FÁBRICAS DE CULTURA Cidadania Cultural
Projeto Condor
Trabalhando com a produção literária na comunidade para alçar voos.
Construtores de Histórias: Sandra Martins e Matheus Mendes 2016
Gêneros Literários O termo gênero é utilizado nas diferentes formas de arte, para denominar um conjunto de obras que apresentam características análogas de forma e conteúdo. De acordo com a concepção clássica (Arte Poética, de Aristóteles), os gêneros se dividem em três categorias básicas: o épico, o lírico e o dramático. Atualmente, também se organizam os textos literários em três gêneros: narrativo, lírico e dramático. NARRATIVO: Os longos poemas narrativos, em que um acontecimento histórico protagonizado por um herói é celebrado, são chamados de épicos ou epopeias. As obras épicas mais importantes para a literatura ocidental são a Ilíada e a Odisseia (século VIII a.c.), cuja autoria é atribuída a Homero. A estrutura desses poemas serviu de base para outras como a Eneida, de Virgílio e Os Lusíadas de Camões. O objetivo do último é exaltar a bravura do povo lusitano, representado por Vasco da Gama. Ao longo dos séculos, o conceito do poema épico se transformou para acomodar as mudanças sociais e políticas por que passaram as sociedades. No século XVIII, os poemas narrativos entraram em declínio e surgiu a narrativa em forma de romance. Na narração, há a presença de um narrador, aquele que conta uma história, ações que se desenvolvem em uma sequência narrativa com personagens que atuam em um determinado espaço e tempo. Visto assim, a “epopeia” moderna é a luta do homem comum para construir sua identidade e sobreviver em uma sociedade que oprime o indivíduo em nome dos valores coletivos. LÍRICO: A poesia lírica é uma forma de atender ao anseio humano de expressão individual e subjetiva, diferente das epopeias que divulgavam os ideais e valores que organizavam a vida na polis (em grego, cidade ou estado). Além de expressar sentimentos e emoções, no texto lírico há predominância de pronomes e verbos na 1ª pessoa e a exploração da musicalidade das palavras. Desde o surgimento da lírica, várias foram as estruturas utilizadas na composição de poemas. São elas: elegia – poema surgidona Grécia Antiga que trata de acontecimentos tristes, enfocando a morte de um ente querido ou de alguma personalidade pública; ode – exalta valores nobres – tom de louvação; écloga – poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores (séculos XVI e XVII); soneto – forma mais conhecida. Poema de 14 versos, organizados em 2 estrofes de 4 versos (quartetos) e 2 estrofes de 3 versos (tercetos). DRAMÁTICO: Segundo Aristóteles (Poética), o termo drama faz referência ao fato de, nesses textos, as pessoas serem representadas “em ação”. Textos dramáticos são produzidos para serem representados, a voz narrativa está entregue às personagens que contam a história por meio de diálogos ou monólogos. Não há mediação do narrador. Na Idade Média, havia duas modalidades dramáticas: o auto – peça curta, em geral, de cunho religioso; a farsa – envolvia situações grotescas ou ridículas. É importante lembrar que o fim da Idade Média traz para o teatro um período de intensa atividade. Por exemplo, na Inglaterra, William Shakespeare escreveu várias peças que se transformaram em clássicos do teatro universal. Uma das tendências da nossa época é a mistura de gêneros. Tanto encontramos textos que introduzem sequências narrativas na poesia, quanto textos que usam procedimentos da poesia na prosa.
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Conto, Novela e Romance O Conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista. Novela, em português, é uma narração em prosa de menor extensão do que o romance. Em comparação ao romance, pode-se dizer que a novela apresenta uma maior economia de recursos narrativos; em comparação ao conto, um maior desenvolvimento de enredo e personagens. A novela seria, então uma forma intermediária entre o conto e o romance, caracterizada, em geral, por uma narrativa de extensão média na qual toda a ação acompanha a trajetória de um único personagem (o romance, em geral, apresenta diversas tramas e linhas narrativas). O Romance é um gênero da literatura. Herdeiro da epopéia, é tipicamente um gênero do modo narrativo, assim como a novela e o conto. A diferença entre romance e novela não é clara, mas costuma-se definir que no romance há um paralelo de várias ações, enquanto na novela há uma concatenação de ações individualizadas. No romance uma personagem pode surgir em meio a história e desaparecer depois de cumprir sua função. Outra distinção importante é que no romance o final é um enfraquecimento de uma combinação e ligação de elementos heterogêneos, não o clímax. Há de notar que o romance tornou-se gênero preferencial a partir do Romantismo, por isso ficando o termo romance associado a estes. Entretanto o realismo teria no romance sua base fundamental, pois apenas este permitia a minúcia descritiva, que exporia os problemas sociais.
