Odeio Amar Você

Page 1

Sinopse: Eu sou Hayley, tenho 16 anos. Já passei por muitas coisas, boas e ruins - Ruins, na maior parte das vezes - na minha vida. Mas parece que agora tudo vai se normalizar. Minha mãe finalmente se separou do meu padrasto e nós voltamos para a cidade de Franklin - Tennessee, a cidade onde passei a infância. Tudo estaria perfeito se não fosse por uma coisa: Josh Farro (Coisa, porque não podemos classificá-lo como pessoa). Era amável quando criança, mas virou um playboyzinho marrento depois de adolescente. Eu sou Josh, tenho 17 anos. Moro em Franklin - Tennessee desde que nasci. Eu sou - era - feliz, sim. Além de ter irmãos e pais maravilhosos, sou de certa forma popular na escola. Bem, minha vida estava ótima até uma garota re-aparecer: Hayley Williams. Ela era a coisa mais linda do mundo quando criança, mas hoje é apenas uma rockeirinha chata. Bem, os tempos mudam... Certo? Certo. Josh e Hayley simplesmente não tinham idéia do que o destino reservava para ambos. Na verdade, eles se amavam. E odiavam a si mesmos por isso. Classificação: +16 Categorias: Paramore Personagens: Hayley Williams, Jeremy Davis, Josh Farro, Taylor York, Zac Farro Gêneros: Drama, Romance, Comédia, Hentai


Capítulo 1 – A playful afternoon — Oh mamãe, por favor! — Ela implorava novamente para a mãe. — Só mais um pouco. Estou me divertindo tanto... Dando-se por vencida, Christie declarou: — Ok Hayley. Só mais trinta minutos, tá bem? — Obrigada mamãe! — A garota a abraçou forte em forma de agradecimento e correu para o encontro do amigo que a esperava em seu quarto. — Josh, ela deixou! — Disse ofegante. — Oba! — Murmurou Josh num tom de felicidade. — Venha. — Ele agarrou o braço dela e saiu puxando. Voltaram a brincar de pique-pega, bagunçando a casa da senhora Farro. — Eles são muito amigos... — Disse a senhora Farro admirando o modo como se divertiam. — Pois é. Hayley ama vir aqui. Hayley tinha 6 anos de idade, Josh 7. Eram melhores amigos. Sempre que podia, Hayley passava à tarde na casa dos Farro. Amava ficar com Josh. E também amava Zac, apesar de ele ser uma criança que mal sabia andar. Eles se conheciam quase desde nascidos. Na inocência da infância, cresciam e brincavam juntos. A senhora Farro e a senhora Williams se conheceram na faculdade, e se tornaram amigas desde então. Às vezes Nate — o irmão mais velho de Josh e Zac — brincava com eles também. Mas era muito difícil, pois Nate tinha 9 anos e se achava maduro demais para brincar com as crianças pequenas. A senhora Farro amava seus 3 filhos, mas ansiava por uma menina. Quem sabe um dia ela conseguiria... — Hayley, está na hora. — Lembrou Christie, fazendo Hayley ficar triste de novo. — Não dá pra ficar nem mais um pouco? — Não, já está tarde. Você volta amanhã, tá bem? — Tá bem... — Ela respondeu triste. — Dê tchau pros meninos. — Ordenou a mãe. — Tchau Zac — Ela se abaixou e ele a abraçou. — Tchau Josh. — Se abraçaram fortemente — Tchau, Hayles. — Tchau Nate — Gritou e pôde escutar o grito de ―Tchau‖ do garoto. As duas mulheres se cumprimentaram e mãe e filha foram andando até o carro. — Coloque o cinto, Hayley. — Já coloquei mamãe. Ao chegar em casa, Hayley tomou banho com a ajuda da mãe, jantou e dormiu.


Capítulo 2 – The first Kiss No outro dia, como sempre, ela começou a pedir para a mãe a levar a casa dos Farro novamente. Ela a levou, assim que ela chegou, disse ofegante: — Josh! — Olá Hayley! Tudo bom? — Sim! E você? — Estou ótimo. Vamos brincar? — Sim! As duas crianças saíram para o quintal, para brincar de pique-esconde. E assim ficaram. Brincaram a tarde toda, tinham muita energia para gastar. Cansados de correr, deixaram-se cair no tapete da sala. — Hayles, eu amo você! — Josh declarou dando-lhe um abraço sincero. — Ah Josh, eu também amo você! — Ela disse retribuindo o abraço. — O que duas pessoas que se amam devem fazer? — Perguntou Josh. — Minha mãe me disse, que quando duas pessoas se amam, elas se casam. Assim como ela e meu pai e o tio e a tia. — Sempre imperativa, Hayley tinha sempre as respostas para as perguntas de Josh. — Então vamos nos casar! — Josh disse num tom de entusiasmo fazendo a garota rir. — Mas Josh, nós somos crianças! — Então vamos nos casar só de brincadeirinha agora e depois quando a gente tiver adulto, a gente se casa de verdade. — Solucionou o garoto. — Tudo bem! — Concordou ela. Eles foram até o quarto de Josh e confeccionaram as alianças com pedacinhos de folha de papel. Cada um estava segurando sua ―aliança‖, ambos em pé, na caixa de areia do quintal de Josh. — E agora, como nos casamos? — Dessa vez, Hayley perguntou. — Você coloca a sua aliança no meu dedo e eu coloco a minha no seu. — Após escutar a explicação do menino, Hayley pegou sua aliança de papel e a colocou no quarto dedo da mão esquerda dele. Ele fez o mesmo com ela. — E agora? — Hayley perguntou de novo. — Agora a gente se beija. — Josh disse. A menina fez uma careta. — Precisa mesmo? — Ela perguntou sem querer. — Sim, pra oficializar. — Ela continuou com a careta. — Acredite, eu não quero tanto quanto você! Mas nós nos amamos certo? — Sim, ok. — Concordou ela. Ambos fizeram biquinho e deram um selinho. Se afastaram bruscamente. — Eca! — Disseram quase ao mesmo tempo e caíram na risada. — O que quer fazer agora, minha esposa? — Josh disse todo orgulhoso. Hayley se sentiu bem em ser ―esposa‖ de Josh. — Quero lanchar, marido. — Respondeu com um sorriso no rosto. Os dois correram de braços dados até a cozinha, onde a senhora Farro havia preparado alguns sanduíches e suco de laranja. — Não posso comer isso... — Hayley dizia triste. — Porque não? — Perguntou a senhora. — Minha mãe disse que não posso comer queijo. — Bem, é só tirarmos o queijo — A mulher se aproximou e tirou a fatia de queijo de dentro do sanduíche — viu? Agora coma, lindinha. — A menina novamente abriu seu sorriso e comeu com vontade seu sanduíche. — O que é isso nos dedos de vocês? — perguntou interessada a mulher, notando que ambas as crianças estavam com um pedaço de papel no dedo. Eles se entreolharam e Josh respondeu: — Nossas alianças, mãe. Nos casamos. — Hayley fez que sim com a cabeça. A mulher caiu na gargalhada. — Se casaram? — Sim, nós nos amamos. Não é mesmo Josh? — Josh fez que sim com a cabeça, não respondeu por estar com a boca cheia. — Acho que seu pai não vai gostar de saber que sua filha de apenas 5 anos já é uma mulher casada, Hayley. — Disse ela ainda rindo. — Mas nós só casamos de mentirinha, tia. — É, mãe. — Confirmou Josh. — Ah tá. Todos ali ouviram as buzinadas do carro da mãe de Hayley. Christie entrou e as crianças foram para o quarto jogar videogame. — Não sabe o que eles aprontaram hoje! — Disse rindo a senhora Farro. — Oh meu Deus! O que Hayley fez? — Perguntou Christie preocupada. — Hayley e Josh se casaram. — Ela continuou a rir. — Se casaram? — A senhora Williams começou a rir. — Mas como se casaram? — Crianças, venham cá. — Chamou à senhora Farro. Eles vieram correndo. — Vocês se casaram, não é verdade? — Sim, mas foi só de mentirinha. — Disse Josh olhando para os lados e coçando a cabeça, envergonhado. — É, mas a gente vai se casar de verdade quando for maior. Né Josh?


— É... — Confirmou Josh. — Porque fizeram isso? — Perguntou Christie, ainda rindo. Eles se entreolharam e Hayley respondeu: — Você não disse mamãe, que quando duas pessoas se amam, elas têm que se casar? Então... Por isso a gente se casou. — Christie ficou admirada com a resposta da filha. Tão pequena e tão esperta pensou ela. — É... Vocês estão certos. Mas lembrem-se que vocês ainda são crianças ok? Nada de repetir o que os adultos casados fazem... — Ordenou Christie, fazendo Josh e Hayley se entreolharem novamente. — Nós não fizemos nada. — Mentiu Josh. Aquele dia terminou entre risos e diversões. Para Hayley. Para Christie não. Ela tentava não demonstrar seu desentendimento com Joey na frente da filha pequena, mas era inevitável. Eles já não concordavam em quase nada. Estava ficando praticamente impossível a convivência. Hayley não via muito o pai, — pois ele sempre saía cedo pra trabalhar e voltava tarde — mas o amava muito. Por ser pequena, não percebia a indiferença entre seus pais, e achava que os gritos e brigas que eles tinham freqüentemente eram absolutamente normais.


Capítulo 3 – A old friend — Hayley, o que houve com a sua boca? — Josh disse espantado ao ver sangue na boca da amiga/esposa. Ela levou à mão a boca e notou que realmente estava sangrando. — Meu dente está caindo! — Disse. Eles correram para o banheiro e Hayley encheu a boca d‘água. Cuspiu a água com sangue. Pegou seu dente e o puxou com força, arrancando-o. Josh observava tudo pasmo. Ela lavou a boca e o dente. Em seguida o levou para a senhora Farro. — Querida, seu dente caiu? — Sim, tia. Ela riu e pegou o dente da criança. O guardou para dar para Christie. — A fada dos dentes virá buscá-lo à noite. — Prometeu ela. Hayley e Josh abriram seus sorrisos e voltaram a brincar de mãos dadas. Eles eram apenas crianças pequenas, mas era notável o amor dos dois. Ninguém era mais feliz do que eles se divertindo. Assim foi, durante quase toda a infância deles. Quase toda, eu digo, porque ocorreu algo muito triste logo depois, quando a crise familiar se agravou. Deu 17h00 e a senhora Williams não veio buscar Hayley. O que era muito estranho, pois ela era sempre pontual na hora de buscar a filha. A senhora Farro estranhando, decidiu ligar para Christie, pra saber o que tinha acontecido. — Olá Chris! — Oi. — Respondeu fria e com voz chorosa. Notando, ela disse: — O que houve? Está chorando? — Acabei de descobrir... — Ela voltou a chorar mais forte dessa vez. — O que? Diga-me, minha amiga. — Disse a senhora Farro tentando confortá-la. — Joey me traiu. A outra está... — ela deu uma pausa — Grávida. — A senhora Farro ficou em choque. Não sabia o que pensar. Ela sabia que ela e Joey estavam passando por problemas, mas jamais imaginou algo assim. — Oh, Christie... Acalme-se, estou indo aí. Ela desligou o telefone, pegou a bolsa e as chaves do carro e gritou: — Nate! — Sim, mãe. — Tenho que sair. É urgente. Cuide das crianças. Ela saiu antes de Nate pudesse dizer algo. Confuso, ele passou a vigiar Hayley e Josh, que estavam quietinhos — por mais estranho que pareça — conversando. — Então seus pais brigam? — Josh perguntou abismado, pois não sabia que isso acontecia. Achava estranho, pois os pais de Josh quase nunca brigavam. — Quase sempre. — Disse ela num tom meio cabisbaixo. — Mas é normal. Todo casal briga. — Os meus pais não... E... Nem a gente! — Disse ele e os dois riram. — Seus pais e a gente são uma exceção, Josh. — São? Então tudo bem. Enquanto isso, a senhora Farro dirigia sem se preocupar com as multas ou sinais vermelhos em direção a casa de Christie. Ela estava preocupada com a velha amiga. Chegando lá ela entrou na casa sem ao menos tocar a campanhinha, foi até o quarto e encontrou Christie com os olhos inchados. Abraçou-a imediatamente. Christie se entregou as lágrimas nos ombros da amiga. Ficou assim por alguns minutos. — O que houve minha amiga? — Uma mulher acabou de sair daqui. Ela dizia ser ‗namorada‘ do Joey. Disse-me que há alguns meses se apaixonou por ele e agora, está grávida. Com medo de que ele não assumisse, veio falar comigo. — Ela deu uma pausa e secou parte das lágrimas. — Nosso casamento estava em crise, mas nunca pensei que ele me trairia. — Chore, chore minha amiga. Limpe sua alma. Joey foi errado, mas lembre-se de que essa criança não tem nada a ver com isso. Jesus nos ensinou a perdoar, e é só assim que conseguiremos paz. Se o casamento já estava em crise, é melhor que não dure mais pra não prolongar sua dor. — Christie se sentiu bem melhor depois dessas palavras. Foi até o banheiro e lavou o rosto. — Preciso pegar Hayley. — Resolva com Joey hoje, Chris. Deixe que Hayley durma lá em casa. É melhor que ela não presencie tudo isso. — Tem razão. Obrigada, minha amiga. — Elas se abraçaram fortemente novamente. Christie separou uma muda de roupas, uma escova de dente e um sabonete de Hayley para a Senhora Farro. Ela o pegou. Deu-lhe um ultimo abraço. — Tchau Chris. Se cuide. E seguiu para a sua casa.


Capítulo 4 – I’d never sing of love if does not exist — Minha mãe não veio me buscar... — Sussurrou Hayley fitando o relógio. Eram 5h45. — O quê? — Josh perguntou. — Minha mãe, disse que viria me buscar as 5h00. Veja. — Vai ver ela se atrasou. Ela se convenceu com a explicação do menino. Então eles voltaram a brincar. Pouco tempo depois o carro da Senhora Farro chega. — Tia, cadê a minha mãe? — Ela disse que pode dormir aqui hoje, Hayley. — Oh, sério? — Perguntou alegre a menina, sem saber o que essa noite lhe reservava. — Sim. — Ah, que legal! — A preocupação que rondava Hayley, sumiu com a boa notícia. Mal sabia ela, que essa notícia ainda lhe traria muitas mágoas. O resto da tarde e a noite se passaram. Por alguns minutos na noite Hayley se sentiu um pouco mal, mas logo passou. No outro dia bem cedo, ela foi levada para a casa. Deparou-se com uma cena que ela jamais queria ter visto. Seu pai estava chorando. Sua mãe estava arrumando as malas.

Pov. Hayley

— Papai, o que houve? — Perguntei para o meu pai que estava chorando sentado no sofá. — Eu e sua mãe, vamos nos separar, querida. — Por quê? — Senti as lágrimas correrem pelos meus olhos também. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. — Hayley, — Ele limpou minhas lágrimas — Você ainda é muito nova pra saber de certas coisas... — Papai, eu sou nova, mas não sou boba. Tenho 6 anos. Já sei o que quero da minha vida. E como sua filha tenho direito de saber o porquê. Por favor, me diga. — Hayley, nós não nos amamos mais. Eu... Vou ter outro filho. — O quê? — É isso. Você vai ter um irmãozinho, ou irmãzinha. — Você traiu a mamãe, pai? — Ele abaixou a cabeça, com vergonha. — Sim... Nós não nos amamos mais Hayley. Saí correndo, a procura de minha mãe, enquanto meu pai chorava mais. Ela estava fazendo as malas. Murmurava algumas palavras que pude escutar: ―Amor, que tipo de amor é isso? Não. Ele não existe. Pego minhas coisas e da Hayley e vou pra casa de minha mãe. Eu nunca, nunca vou me deixar esquecer de novo. Isso é uma promessa.‖ — Mamãe, o que está fazendo? — Essa casa não é mais nossa, Hayley. Vamos para L.A., na casa de minha mãe. — Mas eu não quero ir! — Hayley, eu não estou te perguntando se você quer ou não ir. Nós vamos. Voltei a chorar. Eu não podia ir embora pra outro lugar! Por quê? Porque tudo estava acontecendo comigo? Corri até o telefone, liguei pra casa de Josh. A Senhora Farro atendeu. — Tia, passa pro Josh, por favor! — Hayley, ele não quer... Está triste no quarto. — Tia, eu vou embora! Não me deixa ir embora, por favor! — Sua mãe já decidiu, amor. Você tem que ir. — Comecei a chorar alto. — Cadê Josh? — Alô Hay. — Josh, por favor. — Hayley, como você vai embora? Como pode me deixar aqui? Isso não é justo. — Josh, eu... — Poxa, Hayley, eu achei que você gostasse de mim. Mas não... — Josh, eu amo você. Mas eu não tenho escolha! Por favor. — Tchau Hayles. — Ele desligou o telefone. Tudo estava dando errado. Tudo. Chorei de novo. Muito mais. Depois de alguns minutos, percebi que não deveria mais chorar. Meus pais estavam separando, e eu não podia fazer nada. Chorar não adiantaria.


Fui até o banheiro, lavei bem o rosto, até parecer apresentável. Fui até meu quarto. Peguei meu diário e escrevi: ―Meu pai está chorando na sala, minha mãe fazendo as malas e com mágoa de tudo. Bem, eu prometo que nunca cantarei sobre esse tal de amor se ele não existir. Já que tenho mais do que provas, de que ele não dura. Nós precisamos arranjar meios de sermos felizes sozinhos. Ou pelo menos parecer felizes. Eu vivo e sempre vou viver assim, mantendo uma distancia dele. E é realmente melhor viver sem esse tal de amor, porque nada disso um dia vai valer o risco. Serei feliz sozinha, porque amor é um sonho, e não uma realidade.‖ Sei que ficou profundo, mas me senti bem melhor depois de escrever tudo isso. Sim, eu havia amadurecido. Nunca uma criança de 6 anos escreveria isso. Bem, eu não sou mais uma criança. A vida não é uma brincadeira, e jamais será. A vida é dura. E bem, descobri isso hoje. — Vamos Hayley. — Minha mãe me chamava buzinando o carro, enquanto meu pai chorava ao vê-la assim. Assenti com a cabeça, peguei minha pequena mala e coloquei no carro. A cadeirinha estava no banco de trás. Peguei-a e joguei no asfalto furiosa. — Hayley, pegue a cadeirinha. — Não sou mais uma criança, droga. — Bufei. Eu realmente não era mais uma criança. Sentei no banco de trás e coloquei o cinto. O carro passou na frente da casa de Josh no caminho de L.A., eu o vi na frente da casa, com a cabeça entre as mãos. Ele me viu, eu abaixei o vidro e dei tchau. Pude vê-lo chorar e correr pra dentro de casa. Mas eu não chorei, não de novo. De agora em diante, serei forte. Afinal, não sou mais criança. E se meu namoro com Josh fosse acabar assim mesmo, melhor que nunca tivesse começado. Serei feliz sozinha.


Capítulo 5 – After a long time

10 anos depois...

— Finalmente! — Um sorriso verdadeiro se abriu no rosto de Hayley. Colocou os cabelos extremamente ruivos atrás da orelha pra poder ver melhor. Finalmente ela estava de volta a Franklin. Finalmente ela havia deixado tudo de ruim que passou em L.A. Finalmente. É, essa é a palavra certa. Agarrou suas duas malas e subiu correndo as escadas. Não era a mesma casa na qual passou a infância, mas era uma boa casa. Os homens do caminhão de mudança montavam os móveis dentro da casa. Ela subiu em seu quarto, e o adorou. Era grande, paredes rosas e brancas. Notou 4 homens com um piano, apontou o lugar onde ele deveria ficar. Piano, de fato a única coisa boa que aprendeu em L.A. Largou suas malas em seu quarto, enquanto alguns homens montavam o piano e a cama. Saiu ao encontro de Christie, que estava na sala. — Mãe, — lhe deu um beijo no rosto. — Vou à casa do pai. Estou com saudade das meninas, e dele também. — Sabe o caminho? — Mãe, conheço essa cidade como a palma da minha mão. Não se preocupe! Tchau. — Ela disse isso e saiu em passos rápidos em direção a casa que ficava poucas ruas dali. Chegou a sua antiga casa. Sentiu o cheiro suaves das orquídeas passarem por ela. Sorriu novamente. Subiu a pequena escadinha e tocou o interfone. McKayla atendeu. — Hayley! — A menina gritou e pulou no colo da irmã, que a levantou do chão. — Minha pequena! — Hayley colocou McKayla no chão. Abaixou-se para ficar no tamanho dela disse: — Nossa! Como você cresceu! Como vai? — Eu estou bem Hay! — Ela disse e deu outro abraço na irmã. — Pai! Erica! Hayley está aqui! — Gritou a pequena criança. Puderam escutar os passos rápidos de Erica que estava ansiosa para ver a irmã, já que fazia 1 ano e meio que elas não se viam. — Hayles! — Ela a abraçou. — Nossa, que bom que você chegou! Tenho tantas coisas pra te contar! — Erica sempre fora faladeira. Contava tudo o que acontecia dentro daquela casa pra Hayley. Erica sempre idolatrou Hayley. Era sua heroína. Sua segunda mãe. — Sim, eu sei Erica. Onde está o pai? — Hayley, minha linda! — Joey disse abraçando a filha. Ela o abraçou com vontade. Amava profundamente seu pai. Nunca se conformou com a separação. Ela entrou e cumprimentou Jessica, sua madrasta. Começaram a conversar. Hayley contou onde moraria, onde estudaria... Eles conversaram durante algum tempo, até que Hayley foi até o quarto de Erica, para ela poder contar tudo o que queria. — Você bem que podia ficar aqui, né? — Perguntou Erica com voz manhosa. Tinha apenas 9 anos, mas já tinha seu alto poder de convencimento. — Não posso Erica... Minha mãe já comprou a casa. Já tenho meu quarto. E também, seria muita gente pra uma só casa né? — Erica abaixou a cabeça, triste. — Hey, não se preocupe. Eu não vou sumir de novo. Agora moro pertinho de você! Demorei só uns 10 minutos caminhando da minha casa até aqui. E você pode me visitar quando quiser, ok? — Ok... — Elas se abraçaram de novo. — Hayley, tenho que te apresentar minha melhor amiga! — Hum... E quem ela é? — Isabelle Farro. — Hayley gelou. Farro. Só existia uma família Farro por ali. — Você disse... Fa–Farro? — Disse gaguejando. — Sim. Qual é o problema? — Ah, nenhum. — Ela deu uma risada falsa. — É... Ela tem irmãos? — Tem 3. Mas um deles não mora aqui. — Sabe o nome deles? — Nate é o que não mora mais aqui, Zac, que é o mais legal de todos e o... Ah, esqueci o nome dele! — Josh? — Perguntou Hayley. — Sim! É isso! Josh. Peraí... Você o conhece? — Acho que sim... Tinha um amigo, Josh, quando era um pouco menor que você. — Ah, será que é o mesmo? — Não sei... Acho que sim. — Hayley suou frio ao se lembrar de Josh. Ao se lembrar de como ele foi frio com ela pelo telefone. — Mas eu nem me importo Eri. — Sorriu de novo. — Hey, já são 6h30! Preciso ir, meu amor... — Você volta? — Sim, eu prometo! Ligue pra mim ok? Quando eu vier conheço sua amiga Isabelle. Agora, tchau. Ela beijou as irmãs, se despediu de Joey e Jessica e foi caminhando até a sua casa. Ela foi pensando em Josh, em Zac, nos Farro... Sem prestar atenção, ela esbarrou em um casal. Uma menina, loira, do tamanho dela, e um garoto, de cabelos castanhos e olhos de mel, corpo bem definido e bem vestido. Pareciam namorados.


— Menina, você ta louca? — Perguntou a garota. — Ah, me desculpa. Eu estava distraída. — Acorda pro mundo, garota. Fala sério. — Disse o garoto debochado. — Hey, se acalmem. Eu já pedi desculpa. O que foi, quer um biscoito? — Qual é menina, quem você acha que é pra chegar assim e ir enfrentando? — Quem eu sou não interessa a vocês. E eu não estou enfrentando ninguém. Vocês que começaram a debochar. Que merda. — Eu vou acabar com você. — Ameaçou a menina. — Eu já surrei outras garotas como você. Não tenho medo. Se quiser brigar, venha. A garota loira foi com a mão fechada para brigar com Hayley, até que o menino a segurou. — Calma, Jen. Deixa ela aí. — A garota voltou pra trás. — Isso! Pede ajuda pro namoradinho playboy metido a besta! — Olha aqui menina. — o garoto apertou o braço dela. — Você não tem idéia de com quem você tá falando! — Eu tenho sim! Estou falando com um moleque metido a rico playboyzinho que faz de tudo pra proteger a namoradinha que pratica bullying com outras meninas no colégio. Eu sei quem é você, por que existem milhares de garotos como você em L.A. E eu não vou ser mais uma vítima sua, seu moleque! — O garoto ficou sem palavras e largou o braço de Hayley. — Vamos Jenna. — Ele disse seco e voltou a caminhar. ―Garoto ridículo‖ pensou ela. Hayley começou a pensar na sua vida antes de voltar para Franklin. Sua vida em Los Angeles. Pouco tempo depois que Hayley se foi, Erica nasceu. Alguns anos depois McKayla também veio ao mundo. Christie não impediu a filha de conhecer as irmãs, e com o tempo, o sentimento ruim que ela tinha sobre Joey foi sumindo. Então, ela conheceu e se apaixonou por Andrew, para a tristeza de Hayley. Ele foi um verdadeiro cavalheiro até eles se casarem, quando começou a mostrar sua verdadeira face. Quando Hayley entrou pra escola ela passou a sofrer Bullying de seus colegas. Então começou a se meter em brigas, e foi expulsa de duas escolas. Ela não era feliz. E Christie também passou a não ser. Até que um dia, cansada do sofrimento que Andrew lhe causava, Christie decidiu voltar para Franklin. Uma nova vida. É o que ela queria para ela e para Hayley. Hayley amou a idéia de voltar. Poderia ver as irmãs quando quisesse. E ela sabia que lá em Franklin todos eram muito simpáticos. Durante toda a sua vida Hayley tentou esconder dela mesma a vontade de rever Josh. De rever a família Farro. Estou contente com a solidão ela dizia. Ela finalmente seria feliz. Seria feliz como era aos 6 anos de idade. Finalmente, seria feliz de novo. A garoa fria começou a cair sobre os ombros de Hayley. Apressou-se para chegar logo em casa.


Capítulo 6 – Can not be, you are not you!

Pov. Hayley

―Tá com você‖ Eu o toquei no braço e saí correndo. Ele veio atrás de mim, correu o máximo que pode. Até que ele me alcançou e disse: ―Agora tá com você‖. Me cansei e parei de correr. Ele, cansado também veio andando atrás de mim. Deixamo-nos cair no tapete de sua casa.―Hayles, eu amo você‖ Ele me abraçou sinceramente. ―Ah Josh, eu também amo você‖ eu retribuí o abraço.

Acordei. Já era a terceira vez naquele dia que sonhava com meus momentos com Josh. Minha estadia em Franklin já estava me deixando atordoada. Peguei o despertador, eram 6:05 da manhã. Eu o tinha programado para 6:20. Decidi me levantar. Hoje seria meu primeiro dia no colégio. Fui até o banheiro, me despi e abri o chuveiro, deixando a água bem quente. Me coloquei pra dentro do jato, deixando a água quente passar por todo o meu corpo. Terminei de tomar banho, vesti uma calça jeans, uma camiseta básica e um all star. O bom das escolas de Franklin é isso. Não temos essa chatice de uniforme. Peguei minha mochila e fui até a cozinha, onde minha mãe já preparava o café da manhã. Apoiei a mochila no balcão e me sentei no banco do mesmo. — Bom dia Hayley. — Disse minha mãe. — Dormiu bem? — Bom dia, sim... — Concordei. — Sabe do que eu estava me lembrando hoje? — Do que? — Dos Farro. — Só agora ela foi se lembrar? OMG. — Ah... Sei. — Sabe, acho que vou visitá-los hoje. Vem comigo? — Sim, claro. — Concordei tentando não demonstrar muito ânimo. Ela colocou uma panqueca e suco em cima do balcão. Comi rapidamente, me despedi dela e fui caminhando calmamente para a escola. Entrei na escola, tinham várias pessoas. Peguei o papel que a diretora me deu, e fui tentando saber onde seria minha primeira aula. Não achei. Tinham vários alunos no pátio da escola, provavelmente a primeira aula não seria agora. Fui até lá. Tinha um menino de costas pra mim, ele estava sozinho. Delicadamente cheguei e disse: — Me desculpe, você sabe onde é a minha primeira aula? — O garoto se virou. Oh não! Era o mesmo cara com quem eu discuti no outro dia. — Ah não... Fala sério. — Qual é garota, tá me seguindo? — Não, eu não vi que era você, molecote. — Eu já falei pra você não falar nesse tom comigo. — Hey, cara! — Um garoto, de cabelos loiros e olhos azuis, chegou e foi falando com o garoto. — Deixa ela em paz, valeu? Ela é nova, quer saber onde vai estudar. — O garoto moreno olhou pra mim e pra ele, e saiu sem falar nada. — Me desculpe por ele — ele começou — Eu sou Jeremy. — Olá Jeremy, não precisa se desculpar. — Você é nova? — Sou... — Bem, sua primeira aula é naquela sala ali. — Ele disse apontando pra sala. — E bem, a minha também. — Oi Jerm! — Chegou uma garota, de cabelos e olhos castanhos, branquinha, bonita. Parecia legal. — Oi Sarah! Essa é a menina nova, é... — Hayley. — É, Hayley. — Hayley, amei o seu cabelo! Sério! — Disse a garota. — Ah, obrigada. O seu também é legal. — Como eu ia te falando Hayley, nossa primeira aula é naquela sala. É de biologia. Eu particularmente curto muito. — Eu também gosto. — Abri meu sorriso. A menina do lado dele sorriu também. O sinal tocou. A primeira aula de Sarah não seria comigo e Jeremy. Cada um foi para a sua direcionada sala. A aula de Biologia até foi tranqüila. A professora pediu duplas, e eu a fiz com Jeremy, que me ajudou bastante. Não cheguei mais a ver o garoto nojento. Ainda bem! Logo depois teria aula de física, e Jeremy não estava na minha turma. Entrei tímida, então vi Sarah. Assim que ela me viu ela falou: — Hayley, a menina dos cabelos maneiros! — Eu ri. — haha, senta aqui comigo.


Fiz o que ela pediu. Sarah é uma menina muito... Sociável. — Gosta de Física? — Eu gosto, ela que não gosta de mim. — Rimos. — Completamente normal. Mas eu gosto. Adoro números, e eles também gostam de mim. — Voltamos a rir. Passamos a aula toda conversando. Aprendi pouco, confesso. Mas Sarah é realmente uma garota muito legal. O sinal novamente tocou, só que para o intervalo. Saí da sala com Sarah, ainda estávamos conversando. — Vamos lanchar com Jeremy? — Perguntei. — Sim, eu sempre lancho com ele. — Abri meu sorriso. Logo o vimos. Sentamos em uma mesa pequena, e compramos nosso lanche. Então eu vi o menino e a menina vindo e me fuzilando com os olhos. Jeremy notou. — Eu não entendi Hayley... — Começou Jeremy. — Porque ele ficou tão irado quando você fez uma simples pergunta pra ele... — Bem, eu acho que posso explicar isso. Há uns 3 dias atrás, eu estava voltando da casa do meu pai e sem querer esbarrei nele e na namorada dele. Eles começaram a debochar de mim, e eu briguei com eles. Só não saí no tapa com a loira porque ele interferiu. Eu não sabia que era ele, só fui saber quando já tinha perguntado. — Uau, que história! — Disse Sarah. Nós rimos. — Pois é. — Disse. — Me parece que você não é uma menina que deixa barato. — Bem Jeremy, eu sou legal. Desde que você não pise no meu calo. Eu já surrei muitas garotas como aquela loira antes. Acredite. — Você não é daqui né? — Sim e não. — Eles fizeram uma cara de surpresa. — Nasci e fiquei aqui até os 6 anos de idade. Depois fui pra Los Angeles. Voltei faz pouco tempo. — Era bom lá? — Perguntou Sarah. — Sinceramente falando? Eu detestava morar lá. — Ainda bem que voltou. — Disse Sarah. — Ainda bem mesmo. O resto da aula passou normal. Eu ainda fiquei um horário sozinha (sem Jeremy e Sarah), mais um garoto chamado Taylor me fez companhia. O sinal tocou, era hora de ir. Me despedi de Jeremy, a casa de Sarah ficava perto da minha, então fomos andando juntas. O resto da tarde foi normal. Almocei com a minha mãe, e fui pra casa do meu pai. — O que tá escrito aqui mesmo? — Perguntou McKayla com o gibi do Batman na mão. Ela estava aprendendo a ler, e ainda não decifrava algumas palavras. — Veja McKayla, ―a‖ ―c‖ ―h‖ ―o‖. É acho? Entendeu? — Ah, sim. Obrigada Hayley. Fiquei durante muito tempo lendo com McKayla. Era divertido. Apesar de ela ter apenas 4 anos, já lia bem. — Hayley, essa é Isabelle. — Veio Erica com uma menina com ela. — Olá Isabelle. — Abri meu melhor sorriso. — Oi. — Respondeu tímida. — Erica me disse que você é a melhor irmã do mundo! — Eu ri. — Não, eu não sou. — É sim! — Começou Erica. — Ela sempre me leva pra tomar sorvete, sempre me traz presente, sempre me escuta quando eu quero falar, tem um cabelo maneiro e sabe tocar piano e cantar! — Fiquei admirada com tamanhas qualidades minhas. — Eu também tenho irmãos. — Interrompeu Isabelle. — E Zac também sempre me leva pra tomar sorvete. — Ok, vamos parar com isso. Querem tomar sorvete? — Sim! — Responderam animadamente. McKayla estava com sono, então Jessica cuidou dela. Fui andando até a sorveteria com Erica e sua amiga. Fomos conversando. A tarde foi animada. Há muito não me divertia assim. As duas meninas eram muito engraçadas, ambas falavam muito. Sim, Erica não podia arranjar outro tipo de companhia senão igual a ela. Isabelle logo teve de ir embora, por que tinha um compromisso na casa dela. Eram 6 da tarde, quando meu celular toca. — Alô? — Hayley, onde está? — Tomando sorvete com Erica. — Esqueceu que vamos visitar os Farro hoje? — Opa, esqueci. Tô voltando. — Ok. Desliguei o celular. — Erica, vamos voltar. Tenho que sair com a minha mãe hoje. — Ok.


Paguei a mulher e fui andando até a casa de meu pai pra deixar Erica lá. — Pra onde vai? — Lembra daquele amigo, que eu disse que tinha? — Lembro. — Vou visitá-lo. — Um sorriso brotou em meus lábios. Finalmente eu iria vê-lo. — Ah, que bom Hayley! A deixei na casa dela e fui pra minha, quase correndo. Ao chegar lá, tomei um banho rápido, sequei meus cabelos e deixei-os soltos mesmo. Coloquei minha calça e meu allstar, como sempre. Passei uma maquiagem básica. Entrei no carro. Meu estômago revirou. Como Josh estaria? Como ele me veria? Será que se lembra? Um zilhão de perguntas rondavam minha cabeça. E aquela maldita ansiedade, e frio na barriga. Medo? Provavelmente. Assim que chegamos eu vi aquela fachada. Não tinha mudado nada. Lembrei-me de Josh correndo com lágrimas por aquelas portas enquanto eu o olhava pela janela do carro. O mesmo sentimento me atingiu. Balancei a cabeça negativamente na tentativa de tirar aqueles sentimentos de mim. Eu estou feliz e bem agora pensei. Fui andando calmamente com a minha mãe até a porta. Ela tocou a campanhinha. A mesma que eu não tinha altura pra tocar, e minha mãe me levantava até eu a alcançar. Lembranças, momentos, todos de volta a memória. A porta se abriu. Lá estava a Senhora Farro. Alguns anos mais velha, alguns fios brancos em sua cabeça, mas logo se notava que a velha simpatia e sabedoria não mudara. — Christie! — Elas se abraçaram fortemente, com saudades. Eu as olhei, até que se soltaram. — Oh Deus! É Hayley? Mas está enorme! — Ela me abraçou. — Olá tia. — Disse abrindo meu melhor sorriso. Era gostoso chamá-la assim, já que eu não tinha tias de verdade. — Oh meu amor, o que houve com o seu cabelo? — Dei uma risada gostosa. — Eu me pergunto isso todos os dias... — Disse minha mãe, se juntando a mim rindo. — Entrem! Ao entrarmos vi a pequena Isabelle. Ela correu e me abraçou, para espanto de todos. — Eu a conheci hoje... Tomamos sorvete com Erica. — Disse ao notar todos nos olharem estranhamente. Vi um garoto tímido nos olhar. Aquele rosto sapeca era irreconhecível. — Zac! — Disse. — Não se lembra de mim né? — Hey girl! — Ele veio rapidamente e me abraçou forte, tirando meus pés do chão. — Quando te conheci eu era mais alta que você! — Rimos. — Os tempos mudam, gata. — Onde está Nate? E Josh? — Perguntei tentando esconder a ansiedade de ver Josh. — Meu Deus! Você não é a little spongebob, é? — Oi Nate! — Ele veio e me abraçou. Havia se tornado um belo homem. — Como vai, garota? — Estou bem. E você? — Estou muito bem também. — Respondeu. — Josh, seu bobão, corre! Hayley está aqui! — Gritou. Meu estômago revirou novamente. Escutei passos rápidos vindo em direção a sala de estar, onde eu me encontrava. Josh parou imediatamente de correr até chegar à sala. Seu sorriso sumiu, assim como o meu. — Você?! — Perguntamos ao mesmo tempo.


Capítulo 7 – I’m not the same kid from your memory — Você?! — Perguntamos ao mesmo tempo. — Vocês já se encontraram? — Perguntou minha mãe, confusa. — Essa garota mal educada faltou bater na Jenna outro dia! — Mal educada? Diz o garoto debochado metido a playboy! — Olha, menina! Você saiu, me deixou aqui. Você não tem o direito nem de se dirigir a mim! — Josh, você não tem idéia do que eu passei na minha vida! Você é um moleque, moleque! — Ei, vocês dois! Parem com isso! — Ordenou à senhora Farro. — Josh, o que deu em você? — Não deu nada, mãe! Essa garota ameaçou surrar a Jenna outro dia! — Josh! O nome dela é Hayley, e você sabe disso. E a Jenna é muito estressada, ela deve ter feito alguma coisa. Agora pare com isso, já! — Ele fez bico, calando-se. O clima estava tenso. — Hayley, pode me ajudar na cozinha? — Apenas assenti com a cabeça e a segui, olhando torto para Josh. — Acho que vou embora... — Disse enquanto secava um prato. — Não. Fique aí. — Tia, desculpa... Mas, sei lá. Não tem como eu ficar mais aqui... — O que houve, Hayley? O que aconteceu? Contei tudo a ela, sem omitir nada. Nem mesmo que estava pensando em Josh quando esbarrei nele. Nem mesmo a incrível coincidência de Isabelle ser a melhor amiga de Erica. Ela escutou tudo pasma. Era de fato... Muita coincidência. Ou destino. Mas bem, eu não acredito nele. Mesmo sabendo de tudo, ela não me deixou ir embora. Ou melhor, minha mãe não deixou ir embora. E eu teria que ficar a noite inteira olhando pra cara imbecil daquele garoto. Oh, que droga! Mas tudo bem, eu sou bem melhor que ele. Terminando de lavar a louça, minha mãe e a tia ficaram fazendo o jantar. Fui para a sala, onde Zac e Isabelle jogavam videogame. Nate fazia algo no computador, e Josh estava sendo irritante de qualquer jeito. — Hayley! Quer jogar? — Disse a pequena. Zac logo se animou. — Venha perder, Hayles! — Olhei pra ele com deboche e soltei uma gargalhada. — Haha, vocês vão levar uma surra! — Eles abriram espaço e eu me joguei entre eles. Rimos. Peguei meu joystick e começamos a jogar Need For Speed. (N.A.: Eu não conheço jogos de videogame D: Me ajudem depois? Preciso de sugestões) — YES! Eu te avisei Hayley. Ganhei de novo. — Disse Isabelle, por ter ganhado a corrida. Larguei meu joystick. — Bem, eu estou sem prática. Senão... Eu te ganharia. — Eu disse. Zac também largou seu Joystick. Isabelle ficou jogando sozinha. — Caraca, eu não me lembro direito sabe? Mas o pouco que me lembro, dá pra ver o quanto você mudou Hayley. — Disse ele. Dei uma pequena risada. — Zac... Foi preciso mudar, sabe? Minha vida lá em L.A. não foi muito fácil. Eu tô realmente feliz de voltar... E bem, eu me lembro perfeitamente de você correndo pela casa toda com fraldas e atrapalhando minhas brincadeiras com... — soltei um suspiro pesado. — O Josh. — Vocês não se deram bem né? — Não. — Josh me falou de uma ruivinha nojenta que esbarrou nele outro dia... E ele ficou com raiva quando eu disse que ele tinha agido errado. — Josh mudou muito. Muito mesmo. — Zac não falou mais nada. Ficou meio... Sem ação. Acho que ele concordava sobre o irmão não ser mais o mesmo. — E como vai à escola Zac? — perguntei tentando sair daquele clima. — Bem, eu não sou o melhor aluno... — Nós rimos. — Aposto que é o mais famoso. E mais engraçado. — E mais bonito. — Ele completou. Gargalhei. — É, isso também. Continuei a rir. — Namora? — Perguntei. — Tô com uns rolos aí... — Ri de novo. — Uns? — Tá bom. Só um. E você, Hayles? Tá namorando? — Não... — Mais você não achou ninguém interessante lá em L.A.? — Eu só namorei um cara por lá... Mas, bem... As pessoas gostam de me magoar, sabe? Com ele não foi diferente. — O que aconteceu? — Sinceramente, até hoje eu não sei direito. Aparentemente, estava tudo bem. Mas teve um dia que ele chegou do nada e disse umas coisas horríveis pra mim, e terminou tudo. — Nossa! Esse cara merece uma surra! — Rimos. — Como era o nome dele? — Chad... Gilbert.


— Tomara que eu não o encontre um dia, senão ele vai se ver comigo! — Haha, acho bom ele ficar com medo, Zac. Continuamos a conversar. Era ótimo conversar com Zac. Ele era tão... Legal. Diferente do irmão dele. Inacreditável o modo de como Josh mudou. Bem, foi bobagem minha pensar que... Sei lá, eu o encontraria e a gente se daria bem como nos velhos tempos. Os tempos mudam. As pessoas também. E ele havia se tornado tão idiota, que é indiferente pra mim. Continuo amiga de Zac, Nate e Isabelle. Logo o jantar ficou pronto. Fui ainda conversando e brincando com Zac e Isabelle. — E aí Nate, o que você ta fazendo? — Perguntei. — Bem, eu estou fazendo faculdade lá em Nova York. Quase não dá pra vir aqui em casa. Foi bem legal eu poder encontrar a pequena Hayles aqui em casa. Amanhã mesmo eu preciso voltar. — Mas Nate... Eu cresci. — Mas continua baixinha. Desculpa. — Todos riram (menos Josh, é claro). Como pude ficar tantos anos sem escutar as piadinhas de Nate sobre a minha altura? — Incrível. Eu jurava que quando ficasse mais velha, não aturaria isso. — Você vai aturar isso até quando estiver velhinha, pequenina sponge. Todos conversamos e rimos durante o jantar. Menos Josh. Bem, ele era bom demais pra se divertir com a família, certo? Certo. Acabando o jantar, eu voltei pra sala de estar. Sentei-me no sofá. Josh se sentou ao meu lado. — Ainda não acredito que você é a Hayley de antes. — Eu que não acredito que você é aquele garoto doce e fofo de antes. E eu não sou a Hayley de antes. Sou a Hayley de agora, Josh. — Eu preferia antes a Hayley de antes. — O olhei profundamente e disse: — Eu preferia o Josh de antes. — Levantei-me e fui brincar com Isabelle.


Capítulo 8 – A bad, boring, terrible lesson! — PARA TUDO! — Disse estupefata Sarah, ao saber que do que Hayley a contara. — Então quer dizer que o Josh, era o seu melhor amigo quando você era criança? — Isso aí. — Concordou Hayley. Sarah passara em sua casa pela manhã, para as duas irem juntas para a escola. Era incrível como em apenas uma semana as duas já se tornaram amigas íntimas. Hayley já havia contado sobre Josh para Sarah e Jeremy. Sarah principalmente. — Puxa, Hays. Eu lamento, cara. Você tava tão animada pra ver o Josh. Sério, como não passou na minha cabeça que o Josh lindo seu amigo seria o Josh mauricinho? Deus! — Só porque não passou pela minha também, Sarah. Sei lá, ele mudou demais. Ele era muito fofo. Jamais passaria pela cabeça de ninguém mesmo. — Eu lamento. — Não precisa. Ele é indiferente pra mim. — Hayley sorriu e ambas começaram a conversar sobre a escola. Elas chegaram à escola e começaram a conversar com Jeremy. — Caramba Hayley! Ele é o seu amigo? — Jeremy tentou sinalizar para Josh, que estava com sua turminha logo atrás. — Não Jerm, ele era meu amigo. — Puxa... — Mas tá tudo bem Jeremy. Eu não me importo. Eles continuaram a conversar e o sinal bateu. Hayley seguiu sozinha para a primeira aula. Sentou-se ao lado de Taylor, como sempre fazia nas aulas de química. — Olá Hayley. — Ele sorriu. — Oi Taylor. — Ela retribuiu o sorriso. — Como vai? — Bem, bem. A conversa dos dois foi interrompida pelo grito da nova professora de química que chegava na sala. — Silencio, turma! — Todos ficaram em silencio. — Eu sou a nova professora de química Mary Brown. — Ela escreveu seu nome do quadro negro. — O que houve com a Sra. Carmit? — Perguntou um aluno do fundo. — Foi transferida pra uma escola mais perto de sua casa. Vou substituí-la até o final do ano letivo. — Ela respondeu a pergunta do garoto. — Agora, vamos começar. Eu li atenciosamente a ―ficha‖ de cada um de vocês. Vamos começar hoje fazendo um trabalho em duplas. — Quer fazer comigo? — Sussurrou Taylor para Hayley, alto o suficiente pra professora o interromper. — Eu já determinei as duplas. — Todos os alunos detestaram e começaram a reclamar. — Silêncio! — Ordenou. — Agora, vamos lá. As duplas são: Van Beasley e Tyler Ward; Ryan Clark e Peter Smith; Wilson Davis e Lewis Allen; Robert Turner e Emily Parker; Taylor Benjamin e Dakotah Scott; Jenna Rice e Joseph Jones; Joshua Neil e Hayley Nichole. Juntem-se rápido para eu poder explicar o trabalho. Hayley arregalou os olhos ao saber que faria dupla com Josh. Logo se pronunciou: — Professora, desculpa. Não tem como eu mudar de dupla? — Não. — Mas... — Mas nada! Qual é seu nome, senhorita? — Hayley Nichole. — Srta. Hayley Nichole, sua dupla é o Sr. Joshua Neil. Já foi determinado, e a Srta. não vai mudar de dupla. Não é preciso acrescentar que Hayley detestou a nova professora, não é mesmo? Ela olhou pro fundo da sala, e Josh estava com Jenna, Van, Tyler e Ryan, como sempre. (N.A.: Vocês sabem que Van, Tyler e Ryan são da nova banda do Josh, a Novel American, né? Pois é. Achei legal deixá-los como idiotas aqui.) Taylor foi para onde estava Dakotah. Jenna foi até a mesa de Joe. E o resto da sala se juntou com sua determinada dupla. Josh ficou lá no fundo, e Hayley na frente, como estava. Faltava apenas eles para a sala ficar completamente arrumada. Ele a encarou e sentou na sua cadeira no fundo da sala. Debochado, como sempre. ―Ele que venha pra cá.‖ Pensou ela. Até que a professora resolveu intervir. — Sr. Neil, vá até a mesa da Srta. Nichole. — Porque eu? Porque ela não vem até mim? — Porque eu estou mandando o senhor ir pra lá. — Ele bufou e foi até a mesa de Hayley. A professora explicou o trabalho. Era pra identificar os átomos de cada substancia química sobre as mesas, através da tabela periódica. Simples. Apenas para revisar. Hayley pegou o ácido sulfúrico, e escreveu a composição química no papel. Josh estava apenas olhando. — Não vai ajudar? — Perguntou furiosa. Ele ignorou sua pergunta e pegou o copo d‘água e escreveu H²0 no papel. Ela riu.


— Porque está rindo? — Ele perguntou furioso. Ela ignorou sua pergunta e continuou a escrever a composição química. Passaram a aula toda brigando, rindo, debochando um do outro. Em 45 minutos a aula acabou. Mas pra eles foram como se fossem horas, dias. O tempo simplesmente não passava, e eles tinham que ―se aturar‖.

[...]

— Droga! — Bufou Hayley sentando-se na mesa onde Jeremy e Sarah estavam sentados. — Que foi? — Jeremy. — Aquela praga de professora nova. — O que ela fez? — Ela mandou a sala inteira se sentar em duplas, e não me deixou sentar com quem eu queria. Ela me forçou a sentar com o Farro. — Eles começaram a rir da fúria de Hayley, deixando ela ainda mais furiosa. Jeremy se engasgou com o suco que estava tomando. — Te forçou? — É. — Ela revirou os olhos. — Que droga! Aquele garoto é uma ameaça a sociedade. — Eu não discordo. — Sarah disse, voltando a rir e deixando Hayley mais irada. — Ok, eu não preciso de gracinha. Vou andar por aí. Preciso de ar. — Hayley disse e saiu. — O que houve com ela? — Jeremy perguntou. — Isso é falta de homem, Jerm! — Sarah disse e eles gargalharam. — Acha que Hayley precisa de um namorado? — — Não sei... Mas um pelo menos de um ficante ela precisa! — Continuaram rindo. — Porque não arranjamos um namorado pra ela? — A brilhante idéia de Sarah. — Ela não vai gostar... — Avisou Jeremy. — Não vai. Mas quem disse que vamos contar a ela? — Como se arranja um namorado pra alguém sem contar pra pessoa que estamos arranjando um namorado pra ela? — Achamos alguém interessante e fazemos um encontro casual. — Ok, e onde vamos achar alguém interessante? — Sarah pensou por um tempo e disse: — Acho que eu já tenho um meio. E ele se chama internet.


Capítulo 9 – We get a virtual boyfriend for Hayley

Pov. Jeremy

Tédio. Tédio. Mais tédio. Preciso de mais canais a cabo. E uma máquina de biscoitos. Ok, não. Isso só vai me transformar num gordo sedentário. Prefiro o tédio. Tédio. Tédio. O telefone toca. Sai de mim, praga! — Oi Sah — Hey Jerm. Tudo bem? — Tô só no tédio absoluto. — Haha, ok. Vem aqui pra casa. Eu achei um site legal. — Pra quê? — Pra arranjar um namorado pra Hays, dã. — Ah, é. Tá bom, tô indo Desliguei a TV e saí num pulo do sofá. Fui até o banheiro, lavei o rosto, dei um jeito no cabelo, vesti uma bermuda e saí. A casa de Sarah ficava há algumas ruas dali, então fui em passos rápidos para chegar mais rápido. Em cerca de 15 minutos caminhando cheguei a sua casa. Toquei a campanhinha e ela veio me atender. Estava do mesmo jeito que estava na escola. Linda, vale constar. — Jerm! — Ela me deu um abraço. — Vem, entra. — Entrei na sua casa e vi a mochila jogada no tapete da sala. — Você pelo menos comeu hoje? — Comi miojo. E você tem que parar de se preocupar comigo. — Dei um sorriso de canto. — Miojo não é muito saudável, sabia? — Gel de cabelo com álcool também não. — Ela mexeu no meu cabelo e eu ri. — Deixa de ser preocupado e vem. Peguei uma cadeira e me sentei ao seu lado no computador. Sorri ao ver o site. ―Sua alma gêmea está aqui.‖ — Que profundo. — Ironizei. Ela riu. — Cala a boca! — Ok, como funciona? — É simples. A pessoa responde um questionário, e o sistema do site procura a pessoa que tiver mais a ver com ela de acordo com as respostas. Então, as duas pessoas são notificadas por torpedo e se falam pelo telefone. — Mas peraí, nós não somos a Hayley! — Não Jeremy, mas a gente vai falar com o carinha, e combinar com ele entendeu? — Ah... — Ok, agora vamos responder isso. Qual é a banda favorita dela? — Ela me disse que gosta de Jimmy Eat World. — Ela começa a digitar no computador. — Idade, 16 anos. Cor dos olhos, verdes. — Ela ia falando sozinha e digitando. — Qual é a altura dela? — Sei lá... 1,57... 1,58, por aí. — Respondi. — Ok, eu vou colocar 1,58 então. — Ta bem... — Do que ela não gosta? — Dos Farro. — Rimos. — Tá, então eu vou colocar meninos mal encarados, chatos e playboys. — E do que ela gosta? — Ah, o contrário disso. Meninos carinhosos, humildes e compreensivos. — Êpa, eu sou assim! — Eu disse. E nós rimos. — Pior é que você é mesmo. — Corei. — Agora eu vou confirmar o cadastro, e... Pronto! Vou receber um torpedo quando acharem um garoto. — Ok, agora, vamos comer alguma coisa decente, mocinha? — Ela deu uma gargalhada. — Tá bem, senhor protetor.


[...]

Pov. Josh

Menina chata. Garota insuportável. Droga. Droga. Droga. E esse sou eu. Pensando merdas da Hayley deitado no sofá. Mas que droga, dá pra tirar essa baixinha nojenta da minha cabeça? Telefone toca. — JOSH! — A voz histérica já dizia quem era. — Qual é o problema, Jenna? — Qual é o problema? Você ainda me pergunta qual é o problema? — Ela começa a chorar. — Não acredito que você se esqueceu do nosso aniversário de 5 meses e meio de namoro! A gente ia comemorar hoje! — Choro mais forte. — Aniversário de 5 meses e meio? Mas isso existe Jenna? — Lógico que existe! — Jenna, desculpa, é que... — É que nada! Você é um safado! Um namorado muito ausente! Tá tudo acabado, Josh. Eu não quero mais te ver! — Desliga o telefone na minha cara. Agora eu vi merda mesmo. — Qual é o problema, cara? — Zac pergunta, com um sanduíche na mão. — Jenna. — Deitei no sofá de novo. — O que ela fez? — Eu esqueci o nosso aniversário de 5 meses e meio de namoro, e ela terminou tudo. — Haha, 5 meses e meio? Essa menina é louca. — É. Pois é... Mas olha, tá bom. Já tô cansado dela mesmo. Ela tá ficando muito histérica ultimamente. — Pula pra outra, cara. — Ele disse com a boca cheia. Apenas ignorei seu ―conselho‖, levantei do sofá e dei um tapinha nas suas costas. Estava indo pra cozinha quando escuto seus gritos. — Quer que eu arranje alguém pra você? — Haha, você? — É. — Ah... ok, vai lá. — Gargalhei. Impossível Zac achar alguém interessante pra mim. Fui até a cozinha e fiz um sanduíche. Comi por lá mesmo. Limpei tudo e voltei à sala, Zac estava no computador. Peguei uma cadeira e sentei ao seu lado. — Tá vendo o quê? — Arrumando uma namorada pra você. — Respondeu convicto. Gargalhei. — Agora eu entendi! Esse é o único jeito de você achar uma namorada pra mim mesmo. — Era legal debochar de Zac. — Seu idiota! Mas sério, Josh. Eu conheço muitos caras que são felizes com meninas que conheceram virtualmente. — Ok. Só não quero encontrar um gordão pedófilo hein? — Haha, não cara. A gente conversa com ela pelo telefone antes. — Ah... Melhor assim. Ajudei Zac a preencher todos os campos que o site pedia. Só de zoação, ninguém arranja namorada daquele jeito mesmo. — Banda favorita? — Ele pergunta. — Jimmy Eat World, sem dúvidas. — Que tipo de menina você não gosta? — Garotas chatas, brigonas e mal encaradas. — E que gosta? — Meninas meigas, carinhosas e compreensivas. — Caraca, porque você tava com a Jenna, então? Que nada a ver... — Dá pra parar de falar nela? — Tá bom, cara. Olha, é só eu confirmar aqui e pronto. Vou receber uma mensagem SMS quando acharem a garota. — Por que você não cadastrou o meu celular? — Simplesmente porque você não vai ligar pra menina. Deixa eu cuidar disso, valeu? — Tá bom, cupido fofinho. — Zoei com Zac e começamos a ―brincar de brigar‖.


Capítulo 10 – All done, nothing can go wrong Jeremy estava revirando a cozinha de Sarah. — Você só tem porcaria aqui? — Ela gargalhou. — Só o que eu gosto de comer. — Ou seja, porcaria. — Continuou a rir. — Jeremy, eu não tô com fome. — São 4 horas da tarde, e você só comeu miojo desde que saiu da escola. — Fechou a geladeira, desistindo. — Tá bem, vamos pedir alguma coisa. — Tudo bem. Jeremy pegou seu celular e discou o número da pizzaria. Pediu uma portuguesa pequena, a preferida de Sarah. E ele sabia disso. Eles ligaram a TV e ficaram vendo qualquer coisa e conversando sobre o suposto namorado de Hayley. Depois de alguns minutos a pizza chega. Jeremy paga o entregador, e eles se sentam no tapete mesmo. Sarah pega alguns copos para o refrigerante. — Uau, portuguesa. Adoro. — Jeremy sorri ao ver Sarah comer. — É, eu sei. O celular de Sarah vibra. — Opa, um torpedo. — Ela tira o celular do bolso. — Já? — Jeremy. ―J.F. quer te conhecer.‖ Ela lê em voz alta. — J. F.? — Jeremy ri. — Sim, e depois vem o numero dele. Ok, vamos ligar. — Mas já? — Sim Jeremy! — Ok, você que manda. Ela disca o número. — Coloca no viva-voz! — Tá. — Alô? — Oi. — É... Então. Meu nome é Sarah, e eu recebi um torpedo do site... — Ah! Sei. Então, você é a garota? — Não, eu sou amiga dela. Na verdade, eu quero achar um namorado pra ela. — Hum... Sei. Tá como cupido né? — Jeremy ri. — Quem riu? — Meu amigo, Jeremy. Ele tá me ajudando. — É, somos 2 cupidos. — Jeremy diz. — Amigo, somos 3. Na verdade, eu queria arranjar uma garota pro meu irmão, que terminou com a dele. — Oh... Beleza. Entendi. — Sarah. — Tá bom, então... Vamos arranjar um encontro? — Ok. Onde? Quando? Jeremy e Sarah se entreolham. — Que tal naquele novo shopping que abriu? Tem um restaurante muito legal no 3º andar... E quando... Pode ser nesse sábado? — Ah, sei! Ok, numa boa pode sim. Vou falar com ele. — Só mais uma coisa. — O quê? — Ela não sabe... Ela é meio orgulhosa pra achar namorado. Então vamos fazer um encontro casual, certo? — Tudo bem, sem problema. — E outra, qual é o seu nome? — Zac. — Ok Zac. Tem como você levar sua namorada? Assim fica um encontro de 3 casais. — Sarah olha pra Jeremy. — Eu vou com Jeremy. — Tudo bem, eu levo Emily. — Ok. Valeu Zac, até mais. — Até. Ela desliga o telefone. — Pronto! — Indaga Sarah. Jeremy está com um belo e grande sorriso nos lábios. Não só por ele achar alguém para Hayley, mas também por ele ir com Sarah a esse lugar. Ela era uma ótima companhia. Enquanto isso, na casa dos Farro... — Haha! Hey mano, já temos um encontro pra você nesse sábado! — Zac diz eufórico. — Mas já? — Pergunta Josh perplexo.


— Sim. — Como é o nome da menina? — Eu falei na verdade com a Sarah, amiga dela. É que ela tá querendo arranjar um namorado pra menina. — Mas ela sabe? — Não. É uma surpresa. Vai ser assim, a gente finge que se conhece, a Sarah apresenta você à garota – que pelo sistema do computador tem tudo a ver com você – e vocês se conhecem e se namoram. — Disse Zac convicto, como se fosse a coisa mais fácil do mundo. — Ah, entendi. Onde vai ser? — No restaurante do shopping. — Ah, entendi. [...] — Josh... Josh... — Sussurrava a pequena Belle, acariciando os cabelos do irmão mais velho, tentando o acordar. — Vai Josh, levanta... você tem escola. — Ela tentava, mas Josh nem sequer se mexia. Ele e seu sono pesado... Isabelle, desistindo, decidiu ser mais radical. — JOSH! — Gritou enquanto o balançava na cama. — JOSH! ACORDA! VAMOS! — E ele nada. Como todos os planos de Isabelle falharam, ela decidiu usar de sua ultima e mais poderosa arma. Foi até a cozinha, encheu um copo d‘água, foi até o quarto do irmão e o despejou em seu rosto. Ele levantou na hora, todo molhado. Isabelle começou a rir gostosamente. Era legal sacanear o irmão. — Bom dia, príncipe do mar. — Ela disse com a barriga doendo de tanto rir. Ele revirou os olhos. — Bom dia Belle. Não tem nada pra fazer não? — Mamãe me mandou te acordar. Eu só a obedeci. — Hum... sei como você é uma menina obediente. Mas dá licença, vou trocar de roupa. E ah, eu vou me vingar! — Você sempre diz isso... — Disse Isabelle saindo do quarto, ainda rindo. Foi até o quarto de Zac, ele seria sua próxima vítima. Olhou o relógio e novamente caiu na cama, mesmo molhado. Mais um dia de aula; Mais um dia agüentando os momentos histéricos de Jenna; Mais um dia zoando os outros com Tyler, Van e Ryan (que já estava ficando chato, vale constar); Mais um dia escutando aulas chatas de professores chatos; Mais um dia tento que aturar Hayley. Ele realmente não queria ir para a escola. Mas decidiu levantar-se, antes que Isabelle ―o acordasse‖ novamente. Foi até o banheiro, tomou banho e saiu. Vestiu sua roupa e foi até a cozinha, tomar café. — Tomou banho da Belle também? — Perguntou a Zac, que tomava um copo de suco. — Como se eu escapasse; Ei, hoje é sexta-feira. Amanhã encontramos a garota. — Eu sei Zac...

[...]

Josh caminhou devagar até a escola. Chegando lá, ele viu Jenna, conversando com os garotos. Ela havia matado dois dias de aula, e provavelmente estava falando pros caras o quanto Josh era insensível. Assim que ela viu Josh chegar, fez o inimaginável. Agarrou Tyler pelo pescoço e lhe deu um baita beijo, deixando todos de cara. Enciumado, ele foi até lá tirar satisfações. — Mas que merda é essa aqui? — Disse bufando. Jenna continuou com o braço em volta do pescoço de Tyler. — Qual é cara, vocês não namoram mais! — Tyler. Ele parecia sem nenhuma vergonha ou culpa. Ela, bem, era claro que estava fazendo apenas ciúmes em Josh. — Mal termina e já sai agarrando meu melhor amigo, né? Aff, Jenna. — Ele bufou novamente antes de acertar a cara de Tyler com um soco. Estava irado. ―Agora que eu vou namorar com essa menina que o Zac achou na internet mesmo.‖ Pensou Josh com raiva, já que estava meio desanimado com isso. Ele não prestou atenção nas aulas, estava com muita raiva pra isso. Mas estava decidido em conhecer a tal ―amiga de Sarah‖, como era denominada. Saiu da aula e foi até a floricultura. Comprou um ramo de rosas amarelas e voltou pra casa. Zac se animou mais ainda quando soube que Josh seria um cavalheiro com a tal moça. Emily concordou em ir com Zac no ―encontro‖. Enquanto isso, Jeremy e Sarah estavam caminhando em direção a casa de Hayley.


— Isso não vai dar certo... — Deixa de ser pessimista Jerm! Eu já falei. Vai dar super certo, a Hayley vai arrumar o príncipe encantado pra ela, vai ficar feliz e o mundo se acaba em flores e felicidades! — O mundo se acabar em quê? — Jeremy arregala os olhos e Sarah gargalha. — Ok, esqueça a parte do mundo se acabar. Mas vai dar tudo certo, confia em mim. — Ela deu seu melhor sorriso e Jeremy se acalmou. Ou não. Chegando até a casa de Hayley, Sarah tocou a campanhinha. Christie atendeu. — Oi Sra. Williams. — Oi Jeremy e Sarah, Hayley está no quarto. — Disse de imediato. Eles entraram e foram até o quarto de Hayley, onde ela escrevia algo no papel. Provavelmente fazia o dever para casa. Felizmente para ambos, Hayley aceitou ir até o shopping com eles no dia seguinte. Mesmo relutando um pouco, Sarah a convenceu. Saindo de lá, Sarah e Jeremy ligaram para Zac pra acertar os últimos detalhes. Tudo feito, nada poderia dar errado. Ou pelo menos, é isso que eles pensam.


Capítulo 11 – For God’s sake, get me out! O dia de sábado começou normal. Todos acordaram mais tarde. Hayley decidiu almoçar na casa do pai, já que Christie iria ver algumas amigas da época de faculdade. Na esquina da casa de Joey, ela encontrou Zac carregando a pequena Isabelle pelo braço. Sorriu. — Hayles! — Gritou a pequenina. — Isabelle — Ela se curvou e abraçou a criança, pegando-a no colo. — E aí Zac — Cumprimentou Hayley, sendo que Zac estava apenas observando as meninas se abraçarem. — Oi Hays. Indo pra casa de Erica? — Sim, vou almoçar lá. — Mas a Erica a Mckayla e os pais dela acabaram de sair. — É? — Perguntou perplexa Hayley. — Sim. Eu passei a manhã brincando com ela, mas agora elas foram pra Nashville. — Oh... foram ver minha avó... — Disse Hayley se lembrando que sua avó morava em Nashville, a alguns quilômetros de distancia de Franklin. — Bem, então eu vou indo. — Hayley, onde vai almoçar? — Zac. — Não sei, na verdade... — Ela sorriu. — Minha mãe saiu, só volta a noite. Vou em algum restaurante, ou lanchonete. — Porque você não almoça com a gente? — Perguntou Zac. — Oh, obrigada pelo convite Zac... É que, bem, você sabe. Não quero ficar em um clima ruim entre mim e Josh. Não nos damos muito bem. — Ah, deixa o Josh pra lá. Você vem pra casa, e ponto final. — Zac, eu realmente agradeço, mas... — Mas nada! Eu já falei que você vem, ok? — Dando-se por vencida, Hayley concordou. — Ok... Mas não é uma boa idéia. — É sim... Josh não está em casa. Ele foi comprar umas coisas... só deve voltar à tarde. — Ah... Então tudo bem. — Ela sorriu e colocou Isabelle no chão. Eles foram andando descontraidamente até a casa de Zac. Ao chegarem lá, a senhora e o senhor Farro receberam Hayley como sempre: Com muita simpatia. — Mãe, — disse Zac ao entrar em casa. — Trouxe Hayley pra almoçar conosco. Ela veio em passos rápidos da cozinha até a sala de recepção e abraçou calorosamente a menina dos cabelos de fogo. — Oh, Hayley, que bom que você veio! Como você está? E sua mãe? Hayley deu um pequeno sorrisinho. — Bem... Eu estava indo à casa de meu pai e encontrei Zac, e ele me forçou a vir almoçar aqui. — Todos riram. — Mas obrigada, estou bem e minha mãe também. Ela entrou e cumprimentou a todos. Teve uma tarde agradável. A companhia dos Farro lhe fazia muito bem. Exceto, é claro, Josh. Por volta das 15:00 h ela voltou para a sua casa. Assim que entrou no seu quarto, o celular toca. ―Não se esqueça. Hoje, às 20:30 h eu e Jeremy vamos te buscar. Kisses ;*‖ Hayley havia se esquecido que iria jantar com Jeremy e Sarah. Decidiu re-pintar o cabelo. O pintaria de loiro... não, loiro não. Senão diriam que ela estava parecendo com aquela oxigenada da Jenna. Pensou melhor e decidiu colorir apenas uma mecha do cabelo de loiro, deixando o resto meio alaranjado e vermelho. (Como na época de Miz Biz) Tendo todas as tintas no seu armário, e possuindo todos os seus dotes para cabelo e maquiagem, pintou e escovou o cabelo em menos de duas horas. Entrou na internet e por lá ficou. Então olhou no relógio e viu. ―19:39‖ Decidiu se arrumar. Ou se atrasaria. De novo.

[...]

Josh já estava pronto. Vestiu uma calça jeans justa, um tênis all star e uma camisa branca social, que deixava seu corpo bem definido. O combinado seria de que Josh e a ―amiga de Sarah‖ estarem lá as 21:00 h e já eram 20:45 h. Eles estavam apenas esperando Emily, que iria com Zac. Em cerca de cinco minutos Emily chegou. Estava linda. Mesmo sendo uma adolescente de 14 pra 15 anos, já era uma bela mulher.


Zac, Josh e Emily saíram no carro de Josh (ele o havia ganhado um ano antes, assim que ganhou sua habilitação). Em 3 minutos já estavam na frente do shopping. Saíram e entraram no térreo do shopping. Tomaram o elevador e foram até o terceiro andar, onde ficava o restaurante. Se sentaram à mesa do fundo à esquerda, assim como Zac e Sarah combinaram.

[...]

Jeremy passou na casa de Sarah. Estava linda. Havia repicado o corte de cabelos, deixando-os mais curtos e pretos, como eram. Então eles seguiram para casa de Hayley, onde esperaram mais 10 minutos até ela se arrumar completamente. Eram amigos há pouco tempo, mas ambos já sabiam que Hayley não é muito de chegar na hora. Por isso, Sarah decidiu marcar as oito e meia da noite, porque se marcasse as dez para nove, por exemplo, Hayley se atrasaria muito, e provavelmente o cara iria embora. As nove em ponto eles saíram de lá. — Hays, amei seu novo cabelo. De verdade. — Obrigada. Sarah estava ansiosa, Jeremy também. Eles jogavam algumas indiretas, o que deixou Hayley meio confusa. Eles saíram do carro e tomaram o elevador, e Hayley decidiu perguntar: — Porque estão agindo estranho? Eles começaram a responder ao mesmo tempo coisas completamente sem nexo. Ela só conseguia entender algumas frases como ―Eu não tô agindo estranho não...‖ ―Tá doida menina? Estranha é você...‖ ―Não sei por que você tá falando isso...‖ etc. De fato, tinha alguma coisa acontecendo. E eles não queriam contar pra Hayley o que era. E isso deixou ela irada. Eles saíram do elevador e foram caminhando até o restaurante. — Vocês estão agindo estranho sim! Podem falar, o que tá acontendo? Eles novamente começaram a falar ao mesmo tempo, o que fez Hayley desistir. Chegaram ao restaurante e foram em direção a mesa do fundo à esquerda. Viram uma menina, aparentando uns 15 anos, que sorriu ao vê-los. Sarah logo notou que era Emily, pois havia falado com Zac no celular assim que saiu de sua casa. A garota disse ―acho que eles chegaram‖. Não muito alto, mas Sarah conseguiu perceber a frase pelos lábios dela. — Olha, minha amiga ali! — Disse Sarah alto, arrastando Hayley pelo braço. Ela estava completamente confusa, sem saber o que era. Então os dois rapazes que estavam de costas se viraram rapidamente (já sabendo que era essa a frase que Sarah usaria). — Zac?! — Perguntou Hayley perplexa. — Ha-Hayley? É vo-você? — Disse ele gaguejando. Então ela virou o olhar e viu Josh, completamente sem ação. — Sou eu o quê? — Mas que merda é essa? — Disse Josh sem acreditar no que estava acontecendo. Ela olhou enfurecida para Sarah, que estava sorrindo falsamente. E aquele sorriso queria dizer ―oh... merda!‖. — Eu te falei que não ia dar certo! — Disse Jeremy virando pra Sarah, que o olhou com um olhar de ―cala essa boca!‖ — Não ia dar certo o quê? Podem explicar. Vamos! — Ordenou Hayley, sem entender nada. — Você é o encontro do Josh. — Disse Zac de uma vez. — Nós planejamos isso pra vocês. — Ele disse apontando pra Sarah e Jeremy. — Mas a gente não sabia que era ele! — Se explicou Sarah. — Agente não sabia nem que ele tinha um irmão! — É... A gente se encontrou por acaso na internet. Eu não sabia que era você Hayles... Eu só queria arranjar uma namorada pro meu irmão! E bem... pelo banco de dados do site vocês são almas gêmeas. — Ah Deus, era só o que me faltava! Pensou Hayley com raiva. Ela olhou pra Jeremy e Sarah com olhar matador. — Eu não acredito que vocês me expuseram na internet. — Eu vou te matar Zac... — Murmurou Josh sem saber o que fazer. Ele estava irado. Nisso ele foi embora pela direita. — Vocês. Me. Pagam. — Ela disse por fim saiu enfurecida em direção ao elevador, pela esquerda. Mesmo tomando caminhos diferentes, os dois entraram ao mesmo tempo no elevador. — Sai daqui Josh! — Gritou Hayley. — Eu não posso ficar no mesmo lugar que você! — Você não manda em mim! E eu saio se eu quiser. Sai daqui você, anã de jardim! — Anã de jardim é a senhora sua avó. Eu não vou sair, você sai. — Eu não saio. — Disse Josh por fim. — Pois então que fique aí. — Ótimo. — Ótimo. — Hayley.


Josh apertou o botão do térreo, e eles viraram as costas um para o outro. Pareciam duas crianças que haviam ―ficado de mal‖. Ficaram assim, não até chegarem ao térreo, e sim até todas as luzes do elevador apagarem e ele parar de descer. Sim, o elevador havia quebrado com Hayley e Josh nele. Juntos.


Capítulo 12 – I hate you, and I hate being stuck with you! — Não... Isso. Não. Tá. Acontecendo. — Hayley estava com a cabeça entre as mãos. Ambos estavam pasmos. — Merda! — Josh. — A culpa é sua! Mauricinho idiota! Argh! — Hayley gemia de raiva. — Minha? A culpa é minha agora? Foram os seus amiguinhos imbecis que arranjaram tudo isso! — Você dobre a língua antes de falar dos meus amigos! — Mas foram eles que decidiram te arranjar um namorado. — E Zac? O que ele fez? Eu nem sabia disso, você sabia. Idiota. — ALGUEM ME TIRA DAQUI! — Josh ignorou a ofensa e começou a gritar alto e apertar o botão do térreo repentinamente. — SOCORRO! ME TIRA DAQUI! AAAAAH! — Josh continuou a gritar. As luzes do elevador acenderam, porém ele não começou a descer. ―Hayleeeeey, você tá beeem?‖ Uma voz fina e feminina vinha de cima. — Eu vou te matar Sarah! Eu juro que vou te matar! — Hayley gritou de volta. — Educada, você hein?! — Ironizou Josh. — Eu tô falando com você por acaso? Te mete, garoto. — Ela disse bufando. — Não tá falando comigo, mas eu to falando com você! — Se eu não estiver falando com você, você não se mete aonde não é chamado! Nessa hora o elevador deu uma mexida forte, fazendo tudo tremer. — AI MEU DEUS! — Hayley gritou e se agarrou ao braço de Josh com força. Ele nem se importou, já que estava morrendo de medo também. — Eu vou morrer... eu vou morrer... Ai Meu Deus... — Josh murmurava segurando mais forte o braço de Hayley. E foi nessa hora que ele percebeu que era o braço de Hayley. — Ah garota, me larga! — Eles se afastaram bruscamente. — Você não vai morrer, idiota. A gente não vai morrer. — Hayley ―tentou‖ acalmá-lo. — ME TIRA DAQUI! SOCORRO! — Josh passou a gritar novamente. ―Ei, me desculpem o transtorno. Eu sou o técnico desse elevador, estamos trabalhando para que vocês saiam daí. Mantenham a calma e não apertem os botões.‖ A voz de um homem veio de cima. — Viu? Seu garoto bobo, você não vai morrer. Vão tirar a gente daqui. Imbecil. — Cala a boca, pica-pau! — Ele provocou e ela o olhou como se fosse matá-lo, fuzilando-o com os olhos. — Cala a boca você, Mario Bros! Ah, esse teu bigodinho de moleque que quer ser homem tá ridículo! — Hayley contornou e começou a gargalhar. Ele ficou completamente irado. — Só não te dou um murro na boca por que eu não sou covarde. — Ah, que lindo você, Josh. Com certeza eu te considero mais idiota agora! — Ah, vai à merda! E presta atenção, eu não quero ser homem, eu sou um homem, ok? — Homens não ameaçam mulheres. Você é um garoto ridículo. Nada mais que isso. — E por que você acha isso? — Porque você teve tudo o que quis na vida Josh, mas comigo não foi assim. — E só por isso você acha que é melhor do que eu? Dane-se, Hayley. Eu tive tudo materialmente, mas isso não quer dizer que eu tinha tudo o que eu queria. — Ah é? Então me fala: Uma vez, que alguém te negou alguma coisa. Uma única vez, que eu retiro tudo o que eu sempre disse de você. — Quer mesmo que eu te diga? — Quero. — Uma vez isso aconteceu. Uma única vez um alguém me negou uma coisa, e eu daria tudo naquela época pra não ser negado. — E quando foi isso, Josh? Quando? — Hayley já gritava com ele, que estava com o rosto queimando. — Quando eu pedi pra você ficar aqui, e você foi embora! Foi quando eu perdi minha melhor amiga, e pedi, pedi de todo o coração pra ela ficar comigo e ela não ficou! Eu chorei, eu implorei, mas ninguém quis me atender o pedido. Você foi embora, e eu não pude fazer nada! Pedi, pedi você, mas você não veio. Essa foi a única vez que me negaram algo, e Hayley, foi a única vez que verdadeiramente eu não queria ser negado. Josh soltou tudo de uma vez. Disse tudo o que estava escondido dentro de si mesmo há anos. Ele ainda estava triste... triste por perdê-la. Hayley, por sua vez, mudou completamente a feição. Ela de fato não esperava que ele dissesse aquilo. Ficou pasma. Sentiu um nó na garganta. A imagem de Josh chorando lhe veio na memória como um raio. Seu rosto de ira e raiva deu lugar a uma feição de susto, tristeza. — E aí, não vai retirar tudo o que você disse? — N-Não. — Ela disse gaguejando, tentando parecer indiferente. — Eu não fui embora porque quis. Fui porque não tive opção. E você, invés de me ajudar, como o amigo que deveria ser, me abandonou. Não retiro nada do que eu disse. You (still) is a fool. A cabeça estava dele estava cheia. Revelando tudo o que guardava para Hayley. Justo Hayley. Isso sem contar que eles estavam em um elevador suspenso, né? — Não sou um idiota! Minha melhor amiga tinha ido embora, droga! — Ele voltou a ira.


— É sim! Você sempre pensou em você! Você não me ajudou quando eu fui embora, e muito menos quando eu voltei! — Hayley gritava muito alto. — Sua mãe não te ensinou a falar baixo? — O que a minha mãe me ensinou ou deixou de ensinar não é da sua conta. — Retrucou Hayley. Dessa vez, o elevador deu outro tranco e desceu uns 2 metros rapidamente. Eles gritaram alto e Josh caiu. Hayley se segurou na parede, até o elevador dar outro tranco. Então, ela caiu sobre Josh. Ele gritou de dor. Então ela, que estava de costas sobre o peito de Josh, rolou para o lado esquerdo, saindo de cima dele. Ele rolou para a esquerda também na tentativa de se levantar, e para não machucar Hayley, ele passou o braço pelo seu corpo e apoiou no chão, ficando com os dois braços em volta dela, impedindo-a de levantar ou se locomover. Um fio de arrepio passou por ele, e por ela também. Então ele fez o mesmo com os pés, deixando Hayley completamente imóvel. Eles estavam há poucos centímetros um do outro. A respiração pesada de Josh batia no pescoço de Hayley. Ele olhava para o seu pescoço, levantou os olhos e passou a observar os grandes olhos verdes de Hayley, que estavam com um brilho diferente. Ela olhava sem conseguir parar para a boca dele, com aquele lindo piercing. Mordeu o lábio inferior. Que visão mais linda, Deus! Num extinto ele chegou mais perto. Hayley já sentia seu hálito fresco. A vontade de beijá-lo era quase incontrolável. — Saia... de... perto... de... mim... — Ela sussurrou, quase sem voz. Ele não escutou. Ou melhor, não quis escutar. Estava focado nela, no seus olhos, no seus lábios. Então ele, bruscamente deixou-se abaixar, levando os lábios dele aos dela. O beijo estava urgente, rápido. Eles não estavam pensando em nada. Só queriam continuar se beijando. Eram como se estivessem dopados por uma droga. Eles não queriam nada... apenas continuar usufruindo daquele sabor... daquele prazer. Como viciados... em amor. Suas línguas se entrelaçavam, como se nunca mais quisessem se soltar. Ela estava com as mãos sobre sua nuca, puxando-o para si. Não, eles não estavam raciocinando. Não estavam pensando. Não estavam sequer se importando. Eles estavam arrepiados, completamente entrelaçados. Até que o ar, simplesmente sumiu. E por questões de sobrevivência, eles se desprenderam. Contra a vontade, ou o extinto. Josh saiu de cima dela e se levantou. Seu cabelo estava bagunçado, e sua boca completamente manchada de batom de cereja. Ele levou as mãos à cabeça e ela ficou imóvel no chão. E foi nessa hora que eles perceberam a merda que fizeram. Hayley colocou as mãos na boca, que também estava manchada e um pouco machucada pela intensidade do beijo. Não que tenha sido ruim, na verdade, foi muito bom. Ela tentou falar, mas as palavras não saiam de sua boca. — SAI DE PERTO DE MIM, SEU GAROTO NOJENTO! — Ela gritou, mesmo Josh estando a meio metro de distancia dela. — EU NÃO TÔ PERTO DE VOCÊ! — Ele retrucou no mesmo tom, sem saber o que fazer. Na verdade, ambos ainda estavam meio aéreos. — VOCÊ ME BEIJOU! QUE NOJO! — Ela começou a passar a mão na boca. — EU NÃO TE BEIJEI, VOCÊ ME BEIJOU TAMBÉM! — EU TE ODEIO! — Hayley gritou mais alto do que imaginava. — EU TE ODEIO MAIS. — Ele disse. Hayley enfiou a mão na bolsa e tirou um removedor de maquiagem e um espelho. Rapidamente tirou a mancha de batom do seu rosto, porém ele ainda estava vermelho. — Me dá isso aí também! — Ele pediu. — Não. — Ela respondeu. — Ótimo, então você quer que todo mundo saiba que você me beijou? — EU NÃO TE BEIJEI, SEU IMBECIL! VOCÊ ME BEIJOU. — DANE-SE, ME DÁ LOGO ESSA MERDA! — Ele praticamente ordenou e ela entregou o espelho e o pedaço de algodão com um pouco de creme. Ele passou rapidamente no seu rosto, limpando-o também. — Meu rosto tá vermelho. Olha o que você fez, idiota! Eu odeio você. — Não, eu odeio você! — Ele deu de ombros. E então, finalmente o elevador começou a descer calmamente. Hayley soltou um suspiro aliviado. Finalmente sairia dali.


Capítulo 13 – I deserve all this, bro.

Pov. Josh

— DANE-SE, ME DÁ LOGO ESSA MERDA! — Ordenei irado e ela me deu o algodão com creme. Passei na minha boca e bochecha, tirando o maldito batom. — Meu rosto tá vermelho. Olha o que você fez, idiota! Eu odeio você. — Não, eu odeio você! — AAAAAAAAAAAAHHHHHH! — Acordei molhado. Isabelle. — BELLE, CARAMBA. NÃO DÁ PRA ME ACORDAR DE OUTRO JEITO? Eu gritei, e a pestinha continuava lá. Rindo. Gargalhando. Argh. Bastasse o pesadelo que acabei de ter. — Até dá Josh. Mas assim é bem mais engraçado... — Ela disse tudo rapidamente, entre os soluços do seu riso. — Nunca fica chato! — O que aconteceu aqui? — Zac chegou com os cabelos bagunçados e com cara de sono. Belle saiu do quarto com a mão na barriga. Provavelmente doía de tanto rir. — Aff. Belle me acordou com água de novo. E pra piorar eu tive um pesadelo horrível! — Pesadelo é? Conta: Quase foi comido por um dinossauro? Um tigre? Ou um leão? — Não; Não e não; A gente ia pra aquele encontro que tu me arranjou, e aí a menina era a Hayley. A gente brigava, saía ao mesmo tempo e ficava preso no elevador. Então a gente brigava, gritava, o elevador dava uns trancos, e aí... argh, eu beijava ela. Sonho doido né? Aff. — Disse e Zac me olhava com olhos arregalados. — VOCÊ BEIJOU A HAYLEY? — NÃO FOI UM SONHO? — Oh Meu Deus!!! Você beijou a Hayley. Hahahaha — Ah, Zac. Não foi um sonho? Ah! Vou cortar meus pulsos. Vou me flagelar até a morte! Eu não acredito. — Joshua e Hayley, sentados numa árvore... (8) — ZAC CALA A BOCA, MEU! EU VOU TE MATAR. — Tá, eu parei. AH, MANO, TU BEIJOU A HAYLEY. HAHAHAHAH — Zac, se você contar isso pra alguém, eu juro que esqueço que você é meu irmão e te mato. E eu não tô falando figurativamente, eu vou mesmo te matar. Vou apertar teu pescoço até você ficar roxo e morrer. Entendeu? — Tá bom, cara. Eu não vou falar pra ninguém que... VOCÊ BEIJOU A HAYLEY NICHOLE, LALALALA, BEIJOU, BEIJOU, BEIJOOOU (8) — Ele disse isso e saiu cantando e pulando pela casa feito uma gaivota. (N/A: Gaivotas pulam? Não né... tudo bem.) — Zaaaaaac! — Saí correndo atrás dele. Oh, merda. O agarrei pelo pescoço e pulei em cima de suas costas. Ele caiu no tapete da sala. — Conta pra alguém que eu te mato. Ouviu Wayne? Eu mato você. — Ok, cara. Fica frio. — Saí de cima dele. — Só tava zoando. Mas diz aí, como você beijou ela? — Eu não sei... Eu... sei lá. Não tava controlando meus movimentos, quando dei por mim já tava beijando ela... foi estranho. Tinha baixado a entidade em mim, só pode, mano. Argh. Que nojo daquela menina. Zac começou a rir. — Hum... sei. Mas olha, como seria legal. Depois da infância bonitinha que tu teve com ela, seria muito maneiro que... — Zac, cala a boca ok? Já saiu muita merda dela hoje. Vou escovar os dentes, tô precisando, aliás.

[...]

Escovei os dentes durante uns... 20 minutos? Ai, 20 minutos é pouco. Eu ainda me lembro do sabor daquela boca linda daquela garota nojenta... Não! Linda não. Aquela boca horrível daquela menina feia. Josh, pára de pensar. Vesti uma bermuda e fui tomar café. Cheguei lá e vi Belle, minha mãe, Zac e... Nate? — Nate! Caraca! — Pulei nos braços do meu irmão mais velho.


— E aê, Joshzinho! Haha. — Ele mexeu nos meus cabelos. Só Nate fazia aquilo sem me irritar. — Quando chegou? — Agora. Férias de verão, cara. Uma semana inteira. — Opa! Passei o resto da manhã conversando e brincando com Zac e Nate. Belle foi brincar na casa de Erica, como sempre. De tarde, eu estava jogando videogame mais os meus irmãos e o interfone toca. Fui atender e olhei pelo olho mágico; Jenna. Bufei. Não queria ver Jenna. Não depois do que ela fez. Fiz minha pior cara e abri a porta. — Jooooooooooooosh! — Ela fez como se nunca tivesse me visto e me abraçou. Levantei os braços enquanto a baixinha abraçava minha barriga. — O que você quer aqui? — Ai, isso é jeito de tratar? — Ela colocou a mão na cintura e falou fino, como uma típica paty. Já estava cansado disso, sério. — É jeito de tratar uma traidora sim. — Josh... presta atenção. Eu te perdôo tá? Não tô mais triste com você. — Não... eu não tô escutando isso. Sorri. — Eu não preciso de perdão, Jenna! Caraca, você que terminou tudo por uma bobagem e depois saiu se atracando com o meu melhor amigo. Vai se ferrar. Sai daqui. — Mas Josss... — Fechei a porta na cara dela. Pude escutar seus gritos e choros. Quer saber? Eu não ligo. Mas sabe qual é o problema? Minha mãe liga. — Josh, que gritaria é essa aqui? ―Joooooooooooshh! Não faz isso comigo, eu te amo. Quero ficar com você pra sempre, aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh‖ — É a Jenna? — É... — Droga. Minha mãe correu, abriu a porta e Jenna, que estava com os olhos vermelhos e rosto inchado se jogou nos braços dela. Minha mãe tentou acalmá-la. Me lançou o olhar ―você vacilou‖ e levou Jenna até a cozinha. Oh no. Voltei pra sala. Mal me sentei no tapete e escuto um ―Josh, vem cá!‖ da minha mãe. Ah, Deus! Fui andando devagar até a cozinha. — Sim? — Você e Jenna precisam conversar. — Ela disse e foi saindo da cozinha antes que eu pudesse me pronunciar. Olha, eu amo minha mãe, mas as vezes a bondade dela irrita! Recostei-me na pilastra e fiquei vendo ela se fazendo de coitada. — Josh... por que você ta fazendo isso comigo? Eu tô feia? — Não Jenna. Você tá linda, ok? Mas eu realmente não vou namorar uma garota impecável por fora e feia por dentro. Eu já cansei. Jenna, você ficou com o meu melhor amigo na minha frente! Cansei das suas futilidades, do seus surtinhos. Cansei. É só isso. Agora dá pra me deixar em paz? Ela deixou aquele aspecto de garotinha machucada e o rosto dela deu lugar à uma feição completamente irada. — Não. Eu não vou te deixar em paz. Eu dediquei os últimos 2 anos da minha vida à você e você não vai jogá-los pro alto, Josh. Dane-se se você cansou. Eu. Não. Vou. Te. Deixar. Em. Paz. Bem vindo ao inferno. — Ela agarrou a bolsinha e saiu em passos fortes, quase correndo. Ai, mano. Agora eu tô feito mesmo.


Capítulo 14 – A dream, a song and a fight. Pov. Josh

— Saia... de... perto... de... mim... — Ela sussurrou, quase sem voz. Escutei, porém não a obedeci. Abaixei-me e a beijei. Tanto que fiquei sem ar. Acordei ofegante. Droga, a segunda noite que sonho com isso. Eu mereço mesmo. Peguei o relógio, 5:50 da manhã. Estava muito cedo, e eu estava sem sono. Peguei meu caderno e uma pequena caneta e comecei a escrever. I never was too good with goodbyes You made it easy when your glee presided With all the evil that you've provided You still put the "good" in "goodbye" In goodbye, in goodbye Stay away, stay, stay, stay away from me. É... tava ficando bom. Quando tô inspirado as letras saem boas. O dia já tinha clareado. Me levantei antes que Isabelle chegasse. Terminaria a música depois. O nome seria Stay Away, porque se repete várias vezes no refrão. Eram férias de verão, mas pela escola ter entrado em greve no começo do ano, estudaríamos a semana toda. Bom, pelo menos Nate estava aqui. Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal. Vesti uma calça jeans meio rasgada nos joelhos, uma camiseta de botão xadrez azul e meu all star preto. Peguei minha mochila e fui até a cozinha. Larguei ela no balcão e me sentei pra tomar meu café. Nate, Belle e minha mãe estavam lá. Zac estava dormindo, pois na escola dele não tinha aula. — Bom dia. — Fui até minha mãe e a beijei no rosto. Peguei a pequena Isa no colo e a abracei. — Dormiu bem Josh? — Perguntou Belle enquanto comia cereal. — Na verdade não... tenho tido alguns pesadelos. — Pesadelos? — Nate. — Sim, mas deixa pra lá. Tô melhor. — Dei um sorriso. Ninguém vai saber disso além do Zac. Já basta ele. — Zac me contou... — Nate começou. Oh droga, vou matar aquele garoto. — ...que ele te arranjou um encontro na internet, e a menina era a Hayley. — Ele riu. — Ele não devia ter contado isso. — Fechei a cara e passei geléia num pedaço de pão. — Ele só queria te ajudar cara. Eu até imagino o quanto foi engraçado... — Continuou a rir. — Por isso Jenna estava chorando ontem? — Minha mãe. — Não. Ela não sabe, e nem vai saber. Tava chorando por que ela é uma garota mimada que tem tudo que quer. Só. — Respondi seco. — E o tal ―encontro‖ — Fiz aspas com os dedos — foi um mal entendido. Um grande mal entendido. Depois disso ninguém mais tocou no assunto. Exceto Zac, que acordou exclusivamente para me zoar. Despedi-me e fui pra escola andando devagar. Green Day no fone de ouvido. I beg to dream and differ from the hollow lies This is the dawning of the rest of our lives On holidaaaaaay Cantava baixinho. Cheguei na escola e esperei um pouco na frente da escola. Van, Ryan e Tyler estavam zoando do cabelo do Taylor. Que ridículo. — Hey, amorzinho, já ouviu falar em escova progressiva? — Ryan. — Ou navalha? — Tyler. Eles começaram a rir. — Cara, me deixa em paz. Eu não tô atrapalhando vocês, que droga! — Taylor disse bufando. — Olha, ele tá ficando com raivinha, own. — Disse Van, por sua vez, chegando mais perto e arrancando a mochila de Taylor. Ele se virou e deu um soco em Van, que o fez cair pra trás. Tyler e Ryan agarraram ele e Van lhe deu um soco na barriga. Ok, já tá demais isso. Hora de eu fazer alguma coisa. Me aproximei rapidamente em passos fortes. — Solta ele. — Disse num pulo, ofegando de raiva. — Olha se não é o nosso querido Josh. Qual é cara, você já fez isso com a gente, vai ficar do lado dos nerds agora? — Vou. E você vai atravessar a cidade e ficar do lado do hospital se não soltar ele.


Eles me ignoraram e Van deu outro soco em Taylor. Raivoso eu me aproximei e o soquei no rosto, fazendo ele cair. — Eu avisei, seu idiota. — Tyler e Ryan soltaram Taylor e vieram me bater. Chutei nas pernas, fazendo-o cair. Ryan tentou me pegar por trás, mas antes que eu me defendesse, Taylor deu uma cotovelada em suas costas, e um soco na cabeça. Ryan se virou pra socá-lo e Taylor segurou a sua mão, voltando-a pra trás. Ok, isso doeu. — Você quebrou minha mão, idiota! — Ele disse gritando e gemendo de dor. Já havia uma roda de pessoas em volta. — Agora você viu o que o cabeludo pode fazer, né? Imbecil. — Taylor disse. Tyler, em desvantagem, saiu mancando. O chute que dei não foi fraco, de fato. Taylor se virou pra mim e tocamos as mãos. — Valeu Josh. Se não fosse você eu tinha apanhado a bessa desses caras. — Que isso cara, você arrasou também. Mas olha, isso vai dar problema... — É, eu sei... Dito e feito. Nessa hora o diretor chegou. Ajeitou os óculos no nariz e disse: — Vocês, na minha sala. Agora. — Disse pra mim, Taylor e Van que se levantou com o rosto inchado. — Você vai pra enfermaria. — Ele disse pra Ryan que estava chorando de dor. Eu e Taylor pegamos nossa mochila e fomos para a diretoria. Passei entre Sarah e Hayley, que me olhavam com espanto. — Josh, — Taylor começou dizendo baixinho enquanto andávamos. — Tu não era amigo deles? Por que me ajudou? Você fazia direto isso com as pessoas também... Isso de fato me fez refletir. Olhei pra mim mesmo, no passado. Lembrei-me de vezes que zoei nerds e anti-sociais com Ryan, Van e Tyler. Nossa, como eu fui idiota! A imagem do dia que reencontrei Hayley com Jenna pela primeira vez me veio a cabeça. Eu realmente fui grosso com ela. Bem... talvez Hayley tivesse razão. Eu fui um imbecil. Mas esse Josh se foi com a traição de Jenna. Sou outra pessoa hoje. — Josh? — Taylor. — Ah, desculpa. É que... essa tua pergunta me fez refletir... — É, eu vi. — Eu... não sou mais amigo deles. Eles são uns babacas. — Bom saber. — Ele começou. — Menos um idiota no mundo. — Rimos. — Tu é um cara legal, Benjamin. — Eu disse. — Inacreditavelmente, você também. — Ele disse. — Agora seremos legais no castigo. Oba! — Ele disse fazendo falsa empolgação. Eu ri. Chegamos a sala do diretor. Sussurrei ―Deus, dai-nos sorte‖ o que fez ele rir. Estranhamente, esse pode ser o começo de uma amizade. Entramos. O senhor Smith estava com sua cara carrancuda, nos olhando.

[...]

Pov. Narrador

— Meu Deus. Eu não acredito no que eu acabei de ver. — Sarah disse para Hayley, que estava espantada. — Nem eu... — Hayley disse pensativa. — Eu esperava ver o mundo se acabar em gelatina antes de ver Josh batendo no trio, sério. — Jeremy disse e as garotas riram. (N/A: Não sei daonde tirei isso. Minha cabeça é estranha) — Realmente, foi uma briga improvável. — Sarah concordou. — Eu sou contra brigas, — Jeremy. — Mas Ryan, Van e Tyler mereceram a surra. Já tem tempo que eles zoam com garotos aqui, e ninguém nunca fez nada. — Só um deles podia acabar com isso. — Rebelações, por Josh. — Jeremy e Sarah riram. Hayley continuava pensativa. Talvez eu estivesse errada sobre Josh. Talvez ele não fosse tão idiota. Talvez... ele fosse uma pessoa legal. Mas com certeza ele beija muito bem. Ela pensou e balançou a cabeça negativamente. Oh Deus. Para de pensar no Farro, para de pensar no Farro, para de pensar no Farro. — Hay? — An... que foi? — Você tá alta... longe... — Acho que isso é falta de...


— SARAH CALA A BOCA. — Jeremy disse num pulo. — Você prometeu nunca mais fazer isso. — É... desculpa. — Ele deu um sorriso de canto e abaixou a cabeça. — Ok, é melhor parar mesmo com isso — Hayley disse bufando. — Eu não tô distante. Estou escutando vocês dois. Concordo com tudo. Taylor é uma pessoa legal, mexer com ele foi sacanagem mesmo. Eles se despediram e foram para suas respectivas salas. Hayley entrou na aula de química e se sentou no lugar de sempre. No lugar ao lado de Taylor, mas ele não estava lá. A aula começou e Hayley se sentou com Dakotah, já que Josh e Taylor estavam na sala do diretor. Estava concentrada em seu dever quando Taylor e Josh entram na sala. A professora nojenta, como Hayley gosta de chamá-la, apenas deixou-os entrar e disse que eles deveriam voltar para suas respectivas duplas. Josh bufou e colocou sua cadeira ao lado de Hayley.


Capítulo 15 – Just a lesson. A bad lesson. Pov. Hayley Dakotah, toda feliz, saiu num pulo da cadeira e foi se sentar ao lado de Taylor. Algo me diz que essa menina tá gostando dele... Enfim. Josh, bufando, pegou seu caderno e se sentou ao meu lado. Sua expressão estava feliz, porém o idiota ainda tentava fingir estar com raiva. Na briga ele teve a camiseta puxada e estava com um dos botões da camiseta aberto, o que deixava um pouco do peitoral definido dele a mostra. É... pois é... Foco, Hayley! — O que a professora passou? — Ele perguntou. Peguei meu caderno e virei pra ele, que começou a copiar. — Taylor... — comecei enquanto ele continuava a copiar. — está bem? — Sim, está. — Respondeu curto. — Não, você escreveu errado. Ali é CO, não O. — Eu disse, corrigindo-o. — Ah, tudo bem. Tem corretivo? — Sim. — Entreguei a ele. Ele continuou a copiar calado. — Sua camiseta... está aberta. — Disse apontando. Ele sorriu e fingiu que não me ouviu. Ah, garoto ridículo! — Não me escutou? Tua camiseta tá aberta, garoto! Sem ao menos me olhar ele colocou uma mão sobre o botão aberto. Ótimo, ele vai fechar. Então ele abaixou a mão e abriu mais um botão. Olhou pra mim e deu um sorriso sarcástico. Virou a cara e voltou a copiar. — Humpt. — Bufei.

[...]

Pov. Narrador — Aquele idiota tá me provocando. — Hayley disse pra Sarah que estava comendo seu lanche no pátio com Jeremy. — Hayley, ele sempre te provoca. — Jeremy disse com a boca cheia de hambúrguer. — Na verdade, — Sarah — Tudo ficou pior desde aquela noit... — Sarah, cala a boca. Eu já te disse que nunca mais quero me lembrar daquela noite, ok? Shut up. — Ela disse bufando. — Ok, ok. Calei. Mas eu não consigo entender porque você fica tão brava quando fala da noite. Tudo bem, você teve um encontro que não sabia com o Josh. E tudo bem, você ficou presa no elevador com ele durante 10 minutos, e tudo bem, você gritou tanto que o shopping inteiro escutou. E tudo bem, você pagou o maior vexame da sua vida, por que quando saiu do elevador, tinham centenas de pessoas aplaudindo a sua saída. E tudo bem... — Sarah. Deu. Fica quieta. — Jeremy disse olhando profundamente pra ela que falava sem parar. Ela entendeu o olhar e (inacreditavelmente) ficou quieta. — No que ele te provocou afinal, Hays? — Disse Jeremy tentando quebrar o silencio. Hayley engoliu seco. Como diria pra ele que ele havia irritado ela daquela forma? — Hayles? — Jeremy. — Gente, você tá aérea hoje! — São as dorgas. — Sarah disse tomando um gole de suco. Jeremy riu. — Calem a boca. Ele me provocou como sempre faz, ora. — Hum... Nessa hora Josh e Taylor passaram. Estavam molhados, pois acabavam de sair da aula de Educação Física. Estavam nadando. Sarah, Hayley e todas as mulheres e homossexuais do local acompanharam os rapazes com os olhos. De fato, uma linda imagem. — Ér... ele pode ser chato, mas é gostoso pra cara... — Sarah! — Jeremy disse com raiva. — Caramba. Eu ia dizer caramba. — Ela deu de ombros. — Né Hayles? — É. Pode ser. — Pode ser? Olha a barriga deles! Oh. Vou morrer. — Ok, já cansei desse assunto. Tchau pra vocês. — Jeremy disse com raiva e saiu em passos rápidos em direção a qualquer direção, tirando Sarah do transe. — O que deu nele? — Ela perguntou.


— Sei lá. — Hayley. — Acho que ele não gosta de te ver secando homens, Sarah. — Como assim? Hayley soltou uma sonora risada. — Tu é rápida com os outros, mas é lerdinha com você mesma né? Sarah ainda olhava com um semblante confuso. — Você tá querendo dizer que... — Dãã. É claro que sim. — Zombou Hayley, enquanto Sarah parecia chocada. — Vou... falar... com ele. — Vai lá. — Hayley disse e o sinal bateu. Hora de voltar pra sala. Aula de inglês. Ela entrou na sala e sorriu ao ver Taylor sentado numa janela. Sentou-se ao lado dele. — E aí. — Ele disse sorrindo ao ver ela se aproximar. — Oi T. — Hayley já conhecia o apelido dele. Conversavam durante algumas aulas. Não eram grandes amigos, nem nada. Eram apenas colegas. Bons colegas. — Deixa eu adivinhar: Tu vai me perguntar o que aconteceu hoje de manhã né? Hayley sorriu e disse: — É. Pois é. — Ele sorriu de canto também. — Sabe, fiquei curiosa. Sei lá... primeiro é você brigando com o trio, depois do nada chega... — O Josh e acaba com eles. Acredite, nessa parte eu também me surpreendi. — Vocês foram suspensos? — Não. Só vamos ficar de castigo no sábado. — Ele disse parecendo não se importar com isso. — Van e Ryan foram suspensos. E Tyler também foi, mas ele não tava aqui. Ele fugiu, assim que viu que tava em desvantagem. — Eles riram. — Isso é o que dá com quem mexe com o meu cabelo. — Ele disse descontraído. — Eu acho seu cabelo o maior charme. — Nem vou falar do teu, porque né... — Eles riram de novo. — Mas falando sério. Graças a Deus pelo Josh. Ele me parecia o maior idiota, mas depois que eu conheci ele de verdade, vi que ele é um cara maneiro. Pois é, eu preciso parar de pré-julgar as pessoas. Hayley não respondeu nada e abaixou a cabeça. — Cadê esse professor? — Ela disse olhando pra porta e vendo toda a sala fazer bagunça. — Não sei... Hayley, tu não gosta do Farro né? — Não. — Por quê? — Porque ele é bobo, Tay. Ele é provocante demais. Insuportável. Tudo bem, ele te ajudou, pode ser que eu ache ele menos imbecil por isso, mas... ele ainda é um idiota. Diferente dos irmãos dele, que são muito legais. Taylor riu. — Conhece os irmãos dele? — Hayley engoliu seco. — S-Sim. A irmã mais nova dele é amiga da minha irmã mais nova. — Ela disse aliviando-se. — An... — Ok pessoal, desculpem-me o atraso. Eu estava em reunião com o diretor e os coordenadores. — Disse o senhor Tompson, entrando na sala. Os alunos que estavam em pé se sentaram. — Estávamos decidindo uma coisa que eu acho que vocês vão adorar. — O quê, professor? — Perguntou um garoto no fundo. — Um passeio! Todos na sala se animaram. — Nossa! Que legal! Pra onde esse passeio? — Pras florestas de Franklin, ora. — Ahhhh — A sala disse em uníssono. Estavam de fato decepcionados. — Só podia ser. — Taylor comentou baixinho com Hayley. Ela riu. — Hey, galera! Mais animação! — Mas professor, a floresta de novo? Eu já cansei de ver aquelas árvores, e aqueles pássaros! Sério mesmo, cansei. — Pois é, sr. Smith. Mas nós temos novos alunos na sala, que provavelmente nunca visitaram a floresta. Certo, senhorita Nichole? — Ele disse apontando pra Hayley que abaixou a cabeça e disse: — Ér... certo, né. — Pois bem. O passeio educativo será amanhã de manhã. Façam seus pais e mães assinarem isso. — Ele foi andando pela sala e distribuindo pequenas tiras de papel. — Só a aula de inglês terá isso? — Perguntou Hayley. — Não, claro que não. O segundo e o primeiro ano inteiros vão. A aula passou rápida e tediante. Mas Hayley se divertia com a companhia de Taylor, e vice-versa. Logo depois que acabou a aula, foram liberados e voltaram pra suas casas. No dia seguinte teria o chato passeio, como assim pensavam. Mas, pensemos. Será que vai ser tão chato assim?


Capítulo 16 – A flirt, a cool evening and a difficult morning

Quando Hayley estava atravessando a rua, no caminho de volta pra casa, ouviu a aguda voz de Sarah a gritar. Esperou ela vir. — E aí, o que deu com o Jerm? — Ela perguntou. — Na hora que fui falar com ele bateu o sinal. Ele ficou de ir a minha casa hoje. — Sarah disse ofegante, por ter ido correndo ao encontro de Hayley. — Hum... — Hayley sorriu e elas começaram a andar. — Por que tá rindo? — Nada... — Ela continuou rindo. Sarah entendera. — Ele tá bem ali, por que você não fala com ele agora? — Ela disse se referindo a Jeremy, que estava encostado na parede lendo alguma coisa. — Eu... eu... prefiro esperar. — Sarah disse gaguejando, demonstrando medo na voz. — JEREMY, VEM CÁ, A SARAH QUER FALAR CONTIGO! — Hayley gritou e Sarah sentiu imensa vontade de se transformar em um avestruz e enfiar a cabeça nas areias quentes do deserto do saara. Se é que lá haja avestruzes. — Hayley, tu tá doida minha filha? — Ela disse de uma vez. Tentou correr, mas Hayley a agarrou pelo braço. — Sarah, deixa de ser boba. Você já é amiga dele há quanto tempo? — Dois anos... — DOIS ANOS? Ah, já é demais. BORA JERM, VEM CÁ LOGO! — Jeremy acelerou o passo. — Que foi? — Ele disse frio. Ainda estava com raiva por Sarah elogiar o Farro. Hayley deu uma grande cotovelada em Sarah. — Ai! Er.. por que você saiu daquele jeito, no intervalo? — Ah... eu... — Gente! Olha a Dakotah ali, eu preciso falar com ela. Falou galerinha. — Hayley disse e saiu. Sarah a olhou como se fosse matá-la. Hayley riu sonoramente. Vingança! Foi rápido e ficou ao lado de Dakotah. — Oi Hayley. — Oi, Dak. Fica quietinha, eu só vim aqui pra ver a cena. — O que tá acontecendo? — Jeremy e Sarah. — JUUURA? Até que enfim! Eles já andam juntos, há, sei lá. Uns dois anos. — É... pois é. Finge que tá conversando comigo. Elas começaram a conversar qualquer coisa. Hayley não conseguia escutar o que os dois estavam dizendo. Viu Jeremy falar, falar, falar. Depois Sarah o cortou, ele levou as mãos a cabeça. Abaixou a cabeça e começou a falar mais. Sarah ficou assustada e seus olhos começaram a brigar. Ela falou um pouco e... ah, ele pegou o queixo dela e a beijou. Hayley comemorou feliz com Dakotah. Logo depois Jeremy deu um selinho em Sarah e saiu andando (lê-se pulando de felicidade). — Ai, Dak, brigada por me ajudar! Haha — Hayley disse. — Que nada! Pra que servem os amigos, né? — Haha, com certeza. Valeu, vou lá. — Ela disse e foi em direção a Sarah com o melhor dos sorrisos sarcásticos. — A vingança é um prato que se come frio. — Hayley disse se aproximando de Sarah. — Mas dependendo do modo que for servido, se torna um prato maravilhosamente gostoso! — Ela disse e começou a gargalhar. Sarah a olhava com o olhar ―só não te mato por que beijei o Jeremy‖. — Nunca escutei a segunda parte antes. — Lógico que não. Eu que inventei. — Ela jogou os cabelos. Sarah deu um pequeno soco em seu ombro. — Aff, Hayles. — Por que você tá com raiva? Qual é, você ficou com ele. — Sarah deu um sorrisinho bobo. Aquele que toda pessoa dá quando tá apaixonada, sabe? Então. — Você gosta dele... — Nãão... — Sarah. — Ah, fala sério! Gosta sim. Brilho nos olhos, sorrisinho nos lábios... Ah, que coisa linda. — Hayley,cala a boca. Hayley olhou para Sarah e as duas ficaram um tempo sem falar nada. Até que começaram a gargalhar do nada. — É... ok. Você tem razão. Eu gosto dele sim... ele é lindo, e simpático, e compreensivo, e fofo.... e beija muito bem! — Ok, Sah, agora você tá me assustando. Elas continuaram a conversar. — Você recebeu isso? — Perguntou Hayley ao mostrar o pequeno papel do passeio. — Sim, recebi. O primeiro e o segundo ano vão né? — É, pois é. — Gosta de florestas? — Não sei... acho que não. É perigoso?


— Só quando as onças pintadas e cobras aparecem. — Sarah respondeu e riu. Hayley revirou os olhos. — Onças pintadas? No Tennessee? Ah, vai se ferrar, Sarah. Sarah riu mais alto. — É... não sabia? Importaram algumas do Brasil, para comerem os macacos que eram demais. — E desde quando onças comem macacos? — Hayley disse e riu. — Desde que importaram elas do Brasil, sem dar comida. Então elas comeram qualquer coisa. — Ah... entendi. As duas continuaram conversando sobre a suposta cadeia alimentar da onça até Hayley chegar em casa. Pegou a chave e abriu a porta, dando de cara com Zac. — Haaaaaaaayles! — Ele gritou e pegou a baixinha no colo. — Zac, por favor, me põe no chão! — Ela disse dando tapinhas nas costas dele. Ele colocou ela no chão. — Qual é, garoto? Tá tomando bomba é? — Ela disse e ele riu. — Longe disso, Hayles. Não é preciso ser muito forte pra te levantar do chão. — Ele disse e ela revirou os olhos, mostrando falsa raiva. — Sou magra, mas isso não quer dizer que eu seja fraca. — Não duvido. Tua mãe tava contando da vez que você foi expulsa do colégio por deixar um garoto na UTI. — Ele mereceu. — Eles riram. Zac, Nate, Belle e a senhora Farro tinham ido visitar Christie. Hayley chegou bem na hora. Entrou brincando com Zac e cumprimentou a todos. Foi em direção ao seu quarto pra guardar a mochila, Belle foi com ela. — E aí, Belle, o que tem feito de bom? — Tirando acordar Josh e Zac todos os dias com um relaxante banho de água fria, nada. — Ela disse simpaticamente. — Como é? Você acorda Zac com um banho de água fria? — Sim. Ele e Josh não acordam por nada. Apenas a água consegue... e é bem divertido. — As duas riram. Christie preparava um belo espaguete para o almoço. Hayley passou quase toda a tarde brincando com Zac, Belle e Nate. Eles eram muito divertidos, de fato.

[...] Pov. Hayley Acordei com o despertador do celular. Meu rosto estava molhado de suor. Meu quarto tava muito abafado e pra melhorar eu ainda tava de coberta! Abri a janela e vi o sol rachante, mesmo as 6h40 da manhã. Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal. Aproveitei pra tomar banho. Sequei meu cabelo com o secador e penteei. Não faria muita cerimônia hoje, afinal, vou pra uma floresta! Coloquei uma blusa branca com uma pequena caveirinha rosa e preta perto da barriga. Um coletinho preto, calça Jeans e nike. Demorei um pouco, por isso peguei só uma maçã, minha mochila e saí sem tomar café. Sarah provavelmente estaria com Jeremy, então, provavelmente não passaria aqui. Caminhei calmamente até a escola. Entrando lá vi que os alunos já esperavam o ônibus no pátio. Jeremy e Sarah vieram me receber. Estavam de mãos dadas, que lindo. — Tá atrasada, gata. — Sarah. — Eu não ligo. — Dei de ombros. — Quando o bendito ônibus chega? — O diretor vai explicar, calma. Continuaram conversando até o diretor chegar e dar uns tapinhas no microfone no pequeno palanque que havia no pátio central do colégio. — Alô? Som? Oh, tudo bem. Alunos do primeiro e segundo ano do ensino médio, hoje vamos a floresta natural de Franklin — Ele ajeitou os óculos e deu uma breve pausa, com um sorriso nerd na cara. — É um passeio educativo. Vocês vão coletar, na floresta, 10 tipos de amostras de plantas e depois vão fazer uma apresentação sobre elas. Nessa hora um garoto levantou a mão. — Sim. — Disse o diretor apontando para o garoto. — Serão formados grupos? Ou é individual? — Será um trabalho em duplas. Oh, gente! Em dupla? Levantei a mão. — Nós podemos escolher as duplas, não podemos? — Diz que sim, diz que sim, diz que sim! — Não. As duplas já foram determinadas. Vamos falar os nomes agora. Ah meu Deus! O diretor começou a ler uma imensa folha com o nome dos alunos. E não importa o nome deles agora.


— Jeremy Clayton e James Clark; Ok, Jeremy ficou com um nerd. Que sorte. — Sarah Orzechowski e Luna Mathew; Sarah e seu terrível sobrenome. O diretor quase não consegue. Luna? Nunca ouvi falar. Ele continuou a falar mais um monte de nomes, até que... — Hayley Nichole e... — Não diz Josh Neil, não diz Josh Neil, não diz Josh Neil! — Dakotah Scott. — YEEAR! — Disse mais alto do que deveria. Todos olharam pra mim. Droga. O diretor revirou os olhos e continuou. — Joshua Neil e Taylor Benjamim; Josh e Taylor? Nossa. Ela ainda falou outros nomes como o da Jenna. O resto simplesmente entraram por um ouvido e saíram por outro. Logo depois, o ônibus chegou. Todos entraram na maior correria. Meu Deus! Eu e Dakotah fomos as ultimas a entrar, pra não sermos pisoteadas até a morte. Sentamo-nos mais ou menos no meio do ônibus, que estava abafado. Esse mesmo seguiu para a floresta. Quando chegamos lá me deparei com aquele monte de árvores em uma mata fechada. Oh... ok, descobri que não gosto de florestas.


Capítulo 17 – How do I deny, the things it burn inside, down deep, I barely breathing

Saíram do ônibus na mesma correria que entraram. Caraca, pra que isso? — Quem planejou esse programa de índio mesmo? — Perguntei pra Dak. — Perguntei pro Sr. Mattinson ontem, ele disse que a idéia partiu da Sra. Carmit. Lembra? Professora de química. — Ah, só podia ser essa professora nojenta maldita desgraçada do inferno! — Revirei os olhos e Dakotah riu. — Pois é. — Ela concordou. Saímos do ônibus e fomos adentrando a floresta. Os professores explicavam e os alunos coletavam as amostras pedidas. E, na real, parecia que eu estava fazendo meu trabalho sozinha. Dakotah parecia longe. Coletava uma folha de uma mangueira quando ela começou a falar. — Vamos falar com o Taylor? — Disse manhosa. — Só depois que me ajudar aqui. — Eu disse. — Ahn, Hayley, a gente faz isso depois. Vamos lá, falar com ele? — Nessa hora a menina doida começou a puxar meu braço. Deus, o que tá acontecendo com o mundo? Ela praticamente me arrastou uns 3 metros até nós chegarmos perto do Taylor, e conseqüentemente, do Josh.

Pov. Narrador

— Oi Dakotah. — Taylor abriu um grande sorriso abobalhado na cara e disse pertinho de Dak. — Oi Tay... — Ela disse com o mesmo sorriso idiota. Josh levou as mãos a cabeça, andou pra trás e voltou. — Taylor, mano, vamos cara. A gente precisa acabar isso aqui. Bora? — Josh falava com Taylor que parecia não ligar, ou melhor, não ouvir. — Ei Dak, você chegou em casa bem, ontem? — Sim, e você? Chegou bem? — Uhum. Eles pareciam conversar qualquer tipo de assunto nada a ver. Hayley importunando Dakotah de um lado, Josh importunando Taylor de outro. Mas eles não ligavam. — Dak? Dak? Vamos fazer o... — Ai, Hayley, espera um pouquinho. — Ok, eu desisto dessa merda! — Hayley disse irritada e saiu em passos firmes pra fazer o trabalho sozinha. Josh continuou lá, tentando tirar Taylor do transe. Hayley conseguiu apenas 4 amostras para apresentar. Estava apenas no comecinho da floresta, e naquele lugar, tinha só pés de manga. Infelizmente pra ela. Pegou um galho e saiu adentrando a floresta, procurando outros tipos de árvores. Sem prestar atenção, ela trombou numa vassoura de chapinha, ou se preferirem, Jenna. — Ai, menina, tá cega é? — Ela pergunta toda cheia de marra. Hayley suspira. — Não. Não estou cega. Estou fazendo meu trabalho, dá pra sair do meio? — E você acha que manda em mim? — Não. Se eu mandasse em você, você seria menos deplorável. Apenas quero fazer meu trabalho, dá pra sair? — Menina, você não sabe com quem tá falando! — Estou falando com uma vassoura loira de chapinha, agora dá licença? — Olha garota, já tem tempo que eu tô querendo te dar uns tapas, continua assim que eu não vou me controlar! Hayley agüentou demais. Sentiu o sangue ferver. — Se quiser me bater, então venha. Bate. Mas depois que você for parar no hospital pelas inúmeras fraturas expostas, não reclame. Eu te conheço, Rice, sei o que você quer e faz. E você não vai ser a primeira vadia que eu bato. Jenna suou frio. Não sabia brigar. Hayley a encarou. — Qual é, Rice? Tá com medo? — Medo? De você? Jamais! — Pois então saia da frente! Jenna virou-se, jogou o cabelo loiro e saiu em direção a lugar nenhum, fingindo ter algo mais importante pra fazer. ―Vadia frouxa.‖ Pensou Hayley. Balançou a cabeça negativamente e voltou a coletar. Não havia mais ninguém por perto. Voltou a coletar. Quando foi andar até uma árvore que viu, ela tropeça numa pedra. Não caiu no chão porque foi segurada em fortes braços, esses, os de Josh. — Me põe no chão!! — Ela gritou. Ele a largou e ela caiu. Levantou-se rapidamente. — Garoto imbecil.


