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EDITORIAL
A primeira revista de 2016! FICHA TÉCNICA Como é bom voltar a fazer o que Realização: se g osta! Como é bom dar a Construtores de oportunidade de, mais uma vez, Histórias tantas pessoas contarem suas histórias nessas páginas. Gratidão a t o d o s q u e t o r c e r a m p e l a Catarina Barbosa Danielle Venina continuidade desse projeto… Aqui estamos! Matheus Mendes E nossa primeira capa vai fundo Paulo Giordan na ideia de escrever sua história, apresentando aos nossos leitores o Priscila Enokida Museu da Pessoa, localizado na Vila Madalena. Para definir esse lugar, Rodrigo Marcelino podemos usar a frase estampada na porta do próprio museu, escrita Sandra Martins pelo poeta Jonas Worcman “Ruim ou boa, pra ter história basta ser Vinícius Escócia pessoa”. Assim, a equipe, que quase não gosta de uma história, apaixonou-se pela pauta e pelo próprio museu, que já registrou mais de Arte da Capa: 14 mil histórias. Vocês também conhecerão nessa edição um trecho da obra Terra Ronaldo Ferreira dos Papagaios um romance histórico, corrido no ano de 1547, no contexto do longínquo Brasil-Colômbia. O livro é escrito por quatro Autores Convidados: dos Construtores de Histórias e está em processo de finalização. É um Ana Maria Pera orgulho enorme disponibilizá-lo para seu deleite. Ero’z Também trazemos vários autores de poemas. As poesias inundaram Renato Antunes nosso espaço esse mês, trazendo, de forma ainda mais intensa, o clima Sérgio Akira de Sarau para dentro de nossa redação. Nessa edição, atravessamos fronteiras e trouxemos o texto de uma Sophia Silva Gusmão autora que é um pouco americana, um pouco portuguesa, um pouco brasileira - confira na biografia da Ana Maria Pera. Duas colunas novas despontam esse ano: Percepções Literárias e Van Filosofia. A primeira, vem da necessidade de atribuir mais formas de entendimento ao que chamamos de comunicação, explicando e fazendo as pessoas compreenderem cada vez mais e melhor os outros a sua volta. A segunda, surge de uma aquisição que fizemos, compramos Seja um uma Van e, como não podia deixar de ser, a batizamos “Filosofia”. O Construtor de Histórias veículo esquenta os motores e entra na rota da discussão. A cada revista Contribua com este periódico estaremos em um assunto diferente, buscando a compreensão de temas importantes para o universo literário. Escolha uma poltrona, Contato: coloque os cintos e venha conosco ao próximo destino. Muito pra falar e pouco espaço. Aqui, na Revista Construtores de col.construtoresdehistorias Histórias, correria geral… Por isso, vou me despedindo. Vejo vocês na próxima edição. Construtores de Histórias Boa leitura! - Sandra Martins
ÍNDICE
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MATÉRIA DA CAPA Era uma vez, no futuro, uma história
14
Biografias
02
Editorial
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Notícias dos Construtores
26
Agenda dos Construtores
27 Os Construtores de Histórias
POESIAS Ventre do Mundo
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A Corda Bamba
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Triste Coração / Tempo
11
Uma Dose de Sonho
12
Vida / Fugacidade
13
Ser-tezas
Sarau na Escola
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CONTOS Trecho: Terra dos Papagaios
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Churrasco
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Das Indagações / Das Observações
25
Ventre do Mundo - Lola Isaías
ARTIGOS Van Filosofia
10
E MAIS... Curiosidades
20
Percepções Literárias
23
Eu vou! / Menos Dúvidas
24
Museu da Pessoa
06
Terra dos Papagaios - Trecho Dias nada respondeu, não era preciso. Um filme passou diante dos olhos de Rodrigo, lembrava as inúmeras vezes que foi ofendido pelo delito daquela mulher. Lembrou-se com clareza quando aos 6 anos teve a infeliz ideia de pedir ao pai para conhecê-la. Foi levado a casa grande e recebeu a marca do ferro quente, sobre a planta do pé, segundo o pai para que nunca mais pedisse tal coisa. Naquele dia conheceu a dor, como nunca antes, não atreveu-se a pedir mais nada e, em lágrimas, ouviu do padrinho que a mãe o amava e em breve voltaria, não compreendeu. Naquela história pouco compreendia. Apenas aceitava. Fixou-se nos olhos da mulher, aqueles que ele não conhecia, mas ouvira do pai a vida inteira que eram iguais, uma espécie de herança maldita que atestava sua semelhança com Beatriz. Não viu semelhança alguma. A verdade sobre aquela mulher é que era uma completa desconhecida para ele e não nutria nenhum sentimento por ela. Estava tão envolto nesses pensamentos que não notou que os olhos do capitão Góis o encaravam. O que o homem espera que ele fizesse? Não sabia. Ao fim do discurso o homem aproximou-se dele e lhe disse aos ouvidos: - Vá ao curral, escolha meu melhor novilho, mate-o e trate. Hoje teremos uma festa. - Sim senhor. – disse afastando-se. Ouviu o som do chicote enquanto se afastava, imaginava o que estaria acontecendo e de certa forma se sentiu poupado daquela visão. Caminhou até o curral lentamente, olhando atenciosamente cada um dos animais, visualizou o maior de todos. Com