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Poesia A principal característica do gênero em questão é a subjetividade. Por meio da poesia, o autor revela suas impressões ligadas ao mais profundo “eu”, extravasando emoções e sentimentos pela expressão verbal rítmica e melodiosa. Cultuado desde os tempos da Antiguidade, era representado pelo canto, forma pela qual as composições poéticas eram apresentadas, acompanhadas do som de uma lira – um instrumento musical de cordas mais popular daquela época. A musicalidade era concebida como fonte inspiradora e criativa de todo o sentimentalismo em ascendência. Tais formas poéticas, umas muito antigas, outras mais modernas, caracterizavam-se por apresentar um determinado número de versos, re presentadas por uma for ma e ritmo específicos, geralmente fixos. Como forma de representá-las, vejamos os exemplos mais comuns: Ÿ Soneto: De origem italiana, surgido no século XIII, é um poema composto
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por quatro estrofes, sendo as duas primeiras com quatro versos (quartetos) e as duas últimas com três (tercetos). Essa forma perpetuou-se por todos os estilos literários, atingindo a contemporaneidade. Elegia: Originado na Grécia, trata-se de um poema no qual a temática pauta-se pela morte ou outros acontecimentos tristes. Écloga: Poema que retrata a vida bucólica, os acontecimentos ligados à vida pastoril. Idílio: Retratado sob a forma de diálogos, também traduz a temática campesina. Ode: É um poema originário da Grécia, exaltando valores nobres sob um tom entusiástico. Hino: Ode destinada à exaltação dos deuses da pátria.
Há que se ressaltar que, além do espírito subjetivo, principal componente da poesia lírica, ela ainda conta com a participação do “eu-lírico”, ou seja, a própria voz que fala no poema, expressa pelas emoções e pelo sentimentalismo, no qual o eu–poético não mantém nenhuma ligação com o artista (o poeta).s para sua realização x proposta sem o detalhamento dos meios para sua realização. 04
Gênero Dramático A principal característica do gênero dramático é a tendência à representação, ou seja, os textos pertencentes a esse gênero são escritos com o objetivo de serem representados por atores a um público. Sua estrutura, portanto é organizada de modo a obter êxito na dramatização, com o auxílio de elementos como o cenário, o figurino, a sonorização, dentre outros, que situam a obra em relação ao tempo e ao espaço. Os textos do gênero dramático são organizados através das falas dos personagens (discurso direto), permeadas por rubricas ou didascálias, que representam indicações cênicas e nomes dos personagens a cada mudança de turno (fala) no discurso. 1.1 – UNIDADES DE AÇÃO DO TEXTO DRAMÁTICO As maiores unidades de ação são denominadas atos (divisões do texto dramático que ocorrem a cada mudança de cenário), que se subdividem em cenas (partes dos atos que correspondem à entrada ou saída de algum personagem). 1.2 – ORIGENS: A principal explicação para a origem do drama seriam os festivais, realizados na Grécia Antiga, em honra ao deus Dionísio (ou Baco, para os romanos) ao fim de cada colheita de uva. Nesses festivais, bebia-se e cantava-se em louvor a esse deus, homenageando-o através de procissões e da apresentação de seus feitos por um coro, liderado por um *corifeu. De acordo com o Mito de Téspis, em uma dessas apresentações, o jovem Téspis revolucionou as homenagens ao deus do vinho ao desgarrar-se do coro e subir no altar e gritar “Eu sou Dionísio”. Ele, assim, deu origem ao ofício de ator. *Corifeu: regente do coro nas tragédias gregas.
