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ÍNDICE
MATÉRIA DA CAPA Personagens de uma história que queria ser escrita
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Biografias
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Notícias dos Construtores
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Editorial
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POESIAS Porrada
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Os trilhos
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Holocausto, em pleno século 21
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Os Construtores de Histórias
CONTOS Arrependimento
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Você não está só...
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The Darkness Hidden World
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Trecho: O Diário de Yori
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Sérgio
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Trecho: Terra dos Papagaios
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ARTIGOS Uma Odisséia Chamada Cinema
Equipe Jornal Fênix
Sérgio de Mayra Guanaes
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E MAIS... Variedades: As curiosidades dos Construtores
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A História dos Construtores
NOTÍCIAS DOS CONTRUTORES
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HERÓIS Tivemos um encerramento pra lá de especial no CEU Jaçanã do projeto jornalístico que os Construtores apoiam Jornal Sirene.com, quatro dos membros do grupo se transformaram em Heróis para motivar essa galera a continuar a escrever, não é isso que fazemos sempre? Mas, como super-heróis foi a primeira vez. Olha a selfie! DIA DA ATITUDE Outro evento que mereceu atenção foi o Dia da Atitude, realizado pelo Projeto Cidadão em Ação de Giselda Máximo, todo voltado para a valorização da cultura afro e da consciência tão necessária entre nossos jovens. O apresentador foi ninguém menos que o Construtor de Histórias Vinicius Escócia que estava vestido a caráter. Obrigado pelo carinho. NAS ONDAS DO RÁDIO Os Construtores deram uma entrevista mais que especial para a Rádio Savic, um projeto que tem feito a diferença na Vila Constança, fizemos isso acompanhados do genial Luan Cardoso que acabou nos mandando um texto mega especial – você poderá conferir nessas páginas – para a revista. Agradecemos a anfitriã Neusa dos Santos. Incrível! TERRA DOS PAPAGAIOS O livro está em processo de revisão final e diagramação, os escritores: Catarina Barbosa, Danielle Modesto, Rodrigo Marcelino e Sandra Martins se reuniram para comemorar. Afinal, após tanto trabalho a comemoração era mais do que justa.
CIDADANIA E LEITURA Os Escritores do livro O Segredo dos Amuletos estiveram falando sobre sonhos para os meninos da Fundação Casa, infelizmente, não é permitido divulgar fotos, mas ficamos felizes em contar-lhes qual rica foi essa experiência e já agendamos outras visitas. Cidadania e leitura precisam chegar em todos os lugares. Até a próxima! AMIGO SECRETO LIVRO Nosso grupo se reuniu para debater os acontecimentos do ano: o foco é criar novas possibilidades. Rolou até um amigo secreto! No nosso caso, os presentes foram livros (novos, usados e, até mesmo, o favorito de alguns). Se você gosta de ler, copie a ideia. É mais uma forma de estimular a leitura. #ficaadica.
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Uma Odisséia Chamada Cinema No fim, tudo pode arruinar seu filme: seu diretor de fotografia pode te odiar, seu diretor de arte achar a história um lixo, o ator não acreditar na forma que você fala do personagem, seu assistente de direção pode querer te sabotar, seu editor pode achar seu material um lixo e não dar o melhor de si, seu produtor pode ser um drogado e não lhe dar apoio ou pior, você pode estar se auto produzindo, e o que o grande público vai consumir? O Produto final, fruto de todo o sofrimento e instabilidade que a produção pode ter sido. E agora? O que meu filme é, além de um emaranhado de coisas desconexas? No fim, qual o função do diretor de um filme? A palavra “Realizador” super condiz com a situação do cinema mundial, principalmente o Brasileiro, onde não existe “Alguém que venha nos defender”. Fazer um filme pode parecer fácil, mas diferente do que muitos acham, levar uma ideia pra frente tende ser muito visionário, louco e principalmente, amar muito o que se faz, pois o caminho é cheio de pedras, espinhos e infelizmente você esqueceu os sapatos em casa.