— É assim que você fala com o cara que te livrou de uma queda? — Você me derrubou de novo! — Isso por que você não usou da sua educação. Se tivesse sido educadinha, não teria se machucado. — Ele falou em tom engraçado. — Ok, mamãe, prometo me comportar. — Ela disse debochada e deu de ombros. — E ah. — Ela voltou. — Fala pra sua namoradinha não pisar no meu calo, senão ela vai apanhar tanto que vai precisar de 5 cirurgiões plásticos pra reconstituir a cara de vaca dela. — Eu não namoro mais com ela. — Que pena, vocês dois se mereciam. — Ele agarrou o braço dela. — Nunca volte a falar isso. Jenna é uma menininha. Uma menininha mimada, boba e patricinha, e eu não gosto dela. — Ele disse isso muito perto do rosto de Hayley. Perigosamente perto. Ela se afastou. — E você, me solta garoto. — Ela disse e ele soltou seu braço. — Você é o quê, Josh? Um cara decidido, compreensivo e legal? Me poupe. — Sei que não sou perfeito! Mas pelo menos eu assumo isso. Não sou a senhorita perfeitinha, rockeirinha, que merece mais respeito que você! Eu não sou orgulhoso, Hayley Nichole, não mais que você. — Eu odeio você. — Ela disse sem argumentos. — Eu também odeio você. — Ele disse e a encarou profundamente. Voltaram a coletar suas folhinhas. Sempre que Hayley ia pra um lugar, Josh ia atrás dela e a importunava. A frase ―eu te odeio‖ nunca foi tão repetida! Nisso, andando, trabalhando e brigando, Hayley percebeu um ponto bem importante... — Onde estão os outros? — Estão... ér... não sei. Ué. — Josh respondeu coçando a nuca. — Ai Meu Deus! Você fez eu me perder, seu imbecil! — Calma, garota. Só precisa ligar pro Taylor e... — Ele pega o celular. — Opa. — O que aconteceu? — Fora da área de cobertura. — AAAAAAH! SEU IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA! A culpa é toda sua! Sua! Sua! E sua! — Minha?! Foi você que esbarrou em mim e começou a falar merda! — Eu?! — É, você! — Ai meu Deus. ALGUEM ME AJUDAAAAA! TEM ALGUEM AÍ? SOCORRO! Hayley e Josh passaram a andar pelo mato gritando e pedindo ajuda. Tudo sem êxito, pois já tinham se distanciado muito dos seus colegas. Uma mata fechada. Duas pessoas que se ―odeiam‖. Pior que isso? O céu estava fechando, e alguns começaram alguns trovões. — Mas que merda é essa? Tava um calor infernal ainda pouco e agora vai chover? — Hayley disse. — Oh, não. Eu preciso sair dessa floresta. — Maldito verão. — Josh disse bufando. — E a culpa é sua! — Hayley falou pra Josh. — Garota, olha, vai se ferrar, tá? Ela se colocou na frente dele e apontou o dedo na sua cara. — A não ser que você queira suas pernas quebradas, é melhor não falar comigo desse jeito. — Você? Baixinha assim? Me machucar? Tá ok. — Ele disse rindo e continuou andando. Ela estremeceu de raiva e quando deu por si, sua mão já tinha estalado no rosto dele. — Ainda acho que eu não posso machucar você? — Hayley disse deixando um sorriso malicioso transparecer em seus lábios. Ele virou o rosto e disse: — Só isso? Nossa, que medo de você, pica-pau! — O tapa havia doído, mas ele queria ver o ódio na face de Hayley. Nessa hora, gotas grossas e frias de chuva começaram a cair. — Oh, droga! — Eles disseram e correram para debaixo de uma árvore. Se protegeram muito pouco, pois os grossos galhos da árvore não detinham as gotas de chuva que os deixaram ensopados. Josh estava tremendo de frio. A malha de sua camiseta era pesada, e estava contribuindo pra que ele se molhasse e sentisse mais frio. Ele tirou a camiseta, ficando com o peitoral completamente a mostra. Hayley passou a encará-lo... mas que... corpo! Então, ele olhou pra Hayley. Prendeu completamente o olhar sobre ela. — Que foi garoto, perdeu alguma coisa aqui? — Ela disse e ele não respondeu. Só continuava a olhá-la. Ela olhou pra si mesma, e foi nessa hora, que ela percebeu que estava de blusa branca. E o que acontece com blusas brancas quando elas se molham? Exatamente. Ficam transparentes. E Josh, como bom heterossexual, não pode deixar de não olhar. Hayley puxou o pequeno colete e — tentou — se esconder. — Eu juro que te mato se você contar pra alguém. — Ela disse completamente envergonhada. — Eu não vou falar. — Josh finalmente conseguiu formular uma frase. — Mas... puxa vida, hein Hayley? — Ele disse. — Vai. Se. Danar. Josh. E põe a droga da camisa!


— Ela tava pesando, e... ah, eu não devo satisfação a você! — Ele disse sem tirar os olhos do busto de Hayley. Ela se levantou da raiz da árvore pra dar outro tapa nele, mas se enrolou e tropeçou. Caiu com as mãos no chão. Josh a pegou no colo, ela gemia de dor. Ele se sentou com ela na raiz da árvore. — O que tá doendo? — Perguntou apreensivo. — Meu... pé. — Ela disse gemendo. Ela tinha torcido o pé. — Ok, senta aqui. — Ele disse e a colocou gentilmente na raiz da árvore. A chuva ainda caía forte. Ele pegou o pé dela com delicadeza. — Olha, quando eu torcia o pé, minha mãe fazia uma massagem que dava uma melhora significativa. — Ele falava enquanto massageava o pé da moça. — Só relaxe, Hayles. Relaxa que já vai passar. Hayley sentiu nas ultimas palavras de Josh, a mesma serenidade que sentira no Josh de 10 anos atrás. Em 10 anos, ele não repetia a palavra ―Hayles‖. E ele mesmo não pensou que seria tão fácil falá-la de novo. Ela estava incrédula no que ouvia e via, mas fez o que ele pediu. Recostou a cabeça no tronco da árvore e ele foi fazendo a massagem. Em pouco tempo, pouco tempo mesmo, o pé dela já não doía tanto. O alívio era intenso. Ele voltou e se sentou ao lado dela. — Melhorou? — Perguntou sorrindo. — É... sim. Valeu Josh. — Ela sorriu de volta. — a tia sempre foi ótima com essas coisas de massagem... — Taí. É verdade. Essa massagem alivia qualquer dor muscular. Então, isso é bom, por que aparentemente você não quebrou nenhum osso. — Haha, virou médico é? — Não... nem pensar. Não é algo que quero pra mim. — E o que você quer fazer? — Justiça. — Quer ser policial? — É... digamos que sim. — Oh... a chuva tá maneirando. — Ótimo. — Ele disse. — Aai... — Ela soltou um gemido mais alto. O pé tinha aliviado, mas uma dor forte ainda havia. — Oh não. A dor ainda é forte? — Sim. Quando eu mecho. E essa posição tá ruim pra mim... aai... Josh ficou preocupado. Ela poderia ter trincado ou até mesmo quebrado o tornozelo. Pegou sua camiseta e fez imobilizou o pé de Hayley. Então decidiu mudá-la de posição. Pegou-a no colo e a colocou em outra raiz. Seus rostos ficaram muito perto um do outro novamente. Perigosamente perto. Uma corrente elétrica passou pelo corpo de Josh. Seu coração batia descompassado. Então, sem lutar contra suas próprias vontades e sentimentos, deixouse vencer e a beijou.


Capítulo 18 – Kisses, jealousy and an evil brother

Pov. Hayley

Josh me colocou na raiz da árvore e me beijou. Eu... não hesitei. Como hesitar? Nosso beijo estava calmo e sereno. Os seus lábios quentes e macios dançavam com os meus. Eu estava completamente confortada junto a ele. Minha dor intensa no pé era insignificante comparada ao prazer daquele momento. Daquele beijo... aquele beijo de Josh. O beijo não ficou mais atiçado, nem mais urgente. Estava perfeito. De fato, nunca me senti tão bem. Eu não estava beijando o Josh mauricinho idiota... estava beijando o Josh legal, compreensivo e amigão, que conheci há muitos anos. Esse Josh, é com quem eu estou ficando agora. Eu não sei quanto tempo esse Josh vai encarnar no corpo dele. Não sei ao certo quando ele vai voltar a ser idiota. Mas pra falar a verdade, não sei nem se sairemos daqui! Se por acaso, não sairmos, sei que vou aproveitar os últimos momentos da minha vida. E bem, isso é uma coisa boa. Não é? Eu acho que sim. Malditos pulmões. Esses precisam de oxigênio para manter o corpo em funcionamento. Por questões de sobrevivência, seus lábios se separaram dos meus. Mas nossas testas continuavam coladas. Eu sentia o frescor de seu hálito, sentia sua respiração falhar, notei que seu coração estava tão descompassado como o meu. Abaixei os olhos e vi seu peito molhado pela chuva. Mordi o lábio inferior. Levantei novamente os olhos e me dei com os dele. Seus grandes olhos castanhos me fitavam como se quisessem me falar alguma coisa. — Hayley, eu... — Shh. — Eu coloquei meu dedo sobre os seus lábios. — Por favor, não fale. Deixa esse momento durar... o máximo possível. Por favor. Me... beija. Ele sorriu de canto e me beijou novamente. Sua mão passeava pelas minhas costas, eu segurava firmemente sua nuca. Não sei ao certo quanto tempo o beijei. Fomos forçados a nos desunir pela respiração novamente. Só que dessa vez ele nada disse, e nem voltou a me beijar. Apenas sentou-se ao meu lado. Recostei minha cabeça sobre o ombro dele e fiquei vendo as nuvens negras sumindo aos poucos. — Lembra Hayles... — Ele disse. — daquela vez que seu dente caiu? — Eu dei uma risadinha. — Lembro sim. Você ficou preocupado demais. — Pois é... eu me senti mais ou menos que nem naquele dia agora. — Por causa do meu pé? — É... não gosto de te ver machucada. — Nos rimos. — Lembra de quando Zac nasceu? Nossa! Eu fiquei encantada, cara. Eu tinha uns 4 aninhos, sei lá. — Sim. E você pediu pra segurar ele, e então, quando finalmente pode segurá-lo, ele te presenteou com vômito. — Rimos. — Sua cara de nojo foi engraçada, Hayles! — Imagino... Zac nunca foi muito hospitaleiro. — Não... — Lembra que toda vez você tinha que sair as 5, e você sempre ficava meia hora mais tarde? Cara, você sempre foi mestra em convencer sua mãe. — Não era tão difícil... — Eu disse. — Só precisava de um rostinho de anjo e uma vozinha manhosa. Só. — Rimos. — Lembra de um Natal, que Nate nos contou umas histórias de terror na madrugada e você não conseguiu dormir? — Sim, eu lembro. Nunca gostei de lobisomens. — Ele gargalhou, e parou, rapidamente. Parei de rir também. — Lembra... — Ele começou. — De quando... nos casamos? — Sim... — eu disse — Como esquecer? — Pois é... — Um segredo: — O quê? — Ainda tenho minha aliança, hehe. — Eu disse. — Eu joguei a minha fora no dia que você foi embora... — Ele abaixou a cabeça. — Não vamos falar disso. — Pedi e novamente recostei minha cabeça sobre ele. Ficamos um tempo sem falar nada. Apenas olhando o tempo. O sol já aparecia, dando mais beleza ao lugar. — Acha que vão encontrar a gente? — Ele perguntou tentando mudar de assunto. — Não sei... — Disse fitando o nada. — Sabe Josh, você devia me deixar aqui e procurar ajuda. Eu não vou conseguir andar, só tô te atrapalhando. — O quê?! Nem pensar. Eu não vou te deixar aqui, sozinha, na mata, sem proteção. Sem chance; E cala a boca, você não tá atrapalhando ninguém. Josh deve ser a única pessoa que usa de sua grosseria pra ser agradável. Já devia fazer umas três horas que nos afastamos. Então, já devem ser umas quatro da tarde.


Josh tinha trazido uma Ruffles grande na sua mochila. Foi a única coisa que não se molhou completamente. O resto, tudo, estava encharcado. E nem preciso dizer do trabalho né? A chuva ferrou com tudo! — Ouviu isso? — Ele disse. — O quê? — Eu disse colocando uma batatinha na boca. — Shh... ―Josh!‖ ―Hayley!‖ ―Hayley!‖ Vozes muito fracas ecoavam floresta adentro. Josh me olhou, eu o olhei. — AQUI! ESTAMOS AQUI! — Eu e Josh começamos a gritar. Em menos de 3 minutos uns homens de vermelho vieram até nós. Bombeiros. Ótimo, sairei daqui. — Joshua Farro e Hayley Williams? — Perguntou um deles. Era alto e forte, parecia jovem. 25 anos no máximo. Moreno e tinha olhos verdes... de fato, lindo. — Sim. — Ele disse. — Nos afastamos sem querer do grupo. Ela tá machucada. Acho que quebrou ou trincou o tornozelo. Eu imobilizei da melhor forma que consegui. — Josh disse nem um pouco amigável. — Ok garoto, vocês não estão muito longe do começo da floresta. Deram sorte. Hayley, consegue andar? — Ele se virou e disse pra mim. Sorri e disse: — Consigo, mas... — Ela ainda sente dor. — Josh me interrompeu. O olhei. — É. — Concordei ainda rindo. — Tudo bem. — Ele veio até mim e me pegou no colo. Depois me colocou no chão e me ajudou a ficar ―em pé‖. Um de meus braços ficou sobre seu pescoço. — Oi, eu posso fazer isso, sabia? — Josh disse inquieto. — É o meu trabalho, garoto. — Meu nome é Josh. E eu sei que é seu trabalho, só quero ajudar. Eu cuidei dela até agora, e posso cuidar mais. — Josh disse bufando e antes que o bombeiro pudesse falar alguma coisa ele tirou meu braço do pescoço dele e o colocou no seu, me ajudando a andar. — Tá bem, Josh. — Ele disse e revirou os olhos. — Vamos por aqui. O rapaz e outro homem de vermelho foram tirando os galhos do caminho de Josh, e conseqüentemente, do meu. — Você não tem vergonha não, é? — Josh disse baixinho. — O quê? — Olha o jeito que você olhou pro senhor-bonitão, Hayley! Ficou secando e flertando com o cara! Qual é, toma jeito menina! Eu ri. — Tá rindo de quê? — Ele perguntou com raiva. — Nada não. — Eu disse ainda rindo. Josh fazendo ciuminho. Que legal! Ele fez bico e continuou a me ajudar. — Vocês estão bem aí? — Disse o moreno bonito olhando direto pra mim. — Estamos ótimos. — Josh disse e me pegou no colo. — Ei, qual é o teu problema, garoto? — Você vai forçar mais seu tornozelo se continuar andando. — Mas eu nem tava com ele no chão! — Mas se colocar ele no chão você vai se machucar feio, então é melhor ficar no colo mesmo. Confesso que eu não estava realmente achando ruim. Afinal, ele ainda estava sem camisa. — Ok, estamos perto. — Disse o cara sem se virar pra nós. — Josh, me põe no chão. Você não pode me levar no colo desse jeito. O povo vai falar merda. — Eu disse. — Eu não vou te entregar pra aquele pedófilo! Tô nem aí pro povo da escola. Ah, que ótimo! Sarah vai encanar em mim o resto da minha vida. Perfeito mesmo! Aff. Em pouco tempo eu vi a estrada. Chegamos e todos estavam apreensivos. Minha mãe estava xingando a professora Carmit quando me viu chegar, e correu pra me ver. — Ai, Hayley, meu amor! Tudo bem, o que houve aqui? Você se machucou? — Josh me colocou no chão e eu me apoiei nele. — Só torci o pé, mãe. Tá um pouco inchado, mas Josh imobilizou e agora tá melhor. — Ah, esses irresponsáveis! Como que deixam dois adolescentes sozinhos numa mata fechada?! — Minha mãe disse alto e a professora dos infernos, digo, Carmit, bufou. Eu ri. — Esquenta não, mãe. Já tá tudo bem. — Obrigada Josh, mesmo. Vamos pro hospital, Hayley. — Mas o quê? Não. Não precisa, eu... — Ô tia, ela precisa sim ir pro hospital. Eu fiz uma massagem pra aliviar os músculos mas ela ainda sente dor. Acho que ela quebrou o pé. — Hayley, vamos. — Mas mãe... — Vamos logo. — Ótimo. Eu amo hospitais. Notaram a ironia? Que bom. — Posso ir também? — Josh disse. — Nate está ali, Josh. Ele quer falar com você antes. Depois você pode ir pro hospital se quiser.


— Ahn, tudo bem. — Ele sorriu e foi ao encontro de Nate. Entrei no carro com a minha mãe e fomos pro hospital. Lá a médica me disse que eu tinha trincado, e não quebrado o pé. Foi colocado um gesso. Depois voltei pra casa com a minha mãe. Nota: Nunca vi minha mãe ameaçar processar alguém tantas vezes! Jantamos pizza e eu voltei pro meu quarto. Estava me arrumando pra dormir quando meu celular toca. Zac. — Zac! — Ei, Hayles! — Tudo bem? — Sim, sim. Hein Hayley, Josh tá perguntando se seu pé tá melhor. — Depois que ele disse isso, eu escutei alguns gritos e o áudio foi mexido, como se estivessem batendo no pobre Zac. — Diz pro cabeçudo que meu pé tá melhor sim. Colocou um gesso, e nem tá doendo mais. E ele? Ficou resfriado? — Ficou um pouco. — Ah tá. Melhoras pra ele. — Ok, ele mandou pra você também. E ah, Hayley, ele disse que você beija muito bem! — Arregalei os olhos. Não acredito que esse idiota contou pro Zac! — Hayles? — Ér... eu — O telefone deu mais um mexido daqueles. — Hayley! Oi, é o Josh. — Seu imbecil! Eu não acredito que você contou pro Zac! Ah, seu idiota! Eu sabia que você não era confiável, Josh. Eu sabia. E eu que pensei que você tinha ficado legal de novo. Me enganei, né? Profundamente. Ah, quer saber, vai se danar Josh. E desliguei. Que idiota, meu! Mais idiota fui eu, que pensei que ele não era mais um idiota. Ah, que ódio.


Capítulo 19 – All innocence, and all the promise we adored

Pov. Zac

Ok, problemas. Ele não me bateu. Ele não me xingou. Ele não ameaçou me mandar pra conhecer Deus pessoalmente. Ele só... ficou quieto. — Josh? — Que é, Zac. — Desculpa, cara... — Eu já desculpei, tá bem? Me deixa, meu. Por favor. — Mas você não vai brigar? Não vai dizer que vai me matar? — Ele deu um sorriso sem humor. — Você as vezes é um tanto estranho sabia? Sério, Zac. Por favor. Ok, problemas graves. Fiz merda, eu sei. Mas, precisa se fechar desse jeito? Eu nunca vi ele assim! Eu já fiz isso antes com ele e Jenna, e nunca deu nada. Na verdade, ela gostava. Mas Josh ainda está triste daquele jeito. Nisso tudo podemos chegar a duas conclusões: Nº 1: Mulheres são bichos estranhos e incompreensíveis. Nº 2: Josh tá gostando mesmo da ruivinha. E agora ela tá com raiva dele por minha causa... bem, as vezes eu não sou o melhor irmão do mundo mesmo. Mas as minhas qualidades incontestáveis não vêm ao caso agora. O que eu preciso mesmo fazer e juntar esses dois. Mas... como? Hum... vamos ver. O que fazemos quando temos uma pergunta quase impossível de responder? Perguntamos ao celular! Vamos começar com a agenda... Rebecca, Rose, Samuel, Sarah, Sheron... SARAH, YEAR.

[...] Pov. Josh

Acordei. Seis e quarenta da manhã. Eu tenho que levantar antes de Belle. Bem... acho que já está na hora de ensinar a Belle uma lição, certo? Essa coisa de acordar todo dia mais cedo só pra não levar banho já tá bagunçada. É, é isso. Vou ensinar uma lição à pequena. Minha mãe já tava levantada, como sempre. — Isabelle já acordou? — Perguntei bocejando. — Não, tá dormindo ainda. Pode acordá-la Josh? — Mas claro que sim! — Sorri. Ainda de pijama, peguei um copinho d‘água e fui até o quarto de Belle. Abri vagarosamente a porta para não acordá-la. Legal, agora a pequena vai levar o troco, que eu sempre prometo. Hahaha. Abri até o meio. Quando estou quase entrando, o balde que estava em cima da porta cai em cima de mim. E sim, ele estava cheio d‘água. Droga. — Vocês nunca aprendem...! — Ela disse rindo da minha cara ensopada e indo até o banheiro. — Ei, Josh — O quê? — Muito esperto da sua parte, tá aprendendo. Mas você ainda tem muito caminho pela frente pra se tornar um expert. — Ela disse e riu mais. Ok, estou com medo agora. Isso não é certo. Ela só tem 9 anos de idade! Deus, eu mereço. Voltei para o meu quarto e me troquei. No banheiro fiz minha higiene matinal e fui pra cozinha. — Não vou pra aula hoje... — Eu disse me sentando.


— Por quê? — Minha mãe disse. — Peguei muita chuva ontem, tô meio resfriado. — Ah, tudo bem querido. O resto do café da manhã passou normal. Nate, minha mãe, Belle e Zac conversavam bobagens. Eu sei que estava aéreo. Mas... tenho meus motivos. Terminei e fui para o meu quarto. Fui no intuito de terminar a música que comecei outro dia, mas não dava... não era o que eu queria escrever agora. Quero colocar pra fora o que estou sentindo. Peguei a caneta e comecei a escrever outra. Eu estou do lado de fora E eu estive esperando pelo sol Com meus olhos bem abertos Eu vi mundos que não se encaixam Minha boca está seca Com palavras que eu não consigo verbalizar Me diga por que Nós vivemos assim Pois nós estamos quebrados, o que nós devemos fazer para restaurar? Nossa inocência, e toda a promessa que adoramos Nos dê a vida novamente, pois nós só queremos estar inteiros.

[...]

— JOSH! — Minha mãe me gritou. — Eu! O quê? — Vamos a casa da Christie agora. — Como é? — Vamos a casa da Christie agora. Vamos ver como está Hayley. — Mas mãe, eu... — Josh, vamos logo. Ela veio até mim e agarrou meu braço me puxando pra fora de casa como se eu fosse uma criança. Isabelle e Zac já estavam lá fora. Entramos no carro e minha mãe seguiu. Chegamos em menos de 10 minutos. — Oi Chris! — Minha mãe disse assim que Christie abriu a porta. Elas se abraçaram e nós entramos. — Hayley está aí? — Perguntou Zac assim que entramos. — Não, ela foi ver as irmãs. Já deve voltar. — Ah, tudo bem. Eu entrei de fininho, cumprimentei Christie e tudo mais, fui educado. Mas ainda me sentia mal pelo que Zac fez. Ela deve estar me odiando agora. Todo mundo conversava animadamente. Eu também participava de vez em quando. Fui andando pela casa e olhando tudo. Tinham vários quadros, era uma bela casa. Entrei em um corredor, e me deparei com uma porta. Estava aberta. Entrei no quarto. Paredes rosas e brancas, um grande piano de calda, uma cama, uma estante com algumas bonecas, posters e CD‘s... sem dúvida, o quarto de Hayley. O perfume dela tomava o lugar. O piano... parecia extremamente antigo. Sentei-me à ele. Abri o compartimento que guardava as teclas e as toquei. Comecei fazendo um Em7. Peguei o papel no meu bolso e comecei a tocar e cantar. I‘m outside, and I‘ve been waiting for the sun With my wide eyes, I‘ve seen worlds that don‘t belong. My mouth is dry, with words I cannot verbalize. Tell me why we live like this... ... ‗cause we are broken. What must we to do restore? Our innocence, and all the promise we adored. Give us life again, ‗cause we just wanna be whole...


Estava inspirado. Tocava calmamente sobre aquele piano sem prestar atenção no resto. Vi a porta se abrir vagarosamente. Gelei. A garota veio andando com dificuldade pelo peso do gesso. — Que... lindo! — Ela disse boquiaberta. — Hayley, me desculpa, eu tava andando e vi o seu quarto e aí eu vi o piano e fui... — Josh, não, tudo bem. Continua. Tava lindo. Olhei pra ela e pro piano. — Ainda não terminei. Comecei a escrevê-la hoje. — Hum... sei. Posso te ajudar? — Ela pediu. — Por favor. — Sorri. Ela veio com dificuldade e se sentou ao meu lado no banquinho. — Que tal... Lock the doors, ‗cause it‘s like to capture this voice... — Ficou ótimo! — Eu disse. Ela realmente sabe compor! — Obrigada. Ficamos durante uma hora mais ou menos compondo. A música, We Are Broken, tinha realmente ficado boa. — Falta alguma coisa... — O quê? — Algo entre as primeiras estrofes e o refrão. — Hum... não sei o que fazer. Ela pensou um pouco e sorriu. Pegou a caneta e escreveu. Keep me safe inside, in your arms like towers. Tower over me... Olhei. Nossa, que... perfeito. — Gostou? — Adorei. — Me inspirei em ontem, sabe... — Ela sorriu de canto. — Se não fosse você... Eu sorri e a olhei profundamente. Seus grandes olhos verdes brilhavam. — Vai, canta. — Ela disse. — Eu não sei o ritmo. — Assim. Ela começou a cantar a pequena parte que ela mesma compôs. Fiquei maravilhado. Que voz linda essa menina tem! — Nossa... você canta muito, Hayles! — Ah, que isso... — É sério. Tenta cantar a música inteira. Fica muito melhor na sua voz. — Não, Josh, eu... — Por favor. — Tá bom... — Ela se deu por vencida. Abri meu sorriso vitorioso. Ela cantou a música. Sim, ficou bem melhor na voz dela. Ela sabe cantar, ela... é incrível nisso. Bati palmas. — Incrível. Você é incrível... — Ela sorriu de canto. — Sabe Hayley, me desculpa por ontem, pelo Zac... não era a minha intenção, poxa. Ele descobriu, ele é meu irmão, sabe? Ele sabe tudo de mim e eu dele. Ele não contou pra ninguém, eu te juro! Ele só disse aquilo pra você de brincadeira, você sabe como é, ele sempre faz isso... me desculpa. — Tudo bem Josh... eu também fui errada. Devia ter esperado você falar... tá tudo bem. — Ela sorriu e nós nos fitamos. Como era bom ficar tudo bem.


Capítulo 20 – The best brother of the world!

Pov. Zac

— Cadê Josh? — Minha mãe perguntou. — Não sei... — Isabelle disse. — Deve estar no quarto com Hayley. — Tia Chris disse. Peraí. Vamos recapitular: Josh, no quarto, com Hayley, sem brigar. — Eu vou lá ver. — Disse e saí. Quando cheguei lá me deparei com uma cena mais do que... hmm, digamos... fofinha. Give us life again, cause we just wanna be whole. We just wanna be whole... Josh tocava o piano e Hayley cantava. Bem, muito bem. Depois Josh se desculpou com ela e ela disse que ‗tudo bem‘. Eles ficaram se olhando... Eu tenho duas opções: Nº 1: Interromper tudo com meu senso de humor e acabar com um provável beijo; Nº 2: Ver até onde isso vai dar e chamar reforços. Hum, acho que fico com a número dois. Fiquei ainda meio escondido. Até que quando quase eles se beijam de novo, Hayley começa a conversar qualquer coisa. Ok, hora de chamar reforços. Voltei pra copa, onde todo mundo comia, e disse: — Eles estão cantando, ao piano. Coisa mais bonitinha. — Hayley toca piano? — Perguntou minha mãe. — Sim... minha mãe lhe deu um piano, e algumas aulas. Ela estuda piano desde os 7 anos. Mas eu não sabia que Josh também tocava! — Ele toca sim. Toca violão e guitarra também. E Zac tem uma bateria. — Sério Zac? — Sim. Estou na categoria do Steven Adler, recebi até um convite pra tocar no Guns, mas decidi dar pro meu velho Josh Freese. Ele tá precisando mais. — Disse a maior verdade já dita e todos riram. Conversamos durante alguns minutos mais até que Josh e Hayley vêm até a copa. Ele a ajudava a andar. Own. — Está melhor, amor? — Christie perguntou com tom maternal. — Mãe, eu já te disse que tô bem desde ontem. Devia ter ido pra escola. — Ela disse e se sentou. — Estavam ao piano? Zac nos disse. — Josh me olhou como se fosse me matar. Ok, ele tá bem agora. — Josh estava compondo. — Você compôs metade da música, Hayley! — Não. A musica é sua, eu só te ajudei. — Caraca, se não fosse tua ajuda eu não teria terminado ela, você foi essencial! — Não fui, Josh. A composição é sua! A We Are Broken é tua! — Não, ela é nossa. Você compôs metade da música, ela é sua também. — Josh, seu cabeça dura bobão, se você começou a compor a música como eu posso fazer parte dos créditos? — Hayley, sua cabeça dura, se você ajudou a compor a música, você já está automaticamente nos créditos! — Josh, qualquer ser poderia te ajudar como eu te ajudei! Até a Isabelle te ajudaria! — O que eu tenho a ver com a DR de vocês?! — Fica quieta pirralha; E não, nenhum ser poderia me ajudar como você me ajudou Hayley. Você é brilhante, e pára de teima. — Eu sou a teimosa agora? Você não vê que você é que é o brilhante dessa história? — Você é a brilhante e teimosa dessa história toda. — Tá bem, para tudo. — Minha mãe. — Vocês estão brigando por quê? Eles começaram a falar tudo ao mesmo tempo e apontar um pro outro. As únicas palavras que eu entendi foram: ―musica‖ ―Josh‖ ―foi ele‖ ―foi ela‖ etc. Que coisa estranha. Os dois se amam, mas são como cão e gato. — Ei, pára! — Minha mãe de novo. — Mas tia, o Josh compôs a música super perfeita e quer me creditar! — Se você me ajudou, caraca, você já está creditada! E você não só me ajudou como deu leveza a música. Ficou muito melhor na tua voz! — Não ficou não, Josh! Eu não mereço créditos por te dar umas pequenas dicas de poucas palavras. — Lógico que merece!


— Não mereço não, a música é sua! — Então você merece créditos por ser a pessoa em que eu me inspirei pra escrever a pouca parte que fiz. E aí? A música é minha e eu credito quem eu quiser. OH MY GOSH! EU NÃO OUVI ISSO. Ela se calou. É, Josh sempre teve o dom da palavra. A família continuava a começar, e Belle se melecava com o melado nas panquecas, mas não demorou muito pros dois começarem a discutir de novo. Dude, esse é o amor mais estranho que eu já vi. Na tentativa de acabar com a discussão que não teria fim tão cedo, eu tive mais uma de minhas mais do que brilhantes idéias: — Hayley, Josh, epa! — Eu disse e eles me olharam feio. — Por que não mostram pra gente a música que vocês compuseram? — Eu não compus nada! Foi o Josh. — Hayley revirou os olhos. — Eu acho uma boa idéia. E já tem tempo que não vejo Hayley ao piano. — Christie disse. — Não, mãe, nem pensar. — Hayleyball, — Isabelle, year. — Canta pra eu ver, vai? Por favor, eu queria tanto que você e o meu irmão cantassem pra mim... — Ela fez a carinha de anjo. Man, eu amo a minha irmãzinha! Ela revirou os olhos e olhou pro Josh. — Tudo bem pra você? — Por favor, Josh? — Sim, eu amo minha irmãzinha. — Ta bem. Hayley e Josh se dirigiram na frente em direção ao quarto. — Muito bem, Bellinha. — Eu disse, ela sorriu de canto e nós tocamos as mãos. Ela tá aprendendo... tem futuro, essa menina. Chegamos ao quarto, e Josh começou a tocar. Eles se entreolharam algumas vezes e nenhum som saiu da boca de nenhum deles. — Não era pra alguém cantar? — Minha mãe perguntou. — Hayley não quer! — Você tem que cantar a música! — Eu vou tocar o piano, canta, poxa. — Mas eu... — Isabelle chegou pertinho dela e abriu seus grandes olhos castanhos. — Tá bom. Você me paga, Belle. Isabelle voltou pro lugar onde estava e eu a olhei com orgulho, ela piscou um olho. Josh recomeçou a introdução e Hayley começou a cantar. Ele fez a segunda voz no refrão, e no pré-refrão. No final da música todos estavam maravilhados. Meu, essa menina sabe cantar! E a música ficou realmente boa. — Nossa! — Tia Chris. — Vocês são incríveis! Sério, tem futuro! Já pensaram e formar uma banda? Eles se entreolharam. — Não mesmo. — Responderam em uníssono. O resto da manhã passou normal. Normal, tirando as discussões de Hayley e Josh. Meu Deus! Eles não respiram? Não sentem sede? Não cansam? É de fato, o amor mais estranho que eu já vi. De qualquer forma, eu preciso de reforços pra unir esses dois. E esse reforço tem nome de Sarah. Saímos da casa de Hayley e Josh estava olhando o papelzinho sem parar. Era com certeza o papel onde estava escrita a música. Ele não falou mais nada e foi pro quarto. Peguei meu celular e disquei o número da menina branquinha de cabelos curtos pretos. — Oras se não é Zachary Farro! — Ela disse soltando um gritinho. — Oras se não é Sarah... é, o que mesmo? — Eu disse e nós rimos. — É melhor deixar meu sobrenome pra lá. — Como é? — Sério, Zac. — Fala. — Orzechowski. — O QUÊ? — É russo. — Ahn... é, eu não devia ter insistido. Você é russa? — Não devia mesmo, e não, não sou. Meu avô era, sou descendente. — Rimos. — Mas por que me ligou? — Hm... você viu a Hayley? — Não hoje, mas vou ver um filme na casa dela. — Ahn... — Por quê? — Pode ser estranho, mas acho que ela tá gostando do meu irmão. — JOSH? — É.


— Oh my! Sério? — É sério! Olha, eles fizeram uma música mais bonitinha hoje juntos! E desde ontem, ela reclamou dele alguma vez? — Não... cara, eu bem que estranhei. Ela realmente tava mais boba. E ontem ele chegou com ela no colo, sem camisa, todo molhado. — Isso sem falar na infância que os dois tiveram. — Poxa, olha Zac, faz sentido... a Hayles tá diferente. — Pois é. Acho que os dois estão se gostando. Mesmo discutindo a toda hora. Dá pra ver que eles se gostam. — Hum... sei. E você quer que eu te ajude a juntá-los. — Exatamente. E sei que você pode me ajudar. — Posso sim. Na verdade, Hayley me deve essa. — Por quê? — Vingança da vingança, Zac. Hahaha. — Eu não entendi, mas tudo bem. — Ér... enfim. Fala com ela hoje e depois a gente decide o que fazer, ok? — Tudo bem, Zac. — Ela disse. — Ok, tchau Sarah, beijos. — Bye bye. Prontinho. Com Sarah no meu time, é impossível perdemos o jogo.


Capítulo 21 – An afternoon... more than pleasant

Pov. Narrador

Sarah tocou a campainha. Hayley atendeu. — Hey cat! — Sarah disse e a abraçou. — Melhorou o pezinho? — disse entrando. Hayley riu e fez que sim com a cabeça. — Não dói mais... só coça. Estaria pior se Josh não tivesse imobilizado no primeiro momento. — Hm... Josh é nosso herói! Uhul! — Sarah disse e elas riram. — Mas Hay, porque vocês se afastaram do grupo mesmo? Vocês nem eram parceiros... — Dakotah e Taylor ficaram namorando pra lá, eu desisti de chamar ela pra fazer o trabalho e fui fazer sozinha. Esbarrei nele sem querer e aí a gente começou a brigar. E então ele começou a me seguir, e a gente brigando. Percebi que eu não sabia onde eu tava e nem ele. Começou a chover, eu tropecei, ele imobilizou e aí a gente... esesperou os outros nos acharem. — Ahnn... Olha Hayles, se eu não te conhecesse, e não soubesse que vocês se odeiam, eu diria que você não teria resistido a barriga de tanquinho dele molhada e teria agarrado ele no matinho mesmo. — Sarah riu e Hayley a olhou espantada. — Peraí... você não... — Hayley abaixou a cabeça. — OH MY GAAAAHHHH!!! Você agarrou o Josh! Caraca! — Sarah começou a falar e dar gritinhos. — Owwwn! Que bonitinho, vocês juntos! Ah, ah, ah! Gente! Ele beija bem? Tem pegada? Hayley a olhou assustada. — Ér... sim...? — Ah, cara! Como tu não contou isso pra mim antes? — Eu tive medo disso. — Hayley disse e olhou para ela. — Mas... como foi? Me diz, garota! — Foi estranho... a gente tava brigando, eu fui levantar pra dar um tapa nele e caí. Ele me fez uma massagem e me beijou. Foi calmo, bem diferente daquele dia no... — Aquele dia no...? COMO ASSIM? VOCÊ JÁ FICOU COM ELE ANTES? OH MY BUTTERFLY! Hayley levou as mãos a cabeça, demonstrando total arrependimento pelo que tinha dito. — Fala Hayley! — Eu fiquei com ele quando éramos crianças, ok? Eu tinha 6 anos. — Eu sei disso, ow... eu quero saber o que foi ―diferente daquele dia no...‖ — Ela sorriu. — No elevador. — Hayley sussurrou. — VOCÊ AGARROU O JOSH NO ELEVADOR TAMBÉM? Caaaara, e eu achando que eu tinha errado em levar você pra lá! AAAAHH... por isso você ficou tão irritada quando saiu de lá, né? — É... — OH MY GOOOSH! Hayley, sua pegadora! — Sarah, me prometa que você não vai contar isso pra ninguém. — Mas eu... — Sarah! Me prometa. — Mas e o Jeremy... — NEM PRA ELE! Me prometa que você não vai contar isso pra ninguém. — Mas ele é meu namorado... — Sarah, se você contar isso pra alguém eu juro que pego a sua linda cabecinha e a espremo como se fosse uma laranjinha. Faço um suco e dou para os mendigos beberem. Me prometa, caraca! — Tá... eu não vou contar. — Run. Melhor assim. — Ela revirou os olhos. — Beem... eu trouxe pipoca, de microondas. Afinal, eu vim aqui ver o filme, né? — Sarah disse. — É. — Ótimo. Vamos fazer? — Tá bem.

[...]

— Você não acha que já passou da hora de tirar não? — Hayley disse. A pipoca estava no microondas há 5 minutos. — Hmm... não sei. Pode ser.


Ela retirou a pipoca com um garfinho — afinal, estava muito quente — e abriu com o mesmo. Um cheiro desagradável subiu. — Ah, cara, eu não acredito que queimei! — Sarah disse lamentando. Hayley riu. — Só você pra queimar pipoca de microondas! Meu Deus! Como alguém consegue? — Só a gente pra queimar pipoca de microondas, Hayley. Elas riram bastante. Então a campainha toca. — Quem é? — Hayley pergunta pra Sarah. — Eu tomei a liberdade de chamar alguém, você não fica com raiva, né? — Sarah disse rindo de canto. Não deu oportunidade pra Hayley responder e saiu correndo para atender a porta. — ZAAAC! — Ela gritou e o garoto fez o mesmo. — Saraaaah! — Oi amor. — Sarah disse e beijou Jeremy. Cumprimentou Emily, que estava com Zac, e também Josh, que Zac levou. Taylor e Dakotah também foram convidados por Zac. Na verdade, eles que ajudaram a carregar Josh pra lá. Acho que vocês já entenderam o plano deles, certo? Então. Hayley escutou a voz de Zac na sala e andou o mais depressa possível pra lá. Chegando na sala deu de cara com Zac, Jeremy, Taylor, Dakotah, Emily e Josh. Olhou direto para Sarah, que sorria de orelha a orelha. ―Eu. Mato. Você.‖ Ela disse sem som, apenas para Sarah. Ela riu. — Hayleybaaall! — Zac disse assim que a viu e levantou a ruivinha do chão. — Zac, Zac — ela começou —, eu não consigo respirar. Ele a colocou no chão. — Hayley! — Jeremy a abraçou. — Melhorou o pé? — Sim, tá bem melhor, Jerm. — Zac me contou o que aconteceu. Ainda bem que Josh estava lá, né Hayley? — Emily comentou. — Sim. Ainda bem... — Ela concordou sem querer, o que fez Sarah dar uma risadinha. Josh corou. — Hayley, foi mal eu ter te deixado naquele dia, sério... — Dakotah disse. — Não te preocupa. — Ela olhou pro garoto de cabelos cacheados grandes. — Mas enfim, nós vimos aqui pra quê mesmo? Coloca o filme aí. — Taylor. Sarah pegou os dois. — ―Sim, Senhor‖ ou ―Atividade Paranormal‖? — Eu quero ―Atividade Paranormal‖. — Eu quero ―Sim, Senhor‖ — Hayley e Josh disseram as duas opiniões diferentes ao mesmo tempo. — Ah, qual é. Vamos ver alguma coisa que dá medo. — Hayley falou revirando os olhos. — Pra quê você quer ter medo? Vamos ver alguma coisa engraçada. — Eu não tenho medo de filmes, Josh. Por isso quero ver ―Atividade Paranormal‖. — Pára de ser obscura, garota. Você, no fundo, quer se divertir. — Obscura e a cadela. Eu quero ver o filme de terror porque eu amo filmes de terror. — Mas eu amo comédias. — Que se dane, eu quero ―Atividade Paranormal‖. E eles começaram a discutir. — Ei, ei! — Jeremy. — Vamos abrir uma votação, ok? Sarah, você quer o quê? — ―Sim, senhor‖. — E você, Zac? — ―Atividade Paranormal‖. — Emily? — ―Sim, senhor‖. — Taylor? — ―Sim, senhor‖. — Eu quero ―Atividade Paranormal‖ — Disse Dakotah. — Eu quero ―Atividade Paranormal‖, e... empatamos. Ok, vamos sortear. Jeremy pegou dois pedacinhos de papel e escolheu um deles. — ―Atividade Paranormal‖, year. — Eu serviria pipoca pra vocês, mas a Hayley queimou tudo. — EU?! Tu que queimou, sua vaca. — Hayley disse e revirou os olhos. — Tudo bem... eu nunca fiz pipoca sem queimar também. — ERA DE MICROONDAS! — Hayley disse e Sarah levou um dedo a boca, típico de criança levada. Todos riram. — Hayley, como você queimou uma pipoca de microondas? — Jeremy. — Não fui eu. — Ela revirou os olhos. — Mas você tava na cozinha na hora. Foi cúmplice. — Ah, ótimo. Coloca logo esse filme.

[...]


Demônios. Demônios. Muitos demônios. Mais demônios. Sangue. Gritos. Demônios. Emily rindo de toda a desgraça. Sim, Emily estava rindo. Era só um demônio assustar alguma pessoa, que ela começava a rir. Sendo assim ela riu o filme inteiro. E muitas vezes ninguém entendeu nada por causa das suas sonoras risadas. Menina estranha. Quando o filme acabou eles decidiram ver o outro. Jeremy tirou o disco do aparelho de DVD. — Olha, Sarah, da próxima vez alugue Harry Potter. Sério, Emily, como tu ri de tanta merda? — Eu não sei... dá vontade de rir, aí eu rio. — Que estranho. — Hayley suspirou. Sarah cutucou Jeremy, que cutucou Zac, que cutucou Emily, que cutucou Taylor e Dakotah. E todos disseram quase ao mesmo tempo que tinham de ir ao banheiro. Saíram imediatamente. — Que coisa estranha! Emily está contagiando todo mundo. — Acho que já sei por que eles saíram. — Por quê? — Josh perguntou confuso. — Sarah. — Hayley bufou. — Contei a ela. — Contou o quê? — O quê, Josh? Aff. Ele arregalou os olhos. — E ela contou a Jeremy? — Não. Ela descobriu hoje! — Mas Zac já sabia tem tempo... — Oh, droga! Eu mato eles. — Ela tentou se levantar da almofada que estava sentada, mas não conseguiu. Josh se levantou e segurou sua mão, e a outra mão segurou sua cintura. Ela se levantou deixando seu rosto perto do dele. Perto demais. Olhou para os seus olhos, que estavam mais brilhantes do que nunca. E mesmo se esforçando para não olhar seus lábios, ela o fez. Dando de cara com aquele piercing mais do que perfeito. Um arrepio passou pelo seu corpo. Ela não tinha forças para se afastar. E nem ele. Olhou de novo para o piercing e ele o mordeu. Isso foi o fim. Ela agarrou seu rosto e o puxou para o beijo. Sua língua quente fazia a perfeita transição com aquele piercing gelado, que deixava o beijo mais do que gostoso. — AEEEEEEEEEEEEE! — 6 pessoas ao fundo disseram. Eles se separaram brutamente. — Merda. — Josh sussurrou enquanto Zac, Emily, Sarah, Jeremy, Taylor e Dakotah se acabavam de rir.


Capítulo 22 – If not’s love, why the jealousy?

As seis pessoas estavam a morrer de rir atrás. Hayley estava estática. Até que eles tiveram que parar para tomar ar. Josh respirou fundo. — Terminaram? — Perguntou em tom autoritário. — Desculpa Josh... — Sarah começou. — É só que, a vingança é um prato que se come frio... — olhou para Hayley. — ...mas dependendo do modo que for servido, se torna um prato maravilhosamente gostoso... novamente! — Disse e riu sonoramente. Hayley a fuzilou com os olhos. — Mas vocês são danadinhos hein?! — Taylor. — A gente mal sai e já tão se agarrando. — Pelo menos a gente não largou nossos parceiros para nos agarrarmos na floresta. — Josh disse e Hayley riu. Taylor e Dakotah fecharam a cara. — Como se vocês não tivessem se agarrado na floresta. — Zac. — Vocês se agarraram na floresta? — Taylor. — Eu te mato, Zac. — Josh. — Eu não acredito que vocês ficaram na floresta, cara! — Dakotah disse e todos voltaram a rir. Josh bufou. — Olha que bonitinho — Zac, sem medo de morrer, começou —, eles tiveram uma linda infância juntos, cresceram e agora se agarram nos matinhos. Own. — Todos riram. — Isso sem falar da musica bonitinha. — Que música? — Jeremy. — We are brokeeeen, na na na na na, restore. All our innoceeeeeence, na na na na na na na na — Zac começou a cantarolar e todos taparam os ouvidos. — Qual é, eu canto bem, pessoal. — Não mesmo. — Hayley resmungou — E nem sabe a letra da música. — Então a música existe mesmo?! — Jeremy novamente. — Sim, Josh fez. — Hayley. — Você também fez! — Josh. — Não fiz não! Dei uma ajuda insignificante. — Que seja — Sarah —, vocês fizeram uma música juntos, own, own. Por que não assumem logo que se amam? — Ela bate algumas palmas. — AMAR? Não é só porque dou uns beijos em um cara que eu o amo, fala sério. — Hayley deu de ombros. — É verdade. — Josh revirou os olhos — Uma vez na vida a ruivinha tem razão. — Eu sempre tenho razão! — Tá vendo? Eu jamais amaria alguém tão orgulhosa. — E eu jamais amaria alguém tão idiota. Eles viraram a cara. Os seis amigos se entreolharam. Era de fato um casal estranho. Então decidiram colocar o outro filme. Todos riram muito, exceto Emily. E, ok. Ela ri de desgraças alheias, e não comédias. Depois cada um voltou para sua respectiva casa. É necessário frisar que Josh e Hayley foram zoados durante todo o resto da tarde? Creio que não.

[...]

Hayley acordou com sua mãe a chamando. Ela a ajudou a se levantar e Hayley foi tomar banho e teve que conter sua vontade de molhar o pé. O gesso já estava dando agonia nela. E ainda faltavam 7 dias para tirar! Se vestiu, tomou café e foi para a escola. Sarah passava em sua casa e a ajudava. Hayley tinha ganhado uma muleta e ficou mais fácil andar. Foi até a sala. Aula de Química. Sentou-se no lugar e Josh não havia chegado ainda. As pessoas estavam entrando na sala. Até que entrou um garoto que ela nunca tinha visto. Era magro, porém muito estiloso. Tinha cabelos até os olhos e uma camiseta do Iron Maiden. Sentou-se ao lado de Hayley. — Oi, sou Jason, e você? — Olá Jason... hum... eu sou Hayley. — Ela respondeu. — Você é novo, certo? — Sim, vim de L.A. E você? Não tem sotaque.. — Morei lá em L.A. um tempo, sou daqui, mas cresci lá, na verdade. — Sério? — Uhum. — Ela assentiu com a cabeça. Eles começaram a conversar. Até que Josh chega com Taylor. Seu sorriso some no mesmo momento em que vê Hayley com o garoto novo.


Taylor vai pro fundo da sala sentar com Dakotah. Josh se põe na frente deles. — Posso ajudar, dude? — O garoto fala. — Pode sim. Saindo daí. — Como é? — Esse é o meu lugar e essa é minha parceira de química. — Desculpa cara, mas eu cheguei aqui primeiro. — Primeiro droga nenhuma! — Josh! — Eu sou parceiro dela desde que ela entrou nessa escola. Agora dá pra sair? — Não, eu não vou sair. — Cara, se você não sair por bem, vai sair por mal. — Josh! — Josh o quê, Hayley? Josh o quê? Sai daí, cara. — Eu só vou sair se ela me pedir. — Ele deu ênfase. Josh deu uma risada sem humor. — Então peça, Hayles. Peça. Hayley engoliu seco. — Jason — ela começou sem saber o que fazer —, a professora já deve estar chegando, ela é muito chata em relação às duplas... Josh é meu parceiro, e o lugar é dele... poderia sair, por favor? Ele assentiu, decepcionado. — Ok, Hay. Mas se esse cara te encher, é só sussurrar. — Ele disse olhando diretamente nos olhos dela. Josh bufou e deu dois passos pra trás, e dois pra frente depois. — Obrigada. — ela disse — mas ele é inofensivo. Jason se levantou e foi até o fundo da sala, que estava vazio. Josh se sentou, colocou uma mão no queixo e a outra passou a bater a caneta compulsivamente na carteira. Ele estava irado. — Como pode deixar outro cara sentar na minha cadeira, e falar com você daquele jeito? — Jason já estava sentado aqui quando eu cheguei, e eu não devo satisfações a você! — Ele tá interessado em você! Você não consegue ver?! — E daí, Josh?! — E daí?! Você ainda pergunta ―e daí‖?! E daí que eu não vou deixar nenhum cara dar em cima de você. — Por quê? Tá com ciúme? — Ciúme?! De você?! Essa é boa. — Então por que tá me ―defendendo‖ desse jeito? Por que ficou todo raivosinho só porquê o cara sentou no seu lugar? — É diferente, Hayles. Eu tô fazendo contigo o mesmo que eu faria com a Isabelle. — Então eu sou uma irmãzinha pra você? — É. Como se fosse. — Ele disse revirando os olhos e ela sorriu. Chegou bem perto dele e sussurrou: — E desde quando irmãozinhos se agarram sempre que ficam sozinhos, hein? — Ela disse e ele se arrepiou. Ela se afastou. — Deixa de ciúme bobo. Você não é meu namorado. Ele bufou a professora finalmente chegou. Apresentou o garoto novo a sala. Jason Bynum, seu nome. A aula passou tensa entre Josh e Hayley. Josh estava com raiva, e morrendo de ciúmes. Logo depois teve aula de inglês. Hayley contou para Sarah o acontecido, e ela ficou perplexa. Não seria diferente. Depois de duas aulas de inglês, finalmente chegou o intervalo. As duas garotas e Jeremy saíram indo em direção ao refeitório. Hayley e Sarah ficaram conversando em uma mesa e Jeremy vai pegar o lanche. Até que ela vê Josh conversando... com Jenna. Ela sente seu sangue ferver. Sarah nota a fúria no olhar da amiga. — Hayley? Cê tá bem? — Eu não acredito que depois dela ficar com o Tyler ele ainda vai namorar com ela... eu não acredito, Sarah, não acredito. — Não acredita em quê, menina? — Olha lá. — Uhh... Josh e Jenna. Hayley se levanta com dificuldade e ferocidade da mesa. Sarah começa a falar pra ela não fazer isso, mas ela não escuta. Apenas sai na direção deles. Ela mesma não sabia o que estava fazendo. Apenas queria que os dois se desgrudassem. — Josh... — ela diz interrompendo. — preciso falar com você. — Qual é, garota, não tá vendo? Tô falando com o meu namorado! — Seu o quê? — Hayley diz e olha pra Josh. — Jenna, entenda. Acabou. Eu não namoro mais você. — Mas... — Jenna, entenda. Ele não te quer. — Hayley diz e sorri de canto. — Cala a boca, Williams, que eu quebro seu outro pé.


— Awwwn, que medinho da vassoura de chapinha. Jenna, eu acabo com sua cara com o pé quebrado e uma mão nas costas. — Jenna virou a cara e voltou a Josh. — Josh, me desculpa amor, mas volta pra mim. Todos merecem uma segunda chance. Hayley riu. — Segundas chances nunca importam. As pessoas não mudam. Once a whore, you‘re nothing more. I‘m sorry, that‘ll never change. — Eu já não mandei você calar a boca? Você acha que manda alguma coisa aqui? Eu vou acabar contigo, garota! — Ninguém vai brigar aqui. — Josh se mete. — Jenna, entenda, eu não vou voltar pra você, ok? Acabou. — É por causa dela? Tudo isso é por causa dela? — Ela perguntou. Hayley agarrou o braço de Josh e lhe deu um selinho demorado. — É sim. Agora vai embora. — Ela disse sem humor. A garota loira encheu os olhos de lágrimas e saiu.


Capítulo 23 – I’m the one who loves you

— Mas o que foi isso? — Josh perguntou perplexo. Ele não acreditava no que tinha acabado de presenciar. Ainda estava com raiva de Jason, e então Jenna chega com a mesma historinha de querer ele de volta, depois Hayley aparece do nada, ameaça Jenna e o beija. Ele estava realmente perplexo. — Aquela vaca loira... — ela sussurrou olhando Jenna se distanciar. — ...você ainda tem coragem de falar com ela depois de tudo que ela te fez? — Ela já chegou falando, e eu não devo satisfações a você. — Ele disse e riu. Hayley sentiu seu rosto queimar de raiva. — Deixa de ciúme bobo. Você não é minha namorada. — Vai à merda. Eu não tô com ciúme de você. — Não? Ahn, tá. Foi por que então que você ameaçou bater na Jenna? E ainda me beijou na frente dela? — Por que vocês, homens, são seres inferiores. Ela, que é mulher, pode te domar e te deixar como um cachorrinho na dela. Eu só te protegi das garras do capeta. — Homens, seres inferiores? Ah, tá. — Quer um exemplo? Veja Isabelle. Ela tem a sua esperteza junto com a do Zac vezes dois. Josh pensou um pouco. Ela estava certa. Belle era realmente muito esperta. — Isso não muda o fato de você estar com ciúme de mim. — Ele deu uma risadinha. Hayley bufou, virou as costas e saiu. Josh gargalhou. O sinal bateu e cada um deles foi para a sua respectiva aula. A aula de Hayley era História. Ela se sentou no fundo da sala. E então, o garoto de cabelos grandes e castanhos entra na sala. Ao avistar Hayley, ele fez questão de sentar ao lado dela. — Oi Hayley. — Ele diz se sentando. — Ahn, oi Jason. Eles ficam um tempo em silêncio. Hayley estava com raiva. — Hm... História, agora, né? — Uhum. — Eu... não tenho a matéria, você pode me emprestar seu caderno depois? — Ah, sim. Claro. — Ela sorri simpaticamente. — Ahn... posso te fazer uma pergunta? — Jason parecia inquieto. — Pode sim, ué. — Quem é aquele cara, o que ele é seu? — Foram duas. — Hayley lembra e os dois riem. — É o Josh. Ele não é nada meu. É só um... amigo. — Amigo? — É. — Eu vi você discutindo com a garota e beijando ele. Hayley sentiu o rosto queimar de vergonha. Ela nem tinha se dado conta do que tinha feito. Só beijou Josh para se ver livre da vac... Jenna. — Er... eu... — Vocês são namorados? — Ele pergunta cabisbaixo. — Não! A gente só... fica junto de vez em quando. — Ahn... Nessa hora, o Professor chega. A aula passa normal depois disso. Hayley e Jason fazem a lição juntos. Ele se mostra um cara bem legal, e não toca mais no assunto ―Josh‖. No final das duas aulas ela empresta seu caderno para ele. Eles saem da escola e Hayley encontra Jeremy e Sarah. Jason caminha para outro lado. O estacionamento. Pega sua moto, para na frente do trio e levanta o capacete. — Quer uma carona? — Ele pergunta sorrindo, se referindo a Hayley. Sarah abre a boca. — Ahn, não. Obrigada. Eu... não posso andar de moto, meu pé. — Hm... tudo bem, fica pra próxima. — É. — Ela sorri. — Tchau Hays. Tchau aí gente. Eles retribuem o ―Tchau‖ e Jason sai pilotando sua moto — que parecia ser bem cara —, e arrancando suspiros das mulheres e homossexuais do lugar. — Putz. — É só o que Sarah diz. — Ele é inteligente, estiloso, cheio de marra e tem uma moto. O que mais ele é? — Californiano. — Hayley completa. — Ah, mano. Fala sério. De Los Angeles? — É. — Ela ri. — Era só o que faltava um ―senhor perfeição‖ nesse colégio. — Falando de mim? — Taylor se aproximou com Dakotah nos braços. — Sei que sou perfeito, Jerm. Não precisa lembrar. — Ele disse piscando o olho esquerdo e Jeremy lhe deu um pequeno soco no braço. — Tá andando demais com o Zac, Tay. — Hayley diz e todos riem.


— Mas sério, de quem vocês tavam falando? — Jason Bynum. O garoto novo. — Aquele feioso? Urgh, — Taylor fala e todos riem de novo. Eles ainda conversam mais um pouco até que cada um segue para a sua casa.

[...]

— JOOOOOOOOOOOSH! — Uma fina voz ecoa pela casa. — JOOOOOOOOOSH, CADÊ VOCÊ? — Calma Belle, tô no meu quarto. — Ele grita de volta. A pequena pré-adolescente adentra seu quarto correndo. — Me leva na casa da Erica? — Ahn, deixa eu terminar aqui e eu te levo ok? — Ok. Isabelle olha com calma o que o irmão estava fazendo. Escrevia muito em um caderninho, e pensava. — Compondo outra vez? — Não... só... estou terminando meu dever de casa. — Ah. — Ela diz e o silencio reina novamente naquele lugar. — Ô Josh. — Que foi, Belle. — Por que você e Hayley não namoram? Josh parou bruscamente o que estava fazendo e olhou perplexo para a irmãzinha. — Como é? — Vou falar compassado só pra você entender: Por-que vo-cê e Hay-ley não na-mo-ram? —Ela diz revirando os olhos. — Porque... porque... porque não, ué. — Ele diz nervoso e volta a escrever qualquer coisa. A pequena ri. — Porque não? Qual é, Josh. Uma criança de 3 anos formularia uma resposta melhor do que essa sua. Tá na cara que vocês se amam. — Belle, vai cuidar da sua vida. Você não entende nada. — É aí que você se engana. Eu percebo quando um casal tem química, e fala sério, você e Hayley foram feitos um para o outro. — Belle? Ela ri. — Porque, Josh? — Ela é chata, e é orgulhosa, e é chata. — Ele diz revirando os olhos. — Ela é bonita, é inteligente, tem personalidade, sabe tocar instrumentos, canta, se importa com os outros... Josh, fica esperto. Por que se você não ficar com ela... alguém vai aparecer e ficar. — Quantos anos você tem mesmo? — Quase dez. E idade não quer dizer nada. O que importa é a mentalidade. — Ok, Belle, vamos até a casa da Erica? — Vamos! Ele ficou estupefato com a inteligência da criança. Lembrou-se automaticamente de Jason. Pegou as chaves e saiu andando com sua irmãzinha. — Ei Bel. — Que foi? — A menina diz. — Aquela história que você tava me falando... de alguém aparecer... — AAAH, EU SABIA! VOCÊ TÁ APAIXONADO POR ELA! Eu sabia que você ia ficar assim e me perguntar! Josh, não se sinta envergonhado. Pode falar. — Você me assusta, sabia? Ela o olha enfurecida. — Ok. Entrou um cara novo na escola, e eu tenho certeza que ele tá interessado nela... eu queria esfaqueá-lo e entregar seus restos mortais para os crocodilos, mas não posso... Ela riu. — O que você tem que fazer é ficar com ela antes dele. — Como? — Ficando, ué. — Hm... ok, chegamos. — Entra comigo, vai cumprimentar seu sogrinho. — Belle, cala a boca. — Ele diz e revira os olhos. Ela toca a campainha e Jessica atende. Quando as duas amigas se vêem, se abraçam fortemente. Josh entra com a cabeça meio baixa. Geralmente não visita a casa dos Williams, Zac leva Belle quase sempre. — Hey, Josh, entre. — Joey diz. — Faça companhia para Hayley.


— Hayley está aí? — Está sim. — Ahn, eu tenho que ir... preciso... — JOOOSH! VEM CÁ AGORA. — Isabelle grita, corre e puxa Josh para dentro da casa. — Ela tá aqui, e você vai falar com ela. Nem pense em fugir. — Ela sussurra. — Homens. — Revira os olhos. Hayley estava lendo uma história para McKayla, que já tinha pegado no sono. Josh entrou na sala e viu Hayley lendo e a pequenina criança dormindo em seu colo. — Parabéns. — Ele diz baixinho. — Ela dormiu. Hayley sorri. — Oi pra você também. — Eles riem. — Chama a Jessica pra mim? Colocar ela na cama. — Tá bem. Ele vai até a cozinha e avisa Jessica. A mulher pega a filha no colo sem acordá-la e leva ela para o quarto. — Tudo bem? — Ele diz se sentando perto dela. — Tudo sim... o que tá fazendo aqui? — Vim trazer Belle. — Ah, tá. — Sabe aquela coisa que você me falou sobre meninas serem mais evoluídas? Você tava certa em relação a Belle. Hayley riu. — Viu? Eu tenho razão sempre. — Sempre não. — Lógico que sim! — Não teve razão hoje de manhã, na aula de química. — Sim, eu tive. Jason já estava lá quando eu cheguei. Só fui simpática. — Caraca Hayley, você não vê que esse cara tá afim de você?! — Claro que não, Josh! E outra, se estivesse, e daí? Eu tenho 16 anos, posso muito bem namorar quem eu quiser. — Não pode não! Sabe por quê? — Por quê? — Por que sou eu que tem que ficar com você, droga! Sou eu que te ama desde a época em que éramos crianças. Sou eu, e não um moleque marrento que aparece com uma moto e um sotaque calirfoniano que acha que é dono do mundo! Sou eu, Hayley, e não ele que te ama de verdade. — Ele se aproxima dela. — Sou eu que te quer aqui. — E a beija.


Capítulo 24 – I can’t let go of what’s front of me here

Eles se beijavam com vontade. Há muito guardavam para si aquele sentimento, aquela vontade. Foi a única vez que eles realmente se sentiram um do outro. Nada os podia separar. Apesar de todas as diferenças possíveis, eles se amavam. E o amor verdadeiro nunca acaba. Suas línguas se entrelaçavam com facilidade. O piercing gelado de Josh fazia o contraste perfeito com a ardência daquele momento. Seus pulmões imploravam por ar quando finalmente se desprenderam. — Seu idiota — começa Hayley, sem desgrudar sua testa da dele. —, porque não me disse isso antes? Ele sorriu. — Não tinha total consciência disso. Fui perceber isso hoje... Mas, isso quer dizer que...? — Dã. — Eles riram — Não quero nada com o Jason ok? É você que sempre esteve no meu pensamento, desde os meus seis aninhos. É bobagem sua pensar o contrário, levando em consideração que até Isabelle já notou o que eu sinto por você. Ele sorriu e a puxou para mais perto de si, fazendo seus rostos colarem novamente. Enquanto isso, duas pré-adolescentes observavam o momento. — Own. — comentou Erica —, agora... somos cunhadas? — Hmm... praticamente sim. — Que legal. — Pois é. Se não fosse eu, Josh nunca tinha feito nada. — Tenho que reconhecer Bells, se não fosse você, o mundo praticamente não teria graça. As duas meninas sorriram e deixaram o casal a sós.

[...]

Hayley chegou a sua casa por volta das seis da tarde. Fechou a porta e sorriu abobalhadamente. — O que houve? — perguntou Christie com um pote de sorvete na mão, ela passava pelo corredor quando viu a filha sorrindo para o nada. — Ahn, nada. Passei a tarde brincando com as meninas. Foi... muito bom. — E põe muito bom nisso. Christie sorriu. — Uma tarde com suas irmãs não te faria sorrir assim. Pode falar o que aconteceu de verdade. — É sério... foi só isso. — Acha que eu nasci ontem menina? Hayley riu. — Você não acreditaria... — Porque não? — É surreal. — Mas eu quero saber. — Ela disse e deu uma colher para Hayley que pegou uma colherada do sorvete de morango. — Certo... — levou a colher a boca — ...beijei um garoto por lá. Christie arregalou os olhos. — Um garoto? Na casa de seu pai? Como? — Josh... foi levar Isabelle. — Hayley disse de cabeça baixa e Christie se engasgou com o sorvete. — JOSH? — Disse mais alto do que queria, ou melhor, deveria. — É...? — Isso é surreal! Vocês não se odeiam? — Eu disse que era surreal. E... ele é um completo idiota, mas... algo na idiotice dele me atrai. — Que estranho. Hayley bufou como se dissesse ―e você acha que eu não sei?‖ — Estão namorando? — Não. — Pelo menos, não ainda. — Gostaria de ter Josh como genro... é melhor do que aquele Chad. Hayley se irritou. — Já disse que não gosto que falei dele, droga. — Desculpa. Ele se recompôs e pegou mais uma colherada de sorvete. Levou a boca e disse para a mãe que ia tomar banho. As palavras de Josh ecoavam em sua cabeça... Ela se tornara estranha, de certa forma. Por quase toda a vida dela, ela idealizou um ―príncipe encantado‖. Estava tentando descobrir como alguém tão diferente desse cara foi encantá-la daquela forma.


Mas tinha alguma coisa nele que... fazia ela querer continuar pensando nele. Seus olhos, sua boca, seu corpo. Era como uma droga para ela. Uma droga que desde muito tempo ela havia se viciado. Sorrisos abobalhados invadiam seu rosto sem permissão ou aviso prévio. E foi aí que ela percebeu que tinha de aceitar os fatos e encarar sua conduta de Adolescente Apaixonada. ―Sou eu, Hayley, e não ele que te ama de verdade. Sou eu que te quer aqui.‖ Nessa hora o mesmo sorriso bobo veio a sua face, e ela não se esforçou para contê-lo. Vestiu uma roupa de dormir e enrolou a toalha no cabelo para cima. Foi até o canto do quarto, e abriu a caixa. Há quanto tempo não abria aquela caixa? 2 ou 3 anos? Ela não se lembrava. Só sabia que fazia muito tempo. Isso porque todas as coisas — todas mesmo! —, que haviam lá dentro levavam sua lembrança a seu pai... ou a Josh. Retirou sua agenda e a abriu. Na primeira folha havia um desenho. Três bonequinhos dando as mãos. Joey, Christie e Hayley, envolvidos por um coração. Tomada pela emoção ela sentiu um nó na garganta e algumas lágrimas escaparam de seus olhos. Passando-se as folhas ela via seus pequenos relatos de como havia sido seu dia. Muitas vezes, o diário era seguido de um desenho. ―Querido diário, Hoje me casei. Você pode achar bobo uma criança se casar, mas eu e Josh nos amamos muito. Casamos de mentirinha hoje, mas logo depois, quando estivermos adultos, vamos nos casar de verdade, numa igreja bonita, como nos filmes. Brinquei na casa dele a tarde toda, e brinquei muito com Zac também. Só que ele fez xixi nas calças e a tia deu banho dele, e depois ele dormiu. Aí eu não vi mais ele. Me diverti muito. Estou feliz‖ Logo depois tinha a aliança colada com cola de papel, e um desenho dos dois segurando as mãos um do outro. Pela primeira vez em 10 anos ela pode re-ler aquilo sem sentir um aperto no peito, uma vontade de chorar. Ela riu. Riu de sua insanidade e ingenuidade, achando que tudo seria fácil em sua vida. Achando que ela poderia simplesmente se casar com Josh, e viver Feliz Para Sempre. Foi virando as páginas, até que viu a primeira que ela expressou vez a tristeza de ver o amor acabar. Estava se mudando para Los Angeles. E Josh não a ajudou. Re-leu tudo aquilo. Foi uma época muito triste para ela. Muito mesmo. Passando as páginas ela terminou sua agenda, e então pegou a outra, e a outra, e a outra, até chegar a ultima. A ultima vez que ela escreveu naquelas folhas. ―Fui tola de imaginar que daria certo. Achei que tudo estava bom entre nós mas... apenas me enganei. Fui mais boba em achar que seria diferente com ele. Fui muito boba em pensar que ele me queria. Só queria me machucar, isso sim. Meus pais já sofreram o que sofreram por causa desse tal de amor, e agora me submeti a isso também. Não acredito. Pois que Chad se divirta com sua vagabunda, eu não ligo mais. Contando apenas comigo, eu não me machucarei.‖ Ela tinha quatorze anos quando escreveu isso. O amor de seus pais acabou... o dela e de Josh podia muito bem acabar também, certo? É... talvez sim. Mesmo assim ela não tinha forças para ficar longe dele. Queria ele. Pegou esse mesmo caderno e foi para o piano com uma caneta e começou a escrever. Tocou um ―si‖ no piano. Encaixaria perfeitamente. ―When I was younger I saw, my daddy cry and curse at the wind He broke his own heart and I watched as he tried to reassemble it And my momma swore that she would never let herself forget And that was the day that I promised I'd never sing of love if it does not exist But darling... You are the only exception‖


Repetiu o ultimo verso e se sentiu renovada. Daria uma boa música. [...] — Isabelle? — Sim, mãe. — Vá acordar Josh, ele precisa ir para a escola. Isso soou como música aos ouvidos da pequena menina. — Isabelle? — O quê? — Sem água, ok? — Mas mãe, eu... — Isabelle?! Sem água, certo? A menina bufou e disse: — Sim senhora. Indo de cabeça baixa em direção ao quarto do irmão ela teve uma idéia. Sorriu maliciosamente e foi até o seu quarto. Sua boneca, que ela rabiscara e cortara o cabelo aos 5 anos de idade, estava jogada atrás do guarda-roupas. A pegou e pegou também um pequeno balão. O encheu e o amarrou. Entrou de mansinho no quarto de Josh e colocou o rosto da boneca estranha e com cara de assassina bem perto de Josh. Pegou uma caneta de ponta fina e estourou a bexiga perto de seu ouvido. Josh se assustou com o barulho da explosão e abriu os olhos bruscamente, e viu o rosto daquele monstro. Até seu cérebro perceber que era apenas a antiga boneca de Isabelle, ele já tinha gritado, caído da cama, e levantado do chão num pulo em seguida. Tudo isso em menos de 2 segundos. Depois de tudo soltou um palavrão. — ISABELLE, PESTE! A menina ria, ria tanto que não conseguia se manter em pé. Estava deitada no tapete do chão com as mãos na barriga que estava doendo em razão do riso. — Mamãe mandou não usar água — ela disse entre as risadas. — Mas isso não quer dizer que é pra você usar bonecas e bexigas, droga! — Qual é Josh, tem medo de bonecas? — Olha, quer saber, sai fora do meu quarto. Você é uma criancinha diabólica e má. Tchau. — Ele disse isso enxotando a irmã mais nova para fora do seu quarto. Sua respiração estava acelerada, seus pelos em pé. Ele não tinha medo de bonecas... eu acho. Depois de se arrumar rapidamente, comeu depressa e saiu mais cedo do que o de costume. Ao chegar a porta da casa dela, ele esperou um pouco. Logo ela saiu. Ele sorriu ao vê-la, estava linda. — Oi. — Ele disse a beijou delicadamente. — Oi, ér, hm... vamos esperar Sarah e Jeremy, já devem estar chegando. — Ok. Um silencio torturante se deu entre os dois. — Eu... compus um pouco ontem... — Sério? — Uhum — Ela disse. — não ficou tão bom assim. — Ah, fala sério, seus talentos musicais são indiscutíveis. Aposto que ficou incrível. — Não, não ficou. — Canta um pedacinho pra mim. — Josh, estamos na rua! — Eu não ligo. Ninguém paga minhas contas. Quero te escutar, bora. Ela sorriu e começou. — And that was the day that I promised, I‘d never sing of love, If does not exist. But darling... you are the only exception, you are the only exception, you are the only exception, you are the only exception. — Caramba Hayles... que... incrível! — Essa música já existe há muito tempo... mas eu nunca tive coragem de terminá-la. É sobre a separação dos meus pais... — Sei. Nesse momento Jeremy e Sarah chegam. — Josh? — Sarah diz. — O que faz aqui? — Bom dia pra você também, menina. — Ele disse revirando os olhos mostrando falsa raiva. Eles riram. — Só vim... ver a Hayley. — Ahn... — Ela dá um cutucão em Jeremy. Eles percebem logo, e sorriram. — Então... vamos galera? Jeremy, Sarah, Josh e Hayley foram andando até o caminho da escola. Tudo ficou muito mais do que claro quando Josh colocou seu braço na cintura dela e eles foram andando e discutindo qualquer coisa até chegarem lá.


Chegando lá, Hayley e Josh atraíram olhares estranhos. O pior deles foi o de Jenna. Não havia mágoa naquele olhar, e sim... raiva. Muita raiva. Energias negativas é o que saia daquela mulher. Cada um deles foi para a sua respectiva aula. Hayley e Josh não estavam juntos. Sarah forçou Hayley a contar-lhe todos os detalhes, e ela o fez. O dia na escola foi, apesar de tudo, normal. Hayley e Josh não ficaram muito tempo juntos, nem deixaram muito claro que estavam ficando. Mas qualquer cego notaria que tinha algo rolando. No final da aula, ele a deixou em sua casa. Apesar das discussões que eram constantes, eles se sentiam felizes. Estranhamente felizes. À tarde, Hayley estava em casa, sentada no sofá, assistindo TV, com o resto do sorvete na mão. No mais absoluto tédio. Até que seu celular vibra. Josh.


Capítulo 25 – God knows the world doesn’t need another band

Pov. Hayley

Olhei para o aparelho pequeno ao meu lado. Larguei a colher e atendi. — Funerária Santa Luzia. Sua morte, nossa alegria. Posso ajudá-lo? Ele riu. — Não consegue atender o telefone como qualquer pessoa normal? — Não. — ri. — Qual é a graça? — Não é pra ter graça. — Pra mim é. — Uma simples chamada telefônica vira uma comédia com você, então. — Você é muito chato. — Mas você adora isso. — parece que pude ver o sorriso sarcástico se formando nos lábios dele. — Uhum, senhor modéstia. — Você é muito irônica. — E você adora isso. — ri. — Cala a boca! — Vem calar. Um silêncio se tomou. — Certo, eu vou. — Como é? — Vou te ensinar a não me provocar. — Hmm... virou professor agora, é? — Sou educador de meninas de cabelos vermelhos mal educadas. — Meu cabelo está laranja também. — Ok... ok... meninas de cabelos vermelhos e laranjas, tá bom pra você? — Ficou melhor. Ele sorriu. — Tá fazendo o quê? — Assistindo um interessantíssimo programa sobre as quatro luas de Júpiter na Discovery Channel e tomando sorvete de morango. — Puxa. Que interessante! — Ele riu. — E você, tá fazendo o quê? — Vendo o Zac comer rosquinhas. — Gargalhei. — Quer vir pra cá? — Pra quê? — A gente termina aquela sua música, lembra? — Certo. Manda o Zac guardar umas pra mim. — Ok. Desliguei e ri. Fui até o quarto e me arrumei. Passei uma maquiagem básica e saí. Quase chegando na casa deles, duas ruas antes, me encontro com uma calanga loira de salto alto. Rolei os olhos e decidi fingir que não tinha visto a praga em forma de gente. Mas ela fez questão de vir até mim. Inferno. — O que foi Jenna? — Pra onde tá indo? — Apenas idiotas respondem uma pergunta com outra. — sorri fraquinho. — E ah, não te interessa. — Se eu fosse você, Nichole, passava a me respeitar. Você vai se arrepender, eu te garanto. — Se eu fosse você, Jenna, eu baixaria o tom quando falasse comigo. — Disse calma. — Quem não respeita não merece ser respeitado. A única coisa que você merece é um soco no meio dessa tua fuça, que eu estou me segurando pra não te dar. — Ela engoliu seco. — Agora sai da minha frente, antes que eu te force. Ela deu um passo pra trás e cerrou punhos. — Não pense que acabou. — Disse com raiva na voz. — Jamais. Não vai acabar até eu tirar sangue dessa tua cara. — Sorri e saí em direção à casa dos Farro. Eu deveria ter medo... ok, cadê a trilha de risadas? Jenna é insignificante. Não mata nem um mosquito. Duvido muito que ela seja má como diz. Coitada. Na porta da casa dos Farro toquei a campainha. Josh atendeu com um sorriso no rosto. Ele havia cortado o cabelo.


Abri a boca pra falar alguma coisa e ele passou uma mão pela minha cintura e me puxou pra perto me beijando. — Êpa! Bora acabar com a sacanagem aê. — disse Zac com uma rosquinha coberta por chocolate na mão. Comia como se não houvesse amanhã. Me separei de Josh. — Viu como é que eu ensino minhas alunas de cabelos vermelhos e laranjas a não me provocar? — Ele sorriu de canto enquanto me carregava pra me sentar no sofá. — Sim, querido professor. — Sorri. — Tenho que dizer o quanto adorei seu cabelo. — Tive que cortar — ele disse choramingando. (N/A: Acho que nunca disse isso pra vocês... mas nessa fic, o Josh tava todo trabalhado na chapinha, como em Pressure. Agora ele deixou o cabelo como em TWYG) — Mas porque teve que cortar? — Hm... — ele se enrolou. — sabe, já tenho 17 anos... — Sei. E daí? Cortou só por que tem 17 anos? — É-é. — Ele disse gaguejando. Estranho. — Ficou melhor assim. — Eu disse. — Seu piercing fica mais evidente. — E como fica. Ele sorriu como em agradecimento. — Certo... — Zac começou. — ...antes de vocês começarem a agarração, dá pra dar tempo de eu subir? Obrigado. — Ele disse e foi subindo, com o pratinho de biscoitos na mão. Josh começou a acariciar minha mão, e foi subindo. Se virou, acariciando meu braço, e com a outra mão pegou minha nuca. Meus batimentos cardíacos agora devem estar mais rápidos que as azas de um beija-flor. Estávamos quase nos beijando quando um barulho alto e completamente desigual começa, e faz eu bater minha cabeça na dele de susto. Levei minha mão ao lugar que doía. O barulho continuava. — Mas que merda é essa? — perguntei. — ZAC, QUE DESGRAÇA! PARA DE TOCAR ESSA DROGA! — Ele gritou irritado. Zac. Só podia. — Zac e sua bateria. — Ele toca bateria? — Não chamo isso exatamente de tocar. As batidas completamente desiguais começaram a ficar ritmadas. E cada vez mais freqüentes. Ele tocava bem. — Ele toca bem. — Você é louca? — Não. Essa batida cabe exatamente com... — Com...? — Uma idéia. Vamos subir. Ele faz uma cara de cachorrinho. — Mas... a gente tava... ah, droga. Te mato Zac. Sorri e fui subindo, guiada pelo barulho. Entrei no quarto de Zac que estava completamente desarrumado. Ele estava no canto esquerdo tocando uma bateria azul. Quando me viu ele parou. — Porque estão aqui? Fazem mesmo questão de se agarrar na minha frente? — Cala a boca, seu idiota. — Josh disse bufando. — Não pára, continua o que você tava fazendo. Aquela batida. — Eu disse e ele refez. Incrível. — Josh, onde tem uma caixa amplificadora? — Ali. — Ele disse debochado pra um canto evidente. Imbecil. Peguei um microfone e liguei na caixa. — Faz de novo Zac. — Eu disse no microfone. Zac começou. — Isso, continua. — Respirei fundo e coloquei em pratica a minha idéia. — Whooa, I drowned out all my sense with the sound of this beating, and that‘s what you get when you let your heart win, whooa. Ele terminou e todos sorriram. Inclusive Josh que estava inconformado por não me agarrar. — Caramba Hbomb! Essa música é incrível! — Obrigada. — corei. — Quando você fez? — Josh. — Ér... agora. A batida do Zac fez fluir o ritmo na minha cabeça. E eu só coloquei uma letra. — Acho que um riff aí ficaria incrível. — Josh. — A gente podia tentar... — Zac. — Josh, pega sua Condor, Hayles, o seu microfone e vamos levar os instrumentos pra garagem. Acho que pode dar certo. — Uma banda? — Perguntei. — É... só diversão. — Zac de novo. Eu e Josh nos entreolhamos. — Ok. — Eu disse. — Certo, eu te ajudo a levar isso pra garagem. — Josh disse se referindo a batera de Zac. 20 minutos depois, tudo estava lá. As caixas de som, a bateria de Zac, a guitarra – e que guitarra! – de Josh e sua pedaleira. Cabos e mais cabos, um teclado na minha frente e meu microfone.


Zac disse que não sabia compor, então eu e Josh deixamos pra compor minha idéia depois. A gravei no celular pra não esquecer. — Vamos começar com o quê? — Que tal... Hear You Me, do Jimmy Eat World? — Josh. — Eu sei essa cifra mais do que tudo. — Precisaríamos de mais uma guitarra e um baixo... — Ah é. — Ele disse cabisbaixo. — Conhecem Long Distance Call, do Phoenix? — Sim. — Responderam em coro. — Consegue Zac? — Consigo sim. — Ele disse girando as baquetas nos dedos. — Certo. Vamos lá. Zac bateu as baquetas umas nas outras três vezes e começou. Josh começou a fazer a base e eu fiz o pequeno solinho da introdução no teclado mesmo. Bem, eu disse que fizemos. Não disse que fizemos bem. Completamente fora dos eixos estávamos nós. Depois de 5 vezes tentando, finalmente fizemos toda a introdução. Comecei a cantar. Where to go, I had no idea. 26.10 was the price to pay. A messed up kid with no ideals at all. I thought those 26.10, I shouldn't give'em away. I remember this young guy died and I took his part. He got far too many stitches on his pretty face. Long time to see, but I always thought us two would be serious I was looking around town, thinking the same as you I'm far gone but your long distance call And your capital letters keep me asking for more It's never been like that It's never been like that It‘s never been like that It‘s never been like that It‘s never been like that It‘s never been like that It‘s never been like that Sem ar, eu parei de cantar. Os meninos pararam também. — O que houve Hayles? — Zac. — Já tentou cantar essa música? Não dá. É muito ar. Como os caras da Phoenix conseguem? — Hayles, é simples. Usa mais o diafragma que você consegue. Vai. Depois de algumas tentativas eu consegui cantar todo o refrão. Mas poxa vida, hein?! Porém acabamos desistindo da música antes que danos maiores acontecessem. — Porque a gente não tenta aquela de vocês... a Broken. — We Are Broken, Zac. — Josh corrige. — É, essa aí mesmo. Josh, muda a freqüência da equalização no pedal e faz a introdução com as duas cordas de cada nota. Hayley, você entra logo depois no teclado e no refrão eu entro do jeito que eu achar melhor. Eu e Josh olhamos pra Zac com os olhos arregalados. — Qual é pessoal, sou o baterista. Tenho que entender dessas paradas. Não dissemos nada e Josh alterou a freqüência. Começou a fazer o que Zac pediu. (N/A: Escutem We Are Broken do TFR! e tenham uma idéia do que eu quero dizer. Ignorem a percussão do Jeremy e a paradinha que eu esqueci o nome que o Taylor tá tocando. E ah, o baixo do Josh.) Logo depois, delicadamente toquei as teclas do teclado. Uma nota de cada vez. Comecei a cantar. E tudo se encaixou. No refrão, Zac entrou com a batera. Ficou lento, mas lindo. Confesso que foi bem mais fácil do que cantar música dos outros. Quando acabamos, nós nos aplaudimos. Estávamos contentes. ―Trabalhar‖ com Zac e Josh era divertido. — Cara, eu sempre quis ter uma banda! Nem acredito. — Zac disse e Josh riu. — É, talvez nós sejamos uma banda. — E como seria o nome dela? — perguntei. — Não sei... vamos pesquisar. Nessa hora o celular de Zac vibra. — Outra mensagem do ―Sua alma gêmea‖. — Ele disse revirando os olhos. — Já te falei pra desfazer o cadastro desse site.


— Não adianta! Meu celular vai receber mensagens até o fim dos tempos. — Meus pêsames. — Eu disse rindo. — Olha, Josh. Essa é francesa: Je veux que vous, ma chère. Si vous êtes déjà engagé, nous sommes paramour, wi? Bisous. — Zac disse imitando uma voz francesa horrível. — Paramour... gostei disso. — Josh disse rindo. — É um nome legal pra banda. — Zac. — Como assim?! Vai saber que diabos essa mulher tá falando?! Ela pode muito bem estar fazendo propaganda de pastel. E o pior, não sabe nem se é uma mulher mesmo. — Acho que tem um dicionário de francês por aqui. — Zac disse revirando a garagem com os olhos. Foi até um grande armário e tirou um livro maior que a bíblia. — Achei. — Ele disse sorrindo. — Agora vamos lá... P, Paramour. Amante Secreto. — Amante secreto? — Eu e Josh dissemos na mesma hora. — Gostei. — Eu disse. — É... legal. — Eu acho que a gente podia usar outra ortografia... sei lá... uma coisa mais americanizada. — Tipo... Paramore? — Sugeri e eles me olharam com um brilho diferente nos olhos. — Paramore, legal. Esse é o nome da nossa banda. — Zac disse. Paramore... Amante secreto... hm. Isso pode dar certo.


Capítulo 26 – Two guys. A girl. The same passion.

Hayley, Josh e Zac — a Paramore, tocaram mais quatro vezes a musica We Are Broken. Toda vez que terminavam a música sem erro, eles se sentiam mais alegres. Terminado o primeiro ensaio da banda, Zac voltou para suas rosquinhas, e Josh e Hayley foram para o quarto dele. — Uou — disse ela —, que... limpo. — Em comparação com o seu... — Josh disse sorrindo. — Cala a boca. Ele riu. Ela se jogou na cama, bagunçando a mesma. — Não consegue não bagunçar nada? — Não — ela disse sorrindo. Ele sorriu e pulou na cama do lado dela e passou a acariciar seus cabelos. — Lembra quando a gente começava a pular na cama, cansava e eu mexia no teu cabelo? — Uhum — Ela respondeu de olhos fechados sentindo o prazer do cafuné. — só você sabe mexer no cabelo tão bem... Ele sorriu de canto e pegou um travesseiro. — E lembra quando... — ele para o cafuné e dá uma travesseirada nela — ...a gente brigava de guerra de travesseiros?! Ela se levantou rapidamente com um sorrido irritado e abobalhado no rosto. — Eu só lembro que ganhava sempre de você! — Ela disse, pegando um travesseiro e lhe dando uma bofetada no rosto. Eles levantam e ficam em pé na cama, e começam a trocar travesseiradas. Ela derrubou ele da cama com uma travesseirada e ele se pôs de pé no tapete. Ela pulou da cama ficando no tapete e dando mais bofetadas nele. Os dois riam como duas crianças abobalhadas. O amor é abobalhado mesmo. O travesseiro de Hayley é o primeiro a estourar e espalhar espuma. Não tarda até o de Josh fazer a mesma coisa. Finalmente, depois de no mínimo cem batidas de travesseiro a guerra acaba. Sem nenhum vencedor. — Lá se foi a organização do meu quarto... — Josh choraminga olhando seu quarto repleto de espuma. Ela o agarra e cai com ele no tapete. — Ficou melhor assim. — Ela sorri e o beija. Depois do beijo ele se senta e ela deita em seu colo, e ele passa a acariciar seu cabelo novamente. — Josh... — ela começa — Que foi? — ...eu... vi a Jenna hoje... — Viu, é? — Ela me ameaçou. — Não se preocupa. Ela não vai fazer nada. — Não tô com medo. Ela tem medo de mim. — Ela sorriu. Depois de um tempo namorando, Hayley se despediu. Tinha que ir. Foi para a sua casa devagar, pensando na ótima tarde que teve. Forçou a porta e ela estava trancada. Sua mãe ainda não havia chegado. E ela estava sem a chave. Discou o número da mãe e ela atendeu. — Oi amor. — Mãe, cadê você? Não disse que voltaria as 6? — Estou no trânsito. Tive uns imprevistos. — Oh my. Mãe, eu tô do lado de fora. — Ah, desculpa amor. Vou fazer uma cópia da chave pra você. — É... é bom. Então eu vou pra casa do meu pai... — Tá certo. — Beijo. — Beijo, te amo. Ela desligou o celular e seguiu em direção a casa do pai. ―Devia ter ficado na casa do Josh.‖ Chegando lá ela três vezes na porta. Nada. Mais três. Nada. Se Isabelle tinha ido brincar na casa de Erica como eles não estavam em... ah, sim. Ela se lembrou que Erica convidou Isabelle pra ir ao clube, e não brincar na casa. Bufou. Voltar pra casa de Josh era inviável, então... o certo era ir a algum restaurante e esperar o tempo passar. Foi em direção ao centro da cidade, e decidiria onde ficar. Estava quase chegando quando percebe algo a seguindo. Uma moto.


Tenta andar mais rápido, a moto ainda a segue. Ela estava quase correndo quando o motoqueiro levanta o capacete e dá um sorriso. Ela parou de andar. Sem perigo. — Uma donzela perdida nessa cidade, oh my God. — Ele diz e sorri malicioso. — Não estou perdida, Jason. — Hayley diz e ri. — Pra onde tá indo? — Estou... é... só indo comer algo. — Quer uma carona? Olha que você nem tá de gesso. Não tem como negar. Ele sorria... sensualmente, pra dizer o mínimo. Era impossível não rir também. — Não, obrigada. Tô bem de pé. — Ah, que isso. — ele começou em protesto — Você vai ter que comer mesmo, não é? Por que não comer com alguém? E outra, eu conheço um lugar maneiro há alguns quilômetros daqui. Ela ainda hesitou um pouco, mas aceitou. — Certo, certo. Vamos. Ele sorriu vitorioso. Hayley subiu na CBX 750 Four dele e segurou firme na cintura do rapaz. Ele arrancou rapidamente, fazendo surgir um frio na barriga da garota. Jason fez duas paradas. A primeira foi em uma lanchonete. Ele fez um pedido normal. Sanduíches, batata frita, refrigerante e milk-shake. — Lugar maneiro? Alguns quilômetros? A gente não andou nem dois quilômetros direito! — Calma menina! — ele sorriu — É que o lugar que eu vou te levar não servem comida... — Vai me levar pra um show de metal, é? — Talvez outro dia — eles riram —, mas hoje eu vou te levar em outro lugar. — Que lugar? — Calma, Hayles. Você já vai descobrir. Ele pegou os pedidos e os dois racharam a conta. Então eles novamente montaram na motocicleta e ele seguiu. Saiu de Franklin, e parou em um lugar montanhoso. Uma espécie de pedra, que dava pra ver a cidade inteira. Típico de filme da Sessão da Tarde. As estrelas e a lua minguante ficavam bem mais evidentes daquele lugar. Franklin, mesmo muito pequena, ficava completamente iluminada. Era lindo. — Uau — exclamou Hayley —, eu... Nossa! — É... — ele sorriu, descendo da moto. Ela fez o mesmo. — é lindo. Ele pegou os sanduíches e sentou no chão empedrado. Hayley fez o mesmo. Ela pegou a batatinha e foi comendo enquanto admirava o lugar. — Como descobriu esse lugar? — Ela perguntou. — Assim que cheguei aqui eu e a Trudy andamos por toda a cidade. — Trudy? — É a minha moto. — Você deu um nome pra moto? — Que foi, algo contra? Não diz que você nunca nomeou algo imaterial que você gostasse. — Eu nunca fiz isso. — Eles riram. — Ela é tão especial pra mim que eu decidi dar um nome a ela. — Ahn, tá. — Voltando ao assunto, eu e ela andamos toda a cidade. Saindo eu achei esse lugar. Achei lindo, e desde então, eu venho quase toda noite pra pensar... ou tocar um pouco de violão. A beleza e suavidade desse lugar é o que me fez gostar dessa cidade. — Hmm... — Falou ―hmm...‖ por causa do que eu disse ou por causa da batata frita? — Ér... acho que os dois. Eles riram. — Ahnn... — Falou ―ahnn...‖ por causa da minha resposta ou por causa do hambúrguer? — Acho que os dois. Hayley gargalhou. — Você disse que toca violão. — É... mas meu instrumento é mesmo o contra-baixo. Tocava baixo em uma igreja lá em Los Angeles. — Igreja? Você tocava numa igreja? — Só por que eu gosto de rock não quer dizer que eu não posso ser cristão. — Tem razão, desculpa. — Não, tudo bem. Mas como eu tava dizendo, já tem um bom tempo que meu baixo tá parado. — Eu estou em uma banda... assim, a gente se formou hoje, e estamos sem baixista.


— Sério? Eu gostaria de entrar. — Vou falar com os garotos. — E quem são eles? — Zac e Josh Farro. — Ahn... Josh... aquele cara que tava com você, né? Ela ficou em silêncio. — Ele nunca vai me aceitar na banda dele. — Se você for bom, ele não vai poder negar. — Não sei não... Você tá com ele? — Como? — Vocês estão tão... grudados ultimamente. — Ele disse e tomou um gole de coca. — Estamos... juntos. — Namorando? — Não oficialmente. — Mas saem juntos? Tipo, fazem coisas de namorado? — Ér... acho que sim. — ela disse meio desconfortável — Mas e você? Todas as garotas do colégio se interessaram em você. — Me interessei em uma... mas ela não me quer. Hayley ficou quieta. O melhor é não saber quem é essa garota. Mesmo que ela já tenha uma idéia de quem seja. — Bem... acho que é melhor eu ir. — Te levo em casa. Ela apenas concordou. Quando ia subir na garupa da moto, ele disse: — Quer pilotar? — Como? — Pilotar, a moto. — Nunca fiz isso antes. — Eu te ensino. — Ok... eu quero sim. — Ela sorriu. Hayley se acomodou na moto. Jason sentou em sua garupa. — Olha, essa moto é 750 cilindradas, então você tem que ter calma. Ela é um pouco mais potente do que as convencionais, mas não é muito difícil de pilotar. Você vai fazer exatamente o que eu te disser. — Certo. — Então, coloca o pé ali e gira a chave. Ela colocou o pé e girou a chave. O motor roncou. — Agora você vai acelerar e soltar a embreagem devagar, certo? — Ele disse calmamente. — Uhum. Ela acelerou um pouquinho e soltou a embreagem muito devagar. A moto começou a andar, dando uns trancos. — Bom! Muito bom! — ele parabenizou. — Muito bom pra primeira vez. O frio na barriga e a sensação de estar pilotando uma moto é algo indescritível. Ela andou só um quilômetro, no máximo, e freou bruscamente, o que fez os dois rirem. — Cara! Que incrível! — É... — ele fez carinho no tanque da moto — ...a Trudy faz milagres! Eles gargalharam e ela subiu na garupa, e os dois seguiram para a casa de Hayley. Ela desceu e entregou o capacete pra ele. — Obrigada Jason. — ela disse. — Obrigado você — ele sorriu —, foi uma das noites mais legais da minha vida. Olha — ele andou uns quatro passos até o vizinho e pegou uma rosa do jardim dele —, pra demonstrar a minha alegria. Ela riu e pegou o ―presente‖. — Obrigada. Ela entrou em casa. Sua mãe estava no banho. Foi até o quarto e guardou a rosa amarela. Jason, por sua fez, demorou um pouco para sair da casa da menina de cabelos de fogo. Esse era o início de um sentimento que fluía no coração do rapaz. Porém, queridos leitores, acalmem seus corações. Por mais que Jason seja irresistível, Josh é o idiota que Hayley ama. Ela não sente absolutamente nada por Jason. Eu, como escritora e narradora principal desta história, seria uma cretina se mudasse o casal principal. Não gosto muito de mistérios, mesmo que seja necessário um pouco para o desenrolar desta história. Não vou falar mais dos próximos capítulos dessa história. Só direi mais uma coisa. Por favor, prestem atenção nesta próxima frase: Jason Bynum não será um problema, mas sim, uma solução. O problema aqui se chama Jenna. Jenna (Vaca) Rice.


Capítulo 27 – New dad, old cow and a jealous guy

Hayley pegou uma toalha e foi até o banheiro onde Christie tomava banho. Ela deu duas batidas na porta. — Mãe, vai demorar muito? — Não amor! Tô saindo. Chris desligou o chuveiro e saiu com a toalha enrolada no corpo e o cabelo preso num coque alto. Foi até Hayley e lhe deu um beijo na bochecha. E então o sangue da adolescente de cabelos de fogo ferveu ao ver aquilo. — Mãe, que merda é essa no seu pescoço?! Ela arregalou os olhos e engoliu seco. Oh, meu Deus! De novo não. Não outra vez. Hayley pensava com raiva. — O-O quê? — Mãe, eu não sou burra! Me responde, quem fez isso?! Caramba! Isso é o que você faz nas reuniões das amigas de faculdade? Meu Deus! — Hayley, presta atenção. — Prestar atenção no quê? Nesse chupão aí no seu pescoço? — Hayley, calma. — Por favor me diz que não foi o Andrew. Me diz, por favor que não foi o Andrew. Me diz que não foi o Andrew, por favor, por favor. — Hayley! Se acalma, ok? Não foi o Andrew! Eu já falei que não quero mais ele nas nossas vidas! Ela virou o rosto, indignada. ―Será que ela não percebe?! Será que não percebe como isso me afeta?! Será que não consegue ficar dois meses sem a desgraça de um marido?!‖ — Então, quem é dessa vez? Ela suspirou. — O nome dele é Scott. Scott Gilbert. Reencontrei ele na internet, fomos namorados na adolescência, antes de eu conhecer Joey. — Que história emocionante! — Ironizou. — Hayley, pode parar. Você está agindo como uma criança! Quantos anos você tem? Pelo amor de Deus! Não consegue aceitar que eu posso sim, estar me apaixonando de novo? — Eu tenho 16 anos, droga. E eu fui muito, mais muito madura na época que Andrew vivia com a gente. Acredita mãe, eu sou muito madura pra minha idade; E não! Eu não posso aceitar! Não acha que eu já sofri demais com essa história de segundo pai? Por favor! — Quando você conhecer ele você vai mudar de idéia. — Só pra saber, quando é que você ia me contar mesmo? Quando eu achasse cartinhas românticas no correio, ou quando eu encontrasse ele na sua cama? — Hayley, para com isso já! Você está me ofendendo! — Só saiba de uma coisa: Se você resolver trazer esse cara pra cá, não conte com sua filha. Ela virou as costas e entrou no banheiro. As lágrimas caíam de seus olhos. Ela não podia acreditar que estava começando tudo de novo. Não conseguia acreditar. Flashback on — Mulher! Pegue a cerveja pra mm. — Andrew disse dando uma tragada em seu cigarro que já estava pelo meio. Hayley engoliu a ânsia de vômito. Ele estava fazendo de novo. Falando de novo daquela forma. Isso a deixava enojada. Irada. Não se agüentou. — Você não tem pernas? Ou braços? Pegue você e deixa a minha mãe em paz! Andrew se levantou, chegou bem perto dela e puxou seu cabelo para cima. — Você mora na minha casa, criança. E você me deve respeito, e obediência. Se não você vai aprender na base da surra, já que é assim que você quer. Ao dizer isso ele soprou a fumaça do cigarro na cara de Hayley. Ela fez uma cara de ―eu não ligo‖ e cuspiu nele. — Vá tomar banho e aí a gente conversa sobre respeito e obediência. Então ele a agarrou pela orelha e tirou o cinto da calça. Foram-se 30 minutos de gritos, choros, e machucados. Tinha apenas 14 anos naquela época. E vivia muito infeliz. Tudo por causa de seu padrasto. Flashback off


Com razão, ela simplesmente não queria aquilo de novo. Finalmente estava feliz em Franklin. Finalmente. E justo agora, que ela começou a ficar feliz, sua mãe vai querer fazê-la infeliz novamente? Logo agora? Não. Ela não iria agüentar isso outra vez.

[...]

Na casa de Josh, pouco depois que Hayley se foi e ele arrumou a bagunça de seu quarto — escutando a reclamação de sua mãe, é claro —, ele foi obrigado a sair para fazer compras. ―Quem faz compras à noite?‖ — ele disse para sua mãe. Mas ela simplesmente lhe deu o dinheiro e a lista e o mandou ir. Ele abriu o papel e tinha coisas para fazer bolo, e brigadeiro, e... chapeuzinhos de cone? Dã. Era pra ele sair e comprar as coisas para o aniversário do Zac que seria uma semana depois. Foi até o mercado, comprou tudo o que devia e comprou também alguns produtos de limpeza e pão. Estacionou o carro na calçada e saiu para abrir o portão. E então uma mão o repreende. — Desculpa, mas eu só não consigo acreditar que você está com aquela cabelo de cenoura! — Boa noite para você também, Jenna. — Ele disse e sorriu como se não tivesse ouvido a ultima frase dela. — Josh, pára de ironia, droga! Aquela ruiva de araque não é nada melhor que eu! Eu sou mais alta, mais esperta, melhor que ela. — Boa noite, Jenna. — Ele disse novamente apenas abrindo a porta do carro para entrar. — Pelo menos, quando eu namorava você, eu não saía na garupa das motos dos playboys do colégio. Opa. — Ela não faria isso. — Ele se irrita. — Não?! Pode apostar que sim, Josh. Porque nenhuma pessoa tem aquele cabelo nessa cidade, e ninguém tem uma moto daquela nessa cidade a não ser Jason Bynum. — Ela disse e deu uma pequena risadinha. Josh sentiu seu sangue ferver. — Eu só sei que se eu tivesse você, eu não te trairia com playboy californiano nenhum. — Ela diz acariciando seu braço com os músculos rígidos pela raiva. Então ela vai passando a mão pelo seu peitoral. — Jenna, você tá mentindo. Sai da minha casa. — Mentindo?! Mentindo?! — ela diz enfurecida — Pois então liga lá pra sua cenoura, e pergunta. Se ela é tão justa, não vai mentir. Josh ignorou Jenna enfurecido e dirigiu o carro para dentro de casa. Voltou e fechou o portão com ferocidade. Jenna deu um risinho agudo e vitorioso. Josh entrou em casa e guardou o brigadeiro e coisas para bolo no armário de utilidades de limpeza — o único lugar que Zac não olharia procurando biscoitos. Foi até o quarto e discou o número de Hayley. Mas ela não atendeu. Foi a mãe dela que atendeu. — Josh, oi. — Christie disse. — Oi, tia. Ér... a Hayley tá? — Ele escutou ela suspirar. — Está no banheiro... só um minuto. — Ele escuta barulhos e uma voz ao fundo. Tinha chuveiro, e duas mulheres gritando. ―Hayley, telefone pra você‖ – ―Eu não quero ouvir ninguém!‖ – ―É o Josh!‖ – ―Eu não quero ouvir ninguém, droga!‖ — Oi, Josh? — Sim, estou aqui. — Ela... está ocupada agora. — Aconteceu alguma coisa? Escutei ela gritando que não queria ouvir ninguém. A voz dela tava chorosa... — Não, não. É a água do chuveiro. Liga depois, tchau. E ela desligou na cara dele. Agora ele estava dividido entre a raiva do ciúme e a preocupação. Hayley estava chorando, ele tinha certeza. ―Pelo menos, quando eu namorava você, eu não saía na garupa das motos dos playboys do colégio.‖ Opa, o ciúme voltou. Essas palavras de Jenna ecoavam em sua cabeça. Não, Hayley não poderia ter dado uma volta com Jason. Não depois dessa tarde. Não depois de tudo que eles passaram juntos. Esperou alguns minutos e ligou novamente. Celular desligado. Certo, algo estava acontecendo naquela casa. E ele ia descobrir. Gritou para sua mãe que estava saindo e saiu antes que ela perguntasse pra onde estava indo e quando voltaria. Entrou no carro e seguiu para a casa de Hayley. Chegou rápido. Tocou a campanhinha. — Ah, oi Josh. — Christie disse ao abrir a porta. — Oi... a Hayley está?


— Josh, eu sinto muito, mas você vai ter que voltar amanhã. A Hayley não está querendo ver ninguém agora, eu tentei entrar no quarto dela, mas ela não abriu. Disse que não quer mesmo. Eu sinto muito. — Eu posso tentar? — Não. Volta pra casa, dorme, descansa. Depois vocês conversam. Ele se virou e entrou no seu carro. Mas não foi embora, apenas deu a volta no quarteirão. Parou o carro em outra rua e voltou a pé, pelos quintais até a casa de Christie. Josh não iria desistir. Simples assim. Pegou algumas pedrinhas e começou a jogar na janela do quarto que calculou ser o de Hayley. Logo depois a janela foi aberta, e lá estava ela, com pijamas de lacinhos e olhos inchados. Ela definitivamente estava chorando. — Que foi? — Ela disse baixo. Ele não escutou sua voz, apenas leu seus lábios. — Me deixa entrar, a gente tem que conversar! — Não tem pior hora para você resolver conversar não? — Hayley, droga, me deixa entrar! Ela revirou os olhos e abriu a janela. Ele pegou uma escada — que estava convenientemente encostada em outra parede da casa — e subiu. Entrou. — O que você quer? — Que história é essa de você sair por aí de carona com o Bynum? Caramba! Você fica aí, falando que não quer ele e não sei o quê, e aí, sai com ele?! Poxa, Hayley! — Olha, Josh, ele me convidou pra ir comer alguma coisa, e eu fui porque meu pai não estava em casa, como você sabe, e minha mãe também não! Eu não tinha pra onde ir, e precisava comer. Ele me encontrou no caminho e me ofereceu uma carona, e me levou pra jantar. Só isso. — Porque você não disse não?! — Você acha que eu não disse? Ele me pressionou, droga! Quem te disse que eu tava com ele? — A Jenna. — A JENNA? A desgraça da Jenna? Aposto que ela disse que eu tava me agarrando com ele. Deve ter enchido tua pobre cabeça de mentira. Ah, mas ela me paga! — Hayley, ela não me disse nada! Só disse que você tava com ele. Pronto. E sinceramente, você podia ter recusado, ter ido pra minha casa, sei lá! Tudo menos aceitar uma carona dele. — Josh, deixa de ciúme bobo! Eu não tinha como voltar pra sua casa, por que eu passei o dia inteiro lá! Não podia ir pra casa do meu pai porque ele tá no clube, e minha casa tava trancada, porque a minha mãe saiu pra transar com um desses caras quarentões que vai acabar casando com ela, vindo morar aqui e fazendo todo mundo sofrer de novo! Droga, Josh, vai á merda! Ela disse tudo chorando mais. Josh viu o porque de ela estar chorando. Então ele a abraçou e ela passou a chorar em seu peito. Hayley soluçava, e suas lágrimas molhavam a camiseta dele. Hayley não havia ficado com Jason. Finalmente Josh percebeu. Ela só estava com medo. Josh a puxou contra seu corpo e beijou sua testa. — Tá tudo bem... vai ficar tudo bem. — Ele sussurrou.


Capítulo 28 – In a strange way, I think I love you

Pov. Josh

Era chato ver Hayley daquele jeito. Cara, me sinto um idiota por pensar besteira dela. Logo ela se acalmou e me contou direito o que aconteceu. — E é isso Josh. Puxa! Eu... eu não quero tudo de novo! — Olha Hayles, eu sei que você tá triste e com medo... mas sei lá, esse cara pode ser legal. — Josh, não tem nem 2 meses que a gente voltou pra Franklin. — Mas... hm... você não disse que eles eram amigos na adolescência? — É... — Então... nós éramos amigos quando crianças... na verdade, chegamos até a nos casar. — Ri, e ela riu também. Era gostoso vê-la rindo. Era gostoso fazê-la rir, mesmo depois de tudo. — Eu sei Josh... mas o Andrew era tão horrível, que eu... eu não consigo imaginar um cara com a minha mãe... eu sinto muito, mas ela simplesmente não sabe escolher. O meu pai, que foi com certeza o melhor dela, a traiu. O Andrew, meu Deus! Não tem nem como dizer... Eu não consigo pensar em um cara legal com a minha mãe. — Acho que você precisa conhecer o cara antes... — É... talvez você tenha razão. — E de qualquer forma, se ele fizer alguma coisa, qualquer coisa contra você, você sabe, ele morre. Ela riu de novo. — Tô falando sério. Ela veio até mim e me abraçou novamente. A apertei contra mim. Logo depois meu celular vibrou. Era minha mãe. Desliguei. — Hayley... preciso ir... minha mãe tá me ligando... Ela fez uma cara triste. — Josh, por favor... eu... eu não quero ficar sozinha... fica comigo, por favor... só hoje, só essa noite. Eu não quero ver minha mãe... pelo menos, não hoje. Por favor, não vai. Beijei o topo de sua cabeça. — Ok, eu fico. Ela quase sorriu e me deu um selinho. Ela se deitou na cama rosa e eu peguei o cobertor. Estendi no ar e pousei sobre ela. Ele cobriu o corpo inteiro. Ela tirou o cobertor da cabeça e me olhou com falsa raiva. Aqueles olhos verdes e inchados de tanto chorar, finalmente demonstravam alguma felicidade. Deitei do lado dela, e ela recostou a cabeça no meu peito. — I climb, I slip, I fall, reaching for your hands, but I lay here all alone. Sweating all your blood... — Você não está se deitando sozinha. — Disse ao ouvir-la cantarolar. — Eu sei. Quando você disse que ia embora eu pensei nessa melodia. — Quer... tentar? — perguntei. — Ahn... tá... acho que vai me fazer relaxar. Hayley se levantou e pegou um caderninho que prendia nele uma caneta. Ela escreveu um trechinho junto com outro. ―If I could find out how, to make you listen now. Because I'm starving for you here‖ — Hm... olha: With my undying love. — Amor imortal? — Não ficou legal? — Ficou. — Ela sorriu. — And I... I... I will... breathe for love tomorrow... — ‗Cause there‘s no hope for today. — Incrível! — Ela disse escrevendo. É ótimo o jeito que ela esqueceu do problema com a mãe. A verdade é que quando você faz o que ama... tudo fica melhor. Você se esquece dos problemas... e aflições. Foi rápido. Não demorou vinte minutos e terminamos a música-sem-nome. — Breathe seria um nome legal. — Acho que Until Tomorrow é mais apropriado. — sugeri. — Não. Breathe é melhor. — Hayles, sua teimosa. Se estamos falando sobre esperar até amanhã — dei ênfase — para amar, é apropriado que o nome seja Until Tomorrow!


— Josh, seu bobão. Se estamos falando para respirar — deu ênfase — até amanhã para amar, é apropriado que o nome seja Breathe, cabeçudo! — Vamos ficar nisso o resto da noite, então, vamos deixar com os dois títulos. Tá bom pra você? — Não... Breathe tinha que ser o único nome. — Hayley eu tô tentando não discutir e resolver a situação... — Tá. Tá. Tá certo. — Ela disse fazendo bico. A peguei pela cintura e a beijei. Quando nos separamos, não desgrudamos as testas. Ela sussurrou: — Me sinto uma idiota por dizer isso... mas acho que de um jeito muito estranho... eu amo você. Meu sorriso largo foi inevitável. Senti como se tivessem 1000 borboletas no meu estômago. Borboletas? Deus, que coisa gay. Mas é sério. Não consegui dizer nada, apenas a puxei pra outro beijo. Tudo estava em perfeita transição, até que os nossos pulmões já imploravam por ar, e nós nos desgrudamos. Ela me ama. Ela me ama. Ela me ama. Ela me... dá pra parar de pensar nisso? Obrigado. Deitamos de novo na cama do mesmo jeito que antes. Eu meio sentado e ela deitada com a cabeça apoiada no meu peito. Deitei minha mão em sua cintura. — Eu também amo você. — Sussurrei. Ela provavelmente não ouviu. Estava cansada. Provavelmente quase dormindo. Comecei a cantar. Lifehouse – You And Me Que dia é hoje E de que mês? Esse relógio nunca pareceu tão vivo Eu não consigo prosseguir e não consigo voltar Tenho perdido tempo demais Porque somos eu e você e todas as pessoas Com nada a fazer, nada a perder E somos eu e você, e todas as pessoas e Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você Todas as coisas que quero dizer Não estão saindo direito Estou tropeçando nas palavras você deixou minha mente girando Eu não sei onde ir a partir daqui Porque somos eu e você e todas as pessoas Com nada a fazer, nada a provar E somos eu e você, e todas as pessoas e Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você Existe algo sobre você agora Que não consigo compreender completamente Tudo o que ela faz é bonito Tudo o que ela faz é certo Porque somos eu e você e todas as pessoas Com nada a fazer, nada a perder E somos eu e você, e todas as pessoas e Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você Porque somos eu e você e todas as pessoas Com nada a fazer, nada a provar E somos eu e você, e todas as pessoas e Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você Que dia é hoje e em que mês? Este relógio nunca pareceu tão vivo... Olhei para ela. Seus olhos estavam fechados e a respiração pesada. Missão cumprida. Ela havia dormido. E não estava mais tão triste.


Saí devagar debaixo dela e ela se agarrou ao travesseiro. Peguei a canetinha e escrevi no papel: ―4 de junho, na minha casa. Aniversário surpresa do Zac. Está mais do que convidada. Fique bem, te vejo amanhã. Josh‖ Eu devia ter acrescentado o ―eu te amo‖... é, eu deveria. Mas... eu vou fazer isso de outro jeito. Vou fazer direito.

[...]

Acordei com o despertador. 1 dólar para quem adivinhar o nome dele. — BELLE, SUA PESTE! — Gritei. Meu rosto estava completamente branco coberto por... espuma de barbear. Tenho que confessar, ela se supera a cada dia que passa. — Isso é sua recompensa por ter chegado em casa tarde ontem. Mamãe até disse que eu podia. — Ela disse entre soluços de risos e saiu do quarto. Vou ser castigado por isso até o fim dos tempos. Beijo aí. Me arrumei, tomei café e fui para a casa de Hayley. Decidi não tocar a campainha. Apenas me recostei e esperei ela sair. Ela sempre se atrasa mesmo. Logo depois ela saiu com a mochila nas costas. Me viu e sorriu. — Eu vi o recadinho que você deixou — se aproximou e me beijou—, então quer dizer que o Zachary vai fazer aniversário? — É... 15 anos. Bichinho tá ficando velho. Rimos. Saímos andando até escutarmos uma voz do fundo da rua. A doida da Sarah gritando. ―eeeeeeeei, pombinhos, esperem aí!‖ Sarah veio correndo até nós e nos cumprimentou. — Agora é todo dia, é? — Ela disse se referindo a eu ir buscar a Hayley. — Que lindo. Já pediu ela em namoro, Josh? Olha, ela poderia ser um pouquinho menos direta. — Ér... — Sarah, ficou sabendo que eu estou em uma banda? — Hayley cortou imediatamente o assunto. Acho que ela percebeu que eu não conseguiria responder... pelo menos, não agora. — Séério? — Estamos, na verdade. — eu disse. — Ah é? Como é o nome? Quem mais tá nela? — O nome é... ahn... — Paramore, Josh. — É. Paramore. Estamos eu, ela e Zac. — O Zac toca alguma coisa? — Ela perguntou estupefata. — Sim, bateria. — Puxa, que maneiro! Eu gostaria de entrar em uma banda. Meu loirinho que sabe tocar. — Jeremy? — eu disse. — Josh, ela por acaso tem outro loirinho? — Sei lá, meu. Não duvido nada vindo de Sarah... é... como é teu sobrenome mesmo? — Ahn, deixa pra lá essa parte do sobrenome. E EI! Eu só tenho um loirinho ok? — Ok, ok. — eu disse em voz alta, cheguei ao ouvido de Hayley e sussurrei: — qual é o sobrenome dela? Hayley começou a rir. — Não consigo dizer. — Meu sobrenome é Orzechowski, Josh. — Ela disse bufando. — Uau. Quer dizer, é legal, assim... tipo, romeno e... é maneiro. — É Russo. Você não tá ajudando. — Calei. E nós três rimos. Fomos conversando até a escola. Chegando na frente do colégio ela viu Jeremy e foi ao seu encontro. — E aí. — comecei a falar com Hayley — Você tá bem? — Sim, sim. To bem melhor. Brigada, ontem você me ajudou muito. Eu... ainda tô com medo. Não quero que minha mãe volte a namorar... quando eu tava saindo ela disse que queria conversar comigo, sem falta, depois da aula...


— Entendo. Mas não se preocupa não, ninguém nunca vai fazer nada a você, ok? — A beijei. E o beijo foi interrompido pelo maravilhoso som do sinal da escola. Espero que tenham entendido a ironia. Dei um selinho rápido nela e ela foi pra sua aula. Jason estava indo pra sala com sua mochila. Nossos olhares se encontraram. Ele me olhou com raiva, e eu retribuí a altura. Ok. Isso é o começo de uma rivalidade. Sentei no fundo perto de Taylor. Aula de literatura. Não preciso nem dizer que nós passamos a aula inteira conversando, né? Comentei sobre a banda, e ele disse que tocava guitarra. Combinamos de ele entrar se Hayley e Zac concordarem. Mas é lógico que eles concordariam. Convidei ele pro aniversário do Zac também. Depois da aula de literatura, e da aula de biologia, finalmente, chegou o intervalo. Fui para o refeitório, e tive uma surpresa ao chegar lá. Acreditem, foi bem difícil tirar as mãos da Hayley do pescoço de Jenna.