muito jeito, tirou-o do lugar e conduziu a bancada. Deitou-o, alisando-lhe gentilmente o pelo, não pensava em nada, não conseguia parar de ouvir o som do chicote, mesmo que pela distância isso não fizesse sentido. O novilho parecia bastante satisfeito, fechando os olhos, ele com certeza não tinha a menor ideia do mal que estava prestes a acometê-lo. Rodrigo sacrificara animais desde muito cedo para os banquetes da casa, era uma ação cotidiana. Impensada. Era rápido para não causar sofrimento nos animais, mas não sofria com aquele ato - era parte da normalidade. Hoje, era diferente, sentiu as pernas bambas, pensou se devia matá-lo mesmo? Talvez ele merecesse uma chance de viver? Sentia-se triste em fazer aquilo como se ao matar o animal, seu próprio espírito estivesse morrendo. De repente, sentia-se um monstro em fazer aquilo. Olhou em volta e viu-se sozinho. Pegou o espeto e desferiu um golpe fatal contra o bicho. O animal gritou apenas uma vez… Silêncio. Deitou a cabeça cansada por sobre a sua vitima e chorou. Sentiu uma mão sobre seu ombro: Tita, a índia que o criara, abraçou-lhe e aquela dor pareceu se tornar suportável, como tantas dores que tivera durante a infância, percebeu que apesar da busca nunca estivera de verdade sozinho. Tita sentou-se a beira da cama e colocou a cabeça do menino sobre o colo, os olhos dela eram sérios, talvez não compartilhasse do sentimento de perda do rapaz.
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Porém, respeitava e aguardava paciente que ele se recomposse. - O que o capitão desejaria que fizesse, Rodrigo? - perguntou séria a mulher - Que ficasse aqui ou que o representasse? Rodrigo sentou e enxugou as lágrimas, olhou no fundo dos olhos da índia. - Temos que enterrar seu pai, vista-se e tome seu lugar como senhor desse acampamento. Ambos saíram o deixando mais uma vez sozinho, Rodrigo abriu o báu, tinha apenas quatro opções de vestimenta: a primeira o uniforme do acampamento, era a roupa que mais usara na vida, nos primeiros a índia dava pontos diminuindo a roupa para que lhe servisse, estava condicionado aquele uniforme que se ajustava na marra a ele, junto com o uniforme veio a convivência com o capitão e sua muda necessidade de agradá-lo. Não se imaginava vestindo outra coisa? Na verdade, nunca havia pensado muito a respeito. Então, construíram a igreja e veio a sua segunda roupa - usada na missa. Não podia sujá-la, rasgá-la ou gastá-la, aquele veste estava acima dele. Não era um balsamo, era uma nova imposição… E naquela manhã recebeu a farda, estranhou é claro. Mas olhou-a com a certeza que o capitão queria fazê-lo mais semelhante a ele. Também desejava isso, mas não achava que uma roupa podia conseguir essa proeza. Viu-se no espelho com ela e sentiu-se próximo ao pai, próximo como a convivência de anos, a morte da mãe ou as ocupações e tarefas do acampamento nunca o colocaram. Era um filho? Talvez para o homem, mas para ele aquela roupa era incomoda, trazia um peso e uma responsabilidade imensa. Mexia na sua postura, travava a sua respiração, era em um trocadilho “um fardo”... A última roupa que tinha no armário usara uma única vez, naquele Sarau. Não era uma escolha dele também, era de Carlota, mas seu tecido era leve e novo para ele. Trazia em si uma única lembrança: alegre. Vestido nela era alguém diferente, as pessoas o qualificaram como bonito, imponente. Não tinha certeza se era como gostaria de ser. Mas era o mais perto que chegou na vida de si mesmo. Fernando entrou no quarto e parou junto a porta: - Precisa de ajuda? - perguntou o rapaz. Rodrigo olhou para Fernando por um instante, e pediu: - Me arrume uma roupa, por favor. - Uma roupa? - estranhou - Nunca me pediu isso. - Desculpe... - Não. - corrigiu-se Fernando - Tenho a roupa sim. Você está bem? - Ainda não. Rodrigo foi até o baú de Fernando e pela primeira vez na vida escolheu a própria roupa: não era chique, nem imponente, nem intocável, nem simplória - era apenas diferente. Catarina Barbosa, Sandra Martins, Danielle Venina e Rodrigo Marcelino
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Ventre do Mundo Este espinho em forma de flor Batizado com nome de amor É um parágrafo fácil e difícil de entender É o doce amargo, o feliz que faz sofrer E este sentimento toma o coração Como uma plantação de erva daninha Que enfeita e aniquila Tal qual o passarinho frente ao gavião Falar de amor, desse amor É como descrever um ramalhete sem flor É decifrar o canto triste do rouxinol Alegrando a floresta ao pôr do sol
Amor, que calado profundo É um grito no deserto do mundo Transformando todas as horas juntos Em breve segundos Amor em luta contra o tempo O velho voltando a ser menino O corpo em fogo eterno Os olhos que fulminam o carinho Libertando aprisionando Gritos surdos dos pensamentos Amor em gestos calados Morre e vive da pureza e pecado Falar de amor, desse amor Só amando o amor Em instantes fecundos Sobre o ventre do mundo
Lola Isaias Ativista social, lutando sempre pelo resgate da autoestima e reintegração dos jovens através do processo cultural, nossa poetiza escreve vários tipos de textos como uma forma de expressar a sua arte.
