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UM ADEUS À POESIA

Rachel ainda está dormindo.......

Como toda alma nobre passou de sua realidade para a eternidade, como quem caminha pelas nuvens do infinito.

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Quando ela acordar em algum lugar reservado aos nobres poetas, deixarei a minha singela homenagem aos seus olhos altivos que como poucos sabiam associar doçura, independência e liberdade.

A poesia não é um embaçar constante de letargias, Nem tampouco uma figura exposta por radiografias.

Não possui a avidez composta por ironias, Nem perfaz uma maciez recomposta de cizânias.

Não cede à sutileza imposta pela tirania, Nem representa sisudez teatral em uma alma ímpia.

Rechaça toda empáfia consentida numa arrogância fria.

Tem o rebuscar de tons áureos em silentes cinéreos, Flui como o sangue filtrado de puerpérios.

Traduz uma nota singela escondida em reverbérios, Decifra o enigma sutil de tantos mistérios.

Coroa com real plenitude qualquer princípio estéril, Faz-nos sentir felicidade, ofuscada por mundos tão sérios.

Como precipitado coito em latente venéreo, Em clímax de gozo revigorante é um real refrigério.

Enaltece a crença por verdades, ante mentiras de tédio, Como um paraquedas de esperanças que ampara um sentido néscio.

Pois quando tiver que partir de minha existência, Deixarei este adeus à minha poesia.

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