“Eu respirava, comia e cagava cinema. Isso me afastou de muitas pessoas, mas me fez realizar algo que se eu não fizesse eu ia morrer, que era fazer filmes, contar histórias. Como essa tragédia foi acontecer comigo, não faço a mínima idéia, mas surgiu esse monstro e é melhor eu alimentar ele” já dizia ninguém menos que Martin Scorsese que encantou plateias e assustou tantas outras com títulos como Taxi Driver, Goodfellas, Cassinoe Hugo. Quando se tem um estalo e se tem uma idéia, é da função daquele que vai dirigir esse material e comprar essa briga se perguntar: “Gosto o bastante disso aqui? Consigo lutar por ela por 5 anos e ainda assim querer levá-la pra frente? Consigo fazer outras pessoas se apaixonarem por ela? Será que EU estou apaixonado o suficiente por ela?”. Se todas as perguntas fazem sentido para nosso personagem, que é um amigo próximo nosso a partir de agora, que se chama Lemos, bem, Lemos está pronto para fazer dessa idéia um roteiro e com o roteiro em mãos, conseguir chegar para o seu núcleo de amigos malucos – se é que existe o núcleo – e fazer todos aceitarem fazer parte desse barco. Por que um barco? Em um barco, normalmente temos um capitão, esse pobre rapaz é quem deve encher de coragem seus marujos e ter noção de como exatamente funciona esse emaranhado de cordas, panos, madeiras coladas com pregos e cercado de água, ele deve fazer com que cada um dos membros dessa comitiva façam bem seu trabalho individual, que fará com que o barco saia de um ponto X até o ponto Y. Todos devem conhecer os riscos da viagem e confiarem no capitão, pois ele é o cara que conhece o trabalho individual de cada um e vai saber resolver qualquer problema que venha acontecer em cada uma dessas funções,
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pois um erro, por mais simples que seja pode fazer o barco afundar, que vai destruir o sonho de ir até o maldito ponto Y, que é o que motivou a todos ali. Claro que todos devem saber bem que se algo der errado, seu papel não é culpar o outro marujo, mais sim buscar junto ao capitão concertar logo aquilo pra que tudo não vá por água abaixo, nesse caso, madeira abaixo. Porque o capitão é lembrado por todos? Porque ele acompanha desde o começo o trabalho de todos, ele está sempre do alto falando com todos, o que não significa que ele não está cheio de medos e dúvidas também, mas ele precisa saná-los e estar certo de que o que ele pediu que todos façam é o modo certo de fazer aquilo, e que será o melhor para todos, como em um relógio, pois se todas as engrenagens não se combinarem perfeitamente, a droga do relógio vai pifar, e ai já viu, né? Nada vai funcionar, o ponteiro não vai rodar. Mais importante ainda do que tudo já descrito acima é que o Capitão também deve ser INCRÍVEL com relações pessoais, que ele seja ótimo conversando com as pessoas e convencendo elas, pois se ele não se der bem com a marujada toda, o que lhe vai acontecer? Ele ou vai botar tudo a perder ou vai parar em uma ilha, sozinho, vendo seu barco indo embora sem ele e sem rum.... Péssimo, não? Voltando ao filme, o Diretor deve escolher pessoas que somem ao projeto, que sejam perfeitas para fazer daquela história realidade. Lemos escolheu bem dentro do possível, pois Lemos é um cara que tem muita vontade e tal, mas nem tem grana e quando ele sentou pra pensar como financeiramente ele ia fomentar a história, encontrou vários obstáculos, mas conseguiu uma grana, que pode parecer bastante, mas que para manter o básico como alimentação, dinheiro para seus colaboradores, transporte e possibilidade de viabilizar as cenas que ele quer fazer se torna algumas migalhas, mas felizmente Lemos e seus produtores, pessoas mais loucas que a maioria e que ele conseguiu contagiar, são criativos e criaram meios de Lemos fazer o mesmo que ele queria inicialmente, mas com menos, cortando algumas coisas aqui e ali, escolhendo uma terceira opção que é tão boa quanto e, às vezes até, com sofrimento abrindo mãos de algumas coisas que eram extremamente legais, mas que tiveram de rodar, pois é pegar ou largar. Com a equipe de motivados que acreditam na sua história e com a história bem aparadinha, com alguma grana no bolso e com os equipamentos em mãos, Lemos finalmente vai filmar, aquilo que ele imaginou há mais ou menos 1 ano quando ele teve a idéia inicial e se perguntou aquilo tudo. Poxa... Lemos foi muito esforçado e não desanimou nem um pouco, mas Lemos deve se lembrar: Filmar pode ser perigoso, pode ser arriscado, pode ser difícil e chegou a hora de ter muito jogo de cintura. Para conferir o texto na íntegra e conhecer outros artigos deste autor, acesse: www.cinealerta.com.br/category/cinerama/ Luan Cardoso Com apenas 21 anos, é Diretor de Cinema e fundador da empresa Quixó Produções, reside em São Paulo, capital e é colunista do Blog Cine Alerta com a coluna Cinerama.
