Observatório de comércio exterior

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Observatório de Comércio Exterior Sage – Soluções Globais Semana 1 – Fevereiro de 2017


América do Norte e América do Sul “PROTECIONISMO DE TRUMP AMEAÇA SISTEMA MULTILATERAL DE COMÉRCIO” O lema “a América em primeiro lugar”, promovido pelo presidente Donald Trump, na prática sepulta o sistema comercial multilateral e prenuncia negociações baseadas na força, no poder e no tamanho de cada país. O risco de eclodirem guerras comerciais emerge com mais força do que nunca. A retirada dos Estados Unidos da chamada Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), a renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e o mandato ao novo secretário de Comércio, Wilbur Ross, para que use todas as ferramentas disponíveis a fim de conter supostos abusos comerciais contra os EUA são parte dessa tendência de regressão na abertura comercial norteamericana.

“FMI REDUZ A PREVISÃO DE CRESCIMENTO PARA O BRASIL E A AMÉRICA LATINA” O Fundo Monetário Internacional tenta ser mais otimista ao afirmar que o crescimento ganha mais vigor neste ano após um 2016 decepcionante. Segundo a última revisão dos números da economia global, a América Latina superará dessa forma a recessão, ao se expandir 1,2% nesse ano. Mas também será menor do que o esperado. São quatro décimos a menos em relação ao projetado há três meses e o órgão alerta sobre o impacto negativo da incerteza política em um cenário de baixa produtividade, investimentos frágeis e comércio internacional sem incentivo.


“CANADÁ REJEITA QUEIXA DO BRASIL NA OMC CONTRA SUBSÍDIOS À BOMBARDIER”

O Canadá rejeitou nesta quarta-feira (8) as acusações do Brasil, que questionou oficialmente na Organização Mundial do Comércio (OMC) os subsídios do país à fabricante de aviões Bombardier. "As medidas de apoio

à

indústria

aeroespacial,

incluindo

a

Bombardier,

foram

desenvolvidas com pleno conhecimento das regras da OMC e se ajustam às suas condições", disse um porta-voz do ministério do Comércio do Canadá em um e-mail enviado à AFP. O Brasil iniciou as consultas na OMC nesta quarta-feira (8), um dia depois de o governo canadense ter dado à Bombardier um empréstimo de US$ 372,5 milhões canadenses (264 milhões de euros).

“A EXPORTAÇÃO DE AUTOMÓVEIS PARA PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL COMO GRANDE PLANO ESTRATÉGICO PARA NOVO ANO DA FCA” Stefan Ketter, presidente da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) afirma: “A América do Sul é muito maior que o Mercosul” e explica seus planos para 2017 para o grupo líder no Brasil tendo marcas como Jeep e Dodge. Para o presidente, é chegada a hora do Brasil assumir um protagonismo na região e buscar acordos bilaterais além do Mercosul visando contornar a queda de aproximadamente 25% em 2016 na venda de automóveis e comerciais. Em entrevista ao Auto Esporte o presidente concorda em absoluto que a Fiat e a indústria como um todo dependem de ajuda externa para se tornarem sustentáveis uma vez que os dados do Banco Central mostram que nos últimos anos as montadoras receberam mais matrizes do que remeteram em lucros e a produção de veículos no país tornou o parque industrial ocioso. Para Ketter, apesar da forte crise em 2016, o período de inércia ainda não acabou e o mercado dependerá muito dos acertos do governo, mas também de fatores como emprego, segurança e questão social.


“EMPRESAS SE SENTEM MAIS CONFIANTES COM ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA NA AMÉRICA” Apesar do recente otimismo novamente presente, os riscos não sumiram completamente do radar. Internamente, em países da América, a instabilidade política continua atrapalhando a economia. Ninguém consegue prever o resultado do destempero protecionista do presidente americano Donald Trump. Mas se as taxas de juros subirem no EUA por causa disso, os investidores podem correr para ativos de lá. Da mesma forma, as eleições na Europa e o perigo de uma guinada à direita na França e na Holanda podem mexer com a alocação global de ativos. Mesmo assim, empresas de grande porte no Brasil têm criado bastante expectativa com a estabilização da economia brasileira que trouxe confiança e reabrindo a janela de oportunidades da bolsa de valores.

