O tribunal pode ser sexy - Monet

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O tribunal pode ser

sexy

E mesmo na presença de uma gripada Julianna Margulies fica fácil entender por quê: a bela atriz não tem medo de se entregar à sensualidade de sua personagem, mesmo que nada daquilo faça parte de sua personalidade. Ainda mais agora, que a vida da advogada volta mais quente que nunca na terceira temporada da série The Good Wife por Sarah Mund, de Nova York* 28+Monet+abril

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Voltando para The Good Wife, se até então alicia continuava, mesmo separada do marido, cumprindo seu papel de boa esposa e mãe enquanto lidava com o trabalho fora de casa, indecisa sobre com quem ficar – Peter ou Will –, o último episódio da segunda temporada deixou bem claro que o clima dentro do escritório será bem diferente daqui em diante. ao menos é o que os fãs ficaram esperando, depois que as portas do elevador se fecharam e Will (Josh Charles) a beijou para valer pela primeira vez. E é isso que quem acompanha a série verá: a partir desse momento serão encontros na calada da noite e escapulidas furtivas durante o horário do almoço. “Uma vez me abordaram e perguntaram por que não a chamamos logo de ‘the good slut’ [algo como “a boa vadia”, em tradução livre] e isso me chocou. O que ela deveria fazer, ficar quieta sendo a boa esposa?”, se indignou a atriz, sobre a reação de um desconhecido nos Estados Unidos, onde a terceira temporada já está sendo exibida. Pena que o romance não irá durar muito: “a princípio, é sem dúvida muito divertido, mas aos poucos essa re-

Uma vez me abordaram perguntando por que não a chamamos logo de ‘a boa vadia’ e isso me chocou. o que ela deveria fazer, ficar quieta sendo a boa esposa?” – pergunta Julianna Margulies

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NEM a SEriEDaDE Da Sala DE JUlGaMENTO onde os jornalistas estavam reunidos, ou a neve fria que caía do lado de fora do estúdio no brooklyn, ou até mesmo o fato de a duração da entrevista ter que ser reduzida à metade para que Julianna Margulies poupasse a voz para as gravações que aconteceriam ainda no mesmo dia. Nada disso abalou o encanto ou a silenciosa comoção que tomou conta do lugar quando a atriz chegou toda agasalhada e com o pescoço devidamente protegido para conversar com o pouco mais de meia dúzia de jornalistas vindos de todos os cantos do mundo. Homens, mulheres, assessores de imprensa e membros da equipe de produção tiraram um momento para admirar e acompanhar a chegada da The Good Wife bela que dá vida à determinada alicia i DIA 10, TERÇA, 23H, Florrick enquanto ela pedia um copo UNIVERSAL, 43 de água quente com mel e limão para aliviar a garganta dolorida. “Estou sempre trabalhando sem parar e janeiro costuma ser um mês difícil por causa das premiações. Viajo de lá para cá e acabo indo direto do aeroporto para as gravações”, tentou justificar a atriz enquanto se desculpava pelas mudanças de última hora. apesar de ser uma pessoa muito mais pé no chão que muitas celebridades e de andar discretamente pela rede de transporte público da cidade de Nova York, uma breve observação deixa claro que tudo ali gira em torno dela. “Mesmo antes de ter o título de produtora, ela já fazia parte de tudo. Esse negócio foi construído com sua ajuda e parte da decisão de ficar aqui foi o fato de ela ser recém-casada, com uma criança pequena em casa, tanto que isso é uma cláusula em seu contrato”, explicou a produtora brooke Kennedy sobre a decisão de filmar em Nova York em vez de los angeles. “a primeira vez que nos encontramos, discutimos como criar um ambiente que fosse como a sala da casa dela. Ela pode não ser a alicia, mas é sem dúvida uma espécie de modelo a ser seguido por todos nós da equipe.”

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Boa esposa em cena – Na foto maior, os coadjuvantes na vida de Alicia: a detetive Kalinda (Archie Panjabi), o advogado rival Cary (Matt Czuchry), a chefe Diane (Christine Baranski), o chefe e amante, Will (Josh Charles), o ex-marido, Peter (Chris Noth), e o crisis manager Eli (Alan Cumming); à direita, no 2º episódio da nova temporada, ela e Will terão que aprender as boas maneiras da corte britânica num caso que se desenrola simultaneamente nos EUA e na terra da rainha; abaixo, Michael J. Fox volta em alguns episódios no papel que lhe rendeu uma indicação ao Emmy no ano anterior, e a atriz Lisa Edelstein (House) faz uma participação especial