1.3 – MODALIDADES DO GÊNERO DRAMÁTICO Grécia Antiga 1.3.1 TRAGÉDIA: Segundo Aristóteles, o objetivo das tragédias era o de provocar uma forte impressão no público, de tal maneira a fazer com que as pessoas refletissem sobre as paixões e vícios humanos, a partir sentimentos produzidos pelas ações de heróis, muitas vezes inconscientemente. Nessas peças, o herói é um ser superior, ético, que enfrenta as adversidades impostas pelos deuses e pelo destino e assumem o erro cometido, tendo um fim trágico, geralmente fatal. 1.3.2 COMÉDIA: Por meio das comédias, eram representados fatos comuns, cotidianos, corriqueiros, relacionados à vida de pessoas comuns. A principal função da comédia era a crítica dos costumes por meio do riso. Idade Média 1.3.3 AUTO: Peça curta, geralmente de cunho religioso ou profano, com teor moralizante. Os personagens representados eram entidades abstratas, como a bondade, a virtude, a hipocrisia, o pecado, a gula, a luxúria. 1.3.4 FARSA: Peça pequena, como o auto; seu conteúdo envolvia situações ridículas e grotescas, objetivando criticar os costumes por meio da sátira. A Farsa difere da Comédia pelo fato de não preocupar-se com a verossimilhança. 1.3.5 TRAGICOMÉDIA: Peça em que se misturam elementos trágicos (assunto e personagens), com elementos cômicos (linguagem, incidentes e desfecho). Seus temas são variados, como, por exemplo, violência, morte, roubos, dentre outros; sendo a eles dado um tom de humor. 1.3.1 DRAMA MODERNO: Essa modalidade surgiu no séc. XIX e tem como principais características a liberdade de expressão, a eventual mistura entre o sério e o cômico e o estudo do homem burguês em seus conflitos familiares e sociais, havendo uma aproximação dos conflitos representados pelos personagens da peça com aqueles vivenciados pelo homem.
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Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.
Guimarães Rosa Guimarães Rosa (1908-1967) n a s c e u e m Cordisburg o, pequena cidade do interior de Minas Gerais.. O romance Grandes Sertões: Veredas é sua obra prima. Fez parte do 3º Tempo do M o d e r n i s m o, c a r a c t e r i z a d o p e l o rompimento com as técnicas tradicionais do romance.
Clarisse Lispector C l a r i c e L i s p e c t o r, nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, filha de família judaica, imigraram para Maceió. Por iniciativa do pai, todos mudam de nome e Haia, como se chamava, passa a ser Clarice. Escritora e jornalista, foi reconhecida como uma das mais importantes escritoras do século XX. A Hora da Estrela foi seu último romance, publicado em vida.
GrandesA Brasil
Carlos Drummond de Andrade Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de M i n a s G e r a i s, e m 1902. No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho. Este é um trecho de uma das poesias de Carlos Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
Graciliano Ramos Graciliano Ramos (nasceu na cidade de Quebrângulo, Alagoas, em 1892. O romance Vidas Secas foi sua obra de maior destaque. É considerado o melhor ficcionista e o prosador mais importante da segunda fase do Modernismo. Suas obras, embora tratem de problemas sociais, apresentam uma visão crítica das relações humanas, que as tornam de interesse universal.
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João Cabral de Melo Neto João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife, foi um poeta e diplomata brasileiro. Consagrado pelo poema dramático Morte e Vida Severina. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras e recebeu os Prêmios da Poesia, do Instituto Nacional do Livro; Jabuti, da Academia Brasileira do Livro; e o da União Brasileira de Escritores, por Crime na Calle Relator.
Castro Alves Castro Alves nasceu em Muritiba, Bahia, em 1847. O último grande poeta da terceira geração romântica no Brasil. O Poeta dos Escravos expressou em suas poesias a indignação aos graves problemas sociais de seu tempo. Denunciou a crueldade da escravidão e c l a m o u p e l a l i b e r d a d e, d a n d o a o romantismo um sentido social e revolucionário. Cecília Meireles Cecília Meireles foi a primeira voz feminina de g rande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Aos 18 anos, estreia com o livro Espectros. Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador e anti modernista. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência.
Autores leiros Gregório de Matos Gregório de Matos (1636-1695) nasceu em Salvador, Bahia, no dia 23 de dezembro de 1636. Desenvolveu uma poesia lírica e religiosa, mas se destacou por sua poesia satírica, recebendo o apelido de Boca do Inferno. Critico ferrenho ao governo e à Igreja, era ovacionado por seus colegas e leitores, mas ganhou o ódio de clérigos e estadistas.
Euclides da Cunha Euclides da Cunha nasceu no Rio de Janeiro, foi um escritor, jornalista, professor e poeta brasileiro, autor da obra Os Sertões. Foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos. Seu livro, narra e analisa os acontecimentos da guerra. Foi eleito em 1903 para a A.B.L.