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A CORDA BAMBA Perna bamba cambaleia pra frente. Pra frente cambaleia para trás. Perna bamba cambaleia pra frente Para sujar-se no chão molhado. Amigo dessas horas, e das outras, Levanta as pernas em nó Que cambaleiam pra trás. Amigo puxa pra frente. A passos de bebê vai pra frente e pra trás. Amparado pelo amigo dessas horas, Com as pernas em nó rodopia sem rumo Ancorando na parede móvel sobre o chão sem fundo. A cabeça rodopia para ver o céu. Mãos trêmulas seguram a parede. Ancorado vê o amigo desistir e partir. Vendo a terra e o céu confirma: O mundo é redondo e gira.
Sérgio Akira Quando vim para este mundo, eu não atinava em nada. Hoje sou artisticamente Sergio Akira. Cinquentenário com orgulho, acumulei ao longo dos idos, experiências e experiências. Conhecimentos que ensinaram a compartilhar. Conhecimento retido é talento enterrado. Estudei o que quis - Letras, Teatro, Propaganda e Psicopedagogia - com mais um monte de aperfeiçoamentos, com enorme satisfação e ainda muita sede por mais. Escritor, diretor e ator, arte educador, artista plástico. Premiado em alguns, esperançoso em outros.
10 Van Filosofia : Educação Para iniciarmos essa conversa, achamos que seria interessante explicar o objetivo dos textos que surgirão aqui. O nome surge a partir do trocadilho de “Van” e “filosofia”, que juntos, fazem menção ao termo de Shakespeare, “Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia", que aponta que as conjecturas filosóficas do homem nunca explicarão todos os mistérios do universo. É importante deixar claro que o que aqui se lê não é - nem planeja ser - conclusão definitiva, mas o abre-aspas de um debate do qual você também pode participar em nossa Página no Facebook. Assim, todo mundo pode se expressar. Acordos feitos. Vamos ao que interessa… Nosso veículo filosófico passeia, hoje, pelos caminhos da educação, aquela que não prepara para o mercado de trabalho, nem pra vida. A mesma educação que, na década de 60, era privilégio de poucos. Rompemos a barreira da quantidade, mas não a da qualidade. Hoje a lei prevê acesso generalizado à educação. Mas o quão utópico é concordar com essa máxima? Afinal, com características tão alienantes, como cumprir sua função de formadora. Mas a educação sempre foi assim, certo? Errado! Sócrates, o mais antigo filosofo conhecido, lecionava aos seus discípulos baseando-se na discussão aberta - maiêutica - em meio a praça pública. Atualmente, muito educador acha estranho falar em educação com opinião, com troca entre todos. Mudar de ambientes, então, é uma loucura! Outro exemplo muito interessante é a “educação do homem natural”, pregada por J.J. Rousseau, que fala sobre um homem capaz de conviver harmonicamente com o mundo. E, acredite, Rousseau pensava assim muito antes de sustentabilidade entra na moda. Mas para falar em educação na atualidade, não dá pra esquecer de Philippe Perrenoud, o educadorfilosofo que criou as Dez Competências da Aprendizagem. Travou em “competências”? A gente te ajuda, ou melhor, Perrenoud te ajuda “Competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar uma série de situações.”. Que excelente seria a educação focada nisso, não é? Muito professores, porém, acham que o cara é completamente maluco e tá completamente por fora do assunto. A verdade é que de Aristóteles a Durkein, muita gente usou a Educação como tema de pesquisas e prescrições e, por isso, precisaríamos das 28 páginas da revista para visitar toodos. Mas tem gente que é autodidata e em minutos seria o professor que você deseja encontrar por aí e assistir uma aula “dobradinha” do cara, talvez até um período inteiro. É o caso de Paulo Freire, que mandava muito bem no quesito “educação para todos”. Tá duvidando? Então imagina alfabetizar trezentas pessoas em dois meses, dentro de um prédio em construção. Vamos combinar, não é pra qualquer um. E o Toro? Bernardo Toro é o responsável pela elaboração dos Códigos da Modernidade: sete competências mínimas para a participação produtiva e a inserção social do ser humano no século XXI. Estamos falando em uma escola com objetivos? Que bom! Já cansou da viagem? Tomara que não, pois tem uma galera cheia de potencial com muito a ensinar sobre educação. Que tal César Coll Salvador? A ideia dele é uma educação baseada naquilo que a criança já sabe. Acho que já ouvi isso em algum lugar… A novidade aqui, colega, é o foco naquilo que o aluno de fato aprende, não nos conteúdos que o professor quer ensinar. Mas essa ideia de mudar educação não é nova. Tanto é que, já em meados de 1250, Tomás de Aquino, um clérigo - que até virou até santo - dizia que um ensino cansativo seria um obstáculo a aprendizagem. Quem é que não concorda com ele? Quem ama aquela professora “mágica” que acha possível manter seus alunos uma hora e quarenta minutos olhando para ela, em silêncio? Essa, sim, se for capaz disso, provavelmente, também será santa. Mas e você, acha que realmente é importante pensar em educação? Compartilhe seus pensamentos e seus conhecimentos com a gente. Até a próxima e fica ligado pra não perder a vã, hein!