Capítulo 29 – Once a whore, you’re nothing more Pov. Hayley Duas horas antes... Entrei na sala de aula com Sarah. Aula de Física. O bom de sentar com Sarah na aula de Física, é que ela é ótima com números de todo o tipo. Diferente de mim. Não é que eu não goste de números, eles que não gostam de mim mesmo. Depois de uma aula, fui para a Educação Física. Fui até o meu armário, peguei meu tênis, a camiseta e o shortinho. No vestiário eu me vesti, amarrei meu cabelo pra trás e segui para a quadra. Eu gosto de Educação Física. É uma das minhas melhores matérias. Sarah tinha outra aula, e eu estava com Dakotah. Rice também estava no grupo. O professor chamou nossa atenção e disse que hoje treinaríamos vôlei. Sorri maliciosamente. Agora é hora de uma certa vaca loira pagar pelo que fez ontem. — Dak, que legal que a aula é de vôlei. — É... eu gosto. — ela disse e olhou pra mim — Peraí, você não tá pensando em... Oh meu Deus, Hayley! — Ela começou a rir comigo. — Veja e aprenda. O professor dividiu o grupo feminino em dois. Seis meninas de um lado, seis de outro. Rice ficou no meu grupo. Jenna e outra menina um pouco mais alta ficaram no bloqueio. Eu, fiquei no fundo, no saque. Amei minha posição, vale frisar. O jogo começou com o time adversário. A garota morena sacou, eu mergulhei e salvei. A bola foi pro outro lado, e uma loirinha atacou. Jenna não conseguiu bloquear e foi ponto delas. — Pô, Rice, se você não sabe jogar não prejudica o grupo! Ninguém tem culpa da tua incompetência. — disse alto e Jenna rangeu os dentes. Senti uma grande vontade de gargalhar, mas me controlei. Dakotah que estava do outro lado me olhou mordendo o lábio e abafando uma risada. Pisquei pra ela. O time adversário sacou a bola novamente. Dak salvou e eu ataquei. Ponto nosso. O time veio se abraçar pra comemorar o ponto e eu disse: — É assim que se faz, Jenna. — Dessa vez Dakotah não se conteve e soltou um risinho alto, logo depois abafado. Os olhos de Jenna pareciam chamuscar. E sinceramente, eu amava isso. Acontece que quanto mais irritada ela ficava, melhor ela errava as bolas. A irritação fez com que ela errasse quase tudo, perdesse bolas, sacasse na rede... e toda vez que ela errava, eu soltava mais uma das minhas frases. Eu estava vendo a hora de ela vir pra cima de mim. E Deus, como eu queria acabar com ela. Mas decidi continuar provocando e ver no que dá. Saque do outro time. Eles jogaram e Dak salvou. Eu podia fazer um ponto, mas decidi fazer diferente. Ataquei a bola com toda a força na cabeça de Jenna. — Opa, desculpa. — eu disse com uma mão na boca. Ela olhou pra mim com raiva. — Você me paga. — sussurrou. Nota: Esse foi o jogo de vôlei mais legal que já joguei. 2 setes a 2. Estávamos com 24 e eles com 23. O negócio tava acirrado. Saque nosso. Jenna foi sacar, já que no bloqueio ela não estava adiantando nada. Ela lançou a bola no ar e bateu. A bola foi pra fora. — É isso aí, Jenna, vamos perder por sua causa. Parabéns. — eu disse e rolei os olhos. Ultimo saque. A moreninha jogou a bola pro nosso lado novamente. Eu salvei e me levantei rapidamente, outra menina já tinha mandado a bola pro lado deles. A mesma moreninha atacou e Dak salvou. A bola estava vindo em minha direção. Pulei o mais alto que deu e ataquei. Ponto. Acabou, ganhamos. As meninas gritaram e comemoraram a vitória. Eu fiz o ponto ganhador, então elas vieram me parabenizar. Jenna saiu batendo o pé em direção ao vestiário. Eu e Dak caímos na gargalhada. — Ih, Hayles, ela tá com raiva. — Dakotah disse. — E quem liga? — Rimos novamente. — Muito bem, Hayley. Parabéns meninas! — o professor disse — Agora vão pro chuveiro rapidinho, em 15 minutos tem intervalo.


Fui pro chuveiro, tomei banho e me arrumei. Dak me acompanhou até o refeitório. Pagamos o lanche. Estávamos indo pra nossa mesa, onde Jeremy, Taylor e Sarah já estavam sentados, quando a lombriga albina aparece na nossa frente. — Se você acha que eu vou deixar barato tudo o que você fez hoje no jogo, você está muito enganada! Sorri, e sem querer eu deixei o meu purê de batatas cair na cara dela. Junto com o suco de laranja. — Ah, desculpa! Foi sem querer. Mas olha, dizem que batata é muito bom pra pele... ou não. Ela abriu a boca indignada e tirou purê dos olhos. Abriu a boca pra falar, mas eu a interrompi. — Pelo menos, eu acho que batata deve servir para as garotas imbecis e fofoqueiras, pararem de inventar mentiras. Mas infelizmente, o que dá jeito nas whores que dão em cima de um cara comprometido é surra mesmo. — Eu disse tirando completamente o sorriso do rosto. Ela me olhou com fúria. — Eu vou acabar com você! — Ela disse e agarrou o meu cabelo. Uma pequena multidão se formou em torno da gente gritando ―Fight! Fight! Fight!‖. Agarrei o cabelo dela e puxei com tanta força que arranquei um pouco. Ela gritou de dor e me deu um soco na boca. Senti o sangue no lábio. Certo, agora ela vai ver. Comecei a dar socos no rosto dela. Ela passou a perna entre a minha e me fez cair. Em cima dela. Apoiei meu joelho com força na barriga dela, o que fez ela dar um grito abafado pela falta de ar. Tirei meu joelho da barriga dele e apoiei minhas pernas nos braços dela, deixando ela totalmente imóvel, tendo apenas o controle inútil das pernas. Comecei a dar tapas com a palma e as costas da mão. O rosto dela estava vermelho, seu nariz e sua boca sangravam e tinha um grande vermelho em volta do olho, que logo viraria um roxo. Me levantei e a levantei pelo cabelo. Ela não tinha mais forças. Seu semblante passou de ―eu vou matar você‖ para um ―por favor, pára.‖ Ri disso. Com uma mão segurando ela em pé pelo cabelo, eu peguei a outra mão e apoiei em seu pescoço, apertando devagar. — Agora escuta bem. Você nunca mais vai inventar mentiras nem dar em cima do Josh, ouviu? — Sim. — ela respondeu num sussurro. — OUVIU, DESGRAÇA? — eu disse e apertei mais. — Ouvi! — ela disse um pouco mais alto e meio rouca. Josh apareceu por trás e me tirou da briga com a lombriga. — Hayley, o que você tá fazendo? — ele perguntou. — Ensinando uma vadia a virar gente. — Disse convicta. Ele me pegou pela barriga e me tirou de lá a força. Jenna caiu no chão e foi socorrida pelo Ryan. Me botou no chão. Passei a mão pela boca. Um fio de sangue escorria pelo meu queixo. — Hayley, meu Deus! Por que você brigou com a Jenna? — Sarah disse espantada ao me ver nos braços de Josh. Atrás dela estavam os meninos. Eles falavam um monte de coisas ao mesmo tempo. — Ela mereceu. — Eu disse apenas. Até que o diretor nerd engomadinho chegou. Perguntou o que tinha acontecido ali, e o nosso X9 de primeira que se chama Mark contou. Ele mandou Jenna e eu (que estava com a boca sangrando) para a enfermaria e depois direto pra sala dele. Fomos. A enfermeira, enquanto reclamava que ―esses malditos alunos não tem educação! Só sabem brigar e se machucar‖, fazia um pequeno curativo na minha boca. Tinha um corte no lábio e meu maxilar estava inchado. Ela fez uma compressa com água fria. Eles me separaram de Jenna. Ela estava muito machucada e foi para o hospital. Josh estava me esperando fora da enfermaria com minha mochila. — Oi minha ninja. — ele disse brincando e me deu um beijo na bochecha. Meu lábio tava doendo. Droga, eu ainda mato aquela safada. Não, Hayley, se acalma. Você acabou de mandar a menina pro hospital. — Ninja é? — ri. — Gostei. — Só um ninja pra bater na Jenna e sair só com um machucadinho na boca. É verdade que ela foi pro hospital? — É... — Meu Deus, Hayley! Me lembre de nunca brigar com você. — Lembro sim. — rimos novamente e ele me pegou pela cintura. Dane-se o lábio. Me beijou enquanto passava a mão pelas minhas costas. E então ele tentou abaixar a mão. Dei um tapa nele. — Seu safado. Já não basta me agarrar no corredor da escola? Ele sorriu e eu o empurrei. — Ah, você ta suspensa. — ele disse. Grande surpresa. — Ainda tenho que ir falar com o diretor? — Não. — ele riu. — Mark contou tudo, e quando ele soube que a Jenna tinha que ir pro hospital, ele decidiu te suspender. Toma. — ele disse e me entregou uma declaração. — Três dias? Eu esperava mais. — É... vai ver ele gosta de você. — Só o que me faltava. Esse cara reúne em si todas as pessoas que eu não gosto: Diretores de escola; Nerds; Mandões; e Sertanejos.


— Hayley, você mora no Tennessee. Já devia ter se acostumado com os sertanejos. — Ah, credo. — Eu disse e ri. Peguei a sua nuca e puxei pra outro beijo. — Ei... nós não estamos na escola? — Dane-se, já tô suspensa mesmo. Depois de um tempo nós nos desprendemos. Josh me acompanhou até o portão da escola. Ele estava matando o quarto horário, mas nem ligou. Fui pra casa andando. Chegando em casa eu peguei a chave que minha mãe tinha mandado fazer e me entregou hoje de manhã e abri a porta. Minha mãe estava sentada no sofá... com um cara. Respirei fundo. Ela fez uma cara de espanto. O cara então, nem se fala. — Por-Porquê ta aqui tão cedo? — Ela perguntou gaguejando. — Bom dia pra você também. — Eu disse e revirei os olhos. Peguei a declaração e joguei em cima do sofá. Subi as escadas em passos fortes e rápidos e fui para o meu quarto. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Eu não quero aquilo de novo. Não quero. O cara já tá até visitando a casa. Quantas vezes será que ele veio aqui enquanto eu não estava? Esses pensamentos só aumentavam minha angústia e minha vontade fugir, de não viver tudo aquilo de novo. Peguei o celular e disquei o numero de Josh. — Alô, Hayles? — Josh... — Você tá chorando? O que aconteceu? — Ela nem esperou, Josh! Ela se encontra com ele quando eu tô fora! Eu cheguei em casa e eles tavam no sofá. Ela e o cara. Será que a minha mãe não entende que eu preciso dela, e não de um outro pai? Josh, pelo amor de Deus. — Hayley, minha linda, se acalma. Não chora. Lembra do que a gente conversou? Fica tranqüila. Esse cara não vai fazer nada contra você. Eu vou dar um jeito de sair e tô indo aí, mas fica calminha, ta? Por favor. — Não, Josh! Você vai perder aula por minha causa. Pode ficar, eu... só precisava desabafar. — Eu vou conseguir dar o fora, eu só preciso... — Josh, eu tô melhor. Quando você sair você vem, eu... eu vou ficar tranqüila, dentro do meu quarto. — Promete? — Uhum, brigada. Sério... brigada por me escutar. — Sempre. Quando a aula acabar eu vou direto para a sua casa então. — Ok... beijo. — Beijo. Larguei o telefone e sequei minhas lágrimas. Se fui forte o suficiente pra mandar uma garota pro hospital, sou forte o suficiente pra agüentar o novo namorado da mamãe. Não demorou muito e as batidas na minha porta começaram. Abri e me recostei. — Fui suspensa porque bati em uma garota. Ela espalhou mentiras pro Josh sobre mim e fez fofoca sobre outro cara. Eu jantei ontem com esse cara porque quando eu voltei pra casa, a senhora não estava em casa para ficar com o gostosão lá de baixo. Jenna viu e falou pro Josh, dizendo que eu o estava traindo. Ensinei ela a não mentir. Ela foi pro hospital e eu vim pra casa. Fim. Não precisa me dar sermão. — Não vim aqui pra isso. — ela disse — Sabe que eu sou contra as brigas, mas esse é o seu jeito, e se não fosse isso eu sei que você sofreria bullying de novo. Sei que você fez o que achava certo, e eu também acho que não estou com tanta moral pra brigar com você. — Você tem razão. — Hayley, eu sei que você sofreu com o Andrew. Eu sei que é difícil pra você a idéia de ter outra pessoa aqui. Sorri debochadamente. — Então quer dizer que ele já está de mudança? Incrível. — Não. Ele tem a casa própria dele. Estamos apenas namorando, amor. Assim como você e Josh, e os seus amigos. Não estamos casados, e nem vamos nos casar. Entende? — Mãe, você disse a mesma coisa com o Andrew! ―É só um namoro‖, ―Não é nada sério‖. E no final a gente acabou indo morar com ele! Pensa em mim, pensa na tua filha um pouco, e por favor, pensa no que ela sofreu. E pensa também nela indo morar com o pai por não querer conviver com mais um padrasto. — Hayley, você está sendo muito radical! — Eu, radical? Você que tem um chupão no pescoço e eu sou radical? Hilário. — Eu penso em você. Você é tudo pra mim, você é minha única filha. Meu tesouro, eu amo você, Hayley, amo mesmo. Mas... uma mulher não pode conviver sem o amor de um homem, entende? — Não. Eu não entendo. Sinto muito, mas eu não entendo como você pode sentir falta daquilo que o Andrew te dava. — Vamos parar de falar no Andrew? Vamos falar no Scott, ok? — O que me garante que esse cara não é igual a ele, mãe?


— O que te garante que é? Você está pré-julgando ele. Você precisa conhecê-lo, Hayley. Ele é psicólogo, trabalha com adolescentes. Quando ele te viu ele soube como seria sua reação. Ele estava me dando conselhos de como acalmar você, e fazer você aceitar quando você chegou. Ele é do bem, Hayley. O único motivo de nós não termos dado certo na adolescência, foi porque ele era mais velho e teve que ir pra Nashville pra fazer faculdade, e então eu conheci Joey. O destino fez com que ele saísse da minha vida pra que eu tivesse você, filha. E agora o destino está nos reunindo de novo. Por favor, Hayley, me deixa ser feliz com ele. — Ela dizia e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Eu a abracei. Ainda não estava certa da idéia de ter um padrasto... mas... se ela realmente está se sentindo feliz com ele, eu não devo impedir. E nada é pior do que ver minha mãe chorar. Nada. — Ok, mãe... seja feliz. — Eu disse secando suas lágrimas. Fomos até o banheiro juntas e lavamos o rosto. Voltamos pro meu quarto e nós ficamos conversando sobre algumas coisas pendentes. Depois de algum tempo nós descemos. Chegando na sala, o denominado Scott ainda estava lá. Respirei fundo. — Olá, Hayley. Eu sou Scott, sua mãe me falou muito de você. — Oi. — não falei mais do que isso. Analisei o cara. Ele não é feio, tipo... um coroa, mesmo. Cabelos grisalhos, estilo social, meio alto, bem arrumado, falava bem... É, ele é diferente do Andrew (careca, largado, gordo, mal educado... ). — Então... você foi suspensa? Por quê? Não é da sua conta, mané. — Briguei com uma menina; É verdade que você é psicólogo? — Sim... trabalho no conselho tutelar. — Ahn. — Sua mãe me disse que você é muito talentosa. Gosta de música? — Amo. Mas minha mãe exagera as coisas. — Duvido. Você tem jeito de artista. Ri. Fala sério, né. — Você... — falei com ele — ...bebe? Fuma? Ou outra coisa assim? — Sou completamente contra isso. — Sério mesmo? — Sim. Meu irmão morreu em um acidente de carro... o motorista do outro carro estava bêbado. — Eu sinto muito. — Eu até participo de algumas campanhas contra a bebida. — Ahn, legal. A primeira vista o cara parece legal... — Tem filhos? — Tenho dois. Mas já estão crescidos. Nessa hora a campanhinha toca. — Eu atendo! — Gritei e abri. Era Josh, ele estava preocupado. Ele me beijou e eu puxei ele pra dentro da casa. Quando ele viu Scott ele mudou de postura, chegou bem perto e sussurrou: — Tá tudo bem? — Uhum. — sussurrei de volta. — Hum... Oi, eu sou Josh, prazer em conhecê-lo. — Josh disse estendendo a mão para o homem. — Oi Josh, sou Scott. O prazer é meu. — É... Scott... eu vou subir com o Josh. Minha mãe está na cozinha. Hm... a gente se vê. — Eu disse e subi as escadas de mãos dadas com o Josh. Entramos no meu quarto. — É... ele não é tão mal assim. — Josh. — Não... Não a primeira vista, pelo menos. Conversei com a minha mãe... eu vou deixar quieto. Não vou me meter na relação deles. Se ele vier morar aqui... eu vou pra casa do meu pai. Se continuar assim, com visitas e namoro normal, eu não vou me meter. — Que bom que você está bem. — Ele sorriu e me beijou. Sentamos na cama. — Sabe... você tava... falando sério ontem? — Quando? — Quando disse que me amava. — Ahn... sim... eu acho. — Ah. — Notícias da Jenna? — A mãe dela chegou lá dando escândalo. Disse que a segurança da escola é ridícula e que vai processar cada ser vivo do mundo. Xingou o diretor e quase foi presa. Jenna estava no carro, ela não quebrou nada. Eu só vi uma faixa em volta da cabeça e o rosto muito inchado, pelo vidro do carro. Só. — Acho que arrancar cabelo dela foi demais... — eu disse rindo.


— Minha menina brigona — ele disse e me beijou novamente.


Capítulo 30 – A little love will change you

Pov. Hayley

Os dias foram passando e eu continuava suspensa. Meus dias estavam tão tediosos quando o imaginável. Quanto a Paramore, eu, Josh, Zac, Jerm e Taylor nos reunimos para tocar. Foi incrível. Jeremy ficou de fazer nossa linha de baixo sempre que precisarmos sem entrar oficialmente na banda (já que ele toca numa outra banda, a The Factory). Terminei a That‘s What You Get já que eu estava com bastante tempo. No mesmo dia em que bati na vaca loira azeda eu compus uma música especialmente para ela. O nome é Misery Business e, sinceramente, eu gostei. Espero um dia poder cantá-la para a vaca. Tive mais ou menos umas 25 discussões com Josh sobre qualquer coisa que discordamos. Acontece que nós sempre terminávamos nossas discussões da mesma forma: fazendo as pazes. Se é que me entendem. Meus dias se resumiam em Josh, minhas irmãs, Paramore, brigar com o Josh, bater no Josh, beijar o Josh, compor com o Josh, ver minha mãe toda boba e... hum, está faltando algo... Ah, sim. Amar o Josh. Era estranho já estarmos juntos há quase um mês e ele ainda não me pedir em namoro... E toda vez que a gente conversava sobre ―amor‖ ou ―namoro‖ ele mudava de assunto. Confesso que eu mudava também. Isso nos deixa desconfortáveis. É provável que sejamos eternos ficantes. Zac logo faria aniversário. E logo nós entraríamos de férias. Férias... oh, Deus. Amadas férias. Interrompendo meus pensamentos a campainha toca. É melhor eu ir atender. Olhei pelo olhinho mágico e Sarah estava lá. Seu sorriso era tão largo que parecia que suas bochechas iam rasgar. Abri. — Oi Hayles! — Ela disse animada. — Ér... Oi, né. Entra aí. — O que tá fazendo? — Sarah disse entrando. — Nada especial... to com umas letras, tentando escrever. — Ahn... — Ok, o que você tem para contar? — Como? — Sarah, eu te conheço. Você tá animada ao extremo. O que houve? — Ah, você não vai acreditaaaar! — ela disse puxando o ―a‖. — No quê? — Olha! Olha! — ela disse estendendo o dedo e balançando. — Olhar o quê? — O meu dedo! — Para de balançar assim pra eu conseguir ver alguma coisa! — Ah, tá bom. — Ela disse e parou de balançar o dedo. Havia um anel de prata com uma pedrinha vermelha em cima. Lindo. — Que lindo! — disse. — Não é? Owwwn, o Jeremy me deu! — Sério? Que legal. — Hayles... ele me pediu em namoro. EM NAMORO! Ooooh!!! — Ela começou a pular e gritar. — Namoro. Eu tô namorando! ELE. ME. PEDIU. EM. NAMORO. — Eu entendi. — AAAAAAA, Hayles, você sabe o que isso significa? Estou começando a me arrepender de ter perguntado pra ela o porque de ela estar assim. — Significa que você está namorando. — É! EXATAMENTE, ISSO NÃO É ÓTIMO? — Sim, Sarah, isso é ótimo. — Oh meu Deus, oh meu Deus, oh... — Sarah, droga, eu já entendi! Cala a boca. — ...meu Deus. Calei. — Obrigada. — rolei os olhos. — Mas fala sério, se o Josh te pedisse em namoro você ia ficar do mesmo jeito. Gargalhei. — Não mesmo. — Falando nisso, é estranho vocês já estarem juntos há tanto tempo e nada, sabe?


— Vamos mudar de assunto? — Ahn, eu entendi. Hayley não quer falar sobre seu não-namoro com Josh. Olhei pra ela de forma irada. — Tem algo pra comer? Eu ri. — Você é péssima em mudar de assunto. — Estou fazendo o possível. — Tem algumas bobagens na geladeira. Acabamos a tarde comendo besteiras e assistindo qualquer coisa. Sarah estava imperativa. Lógico que ela era imperativa de qualquer forma, mas hoje em especial ela estava mais. Ela me contou de que Jenna foi hoje para a escola. Disse que ela andou me fazendo ameaças de vinganças. Disse também que o rosto dela estava tão roxo que os garotos do fundo começaram a chamá-la de Barney. Impossível não rir disso. A noite minha mãe saiu com Scott. Chegou quase 11 da noite, com o sorriso mais bobo que eu já vi. Ela cantava umas musicas antigas, algo como Whitney Houston ou parecido. Isso é realmente estranho. [...] — Tia... posso segurar agora? — Não, Hayley. — Ahn... E agora? — Não, Hayley. — Por favor? — Não. Você é muito pequena. — Mas mãe — Josh interveio —, você pode ajudar! Eu já segurei uma vez com você me ajudando. — É, tia! Por favor! Ele é tão lindo... — Certo, Hayley. Sente. Sorri. Pisquei para Josh que piscou também. Sentei no sofá e minha tia colocou Zac no meu colo. Ele é um bebezinho muito lindo! Estava com os olhos grandes e castanhos abertos. Quando eu passei minha mão na dele ele sorriu pra mim. Sorri também. Então ele abriu a boca e vomitou. — AAh! Que nojo, Zachary! — gritei. Minha mãe estava rindo. — Não tem graça! Ele vomitou em mim, ah! Tira ele daqui. — Minha tia pegou Zachary e levou para o banheiro para trocar de roupa. Eu estava fedendo. — Credo, Josh! Acho que seu irmão não gostou de mim. — Ele faz isso sem querer, mas ele sorriu... acho que gostou sim. — Eca. Minha mãe me pegou no colo e me levou para o banheiro. Essa foi a primeira vez que segurei um bebê... e vai ser a ultima. Acordei. Mais um sonho de minha bela infância. O vômito de Zac, urgh... Não é uma das minhas melhores recordações. Falando nisso, hoje é aniversário dele. Daqui a pouco Josh está me ligando pra colocarmos em prática o nosso plan... O celular toca. — Que lindo dia, não? — Alguém acordou feliz. — Hm... Você tem que fazer aquela coisa, minha fofa. — Eu sei, meu amor. — Então anda logo, minha linda. — Já vou, meu bem. — Então venha rápido, minha deusa. — Certo, vamos parar de ironia. Chego aí daqui a uns vinte minutos. Desliguei. 40 minutos depois... Certo, eu sei que disse que chegaria lá daqui a uns vinte minutos. Mas eu não disse quantos vinte minutos demorariam, sacou? Poderia ser um, dois, três...


Estava saindo correndo de casa quando Josh me liga de novo. Ele começou a brigar e discutir, dizer que eu já deveria estar lá, blábláblá. O plano era o seguinte: Todo mundo ia fingir que não lembrava do aniversário do Zac. Eu iria lá, ficaria um pouco e chamaria Zac para ver Velozes e Furiosos 4 no cinema, já que ninguém gosta, além dele (e eu). Eu enrolaria o máximo possível e quando voltarmos vai estar tudo pronto. Até Emily ia fingir que esqueceu. Pobre Zachary. Cheguei na casa do Josh. Ele me deu um selinho e uma bronca sussurrada. Eu, ele e Zac ensaiamos um pouco na garagem. Zac estava estranho. Ele não queria falar que era aniversário dele. Cantamos um monte, até a mãe de Josh nos chamarem para almoçar. Comemos e depois fomos jogar videogame. Tentava ganhar de Zac no Guitar Hero, mas, entenda, é impossível. Então pedi para jogarmos Need For Speed. Sei que com carros sou melhorzinha. Mas eu perdi. — Vocês viram que saiu Velozes e Furiosos 4? — eu disse com os olhos grudados na TV. — Vi... — Dude, eu vi. Estou doido pra ver esse filme. — Zac. — Josh, vamos comigo? Minha mãe me deu um dinheiro... acho que vou ver. — Ahn, desculpa Hayles. Não gosto muito. — Ahn. — fingi uma cara de triste. A corrida acabou com Zac vencedor. — Year! Ganhei de novo. — Pois é né. — Hayles, posso ir com você? Ver o filme? — Sim, você pode. Já que ALGUEM é muito CHATO para fazer isso. — disse e Josh riu. — Vamos? — Uhum, só vou me arrumar e já desço. Zac subiu correndo e Josh me olhou sorrindo. Passamos da Fase 1. Agora vou com Zac a Nashville (o cinema de Franklin foi desativado tem séculos) e isso vai dar mais tempo para as pessoas chegarem e arrumarem tudo. Em poucos minutos Zac desceu. — Josh, me empresta seu carro? — eu disse. — Hm... você já pode dirigir? — Lógico que sim. — rolei os olhos. — Tá certo. Me deu as chaves e eu segui com Zac. Ele colocou sua playlist pra tocar no som do carro. Fomos cantando e gritando. Meia hora depois chegamos ao centro da cidade de Nashville. Fui rodando a cidade até acharmos um shopping. Eu e Zac entramos. Passamos por uma loja de brinquedos e eu vi um lindo boneco do Bob Esponja. Não resisti. Entrei na loja puxando Zac pelo braço. — Quanto é? — perguntei a vendedora. — 15 dólares. — respondeu simpaticamente. Peguei o bonequinho que sorria simpaticamente para mim. — É a sua cara. — Zac. Dei um soquinho no seu ombro. — Vou comprar um para nós dois. Comprei e pedi para a mulher empacotar o do Zac em papel de presente. Entreguei pra ele. — Isso é pra você não se esquecer de mim. — Valeu cunhadinha. — ele disse rindo. — Brigado pelo presente de aniversário. — Aniversário? — É... ninguém lembrou, eu sei. Mas pelo menos eu ganhei um presente. — OH MEU DEUS, ZAC! — eu o abracei — Desculpa cara, eu não sabia! — Tudo bem... — Então... vamos? Quero ver o Vin. — Vamos.

[...]

Saímos do cinema. Eu estava com um copo de milk-shake e Zac com metade de um chocolate. — Ah, cara! Que filme massa! — Pois é. Que manobras!


— Né. Valeu Hayles, por ter feito o meu aniversário divertido. — Que isso. Voltamos para o carro e seguimos rumo a Franklin. Estava escurecendo. Quando chegamos já estava escuro. Eram oito da noite. A casa estava sem luzes acesas. Zac estranhou. — Agora que você já tem 16 anos, quer colocar o carro pra dentro? Os olhos dele brilharam. — Mas é claro que sim! Abri o portão e entrei novamente no carro. — Ok. Engate a primeira marcha e aperte a embreagem, então... — Hayles, eu sei. Pode deixar. — Ahn, ok. Ele pegou o carro e manobrou certinho, enfiando-o dentro da garagem. — Nossa! Parabéns. — Valeu. — Fecha lá o portão. — Ok. Peguei os Bob‘s e fechei o carro. Zac já estava voltando. — Por que as luzes estão apagadas? — Vai ver acabou a energia na rua. Fomos conversando e caminhando. — Mas os postes estão acesos! — Problemas no relógio de força, ué. Acontece. Ele abriu a porta e acendeu a luz. E todos gritaram. Emily foi até ele e o beijou. Ele olhou para mim e sorriu. Corri para o canto esquerdo da sala onde a bateria (Taylor estava sentado nela) o baixo de Jeremy e Josh com a guitarra estavam. Peguei o microfone e começamos a tocar o ―Happy Birthday To You‖ em rock. Ao final todos gritaram e Zac apagou as velinhas. Deu tudo certo. Bolos foram distribuídos, Zac cumprimentou os parentes deles os amigos da escola dele. Depois nós 7 (Eu, Josh, Zac, Taylor, Jeremy, Sarah e Emily) ficamos conversando no canto da sala. — Caraca, Hayles, então foi tudo combinado? — Foi, seu bobão. Exceto a parte do Bob Esponja. O meu presente tá guardado no armário do Josh. Josh correu e pegou. — Caramba! — Baquetas profissionais. Foram caras. Tenha cuidado. — Valeu, Hayley! Sorri. Josh olhou para Zac, que olhou para Jeremy, que olhou para Taylor. E os quatro se levantaram. Certo, eu perdi alguma coisa. Sarah agarrou meu braço e me arrastou para a cozinha, dizendo que queria mais refri. Hum... eles querem conversar. Peguei refri com a Sarah até que eu escuto a voz do Zac. Ele estava falando no microfone. — Todas as pessoas presentes, venham para a sala. Meu brotherzinho quer falar, ou melhor, fazer uma coisa muito importante. Sarah sorriu e agarrou meu braço me puxando. Tenho que me lembrar de dizer para ela o quanto eu odeio isso. Cheguei à sala com Sarah. Os meninos estavam todos posicionados em seus instrumentos. (Agora escutem o vídeo.) Zac foi para a bateria e Josh tomou o microfone. — Decidi que hoje vou fazer uma coisa que eu já devia ter feito há muito tempo atrás. Mas antes... eu compus antes de ontem uma pequena musica pra uma pessoa que amo muito. Então, Eu Tenho uma Revelação a fazer... Zac começou a fazer um solo na bateria, enquanto Josh e Taylor começavam a tocar. Jeremy entrou logo em seguida. Josh Farro – I had a revelation Quem sabe o que um pouco... Um pouco de amor pode mudar? Eu sei que um pouco... Um pouco de amor mudará você.


Encontre-me no meio... No meio nós podemos estar novamente. Se nós nos encontrarmos no meio... Você sabe que me amará até o fim.

Todos aplaudiram. Não pode ser... — Obrigado, obrigado. — ele agradeceu aos aplausos — Como eu ia dizendo, eu compus essa musica para alguém que eu amo muito. Esse alguém me ensinou que sim, um pouco de amor pode mudar uma pessoa. O estranho amor que ela me deu me mudou. E eu quero que isso dure para sempre. — Ele parou de falar no microfone e colocou a guitarra para trás. Tirou do bolso uma pequena caixinha e foi andando até mim. As pessoas abriram espaço. — Outro dia você disse que achava que me amava. Bem, eu descobri que tenho a certeza, de que de um jeito muito mais do que estranho eu amo você mais do que tudo. — ele abriu a caixinha, onde haviam dois colares de prata com pingentes com meio coração — Hayley, namora comigo? Senti uma grande felicidade me invadir. Parecia que eu ia explodir. As lágrimas de felicidade caiam pelo meu rosto. Eu não conseguia falar... Josh estava com aquele sorriso. Um sorriso esperançoso e cheio de vida. Foi aí que eu percebi que ele tinha que ser meu. Agora. — Sim. — respondi num fio de voz e todos gritaram. Ele pegou a correntinha. Juntando os dois pingentes se formava um coração. Ele separou e colocou em meu pescoço. Na minha metade de coração estava gravado um J. Ele me pegou pela cintura e me beijou. Eu nunca me senti tão feliz como agora. Bem... eu acho que Sarah estava certa.


Capítulo 31 – I’ve never been happier Pov. Hayley

―Sabe quando tudo finalmente parece estar dando certo? Voltar para Franklin foi simplesmente a melhor coisa que já me aconteceu. Fiz amigos. Vi minhas irmãs. Reencontrei Josh... É incrível o modo que o destino gosta de pregar peças na nossa vida. Sim, o destino. Consigo finalmente acreditar nele. Então, me fazer voltar a Franklin, rever Josh como mauricinho, odiá-lo e depois amá-lo... Digo, quando eu era uma criança, esse provavelmente seria o meu primeiro e único desejo. Mas... se eu não tivesse ido embora, será que tudo estaria bem assim? Será que eu e Josh ainda nos falaríamos? Será que eu conheceria Jeremy, Sarah, Taylor, Dakotah? Será que eu estaria feliz, como agora? Quer saber? Provavelmente não. Com a vida você aprende que muitas das coisas ruins acontecem para bens. É... parece ditado de avó, né?! ―Há males que vem para bem‖. Mas é a mais pura verdade. Acontece que se eu não tivesse ido para L.A., eu não teria minhas irmãs, não teria meus amigos, não teria meu piano, e muito provavelmente, não teria Josh. E hoje, eu termino meu dia feliz. Finalmente, verdadeiramente feliz. Obrigada, vida, por me pregar peças. Obrigada, destino, por colocar pessoas tão legais na minha vida. Apenas, obrigada. Hayley.‖ Fechei o caderninho. Sim, eu voltei a escrever nele. Depois de 4 anos eu voltei a escrever meus sentimentos. Um costume que tinha desde que aprendi a escrever e parei por não acreditar no amor. Bem... eu estou a caminho de acreditar. Abaixei o olhar e vi o pingente pousado sobre meu pescoço. Isso deve ter custado um horror. O peguei e beijei em cima da letra ―J‖ que estava gravada em cima. Ouvi batidas na porta. Gritei um ―entra‖ — Tudo bem filha? — minha mãe disse entrando e se sentando na cama. Sorri. — Sim, tudo bem. — Como foi o aniversário do Zac? Deu tudo certo? — Deu sim, ele não desconfiou. Eu levei ele até o shopping, vimos o filme, voltamos, então a Paramore cantou parabéns... e o Josh me pediu em namoro. — Sério? Puxei a correntinha e ela levou uma mão à boca. — Ele compôs uma música pra mim, mãe. E depois disse um monte de coisas lindas, no meio de todo mundo, e me pediu em namoro. Devo ter ficado com uma cara de boba impagável. — Ahn, filha, que bom! — ela me abraçou — Vocês sempre foram muito apegados, desde pequenos. Serão felizes para sempre! Gargalhei. — Minha vida não é um conto de fadas, mãe. Nunca foi. — Acredito no amor de vocês. Hayley, vocês se casaram quando eram pequenos. E eu sei que você ainda guarda aquela coisinha de papel que vocês disseram ser alianças. Comecei a rir. — Lembro de quando a gente foi oficializar o namoro. A gente se beijou e depois gritou ―Eca!‖ e gargalhou. Acho que eu só fui feliz como naquela época... hoje. — Você não me contou dessa história de beijo! — Josh não teve coragem. — rimos. — Bem... eu vou sair, Hayley. — Volta hoje? — Acho que sim. Meu sorriso foi suavizado, lógico. Essa história de minha mãe sair com Scott à noite ainda não me deixava feliz. Ela me deu um beijo na testa e foi saindo. Bateu a porta. Logo depois a maçaneta foi rodada e a porta abriu. Minha mãe colocou a cabeça pra dentro do quarto e disse: — Filha? — Que foi? — Usa camisinha, tá? — Mãe!?!?


Ela riu. — Beijo, tchau. Ok... isso foi estranho. Minha mãe, falando assim... Mãe + Namoro = Mãe estranha. Mãe estranha + Filha de cabelos coloridos = Confusão Estranha. Puxei meu Bob e me aconcheguei entre as cobertas. ―— Outro dia você disse que achava que me amava. Bem, eu descobri que tenho a certeza, de que de um jeito muito mais do que estranho eu amo você mais do que tudo. Hayley, namora comigo?‖ Sorri ao lembrar. E com a mais perfeita das imagens, eu adormeci. [...] Acordei com o celular vibrando. SMS. ―E aí, menina comprometida :9 Belle me disse que queria fazer algo diferente hoje... pensei em você chamar suas irmãs e nós 5 irmos tomar um sorvete, ou coisa assim... Topas? Beijo ;* E antes que eu me esqueça, Leve dinheiro. Mentira, essa não é a ultima frase. Haha, te enganei, né? Antes que eu me esqueça, Eu te amo. ♥ Enviado dia 05/06, 09:48 a.m. por Josh, o Gato‖ Sorri. Esse idiota tem o dom de me fazer sorrir desse jeito. Josh, o Gato? Quem...? O bobão deve ter pegado meu celular quando eu não estava olhando ontem. Oh, meu Deus. ―Oi, menino comprometido :3 Já vou falar com as meninas, elas com certeza topam. Então, tudo bem. Passo aí daqui a pouco. Beijo ;* E antes que eu me esqueça... Você vai pagar meu sorvete :D Não, essa não é a ultima frase. Antes que eu me esqueça... Te amo, Josh, o Bobo. ♥‖ Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, me vesti e me maquiei. Desci as escadas e minha mãe estava fazendo algo no fogão. — Onde vai? — Sair com Erica, Mckayla, Isabelle e Josh. Vamos tomar um sorvete ou algo assim. As meninas gostam. — Hum... Ia pegar o cereal quando minha mãe o tira da minha mão. — Vai comer essa porcaria quando eu estou fazendo Waffles? — Waffles? — É. Oh meu Deus. Todos se escondam! Minha mãe é tão boa na cozinha quanto... quanto... quanto eu. Ela colocou um no meu prato e colocou o melado ao lado. Engoli seco e provei. E por mais incrível que pareça... estava ótimo. — Onde aprendeu a...? — ...fazer Waffles? Scott me ensinou. — Meu Deus! Esse cara além de psicólogo é cozinheiro? — Ele sabe muita coisa. — Duvido que Josh saiba fritar um ovo. Ela riu.


— Ontem nós cozinhamos juntos. — minha mãe disse. — Que coisa estranha. — Não é estranho... é romântico. — Não mesmo. — Arregalei os olhos. Fala sério, né. Terminei e limpei a boca com um guardanapo. — Vou mesmo agora. Fui até a minha mãe e a beijei na bochecha. Peguei minha chave, meu dinheiro e saí. Em frente a casa de Sarah, ela e Jeremy se agarravam. Quando eles se separaram me viram passando e me chamaram. — Mas olha se não é a mais nova garota comprometida de Franklin! — disse Jeremy. — Olha se não é o casal que acha bonito se agarrar na rua. — rolei os olhos — Vocês nunca ouviram o ditado? — Que ditado? — ―Nunca namore no portão. O amor pode ser cego, mas o seu vizinho não‖. Rimos. — Eu nunca vi isso. — É a mais pura verdade. — Vai pra onde? — Jeremy. — Casa do meu pai. — Ahn... seu pai... sei. — Sarah. — Cala a boca! — eu disse. Me despedi deles e eles entraram para dentro da casa de Sarah. Segui andando. Quase chegando na casa do meu pai, eu a avisto. Sim, a vaca. Ela estava com um olho roxo e vários machucados pequenos pelo rosto. Havia um curativo em cima da sobrancelha. Fingi que não a vi. Ela me olhava com raiva. Quando eu estava virando a rua, ela grita: — Williams! Eu vou me vingar! Frouxa. Não teve coragem de dizer isso na minha cara quando eu estava perto. Medrosa. Levantei o dedo do meio e o mostrei pra ela. Que se dane. Cheguei na casa do meu pai e Mckayla me recebeu como sempre. Fiquei lá até a hora do almoço (por insistência de Jessica) e deixei as meninas se arrumando enquanto eu iria à casa de Josh. Não demoraria muito e Mckayla faria 5 anos. Mais uma festinha, oba! Cheguei até a casa dele e toquei a campainha. Belle atendeu. — Hayles! Você demorou. Já são quase uma da tarde! — Meu pai me fez ficar lá na casa deles. — Hmm... Entra, Josh tá se arrumando no quarto. — Ok. Entrei e a pequena (que não era tão pequena assim. Tinha 9 anos e era pouco mais baixa do que eu) me conduziu até o quarto de Josh. Ela foi até o seu próprio quarto e eu bati na porta de Josh. Ele gritou um ―tá aberta‖ e eu empurrei. Ele estava com uma calça jeans meio folgada, que mostrava boa parte de sua cueca. A camisa verde xadrez estava na cama. Ele estava passando um perfume. Seu cabelo estava molhado e despenteado. Josh estava perfeito. — Oi? — Ele disse me olhando confuso. — Oi. — Sorri. Fui até ele e o abracei, o beijando profundamente. Deus, como ele é forte! Muito mais sem a camisa, digo... os braços dele são enormes! E as costas, então... Ele passou a mão pela minha cintura e me apertou contra ele. Não havia muita distancia entre nós. Nossas línguas se entrelaçavam perfeitamente. Por falta de ar, nossas bocas se separaram, mas nossas testas continuavam coladas, enquanto ele continuava a apertar meu corpo contra o dele. — Eu te amo, minha namorada. Minha Hayley. Sorri. — Eu também te amo, meu namorado. Meu Josh. Nos beijamos novamente. Eu sentia o calor do seu corpo sendo transferido para o meu. Até que um roçar de garganta e umas batidinhas na porta nos forçam a nos separar. Belle estava recostada na porta, batendo o pé. — Vamos sair ou vocês vão ficar de agarração a vida toda? Pelo amor de Deus, eu juro que vou me arrepender de ter juntado vocês dois! Eu olhei para Josh. Ele assentiu com a cabeça. Nós olhamos para Belle que estava irritada na porta, e resmungando. — Ô Josh... — Que foi? — Acho que ela quer um beijo. Ele fez que sim e sorriu. Belle nos olhou com horror e tentou fugir. Nós a alcançamos e a beijamos na bochecha (cada um de um lado). Ela se soltou e saiu limpando as bochechas. Eu e Josh gargalhamos. Josh terminou de se vestir e nós saímos em direção a casa do meu pai. Chegando lá, Josh pegou Mckayla no colo e nós fomos caminhando. Na sorveteria, cada um pegou o sorvete que queria.


Depois de muito sorvete, brincadeiras e bagunça, nós decidimos ir até o parque. Erica e Isabelle foram brincar no escorregador enquanto Mckayla se divertia no balanço. Eu e Josh nos sentamos na sombra de uma árvore. Eu estava recostada nele. E sinceramente? Eu poderia viver assim. Estávamos no total silencio. Apenas escutando a respiração um do outro e as vozes das crianças que brincavam ao fundo. Uma mão dele estava entrelaçada a minha e a outra mexia no meu cabelo. — Sabe Hayley — ele começou —, acho que eu nunca me senti tão feliz assim. Agora, com minha irmã brincando com as amigas, e você comigo. Eu sorri. — Sente. — ele pegou minha mão que estava entrelaçada à dele e colocou no peito esquerdo — Esse coração está batendo, ele está batendo por você. Hayley, o meu coração é seu. Me virei e o beijei. Estava me segurando para não deixar as lágrimas rolarem. Ele tem esse dom de me fazer chorar. De felicidade. — This heart, it beats, beats for only you. My heart is yours... — ele começou a cantarolar. — Isso é lindo. — Dá uma música, né? — Uma ótima música. — eu ri o beijei novamente. Ficamos assim por um bom tempo, até voltarmos a mesma posição. Perto das cinco horas nós fomos pegar as meninas que brincavam sem parar. As levamos para casa. Fui até a casa de Josh com ele e Belle. Belle entrou e Josh disse que me acompanharia até a minha casa. Vocês por acaso notaram que passamos o dia inteiro sem discutir nenhuma vez? Eu notei. — A gente não brigou hoje. — Comentei. — Pois é... — Vamos brigar? — Como é? — É mais legal ficar com você quando a gente discute. — Você é louca. — Talvez. — Eu disse e parei na frente dele. — Só um pouco por você. Ele riu e nós nos beijamos novamente. Na rua. É doideira, eu sei. Seguimos de mãos dadas até a minha casa. Entrei e ele foi embora. Em casa, eu tomei banho e dormi cedo. Primeiro, por que eu estava cansada. Segundo, por que amanhã acaba minha mordomia. Tenho que ir para a escola.

[...]

Acordei com o celular gritando. Cocei os olhos e fui até o banheiro. Fiz minha higiene, coloquei a lendária blusinha com jeans e all star, passei um lápis, peguei minha mochila e fui tomar café. — Não tem Waffles hoje? — Perguntei a minha mãe. Ela riu. — Hoje não. Comi o cereal, escovei os dentes e saí. Josh estava do lado de fora, com o celular tocando uma música no altofalante. Ele sorriu ao me ver. — Oi. — eu disse depois de beijá-lo. — Stop and Stare? Hm. Legal, eu gosto. Não sabia que Josh gostava de OneRepublic. — Eu gosto bastante de OneRepublic... — Hum... Fomos caminhando até o colégio. Caminhando e conversando sobre música. Descobri que Josh gostava de OneRepublic, Jimmy Eat World (que eu adoro), Green Day... só banda boa. Encontramos a galera na entrada da escola. O sinal tocou e nós entramos. Josh entrou na primeira sala (aula de matemática) e eu fui em direção a aula de História, até que vejo uma cena um tanto estranha: Jenna conversando com Jason Bynum. Pobre garoto. Já foi para o lado negro da força. Entrei na sala sem falar com nenhum deles. O tom de Jason era bem preocupado, como se estivesse dando uma bronca. Não liguei e sentei. Ele se sentou ao meu lado logo após. — Oi. Tudo bom? — Ele perguntou. — Sim, tudo ótimo. — Você fez falta... sabe, o tempo que ficou suspensa. Tava quase indo pra sua casa te ver...


— Ahn... Jason, eu e Josh estamos namorando e ele sente um baita ciúme de você... tudo bem você ser meu amigo, mas tenta não fazer esse tipo de coisa... me deixa desconfortável. Eu sei que não seria legal falar assim com o menino. Mas é melhor prevenir do que remediar, certo? — Tá tão na cara assim? — O quê? — Que eu gosto de você. — É... muita gente já percebeu. — Eu não vou desistir. — Eu sinto muito, mas estou namorando agora. — Tudo bem... acredita, eu gosto muito de você, a ponto de aceitar que você namore outro. Me despreze. Eu só... não quero perder o contato com você. Seja minha amiga, eu te juro, que nunca vou fazer nada que você não queira. — Podemos ser amigos, é claro. — Eu sorri e apertamos as mãos. — Jason? — Sim. — Posso te dar um conselho de amiga? — Pode, claro. — Não se mete com a Jenna... ela não presta. Ela é falsa, mau caráter, acredita... — Eu sei o que ela é. Só estava falando com ela sobre... o... ér... o trabalho de Inglês. — Ahn. Mas sério, não vá para o lado negro da força. Ele riu. — Prefiro o lado vermelho da força. — ele disse e brincou com o meu cabelo.


Capítulo 32 – This heart it beats for only you

―I am finding out that maybe I was wrong… That I've fallen down and I can't do this alone. Stay with me, this is what I need, please? Sing us a song and we'll sing it back to you. We could sing our own but what would it be without you? I am nothing now and it's been so long. Since I've heard the sound, the sound of my only hope. This time I will be listening… Sing us a song and we'll sing it back to you. We could sing our own but what would it be without you? This heart, it beats, beats for only you This heart, it beats, beats for only you...Oooh! This heart, it beats, beats for only you, my heart is yours This heart, it beats, beats for only you, my heart is yours (My heart, it beats for you) This heart, it beats, beats for only you, my heart is yours (It beats, beats for only you. My heart is yours) This heart, it beats, beats for only you, my heart... (Please don't go now, please don't fade away) My heart is yours (Please don't go now, please don't fade away) My heart is yours (Please don't go now, please don't fade away) My heart is yours (Please don't go now, please don't fade away) My heart is...‖

Hayley riu no microfone. — Ficou ótimo! — Ela disse. Ela, Josh, Zac e Taylor estavam na garagem de Zac tocando My Heart, a nova musica de Hayley e Josh. Eles a terminaram dois dias depois que Josh cantou para Hayley o ultimo verso da música. Já era a quarta música da Paramore. Sendo a primeira We Are Broken, That‘s What You Get, Misery Business e agora, My Heart. — Ficaria melhor se tivéssemos um baixista... — Zac disse enquanto batucava. — Pena que Jeremy não tem tempo... — Taylor. — Gente, eu conheço um baixista. — Hayley. — Conhece? — Sim, outro dia eu estava conversando com aquele aluno novo, o Bynum, e ele me disse que tocava baixo numa igreja em Los Angeles. Josh fechou a cara. — Não acho uma boa idéia chamarmos o Senhor-Eu-Sou-Gato para a Paramore, sério. — Ih... alguém tá com ciúme. — Taylor disse. — Vai à merda. Hayley sorriu e foi até o guitarrista. Segurou sua nuca e lhe beijou. — Não precisa ter ciúme. Eu sou sua, ok? — Sussurrou. Ele sorriu. — A verdade, Josh, é que precisamos de uma linha pro baixo. — Zac — Eu tava pensando em inscrever a Paramore pro festival de Franklin em outubro... — Outubro? Até lá a gente arruma alguém. — Josh, essa cidade é minúscula. A não ser que você ensine alguém a tocar, acho muito difícil. — Vamos fazer assim... a gente chama o cara pra um teste. Se ele não mandar bem, a gente descarta, ok? — Taylor sugeriu. Josh ainda não concordava totalmente. — Tá certo. Mas ele vai ter que ser muito bom pra entrar, senão eu não aprovo. — Tem o telefone dele, Hayles? — Zac. — Hm, acho que tenho... Ela pegou o celular e procurou o número do garoto na agenda, até achar. Ligou para ele. — Tá chamando, peraí. — Alô? — Oi Jason... hm, é a Hayley. Tudo bem? — Oi Hay! Tudo ótimo e você? — Tô bem... hm... lembra daquele dia que você disse que tem um baixo e gostaria de entrar em uma banda?


— Lembro sim. — Então... a Paramore tá precisando de alguém pra fazer a linha de baixo... Os meninos decidiram fazer um teste com você... topa? — Claro! Quando é o teste? — Poderia ser agora? — Ok, ok. Onde? — Na casa do Josh, pega a caneta que eu te dou o endereço. Ele anotou o endereço. — Certo, vou pegar meu baixo e já vou. — Ok. Até mais. — Até. — Isso ainda não está certo pra mim... — Josh, ele é um cara legal. Você tem que deixar de ciúme. — Você quase matou uma ex namorada minha por ciúmes, Hayley! Porque você pode ter ciúmes e eu não? — Ih... começou. — Zac disse, se referindo a discussão. — Eu não bati nela por ciúme. Eu bati nela por ela inventar mentiras. Bati nela porque desde o primeiro dia que eu a vi ela procura briga, eu só dei a ela o que ela mereceu! — O cara te chama pra jantar, te enche de elogio e você ainda defende ele! — JOSH, QUE DROGA! Eu não gosto dele! Eu não vou deixar você pra ficar com ele, deixa de idiotices! A gente não pode afetar a banda por causa de nós dois. Nós precisamos de um baixista, droga, e se ele for bom vai ser o nosso baixista. Pronto. Deixa de ciúme. — ela se aproximou mais de Josh, passando uma mão pelo seu rosto vermelho — Eu amo você, ok? E eu já deixei isso muito claro pra ele. — Eu te amo também. Demais pra te perder pra ele. — Você só vai me perder se você não quiser mais. — Awn, que lindo. Já discutiram, já fizeram as pazes. Agora, que tal tocarmos? — Zac. Hayley deu um ultimo beijo em Josh e voltou para o microfone. 15 minutos depois a campainha toca. Jason entra na garagem com um volume nas costas. — Oi, e aí. — Ele disse cumprimentando todo mundo. — Oi Jason. — Hayley começa — Hm, na guitarra está Josh, você já conhece. No apoio o Taylor, e na bateria o Zac. Jason vai até cada um e aperta as mãos. — Então... você sabe tocar, cara? — Taylor. — É... sei sim... Eu toco desde muito pequeno. Meu pai era baixista, então foi meio que pela tradição familiar. — Liga o instrumento aí, vamos tentar. Faz um solo aí pra gente ver. — Certo... — Jason disse ocupado, enquanto ligava os fios na caixa de som. — Me acompanha, Zac. Então ele começou a fazer o solo de Around The World – Red Hot Chilli Peppers. Todos arregalaram os olhos. Zac começou a bater nos tambores, acompanhando o baixista. Ele tocou apenas a introdução da música e, depois que terminou, os outros nada puderam fazer a mais do que aplaudir. — Uau. — Josh — Ér... muito bom. — Cara, isso foi incrível! — Taylor. — Muito louco. Você é doido, cara! — Valeu. — Agradeceu Jason. — Então, galera — Taylor —, acho que ele tá dentro né. Zac fez que sim com a cabeça, Taylor e Hayley olharam para Josh. — É. Eu acho que sim. — Josh disse. — Bem vindo a Paramore. — Hayley disse. — Vamos te mostrar nossas músicas e ver se você consegue fazer uma linha legal. Nisso, a Paramore se fez sua formação completa. Os cinco combinaram de ensaiar 4 vezes por semana na garagem de Josh e Zac. Quando Jason estava indo embora, Josh pediu pra ele esperar. — O que foi? — Disse Jason. — Não quero briga com você, cara. Mas a Hayley é minha namorada, ok? Se eu descobrir, não, se eu pelo menos imaginar que você está dando em cima dela, ou coisa assim, você está fora da banda e totalmente acabado, ok? — Josh... Ela já me deixou claro que é sua namorada e não quer nada comigo. Cara, eu não vou dar em cima dela, nem nada. Eu não vou fazer nada do que ela não queira. Gosto dela o suficiente pra deixá-la namorar outro cara. Quanto à banda, eu estou feliz por entrar, porque desde que eu cheguei aqui eu não toco em grupo. E vocês são bons. Você é um ótimo guitarrista, e eu admiro você. Não só por ter a garota mais legal que eu já conheci, mas pelo teu caráter, coragem e talento. Não quero brigar, mas que sejamos no mínimo colegas. A Hayley é incrível, mas ela quer você, cara. E eu aceito isso. Agora eu preciso ir. Josh assentiu. Eles tocaram as mãos. — Você tem razão. Ela é a garota mais incrível que eu já conheci. Jason fez que sim com a cabeça.


— Faça ela feliz. Só isso que te peço. E ele se foi. Josh sentiu a estranha sensação de admiração pelo seu rival. Se ele não quisesse a sua garota, eles poderiam até ser amigos! Ok. Não.

*****

As semanas foram se passando. Zac inscreveu a Paramore no 2º Festival de Musica de Franklin. Seria a primeira vez que uma banda de rock se inscreveria. Ia ser um contraste muito grande, porque todos os artistas locais eram country ou sertanejos. Jason passou a ensaiar com a Paramore. Todos gostaram dele. Aquela impressão de marrento era só impressão mesmo. Todos gostaram dele, com a exceção de Josh, que o tratava como colega de banda. Unicamente isso. Por estarem no final do semestre, os ensaios da banda foram reduzidos. Eles precisavam estudar para as provas. Todos estavam nervosos. Como a recuperação é semestral, quem ficasse, estudaria nas férias. E ninguém queria isso. Todos queriam esse mês, esse tão esperado mês. E por isso estavam trabalhando para passar. Quase sempre Josh e Hayley estudavam juntos. — Nate chega hoje. — Disse Josh, com alguns livros nas pernas. Eles estavam sentados no tapete da sala da casa de Hayley estudando. — Sério? Saudade dele. — Ele vai ficar o mês inteiro. — Que ótimo. — Sabe, a gente tá estudando demais... já tem um tempão que a gente não sai... — A gente vai ter tempo de sobra nas férias. — Quer sair comigo hoje? Ela levantou o olhar e encarou aqueles olhos castanhos, lindos e esperançosos. Sorriu e o beijou. — Lógico que sim. Eles continuaram se beijando. — Onde vamos? — Perguntou Hayley quando finalmente se separaram. — Deixa eu fazer uma surpresa. — Não gosto de surpresas. — Não ligo. Eu vou fazer uma surpresa. — Josh disse sorrindo. — Vou pra casa agora, as oito eu venho te buscar, ok? — Ok. O que devo vestir? — Qualquer roupa te deixa linda. — Mentiroso. — Nunca. — Ele disse malicioso a olhando e a beijou, passando a mão por baixo de sua blusa, nas costas, perto do fecho do sutiã. Ela se afastou. — Você disse que ia embora. Ele sorriu e assentiu. Hayley o levou até a porta. Se beijaram e Josh se foi.

[...]

Josh chegou à casa de Hayley às 8 horas. Tocou a campainha e a mãe de Hayley atendeu a porta, por (é claro que vocês imaginavam isso) ela estar se arrumando. Típico, eles iriam se atrasar novamente. Josh entrou no quarto, Hayley estava se arrumando. — Oi. — Eu não te falei pra estar pronta às 8? — Não. Você me falou que viria me buscar as oito, não que eu deveria estar pronta quando você chegasse. — Espertinha. — Não vou demorar, calma. — Uhum, tá.


Ele se senta na cama e o celular de Hayley vibra. — Quem é? — É uma mensagem. — Ele diz pegando o aparelho e abrindo o SMS. ―Como vai a ruivinha mais chata do mundo? Saudade de mim, é, eu sei que sim. Hayley, tô mandando esse SMS pra dizer que eu, o Spencer, o Ryan e o Jon vamos passas as férias na roça, aí com você! Não é ótimo? Haha. Desculpa, eu sei que você não gosta que falemos mal do fim de mundo onde você se enfiou, digo, de Franklin. Prepare os bolinhos de boas vindas, que a Panic! At The Disco tá chegando. Do teu maninho, Brendon ♥‖ — Quem é Brendon? — Quem? — Brendon, Spencer, Ryan, Jon... quem são? — São os melhores músicos que eu já vi. O Brendon me ensinou a tocar piano e... Ei, como você sabe deles? — A mensagem, Hayley. — Mensagem? Josh balançou o celular e Hayley o pegou de sua mão. — Ah, Meu Deus! Aquele safado, roça é a casa dele! Caramba, Josh, os caras tão vindo pra cá! — Ela disse super empolgada. — E quem são esses caras super maneiroooos? — Ele disse fingindo uma empolgação. Na verdade, ele estava morto de ciúmes. — Pára, tá; Eles foram as pessoas mais legais que eu já conheci. Eles me ajudaram na escola, quando umas meninas começaram a me zoar. Eu bati nessas meninas e eles viraram meus amigos. — Só amigos? — Josh! — Como você andava com quatro cuecas e não ficava com nenhum? — Eu namorava, seu bobão. E eles são como irmãos pra mim. — Namorava com quem? — Chad. Na verdade, ele era amigão do Brendon, mas a amizade deles acabou... — Por quê? — Chad saiu com a namorada dele. — Ele tava namorando você nessa época? — Estava. — O que é Panic! At the Disco? — A banda deles. O Brendon é tipo, gênio da música. Ele toca uns 6 instrumentos e tem uma voz incrível. E acredita, a Panic! Ainda vai fazer muito sucesso um dia. — Ahn, tá. — Ele vira a cara e vai até a porta, e ela o segura pelo braço. — Ei, seu bobo. Quantas vezes eu tenho que te dizer que eu sou sua, hein? Eu amo é você, deixa de ciúme. — Não estou com ciúmes. — Ahn, tá. — Eles sorriram e se beijaram. — Vai, termina aí que senão a gente nunca sai daqui. Era quase 8h40 quando eles entraram no carro. — Pra onde vai me levar? — Vamos nos divertir. — Ele disse sorrindo. — Porque não me conta? — Porque eu não quero. — Você é muito chato. — Bem que você gosta disso. Ele dirigiu bastante, e saiu de Franklin. — Fica fora da cidade? — Ei, eu já não te falei pra ficar calma? — Aonde fica, pelo menos? — Brentwood. Um tempo depois Hayley ligou o rádio. Estava no meio da musica Ironic, da Alanis Morissette, e Hayley foi cantando junto. O Sr. Precavido estava com medo de voar Ele arrumou sua mala e deu um beijo de adeus em seus filhos


Ele esperou a vida toda para pegar aquele vôo E enquanto o avião caía, ele pensou "Bem, isso não é bom..." Isso é irônico... você não acha?

— Que horror. — Josh comentou. Hayley riu. — Amo essa musica. — Não gosto de aviões. — Tem medo de aviões? — Acho que sim. — Que bom que você não é o Mr. Play It Safe. — Chegamos. — Disse Josh, estacionando o carro perto de uma barraquinha de algodão doce. Hayley olhou a sua volta e sorriu. — Um parque de diversões? — Eu falei sério quando disse que nós iríamos nos divertir. — Eles riram e saíram do carro. Josh comprou um algodão doce para os dois. — Olha, que fofo! — Hayley disse se referindo ao ursinho da barraca de ―tiro ao alvo‖. — Você quer? — Quero. — Vou ganhar pra você. — Ele diz convicto e a arrasta para a barraca. — O que preciso acertar para ganhar aquele urso branco? — Dez latas de uma vez, e você tem três chances. — Ok, quanto é? Enquanto Hayley comia seu algodão doce, Josh jogou a bolinha uma vez, duas, três... e não acertou. — Me dá mais três bolas, eu vou acertar isso. [...]

Eles estavam andando em direção a montanha russa, e Hayley apertava Many (seu mais novo urso branco de pelúcia) contra o seu corpo. — Eu não te falei que ia ganhar? — Você subornou o vendedor! — Mas você tá com o urso. Isso que conta. — Ela gargalhou. Eles foram até a montanha russa, a roda gigante, o bate-bate... foram em quase todos os brinquedos. Alternavam os beijos e brincadeiras. Nunca haviam se divertido como naquele dia. Quer dizer, talvez quando eram crianças tenham se divertido assim. — A lua daqui fica menos iluminada, né? — Disse Hayley, sentada em uma pequena mesinha, da barraquinha de cachorro quente. — Aqui tem mais postes, mais gente... por isso. — É... pode ser. — Ela passou a mão pelos braços — Tá frio. Josh tirou o seu casaco de moletom e colocou sobre ela, a abraçando. — Melhorou? Ela se virou e lhe deu um selinho. — Muito. Então ela sentiu uma gotícula de água pousar sobre o seu nariz. Não ligou e continuou a beijar Josh. Eles ficaram juntos mais um pouquinho, até que as gotículas se transformaram e gotas mais grossas. — Tá começando a chover. — Josh. — Vamos? — Uhum. Eles saíram e foram correndo, tentando escapar da chuva, até o carro. Entraram um pouco molhados. Josh ligou o rádio, o limpador de pára-brisas e ligou o carro. Tomou a estrada de volta para Franklin. — I wanna hold you high and steal your pain, awaay... — Josh cantarolava a música do radio, enquanto dirigia. — Oh, oh. — Que foi? — Droga! O limpador! — Ele disse se referindo aos limpadores que haviam entrado em atrito, e quebrado. A chuva caia forte. — Estamos longe de casa? — Não, estamos quase em Franklin, mas mesmo assim, o posto de gasolina fica há sete quilômetros daqui! — Como vai fazer?


— Eu vou tentar dirigir com a cabeça pra fora... é o jeito, até chegarmos lá. Já passaram das 11 e não tem ninguém nas ruas, então... — É perigoso. — Tem outro plano? — Liga pra sua mãe. — Todos eles estão em Nashville com Nate. Não tem ninguém em casa. Ok, decidido. Ele abre o vidro e coloca a cabeça pra fora, e dirige 10km/h. É lógico que ele ficou completamente molhado. Em cerca de vinte minutos, ele finalmente chegou ao posto de gasolina. O carro estava molhado. Josh estava molhado. Hayley estava molhada. Josh pagou um rapaz para instalar os limpadores novamente. Depois eles entraram no carro e Josh guiou o carro — agora, normalmente — até a sua casa. Ainda estava chovendo. Ele saiu do carro, abriu o portão (se molhando mais), colocou o carro para dentro e fechou o portão. Entraram na casa, acendendo as luzes e molhando o piso. — Esse foi, com certeza, o passeio mais Failed da minha vida. — Josh. — Não foi não. A floresta foi o passeio mais Failed da sua vida. — Eles riram. — É, você tem razão; Vem, vamos nos secar. Estou ensopado. Hayley começou a seguir Josh em direção ao seu quarto. Acontece que a roupa molhada estava colada ao seu corpo, que o definia melhor. Hayley viu o quão bom era o namorado que ela havia arrumado. Mordeu o lábio inferior e tentou afastar os pensamentos pervertidos. Mas, venhamos e convenhamos, dá pra afastar o pensamento pervertido quando nos deparamos com Josh Farro, molhado? Vocês, eu, e principalmente, Hayley, sabemos que não. Josh entrou no quarto e acendeu a luz. Pegou uma toalha e entregou para Hayley, enquanto secava o cabelo com outra. Ela não conseguia parar de olhá-lo. Ele estava lindo, todo molhado e com o cabelo desgrenhado. — Tenho que tirar essa roupa molhada. UEPA! Hayley se engasgou (acreditem, sem nada) enquanto Josh tirava a camisa. Notando que ela tossia, ele terminou de tirar a camisa e correu até ela. — Ficou resfriada? — Não! — Ela disse entre tosse. Inspirou, expirou, se recuperou e disse: — Só engasguei. Ele a olhou confuso. — Ahn. Ele pegou a toalha e colocou-a sobre os ombros. Aqueles ombros largos e semi-molhados, eretos e bem feitos. Isso, sem falar dos braços. Fortes e grandes, não era muito difícil se fazer um muque de dar inveja. Aquele garoto, com dezessete anos de idade, tinha o corpo de um Deus. Hayley mordeu o lábio inferior pela terceira vez. Ele é muito, mas muito, mas muito gostoso mesmo. Oh, Deus! Controle-se, Hayley Williams. Controle-se, contro… — Sabe — ele parou na frente dela. Um sorriso malicioso tinha se feito em seus lábios. O coração de Hayley disparou. Josh, estava sem camisa, sorrindo fatalmente para ela. —, mesmo com o problema do carro e tudo mais, eu me diverti como nunca. Essa noite foi a melhor da minha vida. Aposto que podia fazê-la ficar melhor. — Concordo com você. — Ela disse e ele se aproximou, passando um de seus fortes braços pela sua cintura. Se aprofundaram no beijo. Uma chama havia se feito nos dois. O beijo estava cada vez mais urgente, Hayley passava as mãos pela nuca e costas de Josh, enquanto ele segurava sua cintura. Josh enfiou uma mão por dentro da blusa de Hayley e passou-a sobre um de seus seios, e os apertou devagar. Voltou a mão ao início da blusa e com a ajuda da outra mão, tirou-a. Voltaram a se beijar e Josh colocou a mão sobre o fecho do sutiã de Hayley. Puxou pra cima, pra baixo, e não conseguiu tirar. Colocou a outra mão e tentou novamente. Não conseguiu. Hayley riu e com uma mão só, tirou a ultima peça de roupa que faltava em cima. Ele a olhou. — Você é linda. — Disse apenas isso e ela corou. Ele a segurou em seus braços novamente, beijando-a na boca. Devagar e sem se separar, eles foram em direção a cama. Josh deitou por cima de Hayley. Saindo de sua boca, foi passando a boca pelo pescoço dela, deixando mordidinhas e beijos. Abaixou a língua, beijando seu colo, até chegar aos seios. Foi distribuindo pequenos beijos, e passando a língua. Logo após passou a sugá-los. Hayley já gemia. Foi descendo e deixando beijos por sua barriga, até chegar a sua calça molhada. Voltou para cima. A beijou na boca e ele mesmo tirou a calça. Com a mão e os pés, Hayley se livrou logo da sua. Voltou novamente para baixo e ele tirou devagar sua calcinha. — Josh... Josh, por favor... — O que foi? — Não tenho camisinha, sabe, sem ela não dá... Josh a beijou. — Peraí.


Saiu correndo e jogou todos os cadernos e coisas da mochila no chão. A camisinha caiu. Ele a pegou, mais feliz do que nunca pelas aulas de DST‘s. Voltou para Hayley, que agora estava sentada na cama, e a beijou o pescoço. Tirou a sua cueca e encapou o seu membro rígido. Começou a penetrá-la devagar. Ela gritou de dor. Ele foi até o seu ouvido. — Eu te amo, ok? Não quero te fazer mal. Se você pedir, eu paro. — Continua. Ele refez o movimento. Ela gritou novamente. Fez o mesmo movimento mais 4 vezes, até um líquido sair do canal de Hayley. O hímen havia rompido completamente. Ele fez o movimento de vai-e-vem, e ela começou a gemer. Ele o fez várias vezes. Ela cravou as unhas em suas costas, arranhando-as, enquanto gemia. Hayley sentiu que não agüentaria mais. Josh, sentindo que ia ejacular, parou os movimentos. O líquido saiu na borracha, e ele a jogou fora. Deitou-se, exausto, ao lado de Hayley, que estava com a respiração desregulada. Ela deitou a cabeça em seu peito e eles se cobriram com o cobertor. — Eu te amo. Mais do que tudo. Essa noite foi perfeita. — Ela disse. — O meu coração bate apenas por você, acredita. My heart is yours.


Capítulo 33 – Breathe for love tomorrow, ‘cause there’s no hope for today

O dia clareou. Apesar da chuva forte à noite, a manhã veio ensolarada e bonita. As árvores estavam verdes e com micro pingos de água. Era sábado, mas como de costume, Isabelle foi mandada para acordar o irmão. Pois é. A menina abriu a porta devagar. Sua mãe saíra com Nate para comprar pão e Zac seria o próximo a ser acordado. O copo de água em sua mão estava cheio. — Ela abriu a porta e estranhou o quarto do irmão completamente desarrumado e molhado. Chegou mais perto da cama e deparou-se com a cena. Abriu a boca e levou a mão esquerda a ela. Logo depois começou a rir. Viu os olhos de Hayley abrirem devagar, até deparar-se com ela rindo. Hayley deu um pulo, se apegando a coberta. Josh acordou com o grito de susto de Hayley. — Mas que coisa feia, hein?! — Belle disse entre risadas. Josh abriu a boca para falar, mas ela o interrompeu. — Bonito mesmo, Josh! A família sai pra buscar o irmão mais velho, e o bonitão trás a namorada pra cama! — e voltou a rir. — Belle, sai daqui! — Hayley, como você se deixou prestar com esse cara? Poxa vida. — Olha, você é criança e não entende nada disso. Agora, por favor, sai daqui. — Quem te disse que eu não sei? Sou criança, mas isso não quer dizer que eu seja boba. Se não sei tudo, eu sei o suficiente pra encrencar vocês dois. — O que você quer? — Eu? Oh, quem lhe disse que quero algo? Não. Como boa pessoa que sou, não chantagearei vocês dois (por mais que mereçam). — ela disse com total classe e convicção — Lógico que eu não reclamaria nem um pouco se você, meu querido irmão, arrumasse meu quarto por um mês. Josh revirou os olhos. — Certo, minha querida irmã. E você poderia por acaso não contar a ninguém que nos viu aqui? — Acho que posso lhes fazer essa gentileza. — Ela disse rindo. Hayley estava mais vermelha do que seu cabelo, à uma hora dessas — Sou tão legal que dou ainda duas dicas: Hayley, eu aconselharia você a sair bem rapidinho, antes que minha mãe volte e, Josh — ela pegou o copo de água e despejou sobre o rosto do irmão —, só para ficar convincente. — E riu. Saiu do quarto gargalhando e Hayley cobriu o rosto com as mãos. — Ah meu Deus, ah meu Deus, ah meu Deus. Eu não acredito nisso! — Ela disse com voz vergonhosa. Também pudera. — Ei, calma, a Isabelle não vai contar nada. — Eu não acredito que a sua irmã menor nos viu assim! Eu não acredito, oh meu Deus! Eu passei a noite aqui? Minha mãe deve estar louca. Cadê o meu celular? Disse isso andando pelo quarto, com a coberta enrolada no corpo, e procurando sua mochila. A achou e pegou o celular, que estava desligado. Ligou-o. — E aí? — Josh. — 29 chamadas não atendidas. — 29? — 25 da minha mãe, uma do meu pai e 3 da Sarah. Ah, estou morta. — Me desculpa te meter nessa. Ela voltou para a cama e lhe selou os lábios. — A culpa foi minha também. Enquanto se vestia o mais rápido que podia, ligou para Dakotah. Pediu-a que se, por acaso a sua mãe ligasse, Dakotah deveria dizer que ela passou a noite na casa dela e confirmar a história de Hayley. Logo depois ligou para Sarah. — Minha filha, cadê você? A sua mãe tá arrancando os cabelos de preocupação e o seu pai então, meu Deus! Aonde você se meteu, criatura? — Sarah, Sarah, calma. Eu estou na casa do Josh, por favor, se acalma. — Casa do Josh? O que você quer passando a noite na casa do... Oh meu Deus, não me diga que vocês... QUE NOJO! — Sarah, cala a boca. Eu te explico depois que a minha mãe arrancar meu couro a chinelada, valeu? Só liguei pra dizer que eu estou bem. Tchau. Calçou seu tênis ainda encharcado e foi em direção à porta junto com Josh. — Se cuida, tchau. Depois eu ligo pra saber o que aconteceu. — Tchau. — E lhe deu um beijo. Foi correndo até a sua casa. Por ainda não serem oito da manhã, mantinha esperanças de que sua mãe estivesse dormindo. Abriu a porta muito devagar, tirou os tênis e foi andando sem ruídos. Até chegar a sala. — Onde a senhorita estava? — A voz brava e grave de Christie ecoou por toda a casa, fazendo Hayley engolir seco.


— Eu... Eu... — Hayley Nichole Williams, você quase me mata de preocupação! — Eu sei, mãe, me desculpa! Eu posso explicar! Eu... — ENTÃO EXPLIQUE. — Gritou, voltando-se para a filha. — Eu saí com o Josh ontem a noite, a gente foi em Brentwood, e aí começou a chover, o carro quebrou e ele veio dirigindo com dificuldade até chegar no posto, e me mandou ir a casa da Dakotah pra me secar, senão eu pegaria um resfriado. Então, eu passei a noite lá. Eu sei que foi errado não ligar, o meu celular desligou sozinho, você sabe que ele faz essas coisas... Me desculpa. — Você sabe como eu fiquei esperando por você, Hayley? Imagina a cara de boba que eu fiz indo a casa do seu pai a meia noite pra saber se você estava lá? — Você foi para a casa do meu pai? — Fui na casa dele, do Jeremy e da Sarah! Quem é essa Dakotah? — Minha amiga do colégio. Ela é legal, mãe. Eu só não atendi as ligações porque dormi assim que cheguei na casa dela... Desculpa, vai. Christie suspirou. — Vai pro seu quarto. Hayley assentiu e começou a subir. — E você está de castigo. Para sempre. Hayley entrou no quarto e suspirou. Felizmente, não era a primeira vez que ela era castigada para sempre. O ―para sempre‖ dura no máximo duas semanas. Esperou um pouco e seguiu para o banheiro. Depois do banho, voltou para o quarto. Sarah passou lá a tarde para saber por que Hayley estava fora e Dakotah passou lá para saber por que Hayley pediu para ela mentir. O fim de semana dela estava bem chato, sendo que ela ficou o tempo todo dentro de casa. Felizmente, Christie concordou em deixar Josh visitá-la. Era no domingo, Josh estava na casa de Hayley com o violão. — Nunca ensaiamos Breathe com a banda... — Josh disse. — Pois é. — Também não terminamos aquela música sua... Hayley levantou o olhar. — Qual? — Aquela... que você cantou pra mim naquele dia... quando eu vim te buscar... when I was younger I saw... — Ah! The Only Exception. — É... — Ela não tá terminada. Eu travei em uma parte. — Qual? Hayley foi até o seu quarto e pegou o caderninho. Com o violão, tocou e cantou a música para Josh até a certa parte que ela não conseguia mais escrever. — Maybe I know somewhere, deep in my soul, that love never last‘s... Só até aí. — Hm... não sei o que fazer. Assim, lógico, a música tá ótima... mas eu não sei que letra colocar. — Essa música é muito minha, sabe... tem muito de mim. Não sei se vou conseguir terminá-la algum dia. — Ela riu. — Claro que termina. — Ele sorriu daquele jeito para ela e a beijou. Eles ficaram se beijando calmamente, até que o beijo começou a ficar urgente. Hayley tomou a iniciativa de se separarem. — Certo... não vamos acabar como anteontem. Josh sorriu, decepcionado, e eles ficaram se encarando. — Os seus olham brilham mais do que os de qualquer outra pessoa. — Ela disse. — Isso dá uma música. — Eles riram. — A gente tem que parar com essa mania de fazer toda frase bonitinha que dizemos um para o outro virar uma música. — É, temos. — Continuaram a rir. — Mas sério, dá uma música legal. — Estou sem idéias para melodia. — Escuta. — Josh pegou o violão. — And if it ends today, well I'll still say that you shine brighter than anyone... — Legal. — Ela disse. — Mas a gente pode colocar um versinho antes. — Hm... tá. Tipo...? — So this how it goes, well I, I would have never know... And if it ends today, well I‘ll still say that you sinhe brighter than anyone... — Muito bom. Muito bom mesmo. Lá vamos nós com outra música. — E lá vamos nós. — Ela disse e eles riram. Depois de mais ou menos duas horas, a nova música, Brighter, estava pronta. E assim que possível, a Paramore estaria tocando-a. Após uma música, muitos beijos e uma discussãozinha, Josh foi para a sua casa. Christie não estava mais com raiva de Hayley — a raiva dela não dura —, elas pediram pizza e passaram uma noite agradável. No outro dia Hayley se levantou a muito custo. Pena a escola não fazer parte do castigo.


Arrumou-se normalmente (com sua calça jeans, camiseta e allstar), e desceu para tomar café. Sua mãe ainda dormia e ela comeu um pouco de cereal com leite. Pegou a mochila e saiu. Josh não estava lá em frente, como ele geralmente fazia, então ela decidiu seguir para o colégio. Estando um pouco atrasada, não havia ninguém em frente a escola. Ela entrou e foi direto para a sala onde seria sua primeira aula, a de Inglês. Estranhou o fato de Taylor não estar lá, mas não ligou e se sentou no canto da sala. O professor passava algumas coisas no quadro e Hayley copiava, anotando alguns comentários em seguida. — Oi, Hayley? — Quem disse isso? — Eu, aqui atrás. Ela virou o rosto para trás e viu que sentado lá estava Van. Rolou os olhos. — O que foi? — Me empresta uma caneta? Hayley estranhou e entregou a caneta ao rapaz. Passados 15 minutos ele disse outra vez. — Ei, Hayley. — Não tenho outra caneta. — Eu não quero nada emprestado! — Então o que você quer? — Conversar com você. — Sobre o quê? — Não dá pra falar aqui. Hayley bufou. — Certo, nos falamos no intervalo. Me deixa estudar. Ela não queria conversar com Van. Ele era um idiota, que já foi amigo do Josh na época que ele era um idiota. Um pressentimento ruim passou pelo seu corpo. Ela simplesmente sabia que se fosse falar com Van, nada bom aconteceria. Porém, se ela não fosse falar com ele, ele a importunaria por todas as aulas. Balançou a cabeça negativamente tentando afastar os maus pensamentos. Concentrou-se na aula e logo ela acabou. Pegou os livros e ia saindo da sala. — Ei, espera! — Van grita. Ela vira o rosto. Ele corre até ela. — A sua caneta. — ele entrega. — Obrigada. — Hayley diz por mera educação e sai de lá. A presença de Van não causava nela uma boa sensação. A caminho da aula de Biologia, ela passa por Jenna. Esta, a olha de um jeito estranho e dá uma estranha risada. Hayley estremece. Jenna não estava normal. Na aula de biologia, Jason senta do lado dela, e eles passam a conversar. — Comprei um jogo de cordas novo, sabe, aqueles estavam muito velhinhos pra tocar... — Jason dizia enquanto Hayley apenas concordava com a cabeça — ...Ei, você tá longe... o que houve? — Nada. Não é nada... — Ahn. — Ele diz confuso. Continuam a conversar, mesmo que Hayley não estivesse na conversa por completo. Chegado o intervalo, ela vai até Sarah. Elas se cumprimentam. Estavam quase indo até a mesa quando Hayley sente seu braço apertando entre os dedos de alguém. — Oi Hayley. — Van, me solta. — Ela ordena e ele o faz. — Oi Sarah. — Ele diz sendo apenas educado. — Oi. — Sarah diz fria. Ela conhecia a índole daquele rapaz muito bem, e sabia que se ele estava querendo conversar com Hayley, isso não resultaria em boa coisa. — Me desculpa, mas eu queria falar com você. — Eu tenho que ir comer agora, depois a gente... — Qual é, Hayleyzinha, só vai demorar um minuto. Vamos. — Detestei meu novo apelido, só pra constar. Mas tudo bem, um minuto. — Não vou precisar de mais do que isso. — Ele sussurra. — O quê? — Nada. — Ele sorri, recostando-se numa pilastra do refeitório. — E então, o que você quer falar comigo? — Hum... eu soube que você está namorando com o Josh. — Estou. E daí? — E daí que ele não serve pra você, Hayley. Eu digo porque já andei com ele, por muito tempo e por muitos lugares. Ele é mau, ele faz coisas más. E quando você menos esperar, ele vai ser mau com você. Não confie totalmente nele. Sabe, né, quem avisa amigo é. — Ahn... E desde quando você é meu amigo mesmo? — Só quero te prevenir. — Eu não preciso dos teus conselhos, Van. Obrigada. — Ela disse tentando sair e ele segura o seu braço novamente. — Que inferno! Já falei pra me soltar. O que você quer mais? — Você não me entendeu. Ele é mau, Hayley. Muito mesmo. E tudo o que eu menos quero ver e você machucada... ou pior.


Ela riu. — Eu conheço o Josh. Desde que nasci, eu o conheço. Você acha que sabe mais coisas dele do que eu? Deixa de ser idiota, Van. É a minha vida e quem cuida dela sou eu, ouviu? Agora, me deixa ir, que o intervalo vai acabar e eu ainda estou com fome. Virou-se outra vez e ele novamente segurou o seu braço. — Ele não serve pra você. — Ele diz e pega seu outro braço, puxando-a para si, roubando dela um beijo. Ela se debateu muito. Mas o cara parecia dois dela! Depois de alguns segundos ela finalmente se soltou. Seus braços estavam vermelhos e com a marca dos dedos de Van. Ela lhe deu um tapa no rosto tão forte que sua mão doeu muito, e em seguida, lhe deu uma joelhada na boca do estômago e uma nos lugares baixos, se é que me entendem. — SEU GRANDE IMBECIL! DESGRAÇADO! FAZ ISSO DE NOVO QUE EU ACABO COM A SUA RAÇA! SER INFERNAL. Ele deitou no chão e se contorceu de dor. Hayley olhou em volta e viu Sarah pasmada, assistindo aquilo. Foi em direção à ela. — Oh, droga. — Hayley... o que... foi aquilo? — Ele me beijou a força! Que inferno. — O Josh viu. — O quê? — Ela disse mais alto. — O Josh viu... deixou o prato cair e saiu em passos firmes... ele saiu do colégio. — Oh, merda! - Filho de uma égua, eu te mato! — Ela disse virando o rosto para Van, que ainda não tinha se recuperado da agressão. — Eu vou atrás dele. — Ele tava triste, Hayley... não deixou as lágrimas caírem mas os seus olhos estavam brilhando... — Ah meu Deus. — Hayley disse isso já correndo, em direção ao portão do colégio. — Opa, você não vai sair! — Disse o guardinha. — E você vai me impedir? — Vou. — Veremos. — Ela disse isso e passou pela esquerda, entre o antebraço do guarda e saiu correndo, de modo que ele não a alcançou. Mérito por ela ser pequena e ágil. Correu o máximo que pode, e viu Josh fechando a porta de sua casa quando virava a rua. Gritou-o, mas ele não escutou. Correu mais. Bateu na campainha incessantemente e Isabelle abriu a porta. — Hayley? O Josh acabou de chegar e agora você? Não tiveram aula? — Dá licença Belle, estou sem tempo. — Hayley disse passando pela criança e correndo até o quarto de Josh. A porta estava trancada. Ela bateu. — Josh, Josh! Por favor, Josh! Deixa eu me explicar! A culpa não foi minha! Por favor, abre essa porta! Josh, Josh! Ela batia e gritava, mas Josh não abria. Depois de dois minutos suplicando em frente a porta, ele finalmente disse algo: — Vá embora, Hayley. Vai embora. — Sua voz estava embargada pelo choro. Hayley sentiu o nó na garganta. As lágrimas correram pelo seu rosto. Ela não havia feito nada... nada... e mesmo assim, perdia o único amor de sua vida. Ela amava Josh e, agora, que ela se vira sem ele... viu que não suportaria. Começou a soluçar. Flashes de memória passaram pela sua cabeça. De eles quando eram crianças e juravam amor eterno... de eles já adolescentes odiando-se... e principalmente, da ultima noite que passaram juntos. Ela não queria perdê-lo. Ela não podia perdê-lo. — Josh, por favor... eu amo você... abre a porta, a culpa não foi minha... — Ela disse entre soluços. — Como não foi sua?! Como, Hayley?! — os gritos interrompidos pelo choro atravessavam a porta — Cara, você não tem consideração por nada. Eu te amo tanto... — EU TE AMO TAMBÉM! — NÃO! Você beijou o Van! Vai embora, Hayley! Vai embora. Belle, a Sra. Farro e Nate estavam no final do corredor assistindo a cena. — A culpa não foi minha, Josh... eu amo você. — Ela disse baixo, com a voz travada pelos soluços. Ela não era culpada.


Capítulo 34 – I just need this pain to end right here

Pov. Josh

É certo que não existe situação pior do que a que eu estou passando agora. Hayley do outro lado da porta, suplicando e chorando para eu voltar pra ela. E Deus! Como eu queria simplesmente esquecer tudo e fazer isso! Mas eu não posso. Como confiar em uma pessoa que te traiu? Como continuar sabendo que você pode ser traído outra vez? A maldita cena do beijo de Hayley e Van não saía da minha cabeça e as lágrimas insistiam em continuar. A dor era tanta... tanta... tanta que se o meu coração parasse de bater, talvez não fosse doer tanto. Seria um alívio, aliás. Aquela não é a Hayley de antes. E eu já devia ter percebido isso. E agora, essa Hayley, que eu sinto como se eu não conhecesse, está chorando a minha porta e repetindo que me ama. Por que ela faz isso comigo? Por que ela não vai embora e me deixa sofrer sem ela? Por que ela não para de mentir e se manda daqui? Sinceramente, eu não sei. E sabe o que é pior em tudo isso? Eu a amo. E provei de todos os jeitos possíveis o meu amor por ela. Como eu fui idiota! Músicas, declarações, presentes... Todos jogados fora. Sem consideração. Era uma mentira. Tudo foi uma mentira. E ainda está sendo. De repente as batidas param. Escuto um ―A culpa não foi minha, Josh... eu amo você‖ e alguns passos. ―Quer alguma coisa, querida?‖ ―Não tia, eu... já vou.‖ E silêncio. Provavelmente a levaram até a porta. As lágrimas começaram a ganhar mais intensidade. Aquela maldita cena que não saía da minha cabeça, piorava tudo de uma vez. Queria gritar. Mas tudo o que eu fiz foi ir até a minha cama e afundar minha cabeça no travesseiro, abafando meu grito. O travesseiro tinha o cheiro dela. Aquele quarto estava repleto dela. O cheiro dela. Lembranças dela. E da noite perfeita que tivemos aqui. Lembranças... elas não se apagam. E agora, são elas que me fazem chorar. Mesmo depois de tudo... tudo o que eu fiz, tudo o que passamos... ela me traiu. E eu simplesmente não consigo deixar isso ir. — Josh? Josh? Abre, cara. — A voz grave era acompanhada de batidas regulares na porta. — Me deixa sozinho. — Josh... eu sou seu irmão mais velho... Sou mais experiente nessas coisas... eu posso te ajudar, ou pelo menos, te escutar. — Eu quero ficar sozinho, Nate. — Pra quê sofrer sozinho? Pra alimentar pensamentos e sentimentos amargos? Joshua, abre a porta. Sofrer sozinho não vai adiantar nada. Ao contrário, só vai aumentar a sua dor. Fui até a porta e a destranquei. Nate entrou devagar. — Ei, cara. — Ele disse e me abraçou. Segurei-me para não chorar mais na sua frente. Sentamo-nos na cama. — O que houve? Suspirei. — A Hayley... me traiu. Ao dizer isso as lágrimas teimaram em surgir e rolar. Droga. — Por isso ela gritou que não teve culpa... — Como não teve, Nate? Eu vi. Não foi ninguém que me disse, não foi fofoca. Eu vi com os meus próprios olhos. Eu vi ela beijando um cara que há três meses atrás dizia que era meu amigo! Como ela diz que não teve culpa? — Não deve ter sido roubado? — Com o Van? Não, Nate. O Van é o tipo de cara que só fica com as meninas que dão em cima, que são fáceis de lidar. Mesmo que ele tenha roubado, ela deu a ousadia. E cara... eu amei tanto ela, Nate... fiz de tudo pro nosso namoro dar certo... e ela jogou tudo no lixo. — Ah, cara... — ele passou uma mão pelo meu ombro — Não fica assim. Acontece com todo mundo. Você entrega o coração pra alguém, e esse alguém não trata bem... por mais que eu ache difícil isso acontecer com a Hayley, você disse que viu... Enfim, não... não fica muito ruim. Não joga sua vida fora por causa de alguém que não te merece.


— Eu sei... eu sei... — Mas, mesmo que você tenha visto, Joshua, dá uma chance pra ela se explicar. Ela estava chorando quando saiu daqui. Chorando, e muito! — A Jenna fazia à mesma coisa, Nate! Chorava por qualquer coisa e chorava compulsivamente, como se estivesse morrendo! As meninas tem facilidade pra chorar. — Até mesmo a Hayles? — São todas iguais. — Olha bro, eu entendo você. Mas e se não for culpa dela? Dá uma chance pra ela se explicar. Escute a história da boca dela. Isso pode te ajudar muito. E se não ajudar... ninguém poderá dizer que você foi injusto. Assenti e abaixei a cabeça, quando olhei para o lençol embaixo de mim. As lágrimas que caíram do meu rosto o molhavam. E foi em cima desse lençol que passei o melhor momento da minha vida. — Tanta coisa, Nate... Desde a infância, eu a amo... Na sexta a gente teve a nossa primeira vez... esse quarto está cheirando a ela. E isso é o que me deixa pior. Nate arregalou os olhos. — Vocês já... — Sim, transamos. Foi perfeito... muito mesmo... e aí ela me apronta uma dessas. — Uau; Bem... mais uma razão para você escutá-la... Mas não precisa ser agora. Tenta se ocupar, ocupar a sua mente, pra não pensar muito nisso. Quando você esfriar a cabeça e ficar mais tranqüilo... fala com ela. Dá uma chance pra ela se explicar. E se ela tiver mesmo feito tudo isso... parte pra outra, que o melhor é seguir com a vida. Fiz que sim com a cabeça. — Obrigado, cara. — Lhe dei um abraço forte. — Que isso, Joshinho. — Ele disse e eu dei uma risada fraca. Só Nate pra me fazer sorrir numa hora dessas. E só ele pra me chamar desse apelido horrendo! Nos separamos e ele colocou uma mão no meu rosto ficou me olhando. — Agora que tá tudo conversado, vamos acabar com essa depressão! — Ele disse com entusiasmo e eu tentei sorrir. — A mãe e a Isabelle vão comprar umas coisas em Nashville... que tal uma tarde só de rapazes? Eu, você e o Zac, que nem há uns anos atrás? A gente pode passar a tarde inteira jogando videogame, podemos pedir pizza, comprar uns donnuts e assistir o jogo de baseball comendo porcaria até vomitar, que tal? Eu ri. — Parece ótimo. — Beleza. Elas não iriam mais por sua causa, mas eu vou convencer a mãe que é melhor mesmo. Quando elas saírem a gente pede uma pizza. — Uma só? — disse Zac, entrando no quarto — Uma só pizza não vai saciar minha vontade. — Pedimos quinze, tá bom pra você? — É, dá pro gasto. E começamos a rir. É... eu tenho os melhores irmãos do mundo. — Vou lá falar com a mãe. — Nate disse e saiu do quarto. — E aí, cara. Tudo bem? — Zac diz dando um pequeno tapa na minha perna. — Não, né... Mas... acho que essa tarde vai me fazer bem. — Quer minha opinião? — Ér... sim, claro. — Acho que ela não foi capaz de fazer isso. — Como você sabe da traição se eu não te contei? Zac fica inquieto. — Eu não escutei atrás da porta. — Hm, sei. — Eu disse rolando os olhos. — Mas sério, Josh. A Hayles... não sei... não parece do feitio dela. — Eu sei Zac. Mas essa Hayley não é a mesma Hayley que nós conhecíamos. Zac suspirou. — Você vai dar uma chance pra ela de se explicar? — Acho que vou... mas não hoje. E talvez nem amanhã... Mas eu vou. Zac assentiu com a cabeça. — E aí, pronto pra morrer loucamente no Resident Evil?

[...]

— AAh! Zumbi infeliz! Acabo com a sua raça! Tá pensando o quê? Que eu vou deixar barato? TOMA ISSO! Yeeear! Oh, merda! Você me paga.


— Zac, se acalma. — COMO EU VOU ME ACALMAR SE ESSE INFELIZ NÃO MORRE, NATE? Josh, ajuda aí, cara. — Estou atirando. Calma, vou trocar de arma. Já tinha se passado uma hora desde que as meninas saíram. Tínhamos pedido umas pizzas e estávamos jogando. Apesar de o videogame me ajudar muito, me distraindo, em todo momento a minha cabeça se direcionava a ela. Tudo em mim estava direcionado a ela. E tudo isso, doía. Mas é justo que meus irmãos sofram uma dor que não é deles? Não. E por isso, estou tentando ficar bem. Tentando. Então a campainha toca. — Ufa, até que enfim a pizza. — Nate. — Eu vou lá. Nate sai da sala e eu e Zac continuamos jogando. — Ah, droga. Morri. — Zumbis infelizes... — Zac repetia, jogando sozinho. — Ô Josh? — Nate me chama e eu viro o rosto. Ele estava coçando a nuca. — Ué, cadê a pizza? — A Jenna tá aí. Era só o que me faltava. — Manda ela embora. — Ela já entrou. — E foi aí que eu percebi que ela estava no pequeno corredor, passando a mão numa mesinha. Ótimo. Realmente incrível. Já não me basta ela, que não sai do meu pensamento, me vem a outra, que insiste em ficar na minha vida. Suspirei e me levantei. Fui andando até onde ela estava. — Oh, Josh! — Ela grita de um jeito... melancólico, e me abraça. Deixo os meus braços no ar enquanto ela passa as mãos pela minha barriga e apóia a cabeça no meu peito. Mais falsidade. Mereço, né? — Eu soube o que aconteceu! Eu sinto muito... você não merecia isso... Oh, gente. Você está com o semblante triste. Eu vou cuidar de você. — Jenna, Jenna... — Eu digo tentando tirar as mãos dela que estavam grudadas em mim — ...Eu agradeço a sua consideração, mas eu não preciso que você faça isso. — Own, Josh... eu sei como você está se sentindo... sei bem como é amar alguém que te despreza. — Ela disse me olhando daquela mesma forma melancólica. Revirei os olhos. — Pois é. Mas eu realmente preciso que você vá embora. Não se preocupa comigo, eu vou ficar bem. Ela começou a passar a mão no meu rosto. — Eu realmente não sei como ela pôde fazer isso com você... Mas saiba, que qualquer coisa que você precisar, pode contar comigo. — Ela abaixa a mão e vai passando pelo meu peito — Por mais que a gente não tenha mais nada... eu ainda sou a sua amiga. E vou ser pra sempre. — Obrigado. — Eu digo tirando delicadamente a sua mão de mim. — Então... eu vou indo. — Ela diz e me abraça novamente. — Tchau Josh. E fica bem, ok? — Vou ficar. Eu a levo até a porta. — Eu te amo. — Tchau. — E fechei. ―— Me sinto uma idiota por dizer isso... mas acho que de um jeito muito estranho... eu amo você.‖ E essa lembrança vem até a minha cabeça para me fazer mal outra vez. Fica impossível conter a lágrima que escorre. Ela não me ama. Se me amasse não teria feito aquilo. Meus pensamentos são interrompidos pela campainha. Seco as lágrimas com um certo desespero e abro a porta. — Foi daqui que pediram uma calabresa e uma portuguesa grandes? — É... sim, foi daqui. Um segundo; NATE, A PIZZA! TRAZ O DINHEIRO. — Grito Nate que logo vem com alguns dólares na mão. Pagamos o rapaz, pegamos as pizzas e o refrigerante e voltamos para a sala. — O que a Jenna queria? — Zac pergunta, com a boca muito cheia. — Saber se eu estava bem... — Ahn. Ela deve ter metido o pau na Hayles, não? — Zac diz e leva um cutucão de Nate — Ai! — Não, Zac. Ela nem sequer tocou no nome dela. — Idiota. — Nate sussurra. — Será que já começou o jogo do Red Sox? — Não sei... acho que sim. — Então vamos desligar o videogame e ver o jogo. Dei um meio sorriso ao ver o desespero de Nate em me fazer não lembrar dela. Como se fosse possível. Pov. Narrador


Após Josh fechar a porta, Jenna não se esforça para conter o sorriso que a invade por inteiro, e sai daquela casa praticamente pulando de felicidade. Dera certo, afinal. ―Agora, não demora muito e ele volta a ser meu.‖ Esse era seu principal pensamento, desde que colocara em prática seu plano e o vira dando certo.

Flashback on

— — — — —

Van? Amor? — Diz Jenna, no domingo, após chegar a casa do delinqüente. Oi Jenn, linda! — Ele diz, tomando-a nos braços. Ei, relaxa! — Ela diz sorrindo — Quero que você faça uma coisinha por mim. Qualquer coisa pra minha loira gata. Ótimo.

Van, no começo, se recusou. Não era uma boa idéia ele ajudar a separar Hayley de Josh só para Jenna voltar com Josh. Mas Jenna conseguiu convencê-lo sem dificuldades. — Mas Jenn... por que você não deixa os dois em paz? — Porque ela não merece, Van. — Como vai ficar comigo se estará namorando o Josh? — Não se lembra de nossos tempos de antigamente? — Ela diz passando a mão por dentro da blusa do rapaz. — Pelo o que me lembro isso nunca foi um problema para os nossos pequenos encontros. Um sorriso malicioso se forma no rosto de Van. Ela é gostosa demais para simplesmente não se aproveitar. — Vamos... faz isso, vai... por mim. — Ela diz passando a mão por todo o corpo dele. — Isso é jogo sujo. — Ele diz sorrindo. — E quando você me viu jogando limpo? — Ela sorri também e o toma para um beijo. Isso era um sim. No outro dia, nervoso, ele se prepara para colocar em prática o plano de Jenna. A ação seria simples: Ele chamaria Hayley para conversar e a beijaria quando Josh aparecesse. É lógico que ele não contava com os chutes e tapa de Hayley. Que doeram. E ele também não contava que Taylor e Jeremy iriam acertar as contas com ele. E não contava que Jason também acertaria as contas com ele. E também não contava com uma suspensão de dois dias e castigo no sábado, já que Mark relatou absolutamente tudo para o diretor, que logo tomou providencias. E por isso ele quase se arrependeu de ter obedecido Jenna. Quanto a Hayley, assim que ela saiu da casa de Josh, seguiu novamente para escola, deixando as lágrimas caírem livremente. Ela simplesmente não ligava para os olhares e comentários sobre ela. Entrou na escola e Sarah a viu, correndo para abraçá-la. — Oh, linda, o que aconteceu? Você está chorando? Oh meu Deus, Hayley, não fique assim... — Ela disse a abraçando, enquanto Hayley chorava em seu ombro. — Ele... não... acredita em mim, Sarah... não acredita... — Ela disse em soluços. — Own, amor, se acalma. Foi tudo muito rápido pra ele e pra você também. Dê tempo ao tempo, que as coisas vão se ajeitar. Não se preocupa, vai. — Foi tudo culpa dele... daquele desgraçado do Van... eu vou matá-lo, Sarah. Ele vai ver... — Hayley, olha, se acalma. O Taylor e o Jeremy já saíram daqui putos da vida com esse cara. Foram... conversar com ele. Fica calma, porque se depender de nós, ele nunca mais chega perto de você. — Eu não quero perdê-lo, Sah... não quero... — Ela disse chorando mais. — Vem, vamos pegar a sua mochila e vamos pra sua casa. Sarah pegou a mochila de Hayley. Ela estava quase saindo quando o diretor a chama. — Srta. Williams? Precisamos conversar. — Desculpa diretor, eu tenho que ir... estou... passando mal. — Entendo perfeitamente, mas eu tenho que conversar com a Srta. Ela assente e entra na sala do diretor. Se sente de frente pra ele que continua em pé. — Acredite, eu já fui um adolescente. Sei perfeitamente o que vocês passam. Mas isso, Srta., não pode interferir em sua vida escolar. Eu não vou castigá-la, pois Mark me contou que a Srta. não teve culpa e eu acredito nisso. O Sr. Beasley, por sua vez, será suspenso e castigado. Quanto a Srta., volte para a sua sala. — Não estou em condições de estudar, diretor. Estou realmente passando mal.


Ele a encara por um longo momento. Ela tinha razão. Sua aparência estava abatida e ela realmente parecia estar doente. — Certo. Vá para casa. Mas amanhã quero a Srta. firme em suas atividades escolares. E o Sr. Joshua também. Ela abaixa a cabeça sentindo que uma lágrima estava para rolar. Se levanta e sai. Sarah a esperava do lado de fora. Ela lhe deu um ultimo abraço e Hayley seguiu para a casa dela. Enquanto isso, na aula de Física, a professora sai da sala e Jason vai falar com Jenna. Afinal, tudo agora fazia sentido em sua cabeça. E sua conversa com Van fora bem esclarecedora também. — Ora, se não é o roqueiro californiano! — Diz Jenna, com alegria visível estampada no rosto. — Foi você, não foi? — Ele perguntou. — Eu o quê, querido colega? — Foi você que mandou Van para beijar Hayley a força e a separar de Josh. — Eu? — Ela solta uma forte risada. — Não, Jason, não fui eu. — Ah, fala sério! Não me faça de idiota. Eu sei que foi você... Caramba, Jenna. Você é desprezível. Ele diz e sai de perto dela, sentando-se na sua cadeira e apoiando a cabeça entre as mãos. Fora Jenna, disso ele tinha certeza. Quando Hayley chegou em casa, Christie estava passando esmalte em uma unha do pé. — O que faz em casa a essa hora? — Fui mandada embora. — Foi suspensa de novo? — Não. — Então...? — Saí porque estava passando mal. — O que você tem? Gripe, resfriado?... Hayley, você estava chorando? Sim, você estava. O que aconteceu? — Um garoto... — O que tem o garoto? — Ele me beijou a força na frente do Josh e... agora o Josh não quer acreditar que eu não queria beijá-lo. Mas eu não queria, mãe... eu não queria, juro. Ele me puxou a força. Ele dava dois de mim! Eu ainda dei uns chutes nele mas... Ele não acreditou. Eu o escutei chorando, mãe. Ele me mandou ir embora. Disse que não quer me ver... Eu não posso perdê-lo, mãe, não dessa vez. — Ahn, meu amor... — Christie corre e abraça a filha, segurando-se para não chorar também. Escuta absolutamente tudo o que Hayley tinha para dizer e decide tirá-la daquele estado. Aluga uns filmes de comédia, faz pipoca e brigadeiro de panela. E compra muito sorvete. Flashback off

E agora, Jenna está sorrindo em direção a sua casa. Josh, triste, mas tentando parecer feliz enquanto come pizza e assiste baseball com seus irmãos. Hayley, de pijamas, assistindo uns filmes e se empanturrando de porcaria com sua mãe. E a única coisa que Josh e Hayley queriam, neste exato momento, era ficarem juntos. Mas isso era impossível. Pelo menos... por agora.


Capítulo 35 – That’s what you get when you let your heart win

Dois dias se passaram. Dois tristes dias. No primeiro dia depois da briga, Hayley foi para a escola com o rosto cheio de maquiagem, tentando esconder as olheiras. Todos na escola a olhavam e falavam dela, porém todos sabiam que ela não era culpada. Josh não foi à aula nesse dia. E isso acabou com ela. No segundo dia de aula, os dois se encontraram na aula de Química. Mas eles não se falaram. Nem sequer um ―oi‖, nada. Apenas sentaram juntos e fizeram seus deveres. A primeira coisa que Hayley notou nele foi que... o colar não estava mais no seu pescoço. Usou de toda a sua força para não chorar. E conseguiu. Ao final da aula, ele se virou para arrumar as suas coisas e ela arrancou o colar do pescoço, deixando-o em cima da mesa de Josh e saiu. Josh, ao se virar novamente, viu o colar com o fecho rompido em cima da mesa. Pegou-o, segurando uma lágrima, e correu até ela. — Ei, espera! — Gritou. Ela se virou. — O que foi? — Eu dei pra você. — ele estendeu a mão — É seu. Eu não quero. Ela olhou e fez que não com a cabeça. — Se não vai acreditar em mim, não tem porque eu continuar com ele. — Se virou e começou a andar. — Espera. — ela se virou novamente e o olhou — Amanhã tem ensaio. — Vou estar lá, não se preocupe. Josh apertou o colar na mão de forma que machucou e depois o enfiou em seu bolso. Por que tudo tinha de ser tão difícil? Seguiu para a aula de Literatura, a sua próxima, segurando-se para não chorar. Sentou-se no fundo, e logo após, Jeremy chegou. — Ei, cara. — Disse ele, sentando-se ao seu lado. — Oi Jerm. — Tudo bem? — Tá indo. — Hm... a gente precisa conversar. — Se for sobre ela, não perca seu tempo. — É sobre a Hayley sim, Josh. Não seja idiota. Se você não quiser conversar, pelo menos vai me ouvir. Josh bufou. Jeremy prosseguiu: — Não foi culpa dela, cara. Van a pegou e a agarrou sem ela poder sair ou se defender. Tanto que depois ela ainda baixou a porrada nele. A Sarah estava com ela, e ela viu... — A Sarah, Jeremy? — Josh interrompeu — A Sarah é só outra garota, que quer o melhor para a amiga. Ela com certeza está mentindo, assim como Hayley. ―A culpa não foi minha, blábláblá‖, Sarah, sendo a melhor amiga da Hayley, só está dando cobertura. E eu não a culpo, eu faria a mesma coisa pelo meu melhor amigo. — Cara, Josh, deixa de ser burro! Por que você acha que o Van foi suspenso e a Hayley não? Por quê? — Porque ele é homem. Simples assim. Se o Van fosse uma mulher e a Hayley um homem, a Hayley teria levado a suspensão. Mas eu conheço aquele safado, Jeremy. Eu conheço ele e sei que ele não fica com meninas difíceis, porque ele prefere o que é fácil, porque é mais fácil de se livrar. A Hayley é culpada, droga. E eu não quero falar mais nisso. — Você tá virando um idiota de novo. Josh deu uma risada sem humor. — Sou um idiota por ter amado ela mais do que tudo. E a aula se seguiu. Jeremy não proferiu mais nenhuma palavra. Josh estava frio e estranho. Estava bobo e cego, por causa da decepção. Jeremy sabia que com isso ele se feria, e feria Hayley também. Já Hayley, estava na aula de Literatura. Se sentou no fundo e Taylor, notando que ela não estava bem, se sentou perto dela, com Dakotah. — Ei, Hayles! — Dakotah diz e se senta atrás dela, Taylor se senta do lado. — Oi Hayles. Tudo bom? — Oi pessoal. Sim... ahn... estou melhorando. — Não parece... — Taylor. Hayley sorri e faz que não com a cabeça. — Que isso gente, eu tô bem. — Hayles, não mente pra gente não. — Dakotah diz sorrindo. — A gente sabe como você está, ok? Eu te conheço. Ela faz que sim com a cabeça. — Vai passar, ok? Vai passar. — Você já falou com ele?


— Ele não me escuta, Taylor. Ele não acredita, e não vai adiantar se eu for tentar conversar. Quanto mais eu nego que não fui eu que quis, mais ele pensa o contrário... não adianta. — Hayley, você tem que ter uma conversa séria... diz tudo o que aconteceu, com detalhes... Ele tá assim porque não sabe o que realmente aconteceu. Fala com ele, vai. — É, o Taylor tem razão. Se você não tentar... não tem como. O Jeremy tá na sala dele agora, e com certeza tá conversando com ele... Vocês se amam demais, Hayley, estranhamente, mas se amam. Não deixa isso ir só por causa de uma tara idiota do imbecil do Van. — Eu e Jeremy, a gente teve um papo com ele ontem. — Um papo? — E uns socos também. — Ah, claro. — Enfim, nós falamos com ele, mas ele teve a audácia de dizer que você estava dando em cima dele. — O quê? Mas que desgraçado! Eu tentei fugir dele, Taylor! Caramba, que idiota! — Calma, Hayles, a gente acredita em você. Eu vi. — Então, Hayles, se depender do desgraçado ele não vai dizer a verdade... Eu e o Jeremy ainda batemos bastante nele, mas ele disse que você queria, e nos xingou, xingou você... Enfim. Ele é um idiota. — É um idiota. — Dakotah. — Com certeza... Vai para o ensaio amanhã? — Sim... acho que vou. — Ah, você vai. Sem você a gente não tem como ensaiar. — Eu vou, Tay. Apesar de tudo eu vou sim. Nesta hora, o professor aparece e pede duplas. Como Taylor e Dakotah ficaram juntos, Hayley opta por sentar-se com Jason, que estava uma cadeira a frente dela. Com as duplas feitas, o professor distribui os livros. ―Romeu e Julieta?‖ Hayley pensa ―Era só o que me faltava.‖. — Romeu e Julieta, professor? — Jason pergunta. — Exatamente, Sr. Bynum. Todos nós amamos, certo? — Sim, certo. — Pois então. Todas as pessoas que amam sabem ou pelo menos podem imaginar o quanto é ruim ficar sem o seu amado. Sheakspeare retratou a história de Romeu e Julieta, dois jovens que se amavam muito, mas tem este amor proibido pelos seus pais e suas famílias. Nesta história, as lutas de espada, o disfarce, os equívocos, a tragédia, o humor e a linguagem da paixão simbolizam, no seu conjunto, o amor verdadeiro. Eu quero que as duplas leiam e façam uma síntese, valendo um quarto da nota. — Amo esse livro — comenta Jason —, Sheakespeare era realmente um gênio. A história inteira é perfeita. E nem tem aquele ―final feliz‖ que todos esperavam. Acabou com a morte dos personagens principais. Com certeza, revolucionou o mundo dos livros. — Nossa! Vamos colocar isso na nossa síntese! — Hayley diz e eles riem. — Não sabia que você se interessava tanto por literatura. — Gosto muito. — Hm... — Cara, você vai me achar um idiota, mas eu não pude deixar de ouvir a sua conversa com Taylor e Dakotah... Hayley engole seco. — Você ouviu? — Sim, me desculpa; E Hayley, eu concordo com eles... acho que você tinha que falar com o Josh. — Estranho escutar isso de um cara que já se declarou pra mim. — Ela diz dando um sorriso de canto. — Deus sabe como eu te amo. E Ele também sabe como eu odeio te ver assim: Triste... sem aquele brilho nos olhos... Hayley, eu te amo muito pra agüentar te ver triste. Acredita, isso tá acabando comigo. Por isso eu quero que você fique com o Josh... porque com ele você fica feliz e animada como antes. — Você é um perfeito Romeu, hein?! — É. Pois é. — Eles riem e ela lhe dá um tapa no ombro. — Mas sério, fala com ele. Ele não pode ser tão burro a ponto de não acreditar em você. — Ok, Jason, vamos começar? Ele sorriu e fez que sim com a cabeça. — Vamos sim. Jason sabia que Josh teria de acreditar nela. Logo todas as aulas se foram e chegou o momento de ir para casa. Ainda lá fora, Hayley vê Josh indo embora. Respira fundo e decide ir até lá. Começa a andar bem rápido até chegar até ele. — Josh? — Ela fala alto e ele se vira — Por favor, vamos conversar. Josh pensa nas palavras de Zac e de Nate um dia antes, para ele deixá-la se explicar. Faz que sim com a cabeça. — Certo, Hayley. Vamos conversar então. É... vamos até aquela lanchonete. Deixa eu te pagar um suco ou coisa assim. Ela assente e o segue, sem dizer nada. Na esquina, eles se sentam em uma mesa e ele pede dois sucos.


— Ok... o que quer dizer? — Eu sei que parece difícil pra você. Eu sei que parece que estou mentindo, mas por favor, Josh, eu fui pega de surpresa. Não! Não me interrompe, me deixa terminar. — ela respira fundo — Eu estava na aula de Inglês, e o Van começa a me importunar pedindo canetas emprestadas, e numa dessas ele pede pra conversar comigo. Eu não queria, então disse que conversaríamos no intervalo. Eu achei estranho, eu me sentia mal perto dele, então eu tinha em mente fugir dele, ou sei lá. Quando chegou o intervalo, eu estava com Sarah e nós estávamos indo comer, mas ele me segurou pelo braço e disse que só precisava de um minuto. Então ele começou com uma conversa boba, dizendo que eu não deveria namorar você, porque você é mau e etc. Eu disse que não, que eu conhecia você muito bem e que, principalmente, eu não precisava da opinião dele. Então ele agarrou meu braço e me beijou a força. Josh, eu não queria! Mas você sabe o quanto ele é forte. Eu sou pequena, eu não consegui me soltar dele. Não foi minha culpa, Josh, por favor, acredita em mim. Ele estava com um semblante frio. — Se põe no meu lugar, Hayley. Pense no que você faria se fosse eu e Jenna, nos agarrando, na escola. O que você faria? Eu digo, você mataria ela e a mim, antes mesmo de saber da história! Me desculpa, mas eu não consigo... eu... tenho que ir. — Ele disse tirando dinheiro da carteira e colocando na mesa. As lágrimas desceram pela face dela. Ela abaixou a cabeça. — Não precisa pagar o meu. — Eu te convidei, vou pagar. — Não precisa pagar o meu, droga. Ele tirou dois dólares e colocou em cima da mesa, colocando a mochila nas costas e saindo de lá. Hayley colocou mais dois em cima da mesa e saiu. O garçom ganhou dois dólares e cinqüenta centavos de gorjeta. Ela pegou a mochila e foi andando em direção a sua casa. Eu tinha razão – pensou ela – ele não acreditou.

[...]

No outro dia, às três da tarde, estavam na garagem de Josh: Zac, Taylor e Jason, afiando os instrumentos e esperando Hayley chegar. O clima estava meio tenso e Zac e Taylor estavam descontraindo, cantando musicas e fazendo os rapazes sorrirem. Até que a campainha toca. Hayley havia chegado. Isabelle atende e Hayley vai andando até a garagem. Ela estava linda. Com um semblante... feliz. Porém, quem a conhecesse, saberia dizer perfeitamente que ela estava camuflando a dor. Todos, principalmente Josh, souberam que ela não estava feliz. Mas decidiram não dizer nada. — Oi galera. — ela disse chegando e brincando com o cabelo de Taylor. — Tudo bem aí com vocês? — Não mais com o meu cabelo, né. — Taylor diz e ela gargalha. — Foi mal, Tay. — Comprou as cordas novas, Jas? Ele estranhou. — Comprei. Ficaram ótimas. — Vamos começar com o quê? — Que tal That‘s What You Get? Melhorei meu solo na batera. — Por mim tudo bem. — Ok. Paramore – That’s What You Get Não, senhor; eu não quero ser a culpada, não mais. É a sua vez, então sente-se para acertarmos as contas. Por que nós gostamos tanto de nos machucar? Eu não consigo decidir; você tornou mais difícil para prosseguir. E Por quê? Todas as possibilidades, bem, eu estava errada. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. Eu afoguei toda a minha razão com o som da batida. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa.


E todos entenderam que não havia melhor hora para aquela música ser tocada. A cada nota que Josh fazia, a cada batuque que Zac tirava, a cada corda que Taylor segurava, a cada grave que Jason tirava de seu baixo, e, a cada palavra que Hayley pronunciava, se lembrava da dor dos dois. Eu me pergunto, como eu deveria me sentir quando você não está aqui? Pois eu queimei todas as pontes que construí quando você estava aqui. Eu continuo tentando me prender a coisas bobas, mas nunca aprendo. Oh, por quê, em todas as possibilidades, sei que já as ouviu. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. Eu afoguei toda a minha razão com o som da batida. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. Hayley cantava com um sorriso estampado no rosto. Mas todos sabiam que ela sangrava por dentro. O coração dos dois ganhou. E agora, por conta deste coração, os dois estavam sofrendo. Josh não conseguia olhar para ela. Mantinha-se firmado e concentrado em sua guitarra, dando o melhor de si na música. Mas o seu íntimo estava sofrendo com aquelas palavras. Dor, faça teu caminho até mim, até mim. E eu sempre serei muito convidativa. Se eu nunca começar a pensar direito, Esse coração vai se rebelar contra mim. Vamos começar, começar, hey! Por que nós gostamos tanto de nos machucar? Oh, por que nós gostamos tanto de nos machucar? Hayley olhou para Josh, que balançava a cabeça no ritmo da música. Ele levantou a cabeça e os olhares dos dois se encontraram. Por quê nós gostamos tanto de nos machucar? Ele voltou a atenção para a sua guitarra e Hayley cantou com toda a voz a ultima parte da música. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. É isso que você ganha quando deixa seu coração ganhar, whooa. Agora não confio em mim mesma com nada além disso. É isso que você quando deixa seu coração ganhar, whooa.

Com o ultimo batuque da bateria e a ultima nota arrancada da guitarra, a música acabou e Hayley puxou aplausos. — Parabéns, galera. Ninguém errou! Uhuul! Vamos arrasar nesse festival. — É isso aí, Hayles! Esse é o espírito. O ensaio correu normal. O clima tenso era facilmente percebido, mas mesmo assim, todos se divertiram. Quarenta minutos depois deles tocaram That‘s What You Get, Hayley disse que teria de ir embora, para cuidar de Mckayla, já que Erica estava na escola e os pais dela iriam sair. Não era nada disso. Ela só não estava agüentando mais ficar ali dentro. Despediu-se com o mesmo sorriso no rosto, pegou sua mochila e saiu. Logo depois, Taylor foi com Zac até a cozinha para comer alguma coisa. Josh estava quase indo também, até que Jason pede para ele ficar. — Ei, e aí, cara. — Que foi? — A gente tem que conversar. — Sobre o quê? — Você sabe muito bem sobre o que é. E eu não vou deixar você se fazer de idiota, não agora. Senta aí, porque eu só saio daqui depois que a gente conversar. Sério. Josh faz um rosto meio debochado. — Ok, então tá.