“ACORDOS COM A UNIÃO EUROPEIA E ALIANÇA DO PACÍFICO SÃO AS APOSTAS PARA AS ECONOMIAS BRASILEIRA E ARGENTINA” Michel Temer e Mauricio Macri, presidentes do Brasil e da Argentina, se reuniram em Brasília para discutir as questões econômicas comuns aos dois países: falta de crescimento econômico e desemprego focando sua pauta na relação bilateral em eventuais novas negociações. Segundo constataram, a aceleração das negociações comerciais do Mercosul com a União Europeia e uma aproximação com a Aliança do Pacífico, para enfrentar o avanço do protecionismo, podem ser as alternativas corretas para tentar amenizar a crise econômica que os dois países têm passado e por fim resgatar suas economias.


Europa e Oceania

“COALIZÃO DEVE COBRAR 10% DE ROYALTY EM PROJETOS DE PETRÓLEO E GÁS OFFSHORE”

O governo de Turnbull deve introduzir um royalty de 10% em todos os projetos offshore de petróleo e gás na Austrália para garantir que os contribuintes comecem a obter um retorno justo sobre seus recursos naturais, diz a Tax Justice Network. O grupo pediu que o imposto sobre o aluguel de recursos petrolíferos (PRRT) seja revisto, dizendo que havia muitas oportunidades sob seu regime para que as companhias offshore de petróleo e gás explorassem os preços de transferência, com impactos diretos nos créditos e lucros do PRRT. Em uma submissão à revisão de PRRT, a rede da justiça do imposto disse que um royalty 10% deve ser aplicado aos projetos offshore do óleo e do gás nas águas da comunidade que eram somente sujeitas ao PRRT. Segundo ele, esses 10% precisava ser cobrado porque o PRRT - que foi projetado na década de 1980 para projetos de petróleo bruto, não conseguiu acompanhar a evolução da indústria –e estava falhando em coletar receitas adequadas. Jason Ward, da rede, disse que um royalty de 10% elevaria entre US $ 4 bilhões e US $ 6 bilhões nos próximos quatro anos.

“ECONOMISTAS PROFUNDAMENTE DIVIDIDOS SOBRE O CAMINHO ECONÔMICO DA AUSTRÁLIA EM 2017” No início do ano, os economistas parecem mais divididos do que nunca pelas perspectivas de crescimento da Austrália. O economista-chefe da Goldman Sachs, Tim Toohey, colocou a probabilidade de uma alta de preços em novembro, já que a espetacular alta no preço do minério de ferro e do carvão trabalha na economia. Toohey


prevê que o produto interno bruto crescerá 2,8 por cento este ano, subindo para 2,9 por cento no próximo ano, e espera que a RBA eleve taxas três vezes em 2018. No outro extremo está o economista do Credit Suisse, Damien Boey, que publicou uma nota prevendo o crescimento real do PIB real (crescimento nominal menos inflação) este ano, provocando dois cortes na taxa de RBA em 2017. O alvoroço da previsão sombria do Sr. Boey é uma queda contínua no investimento de negócio exacerbada por um abrandamento esperado na construção de carcaça assim como o crescimento lento do consumo devido a um salário insignificante nos salários reais e a um mercado de trabalho de enfraquecimento. Todos estão apreensivos para descobrir quais dos dois economistas estão certos com suas previsões.