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Triste Coração Coração triste Porque choras? Choro pelo tempo que já não existe, Que morre ao passar das horas. Tempo precioso Que morre ao meu pulsar Pobre de mim que ansioso Não posso nunca descansar. Se descanso A vida em mim se apaga, E com ela o encanto Do amor que me embala. Meus olhos serão só dores, E não poderão mais ver O colorido das flores Que me enchem de prazer. O tempo já determinou Quando terei que descansar E assim condenado estou Por isso estou a chorar Ana Maria Pera Meu nome é Ana Maria Pera. Nasci em Portugal, e com três anos de idade passei a viver no Brasil. Sou mãe de uma menina, que, desde os dois anos, quando me divorciei, crio sozinha. Mudei para América em 1993, e aqui tive condições de estudar e me graduei em Línguas e Francês.
Tempo Uma linha cronológica de uma vida Ou a temperatura climática Tempo também indica horário Pra alguns passar tão rápido Para outros o tempo é a virtude de conhecimento.
Com o tempo você amadurecer Tantas coisas queria fazer Mas tenho que marcar na agenda Meu tempo de viver Portanto, seja longo ou curto Já dizia Cazuza "O tempo não para..." Rodrigo Marcelino
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Uma Dose de Sonho Como se fosse uma primeira vez, senti meu coração disparar Sei lá, algo diferente mexeu com meus pensamentos Era algo que me fazia perder a razão, os sentidos, a direção Não! Não foi amor a primeira vista, disso eu tenho certeza Mas foi estranho, diferente do normal... Essa sensação foi me tomando, e de repente, sei lá! sumi Fui levado para outro lugar, outro mundo, talvez Era como um sonho, que eu jamais pudesse acordar E mesmo sem entender nada, eu me apaixonava, fiquei sem chão É verdade, parece sem razão, eu concordo! Nem sei como explicar Tudo parecia grandioso, imenso, eu me sentia tão forte quanto Pensei estar num paraíso, mas era tudo muito real, verdadeiro E como não tinha escolha, me deixei levar pelos sentimentos Fui me transformando em ações e reações espontâneas, aceleradas Talvez, por ali existisse mais alguém, pode ser, eu senti o perfume Algo parecia me tocar, talvez a brisa quisesse falar ao meu ouvido Não, não conseguia entender, do jeito que ela chegou, se foi Então eu me revoltei, me desesperei, gritei e pedi que voltasse Que tivesse coragem de tomar de se mostrar a mim, assim como me envolveu E então veio o calafrio, como se quisesse me assustar, se fez presente Me enganei, senti-me abraçado, sem medo, aquela presença me faz sorrir Quando dei por mim, entendi a razão e já não estava na solidão Mas estava a sonhar...
Ero’z Nascido em 04 novembro de 1974, em Petrolina no Pernambuco, formou-se em administração de empresas e cursa direito UNINOVE. Profissionalmente, é coordenador de projetos e eventos do sindicato dos Agentes Comunitários, mas isso fala muito pouco dele que também é professor de capoeira no Grupo Guerreiros dos Palmares e autor de centenas de poemas.
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VIDA
FUGACIDADE
Que energia é essa? Que acabar não acaba? Que em tudo tem pressa? Que em tudo tem graça?
Fugaz é a vida E o tempo e o espaço Somente à vista do homem Existem de fato.
Parece que foi concebida Parece de alguém tirada Parece nunca ser vencida Parece nunca ser derrotada
Aproveitemos, então, Que o tempo é assim, indiferente. E no espaço que é só nosso Vivamos intensamente.
Tem por objetivo criar Tem a chave de cada segredo Tem a resposta de todo pesar Tem a resposta de todo medo
Como mortal agora sinto Do tempo a fraqueza, Mas a lembrança é sempre viva, Viva a tua beleza!
A vida hoje é tudo e amanhã nada A vida em tudo vida derrama A vida segue enfim delicada A vida segue enfim soberana
E de que me importa Se tudo caminha para o fim? Pois enquanto existir tempo, Linda estarás dentro de mim.
Renato Antunes Renato Nunes é professor de português e eterno estudioso de filosofia, além de músico, contista e poeta.
Construtores de Histórias Visitam O Coletivo Construtores de Histórias alça novos voos. E você pode participar dessa iniciativa! Em parceria com Escolas, Biliotecas e também com a Fundação Casa, os Construtores estão realizando saraus e competições literárias em diversos lugares. E aí? Quer que a gente vá até você? Entre em contato conosco!
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ERA UMA VEZ, NO FUTURO, UMA HISTÓRIA Uma história pode mudar seu jeito de ver o mundo. O ano é 2016. Alguns bilhões de pessoas já passaram pela Terra antes de mim e outras tantas estarão aqui depois que eu me for. Mário Sérgio Cortella, famoso pensador contemporâneo, aponta em um de seus textos a infinitesimal pequenês que apresentamos diante do universo. Concordamos! Como não concordar? As estações do ano foram embaralhadas pelo aquecimento global, gerando desastres e caos ao redor do planeta. Nossas crianças são, agora, cativas em suas casas, tendo por companhia - por um período cada vez maior - grandes TVs de led e celulares de última geração. Na verdade, os jovens, mesmo quando vão à escola, onde a convivência com outras pessoas é viabilizada, ainda têm seus olhos prisioneiros do poder exercido pela tela de seus smartphones. A internet trouxe as informações de que precisamos - e também as que não precisamos - para a palma de nossas mãos. Conversamos com pessoas que estão muito longe, mas não conhecemos nosso vizinho. Somos um povo viciado… Se por um lado isso nos preocupa, por outro, cabe lembrar que a medicina deu grandes saltos; as pessoas estão vivendo mais; doenças, outrora incuráveis, são sanadas facilmente. No campo político-diplomático, contendas que pareciam impossíveis de resolver foram solucionadas no século XXI. As tecnologias despontaram no cinema e atingiram até mesmo aquela que é a protagonista deste periódico: a literatura. E, o que é incrível, o acesso à ela explodiu, fazendo com que deixasse de ser um privilégio de poucos, para se tornar direito de todos. Diversas leis são criadas e manifestações são organizadas para garantir direitos e promover a igualdade. Mesmo em uma era individualista, o objetivo coletivo ganha força. Vozes ecoam e reverberam pelo mundo pedindo por mudanças que nunca foram sonhadas. Somos um povo conectado…
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Mas ainda buscamos por algo. Uma coisa que nos complete, que substitua as reticencias existenciais e nos traga esperança. Nesse período de obsolescências cada vez mais rápidas, no qual o moderno se torna antiquado em segundos, é naturam que busquemos respostas para tantas interrogações no futuro, no amanhã. Mas o futuro é, porém, tão incerto…. Assim, de certo, se encontra no passado, essa felicidade, esse acolhimento, essa certeza de que, apesar das constantes mudanças, ainda há alguma comunhão entre você e eu, ainda há algo em meio à nossa história que pode ajudar a construir algo e que somos capazes de perpetuar o conhecimento. “Ruim ou boa, para ter história basta ser pessoa.” é a frase do poeta Jonas Worcman impressa na entrada do Museu da Pessoa. Impactante, tal pensamento coloca a todos nós na condição de difundir histórias. E é justamente isso que busca esse espaço, Mural de Depoimentos criado em São Paulo há 25 anos, fruto de uma exposição realizada no MIS - Museu da Imagem e do Som - intitulada “Memória & Migração” que apresentava a trajetória de imigrantes judeus para o Brasil, resgatando e arquivando experiências vividas por qualquer pessoa que se intereça, contrariando a falácia que afirma ser o brasileiro um povo sem memória. Hoje, segundo dados do site do projeto, o acervo conta com 17 mil histórias, 60 mil fotos e 25 mil horas de gravação em vídeo. Além disso, a prática já inspirou projetos similares por muitos países - alguns deles, homônimos. De acordo com o dicionário, a palavra “museu” é definida como sendo uma instituição a serviço da sociedade Acervo de Depoimentos e do seu desenvolvimento, que conserve , difunda e exponha os testemunhos materiais do homem e da sua sociedade. O Museu da Pessoa exerce, então, a exata finalidade que o verbete aponta, pois nos fornece um conhecimento ao qual jamais teríamos acesso caso não fosse dividido pessoalmente, e que se perderia para sempre junto a memória de quem o produziu, caso não fosse preservado. O Museu da pessoa é, no entanto, um museu diferente dos demais, já que a interação se dá através da observação de histórias que podem ser muito semelhantes ou completamente diferentes daquelas que o espectador viveu. Algumas delas, são relatos quotidianos e banais, enquanto outros são quase inimagináveis. O que todos tem em comum, então? São histórias reais narradas por quem as viveu, sentindo cada Estúdio de Gravação uma das sensações. E o mais importante é que a coletânea
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de histórias não faz distinções à cerca de quem as conta. Todas as histórias, independentemente do conteúdo, têm o mesmo valor e recebem o mesmo tratamento. “O principal objetivo do museu da pessoa é construir uma rede internacional de histórias de vida, utilizando a internet para conseguir esse objetivo. Sempre se colocou como um Cronologia de realizações museu virtual, mesmo antes da popularização da internet e a crença no poder das histórias tem acompanhado toda a trajetória.” explica Felipe, que é historiador e um dos responsáveis pelo recebimento de histórias. E pra que serve uma rede, afinal? Ela conecta as pessoas, ela as transforma, tira o condicionamento de olhar para a história de forma individualizada e faz com que o conhecimento seja construído no coletivo. Em 2016, olhamos para o mundo e vemos esperança. Vemos o crescer de novas perspectivas. É claro que temos muito a mudar e a fazer e - infelizmente estamos longe da resolução de nossos dilemas, mas ao ouvir histórias, pessoas Entrada do Museu da Pessoa que, assim como nós, passaram por aqui e deixaram sua marca, mesmo que pequena, descubro que é possível, sim, contribuir para que o futuro seja como gostaríamos que o presente fosse. Diante da imensidão do universo, somos nada. Somos uma gota no oceano… Mas o que é o oceano se não uma grandiosa união de pequenas gotas? Separamos alguns trechos de histórias que você pode encontrar no Museu da Pessoa. E se você quiser conhecer essas histórias e muitas outras na íntegra - nós sabemos que você vai querer - acesse o site: http://www.museudapessoa.net O Museu da Pessoa está sediado na R. Natingui, 1100, Vila Madalena, São Paulo SP, 05443-002. As visitas podem ser feitas mediante agendamento prévio. Para informações sobre valores e reservas para grupos, entre em contato com contesuahistoria@museudapessoa.net.
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Ver a escola... Um dia, na reunião da comunidade, uma mãe falou assim: "Tião, essa escola é diferente da outra". Eu falei: "Por quê?" Ela: "Porque a gente vê". Eu: "E a outra, você não vê?" Ela: "Não, não vejo". Eu: "Você não vê por causa do muro?" Ela: "Não. É que no dia que eu vou lá dentro da escola, não está tendo escola. É o dia da reunião, o dia da festa. Eu nunca vi o dia-a-dia de uma escola. E nesta aqui eu vejo". Aí a vizinha dela falou assim: "Ôh, comadre, é verdade. Ontem a escola passou na minha porta três vezes". Sebastião Rocha - Antropologo Minha melhor amiga era minha professora Sempre tive dificuldade para fazer amigos, até na escola vivia sozinha.Por ter uma deficiência no olho esquerdo recebia apelidos e o desprezo dos colegas. As meninas e meninos não se aproximavam e eu também ficava na minha. Foi então que algo legal aconteceu: Uma menina se aproximou e começamos a conversar. Durante dois anos ela foi a minha professora particular de matemática. O meu rendimento escolar melhorou bastante com aquelas aulas.O interessante era o caráter daquela pessoa, jovem amiga: Ela não cobrava para me ensinar e tinha prazer em dar aula. Roselih Fharias - Camareira A fome da cabeça. “E aí o João Goulart, que era um homem muito simples, o presidente Goulart, disse: “Pois não, pode falar”. Ele levantou, e disse: “Alteza...” chamou o Presidente Goulart de Alteza. (risos) Aí, disse: “Me lembro de que, uma vez", mais ou menos assim, "houve uma fome muito grande nesse Estado, e outro Presidente, que era o Getúlio Vargas, veio aqui ao RN para ajudar a gente a sair da fome da barriga. E hoje veio Vossa Alteza pra ajudar a gente a matar outra fome, a fome da cabeça, a fome do saber.” Paulo Freire - Educador/Professor
Eu era um menino comum, quem diria... Até que um dia, também fim da tarde, eu andando do lado de fora do aeroporto, me para uma Kombi do lado e descem duas pessoas, perguntando se eu era o Vinícius. Eu falei “ah, sou, sou eu, sim”, E, aí, que eles contaram a história do Walter, “a gente veio aqui a pedido do Walter, estamos o dia inteiro te caçando no aeroporto, ele quer que você faça o teste” eu falei “ah, então tá bom. Mas eu posso ir aqui com meu irmão, meus amigos?” “Ah, pode, sim, não tem problema. Vamo lá, você entra aqui na Kombi e a gente vai te levar ali na produtora e depois te traz de volta” “Então tá, então vamos lá”. aconteceram mais uns dois testes no meio do caminho, pra ver se eu iria bem realmente e foi quando tudo deu certo, acabou dando certo. E, aí, foi quando aconteceu o ‘‘Central’’ (Central do Brasil -filme). Vinícius Campos de Oliveira Ator/ Diretor/ Roteirista
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VARIEDADES Chegou o momento que você mais aguardou - ou não - nesta edição! É a nossa incrível seleção do que acontece nos bastidores da Literatura.
Empoderada demais essa mulher! Cecilia Meireles foi a primeira mulher a ser premiada pela Academia Brasileira de Letras, a ABL. Do quarto dos filhos para o mundo... Rick Riordan era apenas um professor muito interessado em mitologia, até criar uma história para contar ao filho antes de dormir. Assim, nasceu a saga Percy Jackson. Rick foi incentivado pelo filho a publicar sua história história no papel e acabou se tornando um dos maiores escritores da atualidade. Haja pena, hein... A frase mais longa impressa em um livro vem da obra “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, com 823 palavras. Por que não tem idade pra fazer sucesso, não é? Miguel de Cervantes tinha 57 anos quando publicou a primeira parte de Dom Quixote. TOP 3 Os três livros mais lidos no mundo são: a Bíblia, “O Livro Vermelho”, de Mao Tsé-Tung, e “Harry Potter”.
