1 minute read

APOPTOSE

Marco nos meus dias. A biometria de cada segundo. Computo no meu pensamento. Cada neurônio que perco. Minhas neuróglias blasfemam. O meu corpo entorpece. Com minhas catecolaminas plasmáticas. Adrenalina e dopamina. Somadas à serotonina. Minha monoamina mais safada. Manipuladora de meu ritmo circadiano. Meninas malvadas. Sádica fisiologia. Universo do meu dia a dia. De meu organicismo e homeostasia. Mitocôndrias geram minha energia. Em minha microscopia celular. Meus genes lutam em suas orgias. Que decifram meu enigma molecular. Onde dois ácidos nucleares. São autênticos escribas celulares. De meu genoma e minha vida. Em seu ciclo balzaquiano.

Hoje vivo nesta manhã. Mas o amanhã é meu mais puro engano. Como brincadeiras de infância. Meu substrato orgânico vai consumando. Sentindo a proximidade da morte. No passo a passo de cada apoptose. Demarcando o futuro de minha própria sorte.

Advertisement

This article is from: