber (Câmara de Comércio AfroBrasileira) reuniram especialistas em Comércio Exterior para discutir as vantagens e oportunidades de se fazer negócios com a África frente a outros mercados. Entre as principais conclusões do encontro está o fato de que, apesar de estar em plena ascensão econômica, a África ainda não é alvo das exportações brasileiras. Acredita-se que um país como o Brasil que possui forte influência da cultura africana e que tem produção de principais produtos consumidos por essa população, a África ainda não possui a atenção das

exportações

brasileiras,

representando

apensa

1,85%

das

exportações para a região. Isso principalmente por causa da imagem que o Brasil possui da África, que por anos foi uma imagem de um lugar de pobreza e assistencialismo. Mesmo assim pode se observar que países como Tunísia, Quênia e Nigéria, por exemplo, têm apresentado crescimentos exponenciais. A Tunísia tem hoje uma economia moderna e uma jovem população altamente educada, que busca cada vez mais mudanças para elevar a economia daquele país. O Quênia se tornou o centro econômico do leste africano, assim como a Nigéria que hoje tem o maior PIB do continente. Os produtos que lideram as


importações no continente africano são os de bens de consumo, seguido por bens de capital, combustível, máquina e eletrônica, além de bens intermediários. Isso só afirma o fato de que as empresas estão perdendo a oportunidade de abastecer um mercado promissor. O crescimento médio do PIB das seis maiores economias da África entre 2014 e 2017 varia de 7,12% (Ruanda) a 9,70% (Etiópia) e a importância relativa da África no fornecimento de crescimento global tende a aumentar com a desaceleração no crescimento da China, Rússia e Brasil. Portanto, apesar de ainda enfrentar desafios com baixos níveis de produto per capita interno bruto, desigualdade de renda e instabilidade política em alguns países, o continente africano demonstra um grande potencial de aumento do consumo e, sem dúvida, é uma região que oferece muitas oportunidades ao setor de comércio exterior. Ainda que o Acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a União Aduaneira da África Austral (SACU), promulgado no início do mês de abril, compreendendo África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia, devia aumentar a competitividade dos produtos brasileiros em países sul-africanos, o acordo previa a concessão mútua de preferências tarifárias, que deveria aumentar a demanda de importação e exportação entre os mercados, a expectativa do mercado era que a SACU aumentasse sua participação nos resultados do comércio exterior do Brasil, que por exemplo no período de 2012 a 2014 (antes do acordo), representou 11% de toda a exportação nacional, com base nos dados da SACU de importações provenientes do Brasil, O estudo revelou que 70% das empresas ainda não utilizam os Acordos bilaterais existentes – o que mostra que, provavelmente, estão perdendo a competitividade no mercado internacional. Do total de respondentes, 79% mencionaram que os maiores obstáculos para utilização dos FTAs são as complexas regras de origem e a dificuldade para coletar documentação. Isso mostra que mesmo depois do acordo, o mercado brasileiro explorou pouco o mercado internacional e


suas exportações para África.

FONTES http://istoe.com.br/brexit-da-

forte-impulso-

a-industria-

manufatureira-do- reino-unido/ http://oglobo.globo.com/economia/queda-da- libra-apos- brexiteleva- gastos-de- turistas-no- reino-unido-19981225 http://brasil.elpais.com/brasil/2016/08/23/internacional/147196754 3_007402.html http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao_europe ia/zona_euro/detalhe/exportacoes_impulsionaram_economia_alema_n o_segundo_trimestre.html http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2016/08/01/intern as_economia,789951/brasil-fecha-acordo-

de-exportacao-

de-carne-

para-os- eua.shtml http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,oea-ameacapunir-venezuela- se-referendo-for- adiado,10000071552 http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37171467 http://jornaldeangola.sapo.ao/economia/quenia_e_o_pais_com_ mais_investimentos_em_africa http://www.jb.com.br/economia/noticias/2016/08/16/bolsas-daasia-recuam- com-queda-do-petroleo/ https://www.comexdobrasil.com/acordo-entre-mercosul-e- uniaoaduaneira- da-africa-austral-impactara- exportacao-do- brasil/


https://www.comexdobrasil.com/africa-ainda-nao-e-alvo-dasexportacoes-brasileiras- segundo-especialista- da-thomson- reuters/


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.