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Ser – tezas (CERTEZAS)
Há mundos superiores e há mundos inferiores a esse Como tanta certeza quanto há flores e há feridas Há Deuses e há Demonios com tanta certeza quanto há cachoeiras e há refrigerantes Há Demônios que se convertem em Deuses com tanta certeza quanto o calor é quem promove a brisa Há Deuses que se convertem em Demonios com tanta certeza quanto Há pessoas quem lêem poesia!
Sophia Silva Gusmão Estudante da EMEF Lourenço Filho, tenho14 anos, literalmente, apaixonada pela escrita e musica, decidi colocar o que mais amo na folha do caderno. Escrevo meus sentimentos em poesia por que me identifico dessa maneira! POESIA É CULTURA, VIVA A POESIA!
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Churrasco Foi ontem cedo que começou um reboliço em Paraisópolis. Foi uma correria tão grande que ligaram para a polícia, que sequer chegou a tempo para ver o que acontecia. Ligaram para os bombeiros, mas, o caminhão grande não conseguiu subir as ruas de vielas curvas. E foi ontem, que Dona Flor estava sentada na sala de sua casa costurando uma camisa para seu filho percebeu um cheiro forte no ar de churrasco. Pensou então que sua vizinha faria festança. Minutos depois aquele cheiro pareceu mais forte. Preocupou-se. Sua vizinha queimava a carne. Carne de churrasco, numa churrasqueira feita com a caixa de luz. Quando Dona Flor abriu a janela da sala, percebeu que a casa da vizinha pegava fogo. Que loucura. Não enxergava nada. Saiu correndo. Gritou por ajuda e entrou na casa da vizinha. E percebeu que nada queimava. Entrou até o fim da casa. A fumaça continuava, mas, nada pegava fogo. Entrou no fundo da casa. E encontrou sua vizinha, com um pano amarrado na cabeça, um avental na cintura, os olhos se apertavam, uma escumadeira cutucando a carne na churrasqueira e seu filho jogando água para diminuir o fogo. - Pensei que estava tendo um incêndio! - Estamos incendiando a carne... bora cumê? Dona Flor puxou uma cadeira. Segurou um pandeiro e bateu com força, enquanto rimava os versos e se divertia comendo carne de incêndio.
Ronaldo Castro Ronaldo Castro 21 anos, idealizador do projeto "Cidade Flutuante" no ano de 2016. Eterno estudante da palavra e um espectador do teatro, do cinema e dos livros. Ouvinte da cidade e lutador pelas causas LGBT, negro e periférico.
PERCEPÇÕES LITERÁRIAS
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Você sabia que uma mensagem pode ser escrita de formas muito distintas? Não?! Então confere a lista com formas de linguagem bem diferentes. Código Morse Samuel Morse foi o inventor do Código que ainda hoje tem seu nome. Mas ao contrário à o que geralmente se possa pensar sua primeira “paixão” não foram as ciências ligadas ao eletromagnetismo, e sim a pintura. Por mais ou menos dez anos ele vendia suas obras de galeria em galeria e chegou até a se candidatar a prefeito de Nova Iorque duas vezes (sem sucesso em nenhuma). Em 1838 aprimorou o telégrafo e daí foi inventado o telégrafo elétrico – que só conseguia ser usado na época com fios interligados entre o emissor e o receptor das mensagens. Apesar de não ter sido o verdadeiro inventor do Código Morse foi ele quem complementou com todos os métodos para que esse meio de comunicação pudesse ser usado durante os séculos XIX e XX. Com toda a tecnologia que temos hoje esse Código não tem uma importância tão grande, mas nunca se sabe em qual situação precisaremos enviar um S.O.S. caso outros meios de comunicação não funcionem. Pra garantir, aí está: ...---... Neologismo Nosso vocabulário está sempre em mudança, o neologismo é a criação de uma palavra (ou expressão). Nas nossas conversas por WhatsApp, postagens no Facebook e principalmente no cotidiano podemos encontrar vários exemplos, como “printar”, “camelô”, “periguete”, “selfie”... Essas e outras palavras do neologismo podem surgir simplesmente quando inventamos termos quando não encontramos a palavra certa ou com fins pejorativos e ironias. Quando inserimos essas palavras ao nosso dicionário ela tornase oficial, assim podemos ver que nossa língua muda e adapta-se de acordo com que a usamos. Criptografia Você com certeza já ouviu falar sobre. A criptografia visa codificar e decodificar informações com um conjunto de “bit’s” baseado em algarismos, assim apenas quem envia a mensagem e quem a recebe tem o conjunto de dados capazes de decifrar a mensagem corretamente.