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Arrependimento O quarto do hospital mal iluminado e fétido reunia os filhos e netos do moribundo. Ele não passa de hoje, as palavras do médico não saiam da cabeça deles. – Vô, o senhor já se arrependeu de algo na vida? – O jovem perguntou, lembrandose dos inúmeros arrependimentos na sua curta vida. – Bom, meu neto. – O velho puxou fundo o ar dos pulmões e começou a discursar, a voz baixa e rouca. – Me arrependo de ter levado a vida tão a serio, abandonei minha família e amigos tentando ganhar mais dinheiro do que eu precisava. Me arrependo de ter brigado com tanta gente e nunca fui capaz de pedir desculpas, nem sequer olhar na cara. Me arrependo de não ter viajado mais com vocês e com sua mãe. Me arrependo de ter visto meu casamento morrer e não fazer nada para revivê-lo. – Ele olhou para os filhos com os olhos cheios de lágrimas. –Me arrependo de não ter sido um pai melhor, brincado mais e ter aprendido mais com vocês. Me arrependo de imitar os meus pais, obrigando também meus filhos a ignorarem seus sonhos e ideais para seguirem os meus. Me arrependo de não ter ouvido a minha voz interior que gritava em minhas orelhas pra eu dançar mais, ser mais espontâneo, arriscar mais, viver mais. Me arrependo de ter abandonado todos meus amigos da infância e da juventude, me arrependo de ter usado tanto o celular, ignorando tudo e todos a minha volta, me prendendo em meu mundo. Me arrependo de não ter discursado naquela festa. Me arrependo de não ter enfrentado os valentões que me batiam. Me arrependo por não ter levantado a mão quando a professora perguntou algo que eu sabia. Me arrependo por ter mordido o seio esquerdo da minha mãe quando ele me amamentava. – Os Bips do monitor cardíaco iam aumentando cada vez mais. – Se acalma pai. Alguém ajuda pelo amor de Deus, chama a enfermeira! E o velho continuava. – Me arrependo de ter fecundado aquele óvulo, me arrependo de ter ganhado dos outros espermatozoides, me arrependo até do esperma do meu pai, enfim me arrependo de tudo! O silêncio reinou no quarto, lágrimas escorreram, nós surgiram nas gargantas e, por fim, o velho parou de se arrepender para sempre. Samuel Porto 19 anos, escritor periférico, Ativista Cultural em Brumado(BA). Crendo que a poesia em suas diversas formas é capaz de mudar vidas, criou junto com amigos o Movimento Poesia Viva, projeto que visa a valorização cultural da cidade de Brumado.
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Porrada Apanhe… Apanhe mais… Apanhe bem, Que é pra tu não te tornares um ninguém. Sofra, chore. E sangre. Sangre! Sangre sim. Por que não? Deixa a vida escorrer, deixa a morte benzer.
Apanhe mais… Apanhe bem, Que é pra tu não te tornares um ninguém.
Toque as feridas do coração. Traz à memória. Sufoque. Jogue fora.
Toque as feridas do coração. Traz à memória. Sufoque. Jogue fora.
Reprima as lágrimas. Seja macho, seja forte. É o que esperam de nós. É o que tem pra hoje. Reprise do ontem. Pessimismo do amanhã.
Reprima as lágrimas. Seja macho, seja forte. É o que esperam de nós. É o que tem pra hoje. Reprise do ontem. Pessimismo do amanhã.
A espera é cansativa. O sonho teima em tardar. Nossa vez, chegará?
A espera é cansativa. O sonho teima em tardar. Nossa vez, chegará?
Sofra, chore. E sangre. Sangre! Sangre sim. Por que não? Deixa a vida escorrer, deixa a morte benzer.
Gabriel Nunes 18 anos, poeta, Ativista cultural residente em Brumado(BA). Crendo que a poesia em suas diversas formas é capaz de mudar vidas, criou junto com amigos o Movimento Poesia Viva, projeto que visa a valorização cultural da cidade de Brumado.
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Você não está só... “Eu te via passeando com um cachorro que adorava fazer suas necessidades na calçada. Você recolhia com cuidado e com medo de se sujar. Cada vez que ele insistia em repetir e você olhava com uma expressão de raiva, como se o animal estivesse fazendo aquilo para te sacanear, eu ria disfarçadamente, me diverti muito com esses passeios. Sua camiseta preta alguns números maiores que você, uma calça jeans rasgada e uma bota de couro. Comecei a achar que você só tinha essas três peças de roupas para usar, era algo hilário. Mas logo percebi que eram suas favoritas, confesso que senti uma pontada de inveja delas. Ver seu sorriso bobo quando cumprimentava alguma vizinha pela manhã me iluminava, fazia meu dia valer a pena. Diversas vezes pensei em sair do meu anonimato na esperança de ter um desses sorrisos direcionados a mim. O carteiro que deixava suas correspondências ás dez da manhã já estava acostumado de me ver por ali, se eu não estivesse com minha roupa de ginástica, fingindo dar uma corrida pela vizinhança provavelmente ele acharia suspeito a minha presença constante. Mas assim que ele passava eu cumpria meu dever: ia dar uma olhada na sua caixinha de cartas. Banco, conta de luz, conta de água, fatura de cartão, algum panfleto de promoção, e outras vezes cartão postal de alguns amigos que estavam no exterior (Paris e Roma eram os que mais você recebia, parece ser bem popular não é mesmo?). Seu lixo para mim já era familiar, sempre cheio, normalmente de embalagens de comida congelada, latinhas de cerveja e garrafas de refrigerante. Você não se precisamente). Acende a luz da cozinha, apaga, acende a do banheiro, permanece durante alguns minutos e vai para seu quarto onde liga o abajur até pegar no sono. E que sono pesado, sorte a minha, pois você nunca me ouviu escalando até a preocupa muito com a saúde, né? Pois deveria, não quero ver você doente no futuro. Para mim sempre foi estranho ver garrafas de destilados em um dos sacos, você não é de beber esse tipo de bebida devidos aos remédios controlados que você toma antes de dormir (as dez e meia da noite janela para te observar dormir com o mesmo cobertor verde e um short e futebol azul, a mão de baixo do travesseiro. Tantas as vezes que eu me imaginei sendo cada parte do seu colchão que tocava seu corpo. Mas não vou me estender muito nesse assunto. Não queria te assustar com tudo isso, só te mostrar que não está sozinho e que existe alguém te acompanhando e observando. E principalmente se importa com você, até demais. Beijos, estarei por perto. Paulo Giordan AS.”