lação vai cobrar um preço”, antecipa a atriz. “Minha definição pessoal de boa esposa é ser atenciosa. Fazer o seu melhor para que o marido e os filhos fiquem em primeiro lugar. Ela não se sente bem em guardar segredos e não poder compartilhar coisas com os filhos. afinal, dormir com o chefe antes de estar legalmente divorciada não é um bom exemplo.” Já Kalinda, outra mulher de personalidade forte da série, irá passar por um momento mais calmo de sua agitada vida amorosa. “Sexualmente, ela tem alguma ação no primeiro episódio, mas depois disso não veremos muita coisa acontecer”, explicou a atriz archie Panjabi. Nada mais sensato para alguém que quase chegou a per-

der uma de suas poucas amizades por não ter contado que manteve um relacionamento secreto com o marido de alicia. Sim, Peter Florrick (Chris Noth) não se contentou apenas com a prostituta envolvida no escândalo sexual que o colocou na cadeia ainda na primeira temporada e provocou o fim do casamento com a personagem-título da produção. “as coisas não terminaram muito bem entre elas no final da temporada e ainda estão um pouco frias. aos poucos, os acontecimentos farão com que elas voltem a se entender, mas isso vai tomar tempo”, descreve a atriz inglesa de ascendência indiana. Para compensar, alicia não será a única a encontrar um par. “No episódio que estamos filmando, a personagem de Christine baranski terá um caso dentro de um carro. acho que isso nunca foi feito com uma mulher de mais de 50 anos, na TV aberta ou a cabo”, contou Julianna. “Não sei se vocês conhecem esse ator, brian brown, mas ele é incrivelmente charmoso e se eu tenho que ficar presa na caçamba de uma caminhonete com alguém que não é meu marido, fico feliz que seja com ele”, brincou Christine sobre a cena que ainda seria gravada. as mulheres de The Good Wife podem vir quentes que os fãs já estão fervendo. * A jornalista viajou a convite da Universal abril+Monet+31

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Chefedele mesmo

COM O NOVO PAPEL DRAMÁTICO EM BOSS, A COMÉDIA PARECE FAZER PARTE DO PASSADO DO ATOR DE FRASIER

por Marco R. Della Cava, do USA Today*

KELSEY GRAMMER ESTÁ RADIANTE no terraço com vista para o imenso

e azulado Oceano Pacífico e um sol dourado ilumina seu sorriso barbado. “Isto é simplesmente lindo”, diz ele, descrevendo essa vista digna de cartão-postal. Mas o ator também poderia estar se referindo à vida que leva nos dias de hoje e à irônica dissonância entre o personagem que interpreta e seu atual estado de espírito. “Vivi um período sombrio durante muito tempo, construí uma imagem pública e fui bastante bem-sucedido, mas por dentro era infeliz.” Por 20 anos ele foi o afável psiquiatra Frasier Crane em duas séries de longa duração: primeiro Cheers, depois Frasier (o sucesso de Grammer pode ser comparado ao do veterano James Arness e seu indelével personagem Matt Dillon na série Gunsmoke). Mas por trás da aparente felicidade, ele era um homem que se alternava entre relacionamentos complicados – o último deles, com a estrela de The Real Housewives of Beverly Hills, Camille Donatacci, acabou em um divórcio bem público em 2010. Agora, ele está de volta à televisão como Tom Kane, o prefeito sem escrúpulos de Chicago, na nova série dramática chamada Boss (“Chefe”, em português). Mas a verdade é que Grammer, aos 57 anos, transpira felicidade após seu mais novo casamento BOSS com a britânica Kayte Walsh, de 29 anos. “Depois que tive um I ESTREIA - DIA 8, DOMINGO, 22H, ataque cardíaco (em 2008), olhei para minha vida, pensei a EXIBIÇÃO REGULAR - QUINTAS, respeito dos anos que ainda estavam por vir e me dei conta: será 22H, TNT, 48 E 548 (HD) que esta é a história que quero contar?”

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APENAS OUTRO GRANDE ATOR O diretor Gus Van Sant, duas vezes indicado ao Oscar (Gênio Indomável e Milk), dirigiu o piloto de Boss e disse que não estava preocupado com o passado de Grammer como Frasier. Ele nunca assistiu à série, premiada com vários Emmys. “Ele pode ter ganhado fama internacional pelo personagem, mas para mim ele era apenas um ator talentoso”, diz Van Sant, que, com Grammer, é um dos produtores executivos da série. “Era só mais um personagem na trajetória de Kelsey.” A verdade é que o ator trazia uma bagagem de respeito. As tiradas de Kane se somam agora a uma fúria de Rei Lear, um dos muitos personagens do dramaturgo inglês a quem Grammer já

deu vida nos palcos ao longo de sua carreira de três décadas. Na verdade, apesar de o criador da série, o inglês Farhad Safinia (que escreveu com Mel Gibson Apocalypto, de 2006) querer basear sua história na cidade de Chicago dos dias de hoje, parece que o ator canaliza todos os épicos de William Shakespeare. “Boss é ambientado no mundo da política, sem ser de esquerda ou de direita, mas sobre aquilo que não se vê. É sobre como as pessoas se comportam para conquistar o que desejam”, conta Safinia. “Quando encontrei Kelsey para falar a respeito da ideia, cerca de um ano atrás, logo vi aquilo que se vê nas primeiras cenas da série. Ele me pareceu sério e compenetrado, e quando citou trechos de Rei Lear, tive a certeza de que tinha achado meu ator.” As primeiras cenas da série já deixam claro que o bom psiquiatra não está mais em cena. A câmera começa em close no rosto sombrio de Grammer ouvindo de seu médico que ele tem uma doença terminal. “Acho que Kelsey está se divertindo ao deixar o papel de Frasier para trás”, continua Connie Nielsen, que interpreta Meredith, a esposa conivente de Kane. “A maioria das pessoas que tem um personagem de tanto sucesso geralmente não quer se arriscar e buscar novos desafios. Mas assim como amo interpretar uma mulher tão absolutamente diferente de mim, posso dizer que ele está se di-

vertindo com esse personagem.” Kelsey Grammer admite que apesar de “Frasier ser um personagem fascinante, eu sempre quis fazer algo como o que estou fazendo”. Ele solta uma gargalhada e logo fica sério. “Já vinha pensando em interpretar um papel criativo na TV há décadas, mas não sabia se as pessoas deixariam. O universo criativo pode ser limitado, quando você tem um personagem de sucesso. Mas agora as pessoas têm a chance de dizer ‘Kelsey é outra pessoa’.” MUDANÇA GIGANTESCA A transição de Grammer de rei da comédia para protagonista de uma série dramática, com toques de nudez e muitos palavrões, nos leva a pensar: ‘Nossa, por que demorou tanto?”, diz Andrew Wallenstein, editor de televisão da revista Variety. “Grammer já mostrou a que veio por seu desempenho em peças na Broadway” (a mais recente foi A Gaiola das Loucas). “E cada vez mais há menos resistência dos telespectadores para a mudança de gêneros dos atores; veja o caso de Ted Danson, outro veterano de Cheers, que agora está em CSI.” Acima de qualquer coisa, a natureza sombria de Boss, e não o passado de comédia do protagonista, pode ser o mais difícil para o público. “Acho que na linha de Boss só The Wire [a elogiada

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“O meu foco passou a ser a minha vida pessoal”, revela. “Conforme fui lidando com essas questões, recebi esse verdadeiro presente que é a Kayte, e a vida tem sido maravilhosa desde então.” Boss pode muito bem vir a ser outro presente, pois o presidente do canal Starz, que produz e exibe a atração nos EUA, já deu o OK para a segunda temporada. A corajosa série com toques shakespearianos parece estar próxima de apagar do público a imagem de Grammer como Frasier quando o ator, com vasta formação clássica, se transforma em um monstro político sem igual. “É fantástico interpretar Tom”, confessa Grammer, com seu apurado senso de humor, nessa entrevista em que fala abertamente sobre suas ambições eleitorais e o alívio que sente por voltar a viver em Nova York. “É o trabalho mais honesto, mais profundo que já fiz, não tem nada de artificial.” “Interpretar Frasier foi uma delícia”, acrescenta, admitindo a importância de seu papel como o empolado, porém bem-intencionado psiquiatra que o acompanhou também em mais outras duas séries de curta duração: This Just In e Hank. “Frasier ainda vive em Sideshow Bob”, assume ao falar do personagem de Os Simpsons para quem empresta a voz. “Mas a comédia é muito artificial e essa nova série é corajosa, forte, definitivamente o meu melhor trabalho.”

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Tudo pelo poder – Kelsey Grammer e Connie Nielsen, nos papéis do prefeito de Chicago, Tom Kane, e de sua esposa, Meredith, precisam manter a pose de normalidade para o público enquanto ele insiste em se manter no poder, mesmo depois do diagnóstico que recebe de seu médico: Kane sofre de uma doença neurológica degenerativa

série da HBO sobre o mundo das drogas] seria tão intensa, tão cheia de camadas e com essa pegada mais sombria”, diz Wallenstein. “É uma série pesada.” A consultoria Nielsen avaliou Boss como “uma sátira sombria”. Uma descrição mais precisa disso seria a cena na qual o protagonista recebe partes de um corpo como presente. “Queríamos remeter ao universo de Shakespeare”, completa o astro, que já ganhou pelo papel um Globo de Ouro de melhor ator de série dramática. “É repleto de pessoas terríveis e amarguradas que vivem em um mundo intenso, animalesco e cheio de vícios, e acho que isso casa muito bem com o ambiente.” Grammer, um republicano convicto, está descontente com o tom do discurso político de hoje. “A pretexto de ganhar, as campanhas giram em torno de fazer com que os eleitores odeiem o outro candidato”, avalia. “Acho que sempre foi assim, mas me parece que no passado a questão era qual a melhor escolha. Precisamos rever isso, porque diz respeito a todos nós.” Então será que Grammer tem pretensões políticas? “Depois de ter tido uma vida tão boa, tenho sim o desejo de fazer alguma coisa útil”, afirma. “Penso a esse respeito e não sei ainda de que forma ou quando, mas sei que há um limite de tempo. Não quero que as pessoas pensem: ‘Nossa, ele está caquético!’”, diz gargalhando, bem ao estilo de Frasier.

Toda essa felicidade também pode ser atribuída a Nova York e à vida com a nova mulher, além do fato de ter se tornado avô recentemente. Sua filha, Spencer Grammer, estrela da série Greek – fruto do primeiro casamento do ator com Doreen Alderman –, deu à luz a Emmett em outubro passado. DE VOLTA AO COMEÇO “Amo Los Angeles, mas Nova York sempre foi mais real para mim”, confessa Grammer, que tem um apartamento no bairro do Chelsea e uma casa nas montanhas Catskill, ao norte do estado, um local que descreve como modesto e rústico. Ele conta que sua ex, Camille, não gostava de lá. “Kayte se encantou pelo lugar na primeira vez que a levei e isso me deixou muito feliz. Recebemos amigos e familiares no verão passado, fizemos trilhas, enfim, nos divertimos muito. Voltar à costa leste me fez bem.” Grammer se inclina para trás na cadeira e calmamente cruza as mãos no colo, como um homem que espera pacientemente por um ônibus. “A comédia acabou me dizendo: ‘Já deu, Kelsey,’ e isso é bom. E ao dizer que queria mudar a história da minha vida, as coisas estão se abrindo de muitas maneiras. Sinto que estou começando de novo.” Kelsey Grammer, aos 57 anos, parece quase inebriado ao falar sobre seu

novo clã, os Walsh, um pessoal alucinado por futebol. “É uma família muito legal”, diz. O pai da esposa Kayte, Alan, de 54 anos, é uma antiga estrela de futebol do clube inglês Bristol City, onde agora trabalha como técnico. O irmão de Kayte, Phillip, de 27 anos, é jogador profissional. A sogra, Susan, o apresentou aos amigos da família em uma partida beneficente na Inglaterra durante o último verão europeu. “A uma certa altura, todos nós já estávamos rindo e ela comentou: ‘Nossa, nem parece que você é mais velho do que eu!’ Eles são ótimos.” Mas Grammer ficou bem desgostoso com a forma como os Walsh foram tratados em 2010 quando conheceu Kayte, uma ex-aeromoça da Virgin Airlines. “Esses sanguessugas [dos tabloides britânicos] entraram escondidos na casa de Alan para perguntar sobre a gravidez de Kayte [que acabou em função de um aborto]. Chegaram a escalar o muro, o que configura invasão de domicílio.” Quanto à sua esposa, ele apenas diz: “A coitadinha tem de lidar com toda essa bobagem quando vem aqui (aos EUA), mas vai ficar tudo bem”. Grammer conta que a primeira emenda da Constituição dos EUA precisa ser atualizada na era da internet. “Esse mundo virtual é perigoso, feio e desagradável. Quando algo é escrito e publicado, de repente vira verdade, mesmo quando não passa de uma mentira escabrosa. Fui vítima desse tipo de coisa nos últimos tempos e acredito que as leis tenham que mudar.” Será que a vida vai imitar a arte mais uma vez com outro ator na política? Que seja sem duplo sentido, por favor. * Tradução: Daniela Sequeira

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novo rei do pedaço – Com a morte do pai, Robert Baratheon (Mark Addy), Joffrey (Jack Gleeson) assume a coroa sob a ameaça de outros candidatos ao trono, até mesmo dentro de sua própria família

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A guerra está chegando Conversamos com os atores que dão vida a alguns dos personagens mais poderosos de Game of Thrones para saber tudo o que vai acontecer na segunda temporada, incluindo o conflito armado que vai afetar todos os cidadãos de Westeros

por sarah mund, de Londres* abril+Monet+37

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uando a espada começa a descer sobre o pescoço de eddard ‘ned’ stark (sean bean), nos momentos finais do penúltimo episódio da primeira temporada de Game of Thrones, o público prende a respiração em sincronia, esperando por uma salvação de última hora. mas ela nunca chega. matar o personagem principal da trama requer muita coragem, especialmente em uma sociedade que está acostumada a ver conflitos serem solucionados de forma homogênea na televisão e no cinema, ou seja, com o bem sempre prevalecendo sobre o mal no final das contas. “o que gosto nessa história é que a maioria dos personagens começa bem definida, com o mocinho e o bandido. mas, conforme os game of thrones conhecemos melhor, vemos que i dia 1º, domingo, 21h, hBo, 71 e 571 (hd) não é tudo tão preto no branco.

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a princípio, a família stark parece ser vítima e cheia de boas intenções, mas no passado eles ajudaram robert baratheon a conquistar o trono e outras famílias sofreram coisas horríveis por causa deles. de repente, ned stark era o verdadeiro vilão, mas nunca saberemos, porque agora ele está morto”, analisou o ator nikolaj coster-Waldau, intérprete do irmão gêmeo da rainha, Jaime lannister. mas matar personagens de destaque e inserir vários novos a cada capítulo não parece

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2 Caminhos separados – Tyrion Lannister, interpretado por Peter Dinklage (1), é enviado à corte para controlar o sobrinho Joffrey e a irmã Cersei; Daenerys Targaryen, papel de Emilia Clarke (2) terá que liderar seu exército através do deserto; Robb Stark, personagem de Richard Madden (3) se autoproclama rei do Norte; e Jon Snow (Kit Harington) buscará pistas de sua mãe enquanto serve à Patrulha da Noite (4)

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ser problema para George r.r. martin, o americano responsável pela criação de todos os elementos fantásticos que estão sendo adaptados dos sete livros (nem todos já publicados) que compõem a saga. o trabalho está sendo feito pelos produtores d.b. Weiss e david benioff, eles mesmos grandes fãs da obra, que gastaram cerca de seis anos trabalhando no projeto até se tornar viável. “uma das nossas maiores alegrias foi ver que o segredo da morte de ned

foi mantido para tantas pessoas. claro que muitos fãs dos livros sabiam o que estava para vir, mas eles se controlaram porque, assim como nós, queriam que as pessoas tivessem a mesma surpresa”, confidenciou benioff. se no primeiro ano “o inverno está chegando” foi a frase mais repetida pelos stark, o clã que protege o norte, agora a maior preocupação das demais sete famílias que integram Westeros – terra onde o verão dura décadas e o inverno uma

vida inteira – é a guerra iminente que se aproxima dentro do território. e foi justamente com a morte de ned, senhor de Winterfell, logo após o falecimento do próprio rei e seu amigo pessoal, robert baratheon (mark addy), que o reino se mostrou como um barril de pólvora. na segunda temporada, que tem estreia mundial marcada para o dia 1º de abril (não é mentira), a notícia se espalha rapidamente por todo o reino e mudanças dramáticas não demoram a acontecer. com a ausência do marido, cersei (lena Headey) não tardou a agir para que Joffrey (Jack Gleeson) fosse coroado o novo rei, mas agora ele enfrentará não só inimigos externos, como os próprios tios renly (Gethin anthony) e stannis (stephen dillane) baratheon, que acreditam ser os verdadeiros sucessores do irmão morto. “Grande parte desta temporada será focada tanto no que acontece quando existe uma mudança de autoridade, em que as pessoas tentam se aliar às diferentes facções, abril+Monet+39

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Fotos: divulgação

quanto no que ocorre quando esses grupos se enfrentam”, resumiu Weiss. no entanto, todos sentem que a ameaça maior vem de cima: robb stark (richard madden), agora o novo senhor do norte, se autoproclamou rei do território de sua família, tornando-o independente do restante do reino. além de estar organizando um exército para vingar a morte do pai, ele mantém como refém o irmão gêmeo da rainha, Jaime, na tentativa de resgatar suas irmãs mais novas de King’s landing. apesar de sansa (sophie Turner) estar sofrendo nas mãos do caprichoso jovem rei, o que ele não sabe é que arya (maisie Williams) fugiu logo após a execução do pai, travestida de menino, ao lado de um dos filhos bastardos do rei robert. nesse meio-tempo, seu meio-irmão Jon snow (Kit Harington), que agora veste o negro da patrulha da noite, enfrentará os perigos que se escondem do outro lado da muralha, entre eles os white walkers. “eu estava realmente ansioso para gravar esta temporada, porque no primeiro ano meu personagem está sempre em um estado de ansiedade. agora ele tomou a decisão de que pertence a este lugar e este é seu trabalho”, contou o ator, que dá vida ao jovem bastardo. apesar de sua dura nova realidade, ele encontrará tempo para engatar um romance e procurar sua mãe biológica. do outro lado do oceano, daenerys Targaryen (emilia clarke), última representante da família que reinava anteriormente, comanda o que restou de seu