Eles se sentam em umas caixas de madeira que ficam na garagem. — O que você quer? — A Hayley falou com você? — O quê? — Eu vi vocês dois indo para a lanchonete. Ela falou com você? — Sim, ela falou. Falou toda aquela coisa de que não é culpa dela e tudo mais. — E porque diabos vocês ainda não estão juntos? — O que tu tem a ver com isso? — Responde, droga! — Porque ela está mentindo! Jason dá uma gargalhada. — Caramba, Josh... eu sempre soube que você é burro, mas agora eu tenho certeza. Meu Deus! — Qual é cara, o que você quer? — A culpa não foi dela, imbecil! Foi uma armadilha. Uma emboscada. E você caiu feito um patinho. — Jason, vai à merda. Eu não quero saber. Não acredito que ela pediu pra você vir falar comigo e... — Josh! Ela. Não. Teve. Culpa. Que desgraça! Foi um plano da Jenna pra separar vocês dois. Josh levanta os olhos. — Seu idiota. A Jenna falou para o Van beijar a Hayley na tua frente pra ela te ter de volta. Não é óbvio? Deixa eu fazer uma suposição: Ela já veio aqui pelo menos uma vez; Estou errado? — Não. Ela veio aqui na segunda. — Ah-há! Eu não disse? Josh, ela armou pra você e pra Hayley, e cara! Eu realmente achei que você não fosse imbecil o suficiente pra cair no golpezinho dela. Qual foi a única coisa que eu te pedi, cara? Qual foi a única coisa? Josh, eu só te pedi pra você fazer a Hayley feliz, e nem isso você faz! — Por que eu acreditaria em você? Como eu vou saber se o que você diz é verdade? Jason se levanta e começa a andar pela garagem. — Eu sei, Josh, por que ela pediu pra mim.

Flashback on Pov. Jason

Estava indo em direção a aula de História, e estava quase entrando na sala, quando uma mão me surpreende. — Olá, Jason. — Oi... Jenna, certo? — É, Jenna. É um prazer te conhecer. — Ela estende a mão pra mim. — Jenna, o prazer é meu. Mas olha, eu tenho mesmo que entrar e... — Calma, rapaz! — Ela diz, sorrindo — Preciso falar com você, e só vai levar um minuto. Suspirei. O que essa menina quer comigo? Sorri. — Tudo certo, então... O que você precisa falar? — Bem... eu soube que você está caidinho pela Hayley Nichole. — Ela diz olhando para uma unha. Eu sorri da forma como ela colocou. Menina louca. — Ér... eu gosto dela, Jenna. Não estou ―caidinho‖. — E solto uma risada mais forte. — Chame como quiser. Mas você está apaixonado por ela, certo? — Sim. — Você a ama? — Sim. — Pois é, Jason, meu querido. Você já deve saber que eu era namorada do Josh até a Williams aparecer. — Eu soube sim. — Então... eu ainda o amo. Muito mesmo. E sabe... a gente pode se juntar, para conseguirmos o que queremos. Mas olha só. Bem que eu sabia que essa garota não era confiável. Ergui uma sobrancelha. — Hum... fale-me do que você tem em mente. Jenna me veio com uma conversa incrivelmente imbecil. Eu teria que me aproximar de Hayley, e beijá-la na frente do Josh! Que péssimo. — E então... o que me diz? Vamos nos juntar?


Eu balanço a cabeça negativamente. — Meu Deus do céu, o que passa nessa tua cabeça? Você é louca? Jenna, preste atenção no que eu vou te dizer: Eu amo a Hayley. Mas eu nunca vou conquistá-la usando de planinhos idiotas e mal feitos. Se tem uma coisa que eu tenho - e quero continuar tendo -, é o meu caráter, e eu o preso. Você deveria fazer o mesmo; Eu jamais faria algo assim para consegui-la, porque sinceramente, eu só a afastaria mais de mim. Você por acaso não pensa? Essa foi a coisa mais horrível que eu já ouvi! Meu Deus... Ela fechou a cara na hora. Acho que ela tinha certeza que eu aceitaria. — Mas não se preocupe, eu não vou contar pra ninguém esse monte de baboseira. Sabe por quê? Por que eu sei que aqueles dois se adoram e se amam muito, e não vão deixar a relação deles acabar por uma idiotices dessas. Agora me dá licença, que eu preciso ir pra aula. Ela se virou de forma nojenta e saiu em passos fortes, visivelmente irritada.

Flashback off

— Um mês se passou e eu acreditei que ela tinha desistido dessa idiotices toda. Mas não. Quando eu soube do Van, e vi Hayley chorando na escola com a Sarah, eu soube na hora que ela tinha feito aquilo. Não fiz nada, não contei nada pra ninguém, porque Josh, eu realmente acreditei que você não seria idiota a ponto de acreditar no Van Beasley, pau mandado de Jenna Rice! Josh fica inquieto com tudo o que acabou de ouvir. — Isso tudo é verdade mesmo? — Sim, Josh. E cara, como você é idiota! Ela não merece você. A Hayley te ama, que droga, ela te ama demais! Você não viu hoje? Ela fingindo que estava ótima, pra não fazer os amigos dela sofrerem! E você realmente acreditou nessa historinha de ―tenho que cuidar da minha irmã‖? Pelo amor de Deus, Josh. Deixa de ser burro! Ela está sofrendo por você. Ela tentou te explicar, ela te disse toda a verdade e você a desprezou! Pois quer saber de uma coisa? Você deixa de ser burro, porque se você for idiota demais para não ir lá e tomá-la nos braços, eu sinto muito, mas eu não sou. Josh sentiu um nó na garganta. Ele não tinha argumentos para discutir com Jason, que agora estava guardando seu contra-baixo na capa. Ele havia sido insensível. Estava estático. Ele não tinha a escutado. E agora poderia ser tarde demais. Sim, ele sabia que essa história da Mckayla era só uma desculpa. Ele sabia disso. E também sabia que a amava de todo o coração. Prova disso era a música que ele havia composto um dia antes sobre toda a sua dor. Aquela música que ele jurou não deixar ninguém saber. Estava perdido em seus pensamentos. E de fato, estava se sentindo um idiota. — Vai ficar aí? — Jason disse tirando-o do transe. — Não. — Ele respondeu, levantando-se. — MÃE, EU VOU SAIR E NÃO TENHO HORA PRA VOLTAR. — Ele gritou, entrando no carro e abrindo o portão da garagem. Jason colocou o volume nas costas e saiu pela porta. Josh saiu desesperado com o carro em direção a rua de Hayley. Dirigia feito louco. Chegou em menos de três minutos e viu que a casa estava trancada, porém a luz do quarto de Hayley estava acesa. Tocava uma música muito alta, e ele podia ouvir a voz dela ecoando. Saiu do carro e correu em direção ao quarto. A janela estava aberta. Ele pegou a mesma escada da outra vez e a apoiou na janela. Subiu rapidamente e pulou a janela. Hayley estava arrumando seu guarda-roupa, de costas para a janela e escutando Stop And Stare – OneRepublic no som, bem alto. Josh se lembrou de quando ele estava escutando essa música no celular e eles foram para a escola cantarolando-a. ―Pare e olhe, você começa a se perguntar por que você está aqui, não lá. E você daria qualquer coisa para conseguir o que é justo, mas justo não é o que você precisa realmente. Oh, você pode ver o que eu vejo?‖ Caminhou calmamente e se sentou ao seu lado. Ela parou de cantar e ficou surpresa. Falou algumas coisas mas ele não escutou pelo som estar muito alto. Com um controle remoto, ela abaixou o volume. — Quantas vezes você escutou essa música hoje? — Josh perguntou com um sorriso no rosto. Aquele sorriso. — Umas cem. — Ela disse abaixando a cabeça e dando um meio sorriso. Ele levanta o rosto dela com um dedo e a faz olhar para ele. Ao encará-la, ele nota que a íris dos olhos delas estavam vermelhas, e a pupila dilatada. Ela estava chorando enquanto cantava. A musica ainda ecoava pelo quarto. — Me desculpa. — Ele sussurrou. — Eu te amo. Eu te amo mais do que tudo. E eu sei que você estava falando a verdade. Eu fui um idiota. Por favor... me desculpa. Ela sorriu e as lágrimas brotaram em seus olhos.


— Oh meu Deus, Josh! — Ela diz e praticamente pula para cima dele, beijando-o. Como puderam ficar três dias, três longos dias separados um do outro? Eles se beijavam ardentemente. Aquele beijo estava cheio de amor, paixão, saudade, desejo... e todos os outros sentimentos que se sente quando se faz as pazes. Eles queriam um ao outro. Agora mais do que nunca. Com o peso de Hayley sobre si, Josh acaba se deitando no tapete cheio de roupas do quarto dela, com a mão firme em sua cintura, e ela segurando a sua nuca. Quando o ar se vai, Hayley começa a beijar seu rosto rapidamente, e beija o seu pescoço também, deixando lá uma mordidinha também. Volta até a boca dele e os dois voltam a se beijar. Hayley passa a mão por dentro da camisa dele e a empurra para cima, começando a tirá-la. Josh terminha de tirar a camiseta enquanto ela tira a dela também. Eles voltam a se beijar. Josh passa a mão pelas costas dela e acha o fecho do sutiã e o tira. — Achei que ia ter que te ajudar novamente. — Hayley diz rindo. — Acho que peguei o jeito. — Eles sorriem novamente e voltam a se beijar. Josh passa a mão pelo seio dela, apertando-os devagar e massageando os mamilos. Passa a mão por todo o corpo dela, até chegar ao shortinho que ela usava. Sem dificuldade, ele o tira junto com a calcinha, e passa a fazer movimentos com a mão em Hayley. Ela geme baixinho e morde o seu ombro, deixando beijos ali. Ela passa a mão pelas suas costas, arranhando-as de leve, e chega a calça. Desabotoa e Josh a ajuda a tirá-la junto com a cueca. Josh se livra da calça e eles voltam a se beijar com ardor. O membro dele já estava rígido. Josh pega uma camisinha que estava no bolso da calça (desde a noite que os dois tiveram anteriormente, ele passou a carregar sempre camisinhas consigo) e se encapa. Beija o pescoço de Hayley e a deita no tapete. Começa a penetrá-la devagar, com movimentos pequenos, e sente uma chama arder dentro de si. Hayley começa a gemer. Ele a beija nos ombros e pescoço enquanto faz os movimentos, e ela geme. Então ele passa a aumentar os movimentos, tornando-os mais rápidos e fortes. Ela gemia cada vez que ele entrava dentro dela, e o arranhava. Seu rosto estava começando a suar, e o prazer daquele momento era indescritível. Estava muito melhor do que a primeira vez. Muito. Ela pega nos ombros de Josh e o força para deitar, ficando agora, ela por cima dele. Ela começa a rebolar em cima do membro de Josh, que também gemia e suava. Ficaram assim por um bom tempo, até que Josh chegou ao clímax. Tirou o preservativo com o esperma, enrolou-o num papel higiênico e o jogou no lixo. Quando voltou, Hayley estava vestida com sua blusa. Ele sorriu. — Acho melhor tomarmos um banho. — É. — Ela sorriu. Foi uma ótima maneira de fazer as pazes.


Capítulo 36 – I’ll never let this go

Talvez se meu coração parar de bater isso não machuque tanto E eu nunca mais terei de responder de novo pra ninguém Por favor, não me entenda mal... Porque eu nunca vou deixar isto ir, mas eu não consigo achar as palavras pra te contar. Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se não te conhecesse. Um dia você vai cansar de dizer que está tudo bem E até lá eu tenho certeza que estarei fingindo apenas como estou essa noite Por favor, não me entenda mal... Porque eu nunca vou deixar isto ir, mas eu não consigo achar as palavras pra te contar. Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se não te conhecesse. Deixe isto ir... Deixe isto ir... Mas eu nunca vou deixar isto ir. Mas eu não consigo achar as palavras pra te contar Eu não quero ficar sozinha, mas agora eu sinto como se não te conhecesse. E eu nunca vou deixar isto ir, eu não consigo achar as palavras pra te contar que agora eu sinto como se não te conhecesse.

— Que... lindo! — Hayley exclamou, referindo-se a musica que Josh havia cantado para ela. Eles haviam tomado banho (sem sacanagem, juro), e agora estavam sentados no tapete da sala. Josh com o violão, cantara a música Never Let This Go, que ele compôs um dia antes. Só queria liberar sua dor. E a música havia ficado ótima. — Eu amei... ficou perfeita... Ah. — Ela disse e se arrastou para perto de Josh, que tirou o violão do corpo e a abraçou por um longo tempo. — Não estou pronto pra te soltar. — Ele disse e ela riu. — Nem eu... — Senti sua falta. — Não mais do que eu. — Ela disse e eles finalmente se soltaram e ficaram se olhando. — Senti falta de tudo. Tudo mesmo. Você não tem idéia de quantas vezes eu escutei a mesma música, não tem idéia de quantas vezes eu reli tudo aquilo que escrevi quando era pequena. Você não tem idéia de como eu senti a sua falta, seu bobão. Ele riu. — Já é a segunda pessoa que me xinga hoje, oba. — Segunda? — ela perguntou — Quem teve a audácia de xingar você? Só eu posso xingar você. — Ela disse revirando os olhos. Josh riu. — Pois é... deixa pra lá. Eu fui um idiota mesmo. — ele passou a mão pela cintura dela — Talvez não tanto, agora. Ela deu um tapa nele. — Foi, você foi um idiota, Josh. Sabe por quê? — Ela disse e se virou, encarando-o bem de perto — Eu sou sua. Sua, e de mais ninguém. E já te provei de todas as formas. Por favor, não se esqueça disso de novo. — Não vou esquecer nunca mais, eu prometo. Não se esqueça que eu sou seu também. — Nunca. — Ela diz e se aproxima dando abertura ao beijo. Depois, Josh se recosta no sofá, ainda sentado no tapete, e Hayley fica com a cabeça em seu ombro. Eles ficam apenas curtindo a companhia um do outro, enquanto viam qualquer filme na TV. Eles queriam ficar juntos. Finalmente juntos. Apenas isso. — Hm... cadê a sua mãe? — Josh comentou baixinho. — Na casa do namorado dela. — Ahn... que bom que ela não estava aqui. Eles riram. — Pois é... ô Josh. — Que foi? — Quanto custa um suco? — 75 cents... por aí. Por quê? — Hoje, de manhã, nós deixamos 4 dólares por dois sucos. — Eles riram. — Feliz do garçom. — Uhum. Mas... hm... hoje, você não quis me escutar. O que te fez vir aqui? — Tive uma conversa séria com alguém. — Quem? Zac? Ou Taylor?


— Você não vai acreditar... — Fala, ué. — É surreal. — Josh, fala. — O Jason. — O Jason? Como? Isso é surreal. — Eu disse. — Mas por que ele faria isso? E o que ele disse que fez você acreditar em mim? — Ei, calma. Eu não sei porque ele fez isso. Só sei que ele fez. — O que ele fez? — Ele disse que o Van beijou você a força porque... — Porque? Josh suspira. — Porque a Jenna pediu para ele fazer isso. Hayley dá um sorriso sarcástico. — A Jenna? — Pois é... — A Jenna. A Jenna mandou o Van me beijar. Whore, ela está morta. Ah, se está. — Hayley, não. — Não? Não o quê? Ela mandou o desgramado do Van me beijar a força pra me separar de você e você ainda quer que eu não bata nela? — Hayley, olha, da ultima vez que você resolveu bater nela você ficou três dias suspensa. Se você for suspensa de novo, mais uma vez, você vai ser expulsa. E você quer mesmo pegar faltas agora, em época de prova? — Eu não ligo. Vou bater naquela vaca. E não é você que vai me impedir. — Ah, ótimo. Mas tudo bem, se você quer ficar de recuperação... — Se eu vou ficar de recuperação ou não o problema é meu. — É meu também. Você é minha namorada. — Não é não. Eu ser sua namorada não tem nada a ver. O problema não é seu. — É sim. — Não é. — É sim. — Não é n... Ei, espera! Estamos discutindo. — Estamos, e daí? — É a primeira vez que isso acontece desde que fizemos as pazes. — É, pois é... Bem, eu acho que eu senti falta disso. — Hayley diz pensativa. — Eu amo você, sua chata briguenta. — Eu amo você, seu bobão chato. Eles se aproximam e se beijam. Depois que o ar se vai, eles se deitam novamente e continuam vendo o filme, apenas desfrutando da companhia um do outro. Porém, como estavam muito cansados, eles adormecem naquele tapete. Com Hayley por cima do peito de Josh. Duas horas depois, Christie chega, e vê Josh e Hayley (Hayley estava com a camiseta de Josh, ainda) deitados e dormindo, enquanto a televisão estava ligada. Ela sorri. Notava-se a alegria dos dois, mesmo que dormindo. Notando que Hayley estava com a camiseta do Josh e o cabelo dela estava molhado ela chegou a uma conclusão. E, por mais incrível que pareça, isso a fez rir. A garotinha dela havia virado uma mulher. Devagar ela entrou dentro de casa, guardou a bolsa sem fazer barulho e foi tomar banho. [...] O dia amanheceu em Franklin. Hayley foi acordada pelo despertador do celular e Josh, por sua vez, foi acordado por uma buzina bem alta e com a mão colada no rosto. Mas isso foi logo resolvido, pois Belle havia colocado cola de Isopor. Josh agradeceu por ela não ter colocado cola de sapato, ou super cola. Josh arrumou-se, alimentou-se e saiu em direção a escola. Quando fechou a porta, lá estava ela: Não, não era Hayley. Era a vac... Jenna. Rolou os olhos e tentou seguir como se não a tivesse visto. Ele não queria que aquela manhã (quase) perfeita fosse estragada. Mas foi inevitável. Jenna correu até ele e o tentou abraçar. Ele se esquivou. — O que houve, Josh? — O que houve? Hum, bem. Deixa eu pensar. Ah, é. Você pediu para o Van beijar minha namorada a força e o idiota aceitou e agora você está tentando se aproximar de mim fingindo que nada aconteceu.


Ela fez uma expressão preocupada. — Ahn, Josh. Que pena, você já está acreditando nela. Ela está dizendo coisas sem noção, Josh! Veja a que ponto ela chegou! Dizer que eu fiz o que ela fez! Ela foi infiel, traiu você, beijou o Van na frente de toda a escola e agora está colocando a culpa em mim! Ela já me bateu sem nenhum motivo, só pra me ver machucada. Me mandou pro hospital e agora ela quer me culpar por um erro dela. Não acredite, Josh! Eu amo você. Ela te traiu! Josh ri, debochado. — Me poupe das tuas ceninhas e dos teus teatros. Primeiro, que nem a própria Hayley sabia que você tinha feito isso. Não foi ela que me contou. E segundo, que você já fez esse tipo de planinho idiota. Como beijar o Tyler pra me fazer ciúmes. Pois quer saber? Eu não ligo. Sai daqui que eu tenho que ir pra escola. — Josh, por favor! Acredita em mim! Quem te disse isso, quem te disse que eu faria isso com você? — A mesma pessoa que você pediu primeiro para colocar em prática o seu planinho idiota. — Josh, eu não fiz plano nenhum! Quem te disse isso? Quem? — Jason, foi ele! — O Bynum? Oh, meu Deus! Josh, ele quer se vingar de mim! Ele pediu pra ficar comigo e eu disse não, porque eu te amo e não ele. E ele disse que iria se vingar. Por favor, Josh, você acreditaria num safado desses? Quem acreditaria num cara que diz que ama uma garota comprometida e pede pra ficar com outra? — Nossa! Eu não sabia que eu era tão safado assim, querida Jenna Rice. — Disse Jason, que estava vindo por trás de Jenna e escutou quase tudo o que ela disse. Jenna sentiu o sangue gelar. A boca ficou seca. — Olha, eu juro que achava você uma vadia. Mas agora eu tenho certeza. Quer saber? Eu teria vergonha de existir se fosse você. — Jenna, olha, sai daqui. Eu não quero mais nem olhar pra tua cara. — Josh disse com desprezo. Jenna se virou, e sem saber o que fazer, foi embora. — Esqueci meu boné aqui. — Jason começou — Então eu vim buscar antes de ir pra escola. Quando atravessei a rua vi que Jenna estava falando com você, então eu desliguei a moto e vim andando, pra saber o que ela estava dizendo. Josh olhou para o fim da rua e viu a moto azul em pé, na calçada. — Vou pegar o teu boné, espera. — Josh disse e entrou. Foi até a garagem, achou o boné e saiu pela garagem. Entregou o boné ao dono. — Você... fez as pazes com a Hayley? ―— Achei que ia ter que te ajudar novamente. — Hayley diz rindo. — Acho que peguei o jeito.‖ — Ei, Farro? — Ahn, oi, desculpa. — Você fez as pazes com a Hayley? — Fiz. Fiz sim. Obrigado, aliás, pela... conversa. — Não fiz por você. Josh deu um meio sorriso. — Eu sei. — Sabe, não é só porque eu te ajudei que eu vou desistir. Fiz isso porque sou justo. E porque ela estava triste. — Sei. — Enfim. Vou indo. Até mais. — Até. Josh começa a andar em direção a casa de Hayley. Flashes de memória da tarde anterior começam a brotar em sua cabeça. Era tão bom tê-la... E se toda vez que eles brigassem feio eles fizessem as pazes daquele jeito... que venham as brigas! Chegando lá ele tocou a campainha. Christie atendeu. — Olá, Josh. — Oi tia. É... a Hayley já está pronta? — Não. Christie encara Josh por inteiro e ele põe a mão nos bolsos. Christie abafa um sorriso e diz para ele ir ao quarto da filha. Ele corou. Não sabia o que estava acontecendo. Bateu na porta e ouviu um ―entra‖. Hayley estava escovando o cabelo. Josh vai até ela e eles trocam um selinho. Ele se senta na cama. — E aí, como está sendo a sua manhã? — Bem, eu fui acordado da maneira mais estranha do mundo. Depois de descolar minha mão da minha cara, eu... — Você estava com a mão colada na cara? — Hayley interrompe. — Isabelle. — Oh my Gosh! Que criatividade. — Acredita, você não ouviu nada.


— Já tiveram piores? — Uma vez ela me acordou com um balão cheio de ar e uma boneca com cara de assassina. Confesso que fiquei com medo de bonecas depois disso. Hayley gargalhou. — Meu Deus! Mas ok, continue. — Como eu ia dizendo, depois que eu descolei minha mão da minha cara, eu me arrumei e saí pra vir pra cá. E então... Deixa pra lá, como está sendo a sua manhã? — Eu acordei com o meu celular normalmente, graças a Deus, eu acho. Enfim, minha mãe veio aqui enquanto eu me vestia e aí ela começou com uma conversa estranha. Então ela achou a capinha da camisinha no canto do tapete e começou a me zoar, dizendo coisas como ―owwn, minha filhinha já é uma mulher! Acho que vou chorar‖. Então ela deu uma crise de choro e eu tive que acalmá-la, e depois disso, começou a me zoar de verdade, me perguntando como foi. E só saiu daqui por que você chegou então... Obrigada. Mas bem, o que aconteceu depois que você saiu de casa? Josh estava estupefato com os olhos arregalados e completamente estático. — Você acabou de dizer que a sua mãe descobriu que nós transamos e que você era virgem? — Sim, pras duas coisas. Você não sabia que eu era virgem? — Não, droga, você já teve um namorado, como eu ia saber?! — Não transo com qualquer namorado que eu tenha, ok? — Ok, mas... Uou. Por isso a sua mãe me olhou daquele jeito? — Que jeito? — Um jeito estranho. Hayley gargalhou. — Estranho como? — Estranho estranhíssimo. Como se eu fosse um modelo de cueca. — Bem... — Hayley disse entre risos — ...acho que ela quis ver o que me fez me atrair por você. — Ela não foi tão discreta. — Ela nunca é. Mas me conta, o que aconteceu depois que você saiu de casa? — A Jenna apareceu lá e eu dei um fora nela, aí ela disse que você estava fazendo a minha cabeça e que o Jason era um mentiroso, então o Jason apareceu e desbancou ela, eu entreguei o boné que ele tinha esquecido e vim pra cá. Mas isso não importância nenhuma, damn, sua mãe sabe que nós transamos. Aqui! Oh meu Deus. — A vaca apareceu na sua casa? — Foi. — Ah meu Pai. Ela está morta. Muito, muito morta. — Meu Deus do céu... a sua mãe deve estar me achando um safado... O JEITO QUE ELA ME OLHOU, HAYLEY! Eu me senti nu, cara. Meu Deus! Meu Deus! Oh. Meu. Deus. — Josh, que droga! Deixa de ser dramático. — Você tem um saco de papel aí? Não sei se vou conseguir olhar pra ela outra vez. Hayley suspirou. — A minha mãe é muito relax em relação a isso, ok? Fica frio. E me diz o que a vaca foi fazer na tua casa, e porque ela disse que o Jason é um mentiroso. — Relax? ISSO ME DÁ MAIS MEDO AINDA. Sério, Hayles, acho que vou embora pela janela e... — JOSH, CARAMBA! Me conta antes que eu tenha um ataque. — Ok, ok. Calma. Ela foi lá porque achava que eu ainda não estava com você. Eu a deixei na bota e o Jason apareceu pra pegar o boné e a viu falando mal dele, então ele a deixou na bota. Ela ficou sem palavras e foi embora, eu entreguei o boné e o Jason foi embora. — Porque ela disse que o Jason era um mentiroso? — Por que ele me disse ontem, Hayley, que eu deveria ficar com você, por que você não tinha culpa. Antes de falar com o Van, a Jenna falou com o Jason para beijar você. — E ele não fez isso porque? — Não sei. Acho que ele viu o quão ridículo seria. Ele parece bom caráter; Enfim, ele a deixou na bota e.., — Pára de falar isso. É cafona. — O quê? — ―Deixar na bota‖. — Ahn, ok. Ele deu a maior tirada nela e ela chamou o Van. E bem... eu acreditei nele, porque ele diz que ama você, e mesmo assim fez com que nós ficássemos juntos. Porque alguém faria isso? Era impossível não acreditar... Ah meu Deus, Hayley, você era virgem! E a sua mãe soube que nós... — Humf. Josh, seu cabecinha de vento, cala a boca. — Cabecinha de vento? Cabeça de vento é você, credo! — Bem... eu vou ter uma conversinha com a Srta. Rice. E vou falar com o Jason também. — Não dê muita trela pra ele não, Hayley. — Ai meu Deus, começou. Vamos pra escola, antes que a gente se atrase? — Só estava esperando você. — Ok, ok. Eles saem da casa de Hayley e avistam Sarah chegando. Esperam.


— — — — —

Hey... Josh e Hayley, juntos, sem brigar. Voltaram? QUE BOM! Você nem escutou a resposta. — Josh. E daí? Está óbvio. Certo. Bom dia, Sarah. Bom dia, Josh.

Chegando na escola, eles ainda esperam um pouco em frente e logo o sinal toca. Hayley segue direto para sua primeira aula, a de Literatura e Josh vai para a Educação Física. Ela logo avista Jason. Aproveitaria a aula para conversar com ele. Ela se senta perto dele. Jason não estava muito feliz, isso era notável. Também pudera, afinal, você pode imaginar a dor de ver a pessoa que você ama com outra e saber que você fez com que isso acontecesse? Ele sabia que metade das pessoas do mundo não faria o que ele fez. E ele sabia que Hayley estava radiante daquela forma por causa de Josh. Por causa de outra pessoa. E... isso é triste para ele. Hayley logo nota que ele não estava muito bem. Assim que ela o olhou, na verdade, ela sentiu que ele não estava bem. — Hey Jason. Tudo bom? Ele sorri verdadeiramente. — Oi Hays! Tudo, e você? — Estou bem... — Que ótimo. — Ele diz e dá um sorriso de canto. — Bom mesmo. — Hey pessoal. — Diz o professor. — Quero as duplas aqui, com as suas sínteses. Agora, vamos. Ei, ei! Espere Sr. Brown, eu não disse que quero que me entreguem as sínteses agora. Bem, todos vocês vão falar sobre suas sínteses e expor as suas opiniões sobre Romeu E Julieta. Então, já que está com pressa, Sr. Brown, o Sr. e a Srta. Marshwell serão os primeiros. Todos se acomodam em seus lugares e os dois primeiros alunos vão apresentar seus trabalhos surpresa. Eles estavam completamente nervosos. Passam-se uma, duas, três, até oito duplas, quando chega a vez de Hayley e Jason. — Te prepara, que você sabe mais dessa história do que eu. — Hayley sussurra. — Relaxa. — Então, Sr. Bynum e Srta. Williams, podem começar. — Romeu e Julieta é uma história que desde muito tempo me inspira. — Dissemos sobre o final, porque, não foi aquilo, que todos amam e esperam. O famoso ―felizes para sempre‖ não aconteceu, quer dizer, ambos os personagens se mataram por amor. O amor. Na nossa síntese, nós ressaltamos o amor da história. — Sabe, professor e colegas, por experiência própria... — Jason começa e olha Hayley — ...eu sei que o amor pode fazer coisas inexplicáveis. Quem já amou de verdade entende o que eu digo... O amor nos faz sentir vivos. O amor nos força a fazer coisas estranhas e... que não beneficiaria a nós mesmos. — Jason a olha novamente, que abaixa a cabeça. — Por conta deste amor Romeu e Julieta se mataram. Quando Romeu viu que Julieta estava morta, ele soube que viver não faria mais sentido se sua amada não vivesse também. — Foi um plano quase perfeito, o de Julieta. — Quase. Mas sabe o que eu acho? Eu acho que Romeu e Julieta são lembrados como ícones de amor porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Por exemplo... Julieta não teve a oportunidade de mostrar a Romeu o quanto ela fica insuportável quando está de TPM. — As pessoas da sala riram — Hm... Romeu e Julieta não tiveram crises de ciúmes e brigas. E é por essas e outras que eles morreram se amando... — Pois é. Bem colocado, Hayley. É uma teoria legal. — Minha opinião. Jason leu a síntese deles para a classe e as pessoas aplaudiram. Eles se sentaram. — Ei, parabéns. — Jason. — Acho que passamos. — Ela disse. — Great. — Ótimo mesmo. — Hm... Jason... por que você fez aquilo? — O quê? — Por que você disse para o Josh voltar comigo? Eu não entendo... Ele sorri. — Não agüento te ver triste. Depois dessa aula, e mais outras duas de Geografia, chega o intervalo. Hayley vê Jenna recostada em uma pilastra no refeitório, falando com uma garota. Assim que a garota sai, Hayley chega por trás e dá um empurrão em Jenna, que cai pra frente. Hayley se abaixa para ela escutar. O joelho de Jenna sangrava e ela estava gritando de dor.


— Ei, agradeça por eu estar muito feliz e por estarmos em semana de provas, porque senão, você iria apanhar tanto que te mandariam diretinho para a UTI. Tenha um péssimo dia, você e seu mais novo machucado. Ela se levantou e saiu andando para pegar seu lanche. Jenna, por sua vez, se levantou e saiu mancando para o banheiro, para lavar seu ralado no joelho.


Capítulo 37 – Holiday, panic! and a Friday night

— Ai meu Deus, Hayley! — Disse Sarah, ao ver Hayley chegando com sua bandeja e um sorriso no rosto — Por que você fez aquilo com ela? — Eu sei, Sarinha. Devia ter batido mais, mas estamos em semana de prova. — Eu não quis dizer isso. — Sabe por que o Van me beijou? — Por que ele é um safado? — É. Também. — Hayley disse concordando — Mas tem outro motivo maior. — Qual? — A Jenna mandou ele fazer isso. Pra se aproximar do Josh, sem mim. — Que bitch! — Nem me fale. — Revirou os olhos — Eu iria dar uma surra nela, se não estivéssemos em semana de prova. Não posso ser suspensa agora. Mas tudo bem, eu ganhei. Sem querer me gabar, Sarah, but I got him where I want him now. — Você tem razão. — Sarah disse levando o suco a boca. — Falando nisso, cadê ele? — Não sei... já era pra ter chegado. Ei, olha lá o Jeremy. Jeremy se aproxima e se senta perto de Sarah. — Oi linda. — Oi loirinho. Sabe onde tá o Josh? — O Josh? Hm... na diretoria. — O que diabos ele está fazendo lá? — Hayley. — Ele perdeu a cabeça com o Van no futsal... Hayley abre a boca, surpresa. — Como é? — Não sei, eles ficaram um tempo juntos, e o Van falou algumas coisas que deixou ele com raiva. Então ele socou o cara e agora tá na diretoria. — Oh, merda. — Hayley diz se levantando e deixando a bandeja em cima da mesa, correndo para a diretoria. Ela tenta escutar alguma coisa, mas nada. Logo depois Josh sai e se surpreende ao encontrar Hayley lá. Ela o abraça. — O que você fez? Josh sorri. — Acho que perdi a cabeça. Não agüentei ver aquele cretino falar de você do jeito que ele estava falando. Flashback on Josh estava jogando futsal. Estava no time amarelo e vestia uma espécie de camiseta regata por cima da sua. O time amarelo, que continha seis jogadores, estava empatado com o time azul. O garoto chutou a bola e Josh saiu correndo e a chutando para o gol, e então Van, que estava na defesa, começou a disputar a bola com ele. Faltavam poucos minutos para o jogo acabar. Van roubou a bola de Josh e chutou forte, indo para o outro lado da quadra e Mark fez o gol da vitória do time azul. Após o jogo o professor mandou os rapazes irem para o chuveiro. Josh, com a camiseta suada nos ombros, ia em direção ao banheiro quando percebe que Van está indo junto com ele. Tenta não ligar. — E aí, Neil, o que achou de perder? Josh suspira. — Faz parte do esporte. Se ganha e se perde. É a lei. — Desculpa de perdedor, hein. — É uma aula. Não ligo de perder ou ganhar, estou ganhando nota do mesmo jeito. — Ok, ok. Mas, hein cara, só digo uma coisa: Boquinha gostosa aquela da Hayley Williams, hein?! E não é só a boca... a menina é toda linda. Não demora muito e eu vou ver como ela é, digamos, sem aquela roupinha de roqueira. Hmm... Josh olha sério pra ele e para de andar. — Repete. — Como é? — A Hayley é a minha namorada. E se você está falando dela desse jeito, perto de mim, é por que você é muito corajoso. Então repete, seu filho da mãe, se você tiver coragem. E se quiser um maxilar quebrado. — Josh, aceite. Sua namorada é uma vadiazinha. Eu peguei, e quem quiser pega também. Josh, já cheio de fúria, por impulso solta um soco no rosto de Van, que cambaleia. Então ele segue com outros socos. Van devolve o soco no rosto de Josh, o que só aumenta a sua fúria. Ele dá um soco na barriga dele, fazendo-


o ficar sem ar. E depois dá outro mais forte, bem mais forte, no rosto. Van estava pra ir para cima dele quando o professor chega e separa a briga. Os dois são mandados para a diretoria. Flashback off — O diretor deu o maior sermão. Eu expliquei meus pontos, dei toda a verdade, o desgraçado ainda disse que não era verdade. — Caramba, Josh. Você foi suspenso? — Não. Eu quase supliquei pro diretor não fazer isso. Mas ele vai chamar a minha mãe e a mãe do imbecil do Van, para falar do nosso comportamento. Mas quer saber? Não me arrependo nem um pouco. Aliás, só me arrependo de não ter dado mais uns bons socos naquele safado. Hayley riu. — Meu menino briguento. Ele gargalhou. — Fala sério, só eu posso te chamar assim. E aposto que você também arranjou encrenca durante esses três períodos. Estou errado? — Só dei um empurrão sem querer na Jenna. Não tenho culpa se ela fica na minha frente. — Sem querer? — Ele diz rindo. — É... E se ela usasse uma roupa decente, não teria ferrado o joelho. Não tenho culpa se ela gosta de usar saias curtas de whores. — Ok, ok. — Ele diz rindo. — Mas você precisa ir pra sala, né? Eu vou esperar minha mãe chegar. — Certo. E ei, não liga pro idiota do Van. Ele só quer te atingir e te prejudicar. Não se importe. — Tá bom, vou tentar. — Ok. Vou lá. — Boa aula. Depois disso, uma semana se passou. Estavam Josh, Hayley, Dakotah, Taylor, Jeremy, Sarah e Jason na frente da escola, conversando e esperando a escola abrir. Eles não haviam levado mochila. Estavam lá apenas para conferir a lista de quem havia ficado de recuperação. — Cara... eu estou com medo. — Taylor — Não sabia quase nada da aula de Matemática e eu não fiz muita coisa também. Não quero ficar! — Ninguém quer. — Jason — E eu, que cheguei depois da metade do semestre? Acho que me ferrei em tudo. — Eu cheguei antes da metade do semestre, mas isso também me preocupa. — Disse Hayley, que estava recostada em Josh que tinha as mãos na sua cintura. — Eu me saí bem nas provas, estudei igual um condenado, então acho que passei. — Josh. — Também estou tranqüila. Exceto em Educação Física. Mas o resto eu sei que estou bem. — Sarah. — Você já passou, nossa nerd. — Hayley disse e todos riram, Sarah deu um soquinho nela e sussurrou ―sem graça‖. — Ei, se todo mundo passar, que tal nos comemorarmos? — Jeremy. — Como assim? — Hayley. — Vamos a uma boate, sei lá. É sexta feira, e eu estou quase certo de que todo mundo passou. — Eu tô dentro. Sinto falta de uma festa de verdade mesmo. — Hayley. — Diz a nossa californiana. — Sarah. — Eu também sou, ué. — Jason diz revirando os olhos e eles riem. — E eu também estou dentro. Acho justo que a Trudy passeie um pouco mais. — Eu sempre rio quando você se refere a sua moto como uma pessoa. — Dakotah. — Ela é tão especial quanto uma pessoa para mim, tá? Não fale mal dela. — Ok, ok, desculpa. Então o sinal bate. Uma multidão de gente entra correndo. — Meu Deus do céu! Parece que estão distribuindo comida. — Taylor diz e todos gargalham. — Vamos esperar a multidão e depois entramos. — Disse Josh. Todos concordaram. Depois de alguns minutos eles entram. Ainda tinha um monte de gente, em todas as salas, olhando a lista nas portas. Cada um vai para a sua determinada sala, olhando se teria ficado ou não. Hayley vibrou ao saber que ela não havia ficado de recuperação em nenhuma matéria. Depois de um tempo, volta para o pátio, onde todos já estavam lá. — E aí, Hayles? — Nenhuma. Year! — Parabéns. — Diz Taylor. — Eu fiquei em matemática. Vou ter que estudar pra prova semana que vem. — Eu sinto muito, T. — Minha maior nota foi em Literatura — Jason. — A minha também. Porque será, hein?! — Hayley diz e eles riem. — Romeu e Julieta. Que chatice. — Dakotah. — Pelo menos, não fiquei em Literatura, nem em nada.


— Eu nem sei se vou poder ir a boate hoje a noite. Duvido que minha mãe deixe depois de ficar em Matemática. — Leve o Justin, ué. Sua mãe sempre te deixa sair se ele estiver contigo. — Jerm. — Isso é. Mas ele vai querer ir? — O Justin perder uma festa? Tá, né. Difícil. — Disse Dakotah. — Tem boate aqui, em Franklin? — Hayley perguntou. — Lógico que não. — Jeremy disse. — Mas tem um monte em Nashville. Eu costumava ir com uns primos meus. Mas eles se mudaram pra lá, tem um tempão que eu não falo com eles. — Entendo... hm, olha lá. O Josh tá chegando. Josh se aproxima. — E aí, seu chato, ficou em alguma? — Graças a Deus não, sua chata. — Ele disse e a abraçou, dando-lhe um beijo rápido em seguida. — Estávamos falando de a gente sair hoje. — A gente vai ter que ir pra Nashville, né... Aqui não tem nada. — Foi exatamente o que eu disse. — Jeremy. — Cadê a Sarah? — Não sei. Já era pra ela ter voltado. — Ela tava olhando comigo — Josh —, mas aí ela sumiu. — Falando de mim? — Sarah diz chegando por trás e dando um susto em Josh. — Onde você estava? — Vendo se eu fiquei. — E ficou? — Não. Eles tinham colocado que eu tinha ficado em Física, mas é a minha melhor matéria. Confundiram minha nota com uma tal de Sarah Kuznetsov. — Para tudo. — Jason — Tem uma outra Sarah russa nessa escola? — Inexplicavelmente sim. Eu mereço, viu? Todos riram. — Pessoal. Já estamos todos aqui — diz Jeremy —, com nossas notas, em pleno mês de Julho. Venham comigo. As pessoas começam a seguir Jeremy até o portão da escola. Ele passa pelo portão e grita: — ESTAMOS DE FÉRIAAAAAS! Todos começam a gritar e pular também. Eles ainda ficam alguns minutos comemorando, até que Josh decide: — Ok, então. Vamos Hayles? — Uhum, vamos sim. Jerm, você me manda um torpedo dizendo onde a gente se encontra? — Passo sim. — Ok. Tchau galera. As pessoas dizem um ―Tchau‖ e Hayley sai da escola andando junto com Josh. — Ahn, férias. Graças a Deus. — Diz Hayley já perto da casa dela. — Espera um pouquinho, para de andar. — Tá. O que foi? Ele enfia a mão no bolso e tira uma caixinha azul. Hayley ri. — Não... Ele abre e ela vê os colares de novo. — Eu mandei reforçar o fecho — Josh disse rindo e tirando o dela, colocando-o em seu pescoço —, nunca mais você vai conseguir arrancar facilmente. — Espertinho. — Demais. E eu mandei gravar uma frase no outro lado do coração. "I love you, my bully girl. ♥‖ Hayley riu. — Eu te amo, minha menina brigona. — Ela disse em voz alta — Obrigada, meu menino brigão. — Ela disse e eles se beijaram. — O que tem no seu? — O seu nome. — Ah tá. Eles vão caminhando de mãos dadas até chegar a casa de Hayley. — Ei, entra comigo. — Ok. Ela abre a porta com a chave e entra. Assim que ela passa pelo corredor e entra na sala, tem um susto. — SUPREEESAAA! — Gritam quatro caras jogando confete nela. — Eu não acredito, cara. — Hayley diz rindo e Josh não entende nada. — Vem cá, minha ruiva chata! — Diz o garoto alto e moreno, de olhar marcante e cabelo liso. Ele a abraça. — Ah, seu chato! Cara, você tá mais forte, ou o quê? — Andei malhando. É. — Mentiroso safado. — Ei, qual é, esqueceu de mim, foi? — Ryan, cara!


Ela abraça todos os quatro caras enquanto Josh apenas assiste a cena. — Josh, vem cá. — Ela diz puxando-o pelo braço. — Esse é o Brendon. — Ela diz apontando para o garoto de cabelo liso e um pouco no rosto. — Aquele é o Spencer — Ela aponta para o rapaz com cabelos grandes e rosto redondo — Ali o Ryan — ela aponta para o mais magro deles — E aquele é o Jon — Ela apontou para o único de todos que tinha um pouco de barba no rosto. — Meninos, esse é Josh, o meu namorado. Brendon chegou bem perto de Josh. — Quais são tuas intenções com a ruivinha, hein rapaz?! — Ele disse sério e Josh riu, fazendo-o rir também. — Prazer, Brendon. Mas pode me chamar de Sr. Lindo, se quiser. Hayley gargalha. — O prazer é meu, Sr. Lindo. Sou Josh, mas você pode me chamar de Sr. Gostoso, se quiser. Todos riram ali. — Hayles, como você pôde namorar um rapaz tão convencido? — Disse Brendon, fingindo indignação e fazendo todos rirem. Josh cumprimenta o resto do pessoal. — Mas e aí, o que vocês vieram fazer aqui? — Josh diz, já sentado no sofá, com os caras e Hayley. — Viemos ver como a Hayley estava. Quando ela saiu lá de L.A. ela não estava muito bem. Tava animada em voltar pra cá e tal, mas ela não estava tão bem. E a gente precisava de novos ares, e também estávamos com saudade. — Entendo... — Brend — Hayley —, como vai o Chad? — De mal a pior — quem responde é Spencer —, ele foi pego roubando, Hayles. Foi preso, fichado, e só saiu por causa da fiança que a mãe dele pagou. Desde então eu não soube mais dele. — É um vagabundo perdido na vida. — Disse Brendon. — Esse é o idiota que você namorou? — Josh. — É. — Hayley disse. — Ei, vocês tem programa pra hoje a noite? — Josh. — Não. Por quê? — É que nós e mais uma galera vamos comemorar as férias numa boate lá em Nashville hoje. Seria legal se vocês viessem. — Vocês vão? — Hayley. — E por acaso a Panic! At The Disco perde alguma bagunça? Todos riem. — Mas e como vai sua vida, minha querida ruivizinha? — Jon. Hayley olha pra Josh e depois olha para eles. — Melhor impossível. Assim, claro, eu passei por uns problemas... mas agora estou ótima. — Que tipo de problemas? — Josh foi um deles. — Josh, como assim? — Ryan. — Bem... — Josh — Digamos apenas que não nos demos bem assim que nos reencontramos. — Ele era meu amigo de infância. — Mas quando a gente se reencontrou... — Não deu muito certo. — Como assim? — Jon. — Nos odiávamos. — Disse Hayley sorrindo. — E mais uma vez — Brendon —, o ódio se transformou em amor. Lindo! — Tiveram outros problemas além de mim, Hayles, por favor. — Tipo? — Brendon. — Uma vassoura de chapinha loira aguada, que era namorada dele, e que eu tive de dar uma surra. Minha mãe, que resolveu virar uma adolescente aos 36 anos, e um idiota ex-amigo do Josh. Isso já é mais recente. — Não acredito que você não parou de bater em garotas que te enchem o saco. — Brendon. — Ela mereceu, e levou uma surra. Teria levado outra, mas não deu. — Entendo... — Brendon disse sorrindo. — E os teus amigos? Tem outros além do Josh Sr. Gostoso aí? — Tem, claro... Sarah, Jeremy, os irmãos do Josh, os garotos da Paramore... — Paramore? — Nossa banda. — Josh. — Vocês tem uma banda? — Ryan. — Temos. Só pra zoar mesmo. — Que maneiro, cara! Qualquer dia a gente reúne a Panic! e a Paramore, hein?! — Vai ser incrível. Josh ainda ficou um tempo conversando com Hayley e a Panic!, mas logo seguiu para a sua casa. Aquele ciúme repentino que ele sentiu sumiu assim que ele conheceu os caras. Hayley passou a tarde quase toda conversando e brincando com eles, até eles seguirem para a casa que haviam alugado por um mês para ficarem (alugar a casa ficou bem mais barato do que pagar um hotel).


Perto das 6 da tarde, Hayley recebe um SMS de Jeremy perguntando se eles poderiam se encontrar na casa dela. Ela responde dizendo que não tem problemas, passa outro torpedo para Ryan avisando e vai se arrumar. Na verdade, foi um ótimo plano de Jeremy marcar para eles se encontrarem na casa de Hayley, pois se não fosse isso, ela provavelmente se atrasaria duas horas. Hayley re-pintou seu cabelo, deixando-o bem mais ruivo. (Como em Decode :3) Vestiu um vestido preto marcando bem a sua cintura e calçou um salto pequeno. Fez uma maquiagem básica, marcando mais os olhos e deixou o cabelo solto. Perto das 8h30 Josh, Jeremy e Sarah chegam. Hayley ainda estava se arrumando, mas logo termina. Todos estavam bem bonitos. Logo depois Taylor, Justin e Dakotah chegam. Hayley avisa todos de que uns amigos dela iriam também. Josh assegura que os caras eram legais. A campainha toca. — Devem ser eles. — Até que enfim! — Sarah. Hayley corre até a porta e lá estavam eles. Vestidos casualmente, prontos para a festa. — Ei ruivizinha! — Ryan. — E aí. Entrem, vou apresentar pra vocês o pessoal. Eles entram. — Pessoal, esses são Brendon, Ryan, Jon e Spencer; Aqueles são Jeremy, Sarah, com o Jeremy, Taylor, Justin e Dakotah. E o Josh, que vocês já conhecem. Brendon vai cumprimentando cada um deles. O seu sorriso e olhar engraçado se prende quando ele passa pela garota de olhos verdes, cabelo preto e curto e sorriso contagiante. — Oi... prazer. Eu sou Brendon. Ela sorri. — Sarah. — E eles apertam as mãos. Como por sair de um transe, Brendon cumprimenta Taylor, sem conseguir tirar os olhos de Sarah. Jeremy fecha a cara. — Então... tá todo mundo aqui? Podemos ir? — Não. Ainda falta o Jason. — Hayley diz, e assim que ela diz isso, Jason toca a campainha. Ela atende, e o roqueiro entra. Ela o apresenta a Brendon, Ryan, Spencer e Jon. — E aí, como vamos fazer para ir? — Somos doze, então vamos dividir em dois carros... — Hayley começa. — ...e eu vou com a minha moto. — Jason termina. — Ok. — Ela diz rindo. — Quem vai comigo? — Josh. — Hayley, Brendon, Sarah e Ryan. E no meu carro — Justin diz. — Vem Taylor, Dak, Spencer, Jeremy e Jon. — Por mim tudo bem, então. — Josh. Eles saíram da casa e entraram no carro. No carro de Josh, Hayley foi no banco da frente, e atrás, ficaram Sarah, Brendon no meio e Ryan. Jason colocou seu capacete e começou a pilotar. O carro de Justin foi na frente, o carro de Josh atrás, e a moto de Jason atrás. — Então... — Sarah — ...vocês são amigos da Hayles? — Somos. — Brendon respondeu sorrindo — Tudo começou quando uma garota começou a zoar a Hayley... — Aquela vaca. — Hayley disse na frente, fazendo todos rirem. — Então. Um dia eu vi isso e achei uma baita sacanagem com nossa pobre ruivinha. Eu saía com essa menina. — Brend sempre teve gosto duvidoso. — Hayley disse rindo. — Ok, ruivinha chata, parou de me interromper? — Desculpa, seu chato. — Obrigado. Eu saía com essa menina, e aí eu terminei tudo com ela pelo o que ela fez. A menina tentou descontar na Hayles, mas a Hayles deu a maior surra já dada na garota. Então, depois disso, eu me aproximei dela pra me desculpar. Nós dissemos que éramos uma banda e ela disse que queria aprimorar os conhecimentos no piano. Comecei a ensiná-la, e ensinei violão também. Aí ela saiu de L.A., e nós ficamos na bota. Hayley riu sem parar. — Achei que só o Josh falasse essa cafonisse. — Obrigado, amor. — Josh disse revirando os olhos. — Você faz o quê na banda? — Disse Sarah. — Canto, toco guitarra quando preciso, toco acordeão quando preciso, toco o que for preciso quando for preciso, mas eu sou o vocalista. Componho também. — Entendi. — Ela disse, ainda rindo para ele, que ria também. — Mas e você, como conheceu a Hayles? — Eu a vi conversando com o Jeremy, na escola, então fui falar com ela. Logo eu fui com a cara dela, e confesso que achei o cabelo dela muito maneiro. — Desde quando você tem esse cabelo, Hayley? — Josh perguntou, curioso.


— Desde os meus 14 anos, eu acho. — E esse Jeremy... — Brendon perguntou, olhando para os lados. — É o que seu? Hayley olhou para trás. Oh oh. — É meu... namorado. — Ahn... Ele parece legal. — É. — Ela disse com um meio sorriso, envergonhado. — Gosto do seu sorriso. Mesmo quando ele não é muito verdadeiro. — Ok... ninguém nunca me diz isso. — É sério... seu sorriso é... incrível. Faz alguma pessoa se perder... e não se importar com mais nada. Hayley arregalou os olhos. Sarah sorriu. — Hmm... obrigada. — Só falei a verdade. Hayley olhou para trás e encarou Brendon por um tempo. Oh, no. Merda. Depois de quase uma hora, eles finalmente chegaram a boate que Jeremy falou. Todos saíram do carro, e Hayley agarrou o braço de Brendon. — Qual é a sua, rapaz? — Ela disse baixo. — Como? — Brendon, por favor, pra cima da Sarah não. Ela não merece ser mais uma que sofreu por você, e ela namora! Fica quieto, e para com isso que você tá fazendo, ok? — Hayley, presta atenção. Eu não quero enganá-la! Eu juro! Foi... Foi sem pensar. Eu só olhei pra ela e senti como se eu estivesse... mais vivo. — Ah meu Deus. Brend, por favor, o dia está perfeito demais pra você estragar. — Não vou estragar nada, ok? Só quero a amizade da Sarah. Só isso. Hayley fez um movimento negativo com a cabeça e começou a andar para dentro do estabelecimento. A música eletrônica tocava bem alta. Era sexta feira, e a boate estava bem cheia. Pagaram suas entradas e entraram já dançando. A turma de Franklin foi pra um canto da boate. Josh pegou pela cintura de Hayley e a virou para si, beijando-a. — Vamos comprar alguma bebida? — Ele disse. — Ok, mas você não beba. Ainda precisa dirigir. Josh ri. — Tá certo, mamãe. — Ele diz e rindo, a beija novamente. Todos dançavam atrás. Jeremy conversava com Sarah noutro canto, mas Hayley sabia que não estava tudo bem. Dakotah estava com Taylor. Justin e a Panic! traçavam seus planos de conseguir alguém para beijar naquela boate. — Pessoal, a gente vai comprar algo pra beber. — Hayley disse, gritando, para os meninos e eles assentiram. Hayley foi com Josh até um bar que ficava em outro canto da boate. — — — — —

Hayley, é impressão minha, ou o Brendon tava dando em cima da Sarah? Não é impressão sua, infelizmente. O Jeremy não vai gostar disso. Acho que ele já não gostou, Josh. Que droga, viu? Ok, fica fria. Se importe apenas com a gente essa noite. — Ele disse beijando-a novamente.


Capítulo 38 – Don’t you wanna know what it would feel like? A música tocava alta e todos ali dançavam. Ryan, Jon e Spencer estavam se dando bem com Justin e Jason. Eles rondavam pela pista, abordando e fazendo ―novas amizades‖. Taylor e Dakotah dançavam e bebiam juntos em um canto, junto com Hayley e Josh. Já Jeremy e Sarah estavam discutindo. — Você flertou com ele! — Disse Jeremy, enciumado. — Não flertei nada! Você tá paranóico! — Não flertou? Sarah, pelo amor de Deus. Ele não tirava os olhos de você! E você, deveria cortar o barato, mas não. Retribuiu a altura. Sarah ri. — Ótimo, então eu traí você por que olhei nos olhos de um cara? — E aceitou quando o Justin disse para vocês dois irem no mesmo carro. — Ah Jeremy, você está sendo ridículo. — Não sou ridículo. Você flertou com ele. — Se você detestou tanto que eu fosse no mesmo carro que ele porque não trocou de lugar com ele? Ou com o Ryan? A própria Hayley? Você. Está. Sendo. Ridículo. — Não fiz isso porque eu precisava ir na frente. — Pois você deveria ter reclamado, se ficou tão puto com isso. — A Hayley tinha que trazer os amiguinhos, viu... — Ele resmungou baixo. — Fala alto! Que merda! — A HAYLEY TINHA QUE TRAZER OS AMIGUINHOS NESSA MERDA. — Ele disse devagar e muito alto. — Ai Jeremy, que inferno! É só um olhar com um cara diferente e você já enche o peito de ciúme. — Não posso ter ciúme? Você tem sempre! — O meu ciúme não é doentio. Eu nunca discuti com você porque você olhou pra uma mulher. E não culpe a Hayley por isso. Ela tem a vida dela e pode trazer quem ela quiser. — Eu tive a droga da idéia de virmos pra essa boate. Eu tinha que escolher quem vem e quem não vem! — Você está sendo egoísta! — Eu sou egoísta? Eu? Você que quer dois caras pra você. — Você está se escutando? Tá escutando o que você diz? Caramba, Jeremy! Eu olhei pra ele. Olhei. E agora já estou tendo um caso? Você está sendo egoísta. — Eu não sou egoísta. Egoísta e você e aquele carinha de lápis de olho que quer tomar aminha mulher! — Sua? Então eu sou sua propriedade? — Sim, droga! Você é minha namorada. É minha, e sempre será. — Eu. Não. Sou. Sua. Entendeu? Eu não sou um cachorro ou um animal de estimação que você compra e diz que é seu! Eu não sou um objeto que você compra e pode dizer que é seu! O que é seu, é o Seu celular, o Seu cachorro, e o Seu orgulho! — Você é minha namorada, caramba! Isso não vale nada? Isso não quer dizer nada? — O fato de eu ser a sua namorada significa apenas que nós estamos juntos. Eu não sou sua, e você não é meu. Não se toma posse de pessoas! Eu sou minha, ok? E você já deveria saber disso. — Incrível... incrível como você joga fora dois anos de amizade e três meses de namoro por um idiota roqueiro que apareceu do nada! — QUEM FOI QUE DISSE QUE EU TROQUEI ALGUMA COISA, DROGA? Eu só olhei pra ele, você não entende? — Eu olhei, eu olhei... blábláblá. Você flertou! E tudo começa assim, Sarah, com um flerte! — Ah Jeremy, quer saber? Vai à merda. Vou beber alguma coisa, e, quando você já tiver se recuperado dessa tua crise de ciúme idiota você vem falar comigo. É claro que Hayley estava de olho em Sarah e Jeremy. E ela percebeu que quando Sarah saiu em passos firmes em direção ao bar, Brendon se levantou para ir até ela. Ela correu e segurou o braço dele. — Nem pense nisso. — Ela tá chateada, eu só... — ...vai lá pra animá-la, cantar uma das suas músicas, chamar ela pra dançar, entupir ela de bebida, beijá-la e depois levá-la pra um hotel. É, Brendon, eu sei o que você ia fazer. — Eu nem pensei nisso! Eu só não quero vê-la triste, eu não... — Você não vai atrás dela, porque se ela está triste, pra começar, é por sua causa. Eu sinceramente não ligo que você pegue e machuque essas vadias que você costuma ficar, mas a Sarah não, Brend. A Sarah não. — Quando que você vai perceber que eu não quero transar com ela? Droga, eu quero acertar as coisas! — Então você precisa falar com o Jeremy, e não com ela. — Mas eu... — Droga Brendon! Faz o que eu mandei. Fica aí quieto, ou então agarra uma dessas que tá dançando e se exibindo, mas não vai atrás da Sarah. — Você não manda em mim, Hayley. — Ah, sim. Eu mando. Estou mandando você não atrapalhar mais essa noite e você vai obedecer, ou então você vai


ver a sua bisavó, que Deus a tenha, mais rápido do que você imaginava. Entendeu? Cala a boca e fica aí. Ela se virou para Josh, que estava atrás dela. — Hm... acho que vou falar com o Jerm. — É, faz isso. Eu vou falar com a Sarah. — Ok babe. — Josh disse e eles trocaram um selinho, logo depois cada um se virando para seguir o seu caminho. — Ei, Josh. — O que foi? — Tente não falar do que aconteceu no carro para Jeremy. Ele já tá bravo demais. — Você realmente achou que eu falaria? — Sinceramente, não sei o que esperar de vocês, homens. — Certo, Hayley. Vou lá. E saiu. Hayley foi até o bar, onde Sarah estava sentada. Havia pedido Sprite e Vodca e bebia como se não houvesse amanhã. — Ei, Sah. — Ela disse se sentando ao lado dela, que despejava o líquido na boca. — Vai com calma! — E aí, Hayles. — Ela abriu um sorriso. — Estou indo com calma, acredita. — Não minta pra mim. O que houve com você e o Jeremy? — Ele pirou, isso que houve. — Você poderia ser mais específica. — Ele ficou todo cheio de ciúme por causa do Brendon. Ai, Hayles, ele falou tanta coisa sem noção! Falou mal até de você, por ter trazido eles aqui. Ele pirou, totalmente. — Sarah... você não está, por acaso, querendo ficar com o Brendon não, né? — Ah, Hayles. Até você agora? Que inferno! Eu tenho um namorado, droga. O que você acha que eu sou? É sério, o que vocês acham que eu sou? EU OLHEI E TROQUEI ALGUMAS PALAVRAS COM O DIABO DO MENINO E JÁ ESTOU SENDO TACHADA DE TRAIDORA. Pro inferno, todo mundo, sério. — Sarah, se acalma, tá? Eu falei isso não foi porque eu desconfio de você. E eu sei muito bem que você tem caráter. Eu só tô te avisando que ele não é o tipo de cara que se apaixona... ele é o tipo de cara por quem você sofre. — Eu não ligo. Eu estou namorando o Jeremy, e vou continuar. Isso, é claro, se ele parar com essa idiotices de ciúme possessivo. Eu não sou posse dele, Hayles, e nunca vou ser. Ele tem que entender. — Ela disse isso bebendo o resto do líquido que havia no copo e pedindo mais um. — Hey, se acalma. E vai com calma com essa merda de bebida. Eu não vim aqui pra te julgar. Sarah bufou. — Olha, o Jerm ama você. E quem ama cuida, Sarinha. Seja compreensiva, ciúme é normal. — Um ciúme aqui e outro ali, tudo bem, Hayles. Mas ele tá sendo idiota arranjando briga por isso. Por causa de um olhar. — Sarah, brigas são normais! Você não vê eu e o Josh? A gente briga mais do que fica junto. Mas... a gente aprendeu a lidar normalmente com isso. — Com você e o Josh é diferente. Porque vocês dois são estranhos e não concordam em bosta nenhuma. Agora o Jeremy... ele me ofendeu, disse até que eu queria ficar com os dois de uma vez! Nem sequer passou pela minha cabeça ficar com o Brendon, caramba. — Não mesmo? — Não. — O que eu te falei sobre mentir pra mim? — Não estou mentindo. — Sarah, ele te cantou na cara dura. Você não deu um fora sequer. Sarah deu uma risada. — Ele não me cantou... — ―Os teus sorrisos são os mais lindos que eu já vi... blábláblá‖. Se isso não é uma cantada, eu perdi a prática. — Hayles, vocês todos estão paranóicos. Tudo bem, eu gostei do Brendon, achei ele um cara legal. Mas isso não quer dizer que eu queira ficar com ele. — Legal? — É. — Legal e o que mais? — Mais nada. Eu ainda não o conheço. — Legal e o que mais, Sarah? — BONITO, DROGA! Está feliz agora? Ah, sim. Eu sou uma péssima pessoa, achei um cara bonito e traí a confiança do meu namorado. Vou me flagelar até Ghandi resolver me perdoar. — Ela disse em tom irônico. — Eu não falei isso, Sarah. Você achou Brendon bonito, e é isso. Se você não assumisse isso pra você mesma, você teria ido dormir com esse pensamento na cabeça, sem compartilhar com ninguém. — Mais um, por favor? — Ela disse para o barman. Já havia terminado seu terceiro copo. — Não, não sirva ela! Olha aqui, Sarah, você vai parar de beber essa porcaria e vai fazer as pazes com o Jerm, ouviu? Ele só sentiu ciúmes porque ele te ama. E você sabe como ele é impulsivo.


Ela hesitou. — Você não manda em mim. — Ah, sim. Eu mando. Você vai agora ir fazer as pazes com o Jeremy e vai terminar a noite feliz com ele. Agora. Sarah bufou e seguiu Hayley até onde Jeremy e Josh estavam. Uma coisa que Brendon e Sarah tem em comum. Mando nos dois. – pensou Hayley. — Hey love — Hayley chegou com Sarah e deu um selinho em Josh —, vem dançar comigo? — Oh, claro. — Ele diz e sai com Hayley, deixando o casal a sós. — E aí, conversou com ele? — Hayley perguntou para Josh. — Sim! Conversamos... só tem um probleminha. — Ela o olhou. Josh estava com aquela cara de ―não-fui-eu‖. — O que você fez? — EU NÃO TIVE OPÇÃO! Você sabe que eu não sei mentir, ele começou a perguntar o que houve no carro! Eu menti mas ele notou que era mentira! — Ahn, Josh, seu grande bocó. Você falou da cantada do Brendon? — Ér... eu... — Oh My God! Todos vocês querem me matar. Quer saber? Você é um amigo muito incompetente. — Obrigado, linda. — Você sabe que foi um insulto, né? — Sei, só gosto de te agradecer. — Ele disse e a tomou nos braços. Ela sorriu e o beijou profundamente, enquanto balançava o corpo no ritmo da música. Quando se separaram, voltaram a olhar para o casal em conflito. Eu gostaria de dizer que quando eles fizeram isso, Jeremy e Sarah estavam trocando abraços, beijos e amassos na boate, felizes e contentes um com o outro. Mas vamos descrever o que realmente aconteceu. Josh e Hayley olharam Jeremy e Sarah, e eles voltaram a gritar um com o outro. Jeremy disse algo e saiu andando para fora da boate. — Eu vou falar com... — EI! Não. — Hayley interrompeu Josh — Você já falou demais hoje. Eu vou atrás dele. Hayley saiu correndo até encontrar Jeremy indo em direção andando em direção ao nada. O gritou. Ele esperou. — Ei Jerm! Espere! Hayley o abraçou. Ele precisava disso. — Pra onde você está indo? — Sei lá... qualquer lugar. Não quero saber da Sarah por agora... — Mas porquê? — Ela flertou com o teu amigo lá... defendeu ele... Eu não agüento, Hayley. E ele ainda teve coragem de cantar ela na minha ausência! Droga, eu tive que sair daquela boate antes que fizesse uma besteira com ele. — Olha, Jerm, fica tranqüilo. O Brendon é assim com todo mundo, tá? Ele só elogiou o sorriso dela, e cara, qualquer pessoa faria isso. Ciúme é normal, acredita, mas você não pode deixar isso tomar conta de você, tá? Quem está falando é a garota que mandou a ex-namorada do seu namorado pro hospital. Ele tentou sorrir. — Eu sei, Hayles. — Ótimo. Eles se abraçaram novamente. — Não gosto de ver meus amigos tristes. Vamos levantar esse astral. — Ahn, ok. — Olha, vem cá. — Ir aonde? — Me segue. Hayley saiu correndo até a parada de ônibus e ficou lá. — O que você vai fazer? — O que nós vamos fazer. Vamos fazer uma coisa que eu não faço a muito, mas muito tempo. — O quê? — Sacanear um ônibus. — Como? Hayley lhe contou seu plano, e então eles avistaram um ônibus. Ela acenou a mão e o ônibus parou e abriu as portas. Ela e Jeremy foram andando devagar e ela subiu no degrau da escada do ônibus. Jeremy ficou de costas, e ela pulou nas costas dele. Eles saíram correndo e o motorista do ônibus, bem, ele ficou na bota. Depois de alguns metros e com o ônibus já indo embora, Hayley saiu das costas de Jeremy e eles começaram a rir. — Essa foi a coisa mais sacana que eu já fiz! — Jeremy disse entre risadas. — Mentira que você nunca enganou um ônibus? — Não! Meu Deus... — Você pode chamar um ônibus e apoiar o pé pra amarrar o sapato também. Ninguém tem como fazer nada... e é muito divertido. — Você é má.


Eles continuaram a rir. — Obrigado Hayles. — Obrigado pelo quê? — Por me fazer rir. — Ah tá. Que isso. — O que você acha que eu devo fazer? — Voltar para aquela boate e agarrar a Sarah. — Hayley, sério. Ela riu. — Você ainda está com raiva dela? — Não. Eu... acho que fui muito radical. — Meu Deus. — O que foi? — Você reconhece seus erros! — Sim...? — Isso é muito difícil de encontrar numa pessoa. — Eu sei. Mas enfim, eu... vou para casa... dormir, ficar tranqüilo... amanhã eu resolvo isso. — Isso aí, Jerm. — Vou pegar um ônibus de verdade agora. — Eles riram. — Tomara que não seja o mesmo motorista. — Beleza. Eles se despedem e Jeremy vai embora. Hayley volta para a boate. Lá dentro tocava a música Good Girls Go Bad – Cobra Starship. Encontra Josh dançando e bebendo com Brendon. Jon dançava e conversava com uma garota, Ryan e Spencer dançavam em um canto, Justin também estava com uma garota. Sarah estava no bar com Taylor e Dakotah, e Jason... estava beijando uma garota. Hayley deu uma meia risada. Isso é ótimo, não? Ela vai até Josh. — Hey amor. — Ela diz e lhe beija. — Oi! Como foi com o Jerm? — Conversamos, enganamos um motorista de ônibus, rimos, e ele foi embora. — Não vou nem perguntar como você enganou o motorista de ônibus. — Pulando nas costas ou o cadarço? — Brendon. — Pulando nas costas. — Ah! Legal. — É. — Eles riram. — Certo. Estou boiando. — Josh. — É simples. Você chama um ônibus, vai com um amigo, sobe na escadinha, pula nas costas do seu amigo e sai correndo. — Brendon explica e Josh pergunta: — Você fez isso? — Ér... — Ela diz e começa a rir. Ele a pega pela cintura e a beija. — Vem, vamos dançar. Josh puxa Hayley para o centro da pista. Ela pega o keepcooler de Josh e toma uns goles enquanto dança. Então começa a tocar Let‘s Be Friends – Emily Osment. Hayley vai até o bar e chama quem estava sentado para dançar. Todos os que não dançavam foram pra pista.

Ei, qual é o seu nome? Eu acho que eu gosto de você. Chegue mais perto agora.

Todos mexiam seus corpos de acordo com a batida da música. Hayley passava a mão pelo corpo de Josh. Estavam felizes. Atrás de Hayley, Brendon chegou atrás de Sarah.

Espere, o que você disse? É essa a sua namorada? Acho que vou ficar rodando por perto. Você não quer, você não quer, você saber o que você sentiria?


— — — — — —

Hey, Sarah. — Brendon disse e ela se virou. Ahn, oi Brendon! — Ela sorriu. Quero me desculpar... eu sei que a sua discussão com o Jeremy foi por minha causa. Oh, não! Não fica... quer dizer, fica tranqüilo. Ah, tá. Eu só queria que você soubesse que não era a minha intenção. Sem problema.

Vamos ser amigos, então poderemos beijar. Você é tão sexy, deixe-me mostrá-lo em toda parte.

— Eu... eu não posso negar que não senti nada por você no exato momento que eu te vi, mas... o que eu menos quero é que você fique triste, ou se prejudique por isso. É só me falar, que eu sumo daqui. Eles se olharam, ainda dançando. Sarah já tinha tomado muita bebida. Estava tonta e completamente sobre o efeito do álcool. — Não suma. — Eles sorriram. — Ainda podemos ser amigos. Ele dá um sorriso malicioso e se aproxima dela. Eu vejo o que eu quero e eu quero jogar. Todo mundo sabe que eu estou ficando do meu jeito. Não importa o que você diz, Eu estou te derrubando, derrubando, derrubando Eu estou te derrubando, derrubando, derrubando Eu estou te derrubando

Brendon passa uma mão pelo braço de Sarah e aproxima perigosamente seu rosto do dela. E mesmo bêbada, alguma parte de Sarah ainda tinha consciência. E essa parte a fez se esquivar dele e ir em direção ao Justin. — Brend! Brend! — Ryan disse chegando perto dele. — Que foi? — Tem polícia. A polícia tá aí! — E daí? — É só juntar, seu bobão. Menores, mais altas horas, mais bebidas alcoólicas é igual à ilegal! A gente tem que ir. — Vamos avisar o pessoal. Brendon avisa Hayley. — Eita! Vamos Josh. Ela sai arrastando e explicando como pode para os presentes. Jon e Jason são arrancados do lugar deixando seus pares sem saber o porquê. Eles estavam saindo pela porta quando vêem os policiais entrando. — Ferrou. — Ryan. Eles correram para um canto da boate e ficaram abaixados. Os policiais entraram e mandaram todos levantarem as mãos para cima. Um grupo de policiais vai direto ao bar e ao DJ para prender os organizadores. — O plano é o seguinte: — Jason — Eu vou sair e despistar os caras. Subo na minha moto e saio. Enquanto eles estiverem preocupados em me pegar, vocês fogem. Se enfiem nos carros como der e vão embora. Ok? — Não é muito arriscado? — Dakotah. — VOCÊ QUER SER PRESA? — Não. — Então faz o que eu mandei. Ok, contando. Um... dois... Três! Jason sai correndo e passa por baixo dos três policiais que estavam na porta da boate. Os três saem correndo atrás dele. — Vai, vai, vai! — Disse Spencer e eles começam a correr. Saem da boate. Jason estava do outro lado da rua. Corria rapidamente. Ninguém o pegaria naquela velocidade. Todos entram nos carros desesperadamente e saem dirigindo mais desesperadamente ainda. Jason dá a volta no quarteirão, pega a moto e sai pilotando, deixando os policiais sem saber o que fazer. É claro que eles não sabiam que aquela bela CBX era daquele garoto de 17 anos. Uma hora depois, todos chegaram a casa a casa que Brendon, Ryan, Spenc e Jon tinham alugado. (Seria a única que daria para fazer bagunça e conversar, já que não tinha ninguém).


Devido a bebida, e a velocidade incrível do carro, Sarah havia vomitado. Estava mal. Bebera demais. Brendon passou toda a viagem cuidando dela. — Ai, meu Deus! — Josh diz saindo do carro. — Me lembrem de nunca mais sair com vocês, certo? Eles riram. — Eu já passei por muita coisa na minha vida — Ryan —, mas é a primeira vez que eu fujo da polícia, sério! Brendon, cadê a chave? — Com o Jon. Ryan pega a chave da casa e a abre. Todos entram. — Cara, a Sarah tá mal... é melhor levar ela pra casa dela. — Brendon. Sarah estava dormindo no carro. — O pai dela não vai gostar nem um pouco... — Dakotah. — Ela que resolveu beber. — Hayley. — Mesmo assim, Hayles... sei lá, é melhor não mandar ela ir pra casa desse jeito. O pai dela é tranqüilo... até certo ponto. Eu tenho medo do que pode acontecer com ela. Hayley faz que não com a cabeça. — Ok, vai. Ela dorme na minha casa. Eu ligo pra mãe dela e aviso que ela dormiu lá, porque o carro enguiçou, sei lá. Arranjo uma desculpa. — Ela com certeza vai te agradecer, Hayles! — Taylor. — É, né. Então... vamos, Josh? — Vamos sim. Josh entra no carro, onde Sarah estava dormindo no banco de trás e começa a dirigir. — Lembra de quando eu disse do passeio mais Failed da minha vida? Eu estava errado. Esse foi o passeio mais Failed da minha vida. Hayley riu. — É... se levarmos em consideração que nossos melhores amigos brigaram, um deles foi embora mais cedo, a outra está bêbada e vomitou no seu carro, e termos sido quase presos... foi bem Failed sim. Josh estacionou na frente da casa de Hayley. — A gente bem que podia fazer esse passeio desfracassar, hein?! Ele se aproxima e dá um beijo nela. Hayley se afasta. — Me desculpe. Mas eu tenho uma adolescente bêbada de coração partido pra cuidar. Eles riem e se beijam novamente.


Capítulo 39 – Saying I’m sorry for that night

— Sarinha... hey baby, acorde... — Hayley balançava Sarah com um dedo, na tentativa de acordá-la. — Sarah... já são quase uma da tarde... Acorda. Sarah abriu seus grandes olhos verdes vagarosamente. — Ai... minha cabeça. — Eba! Acordou. Vamos, levante. Senta. — Onde eu tô, Hayley? Ai... minha cabeça tá doendo. — Ela disse se sentando na cama. — O que aconteceu? — Bem... por onde você quer que eu comece? Ok. Depois que você e Jeremy brigaram você bebeu bem mais do que deveria, dançou igual louca, fugiu da polícia, vomitou no carro do Josh, veio pra minha casa e vomitou o meu banheiro, levou um banho frio, vestiu meu pijama favorito e dormiu no quarto de hóspedes da minha casa. — Ahn...

―— Eu... eu não posso negar que não senti nada por você no exato momento que eu te vi, mas... o que eu menos quero é que você fique triste, ou se prejudique por isso. É só me falar, que eu sumo daqui. — Não suma. Ainda podemos ser amigos.‖

O olhar de Sarah ficou frio e amedrontado. — Hayley, eu... — O quê? — Eu beijei o Brendon? Hayley arregalou os olhos. — VOCÊ BEIJOU O BRENDON, MALUCA? — Não sei! Eu... me lembro de conversar com ele. Me lembro da gente dançar, me lembro dele vindo pra mim... Mas não me lembro de ter beijado ele! — AI, SARAH. COMO VOCÊ QUER MANTER UM NAMORO SE VOCÊ BEIJA OUTRO CARA? — EU NÃO SEI SE BEIJEI ELE, DROGA! Eu estava bêbada. Minha cabeça tá doendo. — Vou matar um acordeonista, juro. Hayley sai do quarto com o celular nas mãos. Sarah coloca a mão na cabeça e tenta lembrar. Dois minutos depois, Hayley retorna. — Vocês não se beijaram. — Ela diz. — Como você sabe? — Ele me disse. E bem... Brendon pode ser um cretino. Mas ele não mente pra mim. — Graças a Deus. — Sarah sussurra. — Pega, toma isso. — Hayley dá um comprimento de aspirina para Sarah e pega o copo d‘água que estava em cima do criado mudo. Ela engole. — Como tá o Jeremy? — Eu passei a manhã inteira esperando você acordar e limpando a sua sujeira, bonitinha. A propósito, você não vai poder voltar pra casa até as 7 da noite. — Por quê? — Tive que mentir para os seus pais! Eu disse que você foi para um clube em Nashville comigo. Então, você vai ter que chegar molhada na sua casa. — Ah... ok. Mas e o Jeremy? — Não sei dele. Como eu disse, não tive tempo de ver como ele tava. Mas ontem ele tava triste, Sarah. Muito triste. Eu tive que sacanear um motorista de ônibus pra tirar um sorriso do rosto dele. Sarah suspira e abaixa a cabeça. — Não foi minha culpa. Eu o amo, Hayles... Eu prefiro que eu fique triste invés dele. — Sarah, desculpa, mas flertar com um cara novo e quase beijá-lo não é uma bom jeito de provar amor. — Eu não estava sóbria. E se nós não nos beijamos foi porque eu me afastei. — Foi. — Então. — Mesmo assim. Imagina você, se pegasse Jeremy flertando com outra garota, o que você ia fazer? Sarah, entenda ele. Ele te ama mais do que tudo. Não é de hoje, e você sabe! Você sabe que ele te ama desde o dia que te conheceu. Sarah olhou para ela. — Não, eu não sei. Ou pelo menos... não sabia... Ele era o meu melhor amigo quando eu soube que ele gostava de mim. Eu não imaginaria nada com ele! Só... aconteceu. Ele se declarou pra mim e eu... ora, Hayley, ele é a pessoa


que mais me conhece no mundo! O meu melhor amigo! Eu gostava muito dele e conforme o nosso namoro vai indo eu me sinto mais feliz com ele. Eu me sinto bem com ele. Ele me faz feliz e eu sei que eu faço ele feliz também... ou fazia. — Então volte com ele, Sarah. O Brendon não... O passado dele não ajuda nada. Eu perdi a conta de quantas garotas ele usou. Ele começa a namorar e larga essa garota quando acha outra melhor. Simplesmente termina. E faz ela sofrer. Eu não quero que isso aconteça com você. — Hayley, eu não vou ficar com o Brendon, ok? Não gosto dele. Não posso gostar dele. Não devo gostar dele. E não gosto dele! — Oh... não. — O quê? — Nada. Vai tomar um banho, Sarah. Você ainda tem que se recuperar da ressaca. — Ela deu uma risadinha. Mas... Sarah havia negado demais. E isso é um problema. Saiu do quarto de hóspedes e foi até a cozinha. Sua mãe estava lá. — E aí, ela acordou? — Sim. Foi tomar um banho. — Depois dá alguma coisa doce pra ela comer. Ainda deve ter álcool no sangue. — Ok. — Hayley se sentou em um banquinho junto do balcão e pegou uma caneca de café. — Hayley, você quer viajar? — Não. — Ela disse tomando um gole. — Eu vou pra Los Angeles com o Scott... Vamos curtir as férias. Eu não queria deixar você sozinha. — L.A.? Prefiro a morte. Fico com o meu pai. — Hayley disse e elas riram. Ficaram um tempo sem falar nada. Hayley soprou a fumaça do café quente e teve uma idéia. — A não ser que...

[...]

Eram quase duas da tarde quando Jeremy chegou a casa de Hayley. Ele soube por Josh que Sarah havia dormido lá. Precisava resolver as coisas. Tocou a campainha. Hayley atendeu. — Jeremy! — Ela o abraçou forte. — Entra, vamos! Jeremy entrou de cabeça baixa e cumprimentou Christie, que estava no sofá. Eles seguiram para a cozinha. — E aí, como você tá? — Estou melhor. — Ele riu. — Não fosse você ontem à noite eu não sei o que teria feito. — Que ótimo. Quer alguma coisa? — Não, valeu... Ela tá aqui, né? — Está comendo no quarto. Ela bebeu demais, Jerm. Vomitou o carro do Josh, o meu banheiro e o meu melhor pijama. — Ela nunca fez isso antes. — Jeremy disse. — Ela teve motivo pra fazer isso. — Eu não estava errado, Hayley. — Jeremy, eu entendo que você sinta ciúme do Brendon. Mas você não vê que vocês dois estão errados? Se ela foi errada por flertar com ele, você foi muito mais errado por não confiar nela. Vocês dois tinham que ter uma conversa, não uma troca de gritos. Você a ama, ela te ama. Você não pode deixar isso acabar por um flerte. Quem ama cuida, Jerm, mas também confia. Vocês tem que confiar um no outro. — Eu confio nela! Não confio nele. — Então fale com ele. O motivo de ela ter bebido feito louca é você. Eles ficaram um tempo em silêncio. — Posso ir falar com ela? — Claro que pode. — Valeu Hayles. — Mas ei, Jeremy? — O que foi? — Não suje meus lençóis. — Ela disse rindo. — Engraçadinha. — Ele cedeu e riu também, em direção ao quarto. Chegou lá e rodou a maçaneta devagar. — Jeremy?! — Ela disse surpresa enquanto tentava, numa tentativa frustrada, esconder uma lágrima que rolava em seu rosto. Ele se sentou ao seu lado na cama. — Como você tá? — Minha... minha cabeça ainda dói. Estou fraca... mas passa. E você? — Estou bem.


Eles ficaram alguns minutos sem dizer nada ou se encararem. — Jerm? — O que? — Olha pra mim, por favor. — Ela disse. Ele levantou os olhos, que se encontraram com o dela. — Me desculpa. Eu não devia ter flertado com o Brendon. Eu não devia ter dado trela pra ele no carro. Eu não devia ter feito nada do que fiz. Me desculpa. Eu amo você, acredita, eu não quero te perder. — Me desculpa também... eu não devia ter ficado muito bravo com você. Foi ele que estava se atirando... enfim, a culpa não foi só sua. Eu deveria ter confiado mais. Não deveria ter julgado você. Me desculpa por te acusar. Eu te amo demais, linda, e não é de hoje. Só estava enciumado por que te amo. Eu não agüentei ver aquele... dar em cima de você, Sarah! Caramba, foi muito ruim pra mim ver ele daquele jeito e você não fazer nada e... — CARAMBA JEREMY, VAI COMEÇAR DE NOVO? — Não, não, calma... Me desculpa! Eu te amo, cara, eu só estou sendo assim por que eu te amo. Eu vou mudar. Eu juro. — Eu amo você também. Por favor, não brigue mais... eu não quero me zangar com você. Eu não quero que você se zangue comigo. Eu não quero o Brendon, eu quero você. Eu te amo. Ele chegou mais perto dela e lhe beijou. — Era o que eu precisava ouvir. — Ele disse sorrindo. — Seu cheio tá uma mistura incrível de álcool com Hayley com sabonete e o seu cheio natural. — Ela gargalhou. — Não bebe mais assim, tá? Ela riu. — Não quero nem ver bebida na minha frente. Acho que nunca mais vou conseguir olhar pra uma Sprite. Me dá ânsia só de pensar. E eu não cheiro a Hayley! Qual é. — Você tá com a roupa dela. Está cheirando a Hayley. E sabonete e álcool e o seu cheiro. — Você é muito bobo. — O seu bobo. — Jeremy disse e eles se beijaram novamente. Hayley chegou até a sala. — Perfeito. Eles fizeram as pazes. — Você estava escutando atrás da porta? — Não. Eu só estava conferindo se não ia dar briga outra vez, por que se por acaso eles saíssem no tapa, eu poderia separá-los e... Ok, eu estava escutando atrás da porta, e daí? É a minha casa. Christie riu. — Ok, ok. O celular de Hayley começou a tocar. Era Josh. — Casa de abortos feto feliz. Boa tarde, posso ajudá-lo? — Meu Senhor! Você melhora a cada dia que passa. — É, pois é. — Ela riu — Mas e aí, como você tá? — Tô ótimo. Liguei pra saber como tá a Sarah e avisar que o Jeremy provavelmente passe por aí. — Pois é, Sr. Atrasado, o Jeremy já chegou. E ela tá bem, apesar da ressaca. — Mandei meu carro pro lava-jato. Ela tá me devendo 10 dólares. Hayley riu. — Vou dizer isso pra ela. — Mas e aí, os dois brigaram? — Não. Fizeram as pazes. Tão no quarto agora. — Ahn... Que ótimo. — Sim. Eu estava quase endoidando com esses dois. — Você vem pro ensaio hoje? — Eita! Tem ensaio hoje né? — Tem, ué. — Esqueci completamente. Mas eu vou sim. — Ótimo. — Ah, eu quero falar com você. — O quê? — Quando o ensaio acabar eu te digo. — Mas eu... — Beijo Josh. — E desligou. — É por isso que eu não deixo você gravar o recado da secretária eletrônica. — Christie disse rindo. — Qual é, os meus recados são os melhores. — Tipo ―Oi, aqui é o microondas das Williams. A secretária eletrônica fugiu pra Malibu com o aparelho de Som e eu estou recebendo os telefonemas. Caso queira esquentar algum alimento enquanto deixa a mensagem após o bip é só colocar na frente do fone. Não coloque nada de metal.‖? Hayley riu. — É. Essa foi incrível. Christie fez que não com a cabeça enquanto ria. — Vou me arrumar para o ensaio. — Hayley disse e se levantou.


Foi até o quarto de hóspedes e bateu na porta. Entrou. — Hey... — Ela disse — Tudo bem aí? — Sim. — Sarah respondeu. Estava com Jeremy ao seu lado. — Fizemos as pazes. — Jeremy. — Hm... ok. Ainda bem que vocês deixaram de bobagem e ficaram juntos logo de uma vez. Enfim, vou pro ensaio da Paramore agora... vocês podem ficar aí se quiserem... — Não, eu... vou levá-la pra minha casa. — Ok. — Hayley ri. — E se brigarem de novo, aconselho já prepararem o testamento. — Certo, Hayles. Hayley tomou banho, secou o cabelo e vestiu uma roupa normal. Pegou as chaves e o celular e saiu de casa. Jeremy e Sarah já haviam ido. Ia passando pela terceira rua depois de sua casa quando avistou a casa alugada dos garotos. Decidiu passar lá. Bateu na porta e foi atendida por Ryan de cueca. — Ei Hayles! — Estão todos assim? Oh, Deus. É por isso que homens nunca vivem sem uma mulher. — Ela disse debochando. — É a minha casa, falou? Posso andar pelado se quiser. — Que nojo, garoto. Vá se vestir. — Entra, vai. Eles riram. Ela entrou e foi até o quarto, onde Jon e Spencer dormiam sem quase nenhuma roupa em cima do outro. Tinham bebido mais depois que chegaram em casa e acabaram indo dormir as 4 da manhã, completamente chapados. Ryan também estava dormindo, por isso a cueca. Ele voltou pra cama e ela foi até a sala, onde Brendon, o único realmente vestido, estava num canto escrevendo, e com um violão apoiado no corpo. Hayley se sentou ao lado dele. ―Quando o mundo ficar muito pesado, coloque-o em minhas costas. Eu serei sua alavanca.‖ — Lindo isso. — Ela disse, olhando para o papel onde ele escrevia. Leu apenas a primeira linha. — Poesia ou música? — Música. — Ele disse rindo. — Canta? — It was always you... falling for me. Now there's always time. Calling for me. I'm the light... — Você tem que parar de me humilhar com essas músicas. — Ela disse rindo. — Até parece que eu humilho você. Aliás, você tem músicas novas? — 6 ou 7, se não me engano. Mas quase todas elas eu escrevi com Josh. — Ahn... canta uma pra mim. — Me dá o violão. — Ele o deu para ela. — Essa é a mais bonitinha que a Paramore tem. Ela cantou My Heart para Brendon. — Awwwn! Que letra perfeita! Som perfeito! Melodia perfeita! Tudo perfeito, oh, Deus! Parabéns, Ruivinha. — Obrigada. Mas eu disse, eu e o Josh fizemos. Não fui só eu. E nós tiramos essa musica de uma frase que ele me disse. — Ele deve te amar muito... Hayley sorriu e olhou para baixo. — Enfim. Como você tá? — Estou... meio triste, confesso. Eu pensei em falar que tava bem mas não dá pra mentir pra você. — Ele disse sorrindo. — Menino esperto. — Por isso eu tô escrevendo. Quando eu fico triste as músicas saem boas. — Ahn... É por causa dela, né? — É. Hayles, eu juro, cara eu juro por mim e pelos meus amigos, pelos meus pais, por Deus, que eu não quero fazer com ela o que eu fiz com as outras garotas. Quando eu bati o olho nela eu vi que ela era diferente. E... damn, foi tão rápido! Eu era só um cara vivendo na minha, e aí, ela aparece com aquele sorriso e aquele olhar e muda tudo. Eu não nego, Hayles, eu a quero. Mas são tantos contras... — Brendon, você diz isso mas você sabe. Se ela cair nos teus encantos e ficar com você, passa uma semana e você acha alguém melhor! Eu já vi isso acontecendo. — É diferente. Se você juntas todas as garotas que eu já cheguei a beijar na minha vida não vai dar um terço do que eu sinto por ela. — Brend... você sabe que eu te amo, né? Então, por favor, confia em mim. Não vai dar certo. Desiste antes que você sofra e/ou faça ela sofrer. — Eu... eu não posso. Hayley dá um soco no braço dele. — Ai! Caramba, o que deu em você? — Agora pode? — Ela disse, brava.


— Não! Eu gosto demais dela. E eu perguntei pra ela se era pra eu sumir da vida dela, e ela disse ―não, nós ainda podemos ser amigos‖. A música que estava tocando ao fundo era ―Vamos ser amigos e então poderemos dar uns beijos‖. Isso não é muita coincidência? — Idiota. É sim, uma grande e infeliz coincidência. E ela estava bêbada! Bêbada, entendeu? Fica na sua, Brend. Você não vai querer fazer inimizade com o Jeremy. — Eu já fiz. Ela faz que não com a cabeça. Teimoso igual uma mula. – pensou. Como se ela também não fosse. — Ok, Brendon. Só pense um pouco. Você vai sofrer e vai fazer muita gente sofrer com isso. Agora eu tenho que ir pro ensaio, tá? Até mais. — Até. Ela sai da casa Panic! abismada. Brendon não iria desistir. Sarah havia gostado dele. E Jeremy continuaria ciumento. Em resumo: A merda estava feita. E ela não conseguiria fazer nada, a não ser... esperar pra ver o que acontece. Chegou a casa de Josh pouco tempo depois. Entrou direto na garagem. Todos já estavam esperando ela. — Tá atrasada, cunhadinha. — Zac disse, assim que ela entrou. — Foram só 20 minutos, não reclame. — Sabe... todas as músicas que a gente toca são Josh e Hayley que fazem... que tal a gente tentar escrever uma música, todo mundo? — Eu acho ótimo. Aliás, cadê o Josh? — Ele foi trocar a corda da Condor. — Ahn. — Mas eu também acho legal — Zac —, só não contem muito com a minha presença. — Eu posso ajudar. — Taylor. Logo depois, Josh chega. — E nós precisamos de mais duas músicas para o festival. — Zac. — Duas? — É. Nós já incluímos My Heart, That‘s What You Get, Misery Business, We Are Broken... e aí precisaria mais de uma. Mas eu estou com medo. Nós nos colocamos como banda de rock e vamos tocar duas músicas praticamente lentas... — Nada a ver, Zac. Os artistas que tocam aqui são sempre os mesmos, eles vão gostar de diversidade. — Taylor. — Ok, né. Ainda assim, são seis músicas que temos que apresentar. — Vamos tirar o dia pra compor, então. — Então tá. — Josh disse e todos o mandaram pegar uma caneta e um caderno. Ele volta logo depois. — Tá... vamos falar sobre o que, então? — Josh diz com a caneta entre os dedos. — Que tal sobre feriados idiotas? — Zac. — Muito Green Day. — E sobre sair de casa? — Zac. — Muito Green Day. — Hayley. — O que tem de mal com o Green Day? Qual é... — Vamos fazer uma coisa nossa. Uma coisa que seja ―Muito Paramore‖. — E que tal sobre a corrupção do país? — Taylor. — É... não sei... pode ser... — Hayley. — Viu?! O negócio é comigo! Essa história de corrupção É MUITO GREEN DAY. Me explique essa conspiração contra mim, vamos? — Explain to me this conspiracy agaist mee... yeeeear — Taylor brincou cantando uma melodia sem nexo usando a ultima frase de Zac, que o socou no braço. — Ei, isso ficou legal! — Hayley. — O quê? A marca de dedos gordos no meu braço? — Não! A Conspiração. A gente pode fazer uma letra baseada nisso. Josh pegou o violão e fez uma seqüência de Si bemol, Dó, Fá e Ré menor com Sétima. — Explain to me... this conspiracy against me... yeear. — Ele encaixou a frase no ritmo. Todos aplaudiram. — Esse vai ser o refrão. — Taylor. — É... e agora? — Que tal... sei lá... and tell me how I‘ve lost my power... — Hayley — Ficou ótimo. Duas horas depois, a Conspiracy, estava pronta. Todos participaram da música e todos gostaram muito. Hayley chamou Josh para tomar um sorvete enquanto Taylor continuava a compor com Jason. Ele tinha outra melodia em mente e ―queria aproveitar porque estava inspirado‖. Eles foram andando devagarinho. O sol estava se pondo, e o céu estava numa cor alaranjada muito bonita.


Pouco tempo depois eles chegaram a sorvete. Se sentaram numa mesinha que ficava na calçada. Pediram seus sorvetes. Hayley se sentou bem do lado dele. — De quê é o seu? — Ele disse, tomando uma colherada do dele. — Morango e baunilha. E o seu? — Chocolate e chocolate. — Eles riram. — Deixa eu provar? Ele deu um sorriso e pegou uma colherada do sorvete dele, levando em direção a sua boca já aberta. Quando estava muito perto da boca dela ele tira e o coloca na sua boca, rindo em seguida. — Ah, seu cretino! — Ela diz pegando uma colher do seu e jogando na bochecha dele. Ele abre a boca, indignado. — É guerra? É isso que você quer? — Não, Josh, peraí... — É isso que você quer, não é? Então toma! — Ele joga sorvete no rosto dela também e eles começam a rir. — Ah, você vai limpar isso aqui! — Josh. — Só se for com a língua. — Eu aceito a forma de limpeza. — Ele diz sorrindo malicioso. Ela ri e se aproxima, beijando-o. Ele pega um guardanapo e limpa a bochecha. Hayley pega a colherzinha e coloca dentro do potinho de sorvete, em cima da mesa. Olha Josh. — Eu amo você. — Ela diz sorrindo, notando o jeito de como ele comia o sorvete. — Eu também, linda. — Você já viu o mar, Josh? — Não... — Gostaria de conhecer a praia de Chicago? — Ela diz rindo. — Claro que sim. — Minha mãe vai pra L.A. depois de amanhã... eu disse a ela que só vou se você vier comigo. Ele sorriu. — É sério? — É. Quer vir passar as férias em L.A. comigo? — Mas é claro que sim! Meu Deus... Hayley sorriu e o tomou para um beijo profundo. — Cara, eu vou ver o mar! Finalmente vou! — Que bom que você gostou da idéia. Vamos curtir muito essas férias, eu te garanto. Ele sorriu. — Eu sei que sim.


Capítulo – Kiss you, taste you, all night, always Pov. Hayley

— Tem certeza que não esqueceu de nada? — Josh me perguntou pela oitava vez naquela manhã. Estávamos na minha garagem colocando as malas no carro de Scott. — Eu já te disse sete vezes que não. Qual é o problema com você? Tá surdo? Que droga. — É só que eu tô com aquela sensação de que esqueci alguma coisa... — Então você esqueceu. Eu não. Ele me olhou e começou a rir. — Qual é a graça? — Você fica linda quando está com raiva. — Vai à merda. — Revirei os olhos, bufei, e coloquei o violão dentro da mala. Até que senti as mãos dele na minha cintura e a sua respiração fresca no meu pescoço acompanhada dos beijos que ele estava deixando ali. Impossível não sorrir. Ele sabe como aliviar minha tensão. Me virei e agarrei seus braços, aprofundando um beijo. — Ei, parem com isso! — Minha mãe disse entrando na garagem. Josh se afastou rapidamente e colocou as mãos nos bolsos. Mordi o lábio inferior tentando abafar uma risada. — Se começarem com isso vamos ficar aqui o dia inteiro. Terminem de por as malas dentro do carro. — Já terminamos, mãe. Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas desistiu e foi em direção a cozinha. Eu ri. — O que foi? — Você fica lindo quando está com vergonha. Ele riu também. — Sua mãe não gosta de mim. — Ah, deixa de bobagem. Ela adora você. É só que você fica muito vergonhoso quando tá perto dela. — E o que você quer que eu faça? Ela sabe que você... ah, Deus. E ainda sabe que fui eu quem... Não. Não dá pra não ficar com vergonha, Hayley. Eu ri. — Você é um bobo, sabia? — Fui em sua direção e passei uma mão pela sua cintura e a outra pela nuca, puxando ele pra baixo e lhe dando um beijo. — O bobo que te seduz, rawr. — Ele disse assim que nos afastamos e eu ri. Dei um tapa no seu peito e me virei para fechar o porta-malas. — E aí, estão prontos? — Scott disse chegando na garagem, com a chave do carro balançando nas mãos. Fizemos que sim com a cabeça e entramos no carro. Ele deu a partida e eu coloquei o cinto de segurança. Passei a mão pelos bolsos e... Opa. — Espera! Não começa ainda, eu esqueci de pegar meu celular. Josh deu uma gargalhada. — Eu não disse?! ―Eu já te disse não-sei-quantas vezes que não esqueci de nada, você é um surdo, blábláblá‖ — Ele disse afinando a voz para se parecer comigo. — Cala a boca. — Revirei os olhos e peguei a chave da casa com a minha mãe. — Volto em dois minutos. Entrei dentro de casa e achei o meu celular em cima da minha cama. Coloquei-o no bolso e voltei para o carro, onde Scott começou a dirigir em direção ao aeroporto. Chegando lá, Scott encontrou a sua filha mais velha — Melanie — para levar o carro para a casa dele. Melanie é a irmã mais velha de Marcus, o outro filho dele. Ela era bem parecida com ele, tinha olhos e cabelos escuros e um corpo bem bonito. Devia ter no máximo 25 anos. Scott fez questão de nos apresentar a ela. Ela cumprimentou minha mãe (elas já se conheciam). — Esses são filhos de Christie? — Ela disse. — Não, apenas Hayley. — Respondeu Scott — O rapaz é Josh, namorado dela. — Oi Josh! — Ela disse e Josh estendeu a mão para um aperto. Ela o abraçou. Vaca! Mil vezes vaca! — Oi, dá licença. — Eu disse tentando tirá-la de Josh, que estava corado. — Sou Hayley Williams. — Eu disse e estendi a mão pra pedófila. Ela apertou minha mão e deu um sorriso falso. — Melanie Gilbert. — Já sei o seu nome. — Respondi seca e puxei Josh pra perto de mim. Ela riu falsamente outra vez e passou uma mão pelos cabelos. — Amor, vamos comprar um refri? — Disse me virando para Josh e dando ênfase no ―amor‖. — Claro. Passei meu braço pelo dele novamente e fui andando até a lanchonete que ficava dentro do aeroporto.


Eu tinha refri na minha mala menor. E sim, iria pagar três vezes mais do que um refri em qualquer lugar custa. Mas dane-se, não deixo Josh perto daquele pedófila vaca. — E aí, gostou da sua irmãzinha mais velha? — Irmã o caral... — Hayley! — É sério. Quantos anos aquela vaca tem? 25? Você só tem 17, caramba! Como ela tem coragem de dar em cima de você na cara dura?! Sou irmã do capeta, mas não sou daquela vaca. — Você fica linda quando tá com ciúme. — Ele disse rindo. Revirei os olhos. — Ela não tira os olhos daqui. Que inferno de mulher! — Hey — Ele disse e pegou meu queixo com a mão —, eu sou seu, ok? Não precisa sentir ciúme da sua irmãzinha. — Irmã é o caral... — Eu ia terminar a frase quando ele se aproximou e me beijou. Sorri. — Se você der outro abraço nela, você morre. Ok amor? — Eu disse ainda rindo. — Que medo. Eu ri. Paguei os 6 dólares na latinha de coca e voltamos para onde minha mãe, o namorado dela e a filha vaca do namorado dela estavam. Felizmente logo fomos chamados para entrar no avião. E eu nem fui grossa com ela na hora de me despedir. Notaram a ironia? Que bom. Entramos no avião. A nossa poltrona ficou mais pro fundo. Guardei minha mala e peguei todos os salgadinhos e iogurtes que eu separei para comer no vôo. É lógico que eu sei como a comida de avião é horrível. Josh colocou os fones de ouvido e nós nos acomodamos nas poltronas. Depois de a aeromoça falar um monte de coisas não-importantes para serem citadas aqui, o avião decolou. — O que você está escutando? — Eu perguntei e Josh tirou um dos fones, demonstrando que não tinha escutado o que eu disse. Peguei um fone da mão dele e coloquei no meu ouvido. — Hear You Me. — Eu disse e sorri. — Amo essa música. — Eu amo Jimmy Eat World. — Eu também. — Pois é... sabe, eu até coloquei isso como ‗preferência musical‘ naquele site de encontros. Eu não né, o Zac colocou pra mim. Ele fez o meu cadastro. — Jeremy e Sarah fizeram o meu, então... eu não sei o que eles colocaram lá. — Seja lá o que for, concorda que fomos feitos um para o outro. Eu sorri com isso. — Jeremy e Sarah... como será que eles vão ficar? Estou preocupada com isso. — Não se preocupe com eles. Você mesma disse. Não tem o que fazer... deixa rolar pra ver o que acontece. — Só queria que nenhum deles se machucasse. — Isso já é difícil... a não ser... — A não ser o quê? — Que Brendon e Jeremy concordassem em ser os dois namorados de Sarah. — Ele disse rindo. — Isso foi a coisa mais idiota que eu já ouvi. Dois namorados? — É. Bem... todos ficariam felizes. — Josh me olhou sério. E depois começamos a gargalhar. — Ok, foi uma idéia idiota mesmo. — Ele disse rindo. — É, foi. Eu não sabia desse lado da sua imaginação. — Nem eu, pra dizer a verdade. Apoiei minha cabeça no ombro dele. E ele começou a dar risadas. — Que foi? — Estou lembrando daquele dia no restaurante. — O elevador? — É. — Ele disse ainda rindo. — Senhor, como eu detestei tudo aquilo! Desculpa, Hayley, mas você era muito chata! — A chata que te seduz, rawr. — Eu disse e o beijei rapidamente. Ele riu. — Você tem que parar de roubar as minhas frases. — Tenho nada. O que é seu é meu, babe. — Como é que é? Não somos casados, babe. — Não?! Já se esqueceu do que houve há 10 anos atrás? Eu não me lembro de divórcio nenhum, então, sim, nós somos casados e as suas frases são minhas. — Ahn, ótimo. Então eu posso chamar o Jason de vaca pedófila também. Gargalhei. — Só se você quiser uma briga. — Eu disse e ele riu. Comecei a cantarolar a música que estava escutando: — May angels lead you in... Hear you me my friends... On sleepless roads, the sleepless go. May angels lead you in... — Você cantando essa música é a coisa mais linda que eu já ouvi, sério. — Mentiroso. — Não, é sério. — Ele disse rindo. — Eu não minto pra você. — Aham, eu sei.


— É sério! — Tá. — Hayley, você tem a voz mais linda que eu já escutei, eu não estou brincando. — Ele disse sério. Engoli seco e cheguei perto dele, dando-lhe um beijo demorado. — Você é o mentiroso mais lindo que eu já vi mentir. — Eu disse e ele riu. — Ai meu Pai. Tem como argumentar com você? — Ahn... Não. — Foi o que eu pensei. — Ele disse fazendo que não com a cabeça. Apoiei minha cabeça no ombro dele outra vez e ele apoiou a cabeça dele na minha. Três horas depois, meus salgadinhos haviam acabado, e graças a Papai do Céu, a viagem também. Pegamos nossas malas (e o violão de Josh) e nos juntamos a minha mãe e Scott. Chegamos à Califórnia. Pegamos um táxi até uma empresa de aluguel de carros. Alugaríamos dois, afinal, eram dois casais querendo passear por lugares diferentes. Dentro do táxi os olhos de Josh pareciam brilhar. Ele olhava com curiosidade toda a Los Angeles a nossa volta. Do aeroporto dava pra ver a praia de Manhattan, e agora ela ia desaparecendo conforme o táxi saía. — O que deu em você de querer voltar pra Franklin? Eu ri. — O lugar é legal. O problema são as pessoas. — Ahn, claro. — É sério, Josh, se você viesse morar aqui iria ficar bem sozinho. E mesmo sendo muito gos... bonito, eles iriam te zoar por você ser do TN. Você viraria o caipira da escola. Ele gargalhou. — Não tenho sotaque caipira. — Não?! — Eu ri. — Fala sério, né. Todo mundo de Franklin tem sotaque caipira. — Que ótimo. — Ele disse revirando os olhos. Chagamos ao lugar. Alugamos um carro básico e Josh foi dirigindo atrás de Scott até o hotel. Chegamos lá e fizemos a hospedagem. Não foi difícil convencer minha mãe para ficarmos em um quarto para cada casal. Eram 3h30 da tarde quando terminamos de guardar todas as malas e nos acomodarmos em cada suíte. Então fomos para o restaurante do hotel. — Ei garotos — disse Scott. —, vocês têm programa pra hoje a noite? — Não. — Respondi por Josh e por mim. — Porquê? — Josh perguntou. — Eu comprei uma coisa pra vocês. — Ele pegou um papel do bolso. Na verdade, eram dois papelzinhos. Peguei da mão dele e li. Inacreditável. — O que é? — Josh. — É um show! BLINK-182 HOJE, JOSH! — Eu gritei. — Blink-182? Oh! — Poxa... valeu, Scott! — De nada. Isso é pra tirar a má impressão que a Mel causou. — Que isso, não tem problema com a Melanie. — Você ficou bem irritada com ela. — Minha mãe disse. — Ah, não fiquei; Valeu, Scott, de verdade! Eu adoro Blink. — Eu também, obrigado. — Josh. Depois disso eu subi com Josh para a nossa suíte. — Cara, dá pra acreditar? São VIPs! — Josh disse. — Pois é. — Eu disse. — Você acha que ele só tá fazendo isso mesmo por causa da Melanie? — Não sei... Só sei de uma coisa: se ele está tentando me comprar... Ele está conseguindo. Caraca, Blink-182! — Josh gargalhou e se aproximou, me beijando. — O show é só as 22h... o que quer fazer até lá? — Perguntei. — Vamos à praia. — Ele disse com os olhos brilhando e eu ri. — Certo, vamos à praia de Manhattan, que fica perto. Josh foi se trocar (se é que vestir uma bermuda é se trocar) e eu também. Vesti meu biquíni com uma blusa por cima e um short. Avisamos minha mãe e saímos. Com o pequeno mapa que Josh havia comprado no aeroporto não foi difícil achar a praia. O mar estava calmo e não havia muita gente. Algumas mulheres tomando sol e alguns grupos de jovens espalhados, mas nada muito tumultuoso. Havia alguns rapazes jogando vôlei, também. Josh tirou a camiseta e olhou o mar. Ele iria mergulhar. — Vem comigo? — Ele perguntou. Eu fiz que não com a cabeça e coloquei meus óculos escuros, sentando na areia. — Ahn, por favor? — Ele fez uma carinha impagável. — Não quero passar duas horas arrumando meu cabelo. Temos um show para ir hoje, lembra?


— Você que sabe. — Ele disse dando ombros e foi correndo até o mar. Quando ele mergulhou eu não pude deixar de sorrir. Parece que a cena ficou em câmera lenta: Ele inclinou o corpo para frente, mergulhando na pequena onda que vinha e saiu, balançando a cabeça para os lados e espalhando gotículas de água. Que lindo, Deus. Peguei o protetor na pequena bolsa que trouxe e comecei a passar pelo meus braços enquanto apreciava Josh brincar como uma criança com a água. Mergulhava, voltava, nadava, mergulhava novamente... E foi assim por uns 30 minutos. Até que ele saiu. E pareceu que a cena ficou em câmera lenta novamente: Ele saia da água correndo, todo molhado, sem camisa, passando a mão pelos cabelos e pelos braços fortes, sorrindo. Que. Coisa. Linda. Só isso. Chegou até mim e me deu um beijo molhado (literalmente). Agarrei a sua nuca. — Sabe, linda, não tem graça sem você. — Ele murmurou na minha orelha e eu me levantei para fugir, mas ele já tinha agarrado minhas pernas e me pegado no colo. — JOSHUA NEIL FARRO, ME SOLTA AGORA, VAMOS! — Eu disse e ele sorriu malicioso. Comecei a gritar alto. Gritei para ele me soltar, mas não adiantou. Ele me levou até onde o mar alcançava a sua cintura. — Eu prometo não molhar o seu cabelo se você prometer ser boazinha comigo. — Ele disse sorrindo malicioso. — DROGA JOSH, ME SOLTA! — Eu gritei novamente. E ele me soltou. Caí na água me molhando até o pescoço, pois consegui levar o pé ao chão. — Seu cretino! — Gritei e me levantei. — Cretino que você não vive sem. — Ele disse rindo e me pegou pela cintura. — Você tem que parar com isso. — Eu disse sorrindo. Ela agarrou minha cintura e me puxou pra ele. Peguei no seu cabelo e aprofundei o beijo. Os lábios dele estavam gelados e ligeiramente salgados por conta da água, o que fazia daquele momento único. Seu piercing estava mais frio do que nunca, o que me fazia arrepiar. Passei a mão pelos braços e pelas costas dele. Ele apertou minha cintura para mais perto dele. Senti o volume na sua bermuda, o que me fez sorrir. — Agora que você me sacaneou, eu vou sacanear você. — Eu disse baixinho no ouvido dele e comecei a beijar e chupar o seu pescoço, sem deixar marca. Ele virou a cabeça e parece que eu pude ver ele morder seu lábio inferior para reprimir um gemido. Voltei para o seu rosto e lhe dei um último beijo ardente. Comecei a andar para fora da praia. — Peraí, Hayles! Espera! — Ele gritou e eu continuei saindo. Ele não podia sair. E eu sabia disso. — Isso é pra você aprender a não me jogar na água, bonitinho. — Dito isso eu joguei um beijo no ar pra ele e sorri maliciosamente, voltando para o meu lugar na areia. Me enxuguei com a toalha e ele continuou lá, fingindo que queria nadar até ele ―se acalmar‖. Eu gargalhava toda vez que ele me olhava com raiva, e com cara de ―vai ter volta‖. 10 minutos depois ele saiu novamente da água. Eu gargalhei e ele me olhou com raiva. — Você me paga, Hayles. — Ele disse sério se sentando ao meu lado, até não agüentar mais e sorrir também. — A culpa é toda sua. Se não tivesse me arrastado pra água forçado não teria acontecido. — Eu vou me vingar, só digo isso. — Ah, tá. — Eu disse rindo. — Eu morro de medo das suas vinganças. Eram quase seis e pouco da tarde quando nós voltamos. A essa hora em Franklin já estaria tudo escuro, mas aqui o sol ainda se punha. A paisagem era linda. Chegamos no hotel molhados e cheios de areia, mas é claro que ninguém notou e nem achou isso estranho. Notaram a ironia? Que bom. Eu e Josh subimos para a suíte e eu combinei de ir tomar banho primeiro, para nós nos arrumarmos para o show que seria dali a pouco. Combinamos de chegar as oito, para não enfrentar filas grandes demais. Em vinte minutos eu tomei meu banho. Saí do banheiro enrolada na toalha e Josh correu para o banheiro. Como eu não tinha camiseta da Blink eu decidi usar uma camiseta cinza com uma caveira em cristais, uma calça jeans preta e meu all star. Estava abotoando a calça quando Josh saiu com a toalha enrolada na cintura. Seu peitoral definido tinha gotículas de água. O cabelo dele estava molhado e meio caído no rosto e o cheiro de sabonete tinha invadido todo o quarto. Mordi o lábio inferior tentando afastar os maus pensamentos. Me sentei na cama para amarrar os cadarços do meu all star. Ele tirou a toalha da cintura ficando apenas com a boxer. Sim, felizmente (ou não) ele estava de boxer, e ainda assim, era uma bela paisagem. Passou a toalha pelo cabelo algumas vezes, secando-o. Concentrei-me na amarração do tênis. Ele pegou uma calça jeans meio rasgada na mala e vestiu rapidamente, ficando agora, vestido quase decentemente. Colocou uma camiseta xadrez azul de abotoar. Comecei a minha maquiagem e ele começou a calçar o tênis. Depois de feito, ele passou uma mão pelo cabelo e disse que estava pronto. Ele não penteia o cabelo. Simplesmente passa a mão nele molhado. E... como eu amo isso.


Fiz uma maquiagem bem básica e passei a chapinha no meu cabelo uma ultima vez. — Vamos? — Eu perguntei. Ele estava sentado na minha cama e fuçando no celular, esperando eu terminar. — Hallelujah! — Ele disse revirando os olhos. Veio até mim e me deu um selinho. — Ok, vamos ver se estamos levando tudo. — Eu disse. — Certo. — Câmera? — Confere. — Dinheiro? — Confere. — Ingressos? — Er... — ele passou a mão pelos bolsos e revirou o quarto com os olhos, até ver os ingressos em cima do criadomudo. Ele pulou e pegou os ingressos, enfiando-os no bolso. — Confere. — Então vamos. — Eu disse e nós fomos. Bati levemente pela porta da minha mãe. Ela não abriu. Decidi gritar. — Mãe, eu e Josh estamos indo ao show, tá? — Não volte muito tarde. — Ok. Passamos pela recepção e fomos até o estacionamento do hotel. Pegamos o carro e o mapa, que estava nele. O show não seria muito longe dali. Josh começou a dirigir. Não demorou muito e nós chegamos. A fila estava enorme. Josh teve que estacionar o carro bem longe de onde seria o show. Entramos na fila. As 8h30 eles abriram os portões do estádio. Eu e Josh fomos para bem perto do palco. Era o ingresso mais caro. Scott não era fraco mesmo. Tinham poucas pessoas da VIP lá, graças a Deus. As arquibancadas e pista já estavam lotadas. A Blink-182 ainda se atrasou vinte minutos, mas enfim, eles entraram. Começamos a gritar. Já tinha bastante gente e estava aquele empurra-empurra do show. Nada demais. Eles começaram tocando Down. Josh tirou algumas fotos deles. Começamos a pular, gritar e cantar a música. Foi um show de rock, afinal. Algumas pessoas na pista foram expulsas por brigarem, fãs malucos tentaram ir ao palco para abraçar Tom, pulei e gritei tanto que achei que fosse sair dali sem pernas ou cordas vocais. Foi incrível. Eles encerraram o show com Always, agradeceram o público e as pessoas começaram a sair. Alguns minutos depois eu e Josh já estávamos fora do estádio. — E aí, gostou? — Perguntei. — Foi ótimo, caramba! — Ele disse entusiasmado. Fomos andando, cantando algumas músicas e olhando as fotos enquanto caminhávamos em direção ao carro. Entramos. Josh começou a dirigir e nós íamos comentando o show. Eu estava tão elétrica ainda que nem vi que ele não estava indo em direção ao hotel. Só percebi quando ele estacionou o carro. — Que foi, você se perdeu? — Eu perguntei. — Não, é claro que não. — Ele disse abrindo a porta e saindo do carro. Confusa, eu fiz o mesmo. — Então por que nós não estamos no estacionamento do hotel? — Eu perguntei e fechei a porta do carro. Ele veio andando até mim. — Porque chegou a hora da vingança. — Ele disse sorrindo e eu comecei a correr. Estávamos no estacionamento da praia de Manhattan. Corri o máximo que pude até ele me alcançar, já na areia. Ele me pegou no colo e foi andando em direção ao mar. Não havia ninguém na praia, afinal, eram mais de meia noite. — Não, Josh, por favor, não faz isso! — Eu implorava enquanto ele continuava a me levar nos braços. Tentei me debater, mas ele era muito forte mesmo. Com uma mão ele tirou o celular do meu bolso e o do dele, jogando-os na areia, e continuou andando. Novamente ele chegou até onde a água dava na sua cintura e então, ele mergulhou comigo no colo. A água não estava tão fria. Outra coisa boa da Califórnia: Até a noite é quente. Eu estava completamente molhada. Josh sorria. Ele chegou ao meu ouvido e começou a cantar. — Come on, let me hold you, touch you, feel you, always. Kiss you, taste you, all night, always... — Ele cantou baixinho e eu senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo. Ele não estava apenas cantando. Ele estava pedindo permissão. Puxei a sua nuca e comecei a beijá-lo urgentemente. Ainda beijando-o, eu puxei sua blusa, e ele me ajudou a tirá-la e atirou-a na areia. Passei a mão pelas suas costas molhadas, arranhando-as de leve. Passei a beijá-lo. Beijei o seu pescoço e fui indo até o seu ombro, deixando beijos e mordidinhas ali. Ele passou a mão pela minha barriga, pegando na minha camiseta. Tirando ela do meu corpo ele a atirou na areia também e, então ele começou a me beijar. Beijou o meu pescoço e ombro, deixando mordidinhas também. Tirou meu sutiã e começou a beijar os meu seios, até que passou a sugá-los. Gemi.


O seu membro já estava rígido dentro da calça molhada. Coloquei a mão dentro da água e alcancei a sua calça, desabotoando-a. Abaixei sua calça junto com a cueca e me aproximei dele. Abaixei minha calça junto com a calcinha e ele começou a penetrar-me dentro da água. Gemi alto. Ele fez vários movimentos, até que eu coloquei minhas pernas em volta dele. Ele começou a andar para a margem da água. Quando já não havia mais água, ele me deixou no chão de areia molhada, e recomeçou os movimentos. Não tentei reprimir os gemidos. Eu queria mais. Depois de alguns minutos senti que o meu corpo não agüentaria muito mais. Ele se retirou de mim, e nós deitamos na margem do rio. — Gostou da sua vingança? Sorri maliciosamente. — Adoro o fato de você ser um rapaz vingativo.


Capítulo 41 – Friends are sad and mom is moving

Pov. Hayley

Abri os olhos. Olhei para o lado e Josh dormia angelicalmente na cama macia do hotel. Estava deitado com uma mão sobre mim, enquanto eu estava deitada em seu peito nu. Já haviam se passado seis dias desde o show da Blink-182 e nossa noite na praia. Nossas férias não poderiam estar melhores. Tínhamos ido a outras praias, e até mesmo a DisneyWorld. Seria um crime vir para a Califórnia e não passar na DisneyWorld. Foi divertidíssimo. A parte menos divertida foi a manhã que tivemos que passar com a minha avó. Mas... nada que não pudéssemos superar. Mas hoje acabaria. Voltaríamos para Franklin com um monte de fotos, alguns presentes para os nossos amigos, e, claro: lembranças inesquecíveis. Um pequeno sorriso se formou no rosto de Josh. Uma coisa que eu não havia notado nele: Ele sorri dormindo. No que estaria sonhando? O dia do show? Sua família? Ou simplesmente a noite de ontem? Decidi me levantar. Teria que arrumar as minhas malas. As de Josh estavam perfeitas, mas as minhas coisas estavam espalhadas pelo quarto. Pra conseguir pegar tudo sem esquecer de nada precisaria de um tempo. Com um lençol preso ao corpo eu fui até o banheiro. Tomei um banho e me vesti. Quando voltei, ainda secando o cabelo com a toalha, Josh estava sentado na cama, esfregando uma mão no olho, com cara de sono. A questão é que ele é absolutamente lindo até mesmo com cara de sono. Com aquele olhar meio perdido e o rosto pálido. Os cabelos completamente desgrenhados e o peitoral a mostra. Ele é lindo de qualquer jeito mesmo. — Bom dia. — Eu disse, passando a toalha no meu cabelo. — Bom dia, linda. — Ele disse sorrindo e inclinando os braços para o alto, se espreguiçando. — Que horas são? — Calma aí, vou ver no meu celular. — Eu disse e ele fez que sim com a cabeça, concordando. Comecei a procurar o bendito aparelho. Olhei no criado-mudo, na cama, nas malas, embaixo das roupas jogadas pelo chão... e Josh ria. — Está dentro do all star preto. — Quem colocou o meu celular no all star? — Você. — Ele disse rindo. Fiz que não com a cabeça e peguei o celular. — 9h34, levanta e vai se arrumar logo. O vôo é as 13h00. — Ainda rindo ele assentiu com a cabeça e se levantou. Me deu um selinho e foi em direção ao banheiro. ―Uma nova mensagem.‖ Abri a mensagem do meu celular. Era o número de Sarah. ―Hayley, quando você volta? Eu preciso de você aqui, por favor, não demora pra voltar porque eu... eu não sei mais o que fazer, pensar ou.. sentir. Me liga.‖ Ai Senhor. O que ela aprontou dessa vez? Uma coisa era certa: Era em relação a Jeremy e Brendon. Disquei desesperadamente o número de Sarah. Depois de alguns segundos chamando, ela atendeu. — Hayles! Ah, que bom você ligou! — O que houve? — Ah, Hayley, aconteceu tanta coisa... — Melhor você contar. — O Brendon... Eu... Ah. — Sarah, conte. — Quando você volta? — Ainda hoje. Vou pegar o vôo pra Nashville uma da tarde. Mas, me conta, o que houve? O que houve com você e o Brendon? — Nós nos... Nós nos beijamos. Pronto, falei. — VOCÊS O QUÊ? — Foi muito rápido, Hayles! Os meninos arranjaram um festival em Brentwood pra tocar ontem, e aí convidou todo mundo, e todo mundo foi, sabe? Aí o Brendon cantou uma música chamada Always e dedicou pra mim, e aí o Jeremy ficou com raiva e brigou com o Brendon depois da apresentação deles, os meninos separaram eles e o Jeremy brigou comigo logo depois, e aí o Jason me levou pra casa na moto dele, mas alguns minutos depois o


Brendon apareceu lá em casa dizendo que gostava de mim e a gente se beijou! Eu estou me sentindo mal, Hayley, eu não sei o que fazer! — Sarah, se acalma, eu chego aí as 17h00 no máximo, tá? Fica tranqüila. — Tá... tudo bem. — Ela respondeu com a voz chorosa. Desliguei o telefone. Tudo o que eu tinha medo estava acontecendo, droga. Agora eu tenho três melhores amigos sofrendo. — O que houve? — Josh disse saindo do banheiro. — Sarah e Jeremy. E Brendon. — Ahn... o que eles fizeram? — Brendon cantou uma música pra Sarah, Jeremy e Brendon saíram na porrada e Sarah e Brendon se beijaram. Josh arregalou os olhos. — Puxa... Que baita problema. — Nem me fala. Ah, que merda! Era tudo o que eu não queria que acontecesse, Josh! Tudo. Inferno. — Ei, vem cá. — Ele disse e abriu os braços. Me aconcheguei nos braços dele. Ele beijou o topo da minha cabeça. — Fica tranqüila, tá? As coisas vão se acertar do melhor jeito. — Ele me apertou mais. Josh sabe mesmo como aliviar minha tensão. Mesmo que com um simples abraço. Começamos a arrumar as minhas malas até que ouvimos batidas na porta. Era Scott, nos chamando para tomar café. Descemos com ele até o restaurante do hotel. Minha mãe já estava lá. Sentamo-nos à mesa. — Pois é... Hoje nós voltamos. — Scott comentou. Eu fiz que sim com a cabeça. — Gostaria de ficar um pouco mais. Eu adorei tudo isso aqui. — Josh. — Foi ótimo mesmo, mas precisamos voltar. — Eu disse. — Eu... Eu tenho algo a dizer. Todos olhamos para Scott confusos. O que iria acontecer, o que ele iria falar? — Diga. — Eu disse. — Eu fui chamado para fazer parte de uma consultoria famosa em Nashville. Eles são incríveis, e o salário é ótimo. Disseram que meu trabalho é ótimo e que ―precisam‖ de mim com eles... — Legal pra você. — Eu disse, e a garçonete trouxe meu café. — Nashville? — Minha mãe disse meio abalada. — Então... você vai ter que se mudar? — Se eu for aceitar, sim. E é isso que está me abalando... eu não quero deixar você. Vocês. — Ele disse se referindo a minha mãe e logo após corrigindo, referindo-se a mim também. Não... Não pode ser... — Quero que você e Hayley se mudem comigo para Nashville. — Não saio de Franklin. — Disse somente. Dei um sorriso debochado. — Ingressos de shows caros de graça... Presentes, agrados... Agora eu entendi! Incrível, viu. — Hayley! — Minha mãe me reprimiu. Josh estava estático ao meu lado. — As coisas que eu comprei pra você e Josh, Hayley, foram presentes que eu dei de bom grado. Não foi por que eu quero levar vocês duas para Nashville. Não pense errado de mim. Mas... eu amo muito a sua mãe e, se ela não vier comigo para Nashville, eu vou recusar a proposta de emprego. — Você não pode fazer isso! — Minha mãe disse. — Se você não vier comigo eu não vou ter felicidade lá. Minha mãe abaixou a cabeça e logo após me olhou. Ela queria ir. — Façam a merda que vocês quiserem. — Eu disse e me levantei, deixando meu café pela metade. Josh veio logo atrás de mim. Entrei no quarto e bati a porta. — Merda! Quando é pra dar tudo errado dá mesmo! Porque o mundo não cai em cima da minha cabeça logo e acaba com isso?! Ah! — Hayley, se acalma. — A minha mãe vai se mudar com ele, Josh. Ela sempre faz isso. Sempre passa por cima das minhas necessidades pra suprir as dela! Ela vai se mudar com ela e vai me arrastar pra uma cidade diferente de novo! Eu não vou agüentar isso de novo, Josh... Não vou... — Eu disse e as lágrimas começaram a invadir o meu rosto. — Ei, se acalma. Ninguém vai levar você de Franklin, ouviu? Eu não vou deixar. Da última vez ela conseguiu te levar porque eu não podia fazer nada sobre isso. Hoje eu posso, Hayley, nem que eu tenha que te seqüestrar. — Ele disse e deu uma pequena risada. — Não vão tirar você de mim, ok? Fiz que sim com a cabeça e ele me abraçou novamente. Logo ouvi batidas na porta. Era minha mãe, certeza. Abri a porta. — A gente precisa conversar. — Ela disse. Assenti com a cabeça. — Eu vou... lá embaixo. — Josh disse e veio até mim. Me deu um selinho e sussurrou: — Fica bem, tá? Eu te amo. — E saiu do quarto. Fechei a porta e me sentei na cama. — Você tem certeza que não quer ir? — Ela disse.


— Eu não posso fazer de novo, mãe. Não posso abandonar meus amigos e o meu namorado pra começar uma vida nova e idiota em uma cidade desconhecida. Eu não posso. Eu não vou agüentar novamente. Não vou, mãe... — Eu entendo você. — Ela abaixou a cabeça e limpou uma lágrima. — Não posso deixar você viver isso de novo. Mas também não posso deixar que ele recuse a melhor oferta de trabalho da vida dele. O jeito é... terminar. Ela foi dizendo e as lágrimas foram escorrendo pelo rosto dela. Ela gosta de verdade desse cara... Ele parece ser legal... E eu estou com a sensação de estar estragando tudo. — Não precisa terminar com ele por minha casa. — Não podemos viver uma vida longe um do outro, querida. — Mãe... vai morar com ele em Nashville, tá. Eu... Eu fico bem com o meu pai... O quarto da Erica é bem grande e ela não vai se incomodar em ter mais uma cama e um piano lá... — Eu não posso abandonar você, Hayley, você é minha única filha! — A gente vai se ver, ok? Mas do mesmo jeito que você não pode deixar o Scott recusar a oferta pra ter um futuro mais promissor eu também não posso deixar que você viva infeliz sem ele por minha causa. Eu continuo com minha posição, não vou sair de Franklin, mas você vai com ele. — Mas... Hayley, eu não sei como vou fazer pra viver sem você... Você é a minha única filha! Não teve um só dia nesses 16 anos que eu tenha me separado de você... Eu não posso! — Sim, pode. E isso ia acontecer de qualquer jeito mesmo, quando eu fosse pra faculdade. Fica tranqüila, mãe. O meu pai vai gostar de me ter lá, eu vou ficar perto das minhas irmãs... e a Jessica é legal, até. Vai com o Scott pra Nashville. Não tem problema pra mim. — Mas eu... — Mãe, eu não vou sair de Franklin, tá? Vai morar com o Scott. Eu sei que você gosta mesmo dele. — Eu o amo, Hayley. Desde o colegial. — Não sou nada para impedir isso tudo. Não vou separar vocês de novo. Mas... eu não vou sair de Franklin. Então vá com ele e seja feliz, mãe. — Ahn, minha filha. — Ela disse emocionada e eu me aproximei, abraçando-a. Ela chorou um pouco e logo depois saiu do quarto, dizendo que iria tomar banho. Eu fiz o que era certo. Não posso deixar minha mãe viver sem o único cara que ela realmente gosta. Eu sei muito bem como é viver sem os seus amigos. E não posso deixar que ela viva assim por minha causa. Erica e Mckayla vão gostar da idéia de eu ir morar com elas. Meu pai então, nem se fala. Quanto a Jessica... ela nunca me irritou. Nunca me fez mal. Nossa convivência sempre foi muito amigável, se posso dizer assim. Então... está tudo bem. Liguei para Josh e ele disse que tinha ido devolver os carros com Scott. Aproveitei para terminar de arrumar as malas e catas as coisas jogadas pelo chão. Fechava o zíper da última mala quando Josh apareceu. Ele veio até mim e me deu um beijo. — E aí, o que deu a sua conversa com a sua mãe? — Ela vai morar em Nashville com ele. — Eu disse e pude ver o seu pomo de adão subir e descer. — Não se preocupa, eu vou ficar na casa do meu pai. Erica não vai reclamar da idéia de eu ir dormir no quarto dela. Se eu a conheço, sei que ela vai amar. — E você vai ficar longe da sua mãe? — Ele disse meio preocupado. — É o jeito... não posso deixar ela se separar do ―amor da vida dela‖ novamente. Não posso deixar ela ser infeliz por minha causa. Eu fiz a coisa certa. Ele me abraçou. — Fez sim. — Ele me deu um beijo na testa e se afastou um pouco, me olhando. — E se a Erica não te quiser no quarto dela, você pode ir morar no meu! Que tal? Gargalhei. — Se isso acontecer vamos acabar com um Mini-Josh bem rapidinho. — Ou uma Mini-Hayley. Ou quem sabe, um Mini-Josh e uma Mini-Hayley! É... — Credo! Eu estava brincando. — Eu disse rindo. — Eu não... Eu quero um monte de filhos. — Um monte?! Ah Deus! Eu não! Com um só eu ficaria louca. — Year... dois menininhos e uma menina. — Senhor, você é louco? Eu não vou criar três crianças. — Sim, você vai. Se quiser viver o resto da sua vida comigo. — E quem disse que eu quero? — Eu disse e ele chegou perto e começou a me beijar no pescoço — Vai me dizer que você não quer sentir esse arrepio pro resto da sua vida. Vai me dizer que você não me quer pro resto da sua vida. Mordi o lábio inferior. Ele sabe como me deixar sem palavras. Continuou a beijar o meu pescoço, subindo logo depois para a minha boca e me beijando urgentemente. Me afastei. — Eu não disse? Você quer viver o resto da vida comigo. — Eu não disse nada. — Pois é... Mas quem cala, consente. — Quem cala, fica calado. Só. — Eu disse e ele riu.


Pegamos as malas e fomos para o Hall. Minha mãe e Scott pagaram o serviço de quarto e nós entramos no táxi. Alguns minutos depois estávamos no aeroporto. Esperamos por duas horas até finalmente decolarmos. Eu estava apreensiva para chegar logo. Para pelo menos, tentar resolver o problema de Sarah... Scott disse no aeroporto que ele começaria a trabalhar na empresa em uma semana e que iria começar a procurar alguma casa confortável para comprar. Ele ainda insistiu que eu fosse para lá, mas recusei de todas as formas até ele parar de me pedir. Minha mãe ainda estava triste por eu não ir, mas estava conformada e feliz ao mesmo tempo, por ir com Scott. Algumas horas depois, pousamos em Nashville. Conhecemos Marcus (o outro filho de Scott) que nos levaria para Franklin. Diferente da irmã dele, ele era muito simpático e brincalhão. E nem um pouco falso, como a irmã dele. E finalmente, depois de meia hora no carro, chegamos em Franklin. Pedi para Marcus me deixar um pouco antes da rua da minha casa, pois eu iria a casa dos meninos antes de ir a casa de Sarah. Dei um ultimo beijo em Josh e fui. Desci a rua até a casa da Panic!. Toquei a campainha e Brendon me atendeu. — Ei Hayles! — Ele disse animado e me abraçou. ―Hayles?‖ — Eu escutei alguns murmurios dos meninos. — HAYLES! — Ryan disse me vendo abraçada com Brendon e correu, abraçando nós dois. Logo depois Spencer e Jon estavam no abraço múltiplo. — Galera, me solta, eu não estou conseguindo respirar — Eu disse com a voz abafada. Eles se afastaram. — E aí, Hayles, como foi seu passeio? — Foi ótimo, Ryan. — Eu disse entrando. — Mas eu vim aqui mesmo pra conversar com o cabeçudo aqui. — Ela tem razão, Brendon. Sua cabeça é estranhamente enorme. — Spencer disse encarando-o. — Isso porque o meu cérebro é maior do que o seu, idiota. — Vamos sair, pessoal. Hayley e Brendon querem conversar. — Jon disse dando uma olhada significativa pra eles. Ryan e Spencer disseram ―Ahn...‖ em uníssono, mostrando que entenderam o que ele quis dizer. — Porque fizemos ―Ahn...‖? — Spencer. — Porque a Hayley quer conversar com o Brendon sobre alguma coisa importante. — Jon disse dando ênfase a algumas palavras. Brendon colocou a mão na cabeça e Spencer ficou confuso. — Ah! Claro! Ela quer conversar com o Brendon porque ele agarrou aquela menina que namora o loirinho? A Sarah? Ryan bateu na própria testa. — Vamos, galera. — Ele disse saindo. Jon e Spencer o seguiram. — Spencer idiota. O que ele disse, Hayles, eu... — A Sarah já me contou que vocês dois ficaram. Eu só vim entender o porque, Brendon. Só isso. Porque sinceramente, eu não consigo entender. Você sabe que ela tem namorado. Sabe que ele é ciumento e sabe que você está transformando a vida dela num inferno. Mesmo assim você insiste em fazer isso... eu quero saber porque. — Não importa o que você diga. Eu não me importo com o Jeremy. Eu não me importo com mais nada, sinceramente, nada. Hayley eu provei ontem o beijo mais doce e perfeito da minha vida. Eu estou completamente apaixonado pela Sarah. Eu largaria minha vida pra viver ao lado dela. Eu a quero, Hayley. E ela é muito mais importante pra mim do que é pro Jeremy. Ele não liga pra ela. Ele só liga pra ele mesmo. Eu não. Eu ligo pra ela, eu vi ela saindo chorando daquele festival, na garupa do Jason e eu senti que tinha que fazer alguma coisa. Eu senti, Hayles, que eu devia fazê-la se sentir melhor. Eu senti que eu não descansaria um músculo sequer sabendo que ela estaria mal. — Brendon, você sabe... — Você tem razão, Hayles, eu sei. Eu sei o que eu fiz com as garotas nos últimos anos. Eu sei que não fui um bom cara pra nenhuma delas. E, principalmente, eu sei o que eu sinto pela Sarah agora. As outras garotas não são nada, eu juro e repito, nada comparado ao que eu sinto por ela. Não importa o que você diga, Hayley, eu vou continuar lutando para ter a Sarah, porque eu a amo. E eu tenho certeza disso. — Mas Brendon, só tem uma semana que você conhece ela! — 9 dias, 17 horas e 2 minutos. — Ele corrigiu. — E eu tenho a certeza do meu sentimento. Fiz que não com a cabeça e suspirei. É impossível argumentar com isso. — Você sabe, Hayles, que com ela é diferente. Você me conhece bem o suficiente pra saber disso. Assenti. — Você tem razão. Mas... você não acha que vai machucar muita gente com isso? Não acha que... — Eu já pensei em todas as conseqüências, Hayles. Mas nenhuma é pior do que a de não ter ela pra mim. — Ok, ok. Eu não vou fazer você mudar de idéia, né? — Não. — Ele disse e deu um meio sorriso. O abracei. — Seu grande irresponsável. Ele riu. — Esse sou eu... Você vai no festival de hoje? — Festival? — É... em Brentwood. Algumas bandas e artistas locais estão tocando lá. Dissemos que éramos da Califórnia e eles aceitaram a gente na mesma hora pros 3 dias de apresentação. Estamos tocando só 3 músicas, mas já é ótimo. — Eu vou ver.


— Ok, valeu Hayley. Me despedi dos outros meninos que estavam no quarto e comecei a caminhar em direção a casa de Sarah. Cheguei lá em alguns minutos e toquei a campainha. Ela atendeu. — Hayles! — Ela me abraçou. — Que saudade de você! — Eu só fiquei uma semana fora, fala sério. — Eu disse rindo. — Foi o suficiente pra eu sentir saudade de você. — Como você viveu 16 anos da sua vida sem mim? — Não sei, sinceramente. — Ela disse dando uma risada, mas era notável a tensão no seu rosto. Entramos na sua casa. Cumprimentei os pais dela (eles geralmente não ficavam lá, por estarem trabalhando sempre. Mas, é mês de férias...) e fomos para o seu quarto. — Vai, me conta o que houve. — Eu disse sentando na cama e ela fez que sim. — Não sei mais o que fazer, Hayles. Eu amo o Jeremy... tanto... Mas o Brendon me faz sentir algo desconhecido. Eu me sinto atraída por ele de um jeito impossível de controlar. Ele veio até a minha casa, e aqui em frente, ele me disse tanta coisa bonita... E eu simplesmente não consegui me esquivar quando ele veio até mim. Eu amo o Jeremy, mas adoro o Brendon e... sinto falta dele. — Eu entendo, Sarah. — O que eu devo fazer? — Olha Sarah, eu escutei em algum lugar uma vez uma frase que eu gostei bastante. A frase é: ―Se você estiver entre duas pessoas, escolha a segunda. Porque se você amasse de verdade a primeira não existiria uma segunda.‖. Eu... não sei. Você diz que ama o Jeremy, mas tem certeza mesmo? Você mesma disse que a notícia de que ele teria se apaixonado por você foi uma surpresa. Será que não é um amor de amigo? Eu disse isso e coloquei os pés para cima da cama. Vi ela abaixar a cabeça pra esconder a lágrima que rolava. — Não precisa fingir pra mim, Sarinha. Eu sei que você tá chorando. — Eu disse e ela se sentou na cama também, e me abraçou. Começou a soluçar no meu ombro. Droga, era isso que eu não queria. — Eu... não... sei, Hayley... Eu sou uma péssima... pessoa... — Ela disse soluçando. — Eu queria que... eles ficassem... felizes... os dois... — Para com isso, olha pra mim. — Eu disse e a afastei de mim. Olhei seus olhos verdes inchados e molhados. — Você não é uma má pessoa, entendeu? Você não quis que isso acontecesse, mas aconteceu. Se apaixonar por duas pessoas acontece com muita gente, acredite. Você não é má. Entendeu? Ela voltou a soluçar. A abracei novamente e nós ficamos assim por um tempo. Pedi para ela ir lavar o rosto e ela foi. Voltou do banheiro aparentemente mais calma. Se sentou novamente. — Obrigada. — Ela disse. — Amigos são para isso. — Eu disse. — Será que você podia... dormir aqui? — Ela perguntou com a cabeça baixa. — Não quero ficar sozinha de novo... E você tem que me contar da sua viagem. — Ela disse a última frase forçando um sorriso. É incrível como ela tenta ser extrovertida e sorridente mesmo quando não pode. Ou não quer. — Só vou dar uma ligada pra minha mãe, e é claro que eu fico contigo aqui. — Eu disse sorrindo. — Thanks Hayles, de verdade... Hm... a minha mãe vai pro hospital daqui a pouco e o meu pai vai sair com o meu tio, então... Não vai ter problema. — Ok, eu vou ligar pra minha mãe... — Tá bem. Peguei meu celular e liguei pra minha mãe, avisando que eu dormiria na casa de Sarah. Ela concordou. Sarah disse que precisava se animar e insistiu pra que eu contasse sobre a viagem pra ela. Contei praticamente tudo (omitindo apenas as noites que tive com Josh) e finalizei com a notícia de que minha mãe iria se mudar. E eu iria morar com o meu pai. — Então sua mãe vai pra Nashville. — Vai, né. Não posso impedir que ela seja feliz. — É... — Ela disse e o olhar dela ficou vago, e um meio sorriso se formou nos lábios dela. — No que você está pensando? — Ela, então, voltou a firmar o olhar e desfez o semblante feliz. — No beijo. — Ela disse num fio de voz. — E nas coisas que ele me disse. — O que ele te disse? — ―Sabe, Sarinha, posso te chamar assim? Eu... eu sinto a sua falta. É estranho né? Sentir falta de algo que nunca se teve. Mas eu sinto. Eu tenho a total certeza de que o sentimento que me invade por dentro todo santo dia, desde que eu te conheci, é paixão e... saudade. Eu sinto a sua falta. Assim que eu acordo, você me vem a mente. É em você que eu penso antes de dormir. Você está comigo sempre, aqui (na cabeça) e, principalmente, aqui (no coração). Eu sei que amo você. Não estou enganado. E eu te quero mais do que tudo. Agora.‖ — Uau. — Exclamei. — E depois disso ele se aproximou e a gente se beijou. Eu não consigo me esquecer de nada. Me lembro de tudo, cada palavra. Cada gesto. Eu não consigo me esquecer. — E o Jeremy? — O Jeremy, Hayley... Eu me lembro de tudo, sabe? Das nossas tardes brincando na minha sala. Do dia que a gente fez o teu cadastro no site de encontros... dos nossos trotes de madrugada... das colas no colégio... — Você notou que as suas melhores lembranças com o Jeremy são da época que vocês eram apenas amigos?


Ela abaixou a cabeça. Eu continuei: — Não acho que você esteja apaixonada pelo Jeremy. — Eu não sei mais o que sinto por ele. Só sei que não quero que ele fique triste. Ele é o meu melhor amigo, Hayles. Antes de namorado, ele é o meu melhor amigo. Ele era o meu único amigo de verdade até você chegar, e me fazer conversar com o Josh, o Taylor, a Dakotah... Ele era o único, Hayley. — Se você não ama ele de verdade, Sarah, você só vai adiar o sofrimento de vocês dois... Ela fez que sim com a cabeça. — Então... eu devo terminar com ele... — Ela afirmou para si mesma. — Dê um tempo pra vocês dois. Seja franca com ele. E se ele não entender... não iria dar certo mesmo. — E o Brendon? — Seja franca com ele também. Você precisa de um tempo, Sarah, pra colocar as idéias em ordem. — Você tem razão... Eu sempre tenho razão. Essa é a verdade. — Hoje os meninos vão para o festival novamente. — É... — Ela concordou — Mas como você sabe? — Brendon me disse. — Você foi até lá? — Fui. — E... o que ele disse? — Ele disse muita coisa... — Sobre mim? — Sim, claro. Ela sorriu. Senhor, essa menina tá muito apaixonada. — Você acha que ele pode estar querendo comigo o mesmo que ele queria com as outras garotas, que você disse? Fiquei calada, pensando um pouco. Depois de um tempo eu disse: — Se eu conheço aquele ser de cabeça grande... Ele jamais faria isso com você.


Capítulo 42 – Somethings are resolved. Others not.

Pov. Hayley

Acordei. Estava deitada em um colchão no quarto de Sarah. A noite de ontem foi normal. Os pais dela saíram, fizemos brigadeiro e assistimos algum filme do Brad Pitt do qual eu não me lembro o nome na HBO. Não me lembro mesmo o nome do filme. Só me lembro que ele ficou o filme quase todo sem camisa. Sarah ainda dormia toda esparramada na cama. Olhei no celular e já eram 10 da manhã. Neste momento o interfone da casa dela tocou. E ninguém atendeu. Comecei a mexer Sarah pra ela ir atender o interfone que ainda tocava. — Sarah, acorda, vamos, tão tocando o interfone. — Ahn, Hayles... — Ela disse sem abrir os olhos direito — Atende lá, vai. — E seus pais? — Eles só voltam à tarde... — Acorda, Sarinha, vamos... Ela deu um gemido e virou para o lado, aprofundando o sono. Decidi ir atender. Olhei pelo olho mágico e abri a porta. — Hayles! Você? Aqui? Já voltou? Como está? — Jeremy disse me dando um abraço. — Oi Jerm. Sim, sou eu e estou aqui. E eu já voltei e estou bem. Mas... entre, né. — Eu disse dando espaço. — Sarah acordou? — Não. E olha que eu tentei. — Você já deve saber o que houve, né? — Ele perguntou olhando para baixo. — Sim, sei de tudo. — E mais um pouco. Completei mentalmente. — Eu agi errado. De novo. — Ele disse, ainda com a cabeça baixa. — Ele a cantou, literalmente, e além de dar uns tapas nele eu discuti com ela novamente. Eu descumpri minha promessa. — Pois é. — Eu disse. — Vocês dois precisam conversar... — Precisamos sim. — Vou... tentar acordá-la novamente. Senta aí. — Eu disse e ele se sentou no sofá. Voltei para o quarto. Eu poderia ter contado tudo para Jeremy. Poderia ter ajudado ele naquela hora. Mas isso é algo que não é meu. Sentei-me na cama, onde Sarah ainda dormia profundamente. — Sarinha, acorda, quem tocou a campainha foi o Jeremy. — Ahn... me deixa, Hayles. — O Jeremy está aí. — O quê? — O Jeremy está no sofá, querendo conversar com você. — Dito isso ela deu um pulo de susto da cama, caindo pelo outro lado. Colocou os braços na cama e me olhou com espanto. — O Jeremy está aí? — Foi isso que eu disse. — Por que você não disse pra ele que eu não estava aqui?! — Por que vocês têm que conversar. Cale a boca, escove os dentes e seja franca com ele, como nós combinamos. — Mas eu... — Sarah, vamos logo. Você quer continuar com isso até quando? Ela suspirou. — Certo, certo. — Sarah se levantou e foi em direção ao banheiro. Escovou os dentes, prendeu o cabelo e colocou um casaco. Logo depois, foi a sala para falar com Jeremy. Seria difícil para os dois. Fiz minha higiene matinal e desamassei minha calça com o ferro de passar. Vesti a minha roupa e calcei o meu all star. Liguei a TV do quarto de Sarah. Eu não poderia interromper a conversa deles. Comecei a ver um programa sobre bandas de rock, e, até que estava interessante. Mas eu estava preocupada demais com os meus amigos e isso atrapalha um pouco a vontade de ver seja lá o que for. Eu só queria que os dois ficassem bem, e infelizmente, isso não iria acontecer. Dez minutos. Quinze minutos. Vinte minutos. Nada. Até que Sarah apareceu no quarto, com lágrimas no rosto. Não precisei perguntar como havia sido. Apenas a abracei e a deixei chorar um pouco. Poucos minutos depois ela se afastou. — Eu... eu disse que queria terminar... — ela começou — Eu expliquei que ele era meu melhor amigo... expliquei que isso estava sendo difícil pra mim... Mas ele não aceitou, Hayley. Ele pediu desculpas, todas possíveis por ter brigado comigo, e até por ter brigado com o Brendon. Eu fiz de tudo, Hayles. Mas ele não aceitou que eu terminasse. Ele me implorou pra não fazer isso. Disse que me amava um monte de vezes. Disse que ia mudar, e


que dessa vez era de verdade. Disse que ia me fazer feliz. Eu... eu não tive escolha. Tive que contar que beijei o Brendon e que eu... — ela suspirou — ...acho que me apaixonei por ele. — E ele? — Perguntei. — Ele parou de chorar. Fez que sim com a cabeça e saiu sem falar nada. Eu chamei ele de volta, mas não adiantou... ele continuou andando... — Sarah parou de falar e continuou a chorar. — Você fez a coisa certa, Sarinha... Seria pior se você enganasse ele. Ela assentiu e limpou as lágrimas com a mão e o braço esquerdo. Suspirou algumas vezes e tentou se controlar. — Não queria que ele ficasse daquele jeito. — Ninguém queria... — Concordei. — Hayles... vai falar com ele... você é a única que vai conseguir... por favor. Fiz que sim com a cabeça. — Você vai ficar bem? — Vou... — Ok, eu volto pra ver. — Eu disse e a abracei. Saí da casa de Sarah ligando para Jeremy. Ele não atendia o telefone. Corri até a casa dele. Bati na porta várias vezes, até que a Sra. Davis me atendeu. — Oi, Hayley... — Bom dia, Sra. Davis... Jeremy está? — Ele acabou de chegar, mas foi direto para o quarto... O que aconteceu, Hayley? Ele não está bem e não quis me dizer porque. — Ele e Sarah romperam. — Romperam? Por quê? — Ela perguntou, surpresa. — Por muitas razões, Sra. Davis... eu posso entrar? — Ah, claro. — Ela deu espaço. Eu avisei que iria até o quarto de Jeremy. Bati na porta. — Jerm, abre, é a Hayley. Ouvi passos e a tranca da porta virou. Devagar eu rodei a maçaneta e entrei no quarto. Fechei a porta novamente. Jeremy estava sentado em frente o computador. — Jeremy? — Oi Hayles. — Ele respondeu sem me olhar ou parar de digitar. — Como você está? — Como deveria. — Hey, olha pra mim. — Ele continuou digitando. — Jeremy, droga, olha pra mim. — Ele não olhou. Fui até o computador e o desliguei. Ele suspirou de raiva. — Você sabia de tudo, não é? — Perguntou sem olhar pra mim, olhando para o chão. — Sim. — E por que não me disse? — Não acha que era uma coisa que a própria Sarah deveria contar? Ainda com a cabeça baixa, eu vi uma lágrima cair de seus olhos azuis. — Eu não consigo entender, Hayley... Eu... sou amigo dela a tanto tempo... sempre amei ela, sempre... mas ela não me amava. Se ela não gostava de mim, porque aceitou namorar comigo, pra começar? — Jeremy, muitas vezes as pessoas confundem o sentimento que elas tem dentro de si... Sarah também está sofrendo com isso. Você era o melhor amigo dela, o melhor. E quando ela soube que você estava apaixonado por ela... Ela achou que a grande amizade que ela tinha por você era algo a mais... — Ele só conhece o tal Brendon há uma semana... E foi o suficiente pra ela se apaixonar? — Você demorou mais pra se apaixonar por ela? Ela fez que não e soltou um soluço involuntário. — Jerm... — Eu me aproximei dele e o abracei. Abracei a barriga dele, na verdade, já que ele é bem mais alto que eu. — Não chore porque acabou. Sorria porque aconteceu. Você é muito novo, e, se não deu certo com a Sarah, vai dar com outra garota, pode ter certeza. Existem milhões de garotas nesse país que procuram um cara igual a você. Ele fez que sim com a cabeça. — Obrigado, Hayley. — Ele agradeceu, olhando para baixo. — Eu acho que quero ficar um tempo sozinho... — Ele pediu. — Ok. — Eu lhe dei outro abraço. — Qualquer coisa me ligue. — Certo. Saí da casa de Jeremy um pouco menos preocupada. Não, ele não estava bem. Mas tudo isso é uma questão de tempo... O que o tempo construiu, o tempo vai destruir. É a lei. E é isso que vai acontecer agora. Liguei para Sarah. Ela me disse que sua mãe havia chegado mais cedo e agora ela estava melhor. Decidi ir para a minha casa. Precisava arrumar muitas coisas. E ainda tenho que conversar com o meu pai sobre eu ir morar com ele. Entrei em casa com a chave extra. Chamei minha mãe, mas ela não me respondeu. Fui até a cozinha e encontrei um bilhete na geladeira.


―Fui até Nashville com Scott olhar uma casa que ele quer comprar. Volto à tarde, Mamãe.‖

Suspirei e procurei algo para comer. Estava faminta. Mas tínhamos esvaziado a geladeira antes da viagem. Eram onze e tanto da manhã e eu ainda não havia comido. Fui até a sala e achei uma nota de vinte em cima da TV. Pelo menos ela deixou dinheiro. Decidi ligar para Josh para ver se eu poderia almoçar na casa dele. — Hey baby. — Ele atendeu. — Hey... — E aí, resolveu as paradas? — Mais ou menos... Sarah se apaixonou por Brendon... ela terminou com o Jeremy e ele está muito triste... — Ela terminou com o Jerm? — Sim... mas deixa que depois eu te conto a história toda pessoalmente. — Ok love. — Você está em casa? — Ahn... ér... não, não estou. — Não está? — Não... — E onde você está? — Estou... no su-supermercado com o Zac... — Ahn... minha mãe saiu e estou sem nada pra comer aqui, pensei em ir almoçar na sua casa... — É, mas eu e Zac não estamos em casa então é provável que minha mãe nem cozinhe... — Estranho... mas tudo bem, almoço na casa do meu pai... assim aproveito e converso com ele. — Ok, linda. Beijo, te amo. — Beijo. Estranho Josh não estar em casa. Estranho a mãe dele não cozinhar. Estranho. Balancei a cabeça negativamente e caminhei em direção a porta de casa. A tranquei e saí caminhando em direção a casa de meu pai. Mckayla atendeu a porta e me deu um super abraço. Disse que estava morrendo de saudades. Cumprimentei Jessica e dei um abraço no meu pai, logo depois em Erica, que me chamou para ir ao quarto dela para ver ―o que o papai havia comprado para ela‖. Entrei no quarto e vi um violão kutway Tagima preto. Realmente bonito. Sorri. — Você me ensina a tocar, Hayles? — Ela me olhou com aquele olhar. — Claro que sim! — Respondi. — Vai ficar até mais fácil, porque eu vou ficar aqui bem mais tempo do que o normal... — Como assim? — Se o pai concordar, eu vou vir morar aqui. Minha mãe vai se mudar e eu não quero sair de Franklin. Ela abriu a boca. — Você vai vir morar aqui? AH! — Ela disse e começou a gritar muito alto e se jogou pra cima de mim, me abraçando. Eu sorri. — Que ótimo! É perfeito! Eu nem acredito que vou ter minha irmã maior aqui! Você pode me levar a escola? Eu tenho um monte de coisa pra te mostrar e... — Erica, calma, tá. — Eu disse rindo. — Você vai ter tempo pra contar tudo. Eu tenho que falar com o pai e com a sua mãe pra ver se eles aceitam. — É lógico que vai aceitar! Você sabe que o sonho do papai sempre foi que você viesse pra cá. — Ok, ok. — Vamos falar com ele! — Espera, calma... — Ela pegou minha mão e começou a me arrastar para a sala, onde meu pai lia o jornal. — Oi filhas. — Ele disse olhando para nós. — PAI! A HAYLES TEM UMA ÓTIMA NOTÍCIA! — Não, eu tenho um pedido pra fazer... — É um pedido ou uma notícia? — Meu pai perguntou confuso. — Um pedido. — Uma notícia. — Eu e Erica falamos ao mesmo tempo. — Ok, me expliquem isso. — Cale a boca, Erica. — Eu disse antes que ela começasse a falar. Me sentei de frente para o meu pai. — Bem, pai, é que a minha mãe começou a namorar um cara... e o cara é legal, enfim. Ele recebeu uma proposta irrecusável de


emprego em Nashville e quer se mudar. Aí ele chamou minha mãe e eu para morarmos lá. Mas eu não vou sair de Franklin, e, ela quer muito ir... Então eu queria saber se posso ficar morando aqui, até a faculdade, né... — É sério? Você vem morar aqui? Que ótima notícia! — Ele disse e veio me abraçar. — Você não precisa nem pedir, amor! — Obrigada. — Eu disse sorrindo. — Isso é perfeito! Jessica! — Ele começou a chamar a esposa e contou pra ela que eu viria morar aqui. — É sério Hayley? — É... — Que ótimo! Vai ser ótimo ter você aqui. — Onde você vai dormir? — Meu pai disse. — Se não for no meu quarto ela não precisa nem vir. — Erica disse com as mãos na cintura. Gargalhei. — Também pensei em dividir o quarto com Erica... — Então está feito. — Meu pai me abraçou novamente. — Vai ser ótimo ter você morando comigo novamente. Sorri. Iria ser ótimo mesmo. Almoçamos e eu fui ensinar a Erica as primeiras notas musicais do violão. — Então, Erica. O violão é muito legal, mas eu tenho que avisar dos contras... — Eu já sei que os meus dedos vão doer e criar um calo. — Ok... — Não esperava por isso, ok. — ...então vamos começar. — Eu quero já começar tocando, Hayles. — Sei... você tem uma música em mente? — Aquela que você adora... Hear You Me, Jimmy Eat World. — Tudo bem, essa é fácil. Mas porque essa pressa em aprender a tocar violão? — Quero tocar no festival de música da escola. — Mas... você não tinha medo de se apresentar? — Tenho que enfrentar isso. E estou decidida a ser a melhor do festival. Tirando, é claro, a Belle, porque ela sempre ganha. — A Belle sempre ganha? — Hayles, a Isabelle é a pessoa mais popular que aquele colégio já viu. O mais incrível é que ela não faz isso do jeito dos outros colégios. Ela é popular porque ela não liga pra ninguém, e é amiga de quase todos os garotos da escola. Então, as garotas a odeiam. E ela ficou popular. Arregalei os olhos. Que coisa louca. — É... eu não sabia disso... — Hayles... — Que foi? — Eu posso te perguntar uma coisa? — Hm... claro. — Quantos anos você tinha quando beijou alguém pela primeira vez? Certo, certo. Eu não esperava por isso. — Eu tinha... Ér... porque você quer saber? — Porque se eu perguntar pra minha mãe ela vai me colocar de castigo. — Ela disse rindo. — Vai, me responde. — Eu tinha... Seis. — disse num fio de voz. — SEIS? Meu Deus! Só isso? — Sim... — E foi com quem? — Com o Josh... — O JOSH? — É. — Meu Deus... — Nós éramos dois bebês. Nos beijamos de brincadeira. Foi inocente. Mas peraí, porque você está me perguntando isso? — Por... nada. — Não me diga que você já beijou também?! — Sou moça de respeito, Hayley. — Ela disse revirando os olhos. — Você está insinuando que eu não sou? — Nenhuma moça de respeito beija um garoto aos seis anos de idade! — Olha que você apanha, Erica. — Eu disse e nós rimos. — Espera, eu acho que eu entendi. — Eu disse rindo, depois de refletir. — Você quer cantar e tocar na frente da escola toda porque quer que algum garoto legal te note. — Tuchê. — Ela disse rindo e olhando pra baixo. — Mas você não adivinhou que a idéia não foi minha. — Como se eu não soubesse que isso saiu da cabeça esperta e totalmente precoce da senhorita Isabelle Farro. Erica gargalhou alto. — Estou começando a achar que ela não é um bom exemplo pra você. — Eu disse rindo. — E não é mesmo. Mas é isso que me faz ser amiga dela. — Ok, vamos começar. Pra tocar a Hear You Me, você tem que começar com o Ré...


[...]

Saí da casa do meu pai por volta das 4 da tarde. Erica tinha um ótimo timbre de voz e aprendia rápido. Já estava conseguindo tocar a música quase toda, tendo dificuldade, é claro, na hora de mudar de nota. Totalmente normal. Meu celular vibrou na casa do meu pai. Era uma mensagem dizendo que teríamos ensaio reforçado. Estava me dirigindo até a casa de Josh agora. Chegando lá, encontrei apenas Jason e Zac (comendo batatinhas na sala). Josh ainda não havia voltado e Taylor ainda não havia chegado. Sentei-me ao seu lado numa caixa, no porão. Ele tocava uma introdução no violão. — Ei, Hayles. — Ele disse olhando para mim enquanto tocava. — E aí. Que música é essa? — Estou pensando em chamá-la de Pressure. Eu e Taylor fizemos esse solo e o refrão. Quer escutar? — Claro! I can feel the pressure... it‘s getting closer now. We‘re better off without you... E ele fez o solo. — Só tem isso por enquanto. Eu ia falar contigo, porque você que sabe compor. Eu estava pensando em colocar um riff no meio também. — Essa pode ser nossa sexta música. — Exatamente. — Vamos esperar o Josh, aí a gente começa a escrever. — Por mim, tranqüilo. Fiquei em silêncio por um tempo, vendo-o tocar. Até que me lembrei de uma coisa e decidi perguntar. — Ei Jas. — Que foi? — Quem era aquela garota que você estava beijando na boate? — Sinceramente? Eu não sei. — Ele disse e gargalhou. Eu ri também. — Ela estava dando em cima, só aproveitei. — Certo... Nesta hora o Josh chegou. Ele estava com uma mochila nas costas, sem o piercing na boca e com o cabelo arrumado. Pareceu ficar meio nervoso ao me ver. — Oi baby, você já chegou? — É, né. — Eu disse, dando-lhe um selinho. — Não me atraso sempre. — É... — Ele disse rindo. — Cadê o piercing? — Hm, eu... Eu tirei hoje de manhã porque estava doendo. Acho que vai inflamar. — E porque arrumou o cabelo? — Quis tentar um penteado diferente. — Ahn... você não tinha saído com o Zac? — Sim, saímos. Mas voltamos e eu tive que ir comprar tarraxas novas pra minha guitarra. — Ah tá. Vai lá chamar o Zac pra gente começar. Ele assentiu e me deu um beijo. Josh está estranho... Isso está muito estranho. Zac chegou e nós ficamos repassando umas coisas até o Taylor chegar. Outro que ficou surpreso por eu já estar lá. Tocamos as cinco músicas muitas vezes (isto é: Misery Business, That‘s What You Get, We Are Broken, Conspiracy e por ultimo: My Heart). — Gente, eu acho que a gente pode melhorar My Heart... — Taylor disse. — Acho que ela pode ficar um pouco mais rocker pro festival. — Tipo um screamo no meio dela? — Eu perguntei rindo. — Seria maneiro. — What? Eu estava brincando. — Eu sei fazer screamo. — Josh disse. — Você? — Eu e Jason perguntamos ao mesmo tempo. — É. Quer ver? Então ele começou a fazer um screamo. — Senhor... Não é que sabe mesmo? — Jason disse e nós rimos. — Entre o ―My heart is yours....‖ pode ter um screamo básico. Naquela parte que você canta ―Please don‘t go now...‖, Josh, tente fazer screamo. — Taylor. — E eu vou tentar encaixar um solo.


— Vamos tentar assim, sem saber? — O máximo que pode acontecer é a gente errar, então, vamos no improviso. — Ok. — Eu disse ainda confusa. Então começamos a tocar. Taylor encaixou um solo no começo e refrão da música, Zac simplesmente foi incrível na bateria e Josh fez um screamo que ficou incrível. — Eu não disse que daria certo?! — Taylor comemorou. — Você é o cara, T. — Josh disse e nós rimos. — Vamos encerrar por hoje. Amanhã a gente ensaia de novo, já que vocês ficaram muito tempo longe. — Ok. — Eu concordei. Eles guardaram os instrumentos e foram embora. Fiquei um pouco de tempo com Josh e fui para a casa também. Minha mãe já havia chegado. Contei a ela que meu pai disse que eu poderia ficar com ele. E ela perguntou onde estavam os finados vinte dólares. Ela disse que eles acharam a casa perfeita e já iniciaram a papelada. Ela continuaria com a nossa casa no nome dela e iria alugar. O dinheiro do aluguel seria a minha mesada, já que meu pai não precisaria pagar pensão. E bem... agora seria o início de uma nova temporada em Franklin. Com amigos tristes e felizes, uma irmã crescendo, minha mãe longe e um namorado esquisito. Isso, é claro, se ele continuar agindo estranho.


Capítulo 43 – ‘Cause it’s nine in the afternoon Pov. Hayley 2 meses depois

Nine In The Afternoon – Panic! At the Disco De volta à rua onde começamos, sentindo-se tão bem como os amantes podem, você sabe Que estamos sentindo tão bem Pegando coisas que não deveríamos ler, parece o fim da história que conhecemos É apenas o fim do mundo. De volta à rua onde começamos, sentindo-se tão bem como o amor, você poderia, você pode Em um lugar onde os pensamentos podem florescer. Em uma sala onde é nove da tarde. E sabemos que poderia ser... E sabemos que deveria... E você sabe que sente isso também. Porque é nove da tarde, seus olhos são do tamanho da lua, você é boa porque você pode então faça. Estamos nos sentindo tão bem, do jeito que nós fazemos Quando é nove da tarde, seus olhos são do tamanho da lua, você é boa porque você pode então faça Estamos sentindo tão bem. Voltar para a rua, ao nossos pés, perdendo a sensação de se sentir único. Você sabe o que quero dizer? Voltar para o lugar onde nós costumávamos dizer: "Cara, é bom se sentir assim" Agora eu sei o que quero dizer Voltar para a rua, de volta ao lugar, voltar para o quarto onde tudo começou... Voltar para o quarto onde tudo começou. Porque é nove da tarde, seus olhos são do tamanho da lua, você é boa porque você pode então faça. Estamos nos sentindo tão bem, do jeito que nós fazemos Quando é nove da tarde, seus olhos são do tamanho da lua, você é boa porque você pode então faça. Estamos nos sentindo tão bem, do jeito que nós fazemos, quando é nove da tarde... seus olhos são do tamanho da lua, você é boa porque você pode então faça. Estamos nos sentindo tão bem, do jeito que nós fazemos Quando é nove da tarde. Soltei o braço de Josh e aplaudi, acompanhada por todos naquela garagem. Brendon curvou o corpo em agradecimento e Spencer batucou fortemente nos tambores da bateria de Zac. Sarah passou por mim e Josh, indo em direção ao rapaz moreno que estava cantando no meu microfone e lhe abraçou, assim que chegou por lá. Seus lábios fizeram um ―Obrigada‖ e ele sussurrou algo nos seus ouvidos, dandolhe um selinho em seguida. Pude ver Jeremy encolher e virar a cabeça discretamente, engolindo em seco. Ele ainda sofria com isso. Nine In The Afternoon é só mais outra música que Brendon compôs para ela. ―Your eyes are the size of the moon‖. Ela havia me dito que essa era uma frase que ele disse para ela, um pouco antes de se juntar a Ryan e dar início a mais uma produção Panic! At The Disco. Já é setembro. Os meninos decidiram ficar aqui até outubro. Porquê? Pelo festival de música, que acontecerá no dia 2. Eles haviam sido convidados como banda de fora, e não como um participante normal. Diferente, é claro, da Paramore, que iria lutar para ganhar dos sertanejos. A Paramore agora tinha a formação: Eu, Josh, Zac, Jason, Taylor... e Jeremy! Sim, Jeremy. A The Factory teve de acabar, pois a vocalista e o baterista se mudaram para fazer a faculdade. Jeremy, então, passou a ser nosso baixista e, Jason, virou meio que um faz-tudo. Tocando guitarra, principalmente. Ele simplesmente arrasa nos solos e riffs. Falando em Jeremy, ele havia ―superado‖ o fato de Sarah e Brendon terem ficado juntos (fizeram um mês de namoro ontem), e estava ficando com uma tal de Jesse Lee (garota do nosso colégio. Loira, com umas mechas rosas no cabelo, e bem, não sou fã dela não. Fala comigo e com os nossos amigos por mera simpatia e, pelo que soube, se atracou com Sarah na oitava série. Fazer o quê, né.). Mas se via pelo rosto dele que doía nele ver Sarah com Brendon. A amizade deles... se resumiu a mera simpatia e educação.


E dói em mim dizer isso. Mas nada será do mesmo jeito que era antes. Hoje é a apresentação de Erica na escola. Ela está tocando e cantando maravilhosamente bem. Ela completou 10 anos de idade mês passado. Josh vai comigo até a escola dela, afinal, Isabelle irá dançar. Minha mãe mudou-se para Nashville com Scott e está bem feliz, pelo que eu soube. Ela vem pelo menos uma vez a cada 10 dias para me ver. A casa do meu pai já havia virado a minha casa. Erica era uma ótima companheira de quarto e nada é mais relaxante do que ler algo para Mckayla dormir, ou apenas se entreter. Jessica gostava de mim e as vezes me obrigava a lavar a louça ou o banheiro, mas acho que era só pra deixar claro ―quem é que manda‖. Meu pai... bem, ele trabalha muito e eu só o vejo a noite, quando vejo. Não mudou muita coisa desde que eu e minha mãe fomos embora. Eu e Josh discutimos feio uns dias pra trás (lê-se: Jenna vaca deu em cima dele de novo e ele não fez nada. Nós brigamos e ficamos duas horas sem nos beijar.). Mas superamos. Lógico que eu superei bem mais confortavelmente logo depois de colocar laxante no suco de laranja sem açúcar de Jenna. Descobri que vinganças alternativas também são muito boas. Nada é melhor do que ver sua arqui-inimiga sair as pressas da sala de aula, a ponto de sujar as calças. E... não, eu não presto. Josh comprou um piercing de prata, pois aquele de aço tinha inflamado o lábio dele (ou pelo menos, pelo o que ele disse, porque eu não vi nada). Ele não agiu estranho de novo, então... tudo bem. Josh nunca foi normal. Não creio que seu lábio também seja. Taylor e Dakotah, e Zac e Emily continuavam juntos. Felizes. Por mais que tenham briguinhas, que todo casal tem. Jason continuava cordial, respeitoso e brincalhão como sempre. Ele não escondia de nada nem de ninguém o que sentia por mim, mas... ele conseguia me abraçar sem segundas intenções. E Josh já não sentia tantos ciúmes. Eles até conversavam educadamente, o que é estranho, mas ao mesmo tempo, incrível. Não vou ressaltar a escola aqui porque não acho necessário. Aliás, acho que preciso dizer que a Professora-Macacados-Infernos saiu da escola e a antiga voltou! E essa é simplesmente incrível. Nada como uma piadinha da tabela periódica ou experiências divertidas com elementos químicos. — E aí, curtiram? — Ryan disse empolgado, após terminar de cantar e tocar a guitarra de Jason. Brendon nos olhou com curiosidade. — Se curti? Cara, invejo vocês pra sempre, sem brincadeira. A letra tá uma coisa perfeita, e a melodia então! A cara de vocês. Amei, a música tá incrível. — Eu disse, e eles sorriram. Jason concordou. — Hayles tem razão. Vocês são incríveis. E todos começaram a parabenizar os meninos pela música. — Vão tocar essa no FF? (Franklin Festival). — Taylor. — Sim, vamos. — Brendon confirmou — Nine in The Afternoon, Always, I Write Sins Not Tragedies, But It‘s Better If You Do e... Estou escrevendo outra que pretendo tocar também. Mas se não der, encaixaremos Let‘s Kill Tonight. — Ele disse rindo. — E vocês, vão tocar quais? — Jon perguntou, referindo-se a mim e os meninos. — Estamos pensando em iniciar com Misery Bussiness, sendo a segunda Conspiracy, That‘s What You Get, aí entra We Are Broken, pro pessoal ficar mais calmo, e anima de novo com Pressure. Então fechamos com My Heart. — Disse Jason e eu concordei com a cabeça. — Podemos assistir o ensaio da Paramore? — Spenc perguntou como se não concordássemos. A Panic! At The Disco saiu dos seus lugares na casa dos Farro a Paramore voltou ao seu lugar. Peguei meu microfone e o encaixei no suporte. Josh começou o solo. Me diga onde foi parar o nosso tempo, e se ele foi bem gasto. Apenas não me deixe adormecer me sentindo vazia novamente. Porque eu temo que posso ceder e eu temo que não possa agüentar. Esta noite vou deitar e ficar acordada... Me sentindo vazia. Eu posso sentir a pressão... Está chegando mais perto agora. Nós estamos melhor sem você Eu posso sentir a pressão... Está chegando mais perto! Nós estamos melhor sem você. Agora que eu estou perdendo as esperanças e não há mais nada a mostrar Por todos os dias que passei levada pra longe de casa Algumas coisas eu nunca vou saber, e eu tenho que deixá-las ir Estou me sentando sozinha... Me sentindo sozinha. Eu posso sentir a pressão... Está chegando mais perto agora


Nós estamos melhor sem você. Eu posso sentir a pressão... Está chegando mais perto agora! Nós estamos melhor sem você... Sem você... Algumas coisas eu nunca vou saber... E eu tenho que deixá-los ir... Algumas coisas eu nunca vou saber, e eu tenho que deixá-los ir. Estou me sentando sozinha, mee sentindo sozinha... Eu posso sentir a pressão... Está chegando mais perto agora. Nós estamos melhor sem você. Sentir a pressão... Está chegando mais perto! Você está melhor sem mim. E eles aplaudiram. — E depois essa menina de cabeça vermelha ainda diz que minhas músicas são melhores do que as dela. Nem tem vergonha de mentir! — Brendon. — Não estava mentindo, menino de cabeça grande. — Revidei. Todos riram. — Vocês dois escrevem perfeitamente bem, ok? — Sarah. — Calem a boca. Eu ri. Perguntei que horas eram para Zac e ele me disse que faltavam quinze minutos para as três da tarde. Simplesmente amo a idéia de ser um sábado. As festividades do colégio começariam as três. E... eu prometi não me atrasar. Erica fez eu prometer de mindinho, prometendo logo depois o meu piano, o meu violão, os meus materiais escolares, o meu namorado, o meu fígado... E tudo mais o que foi necessário para ela acreditar que, dessa vez, eu chegaria no horário. Minha fama de atrasada fica maior a cada segundo que se passa. — Bem, galera... Eu e Josh vamos ao colégio de nossas irmãs... Erica vai cantar. — O que ela vai cantar? — Spenc. — Jimmy Eat World. É, pois é. Me mata de orgulho. — Eu disse e gargalhei. — É aquela apresentação que a Isabelle tá ensaiando desde o mês passado? — Zac disse, rodando as baquetas nos dedos. — Sim. — Respondi. — Ah, então eu vou também! E vou pegar a câmera. E vou gritar quando ela subir no palco. — Ela vai te odiar por isso. — Josh. — Eu sei! Por isso eu vou. Revirei os olhos. — Ok, vamos? Erica me fez prometer chegar no horário ou um raio cairá em cima de mim e de tudo o que eu amo. Zac fingiu não se importar. — Você me ama? — Perguntou. — Sim. — Assenti. — Eita merda! Vamos logo! Nós rimos. — Ok, vamos. Zac pegou a câmera e todos saímos da garagem dos Farro. Foram todos para a casa alugada da Panic!. Nós três (eu, Zac e Josh) entramos no carro de Josh, que começou a dirigir. Logo chegamos a escola primária de Erica e Isabelle. Tinha jeito de escola primária. Era bem menor do que a nossa. A música ecoava alta pelo lugar. Haviam muitos pais que queriam ver suas crianças apresentando suas músicas, peças teatrais e danças. Erica ria com Isabelle e três garotos na porta da escola. Logo ela me viu andando até ela. — Hayley chegou! — Ela disse alto o suficiente para eu escutar. Ela veio até mim com Isabelle, deixando os garotos lá. — Ei, Hayles. — Ela disse e me abraçou rapidamente. — Chegou na hora! — Eu disse que chegaria. E aí, Belle. — Oi HayHay. Onde está Josh? — Disse ela. Belle estava com uma roupa estilo indiana. Ela e mais duas garotas dançariam dança do ventre. — Arranjando um lugar pra estacionar o carro com o Zac. — Isabelle arregalou os olhos. — Zachary está vindo? — Ela disse com medo. — Sim, está. — Ah, Senhor, estou frita. Frita! Frita! — Ela disse com uma mão na cabeça. — Ele trouxe a câmera da mamãe? — Trouxe. — Ahn, não! Bye bye, gatinhos. — Ela disse triste, olhando para os três rapazes que acenaram para ela. Não pude deixar de gargalhar. — Minha pequena dançarinaaa! — Zac disse se aproximando, com a câmera (que sinceramente, parecia ter trinta anos de idade) em punhos. — Dá uma olhadinha para a câmera e sorria neste dia especial. — Zac, por favor. — Ele praticamente implorou com os olhos.


— Belle, você está divina. Diga oi para a câmera. — Zachary Wayne Farro, se você e essa câmera velha não derem meia volta para a nossa casa neste momento você nunca mais terá uma só noite em paz. — Ela ameaçou, tirando aquele semblante pidão do rosto e dando espaço a um sorriso sarcástico e... intimidador. — Quer falar de paz? Vamos falar de paz, querida irmã. Eu não estou em paz com a minha namorada, porque a senhorita fez questão de nos subornar depois de nós termos matado aula. Não temos paz, porque o aniversário dela vai chegar e eu não tenho dinheiro para comprar um presente para ela. Não tenho paz, porque não estou em paz. E como eu sou alguém muito disposto a dividir o que é meu, a minha não-paz vai ser a sua também! Belle revirou os olhos. — Feito, ok? Eu devolvo o dinheiro de vocês se você tirar essa coisa asquerosa da minha apresentação perfeita. — Ela suspirou e Zac sorriu. — Josh, vai ficar sem presente de aniversário. — Disse por fim. Eu sorri. Acho que o meu presente de aniversário para Josh já seria o suficiente. Josh indignou-se. — Mas... o Zac faz as merdas e eu tenho que pagar? Que injusto! — A vida é injusta, bro. — Disse Zac. — Agora vou voltar pra casa. Não quero ver isso mesmo. — Tchau. — Belle disse. — Seu dinheiro está guardado dentro do cachorro cor-de-rosa. — Dentro? — Zac perguntou confuso. — Entre as patas traseiras tem um zíper transparente que eu mesma coloquei ali. Ele dá acesso à uma pequena bolsa que é maior do que realmente parece. Pegue apenas o que lhe pertence, ou já sabe quais serão as conseqüências. — Prometo que só vou pegar o que é meu. — Ok. Tchau. — Ela disse e Zac sorriu, indo andando para casa. Eu e Josh nos entreolhamos. Pra uma criança de 9 anos... Ela é muito original. E precoce. E esperta. E quanto mais eu conheço Isabelle Farro mais percebo que nada sei sobre ela. Belle pegou no braço de Josh e o arrastou para conhecer o professor e suas colegas. Entrei junto com Belle no colégio. — E então... — Eu disse, observando e falando com ela. — Onde está Matt? — Perguntei. Matthew, ou Matt, era o garoto de quem Erica gostava. Tudo o que eu sei sobre ele é que ―ele é encantadoramente encantador, anda de skate, tem o meio sorriso mais lindo do mundo e gosta de sorvete de pistache.‖ Não me pergunte como ela soube desse ultimo fato. Os olhos azuis da minha irmãzinha brilharam ao avistar o bonitão, digo, Matt. — Ali, ó. — Ela disse, apontando para um garoto aparentemente mais velho um ano ou dois do que ela, conversando com dois garotos. Ele estava vestido com uma farda. — Ele vai apresentar uma peça com aqueles garotos, o Paul e o Gerard. Eles não são amigos, se conheceram para fazer a peça. — Hm... — E aí? — E aí o que? — Acha que eu tenho chance? — Ainda acho que você é muito nova para tal. — Mas eu já tenho dez anos, Hayley! — Parece muito pouco pra mim. — Você é muito careta, isso sim. — Careta?! Dá uma olhada no meu cabelo! Pelo amor de Deus. Ela gargalhou. — É sério, o que achou? — Sei lá... Ele parece meio bobo. — Ah, cala a boca Hayley. — Ela disse revirando os olhos e deu de ombros. Sorri. E pouco depois começaram as apresentações. Algumas crianças do jardim de infância apresentaram uma peça musical, que continha árvores-crianças e etc. Não entendi o contexto, mas isso não importa. E então veio a apresentação de Isabelle. Josh estava ao meu lado e nós aplaudimos alto e gritamos. A irmã de Josh começou a remexer a cintura, acompanhada por duas garotas que faziam o mesmo que ela. Ela estava no meio. Ela era o centro das atenções. A apresentação dela foi incrível. Isabelle realmente sabe dançar muito bem. Mas sinceramente, creio que ela deve ser ótima em tudo o que se dedica a fazer. Outras apresentações ocorreram, como a do Matthew. Ele interpretou um guarda alemão. E então chegou a hora de Erica. Passei a olhar as pessoas. Matt estava conversando com seus colegas de peça, até Erica subir com seu violão. Ela estava linda. Tinha uma maquiagem marcante nos olhos e o cabelo estava solto. Usava uma calça jeans rasgada nos joelhos e um all star. Uma blusa regata e uma munhequeira no braço. Sentou-se num pequeno banco e sorriu para todo mundo. O garoto Matt fez um gesto de silêncio para seus amigos e passou a prestar atenção. Pude vê-la sorrir por isso. Então ela começou a introdução que ensinei e começou a cantar a música Hear You Me.


A voz dela é extremamente potente (talvez até mais do que a minha) e ela conseguiu cantar a primeira parte em falsete com perfeição. Toda a platéia ficou em silêncio para houve. Eu sorria. Josh sorria. Isabelle sorria. E o garoto sorria também. No último verso da música, Erica usou um agudo bem difícil. Isso deixou a música bem mais perfeita do que já estava, naquela versão acústica de apenas violão, com a voz feminina dela. A música acabou e, antes que eu pudesse puxar aplausos, Matthew já tinha feito isso. Ela saiu do palco. — Essa foi nossa aluna da 6ª série, Erica Williams, cantando e tocando Hear You Me. É um verdadeiro talento, essa menina. — Disse a coordenadora do colégio, assim que tomou o microfone. Fui até Erica e Josh me acompanhou. Entrei em uma sala, onde ela estava colocando seu Tagima na capa. — Ei, Eri! — Gritei e ela veio até mim. A abracei. — Você foi maravilhosa! — É, Erica, pois é. Eu me enganei quando achei que Hayley cantava essa música melhor do que ninguém. Você supera. — Josh disse e eu lhe dei um tapa. Ele gritou um ―Au‖ e Erica riu. — Obrigada gente. — Agradeceu. — ERICA! — Isabelle gritou, passando por cima de todo mundo. — AMIGA DEU CERTO! VOCÊ VIU? PARABÉNS. — Deu certo o quê? — Josh perguntou confuso. — Josh, estou com sede, compra um refrigerante pra mim? — Pedi. — Mas eu... — Por favor? — Ok, ok. — Ele disse confuso e saiu dali. Eu sorri. — Tá aprendendo, hein HayHay?! — Isabelle disse rindo. — Acho que sim. — Eu disse. — E é verdade, o tal do menino-da-cara-de-bobo tava de olho em você, maninha. — Eu disse rindo e Erica me olhou num misto de raiva por eu ter xingado o garoto e felicidade pelo seu plano infalível ter dado certo. — Você é genial, Belle. — Ela disse. — Eu sei. — Isabelle sorriu. — Obrigada, Hayles, por me ajudar. — Ela agradeceu. — Sempre aqui. — Respondi com um sorriso no rosto. Depois de Josh ter chegado com minha Coca-Cola e as apresentações acabarem, nós saímos do colégio e ficamos encostados no carro. Isabelle e Erica estavam conversando com os mesmos três garotos do começo da festa. Eram os novos amigos de Isabelle. Eles riam. Então os amigos delas saíram e Matt chegou perto das duas garotas. Isabelle quase enfartou, mas antes, tomou a iniciativa de sair de lá, dizendo que iria falar comigo e com Josh (eu presumo, pois ela veio em direção a nós logo depois de dizer alguma coisa). Veio correndo e apertou a minha mão, segurando-se para não gritar de felicidade. — Olha, HayHay! Tá vendo?! Ah! Eu não acredito! — Que história é essa de você ficar andando com aqueles garotos? O que você sabe sobre eles? Quem te disse que tem idade para ter amiguinhos homens, hein, dona Isabelle? — Josh disse, todo enciumado. Isabelle soltou uma sonora risada. — Ando com quem eu quiser, Josh. Tenho os meus amigos homens, sim, porque eles são companhias muito melhores do que aquelas patricinhas invejosas e sem nenhum tipo de personalidade. Elas morrem pelos meus amigos, e me detestam por isso. Erica é a única menina que realmente presta aqui e isso é só porque eu a conheço desde o jardim de infância e consegui afastá-la do lado negro da força. Então, quiete o facho, porque se passar pela sua cabeça a idéia de querer bancar o irmão-protetor-de-araque, você irá arrepender-se amargamente. — Belle disse ainda sorrindo e de olho em Erica e Matt. Josh ficou sem palavras. — E eu achava que você era um mau exemplo. — Eu disse rindo. — Em alguns pontos, assumo que sou. — Ela disse. — Mas posso ser um bom exemplo quando quero. Erica conversava com o garoto, que olhava de vez enquando para baixo. Josh estava inquieto ao meu lado. Ao final da conversa dos dois, o garoto se aproximou e lhe deu um beijo na bochecha. Ela sorriu de lado e veio andando até nós. Isabelle já estava surtando totalmente. Achei que a garota fosse ter uma crise epilética. Quando Erica chegou, elas se abraçaram e Isabelle sussurrou algumas coisas no ouvido de Erica. — Não acredito que o primeiro beijo da minha melhor amiga está próximo! OMG! Agora, diga, se eu não sou legal? E esperta? — Sim, Isabelle Farro, você é a pessoa mais legal e esperta que existe. Obrigada. — E como foi? O que ele disse? — Prepare-se: Ele. Me. Chamou. Para. Sair! — Ela disse dando gritos histéricos. — É um encontro, Belle! E então elas começaram a gritar e pular. — Ok, agora que todas as meninas já surtaram e gritaram por causa do namorado da Erica que é suuper lindo... — Josh disse afinando a voz e parecendo se importar. — ...será que dá pra ir embora? — Ele perguntou sem paciência. — Vamos, Josh. — Eu disse e me aproximei dele, dando-lhe um selinho demorado. Sorri feliz. O plano de Isabelle dera certo, afinal.


[...]

Esfreguei os punhos nos olhos, acordando. Erica dormia na cama ao meu lado. Sentei-me. Hoje é domingo. Dia 29. Aniversário do Josh. Peguei o celular que, pra variar, estava embaixo da cama. 8h49. Ainda era cedo. Disquei o número. — Bom dia, aqui é a Hayley Williams. Eu marquei de estar aí as três da tarde, só queria confirmar. — Então, Srta. Williams, a senhorita pode vir às três da tarde que tudo a estará esperando. — Ok, obrigada. E desliguei o telefone. Me levantei, deixando Erica dormindo, e fui até o banheiro. Depois de tomar um banho e me trocar, saí do banheiro e Jessica já havia acordado. Preparava um café. — Bom dia, Hayley. — Ela me cumprimentou. — Bom dia, Jess. Dormiu bem? — Sim, dormi. E você? — Bem... Ela pegou o bule e encheu duas canecas de café, presumindo que eu também queria uma. Agradeci e soprei o café quente. — Vai almoçar em casa hoje? — Oh, não. Hoje é aniversário do Josh, então, não vai dar... Quero passar o dia com ele. — Ok. — Ela sorriu. — Mas hoje não é o dia que sua mãe vem te ver? — Pedi pra ela vir outro dia. Hoje é importante que eu e Josh fiquemos juntos. Ela assentiu. — Vocês são lindos juntos. — Ela disse rindo. Dei um meio sorriso e tomei um gole do café. — Eu o amo. — Disse baixo, porém num tom suficientemente alto para ela escutar. Ela me olhou de um jeito... estranho. Como se sentisse pena. — Algum problema? — Perguntei. — Não... é só que... Já vi um monte de relacionamentos lindos como o seu acabarem, assim, sabe... Você é uma menina boa. Não merece sofrer. — Não vou sofrer, Jess. — Eu disse rindo. — Pelo menos, não mais. — Não coloque todas as suas fés e esperanças em um homem, Hayley. É um conselho de amiga. Estranho. Fiz uma careta. — Obrigada... pelo conselho. — Sorri. — Mas, bem, eu vou mesmo agora. — Não vai tomar café? — Não... quero pegar o Josh dormindo e... com certeza a mãe dele vai me obrigar a comer, então é melhor sair só com o seu café no estômago. — Eu disse sorrindo. — Diga ao pai e as meninas que eu amo eles. Ela assentiu. Peguei a minha mochila e saí. Alguns minutos depois eu cheguei a casa de Josh. Bati na porta e Isabelle me atendeu. A abracei. — E aí, HayHayBall? — Olha, eu até acho fofo os apelidos que você me arranja, mas... HayHayBall? — Eu disse e ela riu. — Seu irmão já acordou? — Josh? Acordado as nove e meia da manhã num domingo? Mais fácil uma lagartixa e uma aranha terem um caso e farezem filhos. Gargalhei. — Vou acordá-lo. — Mas... Mas eu tinha elaborado um plano especial de aniversário! HayHay, por favor, não tire minha razão de viver! — Achei que sua razão de viver fossem seus amigos e seus ―gatinhos‖. — Eles também, mas... O que será do meu dia sem acordar o Josh de um modo totalmente horrível? — Um dia não fará falta, Belle. — Eu disse entrando e andando em direção ao quarto de Josh, antes que ela começasse a me ameaçar. Rodei a maçaneta e ele dormia feito uma pedra. Selei os seus lábios e comecei a cantar no seu ouvido a musica ―Happy Bday To You‖. Ele abriu os olhos devagar e eu comecei a pular na cama, enquanto cantava a música mais alto. Ele sorriu, enquanto se sentava. — Feliz aniversário, meu lindo! — Eu disse alto. — Vamos lá: Parabéns para o Josh! Parabéns para o Josh! Parabéns para o Josh... Parabéns para o Josh! — Eu cantei e ele começou a bater palmas. — Obrigado, linda. — Ele disse e me deu um selinho. — Eu só tenho uma pergunta... — Qual? — Porque minha camiseta está dura? — O quê? — Perguntei confusa. Ele arregalou os olhos e pulou da cama.


— AH MEU DEUS! — ele disse olhando para si mesmo. Sua camiseta estava totalmente colada ao seu corpo, e estava pintada também. Estava escrita na frente ―Happy Birthday To...‖ e atrás ―...My Fool Brother! Hahaha‖. — ISABELLE! Neste momento a porta do quarto se abriu e uma cabeça sapeca apareceu no quarto. — Como eu sou uma irmã muito amorosa, eu consegui te dar um presente mesmo com Zac pegando mais da metade do meu dinheiro. Te amo, feliz aniversário, maninho. — Ela disse e fechou a porta, rindo. — ...Como...?! — Josh disse se analisando e tentando puxar a camiseta. — Sua irmã é a rainha das pegadinhas. — Exclamei. — A rainha das maldades, isso sim. — Vai descolar sua camisa do seu corpo, vai. — Adeus, qualquer vestígio de pelo que havia aqui. — Ele disse e soltou uma risadinha. Lhe dei um ultimo selinho e ele foi em direção ao banheiro. Saí do quarto e minha tia me chamou para me sentar à mesa. Depois de alguns minutos, Josh saiu do banheiro com uma camiseta solta no corpo. Cantamos parabéns e ele agradeceu. Depois do café, eu e Josh fomos ver televisão. — 18 anos... — Ele disse, longe, enquanto eu mexia no seu cabelo. — É. — Eu disse sorrindo. — Não queria que essa data chegasse. — Ele sussurrou. — O quê? — Nada. — Ele sorriu. — O que vamos fazer hoje? — Vamos a Nashville? — Eu perguntei. — Quero que esse dia seja especial pra você. Aqui em Franklin não dá pra fazer nada de interessante. — Claro que vamos. Passar meu dia com você já vai ser mais do que especial. — Ele disse rindo. — Own. — Agarrei seu rosto e o puxei para um beijo. — Então vá se arrumar. Vamos almoçar por lá. — Ok, linda. Josh saiu e foi até o banheiro. Zac ligou o Playstation e começamos a jogar (lê-se: comecei a perder). Logo a campainha toca. Isabelle atende e entram Taylor, Jeremy, Sarah, Dakotah, Jason, Emily e os garotos da Panic!. Tudo de uma vez. Jason tinha um volume na mão. — Hey! — Gritei. — O que estão fazendo aqui? — Perguntei e abracei um por um. — Viemos desejar feliz aniversário para o Josh. — Taylor. — E trazer o presente dele. — Jason. — É... — Jeremy. — O que vocês compraram? — Perguntei. — Fizemos uma vaquinha... — Jason começou. — Vaquinha? Uma bela de uma grande vacona, isso sim. — Sarah corrigiu, fazendo todos rirem. — Ok Sah. Fizemos uma ―vacona‖ e compramos uma Fender. Abri a boca. — Uma Fender? — Sim. — Senhor! Ele vai... Ele vai amar! É o melhor instrumento do mundo! Meu Deus... Vocês são amigos incríveis. — É, nós sabemos. — Brendon disse. — Hello! O que vocês todos estão fazendo aqui? — Josh diz, chegando a sala. — Parabéns, man. Todos o parabenizaram e cantaram a música. — Bem, nós compramos um presente pra você. — Emily disse. — Um presente, é? — Josh arqueou uma sobrancelha. — É... — Jeremy — Você disse outro dia que sua Condor tava meio velhinha... e que seria legal uma guitarra nova, então eu juntei um dinheiro que tinha guardado... — Eu peguei o que a Belle tomou de mim... — Zac. — Eu também... — Emily. — Eu vendi minha bateria velha lá em L.A... — Spencer. — Eu peguei uma grana que eu tinha guardada... — Brendon. — Eu também. — Jon e Ryan disseram ao mesmo tempo. — Eu só pedi pra minha mãe! — Sarah exclamou e Taylor e Dakotah assentiram com a cabeça. — Enfim — Jason —, todos nós demos um jeito e conseguimos o dinheiro o suficiente pra comprar a melhor guitarra do mercado na sua opinião. Joshua, feliz 18 anos. Sua Fender. — Jason disse e entregou a Josh a caixa de papelão lacrada. Josh abriu a boca, completamente sem entender o que aquilo queria dizer. Rasgou a caixa do jeito mais desesperado do mundo e deparou-se com uma Fender Telecaster Blacktop, nova, linda. — Cara... — Ele disse, tocando a guitarra de leve com os dedos, sem saber o que dizer. — ...Vocês são incríveis, sério! Obrigado, man. Obrigado. Josh abraçou a todos os nossos amigos. — Babe, tem como a gente esperar um pouquinho? Eu preciso ver o som dessa linda. — Josh fez o olhar mais pidão do mundo e eu sorri largamente. — Claro, eu também estou ansiosa pra ver.


Ele a pegou delicadamente pelo braço da guitarra e foi até a garagem, acompanhado de todo mundo. Ligou a guitarra no amplificador e fez uma nota qualquer. Seus olhos brilharam. Então ele equalizou o som na pedaleira e começou a fazer a introdução de Misery Business. Aplaudimos. — Man... o som dessa coisa linda aqui é simplesmente incrível. Valeu pessoal. Josh agradeceu novamente todo mundo e nós conversamos durante um tempo. Expliquei a eles que iria a Nashville com o Josh, passar o dia. Só não expliquei, é claro, o quê nós faríamos lá.

[...]

— Dude, eu não sabia que tinha comida italiana nesse shopping. — Josh disse rindo. Curiosidade: Ele adora massa. — Pois é. Tem. — E agora, o que vamos fazer? Já que estamos aqui em Nashville a gente podia, sei lá, passar na sua mãe. — Hmm... estava planejando outra coisa... — Eu disse, fazendo uma careta sapeca. Ele parou de andar e se colocou na minha frente. — Fez planos pra hoje? — Talvez. — E pra onde nós vamos? — Você já vai saber. Mas, olhe, eu vou dirigir e você vai usar uma venda. É surpresa. — Ai meu Pai. Essa menina quando inventa de fazer surpresa... — Cala a boca, tá? Eu acho que você vai gostar. — Ok, ok! — Ele disse. — Então vamos? — Não, agora não. Vamos deixar o almoço pelo menos pré-digerir, né. — Estou com medo. — Ele me olhou, fingindo estar aterrorizado. — Não precisa. — Eu disse e ele sorriu, fazendo que não com a cabeça. Decidimos ver um filme. E então eu peguei um cinema com o Josh. Ignore o ―um cinema com‖ e descubra o que eu realmente fiz naquele escurinho. Pouco antes de o filme acabar, nós saímos. Eu precisaria estar lá às três da tarde, e não deveria faltar, ou roubariam nossa vaga. Independente de eu já ter pagado (muito, por sinal). Josh me implorou de todas as formas pra eu contar pra ele minha surpresa, mas não, eu não fiz isso. Fiz ele colocar a venda e eu mesma dirigi o carro. E então chegamos. Tirei Josh do carro e ele tirou as vendas. Olhou em volta e abriu a boca. — Uma montanha?! — Ele disse. — É. — Eu não acredito que você me trouxe para voar de Asa-Delta, Hayley Nichole Williams! — Não acredite, então, Joshua Neil Farro. — Eu disse rindo. — Ah! — Ele me abraçou e tirou meus pés do chão, incrédulo. E gritava. — Eu não acredito! Não acredito! — Pois acredite, porque eu marquei estar com o instrutor e a equipe as três da tarde, e acho que são aqueles ali. — Eu disse apontando para uns rapazes que estavam conosco naquela montanha. — Oh My God! — Ele disse, entusiasmado. — Meu sonho, cara. Peguei no braço dele e fui andando até os rapazes. — A senhorita é Hayley Williams? — Um loiro e alto perguntou. — Sim, sou eu. E esse é Josh Farro. — Nós apertamos as mãos. — Bem, garotos, eu sou Fred Stewart, o instrutor de vocês. Eu só tenho uma pergunta: Vocês tem medo de altura? — Só um pouco. — Eu disse. — Nem um pouco. — Josh disse calmo. Ok. Estranho. — É assim que eu gosto! — Fred riu. — Já que vocês não tem medo, será muito mais fácil trabalhar aqui. Nada, garotos, é melhor do que você sentir o vento no rosto e o corpo suspenso em asas. Você se sente verdadeiramente livre. É perfeito! — Eu sei, man! É o meu sonho isso aqui! — Bem, vou lhes apresentar uma velha amiga minha: a asa-delta. Fred nos explicou as partes da Asa-Delta e como nos devíamos fazer para controlá-la. Não parecia difícil. Depois de uma hora explicando, a equipe havia terminado o sistema de segurança. Eu havia pagado por um vôo de 500m. Eu e Josh nos amarramos com todas as cordas, coletes, luvas e parafernálias necessárias para a nossa segurança. Os olhos de Josh brilhavam cada vez mais e ele me agradecia quase toda vez que tinha a oportunidade. Até que finalmente chegou a hora. A asa-delta era bem grande e por isso seria apenas uma para nós três: Eu, Josh e Fred, que controlaria a grande asa para humanos.


Todas as medidas de segurança foram tomadas e nós fomos para a asa-delta. Fred disse para corrermos para o fim da montanha e foi isso que fizemos. Corri, sendo acompanhada por Josh e Fred e pulei quando percebi que o chão não estava mais por baixo dos meus pés. Gritei. Gritei como nunca havia gritado na minha vida. Olhei para baixo e vi quase toda a Nashville e vi também o campo onde pousaríamos. Tudo ali parecia pequeno. E foi aí que eu gritei mesmo. — Hayley, pára de gritar! Se acalma e sente o ar! — Fred gritou e eu parei de gritar por um segundo. Apenas um segundo. E voltei a gritar novamente, fazendo Josh rir. É apavorante. Você está suspensa a não-sei-quantos pés do chão, sendo agüentada apenas por uma asa de plástico forte, ou seja lá do que isso for feito. O mundo pequeno está lá embaixo e se você cair, morrerá antes mesmo de sofrer impacto. Animador, não é mesmo? Que idéia idiota que eu tive. Gritava feito louca, até que fechei os olhos, sem agüentar mais. E continuei gritando. Em 5 minutos, que mais pareceram 5 décadas, chegamos em terra firme. Senti a melhor sensação do mundo ao ver que estava no chão. — Ai, Senhor, graças a Deus. — Dito isso eu me deitei na grama. — Caaaaaara! Isso foi louco! Posso ir outra vez? Eu amei. — Josh disse totalmente empolgado. — É, pois é. Josh, man, você foi o cara mais calmo que eu já vi descendo na asa. Você já fez isso antes, né? — Não... — Parabéns, rapaz. Você devia trabalhar com isso. — Ele disse rindo, enquanto eu estava morta no chão. — Ou então, deviam te chamar pro exército. Você não ia ter medo de pular de um helicóptero em movimento em um campo inimigo. — Fred disse rindo. — É, não tenho mesmo... — Josh riu de canto, meio acanhado. — Acho que vou vomitar... — Eu disse, com uma mão na barriga, deitada no chão.

[...]

Depois de o meu lindo vômito adubar a grama e os médicos fazerem um pequeno exame em mim, nós pegamos nosso carro (que foi trazido para baixo da montanha por um rapaz da companhia). Entramos no carro e Josh foi dirigindo. — Tá bem, linda? — Ele perguntou, meio preocupado. — Estou sim. — Eu sorri. — Foi um pesadelo pra mim, mas tudo bem, é o seu aniversário e você merece se divertir. Que bom que você gostou. Ele riu. — Eu amei, cara. Foi alucinante! — Você nem gritou, né? — Não. — Ele fez indiferença. — Como você pode sorrir e não soltar nem um grito sequer enquanto eu estava quase morrendo? — Não sei. — Ele disse, confuso. — Não é novidade que não somos iguais. — É, né. — Concordei. Josh dirigiu normalmente até Franklin. Chegamos dando sete da noite. — Te deixo na sua casa ou você vai ficar comigo até o fim da noite? — Ele disse e me olhou malicioso. — Desculpa, love, mas agora eu tenho pai, mãe, madrasta, duas irmãs e um horário para chegar em casa. Ele gargalhou. — Ok... — Ele disse e mordeu o lábio interior, manobrando o carro. — Hayles? — O quê? — Você me ama, não é? — Ele perguntou sem me olhar. — Claro que sim, eu bobão. — Eu disse rindo. Ele sorriu também. — Que bom. Eu te amo também. — Ele afirmou com um tanto de frieza e paixão ao mesmo tempo. Estacionou o carro na frente da casa do meu pai. Eu lhe beijei docemente durante alguns minutos. Não queria me separar dali. Quando nós nos afastamos novamente, pois tínhamos que fazer algumas pausas por conta do ar, ele disse: — Eu amo você... don‘t forget this. — Também te amo... — Então nós trocamos outro beijo breve. — Me promete que nunca vai me deixar. Ele ficou em silêncio por um tempo e me tomou para outro beijo, agarrando minha nuca. Ficamos por mais um minuto nos beijando. — É melhor você ir. Seu pai já desce aqui. — Ele disse rindo. — Ok, feliz aniversário, Josh.



Capítulo 44 – A festival, a night and a deception — Hello, Franklin! — Disse um rapaz bem vestido no alto de um palco, que fora instalado na praça central da pequena cidade do Tennessee. Franklin praticamente em peso estava reunida no centro da cidade. Não só eles, mas também algumas pessoas de Brentwood, que não perdem uma festa. Todos gritaram com o cumprimento inicial do rapaz, que seria o apresentador da noite de festival. — Como vão vocês? — Ele perguntou. — Bem... hoje, como vocês sabem, é um dia muito especial pra nossa população. Estamos realizando pela segunda vez, o Festival de Música, onde reunimos os artistas locais, aqui do TN e lhes damos uma oportunidade de mostrar seus talentos! — As pessoas gritaram. — Então, pessoal, preparem-se! Porque boa música vem aí! E pra começar, com chave de ouro, uma banda de rock de Los Angeles, que veio passar uma temporada na nossa cidade. Com vocês: Panic! At The Disco! O rapaz puxou palmas e as pessoas gritaram, enquanto aplaudiam. Ele saiu correndo. De repente a luz se apagou e, no escuro, ouviu-se a introdução de I Write Sins Not Tragedies. Uma luz apareceu ao vocalista, que estava com as mãos no teclado. O público aplaudiu e Brendon começou a cantar. Oh, Bem, imagine. Enquanto eu estava passando pelos bancos em um corredor da igreja, E eu não pude evitar mas ouvi, Não pude evitar mas ouvi uma troca de palavras: "Que lindo casamento! Que lindo casamento", diz uma dama de honra para o garçom, "E, sim, mas que vergonha, que vergonha a noiva do pobre noivo é uma vadia". O solo no teclado parou e a luz se apagou. A platéia ficou admirada com o começo da música e gritou, pedindo mais. A luz do palco se acendeu por inteira e todos apareceram, já tocando. Eu gritei: "Vocês nunca ouviram falar sobre fechar a maldita porta?" Não, é muito melhor enfrentar estes tipos de coisas Com um sentido de equilíbrio e racionalidade? Eu gritei: "Vocês nunca ouviram falar sobre fechar a maldita porta?" Não... É muito melhor enfrentar estes tipos de coisas Com um sentido de... Oh, bem, na verdade, Bem, eu olharei deste modo, Eu quero dizer tecnicamente nosso casamento está salvo, Bem, isto pede, Um brinde, então, Despeje o champagne. Oh!!! Bem, na verdade, Bem, eu olharei deste modo, Eu quero dizer tecnicamente nosso casamento está salvo. Bem, isto pede um brinde, Então, sirva o champagne, sirva o champagne! O público dançava com as mãos para cima quando Brendon repetiu o refrão mais algumas vezes, até o fim da música. Aplaudiram e gritaram muito. Pediram mais. — Hey Franklin! — Brendon disse — Nós somos a Panic! At The Disco, nos formamos em Los Angeles e estamos muito felizes por estar aqui! Essa música que acabamos de tocar se chama I Write Sins Not Tragedies. Vocês gostaram dela? — A platéia gritou. Ele sorriu. — Que ótimo! Bem, vamos nos apresentar. Eu sou Brendon Urie. Na guitarra, Ryan Ross. No baixo, Jon Walker e na bateria, Spencer Smith! Acessem nosso canal no youtube e myspace e escutem músicas como essa, e como a próxima, que se chama But It‘s Better If You Do. A Panic! At The Disco cantou mais 2 músicas, além das duas já citadas. Nine In The Afternoon, Always, e então Brendon começou a falar:


— Pessoal, a próxima música... Ela é nova, quer dizer, tem pouco mais de uma semana que eu a compus. Ensaiei pouco com os meus amigos, mas... Enfim. Ela é para a minha fonte de inspiração, ultimamente. A pessoa que tem movido e transformado a minha vida, com apenas um sorriso. — Ele olhou para o canto do palco, onde Sarah acompanhava tudo com Dakotah. Ela levou uma mão a boca. — Essa música se chama Sarah Smiles. Eu estava bem, apenas um cara vivendo 'na minha', esperando que o céu caísse, Então você ligou e mudou tudo, boneca, Lábios de veludo e os olhos me puxando. Nós dois sabíamos que você já ganharia. Oh, seu pecado original. Você me enganou uma vez, com seus olhos agora, querida. Você me enganou outra vez com suas mentiras, e eu digo: Sarah sorri como se Sarah não se importasse, ela vive em seu mundo tão desatenta... Será que ela sabe que meu destino está com ela? Sarah, (Sarah, Sarah, Sarah) Oh, Sarah! (Sarah) Você está me salvando?

Sarah estava incrédula do outro lado do palco. As mãos pareciam ter colado ao seu rosto e as lágrimas quentes de emoção brotavam de seus olhos. Brendon cantou toda a música e, mais uma vez, foi aplaudido pelo público, que para uma platéia country, curtiu bem o som da Panic! At The Disco. — Tchau pessoal, vocês são ótimos! Não se esqueçam de procurar nosso som na internet! Então os garotos saíram do palco, depois de cumprimentar o apresentador. Ele começou a falar do primeiro concorrente. Brendon foi direto para onde Sarah estava e eles se beijaram apaixonadamente e depois saíram de lá, sem falar com ninguém. Sarah estava muito feliz. Enquanto isso, Hayley, Zac, Josh, Jeremy, Jason e Taylor estavam atrás do palco. Todos estavam bem vestidos e muito ansiosos para a primeira apresentação da Paramore. — Iiiii am nervous... — Hayley disse cantando, fazendo seus amigos (e namorado) rirem. — Todos estamos. — Josh concordou. — Nós vamos arrasar, pessoal! — Zac encorajou-os. — Vamos sim. — Jeremy. — Mas... que diacho de música é essa? — Taylor disse, referindo-se ao Country péssima qualidade que estava sendo apresentado agora, fazendo todos rir. — Se não ganharmos desse cara eu abandono a música e viro Hippie, sério. — Jason disse. — Somos dois. — Zac. Continuaram conversando até uma garota loira se aproximar. Ela deu um beijo em Jeremy. — Oi pessoal. — Oi Jesse. — Eles cumprimentaram sem nenhuma animação. — Posso roubar o Jerm um pouquinho? — Perguntou, levando um dedo a boca. — Só o traga de volta para tocar. Ainda precisamos do nosso baixista. — Hayley respondeu e Jesse deu um risinho fino, arrastando Jeremy pelo braço. — Essa menina é esquisitinha, né. — Jason comentou, vendo os dois se afastarem. — Hayles é esquisitinha e eu não tenho nada com isso. Ela é falsa mesmo. — Taylor disse, fazendo os outros rirem. — Não sou esquisitinha! — É sim, love. — Josh disse, beijando o topo de sua cabeça em seguida. — Não, não sou. — Ela revirou os olhos. — E... ok, eu concordo. Também não gosto muito da Jesse, mas Jeremy insiste que eles só estão ficando... Não vou me intrometer. — Ela disse. — Well, acho que você faz certo. — Josh concordou. — Levando em consideração que a última vez que você fez isso, deu no que deu. — Não precisa jogar na cara, amor. — Hayley ironizou e os outros riram. Logo depois ela jogou a cabeça para trás, dando um beijo em Josh.


— Hey! Parem com a agarração no backstage! — Spencer gritou, chegando com os outros meninos (exceto Brendon) onde a Paramore estava. Hayley se separou de Josh selando seus lábios e se virou. Josh segurou sua cintura. — Cale a boca, Spenc. — Ela ordenou enquanto sorria. — Você não manda em mim, palitinho de fósforo. — Ele revidou. — Não? — Não. — Vá comprar um energético pra mim. — Ela disse e Spencer fez que não com a cabeça. Ela se aproximou do ouvido de Spencer e sussurrou: — Você vai sair agora e comprar um energético pra mim ou eu conto pra todo mundo que você fez xixi na cama até os 14 anos. — E se afastou. — Tá certo, vou comprar. — Ele disse e saiu. — O que você disse? — Taylor perguntou. — Só deixei claro que eu mando nele se eu quiser. — Hayley disse sorrindo. Após alguns minutos Spencer chegou com um suco energético e eles continuaram a conversar e rir. Até que se aproximou deles uma mulher com uma prancheta na mão. — Vocês são a Paramore? — Perguntou e Jason disse que sim. — Vocês são logo depois dessa apresentação. Já vão se aquecendo, ok? — Ela disse. — Ahn, ok. Vamos. — Cadê o Jeremy? — Josh. — Vão indo, eu vou procurar ele. — Jon disse e a Paramore seguiu a mulher até o canto do palco. A garota estava cantando sua última música no palco quando se avistou Jon arrastando Jeremy até o palco. Ele subiu. — Onde você estava? — Hayley perguntou irritada. — Jesse me levou pra comprar uma bebida... — Ei, pessoal, vocês entram em 2 minutos. — Disse a mulher. Josh estava com sua Fender no corpo e Jeremy pegou seu baixo. Jason também pegou sua guitarra. A garota terminou a música e a mulher avisou para eles entrarem. Hayley sentiu uma onda de frio passar pela sua barriga. Engoliu seco e andou até o seu lugar ao palco, sem ao menos escutar uma palavra sequer do apresentador da noite. Com todos nos seus lugares, Josh começou a introdução de Misery Business e Hayley começou a pular. Logo a platéia estava pulando também. Ela respirou fundo e colocou o microfone da frente da boca. Começou a cantar. Zac dava seu melhor na bateria lá atrás. Jason, Taylor, Josh e Jeremy pulavam e tocavam com um sorriso no rosto. Na hora do refrão, Jason e Josh ajudaram no backing vocal. Todos ali gritavam. Hayley pulava, jogava o cabelo para trás e para frente e mostrava todo o seu lado artista. Cantou a música inteira perfeitamente e a energia dela foi transmitida e recebida do palco. Ao final da música, todos aplaudiram e gritaram, começando um uníssono que repetia a palavra ―Paramore‖ várias vezes. Hayley agradeceu enquanto Josh corria para pegar o violão. Começou a tocar e Jason fez o solo de Conspiracy. Ela começou a cantar e a platéia colocou as mãos para cima, acompanhando o ritmo lento da música. Ao final, foram aplaudidos novamente. — Hey pessoal! — Hayley — Nós somos a Paramore e essa é a nossa primeira apresentação em público. Estamos muito felizes por vocês estarem curtindo o nosso som. Eu sou Hayley Williams. — Ela disse. — Na bateria, Zac Farro. — Zac fez batuques e todos gritaram. — Nas guitarras e backing vocal, Josh Farro e Jason Bynum. — Ela disse. — Ei pessoal. — Josh disse e Jason apenas acenou. — No baixo, e na outra guitarra, Jeremy Davis e Taylor York. — E eles aplaudiram novamente. — Comecem a pular para a nossa próxima música, que se chama That‘s What You Get. A introdução começou e Hayley cantou e é claro que a música foi muito bem aceita pelo público. E então chegou a hora de We Are Broken. Em alguns minutos, Hayley já estava sentada ao teclado, Josh e Jason com a guitarra, Jeremy com o baixo e Taylor em um tambor de percussão. E então, começaram a tocar. A platéia ficou em silêncio por um tempo, até o ritmo ficar mais forte e eles curtirem a música. Alguns casais espalhados escutavam a música abraçados e muita gente acompanhava a música amontoados perto do palco. Após We Are Broken, Pressure e My Heart acabar, com muitos aplausos, Hayley voltou ao microfone. — Pessoal, vocês gostaram? — Gritos. — Year... Bem, se vocês realmente gostaram, tudo o que vocês tem que fazer é ir até aquela barraca e votar na Paramore, right? Tchau Franklin, vocês são demais! A Paramore saiu correndo do palco e o apresentador voltou. — Uau! Que energia! Essa foi a banda de rock, Paramore! Criados aqui em Franklin, hein. — Cara, isso foi incrível! — Josh disse, já atrás do palco. — Isso foi... mais que incrível. Foi energizante! — Hayley. — Hayles! — Ela ouviu a voz de Sarah ecoar. — Você foi incrível!


— Valeu, Sarinha. — Ela disse e Sarah se aproximou, abraçando-a. — Vai ganhar, com certeza. Vocês foram incríveis, pessoal. Todos vão votar em vocês. — Ela disse. — Eu já votei, pelo menos. E vi mais um monte de gente votando também... — Pois é. Vocês vão ganhar. — Brendon — E bem, mudando de assunto... nós temos uma novidade pra vocês. — Brendon disse. — Novidade? — Taylor. — É. Bem... sabem os nossos vídeos no Myspace? — Eles fizeram que sim com a cabeça. — Pete Wentz, o baixista da Fall Out Boy, viu esses vídeos e depois mostrou pra gravadora deles, a DecayDance. Eles adoraram. — Sério, man? Que ótimo! — Josh. — O melhor ainda está por vir. — Ryan — Nós falamos com o cara e ele disse que quer produzir nosso primeiro CD e começar uma turnê pelos Estados Unidos. — Ele disse e todos abriram a boca, incrédulos. — E, como eu já disse pra Sarah, ela irá comigo. — Brendon disse sorrindo. — Faço questão de ela me acompanhar e a gravadora vai liberar um professor particular pra ela terminar os estudos. — Meu Deus! Que incrível! Parabéns! Vocês vão fazer um sucesso muito grande, como eu sempre disse. — Hayley. — É, Hayles foi sempre nossa fã numero um. Depois da mãe do Spencer, é claro. — Jon disse e eles riram. — Hey, Paramore, venham aqui. — Disse a mesma mulher, aparecendo atrás do palco. Eles parabenizaram a Panic! mais uma vez e seguiu a mulher. — Essa é a ultima apresentação e depois os votos vão acabar. Mais vinte minutos, quando computarem tudo, vamos descobrir quem vai ser o campeão. Enquanto isso, fiquem aqui. — Ela disse, saindo em seguida, buscando as outras bandas, duplas e artistas concorrentes. Alguns minutos depois, ela reapareceu chamando-os para o palco. A Paramore entrou e ficou ao lado de um trio que também havia se apresentado. Eles deram as mãos. — Hoje foi uma noite muito satisfatória. Nós recebemos vários artistas de todos os estilos e ouvimos muita música boa. Antes de tudo quero dizer aos artistas que todos eles foram maravilhosos, e que nunca devem desistir do sonho, e seguir em frente; Mas... Apenas um de vocês vai ganhar os 2.000 dólares. Então, vamos lá. Kristin Lenn, James Oliver e Paramore, um passo a frente. Quando o apresentador disse o nome ―Paramore‖, Hayley sentiu uma corrente elétrica passar pelo seu corpo. Ela e os meninos deram um passo a frente. — Os outros podem se retirar do palco. Eu sinto muito, pessoal. — As pessoas restantes saíram do palco e ficaram apenas os dois artistas country e a Paramore em cima dele. — James Oliver, com sua voz forte, nos lembrou da velha e boa música sertaneja e conquistou grande parte da nossa platéia. A pequena Kris, com sua voz doce encantou todo mundo com seu country-pop e a Paramore, na voz forte de Hayley Williams, mostrou que o Tennessee é muito mais do que a música sertaneja. O TN também é rock! Parabéns a todos aqui, mas apenas um pode ser o ganhador. E esse ganhador é... — Ele abriu um envelope e fez uma cara de surpresa. — ...puxa vida. Paramore! — Ele gritou e Hayley abraçou os meninos, pulando e gritando em seguida. Cumprimentaram os perdedores e receberam o envelope com o dinheiro do apresentador e é claro, foram muito aplaudidos pelo público. Hayley agradeceu e eles saíram do palco, encontrando-se com a Panic! At The Disco atrás do palco. Eles se abraçaram. Todos estavam felizes. — Hey galera, vamos lá pra casa comemorar? — Jon sugeriu. — Year! Vamos! — Jason. — E aí a gente aproveita pra gastar o dinheiro da Paramore, hein. — Ryan disse. — Não! — Hayley — Vamos gastar esse dinheiro de forma responsável. — Eita, menina responsável. — Josh disse e a pegou pela cintura, dando-lhe um selinho demorado em seguida. — Então... vamos? — Brendon disse, abraçado a Sarah. Eles colocaram as guitarras, baixos e violões nos carros e seguiram para a denominada Casa da Bagunça Extrema. Ou só o dormitório da Panic! at The Disco. Chegando lá, Josh pegou um violão e Jason pegou o outro. Eles entraram na casa gritando e tocando os instrumentos. Ryan correu e pegou algumas cervejas e outras bebidas alcoólicas na geladeira, distribuindo-as em seguida. Josh e Jason tocavam as músicas e todos cantavam. Tocaram de tudo: Desde P!ATC à Paramore, e outras bandas também. Estavam todos felizes e eufóricos pelo sucesso das duas bandas: A Paramore, ganhando o concurso regional e a Panic! At The Disco, em busca do sucesso mundial, quem sabe. Eles gritaram e fizeram farra até o primeiro vizinho reclamar. Decidiram então dar um tempo. Josh largou o violão no sofá e arrastou Hayley até a cozinha, onde não havia ninguém. Abraçou a sua cintura e começou a distribuir beijos pelo seu pescoço. Ela mordeu o lábio inferior reprimindo pequenos gemidos que o toque dos lábios e piercing de Josh lhe causava. Ele fez um caminho devagar até a sua boca, quando a beijou com paixão e urgência, entrelaçando sua língua a dela. Quando os pulmões imploraram por ar, eles se afastaram por um segundo ainda com as testas coladas. — Vamos sair daqui? — Ele pediu ofegante, quase sussurrando. — Vamos. — Ela assentiu da mesma forma e os dois voltaram a se beijar. A mão de Josh percorria pela cintura e costas de Hayley enquanto ela puxava sua nuca e cabelos. O beijo continuava feroz até eles se separarem novamente e saírem pela porta da cozinha, sem avisar ninguém. Entraram no carro e Josh começou a dirigir até a sua casa.


Eles queriam um ao outro, e a espera de três minutos até a chegada a casa de Josh os estavam matando. Quando Josh finalmente estacionou o carro na frente da garagem da casa dele, eles voltaram a se beijar ignorando a divisória dos bancos, até se separarem novamente. Hayley saiu do carro e abriu o portão da garagem e Josh colocou o carro dentro dela. Ela fechou o portão e foi até o carro, agarrando Josh pela cabeça novamente. Eles se beijavam com tanta ferocidade e vontade que gemidos involuntários escapavam de ambos de vez enquando. Ainda se beijando, eles saíram derrubando as coisas para subir até a casa. Enquanto Hayley mordia e beijava seu pescoço, Josh abria a porta com a chave e subiu a pequena escada que dava acesso a cozinha. Eles foram se agarrando até subir as escadas e chegarem ao quarto de Josh. Quando entraram, ele trancou a porta e acendeu a luz. A olhou por inteiro e mordeu o lábio inferior, avançando ferozmente para cima dela em seguida. Josh deitou Hayley em sua cama de casal e deitou em cima dela logo em seguida. Beijou e chupou seu pescoço e ela gemia baixo, tentando não acordar ninguém. Ele passou a mão pela blusa dela e a retirou com ajuda. Tirou sua própria camiseta rapidamente e voltou a beijá-la no colo. Tirou o sutiã dela (a abertura era pela frente) e passou a beijar seus seios. Ela gemia baixinho. Ele começou a sugá-los com vontade e luxúria. Hayley colocou a mão nos ombros dele e os arranhou de leve e ele voltou a sua boca, beijando-a novamente com vontade. Hayley colocou a mão na sua calça e desabotoou-a e então, sem abaixá-la, colocou a mão dentro da calça e da cueca e encontrou o membro já rígido de Josh. Ela apertou de leve e ele gemeu, mordendo seu pescoço em seguida. Ela passou a fazer movimentos com as mãos, masturbando-o. Josh gemeu um pouco mais alto e se livrou das roupas em seguida, a fim de aproveitar melhor o momento. Hayley já havia deixado os movimentos muitos mais rápidos e de repente, parou. Josh a olhou quase implorando para que continuasse. Ela sorriu maliciosa. — Você não precisa das minhas mãos se pode ter mais do que isso. — Sussurrou baixinho, e ela mesma tirou a calça junto com a calçinha. Pegou a camisinha que estava na gaveta do criado-mudo de Josh e ela o encapou. Se sentou em cima dele. Começou a rebolar em cima de seu membro e Josh gemia. Ele a pegou pelo braço e a deitou na cama, ficando por cima dessa vez. Começou a penetrá-la com movimentos médios, para frente, para trás e para os lados. Hayley gemia baixo, tentando reprimir-se para não acordar os irmãos de Josh. Ela estava suada e suas pernas começavam a fraquejar. Os movimentos de Josh já estavam mais rápidos. Ela passava as unhas pelas suas costas. Então ela passou as pernas pela cintura de Josh e eles ficaram por um momento assim. Até que Josh sentiu que chegaria ao clímax e retirou-se dela, retirando também, sua camisinha. Hayley estava com a respiração desregulada e o coração batendo rapidamente. Josh apagou a luz deitou-se ao seu lado, da mesma forma. Ela pegou o cobertor e os cobriu, deitando em cima do seu peito e se esforçando para não fechar os olhos de cansaço. — Eu te amo. — Ela sussurrou, deitada no peito nu de Josh. — Também te amo, minha linda. — Ele disse. Então, sem mais forças, ela fechou os olhos e a escuridão a abateu. [...] Hayley abriu os olhos devagar, acordando. Olhou para si mesma. Estava vestida. ―Que estranho,‖ pensou ela ―me lembro de ter dormido sem roupa ontem à noite.‖ Josh chegou em seguida, enxugando o cabelo com uma toalha de rosto e vestido com uma calça e uma camiseta. Tinha acabado de tomar banho, isso era certeza. — Bom dia! — Ele disse. — Bom dia... Você me vestiu? — Ela perguntou. — Não, Hayley. Eu acordei você duas horas atrás e te dei as suas roupas. Você vestiu e deitou de novo. — Ahn... Eu não me lembro disso... — Ela disse com uma mão no rosto e Josh gargalhou. — Bem, vai tomar um banho e acordar de vez. Vou com o Zac comprar alguma coisa para comermos, ok? — Não vamos pra escola hoje? — Nem se a gente quisesse daria. Teríamos que pegar o quarto período, o que não pode, você sabe. E ainda assim nós combinamos de matar aula hoje. Provavelmente só o Jason foi a aula. Ela fez que sim com a cabeça. Ele se aproximou e lhe deu um selinho. — Volto já. — Dito isso ele saiu do quarto. Hayley se espreguiçou e seguiu para o banheiro daquela casa. Tomou um banho rapidamente, se enxugou com a toalha de Josh e se vestiu no banheiro mesmo. Saiu do banheiro bem mais apta a ver o dia lá fora. Saindo do banheiro ela escutou o telefone da casa tocar. Ninguém atendeu. Então ela decidiu atender. — Alô. — Bom dia, é a residência do Sr. Joshua Farro? — É sim. — Ela respondeu confusa.


— Ele está? — Não... Você quer deixar um recado? — Sim, claro. Estou ligando apenas para relembrar o Sr. Joshua que o alistamento dele foi aceito e a convocação dele para a guerra em Israel será depois de amanhã. Hayley ficou estática. — Peraí, guerra? Não, não pode ser! Você deve estar enganada. — Esta é a casa do Sr. Joshua Neil Farro, não é mesmo? — Sim, é. — Então estou certa, Senhora. Avise-o para retornar a ligação ao Exercito Americano assim que possível. Obrigada. E a mulher desligou. Hayley deixou o telefone cair no chão. Não conseguia pensar, tampouco se mexer. Josh não podia... Simplesmente não podia... Quando finalmente conseguiu se mexer, ela correu para o quarto de Josh e abriu o guarda-roupa. Sentiu as lágrimas tomarem seu rosto. O guarda-roupa estava com uma farda, guardadas em plástico, pendurada em um cabide. Ela a pegou e estava bordada ―Sold. Joshua Farro‖ no peito esquerdo. Josh iria lutar em uma guerra sem a avisar? Iria deixá-la dali a dois dias e ela nem sequer dizer? Ela se sentou no chão e abraçou suas pernas, deixando as lágrimas invadirem seu rosto. Alguns minutos depois Josh entrou no quarto, com um sorriso no rosto. Esse sorriso que logo se desfez ao depararse com a cena: Hayley chorando e sua farda jogada no chão. Ela havia descoberto. — Por favor, me diz que você não fez isso. — Ela sussurrou entre soluços, levantando-se em seguida.


Capítulo 45 – How could you do it?

— Por favor, me diz que você não fez isso. — Ela sussurrou entre soluços, levantando-se em seguida. — Eu ia te falar, Hayley, eu juro que ia... — Ia? Quando? Você sai daqui a dois dias! — Eu tive medo... tive medo de que você... — Não aceitasse? Chorasse? — Hayley o interrompeu — Você sabia que iria embora e mesmo assim agiu como se nada estivesse acontecendo. O que você ia fazer, Josh? Sair e me deixar uma carta? Josh engoliu seco e abaixou a cabeça. Hayley levou uma mão a cabeça. — Você ia me deixar sem nem sequer se despedir... — Ela disse com indignação. — E, sabe, quem dera isso fosse o pior... — Ela soluçou mais alto. — Eu não entendo... Por quê? Por que você está fazendo isso? Uma guerra? Para quê você vai lutar numa guerra, Josh? — Vou defender meu país. — Que país?! O mesmo país que te dá as costas quando você precisa de ajuda?! O mesmo país que é criticado por todo o mundo por ser governado por um tirano?! — O país em que eu nasci! A minha pátria, Hayley! Você deveria ter orgulho de mim. Eu vou defender o nosso país e o nosso povo! — Orgulho? — As lágrimas caíram. — Você está deixando sua família, os seus amigos. Está me deixando. Não, Josh, eu não devo ter orgulho de você. Vai arriscar sua vida numa guerra, sem nem se importar com ninguém! E quanto a sua família? Os seus amigos? E quanto a mim? — Ela já gritava — O que aconteceu com tudo o que eu fiz com e por você? O que aconteceu com a nossa infância? Isso não vale nada pra você? — É claro que vale! Eu te amo! — VOCÊ NÃO AMA! Você me beijou sabendo que iria me deixar, Josh! E... cara! Agora tudo faz sentido. Você estar agindo estranho ultimamente, você não ter medo de altura, ou aparecer sem o piercing de vez enquando. Você escondeu tudo de mim! Eu fui uma idiota! — Hayley, você tem que entender! Eu tive que fazer isso. — VOCÊ NÃO ENTENDE QUE FAZENDO ISSO VOCÊ FAZ MUITAS COISAS PIORES? Você vai matar pessoas, e talvez... ser morto. — É isso que eu quero pra mim! Eu quero lutar! Eu quero ser útil para o meu país! — Você quer ser morto?! Você não pensa o quão egoísta essa bobagem toda pode ser?! Josh, droga. — Ela voltou a soluçar. — Você não entende... — VOCÊ TEM RAZÃO! Eu não entendo! Não entendo como você deixar todas as pessoas que te amam. Josh, que droga, eu te amo demais. Desde pequena. Eu voltei pra cá pra ser feliz, com você... E você está me deixando... — COMO VOCÊ PODE FALAR EM DEIXAR? — Josh gritou. — VOCÊ ME DEIXOU TAMBÉM, SE LEMBRA? — Não ouse falar disso! EU NÃO TIVE ESCOLHA! E EU NÃO DEIXEI VOCÊ, CARAMBA! VOCÊ ME DEIXOU. VOCÊ FOI EGOÍSTA OUTRA VEZ E NÃO ME AJUDOU QUANDO EU MAIS PRECISEI DE VOCÊ. Ela respirou fundo e engoliu um soluço. Continuou: — Qual foi a primeira coisa que eu fiz quando soube que iria embora, Josh? EU LIGUEI PRA VOCÊ! — Ele engoliu em seco, segurando-se para não chorar. — E O QUE VOCÊ FEZ? VOCÊ FOI MAL. FOI EGOÍSTA. NÃO ME AJUDOU! VOCÊ DESLIGOU O TELEFONE NA MINHA CARA, DROGA! VOCÊ JOGOU TUDO O QUE A GENTE TEVE FORA E SE ISOLOU NO SEU MUNDO! E VOCÊ ESTÁ FAZENDO DE NOVO! — Eu tive meus motivos! Minha melhor amiga estava indo embora! — E VOCÊ ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA? ACHA MESMO? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA DA MINHA VIDA FELIZ COM VOCÊ E IR VIVER INFELIZ DAS MISÉRIAS DA MINHA AVÓ? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA PRA APANHAR QUASE TODO DIA DO MEU PADASTRO? ACHA QUE EU QUERIA IR EMBORA PRA SOFRER BULLING DAS MINHAS COLEGAS DE ESCOLA? — Ela respirou, enquanto chorava. — Você realmente acha que eu queria ter ido? Nesses dez anos eu só fui infeliz, Josh. Eu não tive escolha. Mas você tem! E a sua escolha foi me fazer sofrer. Novamente. Eu te amo! Eu me entreguei a você. E você está indo embora! Está deixando tudo o que você ama! Está fazendo isso de novo. Ele abaixou a cabeça. — Eu reconheço tudo o que você fez por mim. Mas ir lutar ou não é uma escolha minha. — Respondeu apenas. Ela deu uma passo pra trás e outro pra frente. Limpou por alto as lágrimas com as mãos e os punhos. Ergueu a cabeça e disse: — Pois bem. Se a sua escolha é deixar tudo e todo mundo pra ir se matar, faça bom proveito. — Ela colocou a mão atrás da cabeça e retirou o colar em forma de coração que havia no seu pescoço. Jogou-o em Josh e saiu dali em passos firmes. Zac a viu saindo correndo com o rosto vermelho e lágrimas nos olhos. Ele subiu as escadas e foi até o quarto do irmão. O encontrou sentado em sua cama, com a cabeça entre as mãos. Sentou-se ao seu lado. — Ela descobriu. — Concluiu.


— Sim. — Josh passou as mãos pelo rosto. — Daria tudo para que não fosse desse jeito, mas... não posso voltar atrás. Já me alistei e já fui aceito. Fugir agora não vai adiantar nada. — Você que sabe, bro. — Zac deu dois tapas pequenos em suas costas, e logo depois o abraçou. Enquanto isso, Hayley andava em passos rápidos, praticamente correndo, pelas ruas vazias de Franklin. Seu rosto estava molhado de lágrimas. Josh iria embora. Iria deixá-la. E dessa vez era bem pior do que da última. Dessa vez, ela o amava de um jeito diferente. Josh era mais do que um amigo/marido de infância. Era seu namorado. E o que ela sentia por ele não se igualava a nada. Ela o amava mais do que tudo, mesmo sabendo da vida dele, do passado dele, das atitudes dele que ela não concordava... Ela o amava mesmo brigando com ele praticamente todo dia... E agora, a dor que ela sentia era como se a acertassem o coração com uma faca afiada. Ela estava desnorteada. Não sabia o que fazer. E então, ela foi para o único lugar naquela cidade inteira que não lembrava Josh Farro. A notícia de que Josh lutaria na guerra Israelense se espalhou rapidamente. Quando Hayley não voltou para casa à tarde e nem atendeu o celular, Jessica ligou para os Farro e soube da notícia, afinal, ela precisava saber porque Hayley não havia voltado. Então Jessica ligou para Joey, que saiu mais cedo do trabalho para saber da filha. Começou-se então as ligações para todos os amigos de Hayley, que souberam por aí, que Josh estava indo embora, guerrear. A procuraram em toda a cidade. Sarah, Jeremy, Spencer, Brendon, Jon, Ryan, Taylor e Dakotah continuavam procurando, sem nada achar. Eles estavam aflitos sem notícia da amiga. Tentavam não pensar o pior, mas... às vezes é simplesmente difícil. Tentaram pedir ajuda à polícia, mas eles não consideram desaparecimento antes de 48 horas. Decidiram continuar a procurar. [...] — Como assim, a Hayley sumiu? — Jason perguntou para Sarah ao telefone. — Sim, ela sumiu. Brigou com o Josh e depois sumiu! Ninguém sabe onde ela tá, Jason. Nós e o pai dela procuramos em todo lugar! — Eu vou ajudar a procurar, Sarinha. — Ok. — Ela respondeu aflita. — Te vejo depois. Qualquer coisa me liga. Tchau. Jason largou a guitarra na cama sem ao menos desligar o amplificador e vestiu um casaco de couro sintético mais rápido do que ele imaginara ser possível. Pegou o capacete e correu em direção a garagem de sua casa, onde ficava a sua amada moto. Já era noite. 21h00 para ser exato. Ele ligou os faróis e abriu o portão da garagem com um controle, fechando-o assim que saiu de casa. Passou a pilotar a moto vagarosamente pelas ruas de Franklin, procurando um rastro que seja de Hayley. Hayley sumida... Ele estava muito mais do que aflito. Muito mais do que preocupado. Se algo acontecesse a ela... Ele não agüentaria. As palavras de Sarah ecoavam em sua cabeça. ―Jason, a Hayley sumiu.‖ ―Brigou com o Josh e depois sumiu! Ninguém sabe onde ela tá, Jason. Nós e o pai dela procuramos em todo lugar!‖ E então ele soube. É lógico. Jason percebeu que se ela havia brigado com Josh e sumido, estando em um lugar onde ninguém encontrava, ela só poderia ir para o lugar onde ela não lembraria de Josh, mas sim,dele. Um meio sorriso aliviado escapou de seus lábios por trás do capacete azul. Ele acelerou sua motocicleta, torcendo e rezando para que estivesse certo. Alguns minutos depois ele chegou ao lugar. O monte rochoso que ficava na saída de Franklin, onde ele e Hayley conversaram de verdade pela primeira vez. Avistou a garota sentada na mesma pedra onde eles comeram batatas-fritas e hamburgers abraçada com suas pernas, olhando para o céu. Encostou sua moto e deixou o capacete pendurado no guidão. Chegou perto dela. Hayley não o olhou. Ele retirou seu casaco de couro e colocou por cima dos ombros gelados de Hayley, sentando-se ao seu lado em seguida. — Como soube que eu estaria aqui? — Ela perguntou sem o olhar. — Este é o único lugar por aqui que não te traz lembranças dele, mas sim, minhas. — Ele disse, também sem olhála.


