METODOLOGIA
A
caminhabilidade tem inspirado a criação de muitas metodologias que adaptam seus conceitos aos contextos locais e criam interseções com outras temáticas e condições sociais, como é o caso da metodologia criada para o projeto Caminhar Afro-Feminino. Avaliar os espaços públicos dedicados à perspectiva do caminhar é o passo inicial para reconhecer a prioridade desta forma de se deslocar e estar na cidade, compreender a sua real dimensão na vida da população urbana e reivindicar espaços urbanos mais humanos, democráticos e justos. Neste sentido, para construir cidades mais justas, seguras e acolhedoras para meninas e mulheres, é fundamental colocar suas perspectivas no centro dos processos de transformações urbanas. O projeto Caminhar Afro Feminino se propõe realizar isso por meio de metodologia participativa. Nesta metodologia, estão consolidados elementos básicos de promoção de cidades mais caminháveis, acolhedoras e seguras para mulheres, e transversalizando com raça. A metodologia utilizada é autoral do SampaPé!, e tem como base duas metodologias da organização que já foram utilizadas para avaliar a caminhabilidade e gênero em outros territórios, sendo elas: Mulheres Caminhantes! (São Paulo) e o Índice Técnico de Caminhabilidade Sensível a
Gênero (Curitiba). Ambas metodologias foram desenvolvidas após extensa revisão teórica e metodológica, assim como, por meio do uso empírico e conhecimentos acumulados da organização nos referidos temas. Como referências de outras organizações, vale ressaltar o Índice de Caminhabilidade do ITDP Brasil, O Guia para Construção de um Ambiente Urbano Seguro, parte do programa Mulheres e Cidades (tradução livre de Femmes et Villes, da pesquisadora feminista canadense, Anne Michaud e as publicações Entornos Habitáveis (tradução livre de Entornos Habitables) e Espaços para a vida cotidiana: Audiorias de qualidade urbana com perspectiva de gênero (tradução livre de Espacios para la vida cotidiana: Auditoría de calidad urbana con perspectiva de género) do coletivo feminista Punt.6 de Barcelona. As metodologias de gênero e espaço público apresentam seis princípios básicos de desenho urbano seguro para mulheres: 1. Sinalização 2. Visibilidade 3. Vitalidade 4. Vigilância 5. Equipamentos e Mobiliário 6. Convivência
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