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THE DARKNESS HIDDEN WORLD “Essa é a história onde tudo começou, a mudança drástica na minha vida fez com que a loucura, confusão e a responsabilidade fossem meus únicos sentimentos, além de tudo fico pensativo em uma coisa... Quem sou eu?..." "Nesse mundo, nunca imaginei que alguém teria um propósito ou uma missão na vida; Mas então descobri que estava errado. E agora, além de 1 possuo 5. Como poderia escolhas diferentes resultarem em rumos tão distintos?’’ Meu nome é Yasuyuki Matsunami, e eu não desistirei até que a ultima gota de esperança se transforme em pó! Meu nome é Yasuyki, essa é a história onde tudo começou, a mudança drástica na minha vida fez com que a loucura, a confusão e a responsabilidade fossem os meus únicos sentimentos. Mas, sobretudo, ainda tenho minhas dúvidas: Quem sou eu? Nada me enfurecia mais do que não saber o objetivo da vida, ou, melhor dizendo, da minha vida. Não acho que uma pessoa tenha sentido nessa vida sem saber o seu próprio objetivo. Era assim minha vida, morta. Tudo começou no dia 16/02/2015 Aquela época não era uma das melhores na verdade, foi o surto da água no mundo; Ela estava acabando pouco a pouco, mas do mesmo jeito, era como todo dia normal, eu tinha que ir para a escola faltando água ou não. Eu, Yasuyuki, tenho 16 anos, tenho cabelos vermelhos, olhos meio dourados e sou branco. Tenho uma personalidade meio agressiva e ao mesmo tempo extrovertida, resumindo, sou bipolar. Eu estava no quarto era 12:31 PM, e estava deitado até ouvir a voz de minha mãe Amy.
Wattpad: Link_Hero_of_time Nome da história: The Darkness Hidden World --Remake-Henrique de Freitas Tenho 15 anos e moro em São Paulo. Há 3 anos eu venho sonhando em ter minhas histórias publicadas e se tornarem anime, e hoje o sonho pode estar apenas começando.
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PERSONAGENS DE UMA HISTÓRIA QUE QUERIA SER ESCRITA As origens e a tragetória do Coletivo que constrói histórias Como é para uma pessoa crescer sabendo que o futuro do mundo depende de suas escolhas? Que o bem e o mal, apesar de divergirem em objetivo, dependem dele para alcançarem êxito? Marcelo Hamasaki é um menino que vive uma realidade muito diferente da nossa, repleto de amuletos poderosos e lutas para salvar e destruir o mundo. Tudo que ele deseja descobrir é qual é seu lugar, dividido entre o que nasceu para ser, a criação que recebeu e o que ele sente de verdade. O garoto trava uma batalha interior e exterior permitindo conhecer as origens de todos os amuletos e entender o porquê pessoas fazem diferentes escolhas e percorrem caminhos variados. A questão primordial é: Marcelo é o herói para o qual foi educado, o vilão planejado ou algo diferente? Se a cada um de nós é possível fazer escolhas e mudar nossos rumos, com tantas expectativas recaindo sobre os ombros de uma pessoa, é possível ser ela mesma? Esse poderia ser um conto fantasioso, inserido em um universo mágico, como tantos outros, não fosse pela história – real – que se desenrola por trás dela: um grupo formado por quatro alunos e uma professora que decidiu escrever um livro, publicá-lo e apostar em um sonho. Em Setembro de 2009, uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, falava sobre o feito de uma professora e seus quatro alunos: dentro O Segredo dos Amuletos - E.E Sérgio da Costa das paredes de uma escola “nakamura” – termo que designa escolas provisórias, construídas em material metálico –, cujo público estava desacreditado na educação, na periferia da Zona Norte de São Paulo, em meio à realidade socioeconômica desfavorável, eles haviam publicado um livro de modo inédito. Não era apenas uma história, era uma história escrita coletivamente, de maneira fluida com envolvimento total dos integrantes em todo o processo de criação e elaboração.