Ela fez que sim com a cabeça. Jason a olhou por um momento. Seu olhar estava frio, praticamente congelado, e seu rosto estava vermelho. Aparentava calma. Mas se via a tristeza nela. — Hayley... — Ele começou e suspirou — ...você sabe que eu detesto de ver assim. Eu sei que a sua briga com o Josh deve ter sido muito feia pra você vir pra cá e... — Ele vai embora. — Ela disse com a voz pouco embargada. As lágrimas em seu rosto voltaram com toda a força. — O quê? — Josh vai pra guerra de Israel como soldado. — Ela disse, chorando em silêncio. Jason abriu a boca, pasmo. Como Josh poderia fazer tal coisa? Abandonar Hayley? A banda? Os amigos? Ele estava quebrando a promessa que ele fez novamente. Tudo o que Jason havia pedido para ele era para fazer Hayley feliz. E agora, por conta dele, ela estava ali, chorando. Sentiu uma grande raiva o invadir. Apertou os lábios com força e tentou aparentar calma. Ele colocou uma mão no braço de Hayley e ela o abraçou. Ela precisava de um abraço. Precisava de alguém que simplesmente a abraçasse e a deixasse chorar. — Porquê... Jason... Me diz porquê... Por que ele fez isso... — Ela desabafava entre soluços, molhando seu ombro. — Eu amo ele... ele tá me deixando... Como ele pôde... — Se acalma, linda... Eu tô aqui... Se acalma. — Ele disse muito calmo, tentando não demonstrar o desespero por ver sua amada chorar em seu ombro. A apertou para si. Ele ficou durante mais alguns minutos abraçado a ela. Até que ela se afastou e passou os braços pelo rosto, limpando as lágrimas. — Jason, eu... Obrigada. — Não precisa agradecer... Só me deixe te levar pra casa, ok? Seu pai, suas irmãs, sua madrasta, nossos amigos... todos estão preocupados com você. — Me... Me desculpa. Eu não devia ter desligado o celular. Ele fez que sim com a cabeça. — Olha — ele disse, limpando uma lágrima que descia com as costas da mão —, eu quero que você saiba, que pra qualquer coisa que você precise, é só me chamar que eu venho correndo. Conte comigo para qualquer coisa, Hayley. Qualquer coisa mesmo, tá? Ela fez que sim com a cabeça e o abraçou novamente. — Obrigada Jas. — Vamos para a sua casa. — Ele disse e ela hesitou. — Não sei se quero ir pra lá... — Porquê? — Ele se declarou pra mim no tapete da sala. — Ela sussurrou alto o suficiente para ele ouvir. — Te levo até o quarto, Hayley. Mas você precisa ir pra sua casa, precisa comer, precisa dormir. Eu quero o seu bem, linda. — Não estou com fome ou sono. — Você passou o dia inteiro sem comer. Vai desmaiar se não se energizar. — Ele disse. — Vamos, Hayles. Ela fez que sim com a cabeça e subiu na moto com Jason, segurando forte a sua cintura. Alguns minutos depois Jason chegou com Hayley na casa dela. Ela estava realmente fraca, e ele a ajudou a andar. Seu pai a abraçou forte e disse para ela nunca mais fazer aquilo. Estava a ponto de castigá-la quando Jessica o repreendeu. Joey prometeu ligar para Sarah e dizer que estava tudo bem. Por pedido de Hayley, fez com que não houvessem visitas naquela noite. Jason a levou até o seu quarto e acomodou Hayley em sua cama. — Jessica vai trazer uma sopa pra você comer. Ela fez que sim com a cabeça sem reclamar. A tristeza foi tamanha que reprimiu suas necessidades físicas, como por exemplo, a fome, que voltava conforme ela se acalmava. Hayley comeu o que Jessica deu e, pouco depois, adormeceu. Jason continuava sentado em sua cama, esperando ela dormir. Quando ela o fez, ele saiu do quarto com cuidado. — Dormiu. — Ele disse. Joey suspirou. — Obrigado, rapaz. Não sei o que seria de mim se você não tivesse a encontrado. — Sem problemas... Ahn... Sr. Williams... — Sim. — Eu... poderia dormir por aqui? Me acomodo pelo sofá mesmo... Só quero saber se ela vai acordar bem e... — Tudo bem. — Ele o interrompeu. — Você me traz confiança. — Ele sorriu. — Pode dormir no sofá. Eu acho que Hayley vai querer vê-lo quando acordar. — Obrigado Senhor. — Ele disse sorrindo. — Me chame de Joey. Jason sorriu.


Ele se sentou no sofá e ligou a TV. Passava um filme qualquer, que ele não prestava atenção. Sua atenção estava voltada para o quarto onde uma certa ruivinha dormia. E um certo rapaz que provavelmente dormia em seu quarto agora também, e iria guerrear, fazendo-a sofrer. Jason estava com raiva de Josh. Ele se sentia mal por Hayley estar daquele jeito. Sabia que a garota era forte, mas sabia também que ela nunca estivera daquele jeito. E a culpa era de Josh. Isso o deixava louco. No silêncio absoluto ele escutou um grito. Vinha do quarto de Erica e Hayley. Ele se levantou do sofá e correu até lá, abraçando Hayley que estava com lágrimas no rosto e suada. Estava assustada e ofegante. — Hey, se acalma. — Ele disse a abraçando. — Foi só um pesadelo... Erica estava ao lado da cama, parada também. — Tudo bem, Erica, volte a dormir. — Ele disse e a garota assentiu, deitando em sua cama, mas ainda atenta a cama da irmã. — Eu vi tiros... — Hayley disse — ...Eu vi tanques... Massacres... Corpos... Eu vi Josh... Eu vi a guerra, Jason. — Ok, fica calma. Foi só um pesadelo, certo? Nada disso está acontecendo. Volta a dormir. — Eu não vou conseguir... — Ela disse. — Vai sim. Só fecha os olhos e relaxa... — Ele disse. Hayley se acomodou e deitou sua cabeça numa perna de Jason. Ele passou a acariciar os cabelos dela. Logo depois a respiração dela pesou, e ele entendeu que ela havia voltado a dormir. Mas ele não saiu dali. Exausto, deixou a cabeça cair para trás e adormeceu sentado, numa cama de solteiro, num quarto de criança. Acordou pela manhã e olhou no seu relógio de pulso. 9h41 da manhã. Hayley permanecera do mesmo jeito que adormecera. Com cuidado, ele colocou a sua cabeça no travesseiro e saiu da cama. Saiu pela porta do quarto e encontrou Sarah e Brendon na cozinha, com os Williams. Cumprimentou-os e os chamou até a sala. — Você dormiu aqui? — Sarah perguntou. — Sim, eu... Não podia deixá-la. — Ela está mal, né? — Brendon. — Sim, está. — Jason abaixou a cabeça. — Sarah, você falou com o Farro? — Ele perguntou sem rodeios. — Falei com Zac... — Ela disse. — Ele me explicou mais ou menos essa história do Josh. — E o que houve? — Ele decidiu isso e se alistou já tem um tempo. Mas só soube que tinha sido aceito em julho... Ele passaria por um treinamento que começaria amanhã e logo depois, seria levado direto pra Israel. E isso é tudo o que eu sei. Jason cerrou punhos e apertou os lábios com força. — Porque ele não disse pra ela antes? — Não queria machucá-la. — Sarah disse de novo. — Isso é ridículo! — Ele levou as mãos a cabeça. — Não queria machucá-la? Ele faz o que faz com a menina e ainda tem o cinismo de dizer que não queria machucá-la? — Jas, se acalma. — Sarah disse. — Estou calmo, Sah. — Ele disse, respirando fundo. — Quer saber de uma coisa? Eu tenho que sair. Jason saiu da casa dos Williams e pegou seu capacete. Sentou-se em sua moto e passou a pilotá-la rapidamente, em direção a casa dos Farro. Ao chegar, ele nem sequer tocou a campainha ou bateu na porta. Rodou a maçaneta e entrou, pisando forte, respirando pesado. Ao vê-lo entrar daquele jeito, a Sra. Farro estranhou. — Jason, o que faz aqui? — Ela perguntou, mas o garoto não respondeu e foi em direção as escadas. Zac, ao notar que havia algo estranho, subiu logo atrás. Jason chegou a porta que queria. Abriu-a com um movimento rápido, assustando Josh, que abotoava a camisa. — Cretino. — Jason disse devagar, ainda andando. Fechou a mão e acertou o punho no rosto de, que cambaleou. Jason deu outro soco no rosto de Josh e Josh colocou os braços na frente do rosto. Quando Jason ia dar seu terceiro murro, Zac o segurou por trás. — Cara, o que deu em você?! — Ele disse, segurando Jason. — Você é um idiota, Josh! — Jason gritou. — Ela te ama, droga! Você a machucou! A fez chorar outra vez! — Josh tinha uma mão no maxilar e olhava para Jason de um jeito assustado, porém conformado. — Jason, se acalma, cara! Você não pode vir até a minha casa e agredir o meu irmão! — Zac disse, ainda segurando os braços do amigo. — Me solta, Zachary. — Ele disse. — Me solta, eu não vou mais bater em ninguém. E então Zac o soltou. Jason refez a postura. — Você não merece a Hayley. — Ele disse e saiu do quarto, em direção a porta da casa. Josh colocou a mão no rosto que doía. — Não pude evitar que ele entrasse. — Zac disse. — Tudo bem. — Josh respondeu. — Ele tem razão. — Ele quase sussurrou. Depois de dar a partida na moto, Jason parou em uma lanchonete para tomar café e voltou a casa dos Williams. Foi recebido por Jessica.


— Pra onde você foi? — Ela perguntou. — Fui resolver uma coisa. — Ele disse apenas. — Ela já acordou? — Sim... Sarah está com ela. Jason fez que sim com a cabeça. Andou até o quarto e deu três batidas na porta. Quando entrou viu Hayley e Sarah abraçadas. — Ahn... Sarinha... dá pra deixar a gente a sós um pouquinho? — Claro amiga... Fica bem, ok? Hayley apertou os lábios e Sarah deixou um pequeno tapa no ombro de Jason antes de sair. Jason se sentou. — Sabe... queria te agradecer por ontem... — Não foi nada. — Foi sim... e é por isso que eu quero que você saiba primeiro... — O quê? — Jason, tudo nessa cidade me faz lembrar... você-sabe-quem. Eu não posso continuar aqui, vivendo com as lembranças dele... Não posso conviver com isso... Eu vou sofrer demais... Então, eu liguei pra minha mãe e decidi ir pra Nashville. — Você... tem certeza? — Ele disse chateado. — Tenho. Prefiro começar um nova vida do que reviver o passado a cada dia que se passa. — Não queria que você fosse embora... — Eu... só quero esquecer. — Uma lágrima que ela tentava reprimir rolou pelo seu rosto. — E aqui não dá. Ele assentiu. — Então eu vou te ajudar com a mudança... e vou te ver sempre que eu puder, pra saber se você está bem... E Hayley, se acontecer alguma coisa, qualquer coisa, é só me ligar que eu vou correndo, ok? — Obrigada, Jason. — É sério. Pode contar comigo. Ela o abraçou. E esse era o plano dela. Sumir de Franklin e acabar com todas as memórias físicas que Josh lhe causava. Depois de tudo o que ela passou, Hayley começaria uma nova vida... De novo.


Capítulo Bônus – This Is War! Nota: Nate Vanderburg é um personagem inspirado no Max Vanderburg, de A Menina Que Roubava Livros. O dia não havia clareado, mas ele já estava de pé. Estava vestido elegantemente em sua farda com diferentes tons de verde. Ele colocou os dedos por trás do lábio inferior e rodou o fecho do piercing, retirando-o em seguida. Guardou-o em uma caixinha e o colocou no criado-mudo. Olhou-se novamente no espelho. O cabelo recém cortado (mais curto, porém não totalmente) estava perfeitamente penteado. A farda realçava seus músculos definidos e os seus olhos, profundamente castanhos, estavam sem brilho. Estaria ele fazendo a coisa certa? Lutar pela sua nação sempre fora o certo para ele. Mas então, por que agora parecia tão errado? Talvez por que antes ele não havia o que realmente deixar. Talvez por que antes ele não fizesse ninguém sofrer, a não ser, sua família. Mas estes o amariam incondicionalmente independente de suas escolhas. Josh se sentia mal. Estava realizando seu sonho e promessa de adolescência, mas ainda assim, não havia bom sentimento nele. Uma lágrima pesada ameaçou cair de seu olho, mas ele a repreendeu com o polegar antes que ela alcançasse a bochecha. Respirou fundo, arrumou sua postura e, sem forçar sorriso, saiu da frente do espelho. Pegou sua pequena mala que estava por cima da cama e saiu do quarto, fechando a porta. O sol ainda não havia dado sua existência naquele canto dos Estados Unidos, mas a família Farro estava acordada, reunida na sala de estar, quando Josh chegou já pronto para ir. Abraçou a mãe e os dois irmãos ali presentes. Zac desistiu de tentar fazê-lo não ir, e por isso, apenas o desejou boa sorte. Numa hora dessas, Josh precisava de uma palavra confortante — palavra essa, que nenhum de seus amigos havia dito. Entrou no carro, no banco do passageiro e sua mãe o levou até a rodoviária de Brentwood, onde o ônibus da mesma cor de sua farda já o esperava. Não só a ele, mas também os outros rapazes que escolheram o mesmo destino. Deu um último beijo na mãe e depois de receber a sua benção, entrou no ônibus, que se dirigia a Louisville, para preparar por dois meses os rapazes jovens. Lá eles aprenderiam a viver com poucos suprimentos, atirar, e pensar como soldados que agora eram (pois haviam passado em todos os testes exigidos pelo exército americano). Josh estava em direção a maior provação de sua vida. Seu corpo se deslocava para outro estado, mas sua mente continuava no Tennessee. Continuava em Franklin. Continuava em Hayley. — Ahn, oi. Eu posso me sentar aqui? O lugar tá vazio e o outro cara parece encrenca... — Um rapaz, pouco mais alto que ele, de olhos verdes, rosto moreno e vestido igual a ele o tirou de seus pensamentos. Josh se afastou para a janela e deu um meio sorriso. O rapaz se sentou. — Sou Nathaniel Vanderburg. — Ele se apresentou. — Mas me chame de Nate. — Joshua Farro, me chame de Josh. — Ele disse. — Tenho um irmão que se chama Nate. — Se me permite dizer, Josh, seu irmão tem um belo nome. — Ele disse, arrancando uma risada de Josh. — Mas e aí, preparado? Josh demorou um pouco para responder. — Sim... estou. — Legal. Estou determinado a lutar pelo meu país. Morrer se for preciso. Mas.. sendo sincero, acho difícil eu passar da preparação. — Nate disse rindo. — Você é forte. Creio que passe. — Josh disse. — Eu... bem, estava determinado assim como você... até algumas semanas atrás. — Hm... aposto que tem a ver com mulher. — Nate disse e Josh se surpreendeu. — É... — Ele disse rindo. — Pior que é. Josh passou quase toda a viagem de ônibus conversando com seu novo amigo. Descobriu que ele não tinha parentes próximos e morava de favor com a tia, decidindo por isso, alistar-se. Era judeu e boxeador (o que explicava os músculos evidentes nos braços) e tão patriota quanto esperado. Seu pai havia morrido na guerra. Josh contou em partes sua vida para ele. Contou de Hayley também. Sobre sua infância e adolescência juntos, e como a deixou. Disse também que ainda a amava, e que iria amar para sempre. Percebendo que Josh não se sentia bem, Nate o animou com suas brincadeiras. Em algumas horas eles chegaram a Louisville. O pelotão saiu em fila indiana e foram indicados a irem preencher alguns formulários, receber alguns instrumentos e é claro, cortar o cabelo. Depois de todas as coisas feitas, os soldados foram para os seus dormitórios. Nate aceitou dividí-lo com Josh de bom grado. Faziam poucas horas que se conheciam, mas já eram amigos. Passaram a noite jogando alguns jogos que Nate havia trazido para se entreter (baralho, damas, banco imobiliário...) e conversando sobre suas vidas. Até que por volta das 10 da noite decidiram dormir, afinal, as 6 da manhã do dia seguinte, deveriam estar prontos para o primeiro dia de treinamento. Deitou-se em sua cama com o colchão duro e se embrulhou com o cobertor.


Seu pensamento foi direto para ela. A voz de Hayley cantando Until Tomorrow começou a ecoar em sua cabeça. Breathe (Until Tomorrow), aliás. Afinal, eles tinham combinado de deixar os dois nomes na música, para acabar com a discussão e se beijarem. ―— Me sinto uma idiota por dizer isso... mas acho que de um jeito muito estranho... eu amo você.‖ As lembranças daquela noite corriam como um raio em sua cabeça. Não só daquela noite, mas de todas as outras que ele pode tê-la em seus braços. E junto com a sensação de ternura que o envolvia, veio a culpa. E aquele sentimento de estar fazendo a coisa errada. Josh apertou os olhos e relaxou o corpo. Agora não tem mais volta. Com Hayley no pensamento, adormeceu. Foi acordado às 5h30 da manhã por Nate e se vestiu rapidamente. No banheiro, jogou um pouco de água gelada no rosto, tentando acordar de vez. Pontualmente as 6h00 da manhã, todos os novatos (e alguns ―veteranos‖, que na verdade estavam ali a pouco mais de um mês) estavam alinhados. O general chegou. Tinha óculos escuros no rosto. O tirou e olhou os soldados, que mantiam firme o olhar no horizonte. — Sentido! — Ele gritou. Os soldados, num movimento brusco, colaram os braços ao lado de seus corpos, mantendo uma postura perfeita. — Sou o General Jonhson. Vocês, vermes, estão aqui para treinamento antes de servirem a Pátria na guerra. No treinamento vocês vão aprender a sobreviver em guerra. Passarão maus bocados aqui, meninas. — Ele disse rindo. Os soldados continuavam em posição de sentido. — Se saírem por aquele portão sem ser expulsos, desistindo, ou num caixão, será para servir à América. O General passou perto de todos os rapazes devagar e parou em Josh. — Nome. — Ele disse. — Joshua Farro, Senhor! — Josh gritou. — O que é esse buraco no seu lábio, Joshua? — Ele perguntou calmo. Josh engoliu seco. — Responda! — Ele gritou no rosto de Josh. — É um furo de um piercing, Senhor! — Josh respondeu. O General Jonhson deu uma gargalhada gostosa, como se Josh tivesse contado uma piada. Logo depois voltou a sua face carrancuda. — Um brinco no lábio, Joshua? — Sim, Senhor! — Você não acha isso muito gay? — Não, Senhor! — E vocês, vermes, não acham que é viadisse ter um brinco no lábio? — Ele disse e todos os soldados responderam ―Sim, Senhor!‖ em uníssono. Todos, menos um. — Eu não acho, Senhor! — Nate respondeu, com o olhar ainda no horizonte. — Seu nome. — Nathaniel Vanderburg, Senhor! — Você está me contestando, Nathaniel? — Não, Senhor! Apenas discordo que um piercing seja sinônimo de homossexualismo, Senhor! Jonhson deu um meio sorriso sarcástico. — 500 FLEXÕES, AGORA! AS DUAS MENINAS! — Ele gritou, referindo-se a Josh e Nate. Os dois deitaram imediatamente no chão e passaram a fazer as flexões. — Você e você. — Jonhson apontou para dois soldados. — Sim, Senhor! — Os rapazes responderam em uníssono. — Coloquem um pé nas costas deles. — Sim, Senhor! — Os soldados engoliram seco e cumpriram a ordem do General, enquanto os outros assistiam a cena e concluíam duas coisas: A primeira é que esses dois meses seriam mais longos e difíceis do que eles imaginavam. A segunda é que... bem, o General é um filho da mãe. Com o passar dos dias o General foi tão mau como esperado. Josh e Nate combinaram de não desistir, apesar de tudo. Muitas foram as vezes que Josh e Nate foram obrigados a trabalharem dobrado para comer. Os soldados que se aproximassem deles eram igualmente punidos, o que fez praticamente todo o pelotão excluir os dois jovens. Ao final de cada dia, naturalmente, os dois estavam acabados. Mas mesmo assim Nate conseguia animar a Josh com suas piadas e imitações (perfeitas, devo dizer) do General Jonhson. Josh se deu conta de que sem Nate, a vida dele ali seria um inferno completo.


Mas eles não desistiram. Cumpriam cada exigência desumana de Jonhson com a cabeça erguida, e mostravam todo o profissionalismo e a vontade de cumprir a meta. Isso irritava o General, mas intrigava também. Geralmente, quando ele queria um homem fora de seu pelotão, conseguia. Mas esses dois estavam firmes e fortes, ali, trabalhando. O bom de tudo isso, é que como os dois tinham uma rotina muito mais dura do que as dos demais soldados, ganhavam mais massa e músculos. Ao final dos dois meses de trabalho, os braços de Josh tinham aumentado um terço de tamanho. As costas estavam muito melhor desenhadas e seu peito, então, nem é necessário dizer. Sua barriga tinha um tanquinho perfeito. Nate, por sua vez, mudara mais no peito e barriga do que nos braços (afinal ele já os exercitava de maneira absurda no boxe). E enfim, chegou a hora de partir para Israel. Josh e Nate estavam felizes por fazerem parte da metade dos homens que passariam, mesmo tendo sido muito difícil e humilhante estar ali. Foi uma provação. Eles estavam no dormitório, arrumando as malas. Ao terminar a dele, Josh foi até o amigo. Ele segurava uma foto antiga de um homem em farda, com a mão no peito esquerdo e um sorriso verdadeiro nos lábios. — É seu pai? — Josh perguntou. Não sabia que Nate havia trazido fotos consigo. — É. — Ele disse sorrindo. — Vou finalmente honrá-lo. — Com certeza. — Josh sorriu. — Posso te pedir um favor, Josh? — Ele perguntou, olhando finalmente nos olhos de Josh. — Claro que sim. — Se... — ele pigarreou, balançando a cabeça negativamente em seguida. — Se acontecer algo comigo... Se eu não voltar... — Ei, pare com isso. É lógico que você vai voltar. Nós vamos voltar. — Josh, estamos indo para uma guerra. — Eu sei. Mas... prefiro pensar que vai dar tudo certo. — Mesmo assim. Se eu não voltar... eu quero que você entregue esse caderno... — Ele colocou a mão dentro da sua bolsa, retirando um pequeno livro preto de dentro dela. — ...para a minha sobrinha... Ela foi a única que me implorou para eu não vir... Eu tenho escrito todos os dias nele, para poder entregar a ela caso eu não volte. Você é a única pessoa que pode fazer isso por mim. — Mas... você nunca me disse nada disso... — Não achei necessário. — Ele disse rindo. — Enfim, só faça isso, caso acontecer alguma coisa. — Eu não vou precisar. Vai dar tudo certo. Vamos lutar, defender nossa Pátria e voltar para casa. Nate riu. — Gosto do seu otimismo. — É a convivência. — Josh disse e os dois riram, um pouco antes de começarem a trocar socos (não eram fortes de verdade. É só uma brincadeira que Nate fazia. O esporte fazia falta na vida dele). Após tudo pronto, eles pegaram suas malas, colocaram seus chapéus militares (que haviam ganhado após terminar o treinamento. E sim, eles tiveram que ser entregados pelo General Jonhson!) e saíram do dormitório em direção à grande pista, onde o avião militar já os esperava. Acomodaram-se nas poltronas e o vôo tomou início. Agora sim, eles estavam indo em direção à guerra. Josh passou praticamente toda a viagem pensando em sua família, em Hayley, e na carta que ele havia escrito um dia antes. Agora ele não receberia mais cartas. Era a última. Se lembrava de cada palavra que havia usado. ―Oi mãe. Belle, Zac, Nate. Bem, você perguntou como estou indo e devo dizer que estou indo bem. Apesar da rotina dura de trabalho e treinamento e de uma indiferença que o General tem contra mim, sinto que vou conseguir terminar o treinamento com êxito. Aliás, amanhã acaba, então... Fiz um amigo! Ele me ajudou durante todo o tempo e eu já o considero como um irmão. Inclusive, ele tem o mesmo nome de um irmão meu. Se chama Nate. Espero um dia apresentá-lo a você, Zac, Nate (seu chará) e Belle. Como eu dizia, estou indo bem aqui no treinamento. A única coisa que me incomoda são vocês... a distância e a saudade estão me matando. Devo dizer que a culpa também, mãe. Toda noite (toda noite mesmo) eu sonho com Hayley. E se o treinamento não fosse extremamente duro e desgastante, eu pensaria nela cada segundo do meu dia. Sinto-me mal por deixá-la. Não vou perguntar como ela está. Você não poderá me responder tão cedo, afinal, daqui a dois dias estarei indo rumo a Israel. Mas... se a encontrar... diga a ela que eu quero que ela seja feliz. Diga à ela que eu me desculpo por quebrar todas as promessas que fiz. Me desculpo por a ter feito sofrer. E.. diga que eu ainda a amo. Mais do que tudo. E que... sempre vou amar. Bem, mãe, é isso. Dê um beijo em todo mundo. Eu amo vocês. Josh.‖


Suspirou. Josh se sentia extremamente mal por ter deixado Hayley. As boas lembranças deles dois juntos vinham a memória como um raio, sem ele ao menos deixar. Vinham nas piores e melhores horas. Hayley estava com ele em todos os momentos. Sempre que se lembrava dela uma onde de ternura o envolvia. É como se ela estivesse ali dando força a ele. A culpa vinha quando as lembranças ruins o invadiam. Essas, as das brigas feias. Como a vez que eles discutiram por telefone pela primeira vez... A vez em que ele a viu se agarrando com Van, a mando de Jenna... e principalmente, quando ela descobriu que ele estaria onde estava agora. Por isso Josh tentava suprir apenas as boas lembranças, ficando assim, feliz quase todo o tempo. E sim, Nate o havia ajudado muito naqueles dois longos e difíceis meses de treinamento. Mas Josh sabia de que se ele não se lembrasse de Hayley sorrindo, ou cantando, ou pulando no palco, ele não teria saído do primeiro dia no treinamento. Ela era a sua força. E Josh prometeu, então, que voltaria para ela. Independente do que acontecesse. E essa promessa ele iria cumprir. Após chegarem em Israel, Josh, Nate, e todo o pelotão não demoraram muito para conhecer o que realmente era uma guerra. Mesmo que a rotina no treinamento tivesse sido absurdamente ruim, nada se comparava àquele lugar. Eles chegaram e foram levados a algumas casas improvisadas em madeira e palha, onde haviam redes e camas mal-feitas para dormirem. Em outro saguão, havia o lugar onde os feridos da guerra ficavam. Era triste de se ver tudo aquilo. Doentes por alguma bactéria, em alguns casos, enlouquecidos por problemas psicológicos, e, na maioria dos casos, atingidos por bala, ou pior, bomba. A maioria dos que ali entravam, morriam, por falta de recursos. Os que ainda podiam lutar, lutavam. Os que não tivessem mais condições, eram levados de volta a América. O que era frustrante para eles. O lugar inteiro parecia uma pequena cidade povoada de soldados e cadetes. Nas ―ruas‖ alguns soldados marchavam, levantando a poeira fofa do chão. Outros, andavam tranquilamente (porém, ainda com a escopeta presa ao traje). E apesar de parecer uma pequena cidade, era bem afastada da civilização daquele país. Se fossem atacados pelos soldados israelitas, eles saberiam muito antes. Haviam homens disfarçados e informantes que os avisariam de todo e qualquer ataque. Por isso, a ―cidade americana‖ que ficava em Israel, era de certa forma segura. Josh e Nate, por serem muito fortes e corajosos, foram convocados a lutar na linha de frente. Atirando, dirigindo tanques de guerra, enfrentando homens israelitas. Assim como o pai de Nate. Eles ficavam o dia inteiro lutando, se escondendo, pensando e agindo. Atirando.Matando. Honrando o país. E à noite, dormiam, enquando eram substituídos por outros soldados.

Os dias e meses foram passando. Os dois amigos continuavam na guerra, lutando. Muitos do pelotão deles haviam morrido. Eles continuavam lá. Durante dois anos. Era aniversário de Nate nesse dia. 10 de Janeiro. Eles estavam atrás do tanque de Guerra, com armas potentes nas mãos, atirando nos inimigos. Até que os olhos verdes de Nate avistam dois olhos escondidos entre a mata, a no máximo, 5 metros deles. Uma onda de medo invadiu Nate quando ele viu a ponta da arma apontando para Josh. Nate gritou. E então, foi como se a cena ficasse em câmera lenta. Nate gritando o nome do amigo, Josh olha para ele e Nate se joga a sua frente. Uma explosão. E Nate cai por cima de Josh. O soldado some entre a mata. Nate começa a cuspir sangue. Josh o olha e ele estava sangrando no peito esquerdo. O tiro à queima roupa havia passado pelo seu colete e perfurado seu coração. Nate estava morrendo. Josh colocou uma mão no ferimento do amigo. — Nate, man, não morre, eu vou buscar ajuda, não morre... por favor. — Josh... — Ele sussurrou, depois de cuspir um pouco de sangue. — Fica, eu não vou sobreviver... As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Josh. — Não morre, irmão... não morre... — Josh... não desiste... — Ele disse devagar. — ...luta... ganha... e volta pra Hayley... Não deixa ela... Volta pra ela... — Eu vou fazer isso, cara. Eu vou... — Josh disse chorando, com a mão ainda sobre ele. — Entrega o caderno pra Marrie... entrega... — Ele pediu. — Eu vou, não se preocupa... — Eu te amo, cara... Você é capaz... — Você é capaz, Nate... Você... Não morre, por favor...


— Eu honrei meu pai, Josh... não ganhei a guerra, mas estou morrendo por alguém que merece viver... Não se esquece dos teus princípios... e fica bem vivo pra ela... Volta pra ela, Josh... Não desista dela... — Nate disse sorrindo. Logo depois tossiu, cuspindo mais sangue. A cabeça dele caiu para o lado. E o seu olhar ficou vago. Nate Vanderburg havia morrido. Josh gritou. Gritou como nunca havia gritado na vida. Gritou alto. E decidiu agir. Pegou a arma do amigo e a sua própria e saiu de trás do tanque, avançando em direção ao inimigo e acertando os que também estavam em atrás de um tanque. Josh foi até o canto inimigo e atirou em um por um. Vingando o amigo. Gritou outra vez antes de sair dali. As lágrimas ainda escorriam por sua face. E então, só aí, ele percebeu que seu antebraço esquerdo sangrava. Não ligou. Voltou a onde estava e chorou mais um pouco ao lado do amigo morto. Até que os outros soldados chegaram e o arrancaram de cima de Nate. O corpo de Nate foi pego e levado para os Estados Unidos. Josh ficou na enfermaria. Aquele lugar triste e sem vida, onde os feridos ficavam. Pediu uma caneta e um papel. E então, passou a trabalhar em seus planos de guerra. Ele passava dias e noites inteiras trabalhando naquilo. Queria ser útil de verdade. Era muito provável que os ―maiores‖ nem sequer olhassem suas idéias, mas, mesmo assim, ele as fez. Quando seu braço ficou bom, semanas depois, ele voltou para o campo de batalha. Era simplesmente o soldado que mais se arriscava. O que dava mais ―prejuízo‖ ao inimigo. Não tinha medo de morrer, literalmente. Não estava nem aí, e assim, aniquilava qualquer israelita que chegasse a sua frente. Josh havia se transformado depois da morte de Nate. Ele não era mais Josh Farro, o guitarrista, que era sensível e insensível muitas vezes. Agora ele era Joshua Farro. O soldado de guerra, que faria de tudo para eliminar o inimigo e sair vitorioso. Um aviso para as pessoas. As boas, e as más. Isto é uma guerra. Para o soldado. O civil. O mártir. A vítima. Isto é uma guerra. É o momento da verdade e o momento para mentir, É o momento para viver e o momento para morrer, O momento para lutar, o momento para lutar, Para lutar, para lutar, para lutar! Pela direita, pela esquerda. Nós vamos lutar até a morte. Até o fim da Terra. É um admirável mundo novo, do último até o primeiro. Pela direita, pela esquerda. Nós vamos lutar até a morte. Até o fim da Terra. É um admirável mundo novo, é admirável mundo novo.


Capítulo 46 – We’re just getting started Hayley saiu do prédio com algumas pastas na mão. Jason a encontrou na porta. — E aí, HayleyBall, como foi a aula? — Péssima. — Ela respondeu, bufando. — Detesto o meu professor. Por que preciso estudar matemática em arquitetura? Eu fiz quinhentos testes de aptidão e a maioria deu essa droga de profissão. Por que agora eu estou detestando? Jason riu. — Não tem graça! — Ela gritou e Jason gargalhou mais alto. Vencida, ela começou a rir também. — Me desculpa. — Ele disse, se recuperando. — É que você fica linda quando está com raiva. Dito isso o sorriso de Hayley sumiu e ela sentiu uma onda de tristeza. Era exatamente isso que Josh dizia quando ela ficava brava. — Hey, o que foi? Tá passando mal? — Jason perguntou, preocupado. Hayley forçou um sorriso. — Não. Vamos pra casa. Preciso de sorvete. Jason, ainda confuso, concordou. Ela entrou no carro de Jeremy (emprestado para Jason) e ele começou a dirigir pela Nashville, em direção ao apartamento dos dois. Não só dos dois, mas também de Jeremy, Taylor e Dakotah, afinal, todos pagavam o aluguel daquela moradia. Pouco antes de Hayley se mudar para Nashville, na casa de sua mãe, eles combinaram de morar todos juntos quando fossem fazer a faculdade. Alugaram então um apartamento e dividiram os quartos. Hayley sofreu muito, durante muito tempo. Jason o ajudou de todas as formas possíveis. Ele ia a toda semana para Nashville, ver como ela estava. Ele a animava. Passou a ser seu melhor amigo. O melhor. Na verdade, ela ainda sofria. Só não deixava transparecer. Achava que seus amigos já estavam cheios demais daquela mesma história de estar sofrendo por Josh. Então, ele ficava ―bem‖ o dia inteiro e esperava a água do chuveiro cair sobre sua cabeça para chorar. Todos achavam que ela estava melhor. Mas sabiam que ela ainda sofria com isso. Só não sabiam que com tanta ferocidade. Josh estava em seu pensamento a todo momento. Por vezes ela sonhava com ele. Se lembrava com clareza do sonho que havia tido a dois meses antes, na sua primeira noite no apartamento com os amigos. *Flashback on* Pov. Hayley

Eu não sabia onde estava. Parecia estar vendo um filme. Dois rapazes estavam atirando atrás de um tanque de guerra. Explosões ocorriam por todo o canto. Até que, um deles grita e se joga na frente do outro, levando um tiro e caindo. O outro começa a chorar. — Nate, man, não morre, eu vou buscar ajuda, não morre... por favor. — Praticamente implorou o rapaz que estava por cima dele. — Josh... Fica, eu não vou sobreviver... — Disse o que estava morrendo. E foi aí que eu reconheci aqueles olhos castanhos, agora brilhando por conta das lágrimas. Era Josh. — Não morre, irmão... não morre... — Josh... não desiste... — Ele disse devagar. — ...luta... ganha... e volta pra Hayley... Não deixa ela... Volta pra ela... — O outro rapaz sabia meu nome. Josh começou a andar em direção ao outro lado. Comecei a gritar para ele não fazer isso. Mas eu não sabia onde estava. Eu o via, mas ele não. Atiraram contra ele. O braço dele começou a sangrar, mas Josh estava gritando, com duas armas em punho, matando as outras pessoas. Comecei a chorar. Gritei e pedi para ele não fazer aquilo. Ele não parava. Continuava atirando. E o braço dele sangrava, como sangrava... — HAYLEY! HAYLEY! — Acordei pelos gritos de Jason. Desatei a chorar e ele me abraçou. — Calma... foi só um sonho...


Me disseram que eu havia gritado o nome ―Josh‖ como nunca. Mas... se foi apenas um sonho... por que parecia tão real pra mim? Pov. Narrador *Flashback off* Hayley sentia uma onda ruim no corpo toda vez que se lembrava daquele sonho, que graças a Deus, foi o último que ela teve com Josh. O assunto ―Josh‖ havia sido totalmente extinto das conversas do grupo. Quando falavam nele, nunca era diretamente. Hayley não tinha mais contato com ninguém da família Farro. E nunca mais havia voltado para Franklin também. Ela tentava de todas as formas apagar vocês-sabem-quem da memória. Sem êxito, é claro. Mas tentava. — Man, eu detesto esse carro! — Jason disse com raiva. — Preciso renovar minha habilitação de moto o mais rápido possível. Hayley riu. — O carro é muito mais seguro. — Mas é mais chato. — Ele disse. — Não se sente o vento no rosto. A adrenalina. E esse câmbio ainda é mais duro do que aquele pão que tá no armário. Hayley gargalhou. — Jeremy comerá aquele pão, não se preocupe. — Hayley, aquela coisa tá lá há uns sete anos. — A gente se mudou faz três meses. — Ela disse rindo do exagero extremo de Jason. — Tanto faz. — Ele revirou os olhos. — É impossível alguém comer aquilo. — Quer apostar? — Quanto? — Quem perder lava a louça por uma semana. — Ok. Jason tirou uma mão do volante e apertou a mão da amiga. Poucos minutos depois ele chegou a garagem do apartamento. Entrando em casa, encontraram Taylor e Dakotah se agarrando no sofá enquanto um filme qualquer passava na TV. — Ei! Vocês podem fazer isso no quarto azul, sabiam? — Hayley disse e os dois se afastaram. O Quarto Azul era o quarto onde os casais podiam... namorar, digamos assim. Ele fica longe dos outros quartos, perto do banheiro e da sala de jantar (estranho, pois é). Por isso, foi escolhido pelos adolescentes como o quarto onde eles podem fazer o que fazem sem atrapalhar ou incomodar ninguém. — Diz a perita do quarto azul. — Taylor disse e Hayley jogou uma almofada nele. — Você sabe que eu nunca usei. — Ela revirou os olhos. Olhou em volta e procurou Jeremy. Ele não estava lá. — Cadê o Neguinho? — Perguntou. — Tô aqui, Neguinha! — Jeremy gritou da cozinha. Ah, sim. ―Neguinho‖ era o mais novo apelido deles. O conseguiram quando Jeremy passou uma semana em Chicago e voltou totalmente vermelho, parecendo um camarão. Ele disse que não conseguia pegar cor e Hayley começou a chamá-lo de Neguinho por isso. Jeremy, sabendo que ela também era da mesma forma, passou a chamá-la de Neguinha também. Um apelido irônico... e engraçado. — Ele está comendo aquele pão do armário com leite e açúcar. — Dakotah disse e Hayley riu. Ela olhou para Jason que fez bico. — Tá, já sei. Vou lavar. — Ele disse, largando o casaco no sofá e indo em direção a cozinha. Hayley se deixou cair no sofá, largando as pastas e projetos no mesmo. — Nossa, que cuidado com seus projetos arquitetos! — Taylor ironizou. — Ah, vai a merda. — Ela disse bufando. — Vou ter que estudar igual uma condenada para a prova de matemática do primeiro módulo. — Matemática em arquitetura? — Dakotah. — Pois é. — Hayley disse revirando os olhos. — Ah! Preciso de sorvete. — Ela já ia se levantando quanto Taylor mudou acidentalmente de canal. ―O novo presidente finalmente assinou o tratado de paz com Israel...‖ — Espera, love, deixa aí. — Dakotah pediu antes que Taylor mudasse de canal. ―A Guerra teve finalmente um fim. Aqui, mostramos Barack Obama e Shimon Peres apertando as mãos. Este simples ato, simboliza o fim da Guerra Israelense. É tempo de paz.‖


— Deviam ter feito isso há dois anos atrás. — Hayley sussurrou e Taylor engoliu seco. — Ok. Preciso mesmo de sorvete. — É... acho que eu quero também. — Dakotah. — Você quer, love? — Quero sim. — Ótimo. Então pega pra mim também. — Ela disse e Taylor revirou os olhos. Hayley riu. Eles foram até a cozinhas e Hayley pegou o pote de sorvete no congelador. Jeremy comia uma espécie de rabanada de pão duro numa tigela e Jason, como bom cumpridor, lavava a louça. Hayley pegou duas colheres e entregou uma a Taylor. — Então quer dizer que você tem um encontro? — Jason perguntou para Jeremy. — Sim. Vou sair com uma britânica linda. Ela é super simpática também. E... bem independente. — Britânica? — Hayley perguntou, com uma colher de sorvete na boca. — É. — Quantos anos ela tem? — Taylor. — 23. — Jeremy disse convencido e Taylor riu. — É isso aí, cara! Pegando mulheres mais velhas, eu sabia que você era esperto! — Taylor disse. — Toca aí. — Eles tocaram as mãos. — Parece que alguém perdeu o medo de apanhar, não é? — Dakotah disse aparecendo na porta. — Ahn, no. Eu estava dizendo para o Jeremy que não importa a idade, o que vale é o coração da pessoa. — Ele disse e a abraçou por trás. — Aham, T. I love the way you lie. — Ela disse e todos riram. Hayley ria com a colher na boca. — Bem, Neguinho, você gosta dela? — Ela perguntou. — Adoro... adoro mesmo. — Os olhos azuis dele começaram a brilhar. — Ela é incrível. Independente, bonita, engraçada, inteligente... — Awn, o Jerm tá apaixonado, gente! — Dakotah gritou e todos disseram ―Own‖ em uníssono. Jeremy corou. — Como é o nome dela? — Jason. — Kathryn. — Não se esqueça de trazê-la pra conhecer a gente, viu? — Taylor disse. — Não vou. Ela está doida pra conhecer vocês. — E também não se esqueça de não contar a ela de que você comeu o pão que estava a quinze anos no armário. — Jason disse enquanto enxaguava um prato. Todos riram. — Depois que nós sairmos do restaurante eu a trago aqui pra vocês conversarem com ela. Eu tenho certeza que vocês vão se dar bem. — Confio no seu bom gosto pra meninas, tirando é claro, aquela tal de Jesse Lee. — Hayley disse, enfiando a colher no pote de sorvete. — Enfim. Vou tomar um banho e me preparar pra estudar aquela apostila. — Ela disse triste. — Boa sorte! — Taylor. — Obrigada. Vou precisar. Indo em direção ao banheiro, ela passou pela sala de estar e escutou mais algumas palavras sobre a notícia de que a Guerra havia terminado. Sentiu novamente aquela mesma onda de tristeza. Se isso tivesse acontecido um pouco antes isso seria tão bom... Fechou a porta do banheiro e abriu o chuveiro até a temperatura ficar bem agradável. Despiu-se e entrou dentro do jato. A temperatura da água estava perfeita para aquele dia. O jato passava por ela e levava aquela mesma tristeza que a acometera minutos antes. Ela começou a cantarolar uma melodia qualquer. E então veio a idéia de encaixar uma letra. Ela não compunha já havia muito tempo... Compor agora seria como mexer em uma ferida recentemente fechada: Ela abriria de novo. E sangraria. Todas as músicas que ela havia composto eram para ou com Josh. Ela não podia fazer isso outra vez, porque ela se lembraria das músicas antigas e sofreria tudo de novo. Ela não queria sofrer mais do que já sofria. Simplesmente não queria. Mas mesmo assim a música continuava a fluir em sua mente. A força da música era tão intensa que ela não conseguia parar. A melodia tocava como um alto-falante embutido em sua cabeça. Hayley fechou os olhos com força e sentiu as gotas de água passarem por suas pálpebras. E, meio que inconsiente, ela cantou: — Close your eyes and make believe... this is where you wanna be... forgetting all the memories, try to forget love, ‗cause love‘s forgotten me... (Feche seus olhos e faça acreditar... que aqui é onde você quer estar... Esquecendo todas as lembranças... Tentando esquecer o amor, porque o amor me esqueceu). Abriu os olhos e passou a mão sobre eles. Ela havia composto, mesmo que um simples verso. Mas não foi isso que a assustou. Invés de se sentir mal, com toda aquela tristeza, ela se sentiu... bem. Um pouco de raiva havia misturada nesse sentimento bom que ela havia sentido, isso porque, a raiva ela sabia distinguir. Raiva, alívio, ansiedade... prazer, talvez. Ela não sabia dizer ao certo o que tinha sentido. Mas sabia que queria mais.


Cantou novamente o trecho que havia pensado. — You've never been so used, as I'm using you... abusing you, my little decoy... (Você nunca foi tão usado, como eu estou te usando... te abusando, minha pequena isca). — Continuou a cantar. Ela cantou essa pequena parte mais alto. Gritou ―My little decoy‖ algumas vezes. O sentimento só crescia dentro dela. Ela desligou o jato e pegou uma toalha. Enrolou ela ao seu corpo e logo depois enrolou outra ao seu cabelo. Se vestiu rapidamente e tirou a toalha do cabelo, deixando-o despenteado. Foi até seu quarto e pegou uma caneta. Foi até a sala e pegou um de seus cadernos. Abriu-o na ultima página e escreveu o primeiro verso, logo depois, escrevendo: Well hey, hey baby, it's never too late, pretty soon you won't remember a thing. And I'll be distant as stars reminiscing, your heart's been wasted on me. (Bem ei, ei baby, nunca é tarde demais, muito em breve você não lembrará de nada. E eu estarei distante como estrelas relembrando, que seu coração tem sido desperdiçado em mim). E depois escreveu o refrão. — JASON! — Ela gritou. — O que foi? — Traz o seu violão pra mim! — Ela gritou novamente. Poucos segundos depois Jason chegou correndo desesperadamente com um Gianninni na mão. — Você disse pra eu trazer o violão, não foi? Ah, man, eu não acredito! Você vai cantar? Vai tocar e cantar? O que é isso no papel? VOCÊ TÁ COMPONDO? — Ele disse tudo embaralhado. Isso porque Hayley se recusou a cantar ou tocar qualquer musica depois... depois que aconteceu. — Ok, se acalme. Inspire... Expire... Isso... Sim, eu estou compondo e quero o violão pra me ajudar. — Ah, cara! — Ele disse. — Que emoção! Posso ver sua música? — Ahn, claro. — Ela disse e pegou o violão. Fez um F5 e começou a cantar o que tinha composto até ali. Jason ficou surpreso. — Nossa... a letra é forte... a melodia também... e é tudo incrível! Cara, você tem que me ensinar a compor bem assim, eu juro. — Ele disse e Hayley corou. — Fala sério, para de mentira. — Até parece que eu tô mentindo, viu. — Ele disse. — Posso te ajudar? — Claro. Ele re-olhou o papelzinho. — Que tal, Don't look so blue, you should've seen right through... I'm using you, my little decoy. (Não fique tão triste, você deveria ter visto direito... Eu estou te usando, minha pequena isca). E aí você repete, ou grita de novo, ou sei lá. — Adorei! Sério. — Ela disse, sorrindo. Escreveu e cantou. Eles continuaram escrevendo. Jason percebeu que a música falava de Josh. Mesmo assim continuou a escrever. Living life inside a dream, time is changing everything. Forgetting all the memories, and I'm forced into you just cause you're into me. Well hey, hey baby, it's never too late, when I'm gone you won't remember a thing. But I can't stay and you know I won't wait, I was gone from the very first day . (Vivendo a vida dentro de um sonho, o tempo está mudando tudo. Esquecendo todas as lembranças, e eu sou forçada a você só porque você está em mim. Bem ei, ei baby, nunca é tarde demais, quando eu for embora você não lembrará de nada. Mas eu não posso ficar e você sabe que eu não vou esperar, eu tinha ido embora desde o primeiro dia.) — Agora repete o refrão mais algumas vezes. Encaixa um solo de guitarra... fica perfeito. E a gente pode colocar um... — Jason disse. — É... obrigada, Jas, a gente continua depois. Ainda tenho que estudar. — Ela disse rindo. — Mas, obrigada, sério. Que ótimo que você me ajudou. — Assim que ela disse isso eles se abraçaram. Hayley apoiou a cabeça no ombro dele. Aquele sentimento, que Hayley estava sentindo, ficou muito, mas muito maior e mais forte quando ela abraçou Jason. E junto com aquele misto de sentimentos que ela havia sentido, ela sentiu um novo... se juntou... segurança. É, segurança, talvez. Eles só se soltaram quando Jeremy apareceu. — E aí, galera, tô bonito? — Ele disse. Usava um jeans rasgado com uma camiseta branca social por cima e um colete menor. Seu cabelo grande e loiro caia sobre o rosto e a barba (que estava bem maior do que há dois anos atrás) o deixava mais velho do que realmente era.


— Tá lindo, Neguinho. — Hayley disse e ele riu. — Obrigado, Neguinha. Bem, agora eu vou buscar minha Katt. Beijo aí. — Ele disse e pegou a chave no raque da TV. — Tomara que essa namorada do Jeremy seja legal... ele tá realmente apaixonado por ela. — Jason. — É... — Bem... já que Taylor e Dakotah estão se amassando por algum canto e se você entrar naquela cozinha pode vir a matar todos nós, vou fazer alguma coisa para jantarmos. — Ele disse e Hayley gargalhou. — Ok. — Ela concordou. Jason se levantou do tapete e antes de ir a cozinha, lhe deu um beijo na testa. Hayley sorriu de canto. Inexplicavelmente, era a primeira vez em dois anos e meio que ela se sentia verdadeiramente feliz. Isso, é claro, só durou até ela abrir a bendita apostila. E toda a sua felicidade foi por água abaixo. [...] — Hey galera, chegamos. — Jeremy disse entrando. Estava de mãos dadas com uma garota alta, de corpo bonito, morena e olhos vivos. Hayley estava no tapete da sala, com vários papeis a sua volta e o cabelo preso num coque. — E aí, Jerm. — Taylor disse saindo da cozinha e passando pela sala, com seu terceiro prato de macarronada na mão. — Essa é a Katt. — Ele disse e a garota acenou com a mão. Todos a cumprimentaram. Hayley se levantou e foi abraçá-la. — Hm, então você é a famosa Katt. Jerm vive falando de você. — Ela disse. — E você é a famosa Neguinha. — Ela disse e Hayley gargalhou. — Pois é. Ela foi apresentada a todos e todos foram até a cozinha tomar alguma coisa. Eles conversaram com Katt e Jeremy. Hayley voltou para sala antes de todo mundo. Ainda precisava estudar. Ficou por lá durante um tempo até Katt adentrar a sala. — Oi. — Ela disse, se sentando no tapete. — E aí, Katt. — Estudando? — Sim... igual uma condenada. — Ela disse dando uma risadinha. — Faculdade? — Arquitetura. — Ela respondeu. Katt fez que sim com a cabeça, demonstrando que havia entendido. — Jeremy disse que você não faz... — Ah, não. — Ela respondeu sorrindo. — Não preciso de faculdade pra fazer o meu trabalho. No máximo um curso profissionalizante, mas ainda assim não é necessário. Hayley levantou os olhos. — E o que você faz? — Sou Promoter. Eu promovo festas, sabe... Formaturas, casamentos, festas de 16 anos... Quer dizer, não é simples o quanto parece. Você tem que cuidar para que tudo dê certo dentro do orçamento da festa. — Parece incrível. Seu trabalho é uma festa, literalmente. — Elas sorriram e concordaram. — É. Mas e a arquitetura? Você gosta? — Olha, Katt, até que gosto sim. Mas... não tô dando certo com a faculdade, pra ser sincera. É muito chato. — Bem... porque você não faz uma entrevista na PartyPromover? Se eu bem conheço o Nicky, ele vai amar você. — PartyPromover? Nicky? — É a empresa em que eu trabalho... Nicky Mitchell é o chefe da PP daqui. Bem... você pode começar como estagiária... Ele até estava procurando novas promoters... — Gostei disso. — Hayley sorriu. — Quer trabalhar organizando e promovendo festas, Hayley? — Claro. — Legal, então, amanhã esteja na PP que eu mesma te indico pro Nicky. É capaz que ele te contrate só por causa da cor louca do seu cabelo. — Ela disse e as duas riram. — Me passe o endereço. Hayley se animou com a idéia de uma profissão assim. Não precisava de faculdade, e nem precisava trocar a cor do cabelo! Parecia a profissão perfeita para Hayley Williams. No outro dia, no horário marcado, Hayley estava na sede da PartyPromover. Por conselho de Katt, ela se vestiu casualmente, sem muito profissionalismo, mas elegantemente. Entrou e falou com a recepcionista que queria ver Kathryn Camsey. Ela a levou para um escritório enorme, com várias mesas e cada uma delas com um computador.


Mas não era um escritório comum. Invés de homens vestidos em terno e gravata, haviam mulheres vestidas com vestidos, lanches, barulho... e ok, alguns homens. Mas esses pareciam gays. Até que avistou Katt trabalhando em uma mesa, que era dividida com outra garota. Essa última era morena e baixa, tendo no máximo 1,65 de altura. Um pouco menor do que Hayley (que não era muito alta também). Tinha olhos verdes e os cabelos castanhos ondulados caiam pelos seus ombros. Seu sorriso era contagiante. — Ah, oi Hayley! — Katt disse e a abraçou. — Ahn... essa é Alana Smith, trabalha comigo. — Katt disse se referindo a garota morena. — Hm... então é essa a nossa nova garota? — Alana disse. — Só se der tudo certo. — Katt já encheu sua bola pro Nicky, vai dar tudo certo, fica tranqüila. E... ah, eu tenho que falar. Seu cabelo é show. Hayley riu. — Obrigada. — Hayley, você tem quantos anos mesmo? — Katt. — 19. — Ahn, a mesma idade da Alana. Vamos, o Nicky tá esperando. E então as duas garotas foram indo até o escritório reservado do chefe. [...] Passavam das oito da noite quando Hayley chegou em casa. Fechou a porta e encontrou Dakotah comendo o resto do sorvete enquanto assistia um filme. — Ah, Dak! Tenho uma ótima notícia! — Hayley disse empolgada. Dakotah, vendo a empolgação da amiga, animou-se também. — Sério? O quê aconteceu? — Larguei a faculdade! — Ela disse, soltando um grito histérico em seguida. Dakotah fechou a cara e ficou confusa. — E desde quando isso é uma ótima notícia? — É que... Interrompendo Hayley, nessa hora, os 3 homens da casa adentram a porta rindo e gritando. — Hayley! Dakotah! Nós temos uma ótima notícia! — Jason disse. — O quê? — Dakotah perguntou animada. — LARGAMOS A FACULDADE! — Eles disseram em uníssono e Hayley gargalhou. — Mas o quê? Todos tão largando a droga da faculdade agora, é? — Ué, você largou também? — Taylor. — Não. Hayley largou. Mas... me digam: por que raios vocês abandonaram as suas faculdades? — Vocês primeiro. — Hayley disse e os meninos riram. — Vocês sabem do nosso projeto de gravadora, né? — Sim, sei. — Hayley. — Vocês inclusive gravam músicas pra alguns artistas locais e isso mantém isso aqui. E daí? — Pois é. Quando o Brendon disse que aquela música, a Always, tinha sido produzida pela gente, a FueledByRamen, antiga DecayDance, enlouqueceu. Nós três tivemos uma reunião com um agente deles e eles aceitaram entrar como sócio na nossa produção de músicas. Isso quer dizer que: NÓS TEREMOS UMA GRAVADORA PRÓPRIA! — Taylor disse tudo com grande empolgação. Todos gritaram e abraçaram uns aos outros. — Cara, isso é ótimo! Vocês vão ficar ricos com isso. — Dak. — Essa é a idéia. — Jeremy disse. — Mas ainda falta saber por que Hayley abandonou a facul. — Bem... ontem eu conversei com a Katt e ela mexeu uns pauzinhos... Arranjei um ótimo emprego de promoter. E não preciso mais estudar toda aquela chatice! — Ela disse e todos concordaram. — Eu trouxe uma coisa pra comemorar! — Jeremy disse saindo e voltando logo depois com uma sacola de bebidas. Hayley pegou umas taças e eles a encheram de champanhe. — Um brinde, galera. — Jeremy disse e eles foram brindar. — Ao nosso sucesso. — Ao nosso sucesso. — O resto do pessoal disse em uníssono e as taças tilintaram. Dakotah colocou umas músicas e eles começaram a comemorar. Ficaram assim durante muito tempo. Perto das 11h00 Hayley saiu. Foi em direção ao telhado da casa, para olhar as estrelas e a lua que estava cheia. Estava com uma garrafa de keepercoller na mão, mas não havia bebido muito. Ficou lá por um tempo até ela ouvir o barulho da escada. Alguém estava subindo. Sorriu quando Jason se sentou ao seu lado. — Porque veio? — Ela perguntou. — Taylor e Dakotah estão se agarrando na pia da cozinha e Jeremy está conversando com seu mais novo amigo imaginário. — Hayley riu. — Então vim pra cá. — Ok... — Ela disse com o olhar vago.


— Pensando nele, né... — Jason perguntou sem olhá-la. — Também. — Hayley respondeu. — Mas admito que é inevitável pra mim não pensar nele... ou no que ele fez. Hayley disse e eles ficaram em silêncio por um tempo. Até eles ouvirem gritos lá de baixo. ―AH MEU PAI! LOVE STORY, EU ADORO TAYLOR SWIFT. AUMENTA AMOR!‖ Era Dakotah. Então eles aumentaram o som e a voz da Taylor Swift começou a ecoar, a ponto de eles escutarem perfeitamente. — Sabe do que essa música me lembra? — Jason. — Do nosso trabalho de Romeu e Julieta? — Hayley respondeu rindo. — Droga, não dá pra surpreender você. — Ele disse e ela riu novamente. — Pois é... Romeu me leve à algum lugar em que possamos ficar sozinhos, eu estarei esperando, tudo o que precisaremos fazer será correr. Você será o principe, e eu a princesa. Essa é uma história de amor, Querido apenas diga que sim. — Nada mudou, Hayley. — Ele disse, olhando o céu. — Em relação a quê? — A você... a mim... a nós... o que eu sinto... — Ele suspirou. — ainda é a mesma coisa desde aquela época. Ela abaixou a cabeça. Jason a levantou com um dedo e olhou dentro de seus profundos olhos verdes. — Eu já prometi que nunca vou te deixar. Por favor, me deixe ser o seu Romeu. — Ele sussurrou. A respiração dele estava muito próxima de Hayley. Ela fechou os olhos. Jason se aproximou e a tomou num beijo calmo. E aquele sentimento que ela sentia antes voltou novamente, com toda a força. Só que dessa vez havia muita segurança. Hayley decidiu não se afastar. Decidiu contribuir. Ela sabia que Jason não a magoaria. No momento em que seus lábios tocaram os de Jason ela percebeu que nada a machucaria. Ele era o seu escudo. Hayley percebeu que junto dele ela era forte e segura. Ele a protegeria de todo o mal. Sem ele ela era frágil... E foi aí que Hayley percebeu que precisava dele mais do que imaginava. E decidiu não iria deixá-lo ir.


Capítulo 47 – How many surprises for just one day! 6 anos depois Pov. Hayley Olhei o calendário pela milésima vez naquela manhã. Já era pra ter chegado, droga. Com uma caneta vermelha marquei mais um dia. Já era o décimo dia de atraso e eu... estava começando a me preocupar, pra ser sincera. Suspirei e me olhei no espelho. Sorri. A maquiagem um pouco mais forte nos olhos contrastava com meus cabelos recentemente pintados de vermelho. A aventura de deixá-lo loiro não deu muito certo. Dei uma última ajustada no meu vestido e calcei o salto não muito alto que estava no canto do banheiro. Uma última olhada no espelho e saí, tentando inibir a minha preocupação de poder estar grávida para Jason. Ele, mais do que qualquer pessoa, não podia saber que eu não queria uma criança agora. — Bom dia. — Eu disse chegando a cozinha. Ele preparava algo cheiroso no fogão. — Bom dia, sweet. — Ele respondeu, dando-me um selinho demorado. Passou uma mão pela minha barriga. — E como vai nossa criança? — Ele perguntou com aquele brilho nos olhos. — Jas... — Eu disse, suspirando. — ...por favor, não alimente esperanças. Isso já aconteceu antes. As regras atrasam um pouco, você fica feliz, a menstruação chega e você se entristece. Olha pra mim — ele me olhou nos olhos —, quando chegar a hora a gente vai ter um bebê, ok? — Acho que dessa vez vai dar certo, linda. — Ele disse novamente e eu fiz que não com a cabeça. — Só não quero que você fique triste de novo. — Sussurrei alto o suficiente para ele escutar bem. — Mesmo que seja engano, não vou ficar triste, tá? — Ele disse sorrindo e me pegou pela cintura. — Ok. — Respondi rindo e lhe dando um beijo calmo e finalizando com uns selinhos. — Bem, acho que já vou indo. — Mas não vai comer primeiro? — Não... além de eu ter um casamento pra hoje à noite a Alana está tendo problemas com um salão. Tenho que ir com ela conhecer uns novos salões, já que o cliente dela disse que não queria por nada o salão da PP. — Disse enquanto levava uma caneca de café a boca. — Ahn... tudo bem, então. Quer que eu te leve? — Não! — Disse rápido, deixando um pouco de café cair da minha boca, com um certo desespero. — Vou com a Katt. — Hm... — Ele disse, estranhando. — Tudo bem, então. Bom trabalho. Eu amo você. — Ele disse e me deu um beijo. — Também amo você. — Eu disse, assim que nos afastamos. Peguei minha pasta e saí de casa, indo em direção a casa vizinha. A casa de Jeremy. Abri a porta sem bater. Era de casa. — Tia Hayleeeeey! — O pequeno Luke gritou ao me ver. Sorri e me abaixei para abraçá-lo. — Luke! — Gritei no mesmo tom em que ele e o levantei do chão. — LUKE! Você não terminou seu café! — Ouvi a voz de Katt ecoar e levei o garotinho de um ano e oito meses de idade para a mãe dele. Ele era danado. Muito danado mesmo. Tinha os olhos azuis como o do pai e os cabelos castanhos como a mãe. Tinha também o sorriso mais sapeca do mundo, que abria duas covinhas em suas bochechas quando ele o fazia. E novamente o medo me atingiu. Eu poderia ter uma criança dentro de mim agora. Isso é apavorante. — Oi Hayles. — Ela disse, pegando a criança no colo e a colocando numa cadeirinha azul. — Oi Katt. — Eu disse, com um meio sorriso no rosto. — Por quê tá aqui tão cedo? — Ela disse, colocando um colher de mingau na boca do menino, que fazia careta. — Esqueceu que tenho que ir àquele lugar? — Ahn... é verdade. Eu tinha esquecido. — Ela disse. — Tá bom, amor. Você já comeu o bastante. Vai lá no papai e pede pra ele escovar os teus dentinhos que a gente já tá indo pra creche. — Ela conversou com o menininho que sorriu. — Tá bom, mamãe. — Ele jogou os braços pra cima, mostrando que queria ser levantado e ir pro chão. Katt o abraçou e o colocou no chão, mas não o deixou ir antes de deixar alguns beijos na sua bochecha e dizer ―menino lindo da mamãe!‖. Então Luke saiu correndo. Vi o menino correndo até o quarto e senti aquele aperto no peito. Era realmente lindo de se ver o amor de mãe e filho que Katt e Luke tinham. Mas eu... Eu acho que não sou capaz disso. Uma criança só traria sofrimento para mim. E principalmente, para o próprio bebê. — E aí, não chegou? — Katt me perguntou e eu sacudi a cabeça, dizendo que não. — Estou preocupada. O máximo que já demorou foram 6 dias. E se a injeção não tiver dado certo, Katt?


— Eu sou contra essa história de você se prevenir e mentir pro Jason, você sabe. — Ela disse revirando os olhos. — Mas se você estiver mesmo grávida, Hayles, isso só vai trazer felicidade pra você. Eu digo porque eu sou mãe e o Luke é a coisa mais maravilhosa que aconteceu na minha vida. Nessa hora nós escutamos um grande barulho de vidro quebrando e uma voz fininha dizendo ―Desculpa Papai!‖. Katt suspirou. — Mesmo com todos os vidros de perfume desperdiçadas, acredita, é maravilhoso. Sorri. — Não duvido que seja. Mas... e se der algo errado? Eu sei o que é crescer sem um pai, Katt. Eu não quero colocar um ser no mundo pra sofrer. Eu trabalho como promoter, chego em casa tarde das festas... Teria que contratar uma babá... sabe o medo que me dá? — Hayley, o Jason ama você. — Eu sei, mas não se prevê o futuro, Katt. Eu não posso dizer se vou continuar com o Jason daqui a 5 anos. Se eu tiver uma criança e vier a me separar do Jason, ela vai viver como eu vivi. E eu não desejo isso pra ninguém. — Olha, Hayles, tudo bem. Faz o que você quiser. — Ela disse. — Estou com você pro que der e vier, não é mesmo? Sorri e peguei na mão dela. — Obrigada. Pouco depois ouviu-se passos. Jeremy vinha com um garotinho no braço e uma pequena mochila noutro. — Ei, Neguinha. — Ele me cumprimentou. — Oi, Neguinho. — Respondi. — Vem com a tia, Luke? — Estiquei meus braços e Luke largou o pai, vindo me abraçar. O peguei no colo e ele começou a brincar com as mechas soltas do meu cabelo. — Jerm, vou indo agora, ok? — Ok amor. — Ele disse, dando um selinho na esposa e lhe entregando a mochilinha do filho. — Já vou pegar meu baixo e estou indo pra gravadora também. Tem certeza que não quer que eu deixe o Luke na creche? — Não, você busca. Hoje não vou ter tempo. — Ela disse e Jerm assentiu. Logo estávamos no carro de Katt. Luke estava no banco de trás, amarrado na cadeirinha, brincando com um cubo mágico. O som de New Perspective tocava no rádio local. Era o novo single do Panic! At The Disco. Spencer e Brendon faziam um sucesso muito grande. Sim, apenas Spencer e Brendon, pois Jon e Ryan saíram da banda há dois anos atrás. Foi bem triste para todos. Eles se desentenderam fortemente. Os fãs da P!ATC ficaram arrasados. Jon e Ryan hoje estão em um novo projeto de banda, chamado The Young Veins. É triste que eles não estejam mais unidos, mas o que importa é que todos estejam felizes. Sarah e Brendon, esses continuam apaixonados como no primeiro dia. É incrível como depois de 8 anos eles ainda parecem dois adolescentes aventureiros. Mesmo que Sarah tenha de enfrentar toda a ira das fãs. Isso porque sim, as fãs a odeiam. É isso que dá namorar o vocalista de uma banda famosa. — Luke, eu ainda estou te vendo pelo retrovisor. Não desamarre a cadeirinha. — Mas incomoda, mamãe! — Faz o que eu mandei, sim? — Ela disse apenas e eu dei um meio sorriso. — Hayley... E se você estiver mesmo...? — Sinceramente? Não tenho idéia.

[...]

— E aí, Doutor? — Perguntei. Estava no consultório do meu ginecologista. Havia feito alguns exames dois dias antes e teria que pegar o resultado hoje. E, se eu não estivesse... grávida, tomar uma outra dose de anticoncepcional. — Tranqüilize-se, Hayley. Seus ovários estão em tamanho normal e seu exame de sangue deu negativo para gravidez. Deixei-me cair na cadeira e suspirei. Que alívio! O Dr. Parker sorriu. — É uma pena, eu amaria ser seu obstetra. — Ele disse, bem-humorado. — Sem brincadeiras, Dr. — Eu disse, suspirando mais uma vez. — Dessa vez achei que eu realmente estivesse grávida.


— Pois não está. O que houve é que o anticoncepcional que aplicamos mês passado foi um pouco mais forte do que o convencional, por isso, interferiu no seu ciclo menstrual. Não se preocupe. Suas regras já vão chegar. Depois de me entregar meus exames e agradecer ao Doutor eu fui levada para uma sala onde aplicariam o anticoncepcional na veia. Eu não podia tomar pílulas. Se Jason descobrisse que eu estava me prevenindo é bem capaz que saísse de casa. E isso é tudo o que eu menos quero na vida. Jason é minha salvação. Sem ele eu não estou segura. Sem ele eu não sou forte. Eu preciso dele. Mas manter uma criança é uma responsabilidade que eu não posso assumir. Se eu trazer uma vida a esse mundo, ela está sujeita a sofrer o mesmo que eu. Eu não posso deixar nada acontecer de mal pra um filho... Eu não agüentaria. Infelizmente Jason pensa diferente de mim. Começamos a morar juntos há 5 anos atrás, mas não nos casamos. Apenas moramos juntos. Nos consideramos casados, é claro, mas não somos oficialmente. O que não quer dizer nada. Já tem um tempo que ele quer ter um filho. Eu tentei dizer para ele que eu não podia. Tentei explicar meus pontos de vista pra ele. Mas ele não entendia... e eu percebi que o estava magoando. Percebi que o estava perdendo. E isso não pode acontecer. Por isso comecei a me prevenir por mim mesma e dizer para ele que eu quero uma criança. Mas eu não posso deixar nenhum filho meu conhecer o ―amor‖ dessa vida. Eu sei o que é o amor real, e sei que ele só leva ao sofrimento. Foi assim com os meus pais e foi assim comigo. O que garante que não será assim com Jason? O que garante que eu não venha a me separar dele e deixar uma criança sem um pai, assim como eu fui? Eu não posso deixar isso acontecer. Por isso não me sinto tão culpada por estar mentindo para Jason. Eu o amo mais do que tudo hoje, e se não quero ter um filho com ele, é porque não quero que essa criança sofra. Não é egoísmo. Saí do consultório e joguei o algodão com álcool que estava retendo o sangue no meu braço fora. Katt me esperava. — E aí? — Ela perguntou aflita. — Alarme falso. Graças a Deus. — Eu respondi suspirando novamente. Ela também suspirou. — Vamos trabalhar então, mamãe? — Ela disse e eu ri. — A mamãe daqui é você. Vamos. Nicky já deve estar arrancando seus belos cabelos louros. Pouco tempo depois estávamos na empresa. Subimos de elevador e chegamos até o 5º andar, onde trabalhávamos. — Ora, se não são as Senhoras Williams e Davis! — Nicky disse, jogando um beijo no ar para eu e Katt. Sim, ela havia mudado o nome dela. Coisa que eu jamais faria. — Ora, se não é o Sr. Mitchell! — Eu disse, imitando seu tom de voz afeminado. — Brevemente Sr. Nicky Pitt, minha filha. Angelina, se cuida, gata. — Ele disse jogando uma mão para o ar. Eu e Katt gargalhamos. O sonho maior de Nicky era namorar o Brad Pitt. Sonhar é bom, né. — Tá, minhas lindas, falando sério agora. Hayley, como vai o casamento dos McCarter? — Alguns problemas com dois garçons para a festa no salão aqui da PP, mas já foram substituídos. E contratei um barman assim como a noiva pediu. Quando a cerimônia, já está tudo arrumado. O problemas da festa foram resolvidos e hoje, às nove, vai acontecer. — E quanto foi gasto? — Ao todo, 4 mil, quinhentos e vinte e três dólares de custo. Eles pagaram oito mil. — Ótimo, gata! — Ele disse, orgulhoso. — Eu sabia que você daria conta de produzir impecavelmente essa festa. Sorri. — Inclusive — Ele continuou —, quero falar com você na minha sala, ok? Assunto sério. — Ele disse pra mim e enquanto eu me sentava na minha mesa, que ficava a frente da de Katt e do lado esquerdo da Alana. — Certo. — Eu sorri e sentei. Nicky foi para a sua sala no 6º andar. — Sentiu esse cheiro, Katt? — Alana. — Sim, sim... estou sentindo. — Pois é... Cheiro de promoção no ar. Que bom, não? — Alana disse e eu ri. — Nicky não vai me promover, meninas. — Não? — Katt. — Ele elogiou o seu trabalho, te chamou pra conversar na sala dele, brincou e ainda falou novamente da fantasia dele com o Brad Pitt. Ally tem razão. Cheirinho de promoção no ar, hm... Gargalhei gostosamente. Essas garotas são loucas. Depois de iniciar meu computador e checar os últimos preparativos da festa dos McCarter, Nicky me interfonou. Subi o andar até seu escritório particular. Encontrei ele passando a mão pelas suas madeixas loiras. — Hayley, Hayley, Hayley... — Nicky, Nicky, Nicky...? — Eu disse e ele riu. — Gosto do seu senso de humor, garota. Mas, bem, estamos aqui para falar de negócios, certo? — Certo. — Eu disse rindo e ele ofereceu a cadeira para eu sentar.


Nos sentamos. — Estou com um problema, Hayley. — Ele começou. — Tenho uma festa para fazer. É simplesmente uma super festa, sem restrições. Nada de horário restrito, e principalmente, nada de dinheiro restrito. Estão dispostos a pagar o quanto for preciso e eles só tem uma exigência: Que a festa seja perfeita. — E isso é um problema? — Perguntei, confusa. — Sim, isso é um problema. É um problema porque tenho uma linda festa e preciso de uma linda promoter. Só que eu não sei onde achar... — Nicky estava sendo sarcástico. — Hum. — Entrei no jogo. — Poderia... resolver o meu problema, Hayley? — Ele disse e sorriu. — Garanto que se você resolver o meu problema, pode ter seus problemas resolvidos. Gosta da idéia de uma promoção? — Me agrada. — Respondi, sorrindo. As loucas estavam certas, afinal. — Então... aceita? — Perguntou. — Claro que sim! — Eu disse, rápido. — Uma festa sem restrição, onde eu posso soltar minha criatividade sem medo de ficar caro, e ainda ser promovida por isso? É lógico que eu aceito! — Respondi com animação. Nicky sorriu. Era isso que ele queria ouvir. — Ótimo! — Ele disse. — Sabia que você não me desapontaria! Ainda hoje vamos conhecer os donos da festa. Três em ponto, esteja arrumada. — Ok, e será uma festa de 16 anos? Casamento? Despedida de solteiro? Ou... um evento de gala? — Ah, é simples. Apenas uma cerimônia militar. Como é de se esperar, meu sorriso sumiu. Estava perfeito demais para ser verdade. — Não vou fazer. — Disse apenas e me levantei da cadeira, indo em direção à porta. — Pois é, querida Hayley. — Ele disse, me vendo sair. — Mas é com pesar que digo que, se você recusar essa festa, vai ter de dar adeus a essa companhia. Olhei pra trás e ele mantinha o olhar ereto. — Está me dizendo que mesmo que eu tenha trabalhado fielmente pra você durante 6 anos, por causa de uma festa que eu recuso, você vai me despedir? — Não é a primeira cerimônia militar que você recusa, Hayley! — Você sabe que eu não faço festas assim pelos meus motivos. Você não pode me despedir! — Sim, eu posso, e vou caso você não aceite. Hayley, amor, eu estou te propondo uma festa perfeita. Todas as garotas que trabalham aqui dariam um braço pra ter essa oportunidade que você tá tendo. Não tem restrição de dinheiro, certo? Pense no que você pode fazer como buffet, pode ter bailarinos profissionais, banda ao vivo... Pense no que você pode fazer na decoração... Pense, querida. — Nicky, olha, dê essa festa pra outra pessoa! A Alana sempre promove as festas militares. Vai adorar pegar a festa. — Ela promove as pequenas, gata. Essa é a promoção de um coronel para um general. E não é só isso, esse coronel vai ser o mais novo general dos Estados Unidos, provavelmente. Eu não posso falhar. Por isso escolhi você, que é alguém que não falha. E... se você não quiser a festa, eu sinto muito, mas não vai mais trabalhar aqui. E será demissão por justa causa. Engoli seco. — Vamos, Williams! Eu sei que tem bofe nessa história dessa sua história de odiar militares e afins. Mas você sabe, Nicky Mitchell não dá segundas chances. Respirei fundo. Seria incrível produzir uma festa dessa maneira, quer dizer, é o sonho de qualquer promoter... Mas droga, tinha que ser uma festa militar? — Vai mesmo deixar a minha humilde companhia? — Ele disse. Respirei fundo novamente e fiz que não com a cabeça. — Essa é a minha garota! — Ele disse, feliz. — Hoje, às três, vamos conhecer o dono. Faça seus projetinhos que eu sei que você tem e leve. — Ok... ok. — Eu disse, ainda cabisbaixo. — E hein, te quero feliz, viu? Nada de cara feia na PP. — Pode deixar, Mister Pitt. — Eu disse, rindo. Nicky sorriu também. Baixei o olhar e entrei no elevador, de volta ao meu andar mais baixo. Caramba, não podia ser qualquer outro tipo de festa? Qualquer, cara. Qualquer uma. Mas só de pensar em militar eu sinto um arrepio ruim. Eu vejo ele sangrando, matando, com aquela farda suja de terra. Ai, Hayley. Você tem que esquecer essa história. A guerra já acabou tem muito tempo e hoje ele deve estar com a vida dele formada, e é provável que você nunca mais o veja. É isso. Eu vou fazer essa festa e provar de uma vez por todas que eu... Eu esqueci Josh Farro. Saí do elevador um pouco mais confiante. De fato, meus pensamentos contraditórios e positivos me ajudam. — Katt, olha, o cheiro de promoção aumentando... — Ally.


— Ah, sim. Olha a promoção em pessoa chegando ali. — Katt disse eu sorri sarcasticamente, desfazendo meu sorriso em seguida. — Foi promovida? — Não. Pelo menos, não ainda. Nicky me ofereceu uma festa perfeita. — Como assim? — As duas perguntaram em uníssono. — Tipo assim: posso gastar o quanto eu quiser. — Ah, meu sonho. — Alana disse enquanto teclava no computador. — É, eu sei. Eu tava super animada até descobrir que era uma festa de cerimônia militar importantíssima e blábláblá. Parece que um cara novinho conseguiu virar general. — Se você tiver recusado eu juro que meto esse teclado na sua cara. — Alana disse gentilmente. — Recusei a princípio. Mas ele disse que se eu recusasse perderia meu lindo emprego. — Olha, Hayles, eu acho que você deve deixar o seu passado no passado. Se o presente te quer feliz, rica e promovida, aceite. — Katt disse. — É, eu sei. Você tem razão. Vou produzir a festa do generalzinho. Então... acho melhor eu estudar um pouco sobre o assunto, pesquisar alguns projetos de decoração e deixar minha imaginação fluir. — É isso aí, amiga. Pesquisei sobre tudo que precisava e separei alguns modelos de decoração e de salão que pudessem agradar ao Coronel/General. Foi tudo o que eu consegui fazer a tempo. Parando apenas para almoçar, eu trabalhei bastante no projeto de festa. Imprimi alguns papeis, retoquei a maquiagem e as 2h45, Nicky e eu já estávamos saindo no carro dele, em direção a um salão de festa que ficava há poucos quilômetros dali. Chegamos em menos de 10 minutos e entramos. Haviam algumas pessoas espelhadas pelo salão. Umas 15, no mínimo. Boa parte eram homens fardados. Então eu vi uma garota. Ela era alta, tinha o cabelo liso e castanho até as costas, corpo bonito. Virou o rosto e me fitou. Sorriu. Ela tinha um olhar penetrante e esperto. O sorriso me pareceu sarcástico. Tinha 16 anos no máximo. Era uma bela adolescente, mas, por que me pareceu tão familiar? Arrumei a postura e continuei a andar ao lado de Nicky. — Olha, Hayley, lá tá o bofe que vai virar General. Aquele de costas. — Ele disse referindo-se a um homem. Era grande. Tinha costas fortes e postura muito bem desenhada. Os braços eram largos e as pernas... nem preciso dizer. Chegamos perto do rapaz e fiz meu melhor sorriso. Ele se virou. Meu sorriso se desfez. Só. Pode. Ser. Brincadeira. — Hayley? É... É você mesmo?


Capítulo 48 – I hate you. And this time it’s real.

Pov. Hayley

— Hayley? É... É você mesmo? Empalideci. — Vocês se conhecem? — Nicky. É. Se o destino existe realmente, ele é um grandissíssimo filho da mãe. Por que sim, aquele Coronel, era o soldado que há 8 anos atrás me deixou por uma guerra. Josh me olhava com um brilho enorme nos olhos. Como ele havia mudado, Deus... Mas ainda é o Josh Farro que me deixou há 8 anos. O mesmo que me beijou e jurou que me faria feliz pra sempre. O mesmo que se foi e me deixou sofrendo por tanto tempo. — Eu não vou fazer a festa. — Disse apenas e me virei. Eu não o queria ver. Não queria. Ele me fez sofrer durante muito tempo. Estar perto dele era o mesmo que sofrer outra vez. E quer saber de uma coisa? Já chega de sofrimento pra minha vida. — Espera, Hayley, espera. — Ele pegou um braço meu e me puxou para trás. — Por favor, espera. — Eu não quero esperar. Eu vou embora agora e nunca mais vou te ver, ok? Me solta. — Eu disse me soltando de suas mãos fortes e saí andando. Escutei o barulho do sapato social de Nicky batendo contra o mármore. — Hayley, se você sair por essa porta não precisa mais votar para o trabalho! — Ele gritou. — Fine! Mas essa festa eu não faço. — Disse e continuei andando. Até eu passar pela mesma garota que passei ainda por agora. Quando passei por ela, ela disse: — Ora, ora. Se não é Hayley Nichole. — Ela disse e eu parei de andar. Me virei e a adolescente me olhava sorrindo sarcasticamente. Fiquei confusa. Como ela sabia meu nome? — Não acredito que depois de tanto tempo você ainda tem essa cor maluca de cabelo. Ela viu meu rosto confuso e gargalhou novamente. — Não creio! Não se lembra de mim? — Ela disse e eu fiz que não com a cabeça, ainda confusa. — Que vergonha esquecer da sua ex-cunhadinha, Hayles. — ISABELLE?! — Disse um pouco mais alto do que eu queria. — A própria. — Ela disse e passou uma mão pelos cabelos que caiam sobre os ombros. — Oh, meu Deus! — Eu disse e a abracei. Isabelle estava realmente enorme. Era mais alta do que eu, que estava de salto. — Nossa, como você está linda! — Exclamei. — É, eu sei. — Ela disse, rindo. — Enfim, o que está fazendo aqui? Vai produzir a festa do meu irmão? Ah, dude, isso é muito legal! — Hm, Isabelle, é que... — Oh, gente. É Hayley?! — Uma voz me interrompeu. Virei-me e lá estava a Sra. Farro. Não havia mudado muito desde a última vez que eu a vi. Abri a boca. — É sim, mãe. Ela é a promoter da festa do Josh. — Isabelle disse. — Não, eu... — Oh, Hayley, que bom te ver! Eu nunca mais te vi! Você sumiu. — Ela disse e me puxou para um abraço. Retribuí. — Por que você sumiu? Dei um meio sorriso e passei uma mão pela nuca. — Bem... depois do que aconteceu, eu... precisei de um tempo pra mim. Nunca mais voltei em Franklin, na verdade. — Eu disse, meio sem jeito. — Então você é promoter agora? — Ah, sim. — Nicky disse, enfiando-se na conversa. — Está entre as mais competentes da minha companhia. Poderia organizar a festa do oscar com perfeição, se lhe oferecessem. — Ele disse, passando uma mão pelo meu braço. — Ahn, não duvido! Sabe, eu confio a minha vida a essa menina. Saber que ela vai produzir a festa do Josh é um grande alívio. Eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Hayley é muito talentosa e tudo o que ela se dedica a fazer fica perfeito. — Hah, isso me lembrou uma coisa. — Isabelle. — Lembro muito bem de quando Hayley ia lá pra casa tocar com os amigos do Josh. Eles tinham um monte de músicas. A banda deles era até legal. — Banda?! — Nicky disse com o maior sorriso do mundo no rosto. Legal, agora ele usaria isso contra mim pro resto da vida. Sorri.


— É, mas eu não... — É realmente perfeito que você produza a festa do meu maninho, Hayley. — Com certeza! Ter você produzindo essa festa vai ser incrível. Você sabe que é como uma filha pra mim... — Sim, eu sei, mas eu não... — Sabe o que eu estava pensando? Convidar a sua mãe e o marido dela, os filhos dele... Seria incrível ver todo mundo junto outra vez. A imagem de Melanie passou pela minha cabeça. Senti náuseas. — Não! Eu não vou... — Pois é, Hayley. Eu confio totalmente na sua competência. Sei que vou poder contar com você para deixar essa festa linda. — É claro, Sra. Farro. Hayley vai deixar essa festa impecável, não é, Hayley? — Nicky me perguntou com um meio sorriso no rosto. Abaixei o olhar. — Claro. — Respondi num fio de voz. As duas mulheres da família Farro sorriram e começaram a falar. Nicky chegou ao meu ouvido e sussurrou: — Sabia que você não ia me decepcionar. — Sorri de canto, inibindo minha grande vontade de sair correndo dali. Nicky olhou para a esquerda onde Josh esperava conversando com algum militar. — Pois é, Hayley, vamos apresentar os seus projetos para o General Farro? Com licença, senhoritas. Fiz que sim com a cabeça saí dali, indo em direção à onde ele estava. O outro militar saiu e ele ficou sozinho. — Olha quem voltou. — Josh disse, sarcástico. Revirei os olhos. Abri a boca para responder, mas Nicky me deu uma cotovelada, reprimindo-me. Me calei. — Primeiro de tudo, nós o parabenizamos, General Farro. — Ah, não. — Ele sorriu. — Ainda não fui nomeado a General. Por enquanto, ainda sou coronel. — Claro. Bem, Hayley trouxe alguns projetos prontos de festa desse estilo para apresentar ao senhor. Hayley? Pigarreei e abri a pasta que estava na minha mão. — Espere, vamos nos sentar primeiro. — Josh disse e abriu espaço para Nicky passar. Ele foi e ficamos os dois andando atrás dele. — Não acredito que finalmente te achei. — Ele sussurrou. — Se você não quisesse ter me perdido não teria me deixado. Cala a boca, eu só estou fazendo isso por não ter escolha. — Eu ainda amo você, Hayley. — Que pena. Porque eu te odeio. — Podemos nos sentar aqui, Coronel Farro? — Nicky perguntou olhando discretamente para a parte de baixo de Josh. Sorriu de canto. Olhei-o com indignação. — Sim, aqui está ótimo. — Ele respondeu, sem perceber. Nicky fez que sim e nós nos sentamos ao balcão. — Então, Coronel Farro — Enfatizei. Ele olhou pra baixo, não gostando da minha atitude. —, eu separei alguns projetos. A nossa companhia já promoveu e organizou várias nomeações militares, mas a sua não é uma nomeação qualquer, afinal, o Senhor é o General mais novo do Tennessee, e provavelmente, dos EUA. Ele concordava com a cabeça a cada palavra que eu dizia. Apresentei alguns salões e as minhas idéias para a festa. Ao terminar, ele reprimiu os lábios e disse: — Hum... os projetos são bons, Senhorita Williams. — Ele enfatizou, demonstrando que queria entrar no meu jogo. — Senhora. — O reprimi. Vi seu rosto ficar pálido. Ele pigarreou, tentando disfarçar o mal-estar. — Senhora Williams, perdão. — Ele disse, suspirando algumas vezes. Olhou a mim e a Nicky com certa fúria. — Como eu dizia, os projetos são bons, mas não o suficiente pra mim. A Senhora pode preparar mais alguns, e eu terei o prazer de vê-los e decidir se serão bons para a minha festa. Nenhum desses me interessou. Fechei a cara. Eu trabalhei pra caramba nesses projetos e agora eles simplesmente ―não são o suficiente‖? Eu nem almocei por causa deles! — Claro, Coronel Farro. Farei os novos projetos. Podemos, ir, Nicky? — Disse com voz calma, lutando para não demonstrar minha raiva. — Ok, ok, vamos. Até mais, Coronel. — Até mais; Até mais, Hayley. — Ele disse e pegou minha mão, beijando-a em seguida. Suspirei e tirei a minha mão. Virei-me e me dirigi à saída, junto a Nicky. Entrei no carro e respirei fundo. Que grande merda, viu. — Tá ok. Agora você vai me contar tudo. — Nicky disse, assim que entrou no carro. — Como assim? — De onde você conhece o bofe, a irmã dele, a mãe dele e por que vocês estavam se tratando estranho?


— Conheço a mãe dele desde que nasci e a irmã dele eu conheço por ser filha da mãe dele. E... ele é meu amigo de infância. — Disse apenas e me afundei no banco do carro. — Só isso? — Namoramos quando éramos adolescentes, ok? Satisfeito? Tínhamos amigos, uma banda, e ele abandonou tudo pra ir guerrear. Por isso não nos falamos. — Então ele é a razão por você ter recusado todas as outras festas militares? — Sim. Eu o detesto e detesto tudo o que me lembra ele. Inclusive as músicas da banda. Nicky suspirou e sorriu. — Eu até tiraria você dessa festa pra te poupar. — Sério? — Sim, mas depois que ele te viu, disse que se você não fizesse a festa ele dispensaria os meus serviços. Ele quer por que quer você. E, sabe Hayley, eu não posso perder essa festa. E eu juro que vou te recompensar. Abaixei a cabeça. — Tudo bem, eu não ligo. Eu o odeio e vou fazer essa festa pelo meu emprego. Dane-se. Agora liga o carro, eu ainda tenho uma festa pra monitorar. — Nicky fez que sim com a cabeça e ligou o carro. Começou a dirigir e, de repente, começou a rir. — Qual é a graça? — Você namorou com ele, né? — Não responda uma pergunta com outra. — Revirei os olhos. — Sim, namorei. Porquê? — Por um segundo eu não pude deixar de olhar o Coronelzinho aonde realmente interessa. E... OMG, hein?! — Ele disse e disparou a rir. Revirei os olhos. — Tudo bem, você pode odiar ele e tal. Mas eu daria um braço pra ter 5 minutos com ele. — Nicky disse e mordeu o lábio inferior. — E o Brad Pitt? — Eu disse e ri. — Ahn, bem, ele ainda será meu. É só que homens de farda me deixam assim mesmo. — Você é muito depravado. — Sou esperta, só. Ótimo, ele já se colocou no feminino. — Ele gosta de mulheres, tá? — Eu disse, depois de um pouco de silêncio. — Aham. — Ele respondeu. Fiz que não com a cabeça e deixei um riso escapar. Nicky é realmente louco. Olhei o relógio. Eram 4 da tarde. — Ei, me deixa em casa? Preciso arrumar umas coisas pra cerimônia dos McCarter. — Pedi. — Claro. E essa é outra coisa boa de se trabalhar como promoter. Não tem um expediente normal. Assim que cheguei em casa, deixei-me cair no sofá macio. Minha cabeça latejava levemente. É muita coisa pra um dia só, gente. Primeiro, eu quase engravido. Depois, Josh reaparece depois de 8 anos. É realmente demais pra mim. — Hayley, já tá em casa? — Ouvi a voz de Jason ecoar. — Sim, amor. — Respondi. Ele chegou a sala e se sentou ao meu lado, deixando um beijo no topo da minha cabeça. Acomodei-me em seu peito. Era realmente ótimo estar com Jason novamente. Ele passou um braço pela minha cintura e o seu cheiro me envolveu. Me senti bem. Assim como toda vez que eu sentia quando estava perto dele. — Por que está aqui tão cedo, também? — Perguntei. — Tive alguns problemas no trabalho. Uma bandinha que gravou com a gente outro dia não pagou, e agora, sumiram. Procuramos esses caras por todo canto, mas eles realmente sumiram. Tivemos que escutar uma ―bronca‖ do representante da FBR. Estou cansado, não agüentava mais um segundo naquele lugar. — É, parece que nossos foram igualmente ruins. — Eu disse. — Eu estar aqui com você alivia toda a ruindade do meu dia. Estar com você faz tudo valer a pena. — Ele disse e eu sorri, sem olhá-lo. Me virei e coloquei uma mão em seu peito, passando a outra pela sua nuca. O tomei num beijo calmo e sereno. Senti uma onda de alegria e paz me envolver. Quando nos separamos, segundos depois, ele disse: — Eu te amo. — Também te amo. Muito mesmo. — Eu disse e lhe dei mais alguns selinhos, voltando para a outra posição logo depois. — Sabe quem ligou? — Ele disse. — Não, quem? — Esqueci de te dizer. Assim que você saiu, a Sarah ligou. Ela disse que a Panic! at The Disco vai fazer uns shows por aqui e está com saudades. Vem daqui a um mês. — Ah, que ótimo! — Exclamei. Já fazia alguns meses que eu não via Sarah, e estava com saudade de toda a sua loucura. — Sim. — Estou morrendo de saudade daquela louca. — Eu disse e nós rimos.


— Lembra quando você foi promover a festa de 16 anos de uma fã do Panic! At The Disco e a menina viu você com a Sarah? — Jason me lembrou do fato. — Sim. Perfeitamente. Nunca vi tantos palavrões saírem da boca de uma adolescente. — Respondi. — Mas sem preocupações. Não vou promover nada quando a Sarah vier. — É melhor mesmo. — Ele disse rindo. — Mas... hm, você não me disse como foi o seu dia. Engoli seco. Deveria contar para Jason que Josh tinha voltado? — Minha festa de hoje teve um problema com dois garçons. — Tenso. — E... — Suspirei. — E...? — Fui forçada a fazer uma festa militar. Se eu não fizer, perco o emprego. E o Nicky perde uma das maiores festas da nossa história. — Mas você não teve como fazer nada? Ele sabe que você detesta festas assim! — Jason parecia meio irritado. E isso só contribuiu pra me deixar mais inquieta. — O dono da festa exigiu que fosse eu quem promovesse. — Porque? — Por que o dono da festa é o Josh. — Eu disse num fio de voz e Jason tirou minha cabeça do seu peito. Me sentei, ficando de frente pra ele. — Você aceitou promover uma festa do Josh? Mesmo depois de tudo o que ele fez? — Eu não tive escolha. A mãe dele apareceu lá e me colocou contra a parede, falando daquele jeito dela. Apareceu a Isabelle também, cara, você lembra dela. Eu... não tive escolha. Ou eu promovia, ou dava adeus pro meu emprego. Jason forçou os lábios e olhou pro lado. — Ei, olha, presta atenção. — Ele olhou pra mim. — Eu não sinto mais nada pelo Josh, ok? Aliás, tudo o que eu sinto por ele é raiva e rancor. Eu não gosto mais dele. É com você que eu estou e é você que eu amo hoje. O que houve comigo e com o Josh naquela época foi coisa de adolescente. Ele foi o meu primeiro amor, Jason. Mas é você que eu quero pra mim hoje. E eu só vou produzir a festa do Josh porque eu não tenho escolha. Eu o odeio, juro. E amo você. Os olhos deles brilharam levemente e eu me aproximei, beijando-o devagar. Ele passou uma mão pelas minhas costas enquanto eu me debruçava em cima dele e brincava com seus lábios. Separamo-nos alguns segundos depois. Ele me encarou e acariciou meu rosto com as costas da mão. — Eu amo você. — Ele disse como se fosse a primeira vez que pronunciava aquelas palavras. — Eu amo você também. Só você. E era de verdade que eu dizia aquilo. Josh pra mim não passava de uma lembrança. Eu não o amo. Eu o odeio. E dessa vez, é de verdade.


Capítulo 49 – Make no mistake. Nothing it’s decided.

A grande máquina imprimia o trabalho de Hayley. Ela havia trabalhado dia e noite nesse projeto para a festa militar. Uma semana inteira apenas trabalhando, até mesmo em casa. Ela queria terminar tudo logo de uma vez. Queria que o Coronel só olhasse, escolhesse o projeto e ela pudesse dar continuidade ao trabalho sem a necessidade de vê-lo. Hayley queria evitar ao máximo todo e qualquer contato com Josh. Até mesmo o visual. Isso porque agora ela amava Jason. Josh era apenas o passado, pensava ela. O seu triste e doloroso passado. Depois que todas as páginas foram impressas ela as grampeou em uma pasta dourada (típica de projetos da PP) e voltou para a sua mesa. — Hayley, posso te pedir um favor? — Katt disse assim que ela colocou os papeis em sua mesa. — Depende. — Jeremy vai me levar pra jantar hoje e eu queria que você cuidasse do Luke. Tudo bem? Hayley abriu um sorriso. O filhinho de Katt e Jeremy era uma figura. E a adorava. — Tudo bem. Ele vai dormir lá em casa? — Pode ser? — Aham. — Assentiu. Organizava algumas canetas que estavam em cima da mesa quando uma idéia a atingiu. — Ei, Katt. — O quê? — Já que eu vou te fazer um favor, que tal você fazer um pra mim também? — Perguntou, com um meio sorriso no rosto. — Ahn... ok. O que é? — Hoje eu tenho uma reunião com... o dono de a festa Militar. — Suspirou por um momento. — Enfim, não quero ir sozinha e você sabe, o Nicky só acompanha a primeira reunião... — Quando é? — As 3. — Ah, Hayley, não dá. Eu tenho uma reunião com uma família que quer fazer uma festa de casamento. Desculpa. — Ah... — Reprimiu os lábios, contrariada. Hayley teria de ir sozinha a reunião. E isso a perturbava. A idéia de ficar sozinha com Josh por qualquer momento a incomodava. Ela dizia não saber o porquê. Mas convenhamos. Todos nós sabemos que é porque, simplesmente, ele pode ser uma droga irresistível. Ainda mais agora. E mesmo que ela não pensasse jamais em ficar com Josh, a situação de ficar sozinha com o cara que ela odiava era perturbadora. Que diga ela própria há uns anos atrás num elevador. — Quem quer café? — Alana interrompeu seus pensamentos chegando com uma prateleira com alguns copos grandes de plástico de café. Hayley pegou o seu capuchino e agradeceu. — Ei, Ally, vem comigo na reunião com o Coronel Joshua Farro? — Perguntou. — Quando? — Hoje, às 3. — Você vai ficar me devendo um favor. — Ela disse, sorrindo. Depois de suspirar aliviada, Hayley também sorriu e levou o copo com o liquido quente à boca. Com a Alana com ela tudo ficaria mais fácil, com certeza. E ela detestaria pedir a ajuda de qualquer outro promoter que não fosse Alana ou Katt.

***

— Ok, minha linda... Eu também te amo... Não, eu te amo mais... Eu tô dizendo! Eu amo mais... Eu amo mais... Tá bom, eu preciso trabalhar... Não! Desliga você!... Desliga você... Não, Dak, desliga você... Não, linda, desliga você... Desliga você... Não, desliga você... — Ai, inferno! Desliga logo essa bosta! — Jeremy gritou irritado e Jason riu. — Não, amor, é o Jeremy enchendo o saco aqui... não, vai, desliga você... — Quer saber? — Jeremy foi para cima de Taylor e tomou o celular dele, desligando-o. — Man! Porque você fez isso? Ela vai ficar achando que eu desliguei na cara dela! Me dá isso aqui. — Não dou merda nenhuma. Vai trabalhar. — Jason gargalhou enquanto mexia em algumas freqüências no notebook que era embutido na mesa de som.


Taylor bufou e entrou dentro do estúdio, pegando a guitarra e fazendo o solo que eles haviam ensaiado. — É amor demais, Senhor. — Jason finalmente disse, entre risadas. Jeremy riu também. — Eu amo a minha mulher, mas isso é muito grude. Credo. E não acaba! Jason fez que não com a cabeça, rindo. Então o interfone tocou. Jeremy atendeu. — Oi Kate... — Kate era a secretária deles. — ...Hm... Quem? Sério? Ah meu Deus! Manda subir! — Ele quase gritou, entusiasmado. Jason olhou torto, curioso. — Ok, Kate. — O que é pra subir? Jeremy ignorou a pergunta de Jason e se aproximou do microfone que permitia dar som ao estúdio. — Ow, amante, sai daí. A gente tem uma ótima visita! — Ele disse e Taylor tirou os fones de ouvido e colocou a guitarra no tripé, saindo dali logo depois. Jason decidiu não perguntar outra vez. Logo a porta se abriu e Kate deu espaço para dois rapazes entrarem. Um, alto, tinha um bigode no rosto e um olhar brincalhão. O outro, tinha postura e corpo perfeito. E ah, um piercing no lábio. — Zac! Cara, que saudade! — Jeremy gritou, praticamente pulando em cima do amigo. — E aí, galego. — Zac disse, bagunçando o topete perfeito do rapaz. Logo depois eles pararam de se abraçar e Zac abraçou Jason. — E aí, cara, tudo bem? — Tudo ótimo, fofinho. — Jason brincou. Mesmo com sua antipatia por Josh, nada mudara com Zac. Ele continuava sendo Zac, apesar de tudo. — Ah, cara, fala sério. Estou magro. Magro e gostoso, é. — Jason gargalhou. Josh já havia abraçado a Jeremy e Taylor, e então, por questões de educação, foi até Jason. — Oi Jason. — Ele disse, sem sorrir. — E aí, Josh. — Jason respondeu, apertando sua mão educadamente. — Maaaan! É aqui que vocês trabalham? — Zac quebrava a tensão do momento com sua voz cômica. — Que chique! — Eles riram. — Posso testar a bateria? — Vai lá. — Taylor disse e entrou com Zac no estúdio. Jason sentou rapidamente e ajustou os controles que deixavam o som ecoar não só pelo estúdio, mas pela sala inteira. Zac batucou fortemente na bateria, até que parou. Falou com Taylor alguma coisa (que não deu para escutar, pois os microfones não estavam ligados, e sim, os instrumentos) e ele pegou a guitarra. Zac então bateu no tambor maior e Taylor começou a fazer o solo de That‘s What You Get. Os olhos de Josh brilharam com o som daquela introdução. Quanto tempo havia que a Paramore não tocava... E era tão provável que não tocassem nunca mais. Tudo por causa dele. Balançou a cabeça negativamente tentando afastar os pensamentos de culpa. — Nossa! Quanto tempo tem que eu não escuto essa introdução. — Jeremy disse, sorrindo de orelha a orelha. — Dois. — Jason. — Três. — Josh disse por último. Terminada a introdução eles pararam e se aplaudiram. Jeremy se aproximou do microfone. — Anos luz que eu não ouço isso, hein galera? — Ele disse e viu Taylor gargalhar dentro do estúdio. — Muito bom. Hey, saiam daí, vamos tomar um chopp. Logo Zac e Taylor estavam fora do estúdio. — Cara, eu não acredito que acertei o solo depois de tanto tempo. — Taylor disse para Zac. — Eu nunca esqueci. Legal seria se a Hayles tivesse aqui pra cantar pra gente. — Zac. — Vocês foram ótimos. — Jason disse, dando um tapinha no ombro de Zac. — É, eu sei. — Zac disse rindo. — Mas e o chopp? Já vou avisando que estou sem dinheiro. — Tudo bem, nosso sargento vai pagar, né não, Josh? — Taylor disse e Josh gargalhou. — Primeiro: Eu sou coronel. Segundo: Não. — Josh disse rindo e todos ali riram. — É o coronel moderninho, olha só o piercing. — Eu só não consigo parar de usar. — Josh riu de canto. — É lógico que eu tiro quando estou trabalhando, né. — Ok, vamos? — Jerm. — Certo, vamos. — Taylor disse e os rapazes saíram de um dos estúdios do prédio. Isso porque sim, a gravadora deles era um prédio com vários estúdios. Digamos apenas que o negócio prosperou. Mas mesmo assim Taylor, Jason e Jeremy não ficaram arrogantes. Haviam muitos funcionários na empresa e eles trabalhavam como qualquer um. Eram os chefes que todos gostariam de ter. Jason, é claro, não estava totalmente a vontade com aquela situação. Afinal, Josh estava ali. Mas ele tentava não criar um clima tenso, então, sempre ria das palhaçadas de Zac e Taylor. — Kate — Jeremy avisou a secretária que estava no balcão do térreo do prédio —, nós vamos dar uma saída, ok? Se o John não ficar sabendo, quem sabe uma certa secretária pode ganhar um reajuste no salário? Jeremy era o rei do suborno à Kate. Ela sempre encobria as saídas dos 3 rapazes. John era o sócio da FueledByRamen. Os cinco homens saíram do prédio e foram andando até o PUB que ficava a menos de 500 metros da gravadora. Entraram sorrindo. Aquele lugar era geralmente freqüentado por Jeremy e Taylor, já que Jason nunca foi muito de beber. Eles se sentaram em bancos de frente para um balcão.


— Hey guys. O que querem? — Disse a garçonete do outro lado do balcão. — 5 chopps, por favor. — Jeremy respondeu. — Eu não posso tomar, tenho que ir a uma reunião daqui a pouco. — Josh disse. — Então... 4 chopps? — Sim. — Certo, 4 chopps saindo para os rapazes. — A garçonete sorriu e foi falar com um barman. — Mas e aí, Josh, é verdade que você levou um tiro, cara? — Taylor perguntou interessado. — É... mas foi só um no braço. Na verdade, eu me precipitei. Tinham matado meu melhor amigo e eu quis me vingar. Não estava bem protegido e levei um tiro. Mas eu me recuperei rápido. — Josh disse aparentemente sério. Jason sentiu um frio na espinha a ele dizer isso. Era a mesma situação que Hayley tinha descrito, num sonho. — Puxa! — Ele exclamou. — Mas hein, Josh, você... Deve ter ficado bem irado, né. Tipo, gritado... matado todo mundo... chorado... — É. — Josh finalmente sorriu. — Parece até que você estava lá. E é verdade, o Nate era o meu herói... ele ter morrido foi uma grande injustiça... Ele morreu por mim. — Como assim? — Jason. — Ele viu antes de mim que eu estava na mira. Então ele se atirou na minha frente. — Uau, que história. — Taylor. — Os chopps, meninos. — A garçonete disse, colocando os quatro copos no balcão. Todos, exceto Josh, pegaram um copo. Jason, enquanto sentia o líquido gelado passar pela sua garganta, se sentia estranho. Era exatamente essa a cena que Hayley havia descrito no seu último pesadelo com Josh. Como ela teria visto aquilo? Ele decidiu se calar. Josh ficar sabendo que Hayley havia sonhado com aquela cena exata não era uma boa coisa. Isso sem dizer que não havia explicação lógica para tal. Josh, por insistência dos demais, continuou relatando sua estadia na guerra. — E... você entregou o livro pra sobrinha do Nate? — Jeremy. — Eu procurei por quase um ano até achar, mas sim, eu entreguei. Ela tinha 15 anos, apenas. Quando eu disse que era amigo do Nate ela sorriu e chorou ao mesmo tempo. Nunca ninguém me agradeceu do jeito que ela fez. Ele era muito especial pra quem realmente gostava dele. — Agora, uma pergunta muito mais importante do que essa guerra: Zac, por que esse bigode, meu querido? — Taylor disse e todos riram. — Deixa de inveja, T. Você está morrendo de vontade de ter um bigode sexy como o meu. — Sensualidade do Mario Bros, ui! — Taylor. — Tá certo, o Luigi aqui — Josh disse, arrancando algumas risadas — precisa sair. Eu tenho uma reunião. — Oficiais? — Na verdade não. Com os promoters da festa de nomeação a General. — Ele disse, orgulhoso. — A Hayley é promoter... — Jeremy disse, pensativo. — A Hayley é a promoter dele. — Jason disse dando um gole grande de chopp. É lógico que ele detestou ter dito aquilo. — Ahn. — Jeremy disse olhando para Jason. O ―ahn‖ na verdade quis dizer ―Mano, que grande merda, hein?!‖. — Ok — Josh tirou alguns dólares do bolso e colocou no balcão —, vou indo. Tchau. Ele apertou a mão de cada um dos rapazes e saiu do PUB. — Cara, que péssimo. — Taylor disse. — Mais um, por favor? — Jason pediu outro chopp. — Sim, T. É péssimo. — Por quê? — Zac perguntou confuso. — Ah, cara! Ele não sabe! Dude, Jason e Hayley são casados. — Não somos. — Moram juntos e se fazem de casados mesmo sem usar aliança. — Jeremy corrigiu. Zac ficou tão surpreso que o metade do seu chopp caiu sobre o balcão. Logo a mesma garçonete veio limpar e deixar o chopp de Jason, que tomou metade do copo em um gole. — Você e a Hayley são casados, man? — Sim. Mais ou menos. Somos sim. — Jason disse. — Nossa. É... realmente péssimo. — Querem saber de uma? Eu confio na Hayley. Ela não quer o Josh e já deixou isso claro pra mim. Se ela tem que produzir a festa dele, numa boa. A palavra dela vale muito mais do que qualquer coisa. E outra que eu não me sentiria bem em deixar ela perder o emprego por conta de um ciúme meu. — Ah, se fosse comigo e minha Dak, eu não deixaria. — T., sem brincadeira, você é o marido mais grudento do mundo. — Jeremy. — Sou grudento porque amo. — Eu amo e deixo minha mulher ter a vida dela. — Feliz sou eu que não tenho mulher. — Zac. — Hm... é, isso não fez sentido. Todos riram. — Ok, acho que não vou conseguir trabalhar mais hoje. — Jason disse, terminando seu chopp. — Tudo bem, cara, a gente agüenta. Volta pra casa. — Taylor disse.


— Valeu, T. [...] Quando Josh entrou no salão de festa que Hayley havia proposto ele gostou do lugar. Era grande e espaçoso, havia um pequeno palco e as cores eram agradáveis. Uma música calma tocava ao fundo. Seu caminhar compassado e sua farda que realçava (e como realçava!) seus músculos arrancavam suspiros de qualquer ser que possuísse olhos visse. Avistou duas pequenas mulheres e reconheceu Hayley de longe pelo seu cabelo ruivo estridente. Cumprimentou-as de forma militar. — Boa tarde, Coronel Farro. — Hayley disse. — Boa tarde, Coronel. Sou Alana, prazer. — O prazer é meu, Alana. — Josh disse sério. — E como vai, Hayley? Ela respirou fundo, reprimindo a vontade imensa de dizer ―não te interessa‖. — Não te interessa. — Ela disse sem conseguir se conter. Ele sorriu e, por um momento, ela se perdeu naquele sorriso. É, fazia um tempo que ela não o via daquele jeito. — Ela nunca deixou de ser brava assim, Alana? — Ele perguntou e a garota de olhos verdes fez que não com a cabeça. — Coronel, estamos perdendo tempo. — Hayley disse impaciente. — Certo, vamos ver os seus projetos. Eles se sentaram numa mesa que ficava perto do palco principal. — Eu imprimi algumas montagens de como ficaria esse salão se fizéssemos algo parecido com o primeiro projeto. Uma festa aparentemente simples, mas com muita sofisticação. Hayley abriu a pasta e mostrou algumas montagens e anotações que ela havia feito. Os olhos de Alana brilharam. Estava divino, afinal. — Os garçons poderiam estar vestidos com alguns acessórios de soldados, o que acha? — Gostei da idéia. — Josh. — Valeu Ally, é uma idéia boa. — Hayley disse. Amava isso em Alana. Ela sabia a hora de opinar. E sabia opinar direito. — Então, Coronel, aqui neste palco teríamos uma banda que tocaria ao vivo. Mais tarde, quando a nomeação acontecesse, começariam os comes e bebes mais sofisticados e gostosos, e aí entra o DJ, para animar a festa e dar um ar descontraído. — Hayley terminou sua apresentação. Josh colocou uma mão no queixo. — E então, o que acha? — Não gostei. — Ele disse sério. — Mas a idéia dos garçons é boa. Alana abriu a boca, surpresa. Hayley abriu a boca, indignada. Lutava fortemente para não xingá-lo. — Como assim não gostou? Eu trabalhei a semana inteira nisso. Eu nunca trabalhei tanto num projeto! — É, pois é. Mas eu não gostei. Estou pagando, Senhora Williams. Exijo que a festa seja do meu gosto. — Infeliz. — Hayley disse. — Ok, e como o Senhor Coronel quer a sua festa? — Quero com garçons tendo acessórios de soldados. — Ele disse, dando um meio sorriso. — Olha, você está brincando com a minha cara. — Hayley disse, morrendo de raiva. — Eu não entendo por que diabos você quer que eu faça essa bosta de festa pra você sendo que você detesta tudo o que eu faço! Josh sorriu largamente. O agradava escutar a palavra ―você‖ tantas vezes. — Me desculpe, querida Hayley. Eu estava brincando. Gostei da idéia, pode colocar em prática. Alana se segurou ao máximo para não cair no chão e rolar de rir. Hayley sentiu ímpetos de atirar todo o projeto na cara do Coronel. — Não me chame de querida. — Ela disse. — Pois ótimo que o Senhor gostou. Colocarei em prática logo. Agora vamos, Ally. — Espere. — Esperar o quê? — Eu quero acrescentar algumas coisas. Poucas, eu juro. Hayley respirou fundo. Isso estava sendo um pesadelo. — Certo. — Ela assentiu e se sentou novamente. — Estou com sede. Alguém quer alguma coisa? — Alana. — Posso tomar uma dose de whisky? — Hayley. — Ahn... não. — Me traz uma sprite. — Ela disse e Alana fez que sim com a cabeça, saindo. — Então, Coronel, o que o senhor quer...


— Para de me chamar assim, ok? Você me conhece desde criança. E eu tenho algumas perguntas pra você, tipo, como assim você é casada? Como você teve a coragem de se casar? — Eu não te devo nada de satisfações da minha vida. Mas sim, eu me casei, com alguém que realmente me merecia e me queria bem. Por que ele, diferente de você, cuida de mim. E quer o melhor pra mim também. This town is colder now... I think it's sick of us. It's time to make our move... A letra de Stop and Stare começou a ecoar no salão. Hayley indignou-se. — DÁ PRA TIRAR ESSA MÚSICA, INFERNO?! — Ela gritou irada e menos de 5 segundos depois, a música foi desligada. — Não gosta mais dessa música, é? — Não. Eu a odeio porque ela me faz lembrar de coisas que eu odeio. — Ah, claro. Você deve ter uma música especial pro seu marido, né? Quem é esse príncipe, Hayley? — Deixa de sarcasmo. — Ela revirou os olhos. — Como eu disse, eu não devo satisfação nenhuma da minha vida a você. Mas se você quer mesmo saber, eu me casei com o Jason. Josh empalideceu. — Com o Jason? — Sim, você ficou surdo agora? — Como você pôde se casar com o Jason?! Que filho da... — Eu me caso com quem eu bem entender. Eu sou dona da minha vida já tem um bom tempo. Quer saber de uma? Eu nem preciso dizer isso pra você! Você me deixou! Foi pra guerra! Você queria o quê? Que eu ficasse o resto da minha vida esperando e sofrendo por você? Não, Coronel Joshua Neil Farro, eu não vou passar a minha vida inteira esperando pelo senhor. — Eu tive que ir pra guerra, Hayley! Que droga! É o meu país, entende? Eu tinha que defender o meu, o nosso país! — Ah, claro. O velho patriotismo. Mas sabe, Josh, você não estava defendendo bosta nenhuma! Qual era o propósito da guerra, me diz? Ter a riqueza de Israel na mão dos Estados Unidos. Ter todo o petróleo e a fertilidade da terra pra ―nós‖. Isso, Josh, pra mim é roubar. Então, é, você foi defender um país de ladrões! Josh bufou. — Não fale isso perto de mim. Eu tenho autoridade pra te prender por anti-patriotismo. — Oh, sério? — Hayley gargalhou. — Pois então me prenda, Coronel Farro. Eu quero ver o Senhor me prendendo. Você faria isso? — Ela chegou perto dele. — Não, não faria. Por que o Senhor sabe que eu tenho razão. Então, quer saber? Você foi defender seu país, e eu fui viver a minha vida. Hoje eu sou feliz, amo o Jason, e o Senhor não tem nada a ver com isso. Josh engoliu seco e abaixou a cabeça, afastando-se. — Hm... Sprite? — Alana disse, meio sem jeito. — Obrigada Ally. Vamos embora. — Mas o Coronel não ia... — Não. Ele já se decidiu. — Hayley garantiu e Josh a olhou sério. Mas Alana tinha apenas uma certeza na cabeça: Nada estava decidido.


Capítulo 50 – A bar night and a fone kid

Hayley secava o cabelo com uma toalha. Havia acabado de tomar banho. Tentou nele esquecer a desagradável tarde que ela havia passado. Ela odiava o fato de ser obrigada a trabalhar com Josh. Bom, pelo menos, agora ela poderia colocar o seu projeto em prática e só o veria nos ensaios da nomeação (que seriam 2) e no dia em questão. A verdade é que essa tão esperada promoção estava sendo mais difícil do que parecera. Ela pegou a toalha molhada e a largou em cima da cama, saindo do quarto com o cabelo desgrenhado e úmido. Foi até a cozinha comer alguma coisa. Achou um pote de sorvete de morango e sorriu. Pegou uma colher e encheu uma tigela até o topo. Ia colocar a primeira colherada na boca quando o interfone tocou. Bufou e re-colocou a colher na tigela. Colocou a tigela no balcão e foi em direção à porta. A abriu e sorriu. Kathryn e o pequeno Luke estavam lá. Jeremy esperava dentro do carro na calçada. — Tia Hayley! — O pequeno garoto abriu um dos braços — já que o outro estava ocupado segurando uma pelúcia verde — e Hayley o pegou no colo. — Oi amor. — Ela disse. Katt sorriu. — Oi Hayley. — Ela pegou uma pequena mala e entregou para Hayley, que a pegou com uma mão, enquanto a outra segurava o garoto que estava se segurando ao seu pescoço. — Aqui tem todas as fraldas, mamadeira, a chupeta e os brinquedos que ele possa sentir falta. — Hm... ok. — Hayley riu. — Luke, vamos descer? — Ela disse, colocando o menino no chão. — Então, amanhã cedo eu venho buscar ele, ok? — Certo. Divirta-se. — Hayley disse e Katt sorriu, dando meia volta e indo em direção ao carro. Ela fechou a porta e passou os olhos pelo corredor. Onde estava a criança? — Luke? — Ela gritou. Ele não respondeu. Andou até a sala e não viu o garoto. — LUKE? — Gritou mais alto. Nada. Foi até a cozinha e nada dele. Passou os olhos por toda ela. — Luke? — Gritou pela terceira vez. E foi aí que ela percebeu que sua tigela de sorvete também havia sumido do balcão. Ela riu, andou até o outro lado do balcão e lá encontrou um garotinho pequeno com a boca completamente suja e um bicho de pelúcia estranho jogado no chão. — Oi tia Hayley! — Ele disse e sorriu largamente. — Seu danado! — Ela disse e Luke passou a língua pelos lábios, lambendo os restos de sorvete derretido que se espalhavam por toda a sua bochecha. — Não foi minha culpa! — Ele disse como se não tivesse feito nada de errado. — Por que você pegou o sorvete, Luke? — Não fui eu que tomei o sorvete, tia! — Ele disse sério e Hayley riu. Luke colocou as mãos no chão e se levantou com certa dificuldade. — Então quem foi? — Foi o Perry! — Ele disse e apontou para a pelúcia verde. Só agora Hayley notou que era um animal... estranho. E tinha um chapéu na cabeça. — Ele é o Perry? — Sim. Todo mundo acha que ele é só um ornitorrinco, mas ele também é agente secreto! — Ah, isso é um ornitorrinco. — Ela riu, confusa. — É! Ele é um agente secreto e comeu o sorvete da tia. É verdade! — Ele disse e sorriu. Luke pegou a pelúcia do chão e o olhou sério. — Você é um ornitorrinco feio, Perry! Não pode comer o sorvete dos outros! — Ele dizia isso com o dedo no rosto do bicho, advertindo-o. — Se você fizer isso de novo eu e a tia vamos te colocar de castigo, ouviu? Isso não se faz! Hayley gargalhava diante da esperteza do menino tentando colocar a culpa em um bicho de pelúcia sem vida. — Não seja mau com ele, Luke. — Hayley disse e pegou a pelúcia dos braços do menino que tinha o rosto melado. — Ele só comeu o sorvete por que é uma coisa muito gostosa. Eu também adoro sorvete. Foi você que comeu, Perry? — Ele não fala, tia. Ele só faz um barulho estranho tipo... grrr — Luke tentou imitar um barulho e Hayley riu. — Então, você comeu o sorvete, Perry? — Ela perguntou e Luke virou o rosto, fazendo um grunhido parecido com o que ele havia feito antes, para dizer que havia sido o ornitorrinco de pelúcia. — Então, veja, já que você foi muito honesto e disse a verdade, eu vou te dar mais sorvete, tá? Por que os bichinhos bonitinhos tem que dizer a verdade, e quem diz a verdade merece um prêmio. Não é mesmo, Luke? — Ela disse e o menino estava com a cabeça baixa. Com certeza estava arrependido de ter mentido. — Eu vou ganhar sorvete também? — Ele perguntou baixinho. — Ahn, Luke, eu só tenho o suficiente pro Perry. — Hayley estava sendo má. Mas era necessário para ele aprender a dizer a verdade.