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Roteiro de Cinema SEIS PASSOS PARA CRIAR UM ROTEIRO Primeiro Passo: Desenvolver uma Idéia. Todo roteiro – assim como toda obra literária e toda obra de arte – começa sempre a partir de uma Idéia. Idéias valem ouro! A criatividade pode ser alimentada pela observação e interpretação da realidade, muita leitura, pesquisa, vivências do autor,brainstorms com amigos e parceiros, etc. O importante é que cada um desenvolva seu próprio processo criativo, como por exemplo, métodos de relaxamento ou rituais simples para instigar a imaginação e despertar a intuição. No entanto, a transpiração é tão importante quanto a inspiração. Segundo o dramaturgo Doc Comparato ‘‘Escrever um roteiro é como se tivéssemos uma câmera atrás do olho e ainda mais, pois a câmera tem maior acuidade visual do que o olho e isso a aproxima da imaginação.’’. Segundo Passo: Determinar uma Story Line. Definir o Conflito (O que). Traduzir a Idéia em um Conflito essencial e condensar este Conflito em palavras. O Conflito é a base da dramaturgia e pode confrontar diversas forças. Por exemplo: O ser humano contra outros seres humanos, o ser humano contra as forças da natureza, o ser humano contra ele mesmo, etc. Todo o bom roteiro tem um conflito essencial e pode ser resumido em uma única frase. Terceiro Passo: Criar uma Sinopse (ou Argumento). Definir as Personagens (Quem). Determinar quem viverá o Conflito básico e definir o Perfil das Personagens. Uma ferramenta interessante para a criação de personagens consistentes é criar uma ficha, contendo informações diversas sobre cada uma delas, como por exemplo, seus dados, seus hábitos e costumes, religião, situação financeira, dados biográficos, perfil psicológico, crenças religiosas, filosóficas, etc. Além das personagens, a Sinopse deve definir a localização da ação, em que época ela acontece e descrever o decurso da Ação Dramática, a estrutura da ação, descrita no próximo passo. Quarto Passo: Elaborar uma Estrutura (ou Escaleta). Organizar uma Ação Dramática (Como). Definir de que maneira as personagens viverão o Conflito, ou seja, de que forma a história será contada. Para isso é importante definir o Plot da ação, ou seja, a parte central da Ação Dramática, a espinha dorsal do roteiro. A Estrutura é a divisão da Sinopse em partes e a forma, ou seja, como a trama vai evoluir até o desfecho. Uma estrutura clássica é conhecida como Ternário (divide-se em três partes). Na Estrutura é preciso definir também o Formato do audiovisual. Para tanto, o primeiro passo é determinar a mídia ou o veículo para o qual se destina o roteiro e depois, fixar o Formato de acordo com a mídia alvo. Quinto Passo: Elaborar o Pré-Roteiro (ou Roteiro Literário). Incluir os Diálogos que são o fator determinante do Tempo Dramático das cenas ou seqüências. Definir as palavras que serão usadas pelas personagens que viverão o Conflito. As Rubricas (ou indicações) devem acompanhar as falas descrevendo o estado de ânimo ou atitudes das personagens para orientar o diretor e os atores com relação ao clima de cada fala e de cada cena. Os principais aspectos para a criação dos diálogos são a coerência e o conteúdo das falas, e a maneira como se fala. No pré-roteiro, a narrativa, que até aqui é vista como um todo, será dividida em cenas, ou seqüências. Cada cena deve estar integrada ao todo e o desenrolar das cenas deve ter um Ritmo que resulte num tempo ideal. A harmonia do Ritmo determinará a harmonia do conjunto da obra. O Pré-roteiro é também a fase de fazer Leituras Dramáticas do texto, fazer revisões, ouvirfeedbacks, refletir sobre o texto e reescrever as cenas e sequências quantas vezes isso for preciso. Sexto Passo: Participar do Roteiro Final (ou Roteiro Técnico). Manejar as cenas e criar uma Unidade Dramática para o audiovisual. O roteiro final é um trabalho de equipe que requer a interação do roteirista com o diretor, a equipe de produção e até com o elenco. É hora de corrigir imperfeições e trabalhar as imagens mais a fundo, incluindo os Movimentos de Câmera e Planos de Filmagem. Aqui também serão incluídos a Iluminação, a Trilha Sonora, o Elenco e outros detalhes de produção. Ao final deste trabalho o roteiro deve estar pronto para ser gravado.