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“Eu nunca sonhei com algo grande” explica Sandra Martins, formada em Letras. “O intuito era atingir a comunidade escolar, sensibilizá-la e fazer com que pais e alunos acreditassem na educação como forma de mudar sua realidade.” “O Marcelo, porém, encantou cada criança que teve acesso, fomos a primeira leitura de uma porção delas, abrindo caminho para o mundo literário.” complementa Matheus Mendes “De repente, éramos, com 11 anos, escritores. Visitamos outras escolas, com realidade semelhante à nossa, para contar nossa história, mas também fomos convidados para universidades, bibliotecas... Estivemos na FLIP e na Os autores em Visita ao Mackenzie Bienal do Livro, não esperávamos por isso”. Os escritores tiveram oportunidade de participar de duas bienais do livro de São Paulo no stand da Secretaria da Educação (2010/2012) e de dois dias da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), as palestras também se multiplicavam em equipamentos públicos, escolas e associações. Em meio a esse turbilhão, eles publicaram o segundo livro e escreveram o terceiro e o quarto volume da saga (ainda sem publicação). “Nas palestras, despertávamos sentimentos dos mais diversos.” brinca, Paulo Giordan “Alguns queriam nos matar por não concordar com o rumo que os personagens tomavam, outros davam sugestões até mesmo de novos personagens e, ainda, havia aqueles que contavam seus sonhos.”. Essa história poderia resumir-se à produção dessa saga de livros, o que já seria admirável. No entanto, a cada nova palestra, os autores se deparavam com um número enorme de pessoas – indiferente da idade – que desejavam escrever e contar suas próprias histórias: “Isso começou a mexer muito com a gente, 1ª Reunião ‘Construtores tínhamos vontade de fazer algo a respeito. Nossas publicações de Histórias’ tinham sido uma conquista sem apoio de editoras, apenas por acreditarmos no nosso sonho.” justifica a professora “As pessoas nos mostravam seus textos e nos pediam ajuda. Era quase uma obrigação fazer algo a respeito.”. “A gente cresceu, mudou de escola e continuou escrevendo. Muitos dos nossos amigos acompanhavam nosso trabalho e começaram a somar com ideias, mas não escreviam conosco. Acho que esse foi nesse momento que surgiu a ideia de um coletivo, de um grupo colaborativo onde as pessoas se ajudassem.” conta Matheus. Em 2011, Luan Cardoso e Thaís Mariano já tinham deixado o Áudio Book grupo e os demais integrantes passaram a repensar os rumos de Gravação Fábricas de Cultura suas palestras e atuações. A partir de então, juntam-se ao grupo Vinicius Escócia, Catarina Barbosa e Vinicius Soares. “A primeira ideia do Coletivo ainda apareceu sem nome, e sem muita certeza de como isso ia funcionar, só sabíamos que queríamos escrever.” relata Escócia – como é chamado nas reuniões do grupo, a fim de evitar confusões.
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Palestra para alunos da Rede Pública de Ensino
Hoje, o Coletivo está sediado no bairro da Vila Zilda, periferia de São Paulo e produz três novos livros: Terra dos Papagaios, Gnomon e Poesias Engavetadas, todos eles dentro da ideologia de escrita coletiva: “Ouvimos que escrever é uma tarefa solitária, não para nós”. Explica Danielle Modesto, que hoje, com 13 anos é a caçula do grupo “Há uma troca de experiências. Por conta disso, eu me expresso muito melhor que outras meninas da minha idade. Quero ser blogueira e pra isso é necessário ter conteúdo pra dividir”. O coletivo é uma conquista de todos os oito integrantes desse grupo: “Não é apenas participar, é contar essa experiência e multiplicá-la, estamos fazendo a diferença, pois acreditamos que é só assim, com ações, que teremos um mundo melhor.” Paulo conclui com a frase criada por ele, que hoje se tornou-se um lema para eles, “Somos personagens de uma história que queria ser escrita”.
O menino correu para fora do quarto, aproveitando-se do fato de que Eliberto esquecera a porta destrancada. Era a oportunidade que precisava. No fim do corredor, uma portinhola dava acesso a uma sacada e ele se dirigiu até ela. Rente ao parapeito, sentiu o vento sacudir-lhe os cabelos e uma sensação de liberdade invadiu seu coração. Era isso! Liberdade. Subiu no balaústre, fechou os olhos. Viu Yori e Diana de mãos dadas, precisava correr e abraçá-los. A distância não podia ser suportada nem mais um segundo. Fez uma prece rápida: pedia apenas que seus amigos continuassem bem. Abriu os braços. Pulou.