— Tia... — Ele andou até ela e começou a mexer com sua perna. — ...não foi o Perry que comeu o seu sorvete... fui eu. — Ele disse baixinho e abaixou a cabeça. — Então não foi o Perry? — Ela disse e ele fez que não com a cabeça. — Não... eu não queria que você brigasse comigo... — Ele disse com voz melosa, parecendo querer chorar. — Mas você não sabe que é feio mentir? — Sei... mas eu não queria que você brigasse comigo... — Ele disse outra vez. — Me desculpa. — Ele disse e então começou a chorar. Hayley se abaixou e pegou Luke no colo, que a abraçou e chorou alto. — Não chora, Luke, vai... — Ela disse e ele passou as mãos pelos olhos encharcados. — Vamos fazer um trato? Ainda fazendo um biquinho ele fez que sim com a cabeça. — Se você prometer falar só a verdade daqui pra frente, nós dois vamos tomar sorvete e você vai me contar mais sobre o Perry, ok? Ele sorriu, ainda com os olhinhos vermelhos. — Tá bom! Mas eu não menti quando disse que ele era agente secreto, tia. — Ok, ok. Promete pra mim que você nunca mais vai mentir. — Eu prometo que nunca mais vou mentir pra tia. — Isso. Muito bem. — Ela disse e beijou o menino no rosto. Ele sorriu. — Vamos lavar a boca e tomar mais sorvete. — E depois podemos ver Phineas e Ferb? Hayley olhou confusa para o garoto. — Tem um DVD deles na minha bolsinha! Eu pedi pra mamãe colocar! — Tá... claro, podemos ver o seu desenho. — O Perry é do Phineas e do Ferb! — Ele disse e então Hayley finalmente conseguiu assimilar alguma coisa. Era tudo um desenho animado. — Tá certo. Vamos. Depois de ela lavar a boca do menino e colocar um pouco de sorvete em outra tigela, ela o levou para a sala e colocou o DVD tão querido de Luke. Haviam 7 episódios do chamado Phineas e Ferb no DVD. O que a surpreendeu é que todas as músicas dos episódios, Luke sabia cantar. Ele começava a cantar as músicas e vez ou outra se levantava para dançá-las. E isso a divertia. E ah, ela finalmente entendeu a origem de Perry, o Ornitorrinco. Ele era o mascote dos garotos super inteligentes que faziam qualquer coisa — qualquer coisa mesmo! — em uma tarde, e era um agente secreto dos animais. Depois de quase uma hora e meia de desenho, o DVD acabou. Luke estava sonolento. — Quer dormir? — Ela perguntou para ele. — Uhum. — Ele assentiu. — Ô tia... — Que foi? — Frita um pouco de leite na mamadeira pra mim beber antes de dormir? Hayley sorriu. — Fritar leite? — É. Eu não gosto de leite frio. — Ah. — Hayley gargalhou baixo. Ele queria que ela esquentasse o leite. — Tá certo. Ela pegou Luke no colo e o levou para a sua cama, acomodando-o. Foi até a cozinha e esquentou um pouco de leite no microondas, colocando na mamadeira de Luke logo depois. Voltou até o quarto e ele a esperava com ansiedade. Perry, o Ornitorrinco, estava acomodado em seus braços. — Pronto. — Obrigado, titia. — Ele disse pegando a mamadeira e colocando na boca. Logo depois ele tirou. — Ô tia? — Que foi? — O papai sempre canta pra eu dormir... você pode cantar? — Ahn... claro. Que música? — My Heart. — Ele disse sorrindo. Hayley engoliu seco. My Heart seria... a My Heart? — Acho que não conheço essa. — Ahn. — Ele fez biquinho. — This heart, it beats, beats for only you... Não conhece? É. My Heart, definitivamente era My Heart. — Sim. — Então canta, vai! Hayley respirou fundo. — I am finding out that maybe I was wrong… That I've fallen down and I can't do this alone. Stay with me, this is what I need, please? Sing us a song and we'll sing it back to you. We could sing our own but what would it be without you? Quando Hayley chegou a segunda parte da música a respiração de Luke já havia ficado pesada. Ele havia adormecido. Cada palavra pronunciada daquela música fazia ela lembrar Josh. Não o Josh de agora, o militar, que a magoou. O Josh antigo, chato, insuportável... fofo, sensível, lindo, que a conhecia e entedia melhor do que qualquer pessoa. O Josh que compunha pra ela e com ela.


O Josh que ela amou. E... que ainda ama. Hayley deixou Luke em seu quarto e foi para a sala. As lembranças invadiam sua cabeça sem permissão. As lembranças de quando eles se beijaram na casa do pai dela, da declaração linda no aniversário do Zac, das tardes de sorvete com as suas irmãs, de quando ele ficou com ela na hora difícil dela vendo sua mãe se envolver com outra cara, da primeira vez dos dois, dos ciúmes bobos e discussões diárias, de quando ele a levou para o parque de diversão e subornou um vendedor de ursinhos, das férias dos dois em L.A... Tudo, tudo vinha à tona na sua cabeça agora. Ela o amava tanto... Mas não podia amá-lo agora! Josh agora estava muito mais insuportável do que o normal. E ele não ligou para ela quando foi pra guerra! Ele a havia abandonado! Ela amava sim, o Josh de antes. Mas o Coronel Farro definitivamente não é o Josh de antes. E esse, ela odiava. E então ela finalmente pensou em Jason. Onde ele estaria? Já passava das oito horas da noite e ele ainda não havia chegado. O que era estranho, pois ele saia do trabalho, no máximo, às seis. Com os garotos ele não estava, pois Jeremy havia levado Katt para sair. E mesmo que ele fosse ir ficar na casa de um deles, ele sempre a avisava. Até mesmo quando ela tinha festa à noite para fazer. Se preocupou. Pegou o telefone da casa e discou o número dele. Não atendeu. Ela ligou para Taylor. — Ei T. — Oi Hayles. Tudo bom? — É... sim, mais ou menos. Quer dizer, você sabe onde está o Jason? — Não, Hayles... Ele saiu mais cedo, umas 2h30 depois que a gente saiu do PUB. — Vocês foram para o PUB? — Ah... sim... Zac e Josh apareceram lá no trabalho e nós todos fomos para o PUB. Aí ele disse que não queria mais trabalhar e eu e Jeremy voltamos para o trabalho, aí eu não vi mais ele.. Porquê? — Ele não está em casa... achei que ele estava contigo... Ai meu Deus, o que aconteceu? — Não sei... você já ligou pra ele? — É lógico, né T. — Ok... É, eu não sei o que fazer. — Tá, tudo bem... só me avisa se você tiver notícias dele, tá? — Ok. Ela se sentou e passou a mão pelo rosto. Jason nunca se atrasava. E nunca saía sem avisar. Onde estaria? Nashville TN, PUB, algumas horas antes... Ele se levantou e sentiu a cabeça girar. Sentou-se novamente. É, talvez tivesse exagerado. Mas era coisa demais para Jason absorver. Por mais que ele tentasse — e Deus sabia como ele tentava! — não sentir ciúmes, confiar, não se sentir inseguro... ele não conseguia se tranqüilizar. E também pudera, afinal, a mulher que ele amava estava trabalhando para o seu antigo amor. E ele se sentia mal, muito mal. Jason sabia que não podia competir com Josh. Ele sabia que Josh era o amor de Hayley desde a infância, na adolescência e pra eles voltarem um para o outro, agora era só questão de tempo. Isso o atormentava de forma rápida e insuportável. Ele lutava contra si mesmo para não demonstrar. Ele lutava contra si mesmo para não ser insensível. Mas parecia que tudo nele queria se sobressair ao senso de justiça. Hayley havia passado a semana inteira trabalhando na festa de Josh. Inteira. E não só na empresa, mas em casa também. Ela dizia que estava fazendo isso porque queria acabar mais rápido. Mas a verdade é que ela nunca havia levado tanto trabalho pra casa. Nem nunca tinha se recusado a ficar com ele para trabalhar. Ela estava ficando diferente pouco à pouco, e Jason sabia que era por Josh. E claro, isso não contribuía nem um pouco para a sua luta interior. Ter visto Josh algumas horas antes fora demais para ele. Isso porque mesmo pra um idiota (como Hayley gentilmente o denominava), ele era o tipo de homem que toda mulher queria. E isso sem dizer dos pesadelos de Hayley. Se ela havia sonhado com o exato momento em que Josh aniquilava seus inimigos, eles teriam uma ligação muito forte, afinal. Mais forte do que qualquer coisa que ele já havia tido com Hayley. E não, isso não é lógico. Mas havia outra explicação? Por isso ele estava bebendo. Não queria pensar nisso. Não queria fazer Hayley largar o emprego por conta de um ciúme. Não queria criar problemas.


Mas as lembranças de Hayley e Josh juntos queimavam em sua cabeça como um incêndio. Já eram quase seis da tarde. Ele não havia voltado para casa. Decidiu ir, e continuar lutando contra si mesmo para não demonstrar a ninguém seu medo, sua fraqueza, sua insegurança, seu ciúme. Porém quando ele foi pagar seus chopps (e algumas doses de whisky), viu um homem fardado entrar no bar. É claro, era Josh. Decidiu não falar nada. Não puxar assunto, afinal, Josh sabia muito bem que ele não ia com a cara dele, e eles eram rivais desde sempre. Da última vez, sem ser essa tarde, que eles se ―falaram‖, houveram socos. Ele não queria ser educado com Josh. Mas quando Josh notou que ele ia sair, o chamou. — Ei, Jason, já vai? — Sim, preciso ir pra casa. — Fica mais uns minutos, só quero falar um pouco contigo. — Josh estava mais sério do que nunca. Na sua voz não havia nem sequer um rastro de simpatia. Ele parecia estar falando com outro militar. Jason não pode deixar de notar o quanto a farda o havia mudado. Sua postura estava muito mais bem feita e sem o piercing, ele parecia outra pessoa. Frio, Jason se sentou ao seu lado numa mesa. Josh chamou a garçonete e pediu dois chopps, pagando-os na mesma hora. Não adiantou a insistência de Jason para pagar o seu próprio. — Ok, então, o que quer falar comigo? — Jason perguntou. — Pensei que você estivesse aqui e decidi te procurar... A questão é que hoje, na minha reunião com Hayley que eu suponho que você saiba que eu tive, eu fiquei sabendo que vocês são... — Josh pigarreou — ...casados. — Disse por fim, com um pouco de desprezo na voz. Pouco, mas o suficiente para Jason se indignar. — E daí? — Ele perguntou contendo-se ao máximo para não insultá-lo. — Só achei estranho que você tenha deixado ela fazer minha festa sabendo que... eu sou eu. E também fiquei surpreso quando soube que ela tinha ficado contigo. — Primeiro: a Hayley tem a vida dela e eu não interfiro nisso, mas caso você queira, eu posso sim, pedir pra ela largar isso de vez. E segundo: qual é, Josh. Todo mundo sabe que eu sempre a amei. Quando ela passou a me amar também, ficamos juntos. Por que a surpresa? Você esperava que ela sofresse e esperasse por você o resto da vida? Por favor. — Não, eu só nunca pensei que ela pudesse ficar com você. — Olha Josh, na época que vocês estavam juntos, eu respeitei você. — Ele começou e Josh fez que sim com a cabeça — Eu nunca cheguei a fazer com ela nada que ela não quisesse, eu fui amigo dela e em alguns casos, até seu. Eu respeitava o seu relacionamento com ela sem interferir. Então, eu te peço, tenha um pouco de respeito a mim e a ela, e tente não interferir na nossa vida. — Eu sei disso. — Só peço que você seja decente o suficiente agora, já que você não cumpriu com decência nenhuma das promessas que você fez naquela época. Josh sorriu de canto com deboche. — Você está bêbado, Bynum. Se controle. — Estou bem sóbrio ainda, Farro. — Ele disse no mesmo tom. — E não estou mentindo. — Eu não tive escolha. Se tive que ir naquela época é por que eu me comprometi antes. — De qualquer forma! Ninguém abandona o amor da vida pra ir correr um risco de vida. Você é um egoísta, Farro! Você nunca amou ela de verdade! O que você sentiu por ela nunca foi amor. Eu a amo. — Cale a boca! — Josh também se exaltou e se levantou. Jason fez o mesmo. Ele podia falar de tudo. Das promessas não cumpridas, da guerra, da interferição. Mas ele não podia ousar dizer que ele não a amava. — EU NÃO ESTOU MENTINDO! SABE POR QUE? SE VOCÊ A AMASSE ESTARIA COM ELA AGORA! — Jason praticamente cuspiu as palavras no rosto de Josh. — QUEM AMA CUIDA. QUEM AMA NÃO MACHUCA! VOCÊ NÃO A AMAVA E NUNCA AMOU! VOCÊ SÓ AMA A SI MESMO. — CALA A MERDA DA BOCA, DESGRAÇADO! — Josh gritou. — VOCÊ PODE USAR A MERDA DA SUA BOCA PRA FALAR QUALQUER COISA, MAS NÃO SE ATREVA A DIZER QUE EU NÃO A AMEI! EU A AMEI, E AMO, MAIS DO QUE QUALQUER COISA QUE JÁ EXISTIU NA MINHA VIDA! VOCÊ FICA CALADO, POR QUE VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE MENCIONAR QUALQUER SENTIMENTO MEU! Jason gargalhou debochadamente. Seu rosto estava vermelho de raiva. — Então quer dizer que você ainda a ama? — Ele disse relativamente baixo e logo após voltou a gritar — VOCÊ. NÃO. A. AMA. VOCÊ FEZ ELA DERRAMAR MUITAS LÁGRIMAS POR VOCÊ, VOCÊ FEZ ELA SOFRER MAIS DO QUE TUDO! VOCÊ FEZ ELA PRATICAMENTE ENTRAR EM DEPRESSÃO! SE VOCÊ AMASSE TERIA FICADO COM ELA! EU ENXUGUEI AS LÁGRIMAS DELA, JOSH! EU ESCUTEI ELA SE LAMENTAR E DIZER QUE AINDA TE AMAVA! EU FUI O AMIGO QUE A AJUDOU! EU, JOSH, NÃO VOCÊ! EU A AMO DE VERDADE. — Eu vou fazer você calar a desgraça da boca agora. — Josh disse mais baixo e tirou a cadeira da frente, para ir em direção à Jason. Mas antes que ele pudesse bater no músico apareceram, alguns seguranças do PUB que se colocaram entre os dois. — Sem brigas aqui dentro. — Eles disseram e um deles segurou Josh.


Ele respirou fundo. — Não vou brigar. — Josh disse devagar. Sua recuperação havia sido praticamente instantânea. Outra coisa que ele aprendera a controlar no exército é o psicológico. Se Jason não tivesse dito que Josh nunca havia amado Hayley, ele provavelmente nunca teria se exaltado. Mas aquele era seu ponto fraco. Jason estava com a respiração pesada e a cabeça girando. O efeito da bebida e da raiva latejavam em sua cabeça. Viu Josh sair do PUB em passos firmes e se sentou na mesa, passando uma das mãos pela cabeça. Decidiu não ir embora. Pediu mais uma dose de whisky. Jason detestava beber. Aliás, detestava os efeitos da bebida. Mas ele já estava nisso mesmo. Não queria voltar pra casa e sua cabeça estava quente. Estava cheio de raiva de Josh e isso intensificou sua vontade de beber para tentar se livrar de um pouco da raiva. Não viu as horas passarem. E sua raiva também não ficou menor. Se distraiu um pouco com a música ao vivo que houve naquela noite, por uma banda que tocou alguns covers em acústico. Mas não o suficiente. Josh ainda a queria. Ele deixou isso muito claro. E se Josh estava determinado a ter Hayley, ele provavelmente conseguiria. Jason não podia deixar isso acontecer. Perto das nove da noite, ele pagou a conta e voltou para casa num táxi. Quando entrou com dificuldade pela porta encontrou Hayley com alguns papéis a sua volta e um telefone no ouvido. — Jason! Ah meu Deus! — Ela gritou e o abraçou. Sentiu o cheiro de álcool e foi aí que ela percebeu que ele estava bêbado. — A gente... precisa conversar... — Ele disse compassado, com a voz embargada. — O que deu em você?! Como você sai de casa assim e fica bêbado desse jeito?! Você quase me matou de preocupação! Caramba, Jason! — Hayley... olha pra mim. — O que foi? — Ela disse, indignada. — Você me ama? — É claro, droga! Mas o que isso tem a ver, Jason? Caramba, como você faz isso? O que aconteceu pra você beber assim? — Olha pra mim. — Jason estava com a voz muito embargada. A preocupação na face de Hayley era tão grande que havia se transformado em raiva. — Eu quero que você largue a festa do Josh. — Com dificuldade ele disse tudo sem gaguejar. Hayley abriu a boca sem acreditar no que estava ouvindo. — Jason, o que deu em você, droga? Você se entope de bebida e depois vem com essa? — Eu te... Olha, eu te proíbo de fazer essa festa. — Quer saber de uma coisa? Vai tomar um banho frio. — EU NÃO PRECISO DE UM BANHO! — Ele gritou. — Eu preciso de você pra mim! Só pra mim! Eu não vou deixar ele te pegar de novo! — Você está sendo ridículo! E pára de gritar, inferno! O Luke tá dormindo lá em cima. — Ela disse praticamente sussurrando. — Me promete que você vai largar a festa. — Jason, eu não posso! Ela já está toda pronta! Eu já assinei um contrato, que se eu descumprir, vou ter que pagar uma multa! Se eu largar essa festa eu vou ter que deixar o meu emprego! — Qual é, Hayley. Eu tenho minha própria empresa! Dinheiro nunca vai ser o problema pra gente. — Escuta aqui, eu sempre tive minha vida e o meu dinheiro antes mesmo da gente ficar junto e você sabe disso. Eu vou fazer a droga da festa e você vai tomar um banho frio e tentar amenizar um pouco do álcool no seu sangue. — Você... — ele cambaleou — Você não vai fazer essa festa! — Fala baixo, droga! Por que você não quer que eu faça essa festa, afinal? Você concordou! — Por que ele vai te tomar de mim... ele vai ficar contigo de novo... Hayley indignou-se. — Eu achei que você confiasse em mim, Jason. Mas pelo jeito eu achei errado, né. — EU CONFIO EM... EM VOCÊ! EU NÃO CONFIO NELE! — Para de gritar, inferno! Cala a boca e vem. Hayley o pegou pelo braço e o arrastou até o banheiro que ficava na suíte de hóspedes. Com muita dificuldade conseguiu fazê-lo tomar um banho frio. Ele vomitou, fez barulho, exigiu que Hayley não fizesse a festa. Depois que, na marra, ele vestiu uma roupa e dormiu no quarto de hóspedes, Hayley se sentou no sofá da sala. Ela estava triste. Jason nunca havia ficado daquela forma. Nunca havia sido insensível com ela. Nunca ―proibiu‖ Hayley de fazer nada. Nunca demonstrou não confiar nela. Nunca bebeu tanto. Estava sendo completamente diferente do Jason que ela conhecera e aprendera a amar. Onde estaria o Jason que era a sua fortaleza? As lágrimas começaram a brotar nos seus olhos e escorrer pelas suas bochechas. Tudo estava virando de cabeça para baixo. Se Jason continuasse exigindo coisas, proibindo ela de fazer isso ou aquilo, ela não agüentaria viver com ele. E como seria sua vida sem ele?


Era sempre Jason que a ajudava quando ela ficava triste. Era sempre ele que a defendia. Era sempre ele que a abraçava e fazia ela esquecer de todos os seus problemas. Era sempre ele que a amava de verdade. Sem ele, ela perderia sua força. Mas ela simplesmente não podia abandonar a sua vida por conta de um ciúme bobo de Jason. Ela odiava Josh! Ela deixou isso tão claro! Por que esse ciúme agora? Justo agora? Passou as mãos pelos olhos, limpando as lágrimas. Decidiu ir dormir e esperar até a manhã para saber se Jason já havia desistido dessa idéia idiota de querer mandar nela. Afinal, ele estava bêbado. Escovou os dentes e passou bastante água pelo rosto. Foi até o seu quarto e Luke dormia angelicalmente. Deitou-se ao lado do menino e depois de alguns minutos, adormeceu. [...] — Tia Hayley? Tia Hayley? Hayley abriu vagarosamente os olhos enquanto uma pequena mão fazia carinho em sua bochecha. — Titia... acorda... — Ahn, bom dia, Luke. — Ela disse com voz sonolenta e o menino sorriu. — Tô com fome! — Ele disse e se sentou na cama. — Ah, ok, vamos... comer. — Ela se sentou na cama e jogou os braços para o alto, espreguiçando. Pegou a criança no colo e o levou para o banheiro. Hayley escovou os dentes de Luke, trocou sua fralda e o trocou de roupa. Escovou rapidamente os seus dentes e amarrou o cabelo num coque, sem pentear. Logo depois, ela, Luke e Perry desceram as escadas. — Eu quero mingau, tia! — Luke disse pela terceira vez. — Não sei se tenho aqui. — Tem na minha bolsa! — Ah, ok. Vamos ver se eu consigo fazer. Hayley abriu a bolsa do menino e pegou o mingau de aveia. Colocou uma panela com leite no fogo e misturou bem com a aveia. Pouco depois o mingau já estava na tigelinha de Luke. Ela pegou um pouco de cereal na sua tigela e se sentou à mesa da cozinha com o menino. Comia e se divertia com Luke quando escutou passos adentrarem a cozinha. A figura de Jason recebendo fortemente os efeitos da ressaca apareceu. — Tio Jasy! — Luke disse, vendo o rapaz entrar. Jason sorriu verdadeiramente. Luke transmitia uma inocência e uma energia positiva mais do que revigorante. — Ei, Luke. — Jason foi até ele e o abraçou. Os braços curtos do menino passaram pelo seu pescoço. Hayley sorriu. — Tio, porque o seu olho tá tão grande? Você tava chorando? — Não... eu só dormi demais. — Ele disse, ainda rindo. — Que estranho... Quer mingau? A tia que fez. — Luke levantou a colher de mingau para Jason, que comeu. — Hm... tá gostoso, né? — Hayley riu. — Está. — Luke concordou, colocando uma colher na sua boca. Depois sorriu. Jason se sentou e colocou uma mão sobre a perna de Hayley. — Me desculpa. — Ele disse devagar. Hayley colocou sua mão sobre a dele. — Eu sei que não é fácil pra você me ver trabalhando com o meu ex namorado, mas eu não posso largar o meu emprego. Confie em mim, Jason, eu sou fiel a você. E eu odeio ele, garanto isso. Trabalhar com ele está sendo um pesadelo. Por favor, não faça o que você fez ontem novamente... Jason olhou pra baixo e respirou fundo. — Nunca gostei de Josh, você sabe. Mas... eu... Eu não vou interferir na sua vida. Eu vou me controlar. Hayley sorriu e pegou seu queixo com uma mão. — Obrigada. — Ela disse e o puxou para um beijo. — Eca! — Luke gritou e Hayley sentiu algo pegajoso em sua bochecha. Passou a mão na bochecha e ela estava cheia de mingau de aveia. — Você jogou mingau em mim? Luke sorriu. — Não pode mentir pra tia, né? — Não. — Joguei. — Ele disse e gargalhou. Jason e Hayley também riram, contagiados pela risada fina do menino. Nessa mesma hora o interfone tocou. — Sua mãe chegou. — Hayley disse e o menino saiu da cadeira gritando ―Mamãe! Mamãe!‖. — Ele é um lindo, não é? — Hayley.


— É sim. Mal posso esperar para quando tivermos o nosso. — Jason a beijou na bochecha e ela sentiu uma onda de culpa passar pelo seu corpo. Sorriu falsamente. Não queria demonstrar para Jason sua culpa. Afinal, ela estava fazendo uma coisa boa não querendo ter um filho. E sua sexta-feira havia sido ruim demais para estragar também o sábado. Por que, sinceramente, ter que aturar Josh e discutir com Jason bêbado havia sido demais para um apenas dia. Mas com fé em Deus, os próximos dias seriam melhores do que ontem. Ou não.


Capítulo 51 – You’re still you. And I still love you.

A garota de cabelos pretos curtos e olhos verdes vivos saiu do portão de desembarque, já entrando no aeroporto. Depois de tudo feito lá, ela saiu do aeroporto e respirou fundo. Sorriu. Seu namorado havia ficado em Los Angeles para resolver algumas coisas com seu melhor amigo e sua equipe. Ela, depois de conversar com ele e dele concordar, decidiu seguir para Nashville (afinal, nada de todas as coisas a serem resolvidas tinha a ver com ela) e rever sua melhor amiga depois de quase dois anos. Estava animada e ansiosa quando chamou o primeiro táxi que viu. Antes de entrar nele teve que responder uma pergunta de uma garota de no máximo treze anos de idade que sorriu furtivamente ao vê-la. Depois de respondê-la, ela naturalmente fez outra pergunta: ―Ele também veio?‖. Fez que não com a cabeça e entrou no carro amarelo que já estava com o taxímetro ligado. Com o endereço certo, o homem seguiu em direção à casa de Hayley. Demorou apenas quarenta minutos (que poderiam ter sido reduzidos pela metade, não fosse o trânsito pesado) para o taxista chegar ao lugar indicado. Depois de pagar, a morena saiu do carro e pegou sua única mala. A arrastou até a porta e rodou a maçaneta. Estava aberta. Entrou devagar sem fazer nenhum barulho. Deu de cara com Jason. Ele abriu a boca, totalmente surpreso, pronto para gritar. Ela colocou o dedo na frente da boca, pedindo para ele fazer silêncio. Jason sorriu. — Ela está lá em cima. — Ele sussurrou e pegou sua mala. Subiu as escadas e entrou no quarto que ela já conhecia. Abriu a maçaneta devagar e viu a ruiva no canto esquerdo do quarto, passando um batom. — Hm... que gata. — Ela disse alto e Hayley se virou. Sorriu instantaneamente. — OMG, Sarah, sua louca! — Ela gritou e saiu correndo, atropelando tudo o que estava a sua frente (pulando por cima da cama e do violão) e abraçou a melhor amiga com força. — Ok, Hayles, eu sei que faço falta e que é impossível viver sem mim, mas eu necessito de ar para respirar... Me solta! — Ah! Sua vaca! Como você vem assim sem nem avisar? Sarah riu. — Incrível. Eu te faço uma surpresa e você me agride verbalmente. Bela melhor amiga eu fui arranjar. — Ah, qual é. Você sabe que não vive sem mim. — Hayley brincou. — É, você tem razão. — Sarah riu e abraçou novamente a amiga. — Enfim! Brend tem que gravar mais umas coisas na Califórnia e eu tava morrendo de saudade, decidi adiantar minha vinda pra cá. Ele chega em mais ou menos uma semana com o Spenc e o pessoal todo da turnê. E... meu Deus, eu tenho um zilhão de novidades pra te contar! — Acredita, seja lá quais forem as suas novidades, as minhas são bem mais fortes. — Hayley riu devagar. — Ah é? — Sarah arqueou uma sobrancelha. — Pois eu vou querer saber de cada detalhe, ouviu? — Sim, senhora. — Hayley riu. — Agora vamos descer, eu fiz o pobre do Jason pegar a minha mala e ainda ficar calado. — Sarah disse rindo. Elas desceram as escadas. — Hey, Jasy! — Sarah abraçou forte o homem. — Desculpe te fazer ficar calado ainda a pouco. — Ah, não. Tudo bem. — Jason sorriu. — Chegou em boa hora, fiz um belo café pra nós. — Sério? — Claro que sim! Flocos de milho sabor chocolate e bebida láctea. Sarah fechou a cara. — Mas isso é só um nome complicado pra cereal e leite. — E isso não é ótimo? — Jason brincou e elas fizeram que não com a cabeça. — Ok, ok. Vou fritar os ovos e o bacon. — Ele deu de ombros e saiu do corredor, indo em direção a cozinha. Elas o seguiram. — Ei, vocês não viram nada de diferente em mim? — Ela disse, como se algo fosse óbvio. Hayley a olhou de cima a baixo. — A meia calça estranha conta? — Não. Preste atenção, Hayley. — Ela revirou os olhos. Hayley gargalhou. — É claro que eu já notei! Eu sou promoter, gata. A primeira coisa que eu vejo é a mão da pessoa. Quando você ficou noiva? — Hayley parecia alegre, mas não surpresa. Jason se surpreendeu totalmente. — NOIVA? VOCÊ VAI SE CASAR? — Vooou! — Sarah disse e Hayley a abraçou. — Ah, dude, parabéns! Mas me diz, quando isso aconteceu? Como aconteceu? Hayley tentava não comentar nada sobre a festa. Mas uma chama a consumia por dentro. E se essa chama falasse, ela diria: ―Eu quero promover o casamento de um dos astros de rock que ganhou o VMA desse ano que por acaso é um dos meus melhores amigos, socorro!‖


— Foi lindo! — Sarah exclamou. — Estávamos no Brasil, mês passado (inclusive, note meu bronzeado perfeito. Terras tropicais, baby) e nós estávamos em uma ilha que ele tinha alugado só pra gente e eu achei o anel na minha água de coco. — Awn! Que incrível! É diamante, né? — Hayley disse pegando a mão de Sarah. A pedra reluzia tanto que poderia cegar. — Sim. — E por que você não me disse antes, louca? A gente se falou por telefone não tem nem três dias! — Eu sei, mas seria mais emocionante te contar pessoalmente. — Se eu não for o padrinho, não se considere mais minha amiga. — Jason disse e o cheiro de bacon fritando subiu. Sarah gargalhou. — Felizmente, já escolhemos os padrinhos. E você, é lógico que está entre eles. Mas você vai ter que entrar com outra mulher. — Por quê? — Ele perguntou. — Por que por infelicidade, você é casado com a nossa promoter. — Sarah brincou e os olhos de Hayley brilharam. — É sério? — Claro. Eu sei que você queria, fala sério. — É... pois é... — Hayley sorriu. Mesmo que ela já fosse conhecida por ser amiga da Panic! at The Disco, produzir o casamento de Brendon seria importantíssimo para a sua carreira. Logo o café ficou pronto e os três comeram, enquanto conversavam. Depois disso Jason avisou estar saindo para trabalhar. — Hm... você também vai trabalhar hoje, né? Pode me deixar no hotel? — Sarah perguntou para Hayley. — Como assim hotel? — Jason. — Você vai dormir aqui, bonitinha. Sarah riu. — Eu até gostaria, mas não tem como. Acredita, a sua casa ficaria infestada de adolescentes histéricas e além do mais, eu já deixei o hotel pago. — Ah, Sarah... — Hayley ficou triste. — Não pode mesmo fazer um esforço? — Não... Mas não se preocupem, eu vou passar a semana inteira grudada em vocês. — Sarah brincou. — Mas e você, vai trabalhar agora, Hayles? — Eu ia, mas na verdade, tudo o que eu tenho hoje é uma reunião com os Generais à tarde. Eu posso esperar um pouco. — Hayley brincou. — Ah, é. Você tem que ir rever ele, né. — Jason disse impaciente e controlando-se para não demonstrar sua raiva novamente. E brigar novamente. Hayley bufou e decidiu não responder. Não queria começar mais uma discussão sobre aquilo. Não na frente de Sarah. Sarah, por sua vez, decidiu calar-se também. Mesmo que a curiosidade dentro de si a dilacerasse por completo, ela conseguiu se conter com muito esforço. Jason respirou fundo e se recompôs. Aproximou-se e deixou um beijo na testa de Hayley, despedindo-se em seguida. Hayley colocou uma mão na cabeça e respirou fundo. Acontece que a sua briga com Jason não havia terminado. Ele tentava se conter, mas era impossível. Toda vez que ele ficava sabendo, ou via Hayley trabalhando na festa, ou quando qualquer comentário era feito, ele explodia. Perdia o controle, dizia coisas sem sentido, era irônico, irritado. Hayley parara de discutir para não prolongar a briga. E logo depois, ele voltava arrependido, pedia desculpas... E tudo começava outra vez. Ela não estava agüentando mais aquela situação. Mas só precisaria esperar pouco mais de um mês para a festa acontecer e tudo isso acabar. Então ela deixaria de ver Josh e sua vida com Jason seria feliz como antes. Decidiu ser forte e agüentar firme. Quando o carro deu partida, Sarah não se conteve. — Ok, me conta, por que essa tensão toda? Hayley suspirou. — Lembra da festa militar que eu disse que ia fazer? — Sei... Sei, claro. A parada dos Generais. — Então... Advinha quem é o militar que vai ser nomeado a General! — Hayley fez falsa empolgação. Sarah gritou, surpresa. — Meu Deeeeus! Eu não acredito, não acredito, não acredito! — Eu também não acreditei, é sério. — Mas... Nossa! Então é essa a maior novidade de todas? — É. — Você tem razão. Reencontrar Josh Farro é maior do que tudo. — Ela riu. — O pior foi que eu não pude negar! Eu ia desistir de tudo e largar, sabe, mas eu perderia meu emprego... minha carreira inteira... E droga! Ele já estragou demais a minha vida. Eu não vou deixar isso acontecer de novo. — E o Jason?


— Ele soube e ficou muito enciumado. Na verdade, no começo ele era compreensivo, sabe? Mas de uns dias pra cá... Ele ficou agressivo... Chegou bêbado e exigiu que eu deixasse a festa... Depois pediu desculpa... E agora é assim. Ele fala merda, sai todo cheio de raiva, volta depois arrependido e pede desculpa. E aí começa tudo outra vez. — Uh... é, que tenso. — É... — E como ele agiu? — Quem? — O Josh. — Ele não é o mesmo, Sarah. É um tipo de homem frio e sarcástico. Ele mudou muito. E... diz que ainda me ama. Discutimos quase sempre que nos encontramos. — Vocês discutiam toda vez antigamente... — É diferente! — Ela disse mais alto do que desejara. — Naquela época não era sério! As discussões faziam parte do nosso relacionamento... Na verdade, eu amava odiar aquele idiota. Um brilho involuntário surgiu nos olhos de Hayley. — Talvez... hoje você apenas odeie amá-lo. Hayley riu. — Sarinha, presta atenção. — Ela olhou nos olhos da amiga. — Eu odeio o Coronel Farro, entendeu? Ele me fez sofrer pra caramba, e eu o odeio. Muito. E dessa vez é de verdade. — Você que sabe, amiga. — Sarah disse apenas para não contrariar a amiga. Mas era notável no rosto de Hayley que ela estava mentindo. Não para Sarah. Para si mesma. Depois de mais alguns minutos conversando sobre Sarah e Brendon, Hayley concordou em levar Sarah para o hotel. Ela não iria com Katt nesse dia por que precisaria do carro para ir a instalação militar de Nashville, e nem ela, nem Alana, poderiam ir. Assim que Sarah entrou no hotel Hayley seguiu para a empresa de promoções de festas. Fez os últimos ajustes enquanto isso e mostrou para Nicky seu projeto de cerimônia. Ele amou.

[...]

Hayley parou o carro no estacionamento. O seu era o único que tinha uma cor azul padrão. Todos os outros tinham diversas cores de verde. Trancou o carro e começou a andar, até atravessar o enorme portão. O lugar era muito amplo. Haviam várias ―casas‖, que ela julgou serem dormitórios. Haviam vários lugares com obstáculos e vários soldados enfileirados em alguns cantos do lugar. Alguns homens corriam marchando pelos lugares. Outros pulavam uma espécie de muro feito de corda. Alguns faziam flexões. E na frente de todos eles havia um homem em pé, gritando e dando ordens. Também haviam homens andando livremente pelo lugar. Esses, pareciam se vestir melhor. Não marchavam, porém o caminhado deles eram perfeitamente compassados e bem-feitos. Andou por alguns lugares e não encontrou quem procurava. Decidiu então perguntar para dois homens fardados, que pareciam não estar trabalhando. Eles estavam encostados em um dos dormitórios. Ela pigarreou e os dois homens a olharam, sorrindo. — Com licença. — Ela pediu. — Pois não? — Estou procurando o Coronel Farro... Sou da PartyPromover, responsável pela festa de nomeação militar dele. — Ah, sei. O Generalzinho. — Um dos homens brincou. — É um rapaz incrível. Um dos melhores militares que eu já vi. Mesmo sendo muito novo. Hayley riu por simpatia. — E o Sr. sabe onde ele está? — Não... — Eu sei. — O outro rapaz cortou. — Ele está na arena... A Sra. segue e vira a direita e entre no terceiro pavilhão. Eu vi o treinando lá. Ela sorriu. — Obrigada. — Os dois homens levaram uma mão a cabeça e retiraram em seguida, cumprimentando-a de forma militar. Hayley foi andando em direção ao lugar onde o homem a indicou. Virou à direita e contou os pavilhões.


Ao entrar no terceiro, que tinha uma porta comparavelmente menor do que as demais, ela se surpreendeu com o que viu. Havia um ringue azul, e alguns sacos de areia espalhados pelo lugar. Alguns colchonetes e cordas jogados pelo chão de cores estridentes. Mas não foi isso que prendeu imediatamente a sua atenção. Havia um homem batendo com ferocidade num saco vermelho. Ele estava de costas e alternava os socos dados no pobre saco de areia. Uma perna a frente, outra para trás. Ele usava apenas um short médio meio solto, mas que mesmo assim o realçava consideravelmente. Os músculos de suas coxas estavam contraídos, o que as deixava maiores. Alguns fios de suor escorriam pelas suas costas nuas super bem definidas e ouvia-se de longe sua respiração pesada que alternava com os socos. Hayley não conseguiu falar. Continuou andando. Ele ouviu o barulho de suas botas contra o chão de cimento queimado e se virou. Sorriu. Os cabelos relativamente curtos estavam grudados ao seu rosto. Em seu olhar havia um brilho indescritível, capaz de penetrar a alma. Seu peito... como havia mudado, Deus... Estava tão melhor, tão mais definido, tão mais forte... e as gotas de suor o realçavam de forma tão intensa... E os seus belos braços, fortes e grandes, completavam perfeitamente o seu pacote de beleza masculina. Josh passou uma mão pelos seu ombro enorme e bem definido. — Está surpresa? — Perguntou, sarcástico. Como se não soubesse a resposta. — Não sabia que você havia começado a lutar. — Ela respondeu e, com grande esforço, deu de ombros, retirando o olhar do lindo corpo de Josh. — Comecei assim que voltei de Israel. Um soldado, Nate, me ensinou o ofício do boxe. Eu aprendi com gosto e pratico como homenagem à ele. — Pela primeira vez, Josh não foi sarcástico. Em sua voz havia orgulho, lealdade. — E ele é Coronel, assim como você? — Hayley perguntou, sem se conter. Josh abaixou a cabeça. — Ele foi baleado na guerra. Hayley engoliu seco. Sentiu-se culpada. — Me desculpe. — Não é necessário. Na verdade, tudo o que eu sou hoje eu devo à duas pessoas. E Nate é uma delas. Ele me ajudou desde sempre, e deu a vida por mim. Ninguém faria o que ele fez. Ele se atirou e me protegeu da bala que teria me matado... Ele é o meu herói. A visão do pesadelo que Hayley tivera seis anos antes passou pelos seus olhos como um raio. Seu olhar ficou amedrontado. — Ele... tinha olhos verdes? — Tinha... Como você sabe? — Josh perguntou, surpreso. — Foi palpite. — Ela deu de ombros, mudando de assunto. — Enfim, não posso perder tempo. Eu trouxe o modelo correto da cerimônia. Preciso conversar com os seus superiores, então, Coronel, seria bom se o Senhor vestisse uma roupa apresentável. Josh sorriu de canto. — Sim, Senhora! — Ele debochou e Hayley revirou os olhos. Josh desenrolou a luva de sua mão e as jogou em um colchonete. Passou os dedos pelos cabelos e saiu em direção à um banheiro que ficava no canto esquerdo do lugar. Hayley o viu saindo. Não pode deixar de olhar o movimento de suas pernas grossas se movimentando e suas costas perfeitamente alinhadas saírem de seu campo de visão. Balançou a cabeça negativamente e passou uma mão sobre ela. Ela não podia ter esses tipos de pensamentos em relação à Josh! Ela amava Jason! Odiava Josh! E... tá, tudo bem. Ele pode ser um insuportável. Mas é um insuportável muito bom. — Senhora Williams? — Uma voz grave a fez levar um susto. Virou-se e viu um homem de aparência de 50 anos, bem apessoado, vestido militarmente, assim como todos ali. — Sim... General Shadows? — Ela perguntou e o homem fez que sim com a cabeça. Beijou sua mão. — Fiquei sabendo pelos Tenente Linton que a Sra. já estaria aqui. — Sim, o Tenente me ajudou em relação a minha localização. — Hayley sorriu simpaticamente. — Bem, e como vai a festa? — Está bem! Eu trouxe o planejamento completo da cerimônia. — Estou ansioso para vê-lo. Todos falam muito bem da Sra. — Apesar de ser minha primeira festa militar, estou dando o meu melhor para que saia impecável. — Bom saber. — Shadows sorriu. Nessa mesma hora, Josh saiu do banheiro, já recomposto e vestido com sua farda costumeira. Cumprimentou militarmente o General mais velho, que exibia seis estrelas brilhantes e douradas em suas ombreiras. — Então, Sra. Williams, vamos à apresentação? — Josh perguntou, parecendo esquecer-se do que havia tido momentos antes. Hayley sorriu e percebeu que ele a respeitaria, caso estivesse rodeado de superiores. — Claro, Coronel Farro. — Vamos. — Shadows disse.


Ele conduziu Josh e Hayley, que não trocaram sequer uma palavra durante o caminho, até um pavilhão onde alguns homens fardados os esperavam, sentados à uma mesa quadrada. Hayley cumprimentou a todos que a receberam com um sorriso simpático no rosto e foi até o canto da mesa. Levantou-se, enquanto os homens ficaram sentados. Começou. — Bem. A cerimônia começaria bem convencional. O Coronel chegaria, vestido adequadamente, em um jipe militar. Os fuzileiros, que estariam de fora do lado, perfeitamente sincronizados, atirariam para cima. Farro os cumprimentaria e marcharia devagar até dentro do salão, onde os senhores os estariam esperando. Cumprimentariam-se, e os senhores colocariam a ombreira militar, as estrelas e o crachá, já escrito ―General Farro‖. Teriam os discursos, e, se os Senhores quiserem, as fotos para a imprensa. — Imprensa? — Josh manifestou-se. — Sim, eu fiquei de saber se os senhores iriam querer imprensa na nomeação. Afinal, o Senhor Farro é o General mais novo do TN. Conseguiu em 8 anos o que um homem comum levaria muito mais para conseguir. Tenho muitas fontes e seria muito fácil conseguir imprensa para a festa. Os homens se entreolharam. — Não sei se é uma boa idéia. — Josh. — Não entrei para o exército pela fama. Não quero reconhecimento exagerado. — Coronel, pense bem. — Shadows — Não seria melhor que o Senhor fosse reconhecido pela imprensa e incentivassem os nossos jovens a se alistar mais? — Não, General. Acredito que todos os jovens tem seu direito de escolha. Eu não quero imprensa. — Bem... então que assim seja. — Shadows. — Ok, sem imprensa, então. — Hayley anotou. — E quanto a idéia da cerimônia, está certa? Os seis homens fizeram que sim com a cabeça. Hayley sorriu de canto. Josh teria recusado e feito ela trabalhar dobrado se os seus oficiais não estivessem ali! — Então... ok. Quando os discursos acabarem e tudo se resolver, vão iniciar-se os comes e bebes. Uma banda vai subir ao palco. E será aí que a festa terá o ar descontraído de uma festa comum. Será divertida e... chique, ao mesmo tempo. Haverão detalhes em dourado, prata e verde fosco e garçons vestidos adequadamente servindo champagne e petiscos especiais. A música será animada e, assim que a banda terminar sua apresentação, virá um DJ para tocar uma música mais animada, o que vai chamar os convidados para dançar. Contrataremos os melhores fotógrafos para marcar o dia tão importante. Os homens aplaudiram Hayley, que sorriu. — O Coronel está de acordo? Josh sorriu de canto, orgulhoso. — Totalmente. Parabéns, Sra. Williams. Hayley ficou surpresa. O que é isso agora? Ele havia passado os últimos 15 dias criticando tudo e agora estava totalmente de acordo? — Obrigada...? — Ela disse, ainda sem acreditar. — E quando começarão os ensaios? — Ah, sim. — Ela se recompôs — Daqui à três dias terá o primeiro ensaio. Quando ao resto, hoje mesmo tomarei providências para que se inicie o trabalho. — Então, damos por encerrada nossa reunião? — Shadows. — Sim, damos. — Hayley respondeu. Shadows apanhou sua mão e a beijou novamente, despedindo-se. — Até qualquer dia, Sra. Williams. — Até, General. — Farro, acompanhe a moça até o seu carro. — Ordenou o homem. Hayley arregalou os olhos. — Não, não preci— Sim, Senhor, Coronel. Será um prazer. — Josh respondeu sorrindo e virou-se, fazendo Hayley segui-lo sem poder argumentar. — Então... como vai o seu casamento? — Josh perguntou limpando a garganta em seguida, quando os dois já estavam entrando no estacionamento. — Ótimo. Ele sorriu sonoramente. — Não foi isso que me pareceu há uma semana atrás, quando faltei partir a cara do seu maridinho em duas partes por ele ter morrido de ciúmes de mim. Não fiz isso apenas por que ele estava bêbado demais. Hayley sentiu o corpo gelar. — Você viu o Jason há uma semana? No PUB? — Sim, eu o encontrei lá. E ele ficou bem irritadinho comigo... — Josh sorriu de canto. — Sabe, Hayley, ele não é homem o suficiente pra você. — Cale a sua boca, Josh. — Ela disse, irritada, e se colocou na frente dele. — Jason não se irrita por pouca coisa, se ele ficou com raiva, teve motivo. Aliás, o simples fato de olhar no teu rosto já é um grande motivo de sentir raiva. E outra, você não tem o direito de encostar um dedo sequer nele, entendeu? Ele é sim, o suficiente e ótimo pra mim, diferente de voc-, do Senhor. — Ela corrigiu rapidamente.


— Você se engana. Jason arranjou briga e se exaltou. Ele estava bêbado. E se engana de novo, fingindo que ele é o homem para você. É tudo uma mentira, Hayley, que você conta pra si mesma. — Ah, fala sério! Você não sabe de nada da minha vida, Josh! Não sabe dos meus sentimentos! Eu amo o Jason, ele é o homem pra mim. E você fique quieto! Você não tem nada a ver com isso! — Sim, eu tenho. Hayley, ele não é o suficiente pra você. Nem nunca vai ser. Sabe por que? Porque eu sou o homem pra você, Hayles, sempre fui. Você nasceu para mim. Ela riu. — Você já foi o garoto pra mim, Josh. Mas hoje o homem pra mim é o Jason. O homem que me ajudou quando eu mais precisei. O homem que nunca quebrou nenhuma promessa. — Ela afirmou com total certeza. — Hayley... — Josh deu um passo para frente. — ...eu fui, sou, e sempre serei o homem pra você... Sou eu que te ama, lembra? Eu nunca esqueci você, mesmo depois que eu voltei da guerra e me disseram que você estava com a sua vida, feliz e tentando me esquecer... Eu nunca te esqueci porque esse coração que bate no meu peito bate por você... Enquanto eu atirava e lutava, você estava no meu pensamento, me dando força pra continuar... Nate sabia disso, e ele morreu para eu voltar e te ter... Eu assumo toda a minha culpa e todo dia, eu juro, todo dia eu me culpo por ter feito saírem lágrimas dos teus lindos olhos. Eu assumo que quebrei todas as promessas que fiz, assumo minha culpa. Mas... você nunca saiu de mim. Você sempre esteve comigo. Eu sonhava com você todo dia. Você está no meu pensamento constantemente, sempre. Me escuta e presta atenção: Eu sou seu. E você é minha, não importa com quem você esteja agora, você é minha. Eu amo você, de todo o meu coração... e eu... eu sei que você me ama também. — Ele aproximou perigosamente o seu rosto do dela. Hayley estava pasma com todas as palavras dele e, por um momento, lembrou-se do Josh antigo. Aquele Josh que ela havia aprendido a amar. Aquele Josh que compunha as músicas com ela. Aquele guitarrista cabeludo. A lembrança dele, ali, em sua frente, veio com toda a saudade. Saudade dos seu jeito de respirar, do seu jeito de tocar, do seu jeito de falar e brigar, do seu beijo, do seu toque... de tudo. Ela estava imóvel. Sentiu a respiração fresca dele bater contra os seus lábios. Fechou os olhos. ― — ... ele vai te tomar de mim... ele vai ficar contigo de novo... — Eu achei que você confiasse em mim, Jason. Mas pelo jeito eu achei errado, né. — EU CONFIO EM... EM VOCÊ! EU NÃO CONFIO NELE!‖ Abriu os olhos. Deu dois passos para trás. Ela não podia fazer isso. Não podia. Prometera fieldade à Jason! E... esse não era o Josh antigo. Esse era o Coronel! Não o Josh! Era o Coronel Farro. Ela não podia! Não devia! Sentiu a cabeça esquentar. — ME ESCUTA! — Ela gritou, desnorteada. Josh estava com o semblante confuso. — EU NÃO AMO VOCÊ, OUVIU? EU ODEIO VOCÊ! — As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. — VOCÊ ME FEZ SOFRER MUITO MAIS DO QUE EU SOFRI COM A SEPARAÇÃO DOS MEUS PAIS! EU ME ENTREGUEI A VOCÊ DE CORPO E ALMA E VOCÊ ME DEIXOU! A MINHA VIDA VIROU UM INFERNO DEPOIS QUE VOCÊ FOI EMBORA! EU TIVE QUE FINGIR ESTAR BEM PRA NÃO MACHUCAR OS MEUS AMIGOS. EU SOFRI MUITO POR VOCÊ, JOSH. VOCÊ ME FEZ PARAR DE VISITAR O MEU PAI E AS MINHAS IRMÃS POR AVERSÃO AQUELA CIDADE! VOCÊ ME LARGOU, ME DEIXOU E NÃO LIGOU! EU NÃO AMO VOCÊ, ENTENDEU? ME DEIXA EM PAZ! — Ela gritou, colocou tudo pra fora, e com o rosto vermelho, entrou no carro. Saiu dirigindo desesperadamente enquanto chorava. A confusão tomou conta do corpo, cabeça e alma de Hayley. Ela havia visto o Josh nos olhos do Coronel. Esse Josh, que ela tinha certeza que amava. Mas ela também amava Jason! As lágrimas escorriam pelo seu rosto e as lembranças a invadiam sem permissão. ―— Hayles, eu amo você! — Ah Josh, eu também amo você! — O que duas pessoas que se amam devem fazer? — Minha mãe me disse, que quando duas pessoas se amam, elas se casam. Assim como ela e meu pai e o tio e a tia. — Então vamos nos casar!‖ ―— Outro dia você disse que achava que me amava. Bem, eu descobri que tenho a certeza, de que de um jeito muito mais do que estranho eu amo você mais do que tudo. — ele abriu a caixinha, onde haviam dois colares de prata com pingentes com meio coração — Hayley, namora comigo?‖ ―— Sente. — ele pegou minha mão que estava entrelaçada à dele e colocou no peito esquerdo — Esse coração está batendo, ele está batendo por você. Hayley, o meu coração é seu.‖


―— Tá tão na cara assim? — O quê? — Que eu gosto de você. — É... muita gente já percebeu. — Eu não vou desistir.‖ ―— Deus sabe como eu te amo. E Ele também sabe como eu odeio te ver assim: Triste... sem aquele brilho nos olhos... Hayley, eu te amo muito pra agüentar te ver triste. Acredita, isso tá acabando comigo.‖ ―...eu quero que você saiba, que pra qualquer coisa que você precise, é só me chamar que eu venho correndo. Conte comigo para qualquer coisa, Hayley. Qualquer coisa mesmo, tá?‖ ―— Eu já prometi que nunca vou te deixar. Por favor, me deixe ser o seu Romeu.‖ ―— Eu estar aqui com você alivia toda a ruindade do meu dia. Estar com você faz tudo valer a pena.‖ Ela dirigia e os seus olhos estavam vermelhos. Hayley não sabia mais o que fazer... Ignorou os sinais vermelhos e foi até o único lugar naquela cidade a procura da única pessoa que saberia o que dizer. Entrou na recepção do hotel e todos a olharam estranho pelos seus olhos inchados que ainda choravam. Pela recepcionista, que também a olhou estranho, ela soube o número do quarto de Sarah. Subiu pelo elevador até lá e tocou a campainha. Quando Sarah abriu a porta e encontrou a amiga naquele estado, soube de duas coisas: Isso tudo era por causa de Josh. Ela precisava, mais do que tudo, de um abraço. Hayley afundou nos braços da amiga que a acolheu. Elas entraram no quarto sem se separar e Sarah continuou abraçada a Hayley durante um tempo, em pé. Hayley chorava e fungava. Colocava tudo para fora. Tudo o que ela havia guardado durante tantos anos. Toda a saudade de Josh. Toda a culpa por mentir para Jason. — Hey... calma... vai ficar tudo bem, amiga. — Sarah dizia baixinho, enquanto Hayley chorava mais. Ela se afastou e passou os braços pelos olhos, borrando ainda mais sua maquiagem. Sarah a fez se sentar na cama e tomar um grande copo d‘água. Depois de tomar todo o líquido do copo, ainda soluçando, mas já mais calma, Hayley disse: — Obrigada... por estar aqui... agora. Sarah sorriu. — Algo me disse que eu precisava vir pra cá hoje... que bom que eu estava certa. — Ela disse calma. — Mas... agora... quer me contar o que aconteceu? Ela fez que sim com a cabeça e começou a narrar. Contou absolutamente tudo. Desde vê-lo treinando e desejá-lo até a declaração e o quase beijo. — Eu... eu não entendo, Sarah... — Ela já chorava novamente, só que apenas as lágrimas escorriam de seus olhos. — Eu o odeio, mas... Sinto tanta saudade... tanta... E ele falou exatamente o que o Josh de alguns anos atrás diria... — Hayley, ele é o Josh, apesar de tudo. Você tem que perceber que ninguém muda da água pro vinho. Ninguém. Mesmo que ele tenha mudado fisicamente e tudo mais, ele continua com a essência de sempre... A essência do seu amiguinho de infância e do seu namorado continua nele. Ela chorou mais. — Eu não deveria sentir nada disso... Ele me deixou, Sarah, me largou... Você lembra, né? Lembra o tanto que eu sofri por isso... ele me fez largar tudo... Eu tive que fugir por causa dele... E eu ainda sinto saudade! Eu sou uma idiota. — Olha pra mim. Você não é idiota, ok? — Sarah disse séria. — Você só não deixou de amar o seu primeiro cara, Hayley! — Eu não amo ele! Eu odeio ele! — Você tem que parar de mentir para si mesma. Isso não te ajuda em nada. — É verdade! Eu não o amo! — Então você odeia o Josh? — Sim. — E ama o Jason? — Sim!


— Então me responde uma coisa: Se o Josh não tivesse ido pra guerra. Se ele estivesse aqui com você agora, e não o Jason, você mentiria e se recusaria de ter um filho dele? Hayley se calou. Ela pensou bem e soube que se Josh estivesse com ela, ela nunca se recusaria a ter um filho com ele como ela faz com Jason. Queria mentir. Mas não podia mentir para Sarah. Era impossível. Abaixou a cabeça. — Não minta para você mesma, Hayley. O que você sente pelo Jason não é um amor de verdade. É uma gratidão, amizade, carência... Mas amor não é. Minha amiga, eu sei como é isso. Eu já senti isso na pele, lembra? Eu achava que amava, mas era só uma amizade. Uma grande amizade. As lágrimas no rosto de Hayley tomaram mais força e Sarah se viu obrigada a abraçá-la novamente. — Eu não posso voltar para o Josh... eu vou sofrer de novo... eu prefiro o Jason, Sarah... Prefiro ficar com ele e ser feliz como eu era antes. Sarah suspirou e mexeu em seu cabelo. — Você que sabe o que é melhor pra você, linda... E eu só quero o seu bem. Se é melhor pra você ficar com o Jason, eu quero que você fique com ele. Saiba que eu sempre estarei aqui pra te escutar, ok? — Obrigada, Sarinha. — Ela disse entre soluços.


Capítulo 52 – If something can go wrong, will.

— Achei sorvete na geladeira. Você não liga, né? — Alana entrou na sala de Hayley sorrindo, com uma tacinha com duas bolas de sorvete de morango na mão. Hayley sorriu. — Pode tomar. Se tem uma coisa que nunca falta aqui em casa é sorvete. — Alana sorriu, levando a colher à boca e se sentando no sofá ao lado da amiga, que mexia no notebook. — E aí, achou? — Ela perguntou. — Não... — Respondeu Hayley, pressionando os lábios. — É difícil achar uma banda aqui em Nashville que não cante sertanejo e não peça mais de 1,000 por noite. — Procura de outro lugar, ué. — Vamos ter que pagar passagem e hospedagem. — É só uma noite, Hayles. — Ok... Hayley continuou a pesquisar bandas legais para tocar na festa do Coronel/General Farro enquanto Alana se deliciava com sua sobremesa. Eram seis e meia da tarde, e o expediente já havia acabado. Mas como Hayley não achou banda legal no escritório, decidiu procurar em sua casa, onde poderia escutar bem o som. E Alana foi junto apenas por que não tinha nada melhor para fazer, e bem, ela amava visitar Hayley. — Olha, achei uma banda que está em uma pequena turnê e vai passar por Nashville justamente no dia da festa. — Hm... é famosa? — Mais ou menos. Tem vários fãs... 20,000 seguidores no twitter... Um CD... digamos que é. — Vamos escutar, parece ótimo. Pagar mais por uma banda boa vale a pena. Hayley fez que sim com a cabeça e clicou na música mais ouvida. Ela começou a ecoar. — Ei, meninas. — Jason disse, entrando na sala com um sorriso no rosto e o seu baixo encapado nas costas. Voltava do trabalho. — Oi Jasy. — Oi sweet. — Hayley disse e Jason se aproximou, dando-lhe um selinho demorado. Alana mordeu o lábio inferior e encolheu a cabeça levemente, para não olhar aquilo. — Que música boa. — Ele disse. — De quem é? — All About Us, He is We. — Alana respondeu, tomando outra colherada do sorvete. — E é realmente boa. Acho que vou entrar em contato com eles. — Hayley. — Faça isso. — Alana. — Pra quê? — Preciso de uma banda para a festa militar... Jason suspirou. — Trabalhando nisso em casa outra vez? — Sabe que eu preciso... — Não, não precisa. Você podia fazer isso só na empresa. Por que insiste em fazer isso aqui? — Jason! — Hayley o repreendeu e olhou de canto para Alana, que tomava seu sorvete num canto, tentando parecer indiferente a discussão que aconteceria ao certo. — Hm... acho que eu vou indo... — Ela disse. — Não, Ally, fica aí. — Jason disse. — Não quero que vá embora por minha casa. Eu nunca iria embora por sua causa. — Eu... — Você ouviu ele, né? Fica aí. Você mesma disse que não queria ficar sozinha na tua casa. — É, mas... — Deixa de ser teimosa, menina! — Jason disse, fazendo-a corar. — Tá... tá bom. — Ela sorriu de canto. E estranhamente, essa discussão havia aliviado a tensão do momento. Jason saiu da sala, indo em direção ao quarto. Enquanto Hayley continuava escutando as músicas da He is We, Alana foi lavar a taça de sorvete que havia acabado. Feito isso, ela subiu as escadas em direção ao banheiro. Retocou o lápis que marcava os seus olhos e saiu dele. Passou pela porta do quarto de Hayley e Jason que estava entreaberta. E mesmo que sua consciência gritasse para ela sair dali, ela se recostou e passou a espiar. Jason estava apenas com sua calça jeans costumeira. Ele estava sem camisa e a cueca dele aparecia no começo da cintura. Ela sentiu o coração acelerar. Ele passou uma mão pela barba e logo após pelo cabelo. Andou e saiu do seu campo de visão por alguns segundos, voltando logo depois com uma toalha preta no ombro. Ele colocou uma mão no botão da calça jeans e o abriu, abaixando-a em seguida e ficando apenas de cueca boxer. Enrolou a toalha em volta do quadril logo depois. Alana abriu a boca, surpresa. Ele era... lindo. O corpo dele era lindo. Simplesmente lindo.


Fez que não com a cabeça e saiu dali rapidamente, sem fazer barulho. Tentava de todas as formas reprimir os pensamentos em relação à Jason. Mas ela não tinha forças para isso. Desde o dia que o viu, há alguns anos atrás, vem tendo essa paixão secreta por ele. Lógico que deixou de ser segredo absoluto quando Katt descobriu. Ela se sentia super culpada por gostar do marido de uma das suas colegas de trabalho e amigas mais próximas. Mas... esse é o tipo de coisa que não se contém. Fez seu sorriso de sempre e voltou à sala. — Eita, demorou, hein?! — Hayley disse. Ela, por sua vez, estava escutando a música Kiss It Better – He is We. E por algum motivo desconhecido, essa música a lembrou Josh. De uma forma tão intensa que ela deixou uma, apenas uma única lágrima escapar.

Ele era apenas uma memória. Tudo que é, é uma memória. Hey, hey. Ele chora, Fique comigo, até eu adormecer. Fique comigo.

Ela já sabia que o Coronel Farro também era Josh Farro. Parou de mentir para si mesma, por insistência de Sarah, há uma semana e meia atrás. Mas estava decidida a viver com Jason. Pelo simples motivo de estar cansada de sofrer. E bem... ela amava o Coronel... Mas ela nunca assumiria isso. Para ele. Limpou rapidamente a lágrima ao ver a amiga voltando do banheiro. — Demorei nada. Você que tá viajando aí na musiquinha aí. — Alana retrucou, sem saber que falava a verdade. — Ah, cala a boca. A imagem de Jason apenas de boxer passou pela cabeça de Alana e ela sorriu involuntariamente. — Mas e aí, vai falar com essa banda mesmo? — Vou. Tá decidido. O som é bom, calmo, e a voz da Rachel (acabei de descobrir, o nome da vocalista) é incrível. — Legal. — Enfim. Vou deixar pra fazer isso amanhã. — Hayley sorriu e fechou o notebook. — Ei... vamos fazer alguma coisa? — Tipo...? — Sei lá, chamar a Katt e sair por aí. Já tem um tempão que eu não me divirto de verdade... — Mas a gente tem trabalho amanhã... — E desde quando Hayley Williams se preocupa com isso? — Alana brincou. — Ok, ok. Vamos na Katt. — Ela sorriu. — Só vou avisar o Jason primeiro. — Tá, te espero lá na casa dela. — Alana disse se levantando. Saiu pela porta e foi até a casa da outra amiga. Bateu na porta, Jeremy abriu. — Ei Jerm. — Oi Ally, entra aí. — Ok. Cadê o Luke? — Assistindo Phineas e Ferb na sala. — Ah. — Ela sorriu e entrou na casa. Luke estava com Perry agarrado a si enquanto pulava e dançava a música de abertura do desenho. Ao vê-la Luke acenou, mas sem parar de cantar. Orientada por Jeremy ela foi até o quarto de Katt. — Kathryn? — Ela disse, entrando. — Ei, Ally. Terminou o negócio com a Hayles? — Aham... — Ela suspirou, enquanto se sentava na cama, onde Katt passava esmalte em uma unha. — Ih... conheço esse sorriso... — Ela se referiu ao sorriso que Alana não tinha dado conta de que tinha dado. — Viu ele outra vez, né? — Sem camisa... — Eita. — ...e calça. Katt parou imediatamente de pintar e olhou a amiga incrédula. — Ahn? Alana sorriu. — Não vou dizer. Você vai me criticar. — Eu realmente acho melhor que você me conte, por que eu juro, você não tem idéia de quantas hipóteses minha imaginação está formulando agora. — Não vou falar, não adianta.


— Bem, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que vocês resolveram fazer um trio e... — Eca! Que horror! — Alana a cortou. — Urgh. Katt gargalhou. — Quer que eu continue ou vai me contar? — Tá certo. Eu... sem querer... espiei pelo canto da porta enquanto ele se trocava pra tomar banho. — Sem querer? — Eu sei que foi errado, mas... o que tem de mal em olhar? — Quando se olha o marido da sua amiga, tem muita coisa errada. Alana olhou para baixo. — Não precisa me relembrar isso. — Ela sorriu, mesmo sem vontade. — Mas eu já estou lidando com isso, ok? Tudo bem. Posso manter uma paixão platônica e totalmente impossível sem ninguém ficar sabendo. Além de você, é claro. — Você que sabe. — Nisso tudo eu até esqueci o real motivo de vir aqui. — O que manda? — Sugeri a Hayles para a gente sair por aí, já tem um tempão que eu não me divirto de verdade. Um passeio só de garotas, à noite. Que tal? — Hm... tem o Luke... — Deixa com o Jeremy e o Jason... A Hayley já tá falando com ele... Vamos, Kathryn, por favor! — Alana praticamente implorou. — Ok, vamos. Vou falar com o Jeremy. E a Srta. vai manter em segredo essa tua paixão. — Já disse que sei lidar com isso. — Alana sorriu novamente. Ela realmente sabia lidar com isso. Não deixava seu amor por Jason transparecer de jeito nenhum! Katt só soube por que certa noite, ela ficou bêbada, e tudo fica mais fácil quando isso acontece. Mas ela realmente sabia esconder seus sentimentos. Era conhecida pelo seu alto-astral e o sorriso no rosto o tempo todo. E ela sabia, melhor do que ninguém, ser feliz. Mesmo com todas as dificuldades que ela passou na vida e gostando secretamente do marido de uma das suas melhores amigas — o que seria o suficiente para uma depressão —, ela sempre estava sorrindo. Ela era feliz. Conseguia ver o lado bom da vida e aproveitava. Afinal, ela era uma bela mulher de 25 anos com um bom emprego e bons amigos. Os motivos para ser feliz eram maiores para ela. Quando escutou a voz de Hayley ecoar pela sala ela saiu do quarto de Katt. Encontrou Hayley com um casaco nos ombros e Jason colocando um boné do RedSox na cabeça do pequeno Luke. — Você gosta de beisebol, Luke? — Ele perguntava. — Sim! Go Yankees! — Ele gritou e Jason e Jeremy fizeram um rosto de susto e tristeza. — Não! Meu filho — Jeremy começou —, os Yankees não são legais. Você tem que torcer pro RedSox, ouviu? — Mas papai, todos os meus amigos da escolinha gostam dos Yankees. — Pois é, mas os Yankees acham Phineas e Ferb uma chatice. Você prefere os Yankees chatos ou o RedSox? — Eu prefiro RedSox. — Ele respondeu. — Year! Esse é meu filho! — Que coisa feia, Jeremy. — Alana disse, chegando à sala. — Mentindo pra criança pra ela torcer pro mesmo time. Que aliás perde todos os campeonatos. — Eu educo meu filho como eu achar melhor, ok? E cale a boca. Só perdemos os campeonatos por que os juízes são ladrões. — Ou talvez porque os Yankees são melhores mesmo. — Hayley. — Ei, vocês, vocês não sabem de nada ok? Shut up. — Jason disse. — Que ótimo que escolhemos noite de beisebol pra sair. — Katt disse, rindo, enquanto colocava um casaco. — Taylor não vem? — Hayley. — Nós o chamamos... mas ele não é muito fã de beisebol e a essa hora, deve estar agarrado a Dakotah. Acho difícil. — Jeremy. — Então... vamos? — Sugeriu. — Aham. — Alana concordou. Depois de se despedirem, as garotas entraram no carro. Katt se sentou no banco do motorista, Alana no passageiro e Hayley ficou no banco de trás. O carro começou a andar. — Quantos anos tem que a gente não sai juntas? — Hayley. — Hm... uns 6 anos, viu. — Alana disse, entrando na brincadeira e fazendo as duas rirem. — Ok, parei. Mas já tem alguns meses. Estava sentindo falta. — É, eu também. — Hayley concordou. — Katt... tá calada... — Me preocupa deixar meu bebê na mão daqueles dois loucos. Imagino quantos palavrões ele vai aprender hoje. Elas riram. — Relaxa. — Pra onde vamos? — Katt. — Pro restaurante de sempre, ué. — Ally. — Ok.


Quando as três colegas de trabalho saíam, elas iam sempre a um mesmo lugar. Lá elas se divertiam com a música que era sempre boa, comiam, brincavam, conversavam muito, sobre elas e os outros. Era um programa que elas faziam pelo menos uma vez por mês, mas deixaram de fazer no ultimo mês pelo fato de Hayley estar abarrotada de trabalho. Katt ligou o rádio e estava no meio da música New Perspective, da Panic!. Elas começaram a cantarolar. — Ei, Hayles, você conhece a banda né? — Alana. — Sim. — Tem como me arranjar uns ingressos pro show deles aqui? — Vou falar com o Brendon. — Ela sorriu. — Mas por quê? — Preciso de um show de verdade, sério. — Alana sorriu. — Estou perdendo minhas essências. Da época que eu tinha 17 e vivia indo em shows de rock. Elas riram. — Só eu que não tive uma adolescência louca desse jeito? — Katt. — É. — Hayley sorriu. — Qual foi a coisa mais louca que você fez na adolescência, Hayley? — Ally. — Hm... não sei... Estou entre a noite em que eu quase fui presa numa boate ou na noite em que eu fui no show da Blink 182 em L.A. e acabei indo nadar na praia com o meu namorado. O resto vocês já podem imaginar. Alana riu. — Primeiro: Como assim quase presa? Segundo: Que namorado? — Bem... Eu e toda uma galera, inclusive a formação toda da Panic!, fomos a uma boate por aqui... aquela que fica perto da rodoviária, sabe? — Ahn, sei. — Então, a gente morava longe pra caramba, lá em Franklin. Aí fomos todos, inclusive Jeremy, Jason, Taylor e Justin, que vocês conhecem. Nós fomos em 3 carros e na moto do Jason. Lá a gente dançou pra caramba, rolou muito estresse com o Jeremy e a ex dele, ela ficou totalmente bêbada... aí a polícia apareceu porque tinha muito menor e a bebida tava rolando solta... Então a gente se escondeu e o Jason saiu correndo pra dispistar os policiais. Todo mundo correu e se enfiou nos carros e o Jason fugiu na moto, no maior desespero. Depois de correr um quarteirão inteiro, né. Elas estavam rindo. — Essa ex do Jeremy é a Sarah Orzechowski, né? — Sim. Foi nessa época que começou o rolo dela com o Brendon. — Elas riram. — E o show? Quem é o cara que transou com você na praia? — Alana disse, arrancando uma gargalhada de Katt. — Foi um típico show de rock... Só que nesse mesmo dia, eu tinha sacaneado com ele na praia... E aí, depois do show, pra se ―vingar‖ de mim, ele me levou pra praia e me mergulhou a força na água. — Que lindo. Mas você ainda não me disse quem é o cara. — O meu ex... Josh... — Espera, espera, para tudo. — Alana. — O Josh Farro? — É... — O Coronel Farro? — É... Alana mordeu o lábio inferior. — E isso morre aqui, ouviu? — Hayley disse. — Com certeza. Só fiquei surpresa que você não xingou ele nenhuma vez. — Nessa época, Ally, ele era legal. Mentira, ele era um baita de um chato. Mas ele era... viciante. Quer dizer, ele não era um insuportável. Ele era carinhoso, safado, chato, lindo... — Bem, não é nada não... Mas ele ainda é lindo, Hayley. Por que sério, o cara tem um corpo que... — Ok, eu entendi. — Hayley a cortou. Era desconfortável pra ela escutar elogios do Josh... que não fossem feitos por ela. E isso não é ciúme, tá.

***

Hayley desligou o telefone, feliz. Havia acabado de falar com o empresário da banda He Is We e, com muita negociação eles fecharam tocar na festa por um preço não tão pesado. Pensou como tudo seria mais fácil se Josh concordasse em colocar imprensa na festa. Provavelmente a banda tocaria por metade do preço. Mas se ele estava disposto a pagar mais por isso... que seja.


— E aí, conseguiu? — Alana perguntou. A saída e festa na casa de Hayley até tarde na noite anterior parecia não ter acontecido para ela. Sua aparência estava impecável. — Yes! — Hayley disse feliz e jogou os braços para o alto. — Nem acredito que está dando tudo certo e que faltam menos de duas semanas para a festa se concretizar. O buffet está todo pronto, os decoradores e fotógrafos contratados, tudo rolando como eu planejei. — Ela suspirou. — Parabéns! — É sério. Ainda bem que tá dando tudo certo. E o melhor? Já acabaram os ensaios de nomeação e eu não preciso mais ver o Generalzinho. — Viu, Hayles? Não foi tão mal assim. E agora você vai ser promovida. — Katt disse. — É, graças a Deus. Me sinto ótima. — Não gosto de ser estraga prazeres e tal, mas não se canta vitória antes da hora, Hayley... — Hayley, telefone pra você! — Gritou a estagiária. Hayley estranhou e atendeu o seu próprio telefone. — Alô? — Ei, HayHay. Josh falando. Ela suspirou. — Não me chame assim. E o que o Senhor quer? — Bem... ontem eu estava passeando e eu achei um salão muito bom. Acho que vai ficar bem melhor do que o outro. — Mas, não! O outro salão já está ótimo! Está tudo projetado pra ele e eu vou ter que mudar tudo se você resolver outro... — Hayley, isso é pro seu bem. Esse salão é muito melhor, eu garanto que você vai gostar. — Eu vou ter que trabalhar mais pra levar a festa pra outro salão que não estava no meu projeto, droga! Você... — Ei, entenda. Eu estou pagando isso e quero o outro salão, ok? Passo aí às 4h pra te pegar. — Mas eu... Ele desligou. Hayley passou a mão pelo rosto. — Droga! — Exclamou alto. — O que foi? — Katt. — Aquele imbecil quer outro salão. De última hora! Inferno. — Outro salão? Como assim outro salão? — Ele disse que ―achou outro melhor‖. E que quer esse. Droga. — Bem, se você não tivesse se gabado dizendo que estava tudo dando certo, que já estava tudo pronto, que já tinha banda, que não precisava mais ver ele e tal, isso não teria acontecido. Lei de Murphy, querida. Se algo pode dar errado, dará. — Obrigada, Alana. — Hayley revirou os olhos. — Ele vai vir daqui a vinte minutos me buscar pra ver esse bendito salão. Ai, que merda. — Meus pêsames. Hayley fez que não com a cabeça, chateada. Logo agora que tudo estava dando certo! — Vou falar com o Nicky. Ele não pode deixar isso acontecer. — Ela passou a mão pelos cabelos e se levantou. — Boa sorte, amiga. — Katt. Ela pegou o elevador e tomou o andar de Nicky. Depois de autorizada, entrou em seu escritório e lhe contou tudo. — Sinto muito, minha ruivinha... Mas se ele exige que seja outro salão, eu não tenho como fazer nada. — Ele disse num semblante triste. — Mas... você não tem mesmo como fazer nada? — Gata, presta atenção em uma coisa aqui: O cliente é sempre o chefe. Se ele quer outro salão, outra banda, outra decoração, outra festa que seja, tem que ser assim. Hayley suspirou. — Só mais duas semanas, gata... e pronto... você vai ter sua promoção e sua vida antiga de volta. — Eu sei... obrigada, Nicky. — Ela disse e saiu da sala do chefe, indo em direção ao elevador. Quando adentrou seu andar, a estagiária avisou que o Coronel já a esperava no térreo. Hayley pegou sua bolsa e desceu. Josh já a esperava. Estava vestido com sua farda. Hayley não sabia se era ela, ou aquela farda estava mais apertada. Talvez os músculos estivessem maiores... talvez, é. Piscou fortemente os olhos e tentou livrar-se dos pensamentos em relação a roupa do oficial. — Vamos? — Ele disse, assim que a viu. — Tenho escolha? — Ela respondeu com uma pergunta, já sabendo a resposta e passando em sua frente. Josh sorriu. — É aquele preto. — Josh disse, já fora do prédio, referindo-se ao seu carro. Hayley abriu a porta e entrou primeiro. Ele entrou e começou a dirigir. — Eu sei que você tá com raiva, mas olha, o salão é ótimo. Tem até três andares! — Você sabe que vai ficar mais caro, né? Estou trabalhando dobrado nisso. — Eu já disse que não ligo pro preço. — Ótimo. Contratei uma banda cara.


— É boa? — Lógico. — Hayley revirou os olhos. — Então tudo bem. Hayley não falou mais nada. Estar naquele carro era desconfortável. Motivo? Estar em qualquer lugar que tenha menos de 3m² com Josh era desconfortável. E assim foi todo o caminho até o salão. Sem nenhuma palavra. Duraram apenas 10 minutos, mas para ela, pareceram duas horas. Finalmente chegaram. Hayley olhou bem o salão antes de sair do carro. Sim, é maior. Mas não necessariamente melhor. Saiu do carro ainda sem falar com Josh, dedicando-se a observar o salão. Entrou nele e seu desgosto apenas aumentou. O lugar era grande, porém mal cuidado. Toda a estrutura era diferente e ela precisaria refazer todo o projeto de decoração. Não sabia como era a cozinha para o buffet, e provavelmente, teria que mudar isso também. E tudo isso em apenas dez dias. — O palco é maior. — Josh comentou. — Isso não quer dizer que seja melhor. — Ela retrucou. — Vou ter que refazer tudo. Preciso ver a cozinha e falar com o proprietário. Onde ele está? — Provavelmente no terceiro andar. Mas eu tenho liberdade pra te levar na cozinha. Fica por ali. Josh a conduziu até a cozinha. Ela suspirou. Era muito pequena para abastecer todo o salão. — Achei que a cozinha daqui fosse maior. — Não é grande o suficiente? — Não. — Sabe o que eu acho? — Não e não me importo. — Acho que você só está desvalorizando o lugar por que não quer refazer o seu trabalho. — Não sou de desvalorizar o que não precisa. — Hayley retrucou. — E você tem razão na parte de eu não querer refazer todo o meu trabalho. Estou mais do que certa nisso. Mas esse lugar é péssimo. — Não é. É ótimo e você vai ver isso quando subir os andares. — Não me interessam os andares! O importante é o térreo! — Hayley, lembre-se de que eu estou pagando. Acho esse salão melhor. Vamos subir. — Que seja. — Ela revirou os olhos e passou a seguir Josh. — Você poderia ver o lado bom da coisa. — Não! O lugar é um horror! Eu detestei tudo aqui. O outro salão é muito melhor. — Eu discordo. — Josh disse entrando no elevador seguido de Hayley e apertando o botão 3. — Você discorda de tudo o que eu faço! Parece que quer me ver trabalhando dobrado. A sua festa já estava toda esquematizada! — Eu acho isso melhor e você vai fazer o que eu quero, ok? — Ah, vai se ferrar, Farro. O elevador abriu e eles saíram dele. Hayley continuou a se decepcionar com o lugar que Josh havia proposto. Conheceu o proprietário. O lugar além de pior, era mais caro. O outro salão que eles haviam ensaiado era muito melhor. Menos amplo, porém mais cuidado e harmonioso. Hayley havia preparado tudo para ele. Estava cheia de ódio por não conseguir fazer o que queria. Por ter de fazer tudo outra vez. O seu trabalho de quase um mês teria de ser refeito em 10 dias, em maior escala. Estava tensa. Também pudera. Josh estava fazendo aquilo apenas para irritá-la, e ela sabia disso. — Olha, uma vista. — Não importa a vista. Os convidados e militares vão ficar no térreo, curtindo a banda e a música depois de tudo isso. É sério, eu não sei se vai dar certo! Tenho pouco tempo pra ajeitar esse lugar. — Adiemos a nomeação, então. — Adiar? — Ela disse mais alto do que calculara. — Como assim adiar? Não! Não podemos adiar mais tudo isso! Eu preciso terminar isso tudo logo. — Por que tanta pressa pra acabar com o seu trabalho, Hayley? — Por que eu não quero mais te ver. — Ela disse como se fosse óbvio e sorriu debochadamente. — Vamos embora. Ela colou sua bolsa ao corpo e saiu em frente em direção ao elevador. Josh foi logo atrás dela. Antes da porta fechar por inteira, ele agarrou seu braço, forçando-a a olhar em seus olhos castanhos. — Não quer mais me ver por que? — Ele perguntou. — Por que eu não te suporto. — Por que não me suporta? Por que estar perto de mim te deixa tão irritada? — Por que eu te odeio, droga.


O elevador, mesmo sem ninguém apertar nenhum botão, começou a se mover. Até, é claro, parar. E apagarem-se as luzes. E eles ficarem presos. Juntos. — Não. — Hayley estava estática. — Isso. Não. Tá. Acontecendo... De novo.


Capítulo 53 – Do you wanna make love to me?

— Não. — Hayley estava estática. — Isso. Não. Tá. Acontecendo... de novo. Josh olhou em volta e não se conteu. Começou a rir. — Ah, como eu amo elevadores. — Ele disse. — Você mandou isso acontecer? — Ela perguntou irada. Josh gargalhou. — Infelizmente não. Mas eu gostaria de ter tido essa idéia maravilhosa. — Vá a merda, Farro. — Ela revirou os olhos. — EI! EU QUERO SAIR DAQUI! — Hayley bateu fortemente na porta do elevador. Isso porque sim, ela estava com medo. Josh e ela estavam presos em um espaço mínimo. E vocês se lembram bem de como foi a última vez que isso aconteceu, não é mesmo? — EU QUERO SAIR, DROGA! — Ela gritou. Isso porque sim, ela estava desesperada. ―Olá, eu sou o técnico do prédio. Sinto muito pelo transtorno e estamos trabalhando para que vocês saiam daí. Mas, por favor, permaneçam quietos e não apertem os botões.‖ — Viu? Nós vamos sair daqui. — QUANDO?! — Eu sou um Coronel, não o técnico. — Josh disse apontando para cima e soltando um riso em seguida. Ela o olhou com fúria. — É claro que é o Coronel. — Ela bufou. — Afinal, soldados que tem uma boa conduta, como por exemplo um que larga a pessoa que mais o amava e vai para a guerra, costumam ser promovidos mais rapidamente. — Ela disse, com a voz mais calma, porém sarcástica. — Eu não tive escolha, droga! — Agora, ele gritou. — É claro que teve! — Ela rebateu. — Você escolheu ir para a guerra e me deixar! Você escolheu, Josh, me fazer sofrer! Você escolheu ser o Coronel. — MAS ISSO TUDO FOI ANTES DE TE REVER! — Ele gritou muito mais alto e ela ficou estática. Ela desfez a feição raivosa e deu lugar a uma feição completamente confusa. Josh suspirou. — Lembra do dia em que eu te encontrei pela primeira vez, com a Jenna, e você esbarrou na gente? — Ela fez que sim com a cabeça, devagar, sem entender. — Estava voltando de Brentwood. Tinha acabado de me alistar. — Então... — Se eu pudesse escolher eu escolheria ficar com você. Mas se eu fugisse da minha responsabilidade seria antipatriotismo, e eu seria preso. — Ele suspirou. — Por isso eu cortei o cabelo naquele dia em que formamos a banda. Por isso eu apareci sem o piercing naquele dia depois das férias. Por isso eu não queria fazer dezoito anos. Por isso eu não prometi que nunca te deixaria. — Por que você não me disse desde o início? — Ela perguntou, trêmula. — Acredite ou não, eu não queria que você sofresse. — Ele riu de canto, sem humor. — Eu me culpo todo santo dia pelo que eu fiz com você, Hayley. Mas eu ainda te amo mais do que tudo. Você ainda é tudo pra mim. Ela riu, debochada. — Me poupe, Josh! Você é um Coronel! Fala como se você não pudesse ter qualquer mulher da face da terra! Ele suspirou e deu outra risada de canto. — Você tem razão. E eu tentei esquecer você depois que eu voltei de Israel e soube que você estava bem sem mim. Saí com várias, Hayley, várias. Tentei achar nelas alguma coisa que me lembrasse você. — Ele riu constrangido. — Por incrível que pareça... Todas eram ruivas. — Ele olhou pra baixo. — Mas nenhuma sabia olhar como você, andar como você, abraçar como você... — Ele se aproximou dela. Hayley deu dois passos para trás. Ele continuou caminhando e a parou na parede da lateral do elevador. Passou as costas da mão pela sua bochecha — agora avermelhada —, e a olhou profundamente nos olhos. — Ou... beijar como você. Josh aproximou-se de Hayley acabando com a distância entre eles e devorando os lábios dela em um beijo ardente, cheio de saudade e luxúria. Ele segurou sua nuca com força, demonstrando todo o desejo que sentia naquele momento e com a outra mão ele explorou as costas de Hayley a estimulando a colar mais o seu corpo no dele. Sugava seus lábios com vontade. Suas línguas estavam entrelaçadas em uma dança sensual e provocante. Eles tentavam, naquele momento, aplacar toda a saudade. Toda a vontade de estarem juntos. Essa vontade que os corroeu durante oito anos se materializava ali, naquele elevador. Naquele momento. Nada passava pelas suas cabeças. O que os movia era apenas a vontade de estarem juntos mais uma vez. E era essa vontade que fazia as mãos de Hayley atravessarem toda extensão do peitoral másculo de Josh que inconscientemente — e, convenhamos, ás vezes conscientemente — ela desejara desde o dia em que o reencontrou. Quando os pulmões imploraram por ar, eles afastaram suas bocas por um instante. A respiração de ambos estava desregulada, mas, nem por isso, Josh deixou de querê-la mais do que tudo naquele momento. Abaixou a cabeça pela sua boca e foi até o seu pescoço, deixando beijos, mordidas e pequenos chupões. Hayley projetou sua cabeça para trás, dando a ele a liberdade de movimento. Logo depois, o pegou pelo rosto e o puxou


para a sua boca novamente com pudor e o beijou vigorosamente. Ele não pôde deixar de sorrir perante o desejo que ela demonstrava naquele ato, mas decidiu não falar nada e aproveitar o momento. Mesmo estando muito próximos, para Hayley, parecia que ele ainda estava muito longe. Ela precisava dele com urgência, e então, num movimento rápido e não tão difícil, elevou as pernas para cima, abrindo-as e passando pela sua cintura, enroscando-se nele e sentindo sua masculinidade que já se formava por baixo da farda. E assim eles estavam: Juntos, beijando-se calorosamente, sem nem sequer um centímetro de distância um do outro. Até que as luzes são ligadas e o elevador volta a funcionar. Com o susto, Hayley volta seus pés ao chão e se solta de Josh, que anda para trás, cambaleando, e ajeita sua farda. E é aí que ela se dá conta do que fez. Havia traído Jason, afinal. Leva uma mão a cabeça. E o elevador abre. Haviam vários homens, vestidos com um uniforme cinza, provavelmente técnicos, rindo. Gargalhando fortemente eles começaram a aplaudir. Com medo, Hayley olhou para cima. Apenas duas palavras com uma preposição ao meio: Câmeras. De. Segurança. — Oh, damn... — Disse baixo. Josh, que também já havia percebido as câmeras, riu. — Eita! Que coisa chata, hein? — Ele disse ainda rindo e Hayley o olhou com indignação, pronta para mandá-lo a... — Nossa! Eu queria ser Coronel pra começar discutindo e acabar assim! — Gritou um dos técnicos. — Sério, mano, você viu como ela se agarrou nele? — Outro disse. Hayley já havia passado por todas as variações de cores avermelhadas naquele momento. — É verdade! O que eu preciso fazer pra virar Coronel e ganhar uma mulher assim? — Lutar dois anos numa guerra e tentar viver o resto sendo tratado como um cachorro vira-lata por um tirano. — Hm... acho que eu me contento com a minha esposa, então. Josh riu enquanto os homens continuavam a caçoar dele e de Hayley. Esta última, já não se encontrava mais ali. — Onde ela foi? — Saiu pela porta. — Hm... vou atrás dela. Até mais... pessoal. — Aê! Mandou bem, Seu Coronel! — Diz quem é que manda, é! Josh saiu fazendo que não com a cabeça e ainda escutando os gritos dos homens que pouco a pouco iam se afastando. Saiu pela porta principal do lugar e avistou Hayley, andando rapidamente e batendo ferozmente os saltos altos no asfalto. Correu até ela. — Hayley, entra no carro. Eu vou te levar. — Não! — Ela disse rápido. Ele continuava a acompanhá-la. — Hayley, por favor, como você vai voltar? — Pego um táxi. — Não passam táxis por aqui! — Dane-se! Eu pego um ônibus. — A primeira parada fica há pelo menos 8km daqui. — Eu vou a pé, então! — Ela gritou andando mais rápido. — Hayley, faz o que eu estou te pedindo, por favor. — Não vou entrar no seu carro, Josh! — Ele bufou, impaciente. — Quer saber de uma coisa? Pra mim já chega. — Ele disse e se colocou na frente dela. Abaixou-se e agarrou suas pernas, pegando-a no colo e a colocando no ombro esquerdo. Deu meia volta em direção ao carro. Hayley passou a se debater. — Me solta! — Ela gritava. — Ah! Me solta! Me põe no chão, seu idiota! Me coloca no chão! — Não. Você vai entrar no carro e eu vou te levar pra casa. — Ele bufou. — Me solta! — Ela gritou novamente, mas ele não o fez. Chegou ao carro e abriu a porta, colocando-a no banco, fechando a porta e abaixando o pino de tranca. Foi até o banco do motorista e arrancou o carro. — Coloca o cinto. — Não. — Hayley, deixa de ser imatura! — Imatura é a senhora sua mãe. — Vou contar pra ela. — Ele riu e ela bufou. — Vai se danar. — Coloca o cinto logo. — Ele repetiu a ordem e ela virou o rosto e cruzou os braços no peito. Josh bufou novamente e freou o carro bruscamente. Ela foi projetada para frente e por pouco não bateu a cabeça no painel. — Se o bebezinho estivesse com o cinto, isso não aconteceria. — Ele disse devagar e em tom debochado. — Seu grande filho da mãe. — Ela disse e abriu novamente a porta do carro, saindo dele e andando furiosamente. Olhou para trás por um momento e viu Josh. Apressou seus passos, mas foi inútil.


Sim, novamente ele a alcançou e sim, novamente ele a levou para o carro à força no ombro. Ela se sentou com raiva e cruzou os braços no peito novamente. Ele entrou no carro. — Se você não estivesse de salto, até teria alguma chance de fugir de mim... Pensando bem... Não, nem assim você teria. — Ele girou a chave. — Coloque o cinto. — Não vou colocar merda nenhuma. — Você é a pessoa mais teimosa do mundo. — Ele desligou o carro, bufou e foi até ela, puxando o seu cinto e tentando afivelá-lo. — E você é a pessoa que eu mais odeio no mundo. — Ela retrucou sem pensar. Josh sorriu de canto, provocante. Soltou a alça do cinto e o deixou voltar ao seu lugar. Concentrou-se em olhar em seus olhos verdes. — É mesmo? — Ele perguntou, ainda sorrindo muito sedutoramente. — É-é. — Ela gaguejou. — Então... já que você me odeia tanto... — Ele aproximou seu rosto do pescoço dela e passou a deixar beijos. — Já que você me acha tão chato... — Ele deu uma leve mordida no pescoço de Hayley e ela mordeu o lábio inferior, reprimindo um pequeno gemido. — Já que você me detesta tanto... — Ele voltou ao seu rosto, mas sem tirar seus lábios dela. — Me impeça de te ter. — Ele disse devagar e num fio de voz, e fez o caminho de sua boca.

Eu esperava, que você tivesse um atlas na cabeça Tão cansada, do mesmo homem velho. Há quartos despedaçados e mãos quebradas, você estava tão cansada do mesmo velho homem despedaçado.

Era impossível ela não corresponder ao beijo de Josh. Não apenas pelo simples fato de ele ser ele, incrivelmente lindo e ali, querendo-a. Não apenas pelos fatos carnais, que a impediriam totalmente de recusar qualquer carícia dele. Mas também, pelo fato de ela querer isso mais do que tudo em sua vida. Ela queria muito sentir Josh novamente... Era uma nostalgia. Completamente vencida pelo beijo ardente, ela passou as duas mãos pela nuca dele e o puxou mais para si, aprofundando o beijo e dando liberdade a ele para passar uma mão pela sua cintura. O simples contado das mãos dele com a sua pele lhe dava inúmeros arrepios, que a fazia querer mais de Josh. O beijo continuava quente e provocativo e a vontade de acabar com a distância de seus corpos tomava conta de ambos. Josh segurou a cintura de Hayley fortemente com as duas mãos e facilmente a fez atravessar a divisória dos bancos do carro, fazendo-a sentar-se em cima dele. Enquanto ela sugava seus lábios luxuriosamente e segurava sua nuca fortemente com as duas mãos, Josh passou uma mão pela suas costas e a outra pela sua coxa, que estava coberta por uma meiacalça. Quando eles necessitaram de ar e tiveram de se separar, Hayley abriu os botões de sua farda vagarosamente e passou a beijar e morder a extensão de seu pescoço. Ela separou a farda dos seus ombros, fazendo-o mostrar todos os seus músculos peitorais. Passou a mão pelos seus ombros largos e voltou a sua boca, praticamente devorando-a. Josh, por sua vez, passou a mão pela sua coxa com um pouco mais de força, porém não o suficiente para machucá-la, ou fazê-la reclamar. Subiu a mão até chegar a sua intimidade, que também estava coberta pela meia-calça e pela calcinha. Ela estremeceu. Josh rasgou facilmente um pedaço da meia-calça e colocou dois dedos por dentro da calcinha. Hayley se separou de sua boca e gemeu baixo. Devagar, ele começou a fazer movimentos pequenos e ela gemeu mais alto. Passou suas unhas pelos seus ombros e mordeu seu pescoço. Josh riu, satisfeito. — Do you wanna? — Ele perguntou, sorrindo, no seu ouvido. Ela o olhou com fúria. — Então peça. — Ele sorriu novamente. Estava torturando-a. Muito. — Não. — Ela disse muito devagar, num fio de voz. Josh sorriu e passou a aumentar os movimentos. Ela gemeu novamente. — Então quer dizer que você não quer? — Ele disse novamente em seu ouvido enquanto enfiava dois de seus dedos nela e a fazia gemer. Ela cravou suas unhas no ombro dele. — I know you wanna make love to me. — Ele cantou baixinho e ela estremeceu.

Você quer? Você quer? Você quer fazer amor comigo? Eu sei que você quer. Eu sei que você quer. Eu sei que você quer fazer amor comigo.


Hayley poderia muito bem ter cedido aos encantos de Josh se não fosse por um guarda — lê-se estraga prazeres — que batia no vidro do carro. Josh olhou para o vidro lentamente como se estivesse pensando na melhor forma de tortura que pôde aprender no exército para usar contra aquele individuo de farda azul. Ele abaixou o vidro do carro e o olhou com uma sobrancelha arqueada. Hayley apenas virou o rosto para o outro lado tentando inibir a imensa vergonha. — O que é? — Josh rosnou. — Hã... — O guarda ficou um pouco intimidado. — Você interrompe um momento tão feliz da minha vida para dizer ―Hã‖? O guarda continuou estático. Josh se inclinou um pouco em direção a janela e olhou de um lado para o outro para ver se encontrava alguma câmera escondida, pois aquilo só podia ser uma piada. Hayley tentou segurar o riso em uma tentativa em vão de conseguir sair de cima de Josh, mas ele a prendia com firmeza em seu colo. — É que... — O guarda olhou pra cima tentando ignorar a mão de Josh na intimidade de Hayley. — O que é, merda? Fala! — Josh gritou vermelho de ódio. E a única coisa que ele conseguia pensar era ―Oh Deus, por quê?‖ — Nada. — O guarda deu meia volta e seguiu para sua viatura... Confuso? — Eu não acredito que ele me parou enquanto eu estava por cima. A Hayley tava quase na minha. — Eu tô aqui. — Hayley disse conseguindo sair de cima de Josh. — É. E pode ter certeza que será minha pelo resto do dia. — Josh ligou o carro e antes que pudesse sair a viatura passou por ele. — Valeu aí! — Não pôde deixar de gritar para o motorista que estava dividido entre risadas e medo. Josh seguiu com o carro em direção ao seu condomínio em alta velocidade — lê-se desesperadamente. — Eu não moro por aqui, pra onde estamos indo? — Hayley tentava se deixar decente o melhor que podia. — Eu já disse, você será minha pelo resto do dia, apesar de eu ter quase certeza de que você será minha para sempre. — Ela se lembrou de como apenas Josh usava de sua grosseria para ser agradável. — Não vou. — Ela disse, relutando. Novamente. — Eu estou dirigindo. — Ele riu. — Dane-se. — Ela deu de ombros e passou a ver o crepúsculo que passava pela janela do carro e relembrando os momentos quentes que tivera com o rapaz ao lado pouco antes. Jason nem sequer passava pela sua cabeça nesse momento. Não viu os minutos passar e quando deu por si, Josh já havia parado o carro e dado as informações precisas ao segurança que tomava conta do condomínio. — Onde eu estou? — Ela perguntou compassadamente. — Na minha casa. — Ele disse naturalmente, dirigindo em direção a uma das casas que estava situada entre tantas outras iguais. Com um controle, abriu a garagem e colocou o carro dentro da mesma. — Eu preciso ir embora. — Ela disse. — Ahn... eu discordo. — Ele se aproximou dela e passou a sussurrar em seu ouvido: — A única coisa que eu sei que você precisa, é de mim dentro de você. Hayley sentiu um arrepio percorrer sua espinha e, involuntariamente, inclinou a cabeça para o lado. Josh começou a morder devagar sua orelha. — I... love... you... so... — Ele sussurrou e ela sentiu que seria impossível não ceder. E que, ele tinha razão. Josh abriu a porta do carro e correu até o outro lado, abrindo a porta do lado de Hayley e a pegando no colo, beijando-a ardentemente. Ela passou as duas pernas pela cintura de Josh e ele passou uma mão pela sua coxa, segurando-a em si. Beijando-a, ele chutou a porta com o pé que levava para dentro de sua casa. O primeiro cômodo a ser destruído? Cozinha. Josh simplesmente chegou detonando tudo no chão. Pode-se dizer que se você quer que um cara fique bêbado é só dar um dose dos lábios de Hayley mas, para isso... Terá que passar por cima primeiro do destruidor de cômodos: Josh. Segundo cômodo, mas não menos importante: Sala. Hayley com sua perna sendo coberta por alguns fiapos da meia calça que sobraram derrubou o abajur no chão. Josh em uma tentativa de a colocar em cima do sofá mais largo de sua ampla sala decorada com quadros e cortinas derrubou uma poltrona que caiu em cima de uma mesa de vidro. Josh foi em direção de Hayley que o puxou pela barra de sua farda já aberta o fazendo cair sobre si. Josh passou suas mãos másculas pelas coxas de Hayley terminando de arrancar sua meia calça já completamente rasgada. Hayley com os pés retirou seu salto. Josh subiu suas mãos em direção a cintura de Hayley e no percurso foi subindo seu vestido até o arrancá-lo por sua cabeça. Ao fazer isso, ele caiu no tapete felpudo branco de sua sala e Hayley caiu por cima dele. Ela sorriu perversamente e terminou de tirar sua farda. Desceu até seus pés e retirou seus


sapatos, Josh continha um sorriso safado no rosto, um sorriso de triunfo. Ela passou suas mãos pelas coxas de Josh e foi subindo até sua masculinidade ainda coberta pela calça de diferentes tons de verde, que já estava aparente. Hayley desabotoou sua calça e a deslizou por aquelas longas e deliciosas pernas grossas.

Oh, eu vim te dizer, que você é a minha favorita. E você gostaria que te colocasse no meu mundo? Há corações partidos nos porões, e amores aos pedaços nas ruas. Você estava tão cansada de tudo que me envolvia.

Josh estava ali, em sua frente semi-nu com apenas aquela maldita peça de roupa que tampava a provável parte mais bonita de seu corpo de Deus Grego. Hayley se inclinou na direção da masculinidade de Josh e retirou sua boxer branca a jogando em alguma parte da sala. Ela o pegou entre as mãos e o acariciou com os lábios carnudos avermelhados que em contato com o órgão de Josh o fazia ter sensações de verdadeiro prazer. Ele mordia os lábios tentando conter seus gemidos, mas ficou impossível quando Hayley passou a arranhar com seus dentes levemente toda a extensão de seu membro que estava latejando dentro de sua boca e ela não via logo a hora dele estar pulsando dentro de si. Josh puxou a cabeça de Hayley para sua boca antes que ele ejaculasse em sua boca. Ele colocou as mãos em suas costas e abriu o fecho de seu sutiã deixando a mostra aquele par de seios rosados com os bicos enrijecidos. Aquilo foi à perdição para Josh e sem pensar duas vezes ele abocanhou um de seus seios e, claro que o outro não ficou sem atenção, pois as mãos de Josh estavam ali para lhe dar todo o carinho do mundo. Hayley sentiu uma onda de prazer a invadir por inteiro. Cada parte do seu corpo estava em êxtase com aquele toque dos lábios — e língua — em seus seios. Gemeu alto e mordeu o lábio inferior em seguida, tentando reprimir um grito. O desejo tomava conta dela de uma forma avassaladora conforme Josh a sugava. Louca de prazer, ela agarrou a nuca dele num ato involuntário. Josh terminou de sugá-la deixando algumas mordidas e beijos em volta. Tirou delicadamente as mãos de Hayley da nuca e foi levando a sua cabeça para baixo. Deixou beijos e lambidas em sua barriga e continuou abaixando, até chegar em sua lingerie. Ele olhou para ela, que mantinha uma expressão de pressa e prazer ao mesmo tempo. Sorriu. Delicadamente, ele mordeu a barra da calcinha e a foi puxando para baixo. Ela projetou a cabeça para o lado, mordendo o lábio inferior, sabendo o que viria pela frente. Ele deu um sorriso safado e aproximou os lábios de sua virilha. Deixou alguns beijos delicados, até chegar ao seu clitóris. Passou a sugar e fazer movimentos com a língua. A essa hora, Hayley já estava em êxtase e gritava, pedindo por mais. Josh como era muito obediente começou a estimulá-la com dois dedos em sua feminilidade vagarosamente, torturando-a. Ela já gritava para ele penetrá-la de uma vez, mas ele continuava a torturá-la, fazendo movimentos pequenos e compassados com seus dedos. — Josh... — Ela disse, entre gritos. Ele parou os movimentos e foi para cima, olhando em seus olhos e passando as mãos pelos seus quadris. — Do you wanna make love to me? — Ele perguntou sorrindo de canto. Ela fez que sim com a cabeça. — Então peça por favor. — Ele sussurrou em seu ouvido. — Por favor... — Ela disse, sem ao menos pensar em recusar. Tudo o que passava pela sua cabeça agora era consumar o que eles já haviam começado.

Mas você quer? Você quer? Você quer fazer amor comigo? Eu sei que você quer. Eu sei que você quer. Eu sei que você quer fazer amor comigo.

Sem hesitar, ele penetrou-a com vontade. Ela gritou alto. Josh segurou com força na cintura de Hayley e começou a fazer movimentos rápidos. Ela colocou suas mãos em suas costas e começou a arranhá-la, uma coisa que o estimulou mais ainda. Josh selou seus lábios e sugou sua língua loucamente, depois chupou seus lábios e desceu para seu pescoço. Seu membro estava latejante dentro de


Hayley que a cada estocada exclamava por mais. Josh lambeu o pescoço de Hayley e depois o chupou. — Sentiu essa marca? Quer dizer que você é minha. Sem esperar por uma resposta de Hayley, Josh voltou a tampar-lhe a boca com seus lábios. Os movimentos continuavam rápidos e fortes. O suor escorria pelos corpos colados dos dois e mesmo não querendo, ambos já sentiam que o clímax estava próximo. Sentindo suas pernas fraquejarem, Hayley passou as pernas pela cintura dele, facilitando a penetração e aproveitando-o ao máximo. Eles sentiram que já não agüentariam mais e, como se eles estivessem conectados, gozaram juntos. Hayley soltou um último gemido de prazer e Josh retirou seu membro de dentro dela. Debruçou-se sobre ela ofegante. Os seus corpos estavam molhados de suor e os dois estavam exaustos e coma respiração completamente desregulada. Depois de alguns minutos ali deitados Josh só conseguia pensar que toda vez que acordasse e passasse pela sala (com um abajur e uma mesa de centro aos pedaços) iria lembrar-se de Hayley gemendo seu nome e implorando por mais dele. E como ele desejara aquilo por longos oito anos. Olhando-a na sua frente, ele a abraçou e ela se debruçou sobre ele. Ela mantinha os olhos fechados, e ele deduziu que ela já estava entrando em sono. — Eu sei que você vai embora quando acordar... mas... apenas me deixe uma prova de que isso não foi um sonho. — Ele sussurrou e ela apertou a mão em sua cintura, ficando imóvel em seguida. Vendo aquela criatura de cabelos vermelhos estridentes nos seus braços, ele adormeceu.

Você quer? Você quer? Você quer fazer amor comigo? Eu sei que você quer isso, baby, eu sei que você quer. Eu sei que você quer fazer amor com... Você quer? Você quer? Você quer fazer amor comigo? Eu sei que você quer, baby, eu sei que você quer. Eu sei que você quer fazer amor comigo.


Capítulo 54 – But you still have... all of me.

Ela abriu os olhos. Haviam cacos de vidro espalhados por todo o chão. Um abajur estava ao pedaços e uma poltrona revirada. Estava nua. E nos braços do homem que mais amou — e ainda ama — em toda a sua vida. Suspirou enquanto, finalmente, as lembranças a invadiam. Olhou para o lado e viu Josh dormindo angelicalmente. Ele continua um meio sorriso no rosto. Parecia sonhar com algo muito bom. Ou apenas rever os momentos que viveu há poucas horas antes em sonho. O que não deixa de ser considerado como a primeira alternativa. Sorriu de canto ao vê-lo sorrindo enquanto dormia. E o sorriso se ampliou quando se lembrou do que houvera horas antes. Ela havia gostado. Melhor, havia amado. Mas o sorriso se foi quando ela pensou no que fazer agora. Afinal... não foi certo. Foi muito errado, aliás. E sim, ela de fato amava Josh. Mas Jason ainda era o que não a faria sofrer apesar de tudo. Josh... ela o amava. Mas se decidisse ficar com ele... ela sofreria. Mais. Não conseguia pensar em sofrer mais do que já sofrera. Não queria passar por tudo novamente. E... não queria fazer seu salvador sofrer. Jason havia sido traído... e mesmo que ele nunca soubesse... Ela se sentiria culpada até o fim. E foi aí que Hayley se arrependeu. Devagar, ela se levantou de cima de Josh. Olhou para o relógio da parede e viu que marcavam 22:45 da noite. Jason estaria louco procurando por ela, provavelmente. Suspirou. Ainda estava exausta, mas não podia ficar ali. Depois de procurar e achar suas roupas, ela as vestiu. Calçou seu salto alto e deu uma ajeitada no cabelo. ―— Eu sei que você vai embora quando acordar... mas... apenas me deixe uma prova de que isso não foi um sonho.‖ Lembrou-se da última frase que escutou antes de adormecer. Apesar de tudo, ela precisava fazer o que Josh havia pedido. Foi até a sua garagem e pegou sua bolsa dentro do carro. Lá dentro, havia uma pequena caderneta e uma caneta. Escreveu um bilhete. ―Josh, Essa noite foi um erro. Não um erro seu, mas sim, um erro meu. Você me disse mais cedo que não teve escolha em ir para a guerra naquela época. Você foi porque foi designado. Porque mandaram você ir. Você não teve escolha em me deixar. Agora me diga: já que você não teve escolha, foi escolhido pelo destino que eu sofresse sem você, certo? Eu penso que é isso que ele quer. Me ver sofrer. Não sinto mais raiva de você. Não te culpo por mais nada. A culpa não foi sua. Se você teve que ir, bem, eu tive que ficar e sofrer. Acontece que eu sofri muito. Mais do que você possa imaginar. Eu tive de deixar minha cidade favorita no mundo, tive de deixar de acompanhar o crescimento das minhas irmãs, tive de me formar em um colégio diferente com pessoas diferentes dos meus amigos pra evitar o sofrimento, que foi inevitável. E ainda, para não machucá-los mais, eu tive de fingir que estava tudo bem comigo... Eu tive que fingir, Josh. Tive que guardar minhas lágrimas para quando eu entrava na ducha e as lágrimas se misturavam com a água. Tive que deixar para soluçar no meu travesseiro quando eu tinha certeza que não havia mais ninguém por perto. Tive que lutar contra tudo em mim para não te querer. Não querer sentir suas palavras, seu corpo, sua voz, sua boca, você. Eu lutei, lutei muito, e achei que tinha vencido minha luta interna. Mas aí você reapareceu. E eu percebi que não tinha ganhado porcaria nenhuma! Você ainda continuava em mim. E eu ainda continuava te amando. E eu te amo. Te amo com toda a certeza do mundo. Te amo mais do que eu mesma, mais do que o ar que eu respiro. Mas... o amor não é... bom. É, não é bom. Eu já sofri muito por amor. Tenho sofrido por ele desde que completei 6 anos, com a separação dos meus pais. Me diz se é bom que eu continue amando, porém, sofrendo? Se eu tiver que sofrer mais pra te ter, eu... Eu não vou agüentar... Eu não quero mais, Josh... Eu estou esgotada... Eu não tenho mais forças para lutar contra mim mesma...


Por isso, eu te peço, te imploro, não me procure mais. Por que eu simplesmente não agüento mais tudo isso. Me desculpe, Hayley‖

Passou as mãos pelos olhos, tentando retirar as lágrimas do rosto. Algumas haviam caído e molhado o papel. Arrancou a folha da caderneta e dobrou-a, colocando por cima do tapete, logo depois. Suspirou e saiu da casa que se situava no condomínio. Por sorte, um táxi deixava uma moça na porta do condomínio. Ela o tomou de volta para casa. Ao chegar lá, abriu a porta e viu um homem sentado na poltrona da sala, com um semblante frio e uns papéis na mão. Ele não a olhou. — Não precisa me dizer onde você estava. — Ele disse apenas, ainda sem olhá-la. — Eu sei. Hayley sentiu-se gelar. Jason se levantou ainda sem olhá-la, encarando o papel em sua mão. — Liguei pra PP pra saber onde você estava quando você não voltou pra casa. Me disseram que você tinha ido conferir um salão com o Farro. Liguei então para ele, e alguém do quartel atendeu. Me deram o número do condomínio dele e o recepcionista me disse que ele havia entrado com uma ruiva, tempos antes. — Ele suspirou, ainda com muita frieza na voz. Hayley sentiu as lágrimas invadirem seus olhos. — Eu confiei em você... — Ele riu, sem humor. — Você mentiu pra mim. Mentiu mais de uma vez. — Jason, eu... — Pode explicar? — Ele completou. — Explicar o quê? Que você teve uma recaída e acabou transando com o seu ex namorado? — Ela abaixou a cabeça. — Ou explicar isso, Hayley? — Ele pegou os papeis e jogou em sua direção. Hayley, trêmula, pegou-os do chão. ―Clínica Ginecológica e Obstetra Saint Davis Nashville, TN Paciente: Hayley Nichole Williams Médico: Dr. Louis Parker Tipo de anticoncepcional: Injetável. Assinatura do médico.‖ Ela sentiu as pernas fraquejarem. Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo. Jason a continuava olhando, sem mostrar expressão. Estava frio. Não gritava, surtava, nem sequer chorava. Apenas a via chorar. — Ainda vai explicar alguma coisa? — Ele perguntou, depois de abrir a boca algumas vezes. Não havia explicação. — Eu não podia. — Ela respondeu, entre soluços. — Eu não podia colocar uma criança no mundo, colocando ela a prova de todo o sofrimento que ela vai passar... assim como eu passei... — Com dificuldade, Hayley disse tudo, muito baixo. — E EU NUNCA TE AJUDEI?! — Ele gritou pela primeira vez, logo se recompondo e abaixando o tom de voz. — Você realmente acha que eu ia deixar uma criança sofrer? Sério? — Isso vai muito além do que você ou eu podemos fazer, Jason! Foi o que aconteceu comigo. Eu sofri muito! Eu não agüentaria ver um filho sofrer assim! — E eu não segurei sua mão quando você se sentiu insegura? Eu não enxuguei suas lágrimas e te abracei até a dor passar? — Ele disse com indignação. — Você fala como se eu não tivesse feito nada por você. — Não, Jason, é lógico que fez! Você foi a pessoa mais importante pra mim nesses últimos, anos, entenda... — Entender, Hayley? Eu não fui importante o suficiente pra você ser fiel à mim. Eu não fui importante o suficiente pra você me dar um filho. Eu não fui importante o suficiente! — Ele não conseguia olhá-la nos olhos. Andava dois passos e voltava. Levava a mão a cabeça e tirava. Estava alterado, porém, controlado. — Você foi, Jason... — Ela soluçava. Seus olhos estavam vermelhos. — Eu fiz tudo por você... — Ele disse, olhando para baixo. — Eu estava lá quando ele te machucou. Eu estava lá pra enxugar as suas lágrimas. Eu estava lá pra te oferecer meu ombro amigo. Eu sempre estive aqui, te amando, e te apoiando seja lá no que for. Quando ele voltou eu fiquei com medo que isso acontecesse... Você reclamou tanto que eu não confiava em você... E eu fiz isso... Eu confiei em você e, você mentiu pra mim. Eu fui o seu amigo e protetor durante todos esses anos, e durante todos eles, você mentiu pra mim. Eu... — Ele levou uma mão a cabeça e bufou de leve. Um nó se formava em sua garganta e ele conseguia contê-lo.


— Eu sei, Jason! — Ela gritou, um oitavo acima de sua voz normal. — Eu não queria te perder, eu... Eu sei que não merecia, mas eu não tive escolha na questão do bebê! Eu não podia e quando eu disse que não queria eu comecei a perder você... eu não podia perder você... — Você... tem idéia de como isso é egoísta? — Ele disse, a olhando, triste. — E se você realmente não quisesse me perder, VOCÊ NÃO TERIA ME TRAÍDO, DROGA! — Gritou. — EU CONFIEI EM VOCÊ! VOCÊ... ah. — Ele deu um passo para trás e virou o rosto. — Só me diz uma coisa. — Ele disse mais controlado, olhando para os papéis na mão dela. — Se nada disso tivesse acontecido. Se ele estivesse aqui no meu lugar. Se o Josh não tivesse ido pra guerra, se você estivesse casada com ele hoje. Você rejeitaria um filho? Você faria a mesma coisa que fez comigo? Por favor, Hayley, seja sincera, porque eu não agüento mais mentiras. — Ele disse a olhando finalmente nos olhos. Hayley abaixou a cabeça e passou a fitar seus pés. Ela não podia dizer que sim. Pois ela sabia que não era verdade. E ela não queria mais mentir para Jason. As lágrimas se formaram nos olhos dele. — Quer saber? Fiquem juntos. Eu fui um idiota de tentar te ter pra mim. Eu... tenho que ir. — Ele saiu em passos fortes e abriu a porta da casa, batendo-a fortemente em seguida. Hayley se deixou cair no chão e chorou alto. Tudo estava dando errado. Ela havia feito tudo errado. E havia perdido Jason também. Isso ela tinha certeza. Abraçou suas pernas com força, ficando em posição fetal e molhando seus joelhos com as lágrimas dolorosas que saiam de seus olhos. E foi assim que Katt a encontrou, logo que viu Jason arrancar com o carro. A abraçou. Jason havia pego seu carro e, enquanto as lágrimas caiam de seus olhos de um jeito avassalador, dirigia feito louco. Tudo o que ele tinha mais medo havia acontecido. Ficou louco procurando Hayley quando ela não voltou para casa. Ao ligar para todos que podia e acabar na recepção do condomínio de Josh, ele soube que ele havia entrado com uma ruiva. Só podia ser Hayley. E eles estavam ―amarrotados‖ segundo o recepcionista. Isso foi um golpe forte, e ele achou que não poderia ficar pior. Foi a casa de Jeremy para saber se Katt sabia se eles tinham algum caso. Mas não foi necessário, pois quando ele abriu um projeto dela, que estava sobre uma mesa, encontrou um exame de gravidez e um papel indicando uma consulta ginecológica. O problema é que não era de Katt. Era de Hayley. Com isso ele se sentiu derrotado. Não continha mais forças para nada. Com o papel na mão, em sua casa, ele esperou pacientemente Hayley retornar. E agora tinha a certeza de que ele fora enganado todo esse tempo. Não sabia o que doía mais. A dor da traição, ou a dor da mentira. Ele sentia que tudo o que havia entre ele e Hayley havia sido uma mentira. Ele havia dado todo o seu amor e toda a sua ajuda para ela, pedindo apenas o amor dela de volta. Mas ela não o fez. Não verdadeiramente. Foi uma mentira. Estou tão cansado de estar aqui. Reprimido por todos os meus medos infantis. E se você tiver que ir, eu desejo que você vá logo. Pois sua presença ainda permanece aqui, e isso não vai me deixar em paz. Ele limpava as lágrimas com os braços enquanto dirigia. Soluçava. Se lembrou de quando era um adolescente. A havia desejado mais do que tudo em sua vida. A amou como nunca amou ninguém, e ele sabia que não era um amor adolescente. Sabia que era real. Sabia que duraria, sabia que ele permaneceria amando-a, não importasse o quê. Ele havia lutado de todas as formas para tê-la, principalmente, depois da saída de Josh. Quando conseguiu amá-la como queria, sentiu-se o homem mais feliz do mundo. Sentiu que não queria que aquilo terminasse nunca. E agora, ele desejava esquecê-la. Desejava, sinceramente, que ela fosse embora de sua vida.

Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas. Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos. Eu segurei a sua mão por todos esses anos... Mas você ainda tem... tudo de mim.


Ele se sentia mal não só pela traição e pelo bebê. Se sentia mal, porque apesar de tudo, ele não conseguia odiá-la. Apesar de tudo, se sentia mal por vê-la chorando. Se sentia mal porque... Ele não tinha raiva dela. Limpou as lágrimas rapidamente com as mangas dos braços antes de sair do carro estacionado. Entrou no PUB com a pior das suas caras. Mas ele não se importava. Pediu ―qualquer bebida forte‖ para o garçom, que lhe entregou uma dose do whisky mais alcoólico da casa. Jason engoliu o líquido que desceu queimando sua garganta. Fez uma careta e pediu mais. — Problemas, amigo? — O garçom perguntou vendo-o tomar o líquido enquanto limpava o balcão. — Os piores possíveis. — Respondeu, passando uma mão pelos olhos.

[...]

Passava da meia noite quando Alana saiu do cinema. Havia decidido ir ver o filme na sessão das 22h no cinema 24horas. De fato, havia se arrependido um pouco, levando em consideração que estava com mais sono do que tudo. Entrou no carro e o arrancou, indo em direção ao seu apartamento, que não ficava tão longe dali. Porém, o Hyundai i30 prata, estacionado em frente a um PUB, chamou sua atenção. Era o carro de Hayley. Era reconhecível, pelo adesivo com o design da empresa que havia na traseira. O mesmo adesivo que ela usava. Estacionou. Algo estava errado. Entrou no PUB deixando o cheiro de cerveja e desinfetante (havia uma pessoa limpando o chão) invadirem suas narinas. Percorreu o lugar com os olhos procurando algo familiar, até ver os cabelos castanhos amarelados de um homem que estava sentado à um balcão. Ela reconheceria aqueles cabelos em qualquer lugar do universo. Aproximou-se de Jason e o viu, com dificuldade, tentando levar mais um copo à boca. — Você conhece ele? — Perguntou o garçom. — É um velho amigo meu. — Bem, nós estamos querendo fechar, e... — Ok... ok. — Ela concordou. — Quanto ele deve? — Nada não. Ele pagou antes de começar a beber. — Pode... me ajudar aqui? O garçom pegou Jason pelo braço e Alana pegou por outro. Com uma certa dificuldade, eles o colocaram no banco do Honda de Alana. Ela começou a andar com o carro em direção a casa de Hayley. — Eu... — Jason começou, visivelmente alterado. Lágrimas caíam de seus olhos e nada podia definir o desespero de Alana ao vê-lo daquela forma. — ...Ally? — Sim, sou eu. Se acalma, Jasy, vou te levar pra casa. — EU... NÃO QUERO VOLTAR! — Jason gritou, assustando Alana. — Você precisa voltar... sua... — ela engoliu seco — ...esposa deve estar esperando por você. — Não! Ela não... ela não é minha esposa! Ela é uma mentirosa! Alana o olhou confusa, ainda prestando atenção na pista. — Jason, você precisa... — Ela me... traiu... Ally. — Jason disse, dando um soluço logo depois. Alana ficou estática. Traído? Como Hayley poderia ter traído Jason? Claro. O Coronel. — Ela não pode ter feito isso... — Ela murmurou. — Mas ela fez. — Jason choramingou. — Eu... vou te levar pra minha casa, então... Você precisa descansar... Alana tentava olhar o menos possível para o seu rosto. Vê-lo vermelho e chorando era pior do que ter o peito perfurado por uma faca afiada. Ela sentia doer nela também. Teria de ter uma conversa séria com Hayley. Ela não conseguia entender, simplesmente não conseguia entender porque alguém trairia um dos homens mais carinhosos, engraçados e bonitos que ela já tinha visto. Estava com raiva de Hayley. O Coronel podia sim ser muito bonito, mas ainda era arrogante e chato. Como trocar os dois? E agora, por causa deles, o homem que ela amava estava ali, em seu carro, chorando.