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exército dothraki. depois de ressurgir das cinzas da fogueira onde o corpo de seu marido, Khal drogo (Jason momoa) foi cremado carregando três filhotes de dragão saídos dos ovos que carregava, ela terá que primeiro fortalecer os animais se quiser ter alguma chance de reclamar o trono que lhe é de direito. “na nova temporada, ela é uma mulher enfrentando problemas políticos em um mundo masculino. ela decidiu assumir esse papel e cuidará não só das pessoas que a seguem, como honrará o legado de sua família”, descreve a atriz, recém-saída da faculdade de artes cênicas. além de acompanhar os destinos de cada um deles, na nova temporada mais de 20 novos personagens serão apresentados. Junto a stannis baratheon (stephen dillane), outro irmão do rei robert, chegam à série a sacerdotisa melisandre de asshai (carice van Houten) e o ex-contrabandista ser davos seaworth (liam cunningham). mas quem provavelmente chamará mais atenção será brienne de Tarth (Gwendoline christie). Filha única de um nobre, ela é uma mulher forte e sem vaidade que prefere levar a vida como uma cavaleira que como esposa de algum senhor.

3 novos personagens em Westeros – Além de expandir seus já conhecidos belos cenários para locais pitorescos como a Croácia e a Islândia (1), o segundo ano da produção da HBO conta com pelo menos 20 novos personagens;

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crianças do reino

e

entre eles, a cavaleira Brienne de Tarth, vivida por Gwendoline Christie (2), Stannis Baratheon, interpretado pelo ator Stephen Dillane, irmão do falecido rei, e a ruiva sacerdotisa Melisandre de Asshai, aqui com a atriz Carice van Houten (3)

mesmosendoumasuperproduçãocom o selo da Hbo e que já contava com uma grande base de fãs dos livros (em 2011, 15 milhões de cópias dos quatro primeiros volumes da série já tinham sido vendidos em mais de 20 idiomas), até a estreia da produção, a resposta do público ainda era uma incógnita. a primeira indicação de que eles estavam no caminho certo foi a reação dos fãs à realização de um painel com elenco e produtores na comic-con de san diego, em julho do ano passado. Foram quase cinco mil pessoas brigando por um lugar no auditório, que ainda receberia a presença do escritor como mediador do evento. Já a afirmação crítica veio em forma de estatuetas. entre inúmeras indicações, peter dinklage foi quem levou para casa o emmy e o Globo de ouro por sua atuação como Tyrion lannister. e, se logo de cara o investimento foi de cerca de us$ 6 a us$ 7 milhões por episódio, contando com locações em castelos medievais da europa, o evidente sucesso permitiu que a Hbo abrisse os cofres para a continuação. os novos episódios tiveram cenas gravadas não só na irlanda do norte como na islândia e na croácia, com três equipes de produção independentes trabalhando simultaneamente. se eles considerarem a expectativa e a empolgação dos fãs na hora de fechar o orçamento, podemos esperar por superproduções ainda mais vultosas nas próximas temporadas. * A jornalista viajou a convite da HBO

Bran

sansa

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mbora muitos personagens retratados como jovens adultos na série não passem de adolescentes nos livros de george R.R. martin – daenerys (emilia Clarke) tem apenas 13 anos de idade, e Joffrey (Jack gleeson), Robb (Richard madden) e Jon (Kit harington) não passam dos 14 –, é impossível negar a importância que as crianças têm na trama. em especial as da família stark. enquanto Bran (isaac hempstead Wright) precisa ser carregado pelo empregado hodor (Kristian nairn) ao enfrentar as consequências físicas de ter testemunhado a relação incestuosa da rainha Cersei (lena headey) com seu irmão gêmeo Jaime (nikolaj CosterWaldau), sansa (sophie turner) e arya (maisie Williams) passarão por diferentes provações pelo fato de serem mulheres sozinhas no reino. a primeira vê seu sonho de se tornar uma princesa virar pesadelo depois da morte do pai, quando ela fica à mercê do caprichoso rei Joffrey. Já arya foge da corte travestida de menino e em posse de sua estimada espada “agulha”.