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Há filmes que despertam alguma coisa na gente. Você sabe que isso acontece quando sai do cinema ou de uma sessão no Netflix querendo desesperadamente falar sobre o que acabou de ver com alguém ou com todo mundo, na verdade. Há filmes de ficção que fazem isso com a gente, e há documentários que são capazes de abrir nossa cabeça pro mundo particular de determinados temas de maneira extraordinária. Vez ou outra, eu acabo me deparando com um documentário assim. Vasculhei a memória e também descobri novos filmes pra reunir uma lista dos que mais me fizeram ver o mundo de uma maneira diferente ou questionar coisas que sempre me pareceram inquestionáveis. A lista está aqui embaixo: Ilha das Flores: Um dos clássicos nacionais, esse curta é de 1989, mas continua atualíssimo. Vamos chamá-lo de ‘‘como explicar a desigualdade gerada pelo sistema econômico vigente para uma criança de 10 anos’’. É didático porque mostra, claramente, o que está errado nas relações criadas pelo sistema de consumo. Vai fazer você pensar melhor antes de pegar um produto na prateleira do supermercado. Muito Além do Peso: Uma epidemia de obesidade entre crianças está se espalhando pelo mundo. Esse documentário, que não deixa de ser chocante, tenta explicar os motivos. Imperdível se você tiver filhos pequenos. Criança, a Alma do Negócio: Esse se conecta ligeiramente com o documentário anterior, na medida em que mostra como a publicidade tem, cada vez mais, se voltado para focar as crianças - mesmo que os produtos não sejam, exatamente, para elas. WikiRebels: o documentário Pra entender a gênese do Wikileaks e dos nomes por trás de uma das grandes revoluções digitais da última década, incluindo Julian Assange. Cortina de Fumaça: Um documentário bem completo sobre o lobby da proibição da maconha e a política de drogas vigente no Brasil e suas consequências sociais. Food Inc.: Você já se perguntou de onde vem o que você come e como essa comida chega ao seu prato? Se sim, vai se interessar pelos problemas desse processo, e é disso que o Food Inc. fala. A produção industrial de alimentos gera uma série de subprodutos indesejáveis, desde tratamento desumano a animais até contaminação de alimentos industrializados. E a gente quase não tem pra onde correr, de acordo com esse documentário. Obsolescência Programada: Um documentário pra entender como os produtos são projetados e construídos para durarem pouco já há um bom tempo (não são só os smartphones) e como essa regra do sistema gera lixo para o planeta. A Corporação: Um dos mais populares da lista, A Corporação esclarece porque uma grande empresa pode ser um problema pro mundo mesmo se ela for composta de indivíduos bem intencionados e até programas sociais. Paralell Univereses, Alternative Timelines & Multiverse: Infelizmente, esse documentário da BBC não tem legendas em português. Mas ele é fundamental pra entender a teoria das cordas, multiversos e como a física se relaciona com a ideia dos universos paralelos e de consequentes timelines alternativas. E o melhor: é para você não precisa entender nada de física, porque a narrativa é pra leigos.
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Fábula, Parábola e Apólogo Fábula: texto literário muito comum na literatura infantil. Fabular = criar, inventar, mentir. A linguagem utilizada é simples e tem como diferencial o uso de personagens animais com características humanas. Durante a fábula é feita uma analogia entre a realidade humana e a situação vivida pelas personagens, com o objetivo de ensinar algo ou provar alguma verdade estabelecida (lição moral). Ÿ Utiliza personagens animais com características, personalidade e
comportamento semelhantes aos dos seres humanos. Ÿ O fato narrado é algo fantástico, não corriqueiro ou inusitado.
Parábola: deriva do grego parabole (narrativa curta). É uma narração alegórica que se utiliza de situações e pessoas para comparar a ficção com a realidade e através dessa comparação transmitir uma lição de sabedoria (a moral da história). Ÿ A parábola transmite uma lição ética através de uma prosa metafórica, de
uma linguagem simbólica. Ÿ Diferencia-se da fábula e do Apólogo por ser protagonizada por seres
humanos. Ÿ Gênero muito comum na Bíblia: As parábolas de Jesus.
Apólogo: Gênero alegórico que ilustra um ensinamento de vida através de situações semelhantes às reais, envolvendo seres inanimados. Os apólogos têm o objetivo de atingir os conceitos humanos de forma que os modifique e reforme, levando-os a agir de maneira diferente. Os exemplos são utilizados para ajudar a modificar conceitos e comportamentos humanos, de ordem moral e social. Ÿ Diferencia-se da fábula por se concentrar mais em situações reais, enquanto a
fábula dá preferência a situações fantásticas, e também pelo fato de a fábula se utilizar de animais como personagens. Ÿ Diferencia-se da parábola pois esta trata de questões religiosas e lições éticas,
enquanto o apólogo fala de qualquer tipo de lição de vida, mesmo que esta não seja a que é adotada pela maioria como a maneira correta de agir.