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EU VOU! Bosques da Leitura são locais culturais que unem o amor a leitura e a beleza e tranquilidade dos parques da cidade de São Paulo. Para quem gosta de estar em um bom lugar, com uma boa leitura e entre amigos ou familiares, há 13 bosques, espalhados entre os parques, que estão abertos aos sábados e domingos no horário dás 10h ás 16h Nos Bosques também são organizados eventos de lazer cultural, como saraus, encontro com escritores, espetáculos teatrais, entre outros. Além da divulgação dos serviços regulares das bibliotecas públicas da cidade, para que você tenha ainda mais opções de lazer e cultura. Se tiver vontade de ajudar eles recebem doações somente de revistas, quadrinhos, mangás e gibis. As doações de livros devem ser direcionadas para as Bibliotecas do Sistema Municipal de Bibliotecas. Para mais informações: Bosque da Leitura: Rua Taquari, 549 Moóca, São Paulo-SP Tel. 11 2291-5763 ou pelo e-mail: bosquedaleitura@prefeitura.sp.gov.br Responsável: Nilce Ferreira da Silva
MENOS DÚVIDAS Vamos colocar uma VÍRGULA nesse assunto? Todos nós sabemos que uma virgula pode mudar completamente o sentido de uma frase não é? Um exemplo está em “Talvez não irei hoje a tarde.” e “Talvez não, irei hoje a tarde.”, mas há, também, situações onde elas são obrigatórias, como em expressões do tipo “ou seja” ou “ou melhor”: “Iracema possui personagens históricos, ou seja, que realmente existiram e fizeram parte da história.” Outras obrigatoriedades estão no uso de vocativos (“Pessoal, o que vocês vão fazer hoje?”, “Você vai, Lu?”) ou, aposto explicativo (“Você e eu, que somos irmãos, não podemos brigar.”). Mas lembre-se! Vírgula entre sujeito e predicado jamais! O exemplo “Nunca pensei que ele, pudesse se tornar médico.” está errado! Essa vírgula não deve existir.
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Das Indagações Quem é você? Consegue se descrever em uma palavra? Você teme o que não vê? O certo é o melhor caminho, não é? Você compara a sua vida a de alguém? Acredita que há algo depois da morte? Você, de propósito, já fez mal a alguém? E alguém, de propósito, já fez mal a você? Os teus segredos estão bem guardados? Lembra de como era antes de dizerem como deveria ser? Lembranças boas te fazem sentir triste? Se comparar te faz se sentir melhor? Qual é a cor mais triste do arco-iris? Se arrepende de alguma palavra que escolheu usar? Você é feliz sendo a si mesmo? O que mais você deseja ser? Sua guerra é com os outros ou consigo mesmo? Está vivendo ou correndo da sua vida? Quantas coisas já deixou de fazer? Danielle Venina
Das Observações Andei de cabeça baixa, fitava apenas meus pés, não queria olhar para nenhum outro lugar até achar o lugar certo, encontrei um lugar que parecia o alto de uma colina, parei e observei, vi no céu uma pipa, que se debatia no vento como se quisesse ser livre, vi uma menino brincando, sorrindo, feliz, vi um rapaz que andava com passos de determinação, uma voz ecoava próxima ao meu ouvido, ela dizia que eu deveria ver mais que tudo isso, então fechei os olhos, então vi um rapaz, sentado num lugar alto a observar o mundo. Disso eu fotografei a liberdade, a determinação, a felicidade, e do rapaz sentado fotografei a saudade. Vinícius Escócia
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NOTÍCIAS DOS CONSTRUTORES No ritmo da Cultura Nordestina A equipe dos Construtores esteve no CTN - Centro de Tradições Nordestinas - no último mês realizando uma matéria com o foco em cultura, diversidade e resgate das culturas do nordeste, como não podia deixar de ser ficamos encantados, saiu na NOSSA ZN, vale a pena conferir.
Falando de um sonho... Os escritores da saga “O Segredo dos Amuletos” estiveram nos primeiros meses desse ano realizando um ciclo de palestras contando a jovens, em sua maioria, como foi possível com apenas doze anos produzir um livro. Foram momentos inesquecíveis, principalmente para nós, que contemplaram bibliotecas, algumas escolas e a Fundação Casa.
Saiu na revista… Ainda falando de palestras a Revista ZN fez uma linda reportagem contando um pouco de nossa trajetória e a criação do coletivo. Nossos agradecimentos a Fátima e equipe que trataram nossa história com tanto carinho. A novidade: Metamorfose Literária, um clube de leitura. Fundado no começo desse ano, pela professora Sandra Martins, o projeto tem crescido e já realizou seu primeiro encontro em prol da leitura, nós que abraçamos essa ideia estivemos lá e registramos tudo.
E fomos pra rua com grandes escritores O sarau “Fábrica no Quintal”, da Fábrica de Cultura do Jaçanã, contou com a nossa participação. Contribuímos com leituras de Carlos Drummond de Andrade, Camões, Cora Coralina, entre outros. Nesse misto de poesia e música debutou um novo projeto apoiado por esse coletivo a banda “Reboco das Letras”. Apesar de esse não ser ainda nosso próprio Sarau, já nos deixou ansiosos para realizar o Sarau da “Academia de Escritores”. Aguardem…
AGENDA DOS CONSTRUTORES
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Arraía dos Construtores O primeiro Sarar dos Construtores de Histórias só podia sê essa festança e ocê tá mais que convidado! Dia: 16/07/2016 - Sábado Horário: 17:00 Local: Rua Dr. Augusto Lefevre, 198 - Parque Casa de Pedra - São Paulo-SP Traje: Caipira, sô! Obs.: Trazer um prato de Doce ou Salgado