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RIO DE CALAMIDADE
from Brasileiro
Outrora valente e também pueril, Já foste querida e o coração do Brasil, Não foste capitania, nem hereditária, Como colônia, lide mandatária, Como governo geral, alma libertária, Foste exílio de reis em teu império, Foste gigante república varonil, Quebraste corrente de escravos, Conquistaste invasores e corsários, Teus fortes tremularam bandeiras, Foste índio, foste negro, foste branco, foste! Hoje me envergonho de teus pares, Não mais é vista como a princesinha dos mares, Não mais te protegem teus ricos altares, Tuas enseadas perderam todo azulear, Tuas florestas já não possuem o mesmo verdejar, Foste aprisionada por homens insensatos, Corja sórdida e hostil de seres baratos, Teu Cristo já não te olha de cima ou de baixo, Está perdida, está sozinha, abandonada, De cidade maravilhosa, agora calamitosa, Que maldita sentença odiosa, Mas que teu gigante de pedra nunca adormeça, Esmague pelas próprias mãos todo aquele que mereça, Pois ainda me resta uma única esperança, De ver teu povo reagir e lutar, Como um bom carioca!
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