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UM ADEUS À POESIA
from Brasileiro
Rachel ainda está dormindo.......
Como toda alma nobre passou de sua realidade para a eternidade, como quem caminha pelas nuvens do infinito.
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Quando ela acordar em algum lugar reservado aos nobres poetas, deixarei a minha singela homenagem aos seus olhos altivos que como poucos sabiam associar doçura, independência e liberdade.
A poesia não é um embaçar constante de letargias, Nem tampouco uma figura exposta por radiografias.
Não possui a avidez composta por ironias, Nem perfaz uma maciez recomposta de cizânias.
Não cede à sutileza imposta pela tirania, Nem representa sisudez teatral em uma alma ímpia.
Rechaça toda empáfia consentida numa arrogância fria.
Tem o rebuscar de tons áureos em silentes cinéreos, Flui como o sangue filtrado de puerpérios.
Traduz uma nota singela escondida em reverbérios, Decifra o enigma sutil de tantos mistérios.
Coroa com real plenitude qualquer princípio estéril, Faz-nos sentir felicidade, ofuscada por mundos tão sérios.
Como precipitado coito em latente venéreo, Em clímax de gozo revigorante é um real refrigério.
Enaltece a crença por verdades, ante mentiras de tédio, Como um paraquedas de esperanças que ampara um sentido néscio.
Pois quando tiver que partir de minha existência, Deixarei este adeus à minha poesia.