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Trecho: O Diário de Yori - A Palavra Pai São Paulo, 04 de Novembro de 1998. Hoje falou com perfeição a palavra: “PAI”, uma palavra muito simples que Davi lhe ensinou a falar, como tantas outras. Essa, porém, tocou um coração adormecido que esquecera que a felicidade está nas coisas simples. Entenda, meu amor por você não foi a primeira vista, pelo contrário, a primeira vista me senti extremamente assustado e achei que nunca me adaptaria a ti. Seus olhos sempre buscam alguém atento e de início nem me achava capaz de ser essa pessoa. Suas lágrimas me assustavam! Mas eu me tranquilizava pensando que era provisório você estar aqui. Provisório? Cheguei a desejar que de sua casa alguém viesse buscá-lo. Como? Pensam que estás morto. Contrariando tudo que acreditamos esta semana a limusine de Eliberto Escobar esteve parada em nossa porta. Em meu desespero pensei que ele houvesse lhe descoberto. Minha aflição era pressentir que podia ficar sem você. Não posso. Não mais. Uma coisa acabou me convencendo de nossa afinidade, você nunca pediu por sua mãe. O que para uma criança de dois anos é muito estranho. E, agora, chamou-me de pai. Para você acredito que é só uma palavra. Mas pra mim fez-me notar que estamos interligados e que, mesmo eu estando longe de ser o pai perfeito pra você, você já é parte de mim. (...) Eu escolhi você para ser meu filho e lutarei para que tenhamos um mundo perfeito. O meu mundo já tem sido mais perfeito desde ti. Yori Hamasaki “Diário de Yori” é Spin-off da Saga “O Segredo dos Amuletos” Sandra Martins e Matheus Mendes
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Sérgio Ele sempre está sentado na nossa porta porque o nosso degrau fica ao lado da padaria e ele bebe bastante. Ele geralmente está aqui de manhã e sempre trocamos algumas palavras. Nos tratamos com respeito. Houve uma época em que alguns moradores de rua ficavam aqui na porta também, e nem sempre eles estavam sóbrios o suficiente para entender que precisávamos passar por ali para ir trabalhar. O Sergio colocava ordem na porra toda e convenceu o Carlos, um morador da nossa calçada que estava debilitadíssimo, a se internar. A saúde do Carlos me preocupava, mas o Sérgio é que foi o anjo dele. O Sérgio sabe que eu esqueço as coisas, porque já voltei do ponto de ônibus várias vezes para buscar o que havia esquecido. Um dia voltei duas vezes e desde então, quando desço, ele lembra: pegou o guarda-chuva? Óculos? Carteira? Ele não é de falar muito, mas pelo pouco que já conversamos nesses momentos de passagem, já percebi que ele é muito articulado. E tem ideia para trocar. Confesso que, se eu não soubesse do problema que ele tem com a bebida, eu mesma já teria sentado no degrau num começo de tarde para beber observando os carros passando. Eu falo que o Sérgio é o dono da minha porta, mas ele fala que é o guardião. Ele diz que é inteligente, mas que precisa usar a inteligência dele. Hoje, quando descemos para ir ao mercado, o Sérgio estava assim, meio pensativo, disse que tava se achando. Na volta nos cumprimentamos só com um sorriso. O Sergio resolveu se internar também. Sabe que acho que essa porta agora vai ficar um pouco estranha sem ele, mais cinza ainda, vazia. Mayra Guanaes Estuda Letras na Universidade Federal de São Paulo. Tem publicações nos jornais “Entrementes”, “Altavoz” e “O Pimenteiro” no qual também era responsável pela edição. Participou da antologia “Aquarela” da editora Andross com a crônica “Quebra de expectativa” que recebeu o 3º lugar no concurso Apud Letras 2014. Recentemente ganhou menção honrosa pelo 7º lugar do Concurso de Contos Dirce Doroti Merlin Clève com o conto “Quinze minutos”.
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Os Trilhos Os sinais trabalham Seus espaço no ar... Surgiu um brilho Em seu olhar... Dois trilhos que refletem A luz do luar... Os trilhos do ouro Os trilhos do ferro Os trilhos do aço Os trilhos dos grãos Os trilhos do milho...
Diógenes Miquelão Aquino É formado em filosofia, poeta das ruas escreve sobre Ouro Preto os mais diversos assuntos e os divulga em Fanzines ilustrados. Trabalhou como professor na rede pública de Minas Gerais.