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Aqui mora a confusão... A tese de doutorado é um trabalho de caráter monográfico, onde exigi-se originalidade. Ou seja, exigi-se que do problema tratado resulte contribuição original, inédito, acrescentando-se dados novos àquele rumo da ciência em que é feita a investigação. Utilizamse raciocínios e instr umentos metodológicos específicos e rigorosos, apoiados na documentação empírica e bibliográfica. A dissertação de mestrado, também é de caráter monográfico que demonstra os resultados de uma investigação científica, entretanto, dela não é exigido ocaráter de originalidade. Utilizam-se raciocínios e instrumentos metodológicos específicos e rigorosos, apoiados na documentação empírica e bibliográfica. Monografia é um trabalho acadêmico com processo de investigação sistemática, caracterizado pela abordagem de um só tema ou problema específico, de forma delimitada e profunda, contendo no mínimo 50 páginas. É utilizado por professores e acadêmicos. Relatório é um documento que se expõem os resultados de um trabalho de qualquer assunto, Estes, são apresentados de forma altamente organizada. Na elaboração do relatório, existem etapas a serem alcançadas: planejamento, seleção e coleta de dados e análise. Introdução: Apresenta as justificativas. Texto Principal: Descrição do trabalho, com uma apresentação eficiente, funcional, possibilitando uma compreensão fácil e rápida. Conclusão: Finaliza o relatório, mostrando claramente os resultados. Serve para retificar o que foi apresentado e conduzir o leitor aos resultados práticos. Resenha ou Recensão Crítica é um resumo crítico. Sua importância e utilidade estão no auxilio que prestam aos leitores com relação a algum material bibliográfico. A resenha não se limita em sintetizar uma obra, mas apresenta comentários sobre ela ao mesmo tempo que a interpreta, sustentando a avaliação com evidências extraídas do próprio texto. Resumo é a apresentação concisa de um texto seja ele da natureza que for ou seja, há limitação e em nenhum momento pode-se emitir julgamento pessoais. Deve-se buscar ideiaschaves que estruturem o pensamento do autor do texto em que se esta fazendo o resumo. Ensaio trata-se de um texto breve, com caráter cientifico, que assume o papel de um estudo conclusivo sobre determinado tema, expondo seu pensamento com mais liberdade, podendo afastar-se da documentação bibliográfica.
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Objetivo: Nesse módulo o autor conhecerá os mais diversos gêneros literários produzidos no Brasil e no mundo. O acesso a essa diversidade com suas características principais permitirá que ele se torne proficiente e esclareça as variáveis entre os tipos. Aqui serão trabalhados gêneros como lírico, cordel, conto, novela, romance, documentário e roteiro. Construtores de Histórias Construtores de História é um grupo idealizado em desenvolver projetos de escrita, voltado principalmente para coletivos de histórias. A vontade principal de todos esses projetos de escrita é fazer com que as pessoas se interessem mais pela leitura, e pratiquem mais a escrita de suas próprias histórias. São obras do coletivo: O Segredo dos Amuletos, Terra dos Papagaios, Gnomon, Uma prática Pedagógica e Corintios. Sandra Martins Formada em letras, é professora da rede pública e idealizadora do coletivo. Escreveu e coordenou o trabalho de O Segredo dos Amuletossaga da qual já possui três publicações. Escreve o editorial e a matéria de capa da revista Nossa ZN de circulação na Zona Norte e produz a Revista Construtores de Histórias, ambos junto ao coletivo. Faz palestras tanto para jovens quanto para professores e escreve seu primeiro livro de análise da educação. Matheus Mendes Estudante de Ciências Econômicas, é um dos fundadores do coletivo. Participou do projeto de escrita coletiva "O Segredo dos Amuletos". É, atualmente, um dos responsáveis pela produção da matéria de capa da Revista Nossa ZN - que circula gratuitamente na Zona Norte - e um dos realizadores da Revista Construtores de Histórias. Além de ser responsável pelo processo de revisão das demais obras produzidas pelo Coletivo, é palestrante e leva sua história a centenas de jovens. Contato: col.construtoresdehistorias@gmail.com Fone: (11) 2996 7789 / 95235 8081