“ECONOMIA DA FRANÇA NÃO MOSTRA SINAIS DE ANSIEDADE COM ELEIÇÃO E TERMINA 2016 COM FORÇA” A França terminou o ano de 2016 com sua economia forte, com ritmo acelerado no último trimestre comparado ao fraco desempenho apresentado nos seis meses anteriores, devido aos maiores gastos dos consumidores e com investimentos que não mostram sinal de fraqueza precedendo a eleição presidencial desse ano. A produção econômica francesa cresceu 0,4% nesse quarto trimestre de 2016, o PIB falhou em atingir a meta governamental de 1,4% e os gastos com o consumidor, motor da economia, avançaram 06%. Em sinal positivo para esse ano que se inicia, os gastos com investimento das empresas foram elevados para 1,3% enquanto as famílias alcançaram 0,9% frente à melhora do mercado imobiliário.


“BREXIT AFETA AS EMPRESAS BRITÂNICAS” A decisão do Reino Unido de sair da União Europeia tem apresentado impacto negativo sobre as empresas britânicas, alegam mais da metade dos

líderes

empresariais.

Mais

de

dois

terços

dos

empresários

entrevistados disseram que já haviam tomado medidas para responder à votação, como: planos de contingência e análise do impacto que os diferentes tipos de relacionamento entre Reino Unido e União Europeia podem apresentar após a negociação.

“SUPERÁVIT COMERCIAL DA ALEMANHA ATINGE RECORDE EM 2016” O superávit comercial da Alemanha atingiu máxima recorde em 2016, mostraram dados oficiais dias depois de o conselheiro comercial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar Berlim de explorar um euro “grosseiramente desvalorizado” a seu favor. O superávit cresceu apesar da queda de 3,3% das exportações em dezembro, enquanto as importações se mantiveram inalteradas. Isso significa que apenas em dezembro diminuiu para 18,4 bilhões de euros, sobre os 21,8 bilhões em novembro.


Ásia e África “EXPORTAÇÕES CHINESAS SOBEM, SUPERANDO EXPECTATIVAS” As exportações chinesas no primeiro mês do ano superaram as expectativas de analistas, sendo acrescidas em 7.9%. Ao mesmo tempo, também as importações subiram de maneira significativa, com aumento de 16%. O lucro comercial chinês com os EUA recuou tímidamente, caindo de US$ 21.73 bi para US$ 21.37. Caso as medidas de austeridade econômica prometidas pelo presidente norte-americano Donald Trump sejam postas em prática, é provável que tais números caiam ainda mais.

“JAPÃO ABANDONA PLANTAS PRODUTIVAS NO MÉXICO” A montadora japonesa Nisshinbo Holdings anunciou sua decisão de abandonar o México como uma possível localização de instalação de plantas produtivas de peças para automóveis, seguindo medidas de austeridade impostas na fronteira México-EUA pelo presidente Donald Trump. Esta foi a primeira vez em que uma montadora japonesa publicamente anunciou o abandono de plantas japonesas devido a medidas protecionistas. A localidade mais provável para instalação dessa planta é, agora, os Estados Unidos.

“OPERAÇÕES DE E-COMMERCE CRESCEM NA CHINA ATRAVÉS DO WALMART” A companhia norte-americana Walmart tem acrescido sua presença na China através de parcerias com a empresa Jd.com, visando aumentar sua participação no mercado eletrônico asiático e cerrar a concorrência com a empresa Alibaba. Essa é a segunda vez em que a rede investe pesadamente em e-commerce, fazendo com que outras empresas norte-americanas a vejam como exemplo e também


invistam no mercado chinês. Com esse novo investimento, o valor do Walmart em ações na Jd.com supera US$ 4.8 bi.

“ÁFRICA PREPARA ZONA DE LIVRE COMÉRCIO” A Zona de Livre Comércio no Continente Africano entrou em processo de execução, após indicação do presidente do Níger como responsável pela liderança do mesmo. O primeiro relatório dessa missão deve ser apresentado durante a 29ª Cimeira dos Chefes de Estado da UA, em junho de 2017. Com dezenove Estados membros e acordos de união monetária já em implementação, a organização tem por objetivo promover a prosperidade econômica dos membros, através do estabelecimento de uma área de livre comércio. A Zona de Livre Comércio no Continente Africano é uma iniciativa da Agenda 2016 da UA, que visa o estabelecimento de uma área de mercado continental de bens e serviços, com negociações formalmente lançadas em junho de 2015, durante a cimeira da União Africana em Joanesburgo.