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HOLOCAUSTO, EM PLENO SÉCULO 21 FECHARAM OS OLHOS FECHARAM OS OUVIDOS FECHARAM OS CORAÇÕES FECHARAM AS FRONTEIRAS DA SALVAÇÃO HOLOCAUSTO,EM PLENO SÉCULO 21 REFUGIADOS DA GUERRA, REFUGIADOS DA FOME. ESTE É O PLANETA TERRA, SERES HUMANOS NO MAIS TRISTE ABANDONO. -------------------------------------------------------EU PEÇO QUE EM GRUPOS CANTEM BEM ALTO EM SEUS IDIOMAS . HOLOCAUSTO,EM PLENO SÉCULO 21! -------------------------------------------------EU PEÇO QUE FAÇAM VÍDEO MOSTRANDO O FLAGELO DOS REFUGIADOS E CANTEM BEM ALTO! HOLOCAUSTO,EM PLENO SÉCULO 21!
Paulo Gomes Paraibano, escritor de poemas, ativista social e devoto de sua família é um eterno contextador da sociedade e sonha com um mundo melhor.
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Trecho: Terra dos Papagaios Um turno no barco se encerrava e outro começava, os marinheiros cansados pela noite de trabalho desciam ávidos por um gole de vinho e pão fresco. Tudo era muito racionado no barco e Rodrigo servia os homens com porções exatamente iguais. Inácio aproximou-se dele e balançou a cabeça cumprimentando-o. Tinha os olhos fundos e um aspecto doente. - Você tá bem? – perguntou ao primo. - Me sinto péssimo. – respondeu com uma voz rouca. Rodrigo passou o pão ao rapaz que saiu andando até a bancada, mas não chegou nela. Caiu em direção ao solo, um estampido enorme se ouviu e o rosto do rapaz colidiu contra o banco. Rodrigo largou o cesto de pães e correu em direção ao primo caído. Tinha muito sangue no rosto e o rapaz ardia em febre. Levantou-o carregando o rapaz até o porão onde abriu sua bolsa em busca da erva indígena que trouxera. A índia que o criou deu-lhe várias quando soube que estaria em um barco dizendo: “Curumim tem que se proteger, leve essas ervas”, eram medicinais, usadas na tribo entre os tupinambás, ali porém, não poderia mostrá-las, os portugueses viam essa suposta “cura” como bruxaria. Inácio com os olhos abertos viu-o revirar a bolsa, em busca de algo. No entanto, para sua surpresa caiu dela um saco de moedas de ouro, muito mais dinheiro do que o primo seria capaz de ter. Rodrigo assustado recolheu-as com pressa e achou o que procurava. Rasgou em três a planta e enfiou-a dentro da boca de Inácio, que sentiu um gosto amargo e sua língua adormeceu. Rodrigo lhe ordenou: - Mastigue! Inácio adormeceu quase que de imediato e Rodrigo pegou uma bacia com água e um pano, com o qual limpou o sangue do rosto do rapaz e tentava diminuir a temperatura de seu corpo. Inácio dormiu por horas, quando acordou já era noite e Rodrigo estava em um canto da cozinha areando panelas, ao notar que ele havia despertado aproximou-se, Inácio sentouse passando as mãos sobre a cabeça: - Você está melhor? – questionou Rodrigo - O que aconteceu? O que me fez comer? – perguntou ainda tonto o rapaz. - Uma planta, não lhe fará mal. Inácio levantou-se, ainda tonto andou em passos descoordenados até Rodrigo e o abraçou: - Obrigado. – disse ainda segurando Rodrigo nos ombros – De hoje em diante, lhe devo a minha vida. Pode cobrar. - Não é necessário... - É uma promessa. – interrompeu o primo – Em Portugal serei seu seguidor, um escudo para você. Não tinha porque salvar a minha vida. – o rapaz parou um instante como se refletisse – Nunca nem fui bom pra você. Não esqueça, te devo a minha vida. Dizendo isso o rapaz soltou Rodrigo e subiu as escadas, ainda com as pernas meio bambas, Rodrigo ficou parado tentando entender o que se passava.