Ela sentia raiva. Estacionou o carro no estacionamento do prédio onde morava. Saiu e abriu a porta de Jason, fazendo-o apoiar-se nela. — Vamos, Jasy... Vamos... Eles andaram devagar até o elevador do prédio e subiram até o apartamento de Ally. Após abrir a casa e adentrá-la, ela levou Jason para seu quarto. Ele se deitou em sua cama e pouco depois de chorar mais um pouco, completamente exausto, adormeceu. Alana ficou vendo-o dormir, até sentir sono também. Pegou uma coberta e levou para a sala. Adormeceu por lá, ainda cheia de raiva e preocupação. [...] Era uma sexta-feira de sol. Passavam das duas da tarde quando Jason abriu os olhos. Olhou em sua volta e não reconheceu onde estava. O quarto era todo decorado em detalhes roxo. Havia um grande guarda-roupa branco em um canto. Um violão, e na parede à sua frente, várias fotos coladas nela. Reconheceu ele mesmo em uma delas. Era a foto de ano novo que ele tirou com Hayley, Alana, Jeremy, Taylor e Katt. Dava pra ver Luke com poucos meses de vida também. Sua cabeça latejava forte e ele estava enjoado. Lembrou-se vagarosamente da noite passada. Estava na casa de Alana. Viu um bilhete no travesseiro ao lado dele. O abriu. ―Se você já estiver acordado, saiba apenas que eu dei uma saída. Fui comprar umas coisas no mercado e já volto. Enquanto isso, vai tomar um banho. Tem umas roupas abaixo desse bilhete... Elas eram do Brian. Devem dar em você. Já volto, Ally.‖ Suspirou. Lembrava-se do ex-namorado de Alana. Era um baita cretino e não a merecia nem em um milhão de anos. Jason tinha um grande afeto por ela e sabia que Brian não era um bom homem. Talvez até a traísse. Felizmente eles haviam terminado... fazia um ano e meio? Talvez dois? Ele não se lembrava. Mas havia ficado feliz por ver a amiga longe daquele traste. Pegou as roupas e se levantou com certa dificuldade. Foi em direção ao banheiro e deixou a água cair em si. Seu pensamento não saía de Hayley. Josh. Traição. Bebê. Porém não deixou lágrimas caírem. Doía, como doía. Mas ele não queria chorar novamente. Ele sinceramente não acreditava que o choro fosse um sinônimo de fraqueza, mas não queria se deixar levar novamente. Ter ido beber já tinha sido um erro. Em menos de um mês e meio ele já havia ficado bêbado duas vezes. Já era demais. Isso sem dizer que estava dando trabalho para Alana. Decidiu se trocar e sair de sua casa antes que ela chegasse. Iria até a empresa, pegaria algum dinheiro e alugaria algum lugar. Talvez ficasse em um hotel, ele não ligava. Apenas não queria ser um incômodo. Vestiu a roupa de Brian ainda no banheiro. Felizmente, as medidas eram quase as mesmas e a roupa lhe caiu bem. Saiu de lá com o cabelo ainda molhado. Seu rosto ainda continha muitas olheiras e ele ainda se sentia tonto e com enxaqueca. Mas não teve tempo de ir embora. Alana chegou antes e o viu saindo do banheiro. — Ei. — Ela sorriu. — Oi Ally. — Está melhor? — Perguntou. Jason notou que ela trazia consigo uma bandeja com algumas coisas. — Mais ou menos... — Isso quer dizer que não. — Ela torceu o lábio. — Vem, senta na cama. — Não, eu já te dei muito trabalho... Não quero incomodar, é melhor eu ir. — Jason, eu vivo nessa casa sozinha já tem uns dois anos. Você não me incomoda nem um pouco. E outra, eu não vou deixar você ir embora desse jeito mesmo, então senta, vai. Ele suspirou. Os lindos olhos verdes e brilhantes de Alana o olhavam. Ela continha uma feição de paz que o envolvia no simples ato de olhá-lo. — Não tenho mesmo escolha? — Não. — Ela sorriu e, contagiado, ele sorriu também. — Vem, senta.


Jason se sentou com as pernas para o alto. — Você deve estar com dor de cabeça, sem apetite, enjoado, tonto... — É, mais ou menos isso. — Ele disse. — Toma. — Ela lhe entregou um pequeno pote com algo marrom dentro. — É doce de leite. — Doce? — Ele fez uma careta. O que menos queria comer agora era algum doce. — Vai te fazer bem, Jasy. Quando alguém que está alcoolizado é mandado pro hospital, a primeira coisa que fazem é aplicar glicose pura no sangue. O doce de leite é bem açucarado e vai te ajudar. Jason fez que sim com a cabeça e tomou uma colherada do doce. — Como você me achou ontem à noite? — Ele perguntou. — Estava voltando do cinema e vi o seu carro na frente do PUB. Percebi que tinha alguma coisa errada e entrei lá dentro, então eu te tirei de lá. Ele abaixou a cabeça. — Me desculpe, eu não costumo fazer isso... — ...mas você teve bons motivos. — Alana completou. — É. — Jason abaixou a cabeça. — Quer me contar? Ele fez que sim com a cabeça. Alana era serena e algo nela o fazia querer se abrir. Jason confiava nela. — Quando eu conheci a Hayley ela ainda não namorava o Josh... mas eles costumavam ficar. Até namorarem de vez. Eu me apaixonei por ela assim que a vi, mas ela não gostava de mim. Então eles ficaram juntos, até... Ele ir pra guerra. Ela chorou e sofreu como ninguém. Eu ajudei ela, Ally. — Involuntariamente, uma lágrima caiu de seus olhos. — Eu ajudei ela do jeito que pude. Ela se mudou pra cá, e eu visitava ela toda semana. Eu escutava ela desabafar. Eu... ajudei ela a compor a primeira música depois que ele foi... Eu ajudei ela... E fiz ela gostar de mim também... Então nós começamos a namorar. Foi tudo perfeito, até decidirmos morar juntos... E eu quis ter uma criança. De início ela não queria, mas depois eu a convenci. Então o Josh voltou... nós discutimos no mesmo dia que nos vimos. Eu fiquei com medo de que ele a pegasse de mim outra vez... Então começamos a brigar por isso... não estávamos totalmente bem... Ontem descobri que ela se prevenia por conta própria... e descobri que ela havia me traído com o Josh... Foi tudo uma mentira, Alana... tudo... — Ele já chorava fortemente. Alana se aproximou dele e o abraçou. Deixou as lágrimas dele molharem sua camiseta. Ficaram assim durante alguns segundos, até se afastarem. Jason limpou o rosto. — Me desculpa. — Não precisa se desculpar. Acontece com todo mundo... Eu entendo que está sendo difícil pra você e só Deus pode dizer o quanto eu me sinto mal por estar te vendo assim. Mas... ela errou muito, Jason... e talvez não mereça você. Talvez... ela não te ame... Você ajudou ela e talvez ela quisesse te agradecer por isso, ficando com você, e convencendo a ela mesma de que amava a você, e não a ele. Mas... a gente não manda no coração... e eu duvido que ela tenha feito isso por mal... Mas você tem que seguir em frente. — Eu sei, é isso que eu pensei também... Mas sabe, tem uma parte de mim muito grande que quer esquecer de tudo isso e voltar pra ela... Alana abaixou a cabeça. — Ainda assim... ela vai continuar não te amando. — Ela murmurou muito baixo. Jason não a escutou direito, mas decidiu não perguntar a ela. — Mas é bobagem. Vai acontecer outra vez e o melhor e deixar isso tudo. Ela não me ama... e insistir nisso é burrice. Alana suspirou e pegou sua mão. Ignorou o arrepio involuntário que sentiu. — Só saiba que eu vou estar aqui se você precisar de mim. Detesto te ver assim e nunca vou medir esforços pra te fazer sorrir... Cara, Jason, eu te amo demais... — Ela percebeu que havia falado mais do que desejara, e logo contornou: — Você é um dos meus melhores amigos, e a sua amizade vale muito pra mim. Detesto ver amigos meus chorando e eu não quero que você sofra... Se precisar de mim, por favor, é só falar. — Ela olhava dentro de seus olhos azuis que a encaravam. — Obrigado, Ally. Você é uma grande amiga. — Ele tentou sorrir. Amiga. Apenas uma amiga. Ela abaixou a cabeça e sorriu também. — Termina de comer o seu doce, vai. — Ele sorriu e colocou mais uma colherada na boca. — Onde você aprendeu que doce faz bem pra ressaca mesmo? — Bem... — Ela deu um meio sorriso. — O meu pai foi mandado pro hospital algumas vezes por isso... Os médicos disseram pra minha mãe e eu era adolescente na época. Acabei aprendendo. — Seu pai? — Sim... Mas não é uma história agradável. — Ela ainda sorria. É claro que não queria sorrir. Mas sorria. — Qualquer coisa que me distraía agora é bom... Quer me contar?


Ela arqueou as sobrancelhas e abriu a boca, suspirando. — Ok. — Concordou. — O meu pai costumava beber... e não era pouco... Eu sou filha única, sabe? Ele pegava o dinheiro todo que ele ganhava e gastava em bebida. Aí ele ficava violento, se metia em briga de bar, voltava pra casa e tentava brigar com a minha mãe... Ela me trancava no quarto, mas nunca deixou ele bater nela. Minha mãe era muito forte e meu pai, apesar de tudo, a amava muito. Mas é verdade que eu nunca me sentia bem perto dos dois... acho que não era muito desejada pelo meu pai, por um motivo que eu desconheço... então eu tinha que fingir estar dormindo toda vez que ele chegava bêbado... Um dia, ele se meteu numa briga de bar e o cara tava armado... Não é necessário ser um gênio pra descobrir o que aconteceu depois. Sem o meu pai a minha mãe teve que trabalhar mais, e foi aí que eu comecei a produzir festas. Eu tinha só uns 15 anos quando os pais de uma amiga minha tinham que fazer uma festa para a irmãzinha mais nova dela... Eles iam gastar uma fortuna numa festa que não ia agradar as crianças. Eu dei opiniões boas e eles me disseram pra eu tomar conta. Eu fiz tudo feliz, era só uma adolescente. Quando a festa aconteceu e ficou ótima, eles me pagaram a diferença que gastariam a mais na outra festa, e eu vi que poderia trabalhar assim. Uns anos depois, eu já tinha terminado os estudos e deixei um currículo com o Nicky. Estou lá desde então. Então... apesar de tudo... se não fosse pelo meu pai eu não estaria aqui. — Nossa. — Jason riu. — A sua história então teve um final feliz? — Nem tanto. — Ela sorriu de canto. — Mas não é por isso que eu devo deixar de sorrir. Tento sempre ver o lado bom das coisas e seguir em frente sempre, apesar de tudo. — Gostaria de ser assim... — Você é, Jason. Só precisa acreditar. — Os olhares deles se encontraram novamente. — Você é incrível, sabia disso? — Ele disse, sorrindo. — Não sou nada. — Ela respondeu, forçando os lábios. Ainda mantinha o olhar firme nos seus olhos. Era difícil estar tão perto dele e não poder tê-lo, de verdade. Tudo nela gritava para ela se aproximar dele e o beijar. Tudo. Já Jason, agora, pensava na mesma coisa. Pensava em como ela era bonita e em como ele não havia notado isso. Olhava dentro de seus ternos olhos verdes e via esperança. Ela era realmente incrível. Alana não agüentou mais. Aproximou-se rapidamente e tomou os lábios dele num beijo urgente. Jason não recuou, afinal, ele também queria aquilo. Passou uma mão pelo braço dela e a puxou mais para si. Ele não pensava. Estava deixando-se guiar pelo desejo carnal de ter aquela mulher para si. E ali, na cama de Alana, o desejo dos dois foi consumado. Alana o queria mais que tudo e não havia conseguido conter sua vontade que estava escondida dentro dela desde muito tempo. E Jason, nela se refugiou, esquecendo-se de todos os seus problemas e do mundo lá fora. Esquecendo-se das conseqüências e da amizade que os dois mantinham. Esquecendo-se, apenas, de tudo.

[...]

O sol se punha, e Jason re-colocava sua roupa. Notara o quando aquilo havia sido errado. Alana, estava adormecida na cama. Apenas o cobertor cobria o seu corpo. Acordou quando Jason colocava seu sapato. — Você vai embora? — Foi a primeira frase que se formulou em sua cabeça. — Me desculpa, Ally... Desculpa. — Mas desculpar porquê? — Ela mantinha uma feição confusa. — Eu... eu estraguei tudo... Me desculpa ter feito isso com você... Eu estou estragando tudo. — Jason, olha, eu... — Eu acabei de ter uma briga com a Hayley e ainda fiz isso contigo. — Ele se aproximou da cama. — Me diz, por favor, que você vai continuar sendo a minha amiga... Eu não quero estragar a nossa amizade, Ally... Alana deixou uma lágrima cair. Ele ainda pensava que eles eram amigos. — Claro que isso nunca vai mudar, Jason... Continuo sendo a sua amiga... — Ela disse tudo isso com um nó na garganta. — Obrigado. — Ele agradeceu. — Prometo que vou esquecer tudo isso, ok? Eu... não devia... Me perdoa. Você é a minha melhor amiga e eu não quero estragar isso. — Não estragou. — Ela respondeu e tentou sorrir. Jason deixou um beijo em sua testa e disse ―me desculpe‖ mas uma vez. Saiu do quarto e Alana deixou as lágrimas caírem. Se ele soubesse que ela o queria... Mas ela simplesmente não conseguia dizer! Não podia dizer. Se dissesse, ele iria se afastar dela. Não seria nem sequer seu amigo. E ela não podia perdê-lo. Preferia tê-lo como amigo do que não tê-lo.


E com isso, mais um coração se partia nessa história toda.


Capítulo 55 – Keep a straight face Com as melhores lembranças possíveis ainda em sua mente, Josh abriu os olhos. Jogou os braços para o alto, espreguiçando. Olhou para todo lado e não a viu. Suspirou. Ela havia ido. Sentou-se no tapete felpudo e encontrou um papel dobrado em cima dela. Estava escrito bem grande ―I‘M SORRY‖ no lado superior da folha. Josh pegou a folha e a olhou. Tinha medo de abrir e ver o que estava escrito. Em geral, ele já tinha uma idéia. Suspirou e abriu a carta. Estava escrita em caligrafia rápida e mal-feita. Algumas bolinhas onduladas haviam manchado a folha, e ele notou que eram lágrimas secas. Em algumas partes o traço da caneta estava tão forte que parecia atravessar a folha. Josh começou a ler. Cada palavra machucava-o de forma forte. — Você está errada, Hayley. — Ele disse sentido, quando terminou de ler. — Você não vai ser totalmente feliz sem mim, nunca. Ele abaixou a cabeça e deixou uma, apenas uma lágrima escapar. Era a primeira vez que ele chorava desde... a morte de Nate. Ficou estático, sem conseguir se mexer. Hayley estava errada em pensar daquela forma! Ele não queria nunca mais a fazer sofrer! Estava disposto a dar sua vida para fazê-la feliz. Queria-a para sempre! Queria cumprir todas as promessas que ele havia feito. Se sentia arrasado, sabendo que a aquela noite que ele tivera com ela, poderia ser a última. E agora, o que fazer? Ela havia implorado para ele não procurá-la. Mas ela o amava! Tinha dito isso! Estava confuso e arrasado. Ainda estava sentado em seu tapete, no meio de sua sala devastada, quando a campainha de sua casa toca. Seria ela? Procurou sua calça e a vestiu com desespero e rapidez. Correu até a porta e a abriu, ofegante. — Ei, mano. — Zac sorriu. Josh suspirou, triste. Seria bom demais para ser verdade. — Oi Zac. — Estava passando e decidi vir aqui. — Entra aí. — Josh abriu espaço para Zac passar. Ele foi falando algo sem nexo, que Josh simplesmente não escutava. Estava muito decepcionado para conversar, seja lá sobre o que for. — Então eu achei um biscoito diferente e... Jesus! O que aconteceu aqui? — Zac cortou seu próprio assunto ao adentrar a sala do irmão. — Hayley. — Ela jogou uma bomba atômica aqui? — Zac riu e diante do rosto de ―não teve graça‖ de Josh, se calou. — Sério... o que aconteceu? — Isso. — Josh entregou a carta a Zac e esperou alguns segundos, até ele terminar de ler. — Você está me dizendo que vocês destruíram a sua casa transando? — Na verdade... — Poupe-me dos detalhes. Responda apenas sim ou não. — Sim. — Wow. — Zac deu uma risadinha, olhando em volta. — Que medo. — Zac! — Josh o repreendeu. Não estava para as palhaçadas do irmão. — Ah, claro, na carta ela pede pra você nunca mais procurá-la. Estamos diante de uma má situação e eu não devo fazer piadas. — Exatamente. — Josh bufou e se sentou no sofá. — Mas e aí, o que você vai fazer? Depois, é claro, de re-mobiliar a sua casa? — Zac fez que ia se sentar ao seu lado. — Sem graça. Eu ainda... — Peraí, vocês não fizeram nesse lugar do sofá não, né? — Zac olhou para o irmão e continuou em pé, sem se sentar no sofá. — Não. — Josh revirou os olhos. — Que bom. — Zac se sentou. — Acabaram as piadas? — Mas eu... ok, acabaram. — Obrigado. — Mas é sério. O que você vai fazer? — Não sei. Não sei mesmo. Se tem uma coisa que eu não quero é fazê-la sofrer. E ela não quer me ver... Eu a amo, ela me ama, mas não me quer... Eu sei lá, Zac. — Bem, cara... Mesmo quando ela te odiava, ela te amava, e até anteontem ela dizia que te odiava mais do que tudo... Mas vocês sempre ficaram juntos no final. E o destino sempre deu seu jeito de fazer vocês ficarem outra vez.


Como quando vocês se esbarraram, ou na escola, ou mais recentemente, por causa da festa. Tudo vai se acertar, não se preocupa. — E se não se acertar dessa vez, Zac? — Josh desabafou. — E se dessa vez ela simplesmente não quiser mais me ver? E se agora ela quiser viver sem mim, definitivamente? Eu não quero fazer ela sofrer mais por minha causa... — Josh, presta atenção. Vocês sempre vão querer um ao outro, não importa o que aconteça. E você mesmo não disse que quer ajudar ela? Ficar com ela pra sempre? — Sim, eu disse e é isso que eu quero fazer. Mas sempre que a gente começa a namorar ou a ficar acontece algo ruim que acaba separando nós dois... E se eu fizer algo de mal pra ela mesmo sem querer? — Se eu conheço meu irmão, eu sei que ele não vai fazer nada disso. E o empecilho de vocês ficarem juntos naquela época se chamava Jenna Rice. Hoje ela tá casada com aquele fazendeiro rico e burro, então, não tem problema. — Eu não estou falando da Jenna, que se dane ela. Estou dizendo agora do Jason. De mim. — Josh, se eu me lembro bem, vocês eram feitos um pro outro, desde pequenos... e isso não vai mudar. — Eu sei! E eu já disse isso pra ela! Desde que eu me entendo por gente eu a amo. E ela traiu aquele idiota do Bynum ontem, Zac... — Tecnicamente, você se casou com ela antes, então não foi traição. — Zac disse e Josh, finalmente riu. — Estou dizendo, tudo vai se acertar como sempre se acertou... E mesmo que você não precise mais procurá-la, ela ainda é a sua promoter. E daqui a menos de duas semanas a sua festa acontece, General. Josh sorriu um pouco e pensou. — Você tem razão, Zac. Ainda tem a festa. E você não vai acreditar na idéia que eu tive agora. — Hm... Esse é o meu irmãozão. Me diz aí.

*****

3 dias depois

— Ah, não. Só pode ser brincadeira... — Sarah dizia, com um brilho nos olhos. — ...Você gosta de Phineas e Ferb? Luke abriu um sorriso. — Claro! É o melhor desenho do mundo inteeeiro! — É verdade! Encontrei alguém que me entende! Oh Deus, como eu amo essa criança. Vamos cantar, Luke: São três meses de férias, que passam depressa, curtir é a prioridade... Sarah e seu mais novo amiguinho cantavam a música da abertura do desenho enquanto Jeremy e Hayley assistiam a cena. — Essa é a coisa mais estranha que já aconteceu na minha vida. — Jeremy disse. — O quê? — Katt disse, entrando na sala. — O fato de a sua namorada de adolescente ter a mesma idade mental do seu filho? — Ela riu. Katt e Sarah haviam se tornado amigas. Estranho? Vocês nem imaginam como isso aconteceu. Nisso tudo, Sarah voltou a falar com Jeremy e finalmente conheceu seu pequeno filho. O qual, agora, estava apaixonada. Estava cedo e Hayley havia passado com Sarah na casa de Katt. Brendon estava desfalecido em seu sofá e Spencer... Esse só Deus sabia onde tinha se metido. Sarah havia decidido ficar na casa dela até... tudo se resolver, digamos assim. E Brendon havia ido falar com Sarah na noite passada, mas acabou dormindo por lá. — É só que é difícil acreditar que uma mulher de vinte e seis anos está cantando a música tema de um desenho animado com o meu filho de menos de dois aninhos de idade. — Você fala como se a Sarah fosse a pessoa mais madura do mundo. — Hayley riu. Jeremy suspirou. — Você tem razão. — E nós precisamos trabalhar, né Hayles? — Sim, precisamos. — Hayley concordou com Katt. — Sarinha, amor, vamos voltar pra casa para você tentar reanimar o seu noivo? — Já vou, Hayley. Eu quero saber o que acontece com a Candence depois que um esquilo entra na calça dela. — Ela realmente parecia interessada na narrativa do menino. — Hm... ok, né. — Hayley disse confusa. — Ahn... a porta tava aberta... fui entrando. — A voz masculina fez as três pessoas olharem para trás. Jason estava lá.


— Que isso, cara. Você é de casa. — Jeremy. — Valeu, amigo. Ahn... Hayley, podemos conversar? — Ele sorriu de canto. — Claro. — Ela concordou. — Vamos lá... em casa. — Disse devagar, achando estranho tudo aquilo. Jason a seguiu. Ela abriu a porta da frente e os dois deram com a figura de Brendon com uma camiseta branca e um short curto. Estava com as pernas para cima do sofá e a cabeça pendurada. Jason riu. — Só um minuto... tenho que acordar essa coisa. — Hayley foi até ele e começou a balançá-lo. Depois de muito trabalho árduo para tal, Brendon acordou. Caiu no chão e se levantou rapidamente. — Eu tô bem! Estou bem... Ai! — Ele passou a mão pelo cotovelo. — Hey Jason! Hm... que sono. — Você já está dormindo aí há 10 horas, como pode estar com sono? — Sei lá... — O banheiro é por ali. — Ahn, é. Tchau. — Ele bocejou e saiu da sala. Hayley desfez a feição engraçada ao olhar Jason. Deu lugar a uma mais... preocupada, triste... culpada. — Estava preocupada com você. — Eu estava bem, não se preocupe. Só vim... deixar as coisas esclarecidas entre a gente. Hayley suspirou. — Olha, Jason, eu... — Antes — ele a interrompeu. —, antes que você comece a se culpar, por favor, me escute. — Suspirou. — Eu não te odeio, Hayley. Ela sorriu nervosa. — Não? — Não. — Ele sorriu. Estava sereno. — Eu... fui burro de esperar ter com você o mesmo que você teve com o Josh e não me interrompa, por favor. Você o ama desde pequena, e querer que você me amasse do jeito que você ama ele, era mais do que bobo da minha parte. Os momentos que eu passei com você nos últimos anos foram os melhores da minha vida, acredite. Mas... não fomos feitos um para o outro... E você só ficou comigo porque foi o mais fácil pra você... Infelizmente eu só fui perceber isso depois de tudo acontecer. Aconteceram... algumas coisas... E eu pensei melhor tudo o que aconteceu nos últimos tempos... Eu fui egoísta te pedindo um filho... Eu era inseguro. Eu queria o bebê justamente para que você não me deixasse. — Ele sorriu de canto. — Enfim... Eu sofri, errei, mas aprendi. A questão é que eu não sou o seu Romeu, querida Julieta. — Ele brincou e Hayley sorriu, sem mostrar os dentes. — Eu sinto muito. Nunca foi minha intenção te fazer sofrer... — Eu acredito em você. Mas... eu estou conformado. — Ele suspirou. — Vou começar uma vida nova, Hayley. Vendi minhas partes da empresa para o Jeremy e o Taylor ontem e... vou viajar... conhecer o mundo... ver gente nova... vou viver. Eu vou ser feliz e... eu espero que você faça o mesmo. Ela sorriu e não respondeu. — Hayley, eu já te aconselhei isso antes... Faz muito tempo, mas eu me lembro bem quando disse pra você voltar pro Josh. Sabe... ontem eu estava mexendo numas coisas antigas... Eu achei isso aqui. — Ele tirou um CD do casaco e entregou à ela. — É da nossa apresentação em Franklin. Veja só em My Heart, Hayley. A letra é a coisa mais bonita que existe. E... vocês... se amam. Mesmo brigando toda hora, vocês se amam... então... Segue seu caminho, Hayley. Eu quero que você seja feliz, e vocês dois, juntos, são felizes. — Não. — Ela discordou. — Você foi meu instrumento de felicidade, Jason... sem você eu não vou ser feliz como antes... Ele... ok, é verdade, eu amo ele, mas isso não quer dizer que eu vá ser feliz com ele... — Você só ficou comigo, linda, porque era mais fácil. Por que você sabia que eu não te faria sofrer. Mas as vezes o caminho mais difícil não é o pior. E muitas vezes, no fim do caminho mais difícil que se encontra a felicidade. Ela olhou pra baixo. — Me desculpa. Me perdoa, Jason, por tudo que eu te fiz. Eu errei muito com você e você não merecia... Me desculpa por mentir pra você, me desculpa por trair você... Me desculpa por todo o mal que eu te fiz, por favor. Jason se aproximou dela e a abraçou, deixando um beijo na sua testa. — Tá tudo bem... Isso foi uma provação pra mim também. Eu precisava aprender... Me lembrar de quem eu era... Eu estava esquecendo disso. — Eles se separaram. — Não precisa se desculpar. — Ele a olhou, ainda com serenidade. — Eu... posso pegar minhas coisas? Amanhã eu vou pra Londres. — Londres? — Ela riu de canto. — Sim. Descobri que adoro sotaque britânico, e bem... Purê de batatas com torta parece bem gostoso. Eles riram. — Tomara que você encontre alguém legal pra te fazer feliz como você merece. — Hayley disse. — O mesmo pra você. Felicidades, Julliet. — Ele estendeu a mão. — Felicidades, Romeo. — Ela apertou a mão dele e logo após ele subiu as escadas, em direção ao seu quarto. Hayley respirou fundo, enquanto sentava-se. Uma grande culpa e dor saíra de seu peito com aquela conversa com Jason. Ele voltara a ser o Jason de antes. Voltara a ser o amigo, compreensivo, engraçado, Jason. Levantou-se. Precisava trabalhar.


Foi até a casa de Kathryn andando e adentrou o lugar. Sarah ainda escutava a história que o garotinho de um ano e oito meses contava alegremente e Jeremy já havia ido trabalhar. — Vamos? — Hayley perguntou a Katt. — Assim que as crianças pararem de brincar. — Katt disse, rindo e andando em direção as duas crianças. — Sarah, ele tem que ir pra creche... — Ahn... — Ela ficou visivelmente triste. — Faz o seguinte, deixa ele matar um dia de aula. Eu cuido dele direitinho, juro. — Sarah praticamente implorava a mãe do garoto. — É, mamãe, deixa a tia Sarah cuidar de mim... Katt olhou para os dois rostos pidões e concordou. — Ok. Então, filhote, eu vou trabalhar. Dá um beijo na mãe. — Ela abaixou e recebeu um abraço e um beijo verdadeiro do menininho. Despediu-se de Sarah e saiu com Hayley pela porta da frente. — Me conta, me conta. — Katt disse à Hayley, que riu. — Tudo certo. — Ela continuou sorrindo. — Como assim? — Conversamos civilizadamente. Eu me desculpei, ele se desculpou... colocamos tudo em pratos limpos e agora, cada um pro seu lado. Como era pra ser. — Ela suspirou. — Ele não está triste? — Não... quer dizer, ele não parecia triste... parecia conformado... Ele disse que estava bem, e que queria uma vida nova... Vendeu a parte dele na empresa e vai viajar pelo mundo, ou algo assim. — Bom pra ele. — Ele disse que quer ser feliz. Eu estou feliz com isso, de verdade. Estava me sentindo péssima por ter feito o que eu fiz com ele. — Que bom que tudo se resolveu da melhor forma. — É o que eu diga. — Ela suspirou. — E agora, o que você vai fazer? — Como assim? — Hayley, você ama aquele cara. E ele provou de todo jeito que te ama também. — Mas eu pedi pra ele não me procurar, Katt. Eu não quero ele mais na minha vida, porque por mais que eu o ame, ele me trás sofrimento. Eu só não agüento mais, entende? — Acho que sim... — Eu estou contente. Estou realizada. Jason vai viver a vida dele e eu vou continuar trabalhando e tendo amigos maravilhosos. I'm content with loneliness. — Ainda acho que você deveria reconsiderar, amiga. Agora você é solteira. E vocês foram feitos um para o outro. — Estou bem do jeito que estou, Katt. Só vou fazer a festa, porque eu me comprometi a isso. Quanto ao resto... vou deixar acontecer. Kathryn suspirou. Falar com ela não adiantaria. Ela continuava mentindo para si mesma. De que estava contente sem ele. Estava feliz do jeito que estava. Decidiu não falar mais nada. Mas isso não quer dizer que ela decidiu não fazer nada. [...] — ALANA! — Gritava o ―homem‖. — ALANA, PIRUA! — Nicky, oi, aqui! — Ela respondeu, com medo. Quando Nicky Mitchell se referia a uma de suas funcionárias como ―pirua‖, significava que a coisa havia ficado feia. — Onde a senhorita estava na sexta-feira? EU LIGUEI PRA VOCÊ O DIA INTEIRO! — Ele batia o pé no chão enquanto falava. — Tive que cuidar de um amigo. — Tomara que ele seja da companhia de eletricidade, porque se isso acontecer de novo, a senhorita não terá como pagar a conta, ouviu? Eu precisei de você e tive que pedir pra uma promoter de Louisville pra cá porque a senhorita não estava aqui. Então, please baby, não suma outra vez. Pro seu próprio bem. — Me desculpe, Nicky, mas eu não tive escolha. — Ela suspirou. — Ok, não gosto de revirar o passado. Isso é só um aviso. Não suma outra vez. — Não vai acontecer de novo. — Ótimo. — Mas pra quê você precisou de mim, mesmo? — Agora não dá pra falar. Só não comente nada com a Hayley. Nada mesmo, ok? Alana estranhou. — Certo... não vou falar. — Bom. Agora volte ao trabalho. Alana assentiu e voltou ao seu lugar, na mesa entre Katt e Hayley. — E aí, ele bateu em você? — Hayley brincou.


— Por pouco. — Ela riu. — NICHOOOOLE! Preciso de você, RIGHT NOW! — Ele tá de TPM hoje ou o quê? — Hayley disse, levantando-se. — Me desejem sorte. — Boa sorte, amiga. — Katt disse e Hayley saiu. Alana suspirou e colocou uma mão na cabeça. — Ih... o que foi? — Katt perguntou, arrastando sua cadeira para a mesa da amiga e ficando perto dela. — Nada. Estou ótima, ué. Katt riu. — Amorzinho, eu te conheço tem quase dez anos. Não minta pra mim. Me diz, o que houve? Você não está bem, e por mais que tente se fazer de feliz, eu estou vendo que não está. O que aconteceu? Alana respirou fundo. — Jason. — Começou. — Estava voltando do cinema quando encontrei ele bebendo no PUB, na quinta. Ele ficou sabendo da traição da Hayley e foi beber. Eu peguei ele e levei pra minha casa. Ele dormiu e tomou banho lá... — Por isso você não veio na sexta. — É... — Mas... por que a tristeza? — Eu perdi o controle. — Ela olhou pra cima, impedindo qualquer lágrima de cair. — Nós conversamos... muito, sabe... Eu não agüentei e beijei ele... E aí nós... — Ela suspirou. — Ai, meu Deus. Não me diga que vocês... — Sim. — Ela a interrompeu. — E quando acabou... ele me pediu desculpa e disse que não queria que a nossa amizade acabasse. — Uma lágrima caiu. — Amizade, Kathryn. Eu nunca vou ser mais nada do que isso pra ele. — Por favor, não me diz que você não disse pra ele dos seus sentimentos. — Como eu ia dizer? — Ela elevou um oitavo da voz. — ―Você é a minha melhor amiga e eu não quero estragar isso.‖ Como eu ia dizer, ―droga, eu te amo! Eu não sou sua amiga! Eu não quero ser a sua amiga!‖? Eu iria afastálo, Kathryn! Ele ia sumir e não iria querer me ver, nunca mais! Você entende isso? — Caramba, Ally, você que não entende! Não passa pela sua cabeça que se ele transou contigo é porque ele também sente algo por você? É do Jason que a gente tá falando, amiga, não é de qualquer outro homem. Ele é doce e sensível, ele não fica com qualquer uma, e se ele disse que não quer estragar a amizade, é porque ele não quer te perder. — Katt deixou a última parte com muita ênfase. — Ele passou hoje de manhã lá em casa... — Ela já deixava algumas lágrimas caírem. — Disse que vai embora do país... — Ela mordeu o lábio inferior. — Você acha que se ele não quisesse me perder ele estaria fugindo de mim? Acha, Katt? Ele vai embora, pra outros países, vai viajar e esquecer aquela tarde, vai me esquecer. — Você realmente não entende, né? Ele esqueceu a Hayley em menos de quatro dias, Alana. Entende isso? Eu achei estranho mas agora tudo faz sentido. Ele quer você, mas não quer que você se afaste. Ele está fugindo de você porque sabe que se você ficar com ele durante mais tempo, ele não vai se controlar. — Katt fez que não com a cabeça. — Você ama ele. E agora ele está solteiro. Então, você vai limpar essas lágrimas agora, sair dessa droga dessa empresa, chegar e dizer pra ele ―eu te amo‖, ouviu? — Mas e se não for assim, Katt? E se ele realmente só quiser ser meu amigo? — Ele vai embora amanhã. Me diz o que você tem a perder? Alana pensou um pouco. Mas teve os seus pensamentos barrados por uma voz feminina. — Por que você está chorando, Ally? — Hayley perguntou, sentando-se ao lado das amigas. — Eu percebi que você não estava bem, mas não sabia que o problema era tão grande... Katt olhou para Ally, que abaixou a cabeça. — Hayley, temos uma coisa pra te contar. Ela levantou as sobrancelhas. [...] — Você está me dizendo, Kathryn Camsey Davis, que Alana é apaixonada pelo Jason? OMG. — Hayley estava incrédula. — I‘m sorry. — Alana disse num fio de voz, ainda chorando. — Desculpar? — Hayley riu. — Desculpar por quê? Minha linda, o que você está fazendo aqui? — Hayles... eu não tenho como ir... Não tenho como dizer... — Sim, você tem. — Hayley respondeu. — Jason é um ótimo cara, que merece uma ótima garota. Ally, você é a garota que ele merece. Gente, se eu soubesse disso antes não tinha ficado tão mal. — Hayley olhou para o lado. — Alana, amor, deixa eu te falar uma coisa: É muito melhor você se arrepender de algo que você fez, do que se arrepender de algo que você não fez... Vai lá, fala com ele. — Hayley tem razão. Por mais que ela não siga os próprios conselhos, ela tem razão. — Cala a boca. — Hayley bufou. — Você não tem nada a perder. E as chances de ganhar ficam muito maiores se você tentar. Alana limpou as lágrimas com um dos braços.


— Vocês estão certas. Mas se eu sair agora o Nicky vai me matar. — E quem disse que ele precisa ficar sabendo? Fica tranqüila, eu e Hayles cuidamos disso. Ally riu e saiu correndo do quinto andar do prédio. Hayley suspirou, feliz. — Não acredito que a Alana gostava do Jason e eu não sabia disso. — Não podia te dizer. Você era a esposa dele. — Katt deu de ombros. — Eles ficam tão lindos juntos, se for olhar bem... — Assim como uma certa promoter e um certo Coronel. — Katt, já falamos sobre isso, por favor. — Tá certo. Não digo mais nada. — Ela riu e olhou para a porta de entrada do 5º andar. — Falando no diabo... Hayley olhou para onde Katt olhava e viu Josh adentrando o lugar, acompanhado de um outro oficial. — Oh, Deus. Ele veio até a mesa de Hayley. — Precisamos conversar. — Josh, eu deixei explicado na carta que... — Eu não quero mais o outro salão. — Ele disse, parecendo indiferente ao resto. — Ahn... Como? — Você tinha razão. O primeiro salão é muito melhor. Tem a área onde vai acontecer a cerimônia e outra área para a festa, e realmente é melhor para os meus planos. Ela sorriu de canto. — Ahn... certo, ok. Que... ótimo. — E mande um convite para as suas irmãs e o seu pai, em Franklin. Quero todos na nomeação. Inclusive, Kathryn — Ele se virou para ela. —, você e a sua família. O seu bebê também. Katt sorriu. — Estaremos lá. — Era só isso, Hayley. Agora preciso saber onde está o Sr. Mitchell. — Josh passou os olhos pelo lugar. — Katt, pode me mostrar? — Claro que sim. — Mas... — Hayley interferiu. — Pra quê mesmo, que quer ver o Nicky? — Ah, por causa do nosso Aaron, aqui. — Ele bateu nos ombros do rapaz. — Terá uma festa militar. Está sendo promovido a Coronel e vai me substituir com o pelotão. — Exatamente. — O rapaz concordou. — Katt? — Josh voltou a ela, que sorriu, e saiu com Josh e Aaron em direção ao elevador. Indo para o sexto andar falar com Mitchell. Hayley achou aquilo tudo estranho. Josh... não havia dito nada... em relação aos dois... Deu de ombros e voltou ao seu computador. Decidiu mandar um e-mail a Erica, para que ela já pudesse avisar a família da festa, que seria dali a 6 dias.

*****

Alana chegou ao hotel em seu Honda. Suspirou. Era agora ou nunca. Tudo ou nada. A hora da verdade. Saiu do carro já estacionado e entrou. Foi direto em direção a recepcionista. — Jason Bynum. Sabe qual é o quarto dele? — Ela perguntou enquanto mexia os dedos. Estava nervosa. Muito nervosa. — 402. Quem eu devo avisá-lo que está aqui? — Alana. Alana Smith. — Ela respondeu. — Diz que é urgente. — Um segundo. — A recepcionista colocou o telefone no ouvido. — Sr. Bynum? Alana Smith está aqui para vê-lo e diz que é urgente... Certo, mandarei. Obrigada. — Ela desligou o interfone. — Décimo quinto andar, quarto quatrocentos e dois. Pode subir. — Ela voltou os olhos para o computador. — Obrigada. — Alana saiu correndo em direção ao elevador e apertou três vezes o botão de número quinze. Suas pernas tremiam tanto que pareciam que iam fraquejar a qualquer hora. Seu coração batia tão rápido que parecia sair pela boca. Não se lembrava da última vez que estivera tão nervosa. A música que era para ser relaxante, apenas a deixava mais nervosa. Não havia ninguém no elevador e ela continuava mexendo os dedos um no outro. Depois de longos 45 segundos, o elevador dá um bip e as portas se abrem. Ela sai andando rapidamente. Anda pouco até achar o número do quarto. Respirou fundo. Esperou cinco segundos e bateu na porta.


Logo ela se abriu. — Ally! — Jason a abraçou. Ele havia acabado de sair do banho (notava-se pelos cabelos ainda molhados) e o cheiro de sabonete com o seu maravilhoso perfume fez seu coração pular dentro de seu peito. Estava tão nervosa que temia desmaiar. Jason a soltou. — O que é tão urgente? Entra. Ela adentrou a suíte. — Então? — Jason fechou a porta. — Não quero que vá. — Ela disse de uma vez, de costas para ele. — Como assim? Ela se virou e passou a fitá-lo. — Não vai, Jason. Não vai embora. Por favor, não vá. — Mas... Ally, eu... Não posso ficar aqui... Ainda não estou pronto para conviver com a Hayley, você já sabe... — Mas eu não estou pronta para viver aqui sem você. — Ela disse, segurando-se para não chorar. Jason sorriu. — Como assim? — Que droga, Jason! Eu não quero ser sua amiga! Eu não quero ser só uma amiga pra você! Eu não sou só isso! Eu amo você, ouviu? Eu não posso viver aqui sem você! Eu não vou ser feliz se você não estiver comigo, porque eu preciso de você pra mim... Eu preciso... — Ally... — Eu sei que você me quer só como sua amiga, mas eu não quero. Nunca quis! Quando nós estivemos juntos foi a tarde mais perfeita da minha vida... — Ally... — Jason tentava falar, mas ela continuava. — Por favor, Jason, não me deixa, não vai embora... Eu amo você e... — Ally. — Ele sorria. — Por que você está sorrindo? — Ele sorriu mais. — Droga, Jason, eu estou te dizendo pra ficar, implorando e quase chorando e você está... — Ela não conseguiu terminar a frase, pois Jason se aproximou e tomou sua boca com um beijo calmo e doce. Suas línguas se entrelaçavam devagar e eles aproveitavam todo o momento. Sentiram que poderiam ficar a vida inteira ali, se beijando. Experimentavam agora, o amor que há tempos estava em seus corações. No caso de Jason, oculto pela vontade de ter outra mulher. Agora tudo parecia claro e limpo. Ele amava Hayley. Como uma amiga... quase uma irmã. Mas amava Alana como mulher. Queria Alana como mulher. E o melhor, ela também o queria como homem. Quando os pulmões pediram por ar, eles se separaram, mas deixaram suas testas ainda coladas. — Estava com medo. Quando ficamos juntos eu achei que havia me aproveitado de você... achei que tinha ficado com você pela dor que a Hayley havia me causado... Mas você não saiu da minha mente. A sua voz, o seu sorriso, o seu beijo... tudo ficou guardado em mim. E eu percebi que se continuasse a te ver freqüentemente, quebraria a cara assim como fiz com a Hayley. Mas agora... que você disse que me ama... Tudo muda. — Ele sorriu e selou seus lábios mais uma vez. — Eu te amo, Alana. — Ele disse baixinho e ela sorriu. Sorriu como nunca havia sorrido na vida. — Faz pouco tempo que descobri, mas eu te amo. — Então fica. — Ela pediu outra vez e selou seus lábios novamente. — Não posso... eu já disse... — Ele a beijou. — Vem comigo. — O quê? — Vem viajar comigo. Londres vai ser muito mais bonita com você. — Ele riu. — Vem comigo, Ally. Vem ser feliz comigo. — Mas... eu tenho meu emprego... — Eu tenho muito dinheiro na conta. — Ele sorriu. — Não vai faltar... e eu vou comprar o que você precisar e quiser... Sabe, a gravadora é a maior de Nashville, e eu tinha um terço. Vem comigo, Ally, e eu prometo que vou te fazer a mulher mais feliz desse mundo. Alana sorriu. Isso era um sim. ***** 6 dias depois Eram sete horas da manhã, mas a garota de cabelos avermelhados já estava de pé. O trabalho no salão de festa estava a todo vapor. Hayley estava no comando de tudo. E fazia isso muito bem, por sinal. Josh havia feito questão de chamar toda a sua família e todos os seus amigos para a festa. Christie e Scott iriam com Marcus (filho de Scott). Hayley gostava de Marcus, não gostava de Melanie. Vocês se lembram porque. Erica, McKayla, Jessica e Joey já estavam hospedados em sua casa. Fazia alguns meses que ela não revia as irmãs e ficou maravilhada. Erica, havia se tornado uma bela adolescente, que agora tinha 16 anos. E McKayla, uma préadolescente de 11 anos, era muito esperta e inteligente.


Nada comparado a Isabelle na idade dela, por exemplo. Mas Isabelle sempre fora uma exceção para tudo. McKayla lembrava muito Hayley quando era pequena e realmente parecia ela. Era voltada para a música (já tocava piano) e já tinha dito a mãe que queria pintar o cabelo de laranja quando crescesse. Erica e Belle continuavam melhores amigas. E ah, sim, Erica estava namorando com um rapaz. Diferente de Belle, que nunca na vida havia tido um namorado sério. E falando nela, também estaria na nomeação do irmão. Tanto ela quanto Zac e Nate. Nate levaria sua mulher e sua filhinha. Ele havia se casado há pouco tempo, para a surpresa de Hayley. Jeremy, Katt, Sarah, Brendon, Spencer, Taylor, Dakotah... todos estariam lá. Com a exceção de Alana e Jason. Bem, esses estavam curtindo a vida em London. Com todas essas pessoas na nomeação, Hayley viu que tinha de dar o seu melhor. Nicky disse que a enviaria uma estagiária para ajudá-la no dia. Só que ela ainda não havia chegado. Ela também havia conversado com Rachel Taylor e Trevor Kelly, os componentes da banda He Is We. Com o empresário deles e com eles, ela combinou de eles estarem lá pela tarde, para passarem o som. Alguns membros de turnê, não-oficiais, dariam o apoio necessário a banda. O DJ também já estava contratado e os fotógrafos também. Se não fosse convidada, ela chamaria Dakotah, que era uma ótima fotógrafa. Mas como fazia parte da lista de convidados, ela teve de chamar outros de confiança. A única coisa que não deu certo foi o vestido que Hayley havia encomendado. Era azul e lindo, mas, misteriosamente, ele havia sumido. Felizmente ela achou outro, branco, mais lindo ainda. E deu sorte de tê-lo achado em cima da hora. De fato, tudo estava nos conformes para a festa de hoje à noite. Mas isso não quer dizer que Hayley sabia de tudo o que aconteceria nessa festa. Ah, como ela estava enganada ao pensar isso...


CAPÍTULO FINAL [Parte 1] – IT’S ALL ABOUT US — Não, não e não! — Hayley gritou pela décima vez naquela manhã. — A bateria fica mais atrás! É impossível que a cantora cante nesse espaço mínimo de lugar! Arrumem isso agora. Onde estão os decoradores? Quero todos trabalhando aqui! Nós temos um prazo pra cumprir! — Hey, olha a minha promoter mais fina. — Nicky disse entrando no salão. Hayley estava com um fone no ouvido e alguns papéis na mão, planejando e gerenciando absolutamente tudo. Ela tinha que fazer tudo ficar perfeito. — Oi Nicky. — Ela suspirou e abraçou o chefe. — Essa é Tamiris Poynter. Sua estagiária. Ela já está por dentro de todos os seus projetos. — Oi Tamiris, sou Hayley, prazer. — Hayley apresentou-se a garota. — É isso, gatas, agora mandem ver. Volto mais à tarde. Quando começa a cerimônia mesmo? — Às nove da noite. — Hayley confirmou. — Certo. Beijinhos e tchau. — Nicky despediu-se das meninas e saiu pela porta da frente. — Então, Tamiris, já sabe dos projetos todos? — Sim, eu tenho conhecimento de tudo. — Então cuida das meninas da decoração que eu vou dar uma olhada na cozinha. — Ela disse. — Aham. Tamiris era uma bela mulher. A única coisa estranha é que ela era uma mulher. E... mulheres mais velhas geralmente não são estagiárias. Elas, tem de dezessete a dezenove anos. — Hey, Tamiris, posso te fazer uma pergunta? — Hayley estava intrigada demais com aquilo. — Claro. — Quantos anos você tem? — Vinte e quatro. — Ahn... Ok, vou mesmo olhar a cozinha agora. — Ela saiu andando. Era estranho. Hayley entrou no mundo da promoção de festas com dezenove anos e havia deixado de ser estagiária antes de completar vinte! Por que uma mulher de vinte e quatro anos ainda tinha que ajudar em questões como essa? E por que Hayley nunca a havia visto em lugar nenhum da PartyPromover? Balançou a cabeça negativamente, afastando pensamentos confusos de sua cabeça. Havia muito trabalho ainda para fazer e faltavam menos de oito horas para que os convidados começassem a chegar. E ela ainda tinha que fazer cabelo e maquiagem! Chegou na cozinha. Os petiscos estavam todos em andamento. Espumantes e outras bebidas no freezer. Os chefes trabalhavam da melhor forma com os seus funcionários. Hayley sorriu. Tudo indo como o combinado. — Hayley? — Ouviu-se a voz de Tamiris. — A banda está aí para passar o som. — He Is We? Já? Perfeito! — Hayley saiu com Tamiris em direção ao salão. — Hey! Rachel! — Ela foi em direção e abraçou a garota morena. — Trevor! — Abraçou também o rapaz loiro de olhos azuis. — Olá Hayley! — Rachel sorria de orelha à orelha. — Como vai? — Bem... tudo muito corrido, mas tá dando certo. — Bem, esses são Aaron, Harrison e Carman... baterista, tecladista e baixista. — Prazer em conhecê-los. — Hayley apertou a mão de cada um dos rapazes. — Então... podemos? — Trevor perguntou, olhando para o palco, que já estava pronto para eles tocarem. — Claro! Vão lá. Cada um dos componentes da banda se posicionaram em seus devidos lugares. Rachel se sentou e testou o microfone. Eles ficaram afinando instrumentos e se aquecendo por aproximadamente vinte minutos, até começarem a realmente tocar. Hayley escutou e assistiu eles tocarem Blame It On The Rain e Happily Ever After, mas logo depois teve de sair para ajudar com as pessoas da decoração. E o trabalho continuou árduo naquele salão. Hayley trabalhava incansavelmente. As horas se passaram e já eram cinco da tarde. Os fuzileiros haviam acabado de chegar e Hayley dava as instruções certas à eles. Lá dentro, a He Is We ainda ensaiava as suas músicas. — Hey, Tam... — Rachel chamou Tamiris, que cuidava das coisas dentro do salão. — Sim? — Precisamos ensaiar... aquela música. Como vamos fazer? Tamiris coçou a cabeça. Era a música mais importante de todas as que eles cantariam. — Façam mais uma pausa, Rach. Vou cuidar disso. — Tamiris saiu do lugar e encontrou Hayley falando com um militar. Esperou pacientemente até ela terminar.


— E aí? — Perguntou. — Tudo certo. Vinte homens, mais do que o suficiente. — Ela sorriu. — E você vai pro cabeleleiro hoje ainda? — Tenho que ir. — Hayley mexeu em uns papéis em sua mão. — Mas antes eu tenho que falar com o pessoal da limpeza. O chão está imundo! — Ei, deixa que eu cuido disso. Eu sei que ter cabelo colorido não é fácil. — Elas riram. — Vai arrumar seu cabelo e se vestir, e quando você chegar, eu vou. É só nós revisarmos. — Tamiris sugeriu. — Dá conta mesmo? — Hayley. — É lógico que dá. — Ouviu-se outra voz, entrando no lugar. — Ainda mais quando se tem a minha ajuda. — Katt! — Hayley abraçou a amiga e Tamiris sussurrou ―obrigada‖ para Kathryn, sem que Hayley visse. — Você está linda, hein?! — Obrigada. — Katt sorriu. — Mas agora é sua vez. Eu cuido dos últimos detalhes com a Tamiris, você vai pra casa fazer cabelo, maquiagem e se vestir. Aproveita e dá uma olhada na Sarah, no Brendon e no Luke. O Jeremy comprou um terno pra ele, ficou a coisa mais linda do mundo, você precisa ver. — Katt disse a última frase, referindo-se ao filho, com um brilho nos olhos. — Certo, certo. Volto em duas horas. Não fujam dos planos. — Hayley disse e foi em direção ao estacionamento. — Cara, obrigada mesmo. Ela não iria embora se não fosse por você. — Tudo bem. Precisamos agilizar isso. — Katt disse. — A banda já está aí? — Sim, mas eles ainda precisam ensaiar a última música. — Legal, vamos ver como eles estão.

[...]

Eram oito horas da noite. Hayley estava divinamente vestida. Seu vestido branco parecia iluminar todo o lugar. Havia feito uma maquiagem simples e iluminada. Seus olhos pareciam mais verdes do que nunca. Seus cabelos alegremente avermelhados estavam em um lindo coque malfeito, e alguns fios soltos caiam pelos seus ombros. O salão estava perfeitamente arrumado. O chão de mármore branco poderia se passar por um espelho de tão limpo (sim, Tamiris havia feito um bom trabalho). Ele, que era muito amplo, estava dividido em duas partes. Uma delas, havia um palanque, e vários assentos. É onde aconteceria a nomeação. O outro era destinado à festa. Os fuzileiros estavam todos à seus lugares, aguardando a chegada dos primeiros convidados e, principalmente, de Josh. Hayley checou que tudo estava pronto para a chegada dos primeiros convidados. Procurou Tamiris. Ela não estava em lugar algum do salão... Foi até a cozinha e até ao banheiro, mas não a achou. Saiu do lugar e a viu falando no celular. As palavras que ela emitia estavam inaudíveis aos ouvidos da ruiva, porém ela pode notar que Tamiris tinha total controle sobre a pessoa a qual conversava. Parecia dar ordens. Parecia Hayley em trabalho. Tamiris percebeu a presença de Hayley e empalideceu por um segundo. Não o suficiente para Hayley notar. — Ei, escute. Apenas tragam-nas, ok? Preciso ir. — Ela desligou o telefone. — Oi, Hayley. Era a minha mãe. — Tamiris se explicou. — Entendo... — Hayley passou uma mão pelos braços. — Falando nisso, a minha deve estar para chegar. Pedi para os meus familiares vierem antes. Não podem haver atrasos... — Nunca trabalhei em festas militares antes, mas a pontualidade realmente é respeitada. — E como é. — Hayley sorriu. — Enfim. E a He Is We, quando volta? — Me disseram que por volta das oito e meia estão de volta. — Certo. — Hayley concordou, olhando a fila de homens à porta. Estavam perfeitamente alinhados. Um carro militar parou no estacionamento do salão. Saíram de lá alguns homens fardados. Todos mais velhos. Hayley reconheceu um deles. Eles vieram até ela. — Olá, General Shadows! — Ela cumprimentou o homem. — Sra. Williams. Sra. Poynter. Como vão? — Muito bem... — Hayley respondeu sorrindo, inibindo a curiosidade que a invadia por inteiro. Como o General conhecia Tamiris? Estava começando a achar que ela era conhecida por todos... menos por ela. Um fato: Tamiris Poynter reunia muitos atributos estranhos. E Hayley sentia um pressentimento de que estava prestes a descobrir quais eram eles. — Que ótimo! Pode me mostrar o salão? — Claro que sim. Quero que o Senhores vejam. — Hayley sorriu ternamente outra vez e conduziu os homens até o interior do lugar. — É aqui que devo ficar? — Perguntou o homem.


— Sim, Senhor. Já ensaiamos isso antes, o Coronel chega, o Senhor coloca as ombreiras e medalhas nele. — Certo, está bem. — Ele sorriu. — Está realmente muito boa a decoração. — Obrigada. — Hayley agradeceu e Tamiris levou uma mão ao aparelho bluetoof que estava em seu ouvido. — A He Is We está a caminho — Pode recebê-los para mim, Tamiris? — Claro. — Perfeito. — Hayley suspirou. — Com licença, senhores. — Ela pediu e saiu do lugar, deixando aqueles cinco homens fardados conversando. Saiu pela porta novamente e viu um carro conhecido parar. Joey saiu de lá com suas duas filhas e sua esposa. Foram em direção à Hayley, que recebeu-os com um abraço. Ela os conduziu até o lugar onde deveriam ficar. — Posso te ver trabalhar, maninha? — Erica pediu. — Ok, mas vai ser meio corrido. — Sem problema. — Então tá. — Hayley sorriu, dando um abraço de canto na irmã que era um pouco mais alta do que ela. — Ah, você viu meu vestido? Não é lindo? — Erica disse, rodando. Hayley gargalhou. — É perfeito. Ele era lilás com alguns detalhes branco. Claro, leve e bonito. E caia como uma luva no corpo bonito de Erica. Seus cabelos estavam totalmente soltos e lisos ao extremo. A franja que caia pela sua testa dava toda a leveza ao rosto da adolescente. — Olha, é o carro do Zac! — Erica disse alto. Zac saiu do carro, acompanhado de sua mãe e de Isabelle. Isabelle sorria, até olhar a melhor amiga. Seu sorriso foi embora numa fração de segundo, dando espaço a um olhar de tristeza e pavor. Ela correu antes do irmão e da mãe até Hayley e Erica. Parou em frente a amiga, que também estava com a mesma expressão, e gritou. Erica também gritou. Por quê? Os vestidos delas eram exatamente iguais. — Não! É só um pesadelo. Eu vou piscar meus olhos fortemente e acordar desse sonho horrível. — Isabelle disse, mais calma. Apertou os olhos e os abriu outra vez. Gritou novamente. — Belle, sua vaca! Como você pôde roubar o meu vestido? — Eu não roubei o seu vestido, vaca maior de todas! Você roubou o meu. — Só pode ser sacanagem... Eu preciso me trocar! — É! — Isabelle concordou, ainda olhando para a amiga loira. — Sinto muito, amores, mas se vocês forem se trocar agora só vão chegar depois do Coronel. Eu não posso deixar isso acontecer. — Hayley disse fazendo as garotas ficarem mais tristes. — Mas Hayley... — Vocês estão bonitinhas. Parecem gêmeas... de outra mãe. — Hayley caçoou. Erica estava tão triste e apavorada que parecia segurar um nó na garganta. E... Hayley precisava de um pouco de diversão. Já tinha se estressado muito naquele dia. — Você é má, Williams. — Isabelle disse. — Agradeça ao Pai por você não morar na mesma casa que eu. Pois eu me vingaria. Ah, se me vingaria. — Me lembro de você quando era só uma criança, Farro. — Hayley entrou na brincadeira. — E eu me lembro bem de que a má daqui é você. — Fique esperta. Vamos, Erica. Alguém deve ter um colete para nos emprestar. — Isabelle adentrou o lugar com a amiga. — Tá ferrada, Hayles. — Zac disse, de braços dados com a sua mãe. — Isabelle não vai descansar até te fazer pagar. — Não tenho medo dela. — Devia ter! — Zac disse mais alto do que calculara. — De verdade, tenha medo. Ela é a pessoa mais maquiavélica e terrível que existe. — Minha filha não é assim! — NÃO? — Zac olhou para a Sra. Farro. — Você esqueceu de quando eu fiquei com o cabelo verde por quatro semanas? Ou de quando ela grudou os meus dedos do pé uns nos outros? Ou de quando eu pedi um aluguel de um carro caro pra impressionar uma mulher e, do nada, ele apareceu rosa? Sério que ela não é assim? — Ok... Maldades à parte... Vamos entrar. — Hayley disse, levando os amigos para dentro do salão. Colar os dedos do pé uns nos outros? Tudo bem... era hora de ficar com medo. Mas agora ela tinha coisas mais importantes para fazer. Apenas dez minutos se passaram e os convidados começaram a se concentrar. Chegava cada vez mais e ela começou a ficar sem tempo para nada. Mal cumprimentou sua mãe e Scott, que estavam com Marcus. Esse último, a levantou do chão e gritou ―Irmãzinha‖ durante alguns segundos. Ele era muito divertido.


Logo Nate também chegou com sua esposa e a pequena sobrinha de Josh, Marie. Era uma bebê de colo realmente linda. Katt chegou com Jeremy e Luke. No carro logo atrás, vinham Brendon, Spencer e Sarah. Hayley os cumprimentou em pouco tempo e Katt fez que ia se juntar ao trabalho com ela, mas Hayley garantiu que ela e Tamiris já bastavam para o trabalho. E Katt já havia ajudado bastante administrando tudo durante as duas horas anteriores que Hayley estivera fora. Militares, amigos, e mais militares. Hayley olhou para dentro do salão e percebeu que ele já estava praticamente cheio. Checou o relógio. Faltavam vinte minutos. — Tamiris, eu acho que todos os convida-... Tamiris? — Hayley passou os olhos por si e viu que a estagiária não estava mais ao seu lado. Tamiris e seus sumiços... Revirou os olhos e decidiu não procurar a estagiária. Não outra vez. Precisava estar presente na porta até a cerimônia em si começar. — Ei, voltei. Estava no banheiro. — Ela disse chegando à porta, após alguns minutos. — Você vai muito ao banheiro... — Hayley murmurou para si mesma. Tamiris engoliu seco. Não por vergonha. Por medo de colocar tudo a perder. — Faltam dez minutos, devo ligar para o Sr. Farro? — Ela perguntou. — Ligue. Assim teremos certeza de que nada sairá errado. — Ela disse sem olhar para a estagiária. Tamiris levou novamente a mão ao aparelho bluetoof em sua orelha e se afastou um pouco de Hayley. — E então, quando chega? — Chegarei na hora, não se preocupe. Estou saindo de casa agora. — Perfeito. — E tudo está nos conformes, Tam? — Sim, está. Ela está desconfiada... Mas não está tirando conclusões nem nada. Está muito ocupada trabalhando. — Great. Obrigado por isso. Diga à ela que já estou aí. — Ok. Até logo, Josh. Tamiris voltou até Hayley. — Está a caminho. — Ótimo. — Ela suspirou. — Vou lá dentro falar com o DJ para preparar o Hino Nacional para a entrada. — Ficarei aqui, se alguém mais chegar. — Tamiris sorriu e Hayley adentrou o lugar. Alguns minutos passaram e Hayley voltou ao lugar. Seu aparelho vibrou. Ele estava virando a rua, como nos ensaios. Hayley, com seu aparelho, deu o toque para que os Generais se levantassem. Fez gestos com as mãos para os fuzileiros arrumarem a postura. O início do Hino Nacional prendeu a atenção dos convidados, que ficaram todos em silêncio. O Rolls Royce preto, andando devagar, foi avistado. Estacionou exatamente na frente do lugar. Hayley deu o sinal para os fuzileiros ficarem atentos. O motorista do carro de luxo saiu e abriu a porta de trás. Lá de dentro, saiu um dos homens mais bonitos que Hayley já havia visto. Josh estava com o rosto sério, que o deixava inacreditavelmente sexy. Isso, sem dizer de sua farda de General, que mesmo sem as ombreiras e as medalhas que ele ganharia por ter ajudado os Estados Unidos com seus planos geniais de guerra, caia-lhe perfeitamente bem. O chapéu propositalmente torto cobria parte de seus cabelos negros e curtos. Em seu olhar havia... esperança, felicidade, ansiedade... talvez. Era impossível dizer o que havia no olhar daquele belo homem. Mas qualquer pessoa se perderia se olhasse aqueles olhos por mais de um segundo. De repente, para Hayley, tudo pareceu perder o sentido. A música que doía seus ouvidos, de repente, ficou baixa. Por um segundo, não havia mais nada no mundo a não ser... Josh. Lindo. Vestido militarmente. Como em câmera lenta, a mão direita dele foi até sua testa, num cumprimento aos fuzileiros, que apontaram suas armas para cima e abriram fogo. Hayley, no susto, acordou. Fez o gesto para Josh entrar. Ele o fez. Todos estavam de pé e imóveis, vendo a bela figura adentrar o salão. Josh subiu o palanque e cumprimentou Shadows militarmente. Shadows sorria. Esse último homem foi até o microfone. — Coronel Joshua Neil Farro... Agora, General Joshua Neil Farro. Apenas vinte e seis anos, e já conseguiu o posto mais alto militar. Aos olhos de muitos, parece injustiça, que esse jovem tenha esse título, que tantos outros levam décadas para conseguir... Mas esses só dizem tal bobagem por que nunca viram Joshua em campo de batalha. Por que nunca viram Joshua comandando um pelotão. Só dizem isso por que nunca viram Joshua, o destemido, inteligente e mais esperto soldado que já vi em toda a minha vida. Hoje, eu tenho orgulho de dizer, e aposto que os Estados Unidos também tem, que o Senhor, Joshua, é o mais novo General já nomeado. Parabéns, filho. — O General disse e acabou com as formalidades, dando um abraço forte em Josh.


Ele lhe colocou duas ombreiras douradas e as medalhas. Josh foi ao microfone. — Obrigado, General Shadows. Muito obrigado. — Ele disse. — Me orgulho muito de tudo o que tenho conseguido. Darei o meu melhor como General, assim como dei como Coronel. Mas... eu quero dedicar essas medalhas, e esse título, ao soldado mais competente que já vi. Nathaniel Vanderburg. — Josh fez uma pausa. — Fazem seis anos que aconteceu. Lutávamos na guerra Israelense e Nathaniel se atirou na frente de uma bala por mim. Ele deu a vida por mim, simplesmente por que era meu amigo. Sem ele eu não estaria aqui. E ele merece tudo o que eu ganhei e estou ganhando hoje. Obrigado. — Josh saiu da frente do palanque. Mais alguns militares falaram sobre ele, que assistiu a tudo sentado. Hayley, a seu canto, comandava tudo. Após todos os discursos serem dados, Josh foi a um canto e recebeu todos os ―parabéns‖ de seus colegas de trabalho e amigos. Terminada a cerimônia, as luzes se apagaram, e acenderam-se a do outro canto do salão. A mando de Hayley, é claro. A introdução animada da música Happily Ever After fez com que todos fossem ver quem tocava. Rachel sorriu e começou a cantar. Hayley foi até a cozinha e deu início a distribuição de petiscos e bebidas. Os garçons, que já estavam preparados, começaram a sair com taças e tira-gostos em suas bandejas. Logo essa parte do salão foi ficando cada vez mais movimentada. A He Is We cantava suas músicas. Algumas pessoas acompanhavam na frente do palanque. Outras, sentavam-se as mesas com suas famílias e tomavam suas bebidas. Outras andavam pelos corredores. Hayley andava de cá para lá com Tamiris, dando ordens, deixando tudo absolutamente perfeito. E Hayley não podia negar. Estava evitando Josh, ocupando-se ao extremo de propósito. Vez ou outra sentia seu olhar sobre si quando passava pelo salão. Ela pegou uma taça de espumante e começou a tomar, enquanto via o decorrer da festa, que estava ótima. Com um sorriso no rosto ela checava o bem estar de todos. — A próxima música... — Rachel começou, assim que terminou uma canção. — ...é uma música feita para todos os apaixonados... Se chama All About Us. A introdução começou e Hayley viu algumas pessoas se levantarem para irem dançar. — Ei. — Sentiu a voz grave vir por trás dela, e levou um susto. Josh a encarava com um sorriso lindo no rosto. — Oi. — Respondeu. — Aceita dançar? — Ele ainda sorria perfeitamente. — Tenho que... — É só uma dança, Hayley. — Era impossível não ceder aquele sorriso de Josh. Ela fez que sim com a cabeça e deu sua mão à ele. Josh a conduziu até o meio da pista e eles começaram a dançar.

Pegue a minha mão, eu vou te ensinar a dançar. Eu vou te fazer girar, não vou deixar você cair. Quer me deixar guiar? Você pode subir nos meus pés. Tente, vai ficar tudo bem.

Num movimento involuntário, Hayley recostou sua cabeça no ombro dele. — Por quê, Hayley? — Josh sussurrou. Ela tirou sua cabeça do seu ombro, e sem perder o ritmo, passou a encarálo. — Por que você foge de mim? — Eu... só não agüento mais... — Ela olhou para baixo. — Eu já sofri muito, Josh... Muito... — Eu não vou te fazer sofrer... Eu amo você. — Eu também, mas... Se nós ficarmos juntos vamos sofrer. É isso que sempre acontece. Eu sinto muito, mas eu não agüento mais. — Você não foi feliz comigo? — Lógico que fui... Mas depois eu sofri... Por sua causa. — Não quando éramos crianças Hayley deu uma risadinha. — É... pois é. Talvez aquela tenha sido a única época em que vivíamos sem brigar. Que tenhamos sido realmente felizes... — Quando nos casamos. — Josh completou, fazendo-a rir. — É. — Ela suspirou, depois da risada. — Foram os melhores tempos da minha vida. — Da minha também. — Ela novamente recostou sua cabeça no ombro dele.


O ambiente está em silêncio e agora é o nosso momento. Entre no clima, sinta e fique firme. Olhos em você, olhos em mim. Estamos indo certo...

— Nunca quis te fazer sofrer. — Josh disse num suspiro. — Eu sei... Eu sei... Mas ele quis. — Ele quem? — O destino. — Já que você acredita tanto nele, não passa pela sua cabeça que ele queira que você fique comigo, já que me põe tantas vezes na sua vida? Ela gargalhou. — Talvez. — Respondeu apenas. — Amo sua risada. — Josh disse, mudando de assunto. — Eu também amo a sua... não a sarcástica, é claro. Essa eu odeio. — Oh, vamos falar de coisas odiosas. — Ele disse. — Odeio quando você banca o superior. — Odeio quando você banca a superior. — Ele rebateu e ela riu. — Odeio quando você repete o que eu digo também. Josh riu. — Odeio quando você nega que me ama. — Josh olhou profundamente em seus olhos verdes. — Odeio quando você me faz admitir que eu te amo. — Ela confessou.

Pois amantes dançam quando estão apaixonados. Holofote brilhando, somos só nós. Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós. E todo coração no lugar vai derreter... Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas Somos oh, oh, oh, oh, só nós.

Josh apertou mais a cintura dela contra si e Hayley pousou o queixo no seu ombro enquanto o ritmo da música os guiava. Ele continha um sorriso no rosto. Ela apenas emanava serenidade. Josh não queria soltá-la. Hayley não queria sair de perto dele. Eles não queriam se separar. Mas ela sentia que isso aconteceria, mais cedo ou mais tarde. Decidiu então, aproveitar ao máximo aquele momento em que estavam juntos. Não era só uma dança. Afinal, ela já tinha admitido que o amava duas vezes. Duas. Mas nada disso importava agora. Nada. Eram apenas eles, dançando, naquela pista. Eram apenas eles novamente. As crianças que brincavam juntas, os adolescentes que se amaram como ninguém, agora, eram adultos. Maduros e cada um com uma vida para cuidar. Porém eles ainda se amavam e, aqueles quase quatro minutos que os fez ficarem juntos e próximos um do outro foram revigorantes. Eram apenas eles. Amantes, dançando, aproveitando o momento. Só eles.

De repente, eu me sinto corajoso. Não sei o que deu em mim, Por que me sinto assim. Podemos dançar devagar? Posso te segurar, posso te segurar pertinho de mim?

Por alguns segundos Josh se esqueceu de tudo o que era. Tudo o que havia de fazer. O perfume que emanava de Hayley o fazia esquecer de tudo e de todos. A vontade de tomá-la num beijo doce e cheio de amor fluía em seu


peito como água em uma nascente. Contudo, ele se segurava, e se contentava apenas com o toque das mãos dela em seus ombros e sentir a sua respiração leve e serena em seu pescoço. — Não precisa ser assim. — Ele sussurrou, pousando o queixo no topo da cabeça dela. Ela suspirou. — Não importa o quanto nos amemos. — Ela começou, sem retirar seu rosto do ombro dele. — Algum de nós sempre vai sair machucado. Eu prefiro que você seja feliz sem mim. — Nunca serei totalmente feliz sem você. Até mesmo por que eu nunca vou estar sem você, em nenhum momento. Você sempre estará em mim, no meu pensamento e, principalmente, no meu coração. Hayley não respondeu. Ela sabia que era verdade, e sabia que ela também sentia o mesmo. Porém, no mesmo momento em que ela pensava em ficar com Josh, flashes de memória apareciam como um raio em sua cabeça. Ela se lembrava do quanto sofreu quando se separou dele a primeira vez, ou o quanto sofreu quando ele não acreditou nela, na questão da ―traição‖. Lembrou-se de quando ele foi pra guerra e garantiu que era ―uma escolha dele ir ou não‖. Lembrou-se da dor imensa que continha dentro de si e que, muitas vezes, precisava gritar para liberá-la. Ela só não queria outra vez. Só não agüentaria outra vez. Isso a continha. Isso continha o desejo e a vontade de levantar o rosto e beijar aquele homem. Ela simplesmente não podia fazer isso. Não podia.

Você está ouvindo, amor? Estão tocando a nossa música. Você acha que estamos prontos? Oh, estou sentindo. Você está ouvindo, amor? Você está ouvindo, amor?

— Me perdoa. — Ele sussurrou. — O quê? — Me perdoa por te feito sofrer. Me perdoa por ter te abandonado. — Josh, não foi sua culpa... — Hayles — Ela estremeceu. Era a primeira vez em anos que ele a chamava pelo apelido. —, eu amo você. E eu preferiria ter morrido do que ter feito você sofrer. Feito você chorar. Eu não fui uma pessoa perfeita, eu não fiz tudo certo na minha vida, eu admito, errei. Mas eu te amo e isso nunca vai mudar. — Ela levantou a cabeça e ele passou a olhá-la nos olhos. — Você ainda é tudo que eu tenho, mesmo que eu não te tenha. — Eu te desculpo, Josh. — Ela disse num fio de voz. — Mas... talvez nós dois não devemos ficar juntos. — Eu discordo de você. E ainda vou te provar isso. — Ela recostou novamente sua cabeça no ombro dele para dançar a última parte da música.

Pois amantes dançam quando estão apaixonados. Holofote brilhando, somos só nós. Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós. E todo coração no lugar vai derreter... Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas Somos oh, oh, oh, oh, só nós.

— A verdade é que eu e você já existimos. Há muito tempo. — Ela disse, depois de um tempo, sem olhá-lo. — Mas isso já faz muito tempo, Josh. E você vai ter que aceitar que não somos mais dois adolescentes curtindo a vida. Agora nós temos responsabilidades. I‘m sorry, por aquela tarde e começo de noite que tivemos. Mas nós não existimos mais. — Ela disse se distanciando dele e soltando sua mão. — You‘re wrong. — Ele sussurrou, sem que ela pudesse escutar. — Estamos mais vivos do que nunca. E você perceberá isso essa noite. Pois amantes dançam quando estão apaixonados. Holofote brilhando, somos só nós. Somos oh, oh, oh, oh, só nós uh, uh, uh, uh, nós.


(Hey-ey Hey) E todo coração no lugar vai derreter... Essa é uma sensação que eu nunca tive, mas Somos oh, oh, oh, oh, só nós.

Rachel agradeceu o público, que aplaudiu. Hayley, sorrindo, teve grande participação nos aplausos. Depois da dança com Josh, ela se sentia bem mais leve. Feliz. Sorriu abobalhadamente e pegou uma taça de champanhe de um garçom. Volte ao trabalho, Nichole. — pensou. — Hayley — Tamiris apareceu, dentre tantos outros convidados. —, o chef quer saber se já pode liberar os petiscos menos leves. — Ok, vou cuidar disso agora. — Ela re-ligou seu bluetoof e foi em direção à cozinha. Conversou com o homem durante apenas três minutos, até algo chamar sua atenção. Não havia mais música. Uma voz estava ampliada. Era Josh. Saiu correndo até o salão e viu Josh no palanque. Ele sorria enquanto falava no microfone. — Bem, queridos amigos. Fiquem atentos, eu vou contar uma história...


CAPÍTULO FINAL [Parte 1] – I LOVE TO HATE YOU

Hayley empalideceu. Isso não estava no projeto. Quem havia deixado Josh subir? Olhou para Tamiris, que estava a frente do palco, sorrindo. Um arrepio passou pelo seu corpo. E ela não soube mais o que esperar. — Antes da história que eu vou contar... — Josh continuou. — ...eu quero propor uma salva de palmas à organizadora dessa festa maravilhosa. Aquela mulher de cabelo vermelho, linda, ali no canto. Aplausos para a Hayley, por favor. — Ele puxou palmas e todo o salão também aplaudiu. Hayley sorriu, para ser simpática, mas na verdade, ainda estava muito nervosa. — Obrigado, pessoal. — Ele suspirou por um momento. — Enfim, vamos ao início da história. Era uma vez... — Josh começou, arrancando diversas risadas de todos no salão. — Ok, sério. Enfim... Eu era só uma criança. Tinha meus irmãos, meus pais, e eu era feliz, mas a coisa que eu mais gostava naquela época era a minha melhor amiga. Ela ia todo dia, eu juro, todo dia mesmo pra minha casa. Nós brincávamos de todas as brincadeiras possíveis e já inventadas. Nós corríamos, jogávamos videogame, nos machucávamos, como qualquer outra criança. — Ele continuava rindo. — Nós éramos felizes. Felizes de verdade. Conversávamos sobre tudo... Dividíamos nossas experiências juntos... E nos amávamos. — Ele parou por um segundo. — Então, quando eu tinha sete anos e ela seis, nós... nos casamos. — Todo o salão riu, afinal, não era comum duas criancinhas se casarem, certo? E de fato, ninguém esperava isso daquele General tão sério. Josh continuou: — Nos casamos debaixo de uma mangueira que havia no quintal da casa da minha mãe. Me lembro de que sugerimos que trocássemos um beijo e aquilo foi provavelmente a coisa mais nojenta pela qual passei na infância. — Os convidados riram novamente. — Mesmo assim, nós estávamos contentes, afinal, tínhamos oficializado o casório. Desde então ela passou a ser a minha melhor amiga e esposa. Nós éramos muito unidos... mais do que tudo... E dizíamos que ficaríamos juntos para sempre... Mas o ―para sempre‖ não durou muito. — Ele suspirou. — Depois de uma noite que ela dormiu na minha casa, minha mãe me deu a notícia de que ela se mudaria. Então ela se foi... e eu não tive mais notícias dela. Eu fui o garoto mais infeliz do mundo inteiro sem a minha melhor amiga para brincar, para dividir segredos e comer... pasta de amendoim escondidos da minha mãe. — Ele sorriu sem mostrar os dentes. — Eu fiquei triste. Mais do que isso, eu fiquei arrasado... E foi assim durante anos. Eu guardei uma grande mágoa dentro de mim. Mágoa dela, da mãe dela, do pai dela... Guardei mágoa de tudo. Ela não estava comigo e eu não queria mais saber de nada... Foi assim durante vários anos... Eu convivia com aquilo dentro de mim, e não houve um só dia que e figura dela não me veio à mente. Mas eu passei a viver a minha vida e me ocupar com outras coisas, para esquecer. Quando eu fiz doze anos, tempos depois, eu tentei entrar pro colégio militar, mas não fui aceito. Então eu prometi a mim mesmo que me alistaria para o exército e passaria, custasse o que custasse. E assim foi feito. O tempo passou e quando eu tinha dezessete, eu me alistei. No caminho de volta para casa, a minha namorada na época me achou andando e veio comigo até a volta para casa. Até que esbarramos numa garota, no meio da rua. Essa garota era baixinha e tinha um cabelo estranho. Nós discutimos e eu passei a detestá-la. Por pouquíssimo ela não bateu na minha namorada... Então eu voltei para casa. Lá, a minha mãe me disse que a mãe da minha melhor amiga havia voltado à cidade naquele mesmo dia, e que ela iria nos visitar assim que a mudança fosse feita completamente. Eu fiquei eufórico. Mesmo magoado, tudo em mim queria ver a minha amiga de novo. Tudo... Então, depois de alguns conflitos com a mesma menina da rua na escola, por que sim, ela estudava na mesma escola do que eu, chegou o dia. O tão esperado dia em que minha melhor amiga viria me visitar. Quando o meu irmão me gritou, dizendo que ela estava lá, o meu coração bateu tão forte que pareceu que ia sair pela boca. Eu fui correndo até a sala de estar e os meus olhos não acreditaram no que viram. — Era a mesma garota da rua?! — Algum convidado dos fundos gritou e Josh riu. — Era. — Todos riram, junto com ele. — E nossa, foi uma decepção! A garota que eu tanto amava era a mesma que eu detestava com todas as minhas forças. Enfim, não é preciso dizer que nós não nos suportávamos, não é mesmo? Ela detestava tudo o que eu amava e vice-versa. Ela vivia arranjando briga com a minha namorada e comigo, e isso durou um tempo. Só até a minha namorada terminar comigo e o meu irmão decidir arranjar outra namorada pra mim pela internet. Eu não queria ir ao encontro as escuras, de verdade, mas eles insistiram muito e a minha ex namorada ainda tinha ficado com o meu melhor amigo na minha frente. Então eu fui. Quando eu cheguei lá, surpresa! O meu encontro secreto pela internet era a mesma garota. — Os convidados, novamente, riram. — Ela ficou mais irada do que eu, até mesmo por que ela não sabia que estava tendo um encontro. Então, nós saímos e pegamos o elevador. Só nós dois. Juntos. Discutimos muito e no final, por pirraça, nenhum dos dois saiu do elevador. E ele acabou quebrando. — Josh fez uma pausa, enquanto algumas pessoas riam. — Nunca ouve tanta gritaria e insultos no mundo como naquele dia. Estávamos com medo de morrer, e o elevador deu um tranco, que nos jogou para baixo. Ela caiu por cima de mim e, acabou sendo inevitável, nos beijamos. Mesmo assim, discutimos outra vez. E eu não admitia a mim mesmo que gostava dela. Eu a odiava com todas as minhas forças, e era capaz de dar um soco em quem discordasse. O problema é que ela passou a ter que fazer parte de tudo o que eu fazia. Seja lá num trabalho de escola, por exemplo. Era sempre pedido que nós ficássemos juntos, e era obrigatório! Aturá-la ficava cada dia mais difícil. Até o dia em que a escola teve a brilhante idéia de nos mandar para um passeio por uma floresta da nossa cidade... E foi mais uma catástrofe. Eu não fiz par com ela. Na verdade, fiz par com o Taylor. Aquele rapaz ali. — Josh apontou para Taylor. — Mas na época ele estava conhecendo a atual esposa dele, e


acabou que eu tive que fazer o trabalho de escola sozinho. Então, andando, eu a encontrei. Ela estava furiosa e nós discutimos muito, enquanto andávamos. Até... nos perdermos. — OMG! — Alguém gritou e todos riram. — Pois é. Pra quem acha que já estava péssimo, começou a chover. E ela, numa tentativa de me dar mais um tapa no rosto, caiu e torceu o pé... Então eu a ajudei. Deixei o seu pé imobilizado, a peguei no colo e a levei para uma raiz de uma árvore. — Ele suspirou. — E foi a primeira vez que eu a vi de um jeito... doce, frágil, angelical, desde a infância. Começou a re-surgir aquele mesmo sentimento que eu tinha por ela. E nós nos beijamos outra vez. Só que dessa vez, foi com o consentimento de ambos... Nós queríamos aquilo. E no final, fomos resgatados por bombeiros. Eu inclusive, senti ciúme de um deles. — Josh riu. — Foi quando eu percebi estar apaixonado por ela. Novamente. — Ele suspirou. — E o meu belo irmão, disse pra ela que eu tinha contado a ele do beijo. Ela ficou uma fera e não quis nem falar comigo. Eu fiquei mal, obviamente, e fui fazer a única coisa que eu podia fazer quando estava daquele jeito: Escrever. Eu comecei uma música chamada We Are Broken, no dia seguinte do deslize do meu irmão, e minha mãe me obrigou a ir até a casa dela, para ver como ela estava. Isso porque ela havia quebrado o tornozelo, então... Mesmo que eu estivesse com vergonha de vê-la, minha mãe me forçou. Felizmente ela não estava lá. Eu passei a olhar a casa dela, esquecendo de tudo, até chegar ao seu quarto. Entrei devagar e vi um piano. Toquei a minha música e quando acabei, ela estava lá. Nós fizemos as pazes naquele dia... E terminamos de compor a We Are Broken. Desde aí, paramos de brigar. Mas isso não quer dizer que assumimos que nós gostávamos. Isso aconteceu quando caiu no conhecimento de todo o mundo o que nós tínhamos feito, e passamos a negar mais. Porém os ciúmes diziam sempre o contrário. Havia aparecido um cara novo na escola que tinha bem mais a ver com ela, e já gostava dela, dava pra ver de cara. Eu fiquei com raiva, e a minha ex namorada estava dando em cima de mim também, o que fez ela ficar com raiva. Nesse mesmo dia, eu fui até a casa do pai dela, levar a minha irmã para brincar com a irmã dela e ela estava lá. Nós discutimos novamente, e, eu assumi que a amava. Começamos então a... ficar, digamos assim. E... cara, quem diria. A mesma garota que eu tinha detestado tanto estava agora tomando conta do meu coração. E mesmo com todos os defeitos dela eu ainda a amava mais do que tudo... Mas eu não admiti isso fácil. Isso só aconteceu no aniversário do Zac, quando pedi a ela para namorar sério comigo. Então passamos a namorar, e... fomos felizes novamente. Fazíamos passeios, fazíamos músicas juntos... Fizemos uma banda, chamada Paramore, com os nossos amigos. Nas férias nós fomos para Los Angeles e tivemos a semana mais perfeita da nossa vida. Nós éramos felizes e completos e eu não sabia o que fazer da minha vida se ela se fosse. Ela passou a ser tudo pra mim. Mesmo com todas as discussões diárias, eu ainda a amava. Muito mesmo... O problema é que eu tinha me alistado, e quando completasse dezoito anos, seria chamado para a guerra Israelense. Eu não queria deixá-la e não tinha coragem de dizer a ela que eu iria embora. O meu plano então foi deixar uma carta me explicando, porque eu não agüentaria vê-la sofrer... Não agüentaria... Mas ela descobriu antes e nós brigamos. Ela saiu chorando da minha casa e eu me senti absolutamente péssimo. Fiquei sabendo por um de nossos amigos em comum que ela estava desaparecida e passei a procurá-la, sem ninguém saber. Não a achei. A noite soube que ela havia voltado, achada pelo mesmo garoto do qual eu senti ciúmes e citei anteriormente. Eu... não tinha como interferir. Esse garoto ainda me deu um socos no outro dia e disse que eu não a merecia... Ele tinha razão. Eu me sentia péssimo. E ainda assim, fui à guerra. Deixei naquela cidade a minha vida e o meu coração. E prometi a mim mesmo que a faria feliz ainda, algum dia. Hayley estava estática a seu canto. Não acreditava no que havia ouvido. Simplesmente não acreditava. Seus músculos estavam rígidos e ela não conseguia se mexer. — E você encontrou ela de novo? — Outra pessoa, no fundo, gritou. — Encontrei. Depois de muito tempo, depois da guerra e da minha longa estadia no exército de Louisville, eu voltei a Nashville e a achei. Não de propósito. Na verdade, ela era a pessoa que promoveria a minha nomeação a General. E confesso que fiquei feliz com isso. Metade das pessoas que escutavam a história de Josh, fizeram um ―Oh‖ em uníssono e começaram a cochichar coisas como ―É a garota do cabelo vermelho‖. — E bem... Essa foi a minha história. A história da minha vida. O que vocês acharam dela? — Josh perguntou, sorrindo, e a maioria gritou, dizendo que era boa, ótima, etc. Uma pessoa no fundo apenas, se manifestou: — Falta um final feliz! — Gritou. Josh apontou para a pessoa e sorriu. — Exatamente. Falta um final feliz. Afinal, eu a amo, e ela me ama. Isso exige um final feliz, certo? — As pessoas disseram ―certo‖ em uníssono. — Bem, eu ainda vou falar dessa parte. Antes, eu quero saber uma coisa de uma pessoa aqui presente. — Josh sorriu encantadoramente e olhou para Hayley, que ainda não conseguia se mexer. As pessoas abriram caminho e ela ficou totalmente visível por todos os outros convidados. — Você sabe que história é essa, Hayley? — Ele ainda sorria. Apavorada, ela não soube como conseguiu assentir com a cabeça. — Se lembra dela? — Sim. — Disse baixo. — Pois é... Mas eu acho que me esqueci de alguma coisa... Sabe, fazem muitos anos que nós nos casamos debaixo daquela mangueira... Você poderia me ajudar a lembrar? — Josh continha um sorriso sapeca no rosto. Ela bufou, sorrindo nervosa. — Vem aqui e me ajuda, vem. — Ele pediu, ainda sorrindo. Hayley fez que não com a cabeça.


— Ahn, Hayles, vem cá. — Ele pedia. — Por favor. — Não adianta, não vou. Para com isso. — Eu quero saber da história por completo, Hayley Nichole Williams! — Escutou-se a voz aguda de Sarah ecoar pelo salão. — Sobe lá, vamos. — Cala a boca, Sarah! — Ela olhou para a amiga com indignação. Sarah, então, começou a gritar ―sobe, sobe, sobe‖, atraindo toda e qualquer pessoa daquele salão para gritar com ela. Josh ainda sorria ao ver aquele salão gritar para Hayley subir. Ela, vencida, passou uma mão pelo rosto e foi em direção ao palco. — Que bom que você veio por livre e espontânea vontade. — Josh. — Posso viver sem o seu sarcasmo. — Ela disse e fez que não com a cabeça. Josh se aproximou do microfone. — Então, Hayley. Você era a garota da história? — Ele perguntou, sem tirar o microfone do suporte. Deu espaço para ela e ela se aproximou. — Sim. — Respondeu apenas e saiu de perto. Alguns convidados (lê-se Sarah, Dakotah, Katt e Brendon) gritaram. — E você se lembra do dia em que nos casamos? — Ele saiu de perto do microfone e ela se aproximou. — Sim. — Então... Hayley, me diz. O que aconteceu quando eu disse pela primeira vez na minha vida que amava uma garota que não era da minha família? Hayley suspirou e se aproximou do microfone. — Eu disse que te amava também. — E o que eu disse depois? — Ele sorria e a olhava. Hayley estava muito envergonhada. — Você perguntou o que pessoas que se amam tem que fazer. — Ela respondeu, olhando para baixo. Deu um sorriso, ao se lembrar da cena de Josh criança, inocente, se casando com ela. — E o que você disse? — Eu disse... — Ela suspirou. — Eu disse que pessoas que se amam, se casam. Assim como os nossos pais. — Então você quis dizer que pessoas que se amam, devem se casar. — Sim, quis. — Sabe, Hayley... Eu sempre acreditei nessa sua explicação, que você me deu quando eu ainda era um menininho. E por causa dela, hoje, que eu faço isso. Josh se ajoelhou diante dela e pegou sua mão. Algumas pessoas gritaram. Hayley levou a outra mão à boca. Não sabia mais o que fazer. — Quando nós éramos crianças e casados, fomos felizes. Não sofremos nem ficamos tristes. Não tivemos desilusões e você não tinha medo de amar. É por isso que eu quero pular tudo isso. Todo o sofrimento, toda a dor, eu quero pular e ir direto para o ―felizes para sempre‖. Quero cumprir, Hayley, a promessa que fiz quando tinha apenas sete anos de idade. Quero ser feliz com você. Hayley, minha Hayley, minha menina brigona, minha linda de cabelo vermelho, meu amor desde sempre... Você aceita casar comigo? Duas lágrimas surgiram no rosto de Hayley. — Sim... — Ela respondeu apenas e puxou Josh pela farda, trazendo-o para um beijo. Todos no salão bateram palmas e começaram a gritar. As lágrimas caíam dos olhos de Hayley, enquanto ela beijava docemente o seu... noivo. O salão estava em festa a gritos e assovios. Todos, absolutamente todos gritavam e batiam palmas. Até mesmo o pequeno Luke, que estava lindo com seu terninho preto. Josh terminou o beijo deles dois com alguns selinhos e logo após, a abraçou. A abraçou como nunca a havia abraçado antes. Agora ela não era apenas Hayley, a sua namorada... Era a sua noiva. Oficialmente sua. Ele pegou o microfone, e sem se separar dela, levou a boca. — Então, linda, vamos nos casar. — Sim, vamos, eu já disse sim. — Eles se separaram. — Você não entendeu. — Ele gargalhou. — Vamos nos casar agora. Hayley abriu a boca, completamente surpresa. — Josh... Como... Como assim, nos casar agora? — Ela perguntou, ainda sem acreditar. — Tamiris? A mulher apareceu com o fone no ouvido e sorrindo. Se aproximou do microfone. — Acendam as luzes. Todos os convidados, se dirijam para a outra ala do salão, por favor. — Ela saiu do microfone e ligou o bluetoof. — ALFAIATES, ONDE ESTÃO VOCÊS? — Gritou. Então, dentre os convidados, apareceram três homens e três mulheres, com acessórios nas mãos. Um deles estava com um véu, outro estava com uma grinalda. Outros tinham pedaços de pano idênticos ao vestido de Hayley. Ela olhou para tudo aquilo sem acreditar. Josh sorria enquanto o salão era esvaziado. — Como assim? — Pode levantar os braços pra mim, amor? Obrigada. — Uma das alfaiates disse, enquanto complementava o vestido. Ela levantou os braços e olhou para Josh com surpresa. — Você... — Sim, planejei tudo isso. Eu disse a verdade quando disse que queria pular todo o sofrimento e ir direto para o ―felizes para sempre‖. Por isso dei sumiço no seu outro vestido e arranjei esse em cima da hora. Por isso falei com Nicky para contratar Tamiris de Louisville para cuidar do casamento, sem você saber. Por isso eu comprei vestidos idênticos para as damas de honra, essas, Isabelle e Erica. Por que eu quero me casar com você, e quero fazer isso


agora. Mas agora, deixa eu ir, porque dizem que dá azar ver a noiva arrumada antes do casamento. — Ele gargalhou e deu um selinho em Hayley, que ainda mantinha os braços levantados. Saiu do lugar com o maior do sorrisos no rosto. Erica chegou com Isabelle logo depois, trazendo um belo ramo de rosas lilás. — Ei, maninha. — Erica disse, chegando até ela. — Gostando do casamento surpresa? — Tirando eu, meu irmão é a pessoa mais esperta do mundo, Jesus! — Enfim. Esse é o seu buquê. Não se esqueça de jogá-lo quando estiver casada. — Tem um buquê também? — Hayley ainda não acreditava no que estava acontecendo. — Lógico que sim, né cunhada. — Isabelle disse. — Mas... e aquela história... de vestidos iguais? Raiva e vingança? — Erica, amiga, estou pensando seriamente em fazer a faculdade de artes cênicas, e você? — Concordo, amiga. Levamos jeito pra coisa. — Se levamos. Bate aqui. — Isabelle levantou a mão e Erica bateu nela. Hayley sorriu. Era... loucura. — Ok, Hayley, sente-se para eu colocar a saia do vestido. — Ahn... ok... — Sem saber, ela se sentou. — Bem, é melhor irmos. Bom casamento, maninha. — Erica disse e se virou, saindo daquela parte do salão com a melhor amiga. Casamento... Estava acontecendo, mas Hayley ainda não acreditava que faltavam poucos minutos para ela se casar! E ela nem sabia disso! Menos de dez minutos se passaram e o vestido dela já estava quase todo pronto. Também pudera, com tantas pessoas trabalhando ao mesmo tempo nele. Hayley viu Tamiris chegando. A garota sorria. — E aí, tudo bom? — Então você não é estagiária coisa nenhuma? Bem que eu desconfiei. — É, não sou. Na verdade, eu sou a promoter mais procurada de Louisville. Quando Nicky me ligou e disse que tinha um casamento para eu fazer, eu não quis a princípio. Até ele me dizer que era uma surpresa para a noiva. Eu adorei a idéia toda e fiquei eufórica para representar um papel pra você. Estou realizando um sonho, de verdade. Produzir um casamento surpresa é... divino. — Tamiris parecia dizer tudo mais... maturamente. Hayley percebeu o quanto ela estava fingindo o dia inteiro. — Nossa... Eu não consigo acreditar... — Pois acredite, bonitinha. Coloque o seu véu, calce o seu salto e pegue no braço do seu pai. Você está indo para o altar. — Tamiris disse, enquanto um alfaiate levantou Hayley. Em minutos o vestido dela havia passado de simples vestido de festa para um lindo vestido de noiva. O alfaiate colocou o véu em Hayley, que sorriu. Acompanhada por Tamiris, ela encontrou seu pai na porta do salão. — Não acredito que a minha menina vai se casar na igreja. — Ele parecia ter lágrimas nos olhos. Hayley sorriu. — Eu quero que você seja feliz, Hayley. Muito feliz. Eu te amo. — Também te amo, pai. — Ela abraçou Joey com força. Ele passou uma mão pelo seu véu e estendeu o braço. Hayley o segurou e Tamiris disse que ela entraria logo depois das damas de honra. Entregou-lhe seu buquê. Ela suspirou ao ver Belle e Erica andando pelo tapete que dava caminho ao (que agora era um) altar. Quando ela pisou no tapete com o pai dela, Rachel e Trevor, com o violão, deram início a música. Todos ficaram de pé.

And I can‘t do this alone... (E eu não posso fazer isso sozinho...) Stay with me... This is what I need, please. (Fique comigo... É isso que eu preciso, por favor.) Sing us a song, and we‘ll, sing it back to you. (Cante-nos uma música, e nós, cantaremos de volta para você.) We could sing our own, but what would it, be without you? (Nós poderíamos cantar sozinhos, mas o que isso seria sem você?)

Mesmo começando do meio, o som de My Heart era inconfundível. Hayley sentiu as lágrimas molharem o seu rosto. Aquilo era... um sonho. Josh a esperava. Havia tirado seu chapéu e trocado de farda. Essa, agora, era branca. Na verdade, um terno militar. Ele sorria como nunca sorriu em sua vida ao ver a mulher de seus sonhos, ali, vindo em sua direção.


Hayley caminhava lentamente. Sentia em si uma emoção que jamais sentira em sua vida. Ela havia decidido parar de fugir. Josh era o amor dela. E é isso que é pra acontecer. Fugir não adiantaria nada. Decidiu perder o medo e encarar o futuro de frente. Decidiu ser feliz ao lado do homem que amava. Decidiu ter Josh, ser de Josh. Decidiu... deixar de sofrer da melhor forma. E ela sabia que tinha feito a escolha certa.

This heart, it beats, beats for only you... (Esse coração, está batendo, batendo apenas por você...) This heart, it beats, beats for only you... My heart is yours. (Esse coração, está batendo, batendo apenas por você... Meu coração é seu) This heart, it beats, beats for only you... My heart... My heart is yours... (Esse coração, está batendo, bantendo apenas por você... Meu coração... Meu coração é seu...)

Hayley e Joey chegaram ao altar. Josh apertou a mão de Joey. Ele deu um beijo no rosto da filha e Hayley entrelaçou seu braço ao de Josh.

My heart is... (Meu coração é...)

A música acabou e Hayley e Josh se viraram para o padre. — Estamos aqui reunidos para realizar a união de Joshua Neil Farro e Hayley Nichole Williams em matrimônio. — O padre abriu um livro enorme e começou sua narrativa. — Noivos caríssimos, estão aqui hoje, para que o vosso propósito de contrair matrimônio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã. Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Batismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do matrimônio. Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições. — Ele retirou os olhos do livro e passou a olhar os noivos. — Joshua Neil Farro e Hayley Nichole Williams, viestes aqui para celebrar o vosso matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo? Hayley, ainda com os olhos cheios de lágrimas, olhou para Josh que sorriu para ela. Juntos, responderam. — Sim. — Uma vez que é vosso propósito contrair o santo matrimônio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua Igreja. Eles se viraram, olharam em seus olhos e deram as mãos. — Repita comigo. Eu, Joshua Neil Farro... — Eu, Joshua Neil Farro... — Recebo-te por minha esposa a ti, Hayley Nichole Williams... — ...Recebo-te por minha esposa a ti, Hayley Nichole Williams... — E prometo ser-te fiel... — ...E prometo ser-te fiel... — Amar-te e respeitar-te... — ...Amar-te e respeitar-te... — Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. — ...Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de nossa vida. — Josh disse, segurando-se para não deixar as lágrimas caírem de seus olhos. Nunca na vida estivera tão feliz. Hayley chorava tanto que segurava-se para não soluçar, porém, com o sorriso em seu rosto. — Repita comigo: Eu, Hayley Nichole Williams... Ela suspirou e se recompôs. — Eu, Hayley Nichole Williams... — Recebo-te por meu esposo a ti, Joshua Neil Farro... — ...Recebo-te por meu esposo a ti, Joshua Neil Farro... — E prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te... — ...E prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te...


— Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. Ela suspirou e abriu mais o seu sorriso. — ...Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. — Tragam as alianças, que serão instrumentos de Deus, indicando a consumação do matrimônio. Novamente, todos olharam para a porta. O garotinho, com um terno lindo e perfeito, que continha uma rosa lilás no peito esquerdo, trazia numa almofada de camurça vermelha, uma caixinha preta. Luke sorria enquanto caminhava lentamente. Hayley sorriu e soluçou. Quando o menino se aproximou ela se abaixou e abraçou-o. Luke, sorrindo, deixou um beijo em sua bochecha, ainda coberta pelo véu e, logo após,foi para o colo da mãe, que assistia tudo. Josh pegou a almofada e abriu a caixinha de camurça. Haviam duas alianças. De papel. Hayley não acreditava no que via. — Joshua Neil Farro, coloque a aliança no quarto dedo da mão esquerda de Hayley Nichole Williams, simbolizando o amor e a fidelidade que comprometestes ter à ela, durante todos os dias de vossas vidas. Josh pegou a mão de Hayley, que tremia, e colocou lentamente a aliança em seu dedo. Levou a mão dela até os lábios e a beijou. — Hayley Nichole Williams, coloque a aliança no quarto dedo da mão esquerda de Joshua Neil Farro, simbolizando o amor e a fidelidade que comprometestes ter à ele, durante todos os dias de vossas vidas. Hayley pegou a mão de Josh e colocou-lhe a aliança, sorrindo, e entrelaçando sua mão à dele. — Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua Igreja, e Se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu. — Ele fechou o livro a sua frente. — Pelo poder a mim investido, eu vos declaro, marido e mulher. Pode beijar a noiva. Josh sorriu e retirou o véu do rosto de Hayley, aproximando-se dela devagar e dando-lhe um beijo calmo e demorado, enquanto segurava suas mãos. Ainda com as mãos coladas, eles separaram seus lábios e saíram daquela ala do salão, conforme My Heart ecoava pelo lugar. Tamiris os fez seguir até a outra ala do salão. De braços dados com Josh, eles pararam em certo lugar do outro lado do salão. — Eu ainda não consigo acreditar... — Ela sussurrou para o seu... marido, oficialmente. Josh sorriu. — Eu disse que você seria minha para sempre. Eu disse que eu te amaria para sempre. Acredite, minha Hayley... agora nada nos separará. — Ele disse sorrindo. Ela pegou o seu rosto e lhe deu outro beijo demorado e cheio de emoção. Dentro de si, todas os sentimentos possíveis se misturavam. A verdade é que Hayley jamais imaginaria estar casada no final do dia. Viu sua mãe se aproximar com Scott. Seu rosto estava vermelho e cheio de lágrimas. — Oh, mãe. — Ela abraçou a mulher. Christie olhou bem no rosto da filha e do genro. — Vocês foram feitos um para o outro. Desde pequenos... Não acredito que é a segunda vez que presencio um casamento de vocês. — Ela sorriu, ainda chorando. — Faça dela feliz, Josh. — Pode deixar. — Ele sorriu e abraçou a sogra. — Ei, Hayles. — Sarah chegou, acompanhada de Brendon. — Parabéns, linda. — Ela abraçou a amiga. — Você sabia, não é? — Todo mundo sabia, amor. — Josh respondeu. — Exceto você. — Parabéns, ruivinha chata. — Brendon se aproximou dela e abraçou. — Cuida dela, Sr. Gostoso. — Ele abraçou o amigo, que riu. Só Brendon para lembrar dos apelidos antigos como aquele. — Pode deixar, Sr. Lindo. Obrigado. — Ei, ruivinha. — Spenc a abraçou. — Parabéns, hein. — Obrigada, Spenc. — E você, rapaz, juízo. — Ele revirou os olhos e apertou a mão de Josh, que sorriu. A Sra. Farro olhou para o filho e a nora. Ela também chorava. Abraçou os dois de uma vez. — Eu sempre soube que era pra vocês dois ficarem juntos. Mesmo com todos os empecidos, esse é o destino de vocês. Sejam felizes, meus amores. — Obrigada... — Hayley deixou mais lágrimas caírem. A mãe de Josh era a mulher que ela mais considerava depois de sua mãe. — Obrigado mãe. Por tudo. — Josh abraçou novamente a mãe, que chorou um pouco em seu ombro. Zac estava logo atrás dela. — Deu certo, hein mano. — Ele pegou na mão do irmão e o abraçou fortemente. — Parabéns, cara. — Obrigado Zac. De verdade. — E você, minha mais nova maninha — Zac olhou para Hayley —, não deixe ele te perder outra vez.


— Isso não vai acontecer, mais novo maninho. — Ela abraçou o cunhado. — Hayley! — Erica atravessou todo mundo para falar com a irmã. — Parabéns, mana. — A abraçou. — Obrigada. — Ela sorriu. — Bem, eu estava fuçando suas coisas, a pedido do cunhadinho aqui. — Erica brincou. — Eu achei isso... — Ela pegou uma cadernetinha. — Estava escrito ―Hayley‘s songs‖... eu achei que você ia querer re-ler. Aliás, foi daqui que tiramos a My Heart para dar para a banda tocar. Isso por que eu não achei a melodia de uma outra que também tem tudo a ver... Se chama... — Ela abriu a cadernetinha e olhou as últimas páginas. — ...The Only Exception. Hayley se lembrou da música que nunca havia terminado de compor. A música que havia começado na infância e nunca havia terminado. — Enfim... Parabéns, cunha. — Ela brincou com Josh. — Felicidades pra vocês dois. Josh aproximou seus lábios dos ouvidos de Hayley. — Vamos? — Sussurrou. — Pra onde? — Nossa Lua de Mel, ué. — Ele disse como se fosse óbvio. — Mas... — Vem. — Ele pegou sua mão e a levou até o palco daquele lado do salão. Começou a falar no microfone. — Bem, pessoal — começou —, quero agradecer a todos os amigos e colegas que compareceram aqui e me ajudaram com... o primeiro casamento surpresa que eu já vi na vida. — Todos riram. — Agora, eu e a minha esposa... nossa como é bom dizer isso. — Ele disse, arrancando risadas de todos. — Nós vamos viajar para a nossa Lua de Mel... Continuem curtindo a festa. Qualquer coisa, falem com a Tamiris. Obrigado! — Ele disse e saiu. — ESPERA! — Escutou-se um grito. — A NOIVA TEM QUE JOGAR O BUQUÊ, QUERIDO. Hayley reconheceu a voz de Nicky e sorriu. — Certo. — Ela disse no microfone e virou de costas. Uma enorme aglomeração de mulheres (e Nicky, não posso esquecer) se formou na frente daquele palanque. Hayley começou a contar: — Um... dois... três! Ela jogou o buquê alto. Alto demais. E ele caiu bem longe, nos braços da única garota daquele salão que não queria nem ouvir falar de casamento. — AI MEU DEUS! SAI DE MIM, PRAGA! — Isabelle jogou o ramo de flores no chão. — Credo. Hayley sorriu. — Qual é o problema em se casar, Belle? — Não é pra mim. Você jogou o negócio na pessoa errada, só digo isso. — Ela virou de costas e Josh e Hayley sorriram. De mãos dadas, saíram correndo por aquele salão e entraram no Rolls Royce. O motorista já sabia para onde ir. — Para onde vamos? — Ela perguntou. — Não sei... Paris, Milão, Valença, Madri... Quem sabe as quatro. — Ele respondeu sorrindo. — Você é incrível. — Eu sei. — Eles riram e Hayley puxou seu rosto para si, aprofundando um beijo de verdade. Cheio de amor e paixão. Suas línguas se entrelaçavam em uma só e eles sentiam que poderiam ficar ali para sempre. — Eu... não consigo acreditar... Tudo isso... E se eu não tivesse aceitado? — Valeu a pena correr o risco. A verdade é que se você tivesse dito não, eu continuaria tentando até conseguir um sim... Eu te amo. E eu iria lutar por você até todas as minhas forças acabarem... — Ele sorriu. — Você acha que fez a escolha certa? Ela o olhou profundamente nos olhos. — Tenho certeza que sim. — Ela também riu. — A verdade é que nós não somos perfeitos, Josh. Nós não concordamos em muita coisa e eu sei que ao longo da nossa vida, o que mais vão haver são discussões. Eu ainda odeio muita coisa em você. Mas... você me fez... amar odiar parte de você... E pode parecer confuso. Aliás, é totalmente confuso. Mas eu sei que por mais que nós discutemos e briguemos, eu vou continuar te amando até o fim. É o destino, não é mesmo? — Sim, é. — Ele concordou sorrindo. — Mas eu entendo você. Eu me sinto exatamente igual em relação a você. Talvez... nossas diferenças nos façam nos odiar as vezes, mas sempre vamos acabar voltando um pro outro, porque a gente ama se odiar. — Ou odeia se amar. — Eles gargalharam. — Pode ser. De qualquer forma... Quero que isso dure pra sempre. — Ele a olhou nos olhos. — Vamos fazer isso durar para sempre. — Ela disse e o beijou novamente. Amor; Ódio; Essas palavras são dadas como antíteses uma da outra. Mas mesmo assim, é notável e incrível a forma de como as duas se parecem e se entrelaçam freqüentemente. É notável como elas vivem juntas. Talvez elas não sejam tão diferentes... No caso de Hayley e Josh, elas vivem juntas. O ódio que sentem transforma-se em amor, e vice-versa. Mas eles aprenderam a lidar com esses dois sentimentos, e, agora, viveriam felizes com eles. Se amando e se odiando.


Eles seriam felizes assim. Foi isso que o destino reservou para ambos. E ĂŠ isso que os vai fazer seguir em frente... por que sim, eles Odeiam Se Amar, mas tambĂŠm amam se odiar. E amam um ao outro por isso. E quem sabe, agora, isso dure para sempre.


EPÍLOGO

8 anos depois

Era uma segunda-feira incomum. Na casa de Hayley e Josh Farro, todos estavam presentes. Hayley havia feito uma festa um dia antes, e agora, havia tirado a segunda-feira de folga para cuidar do marido... e dos filhos. Jeremy e Katt, Taylor e Dakotah apareceram para passar o dia com os amigos. Afinal, fazia um tempo que eles não se juntavam na casa de alguém, pegavam um violão e re-faziam a Paramore. Eles tocavam as músicas antigas, e algumas novas (como Hallelujah e The Only Exception). A banda para eles agora era apenas um hobbie. As crianças? Como elas amavam a música dos pais. Luke, por exemplo, já começara suas aulas de violão. Tinha como meta aprender a tocar Pressure. Joseph Williams Farro, tinha apenas dois anos de idade, mas só dormia ao escutar We Are Broken. Outro fã dos pais. Ah, claro! Os filhos de Josh e Hayley. Joe era o mais novo dos três. Sim, três. Nos dedos de Josh e Hayley, hoje, se encontravam alianças de ouro. As de papel, que eles usaram em seu casamento quando criança (no caso de Hayley, apenas ela guardou) e no casamento surpresa, estava emoldurada numa mesa de canto, na sala, ao lado de uma foto da família inteira. — JOSH! — Escutou-se o grito de Hayley, vindo da cozinha. — O que foi? — Ele disse, entrando. — Olha só o que o seu filho está fazendo. — Ela disse, irritada. Joe estava sentado no chão da cozinha, com o rosto, a roupa e as mãos completamente meladas de pasta de amendoim. — Oh Deus. — Vá limpar o seu filho, ok. — Meu filho? — Josh indignou-se. — Agora é meu filho? Incrível, por que quando ele é elogiado pelas professoras da escolinha, é seu filho também. Hayley revirou os olhos. — Escuta, faz o que eu te mandei! Pega o Joe e leva ele pra banheira, ok? — Por que você não faz isso? — Por que eu estou mandando você ir! — Mas você é a mãe. Esse é o seu dever. — Eu já carreguei esse bebê nove meses na barriga. O mínimo que você pode fazer é dar um banho nele quando ele arranja encrenca! — Mas eu já dei um banho nele hoje! — Não sei se você notou, mas não foi o suficiente. — Ela apontou pra criança que enfiava toda a mão dentro da boca. — Vamos fazer o seguinte: Você dá um banho nele agora e da próxima vez eu dou. Hayley suspirou. — Certo. — Revirou os olhos. — Mas se você não der da próxima vez, eu... — Pode deixar, eu dou. — Ele sorriu. Ela fez que não com a cabeça, deu as costas e foi em direção a criança. — Ei. — Josh a chamou e ela se virou para ele. — O que foi? — Eu amo você. — Ele sorriu e a olhou ternamente nos olhos. Hayley, sem êxito, tentou reprimir um sorriso. Acabou sorrindo de verdade e indo em direção ao marido. Beijou-o. — Ei, vamos parar com a sacanagem aqui! — Katt disse, chegando à cozinha. — Tem criança na casa. Hayley e Josh separaram os lábios e terminaram o beijo com alguns selinhos, enquanto riam. — Como acham que eles foram feitos? — Josh. — Urgh. — Katt rosnou e Josh gargalhou. Hayley, finalmente, foi em direção a pequena criança. — Joe! O que eu te falei sobre comer pasta de amendoim sem eu autorizar, hein?! — Ela bronqueou o garoto, que a olhou com culpa. — Desculpa mamãe. — Ele respondeu com lágrimas nos olhos. — Tudo bem, mas eu só estou dizendo que você não pode comer! Se você fizer isso de novo vai ficar de castigo e...


— Mamãe... Eu amo muito você, mamãe... — Ele começou a mexer na perna de Hayley, chamando sua atenção, e não deixando-a falar. — Eu sei, eu também amo você. Só estou dizendo que... — Mamãe... mamãe... eu amo muito você... mamãe... — Joe, eu sei. Mas você não pode comer nada sem que eu não deixe! — Mamãe... mamãe... eu amo muito você... mamãe... — Ele começou a chorar. — Own, seu lindo da mamãe. — Ela o pegou no colo. — Eu também amo muito você, ouviu? Vamos tomar um banho. Hayley se deu por vencida, afinal. Katt assistia toda a cena sem acreditar. — O seu filho é muito malandro. — Ela comentou com Josh. — Eu sei. — Ele riu. Joseph era realmente o mais sapeca. Vivia se metendo em confusão e sempre saía dela dessa forma. Ele tinha os olhos perfeitamente verdes, como os da mãe, e os cabelos levemente loiros. Os lábios eram carnudos e avermelhados. Parecia um anjinho. Só parecia. — Falando em seu filho, onde está o Nate? — Katt perguntou. — Não sei. Vou procurá-lo. Josh começou a gritar o nome de seu filho do meio enquanto o procurava. O achou em seu quarto. Nate estava se olhando no espelho. Em seu pequeno corpo, havia uma enorme farda de soldado. Ele levava a mão a cabeça e tirava, cumprimentando a si mesmo militarmente. — Nate... — Josh suspirou. — O que eu te falei sobre pegar as minhas fardas? — Desculpa papai, não pude evitar. — Ele torceu os lábios e Josh o pegou no colo, sentando-o no criado-mudo, e fazendo o pequeno garoto de cinco anos de idade ficar quase do tamanho dele. — Eu queria ser como você... queria poder vestir a minha própria farda e virar General... — Nathaniel. Você tem o nome do soldado mais valente e corajoso que eu já conheci em toda a minha vida. Ele com certeza olha por você e, acredita, filho, com certeza você será um General melhor do que eu. Para orgulhar não só a você mesmo, mas como ao Nate, e a mim. Você só precisa esperar, Nate. Você será incrível, ao tempo certo. Nate sorriu. — Obrigado, papai. Você é o melhor pai do mundo. — Ele abraçou Josh, que colocou a mão na cabeça do filho. Nathaniel Williams Farro era a cópia do pai. Parecia tanto que impressionava. Tinha os mesmos olhos castanhos chocolate, grandes e puros. Tinha o mesmo sorriso cativante. O mesmo cabelo liso. Os mesmos traços faciais... E não era só nisso que Nate se parecia com o pai. Ele era forte, se importava com os outros, e o sonho de sua vida era ser um General. A relação de pai e filho que havia entre os dois era linda de se ver. Josh bagunçou o cabelo do filho, que sorriu. O ajudou a tirar a farda enorme e colocar sua camiseta normal. — Vamos para a cozinha. A tia Katt deve estar preparando algo bom para nós comermos. — Oba! — Ele gritou e pulou no colo do pai, que o levou para a cozinha. Quando eles chegaram por lá, tinham razão. Katt e Dakotah estavam preparando brigadeiro. — Hm... chocolate! — Josh disse olhando as panelas. — São para as crianças. — Katt bufou. — Se é que o Joe agüenta mais doce, porque né. — Dakotah riu. Ela não tivera filhos com Taylor, mas estava crente de que um dia, Deus lhe daria essa benção. — E onde estão as crianças? — Josh perguntou. — Só estou vendo meu garotão aqui. — É! — Nate se manifestou. — Joe está saindo do banho e Luke está brincando com a Soph. Não se preocupe, mais cedo ou mais tarde eles aparecem para comer. — Quero chocolate, tia Katt! — Nate pediu e Kathryn sorriu. — Espera um pouco, tá quase pronto. Sophie Williams Farro era a filha mais velha de Josh e Hayley. Nasceu um ano depois do casamento surpresa dos dois. Tinha os olhos castanhos do pai, e os cabelos loiros da mãe (na época em que não conhecia a tinta capilar). Seus dentes eram levemente separados, o que a fazia lembrar mais de Hayley. Suas bochechas eram rosadas e seu sorriso, cativante. Ela era muito esperta, mesmo tendo apenas sete anos. Começara a fazer aulas de piano há pouco tempo e já havia aprendido muita coisa. Sua voz... era linda... Mesmo com pouca idade, alcançava notas que a mãe dela só foi alcançar tempos depois. — Tá contigo, Soph! — Gritou o garoto de oito anos e meio. Ele tinha os cabelos castanhos claro e os olhos azuis como o oceano. Seu sorriso poderia levar qualquer um aos céus. Sophie correu atrás dele o máximo que pôde, até alcançá-lo. — Tá com você agora, Luke! — E saiu correndo.


Luke correu atrás da melhor amiga e a alcançou novamente. — Certo, certo. — Ele parou de correr. — Acho que me cansei dessa brincadeira. — É, eu também. — Sophie concordou e encarou o amigo. — Vamos entrar. Eles deram as mãos e entraram na casa da mãe de Sophie. Deixaram-se cair no tapete da sala. Luke se sentou e olhou para Sophie. A abraçou sinceramente. — Eu amo você, Soph. — Ele disse. — Eu também amo você, Luke! — Ela disse retribuindo o abraço. Luke pensou um pouco e logo após, indagou: — O que duas pessoas que se amam devem fazer?

Fim.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.