“ECONOMIA ANGOLANA EM QUEDA DESDE 2012” O crescimento econômico angolano apresenta-se em desaceleração desde 2012, registrando um desenvolvimento quase nulo durante o ano de 2016 (apenas 0,1%). Segundo indicadores do país, o pico no crescimento anual do PIB aconteceu em 2012, quando chegou então aos 8,5%, cerca de 12,2 bilhões de kwanzas, equivalente a 690,1 milhões de euros. A Angola é um dos maiores produtores de petróleo em África, mas enfrenta desde finais de 2014 uma profunda crise financeira, econômica e cambial decorrente da quebra nas receitas com a exportação de crude.


“VOLUME DE COMÉRCIO ENTRE NIGÉRIA E ÁFRICA DO SUL CAI EM 2016” Os volumes de comércio entre a Nigéria e a África do Sul caíram para cerca US$ 4,1 bilhões em 2016, em comparação a US$ 4,8 bilhões em 2015, revelou o embaixador sul-africano na Nigéria. Segundo o mesmo, as relações bilaterais entre os dois países foram excelentes, mas ainda poderiam ser melhoradas. A busca por produtos sul africanos pela Nigéria havia triplicado números em 5 anos (de 2010 para 2015), sendo resultado principalmente da demanda por peças automotivas, carros, papel e papelão não revestidos.


FONTES http://www.cnbc.com/2017/02/09/china-january-yuandenominated-import-and-export-data.html http://www.businesstimes.com.sg/government-economy/japanfirm-drops-mexico-plant-plan-over-trumpwarnings https://www.retailtouchpoints.com/features/news-briefs/canwalmart-s-chinese-investments-bridge-u-schina-e-commerce-gap http://jornaldeangola.sapo.ao/economia/africa_prepara_zona_d e_comercio_livre http://www.expressodasilhas.sapo.cv/mundo/item/52009economia-angolana-em-queda-desde-2012 http://www.ecofinagency.com/public-management/1002-36433trade-volumes-between-nigeria-andsouth-africa-drop-to-n1-3-trillion-in2016 http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/28/economia/1485628215_3 57220.html http://brasil.elpais.com/brasil/2017/01/16/economia/1484530442_9 04376.html http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/canada-rejeitaqueixa-do-brasil-na-omc-contra-subsidios-abombardier.ghtml www.tribunadonorte.com.br/noticia/ama-rica-do-sul-a-muitomaior-do-que-o-mercosul/371581 http://www.istoedinheiro.com.br/empresas-voltam-acelerar-nabolsa/ http://www.folhape.com.br/economia/economia/economia/201 7/02/07/NWS,17083,10,550,ECONOMIA, 2373-BRASIL-ARGENTINAAPOSTAM-ACORDOS-COM-ALIANCA-PACIFICO.aspx


https://www.theguardian.com/business/2017/feb/10/coalitionurged-to-charge-10-royalty-on-offshore-oiland-gas-projects http://www.smh.com.au/business/markets/economists-deeplydivided-over-australias-economic-path-in- 2017-20170207-gu72ev.html https://www.theguardian.com/australianews/2017/jan/27/australias-wine-exports-boosted-by-40-growthtochina-says-report http://extra.globo.com/noticias/economia/economia-da-francanao-mostra-sinais-de-ansiedade-comeleicao-termina-2016-com-forca20847487.html http://exame.abril.com.br/economia/brexit-ja-afeta-as-empresasbritanicas-diz-pesquisa/ http://exame.abril.com.br/economia/superavit-comercial-daalemanha-atinge-recorde-em-2016/


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