Catarina Barbosa, Danielle Modesto, Rodrigo Marcelino e Sandra Martins
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VARIEDADES
Aproveitando o tema desta edição, trouxemos curiosidades a respeito das nossas histórias. A dica é sempre anotar essas peculiaridades em suas histórias, elas merecem ser contadas. O Segredo dos Amuletos teve seu início em um projeto de escola intitulado “Jornal Construindo o Futuro” que era apenas um jornalmural onde saiam textos de alunos da Professora Sandra – isso ocorre em muitas escolas, seria legal que tudo virasse livro, não é? O primeiro livro da saga O Segredo dos Amuletos foi escrito em três meses, já com partes do segundo. O grande desfecho da Saga de dez volumes já está escrito desde antes da publicação do primeiro. Paulo Giordan foi o primeiro leitor de O Segredo dos Amuletos, mas seus acréscimos eram tão bons que ele acabou entrando pro grupo. A escrita ainda era tão amadora que Paulo acreditou que o protagonista era japonês, pois faltava a descrição. Para a saga os escritores produziram linhas do tempos, árvores genealógicas e histórias de personagens secundários como a Criação de Eliberto, O dia a dia do Mundo dos Mortos e o Diário de Yori, pai do protagonista. As cenas de ação eram todas reproduzidas em pecinhas de lego coloridas antes de serem escritas. A propósito, falando do nome o primeiro nome não foi O Segredo dos Amuletos, foi: Os 12 Amuletos, Os 18 Amuletos, Os Amuletos, mas parecia revista de signos, então como sugestão de Leonardo Monteiro Quaglia, o desenhista da capa, virou O Segredo dos Amuletos. Terra dos Papagaios foi cogitado se chamar Pindorama e Brasil. Já Gnomon sempre chamou Gnomon. O Livro Terra dos Papagaios, o único romance escrito pelo coletivo, começou a ser escrito no dia 12 de junho de 2015, dia dos Namorados – mas a gente só se tocou disso depois lendo os arquivos. Ainda sobre Terra dos Papagaios quando o personagem Rodrigo foi criado, Rodrigo Marcelino ainda não conhecia os Construtores, quando o menino entrou pro grupo eles pensaram em trocar o nome, mas nenhum nome parecia tão bom. Então, permaneceu o personagem homônimo. Gnômon era para ser uma história infantil de uma casa com relógios. O personagem Arthur de Gnomon foi a primeira criação em homenagem ao filho recém-nascido de Vinicius Escócia na época que a história dava seus primeiros passos. Os cozinheiros Gioseppe e Alfredo, um muito falador e outro sempre calado, criados em uma brincadeira por Sandra Martins e Matheus Mendes para o primeiro livro, aparecem em todas as histórias escritas até hoje pelo coletivo ou todas as vezes que eles criam barcos. A revista Construtores de Histórias foi idealizada em 2011, quando Vinicius Escócia entrou para o grupo, mas uma revista para novos escritores parecia loucura... Pois é, aqui estamos nós. Ficou curioso? Quer saber mais sobre os Construtores de Histórias, acesse nossa página no Facebook: www.facebook.com/construtoresdehistorias
EDITORIAL
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Última revista via VAI! Estamos torcendo para continuar informando e postando os textos de tanta gente boa que tivemos a honra de conhecer ao longo desses oito meses. Agradecemos o apoio e compreensão de nossa inexperiência pela equipe do VAI, em especial ao Elton Bueno que nos deu as orientações necessárias. Sem você nada disso seria possível. Nessa edição, pedimos licença para contar nossa própria história, que ela inspire cada um de vocês a seguir seus próprios sonhos e mirar no mais longe, onde ninguém além de você precisa acreditar que pode chegar. Agradecemos aos escritores de todas as idades que confiaram seus textos a nós, aí estão com os devidos créditos e com muita vontade de vê-los escrever mais e mais. Buscaremos retornar com o patrocínio e se não acontecer, buscaremos patrocínio para continuar esse tão importante trabalho. Abaixo, uma singela homenagem a todos que somaram a essa equipe. Boa Leitura, Sandra Martins - Idealizadora do Coletivo Atenção! Se você sempre quis ser um escritor, essa é a sua chance. Venha ser um Construtor de Histórias! Envie seu texto para: col.construtoresdehistorias@gmail.com Realização: Construtores de Histórias Direção de Redação: Sandra Martins Diagramação e Editoração: Matheus Mendes Publicidade e Designe Gráfico: Vinicius Escócia Direção de Arte: Paulo Giordan Arte da Capa: Ronaldo Ferreira Revisão e Pesquisa: Vinicius Soares Seleção de Conteúdo: Rodrigo Marcelino Reportagens: Catarina Souza e Danielle Modesto Impressão: Construtores de Histórias
Autores convidados: Catarina Barbosa Danelle Modesto Diógenes Miquelino Gabriel Nunes Henrique de Freitas Luan Cardoso Matheus Mendes
Mayra Guanaes Paulo Giordan Paulo Gomes Rodrigo Marcelino Samuel Porto Sandra Martins
Contato: col.construtoresdehistorias@gmail.com www.facebook.com/construtoresde histórias
Tiragem: 3.000 Exemplares Distribuição Gratuita - Venda Proibida
PATROCÍNIO:
A reprodução total ou parcial dos textos só é permitida mediante autorização ou citação de fonte e autor.
REALIZAÇÃO
MISSÃO Nossa missão é promover e auxiliar experientes e novos escritores nesse árduo trajeto de criar e contar uma história. O objetivo principal é motivá-los a começar ou continuar a produzir literatura. VISÃO Estabelecer um elo entre o escritor e a escrita de modo a promover uma maior perspectiva, recuperando autoestima e sonhos ou criando-os ao lono da atuação. VALORES Trabalho em equipe, Responsabilidade, Motivação, Inovação, Criatividade, Inclusão.
PATROCÍNIO