arya

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linda, meiguinha e sempre vestindo roupas que parecem ter saído de algum armário colorido dos anos 50, zooey deschanel chegou à TV como Jess, a protagonista da série New Girl por donna Freydkin, do USA Today*

Sorria. Você está sendo Ela vai tE ganhar. Com seus grandes olhos ce-

lestiais. Seus cabelos que balançam. a voz levemente rouca. E um senso de humor surpreendentemente afiado e direto, que combina com o seu comportamento tão levemente desajeitado de menina sonhadora e sua predileção por tudo que seja fofo. até suas roupas são perfeitas: um top Maje com gola Peter Pan, uma saia Prada rodada e charmosos sapatos boneca de Manolo blahnik. Se ela parece estar em todos os lugares, é porque ela está. O murmurinho que você ouve a respeito da nova sitcom de Zooey Deschanel na Fox, New Girl, virou meio que um rugido feroz, arrematado por comerciais quase onipresentes mostrando a atriz como veio ao mundo no meio de um constrangedor encontro romântico. Ela é Jess, que após o fim de um relacionamento vai dividir apartamento com três desconhecidos. Zooey foi convidada pela televisão depois de ter feito quase 40 filmes e estar pronta para algo mais expressivo e físico. “Sempre estive aberta à TV. Eu li o roteiro, e era tão bom e tão engraçado”, diz a própria, entrando em uma de suas respostas prolixas. “Eu lembro que o li em londres, na sala de embarque da companhia Virgin. É o lugar mais maravilhoso, literalmente. Se eu pudesse, chegaria lá 24 horas antes. É tão bom. Você entra num sonho dos anos 60. Enfim, eu estava lá e li o roteiro, e fiquei rindo alto, histérica. isso é um ótimo sinal.” a crítica abraçou o programa. a rede o está promovendo a todo vapor. new girl i dia 4, É bastante inebriante para uma atriz quarta, 22h30, FOX, 50 que antes era mais conhecida por dar 42+Monet+abril

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um fora em Joseph Gordon-levitt no filme de partir o coração (500) Dias com Ela. Então como foi ver aquele outdoor da série New Girl na Times Square? “Foi incrível. Quantas vezes acontece uma dessa? Nunca! Principalmente quando é só o seu rosto”, conta. E principalmente quando você não é um super-herói, ela ouve. “Ou um mulherão”, ela replica. ah, admite, Zooey. Você sabe que é incrível. “Para!”, ela responde, toda tímida, cobrindo o rosto com as mãos e chacoalhando a cabeça. Pessoalmente, Zooey Deschanel, de 32 anos, é uma mistura irresistível de melhor amiga e atração total. Com ela, quem vê cara vê coração, diz a amiga rashida Jones, que fez sua parceira lésbica em Nosso Irmão Sem Noção. “a Zooey tem um talento natural e é uma menina engraçada. E não se acha nada. Você não faria ideia que ela era bonita ou talentosa”, diz rashida. Sim, ela é linda como você imagina, mas é também atenciosa, aguda e meiga. Não, ela não tem um carro com chofer em los angeles. Dirige sozinha para o trabalho todos os dias antes mesmo de o sol sair. Sim, ela sabia o sexo do bebê de sua irmã, a atriz Emily Deschanel, mas nunca contou, porque tinha medo de espalhar o segredo. Sim, ela é carinhosamente ligada aos pais, o cinematografista Caleb e a atriz Mary Jo, e conta que “ia ao cinema com meus pais quando estava no colegial, nos sábados à noite”, e fala para sua mãe que a ama, num telefonema após a entrevista. E não, ela não deixa a atenção dos paparazzi subir à cabeça, dizendo aos fotógrafos que a seguem: “Pessoal, eu não sou assim tão famosa”.

estranha no ninho – De mudança para um apê de rapazes, a personagem da atriz tenta se adaptar

novo quarteto – Nick (Jake M. Johnson), Jess (Zooey), Schmidt (Max Greenfield) e Coach (Damon Wayans Jr.)

Na verdade, ela é. Primeiro, uma fã de londres, que diz adorar o projeto paralelo de Zooey, o dueto musical She & Him, se aproxima da atriz para tirar uma foto com ela; depois, um grupo de fãs do Kuwait vem atrás. Como está completamente em modo de promoção, Zooey leva numa boa. “Depende do meu humor, mas acho que você tem o direito de dizer: ‘Desculpa, mas agora não’. Se eu estou em eventos de imprensa, eu tiro fotos. Mas se estou no mercado...”, ela diz. “O pior era quando eu fazia um monte de aulas de fitness, e depois das aulas eu estava encharcada, e alguém vinha pedir para tirar uma foto. ‘Eu adoraria ajudar a sua página do Facebook, mas nããão.’ isso é só registrar um momento.” aliás, momentos pessoais estão em falta na vida de Zooey. Passa a maior parte dos dias gravando New Girl, com apenas os domin-

Top 5 das meiguices Ela é, de fato, uma fofa. E a cada aparição sua, seja em sua estreante série de TV, seja com sua banda She & Him, Zooey sustenta sua imagem de jovem menina adulta. Prova disso são alguns de seus vídeos populares no YouTube. Fizemos uma seleção dos mais cândidos.

HINO NACIONAL

Convidada para cantar o hino americano no texas rangers Ballpark, antes de uma partida de beisebol da chamada World Series, Zooey mostrou que junto com sua voz grave sempre haverá um vestidinho meigo.

CANÇÃO DE RÉVEILLON

ao lado do ator Joseph Gordon-Levitt, seu amigo na vida real, e namorado abandonado no filme (500) Dias com Ela, Zooey se despediu de 2011 cantando com ele essa música fofíssima de Nancy Wilson.

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“nunca tenho tempo para um jantar. Tenho que comer enquanto memorizo falas.” diz a ocupadíssima atriz

sucesso – Zooey estreou bem na TV e New Girl foi muito bem recebida nos EUA. E ainda teve uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz de série de comédia

gos livres para si mesma e seu marido, ben Gibbard, vocalista do Death Cab for Cutie. “É muita coisa. Tenho a minha banda, meu site [o humorístico HelloGiggles.com], e todas essas coisas extras que tenho que fazer. Meu marido brinca que vê o meu pôster [promocional] mais do que eu de verdade”, afirma. “Nunca tenho tempo para um jantar. Tenho que comer enquanto memorizo falas. a única forma de manter a energia é comer o dia todo.” E para os poucos que detonam Zooey por ser muito menininha e fofinha, no programa e fora dele? “Se é pra ser qualquer coisa demais, legal demais é ok. Eu amo cachorrinhos, e daí? Quem odeia cachorrinhos?”, pergunta. *Tradução: Leandro Requena

BEACH GIRL

Mais fofo do que Zooey deschanel só mesmo os Beach Boys. E o que dizer então de Zooey cantando os Beach Boys? Não é só isso: cantando um dos grandes hits da banda californiana: Wouldn’t It Be Nice.

WHY DO YOU LET ME STAY HERE?

independentemente de sua opinião sobre o final de (500) Dias com Ela, a química entre Zooey e Gordon-Levitt é inegável e,para celebrar essa parceria,o diretor Marc Webb fez esse clipe para o She & him com a presença do casal.

CLIPE RETRÔ

Com o clipe de Don’t Look Back, o She & him outra vez mostrou que pode sempre caprichar mais e mais em coreografias, cenários e figurinos retrôs. E que Zooey sabe cantar fazendo itálico.

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De olho nas

mulheres Jon Hamm pode até ter sido a principal atração da festa que marcou a volta de Mad Men, mas o elenco feminino da série agora também atrai os holofotes por Sarah Mund, de Los Angeles*

APESAR DE A FESTA já ter começado, o clima era descontraído e os convidados bebericavam drinques em uma falsa camaradagem ao lado de alguns atores e produtores. Muitos dos homens aparentemente incorporaram o estilo de seus personagens, vestidos em elegantes ternos e gravatas, e exibindo seus cigarros, enquanto as mulheres circulavam de forma discreta em seus belos vestidos. Equilibrando o copo em uma mão e o gravador digital na outra, cada jornalista tentava conquistar um momento a sós com os astros, na esperança de ser o sortudo a ouvir aquela revelação exclusiva sobre os rumos da trama, um ano após a exibição da última temporada de Mad Men. Mas todos foram muito bem orientados por Matthew Weiner, o criador da série, que insiste em não revelar nenhum detalhe da trama antes da estreia. A noite parecia tranquila para os assessores responsáveis por controlar o fluxo de pessoas em volta dos artistas dos quais deveriam tomar conta. Isso até Jon Hamm chegar. Ninguém pode negar que Don Draper é um dos personagens masculinos mais sensuais e instigantes da televisão, e, ao longo dos quatro primeiros anos de Mad Men, ele reinou absoluto como protagonista do drama ambientado na Nova York dos anos 60 e que acompanha a vida MAD MEN I DIA 23, dos competitivos homens e mulheres SEGUNDA, 21H, HBO, que trabalham em uma agência de 71 E 571 (HD) publicidade na Madison Avenue. 46+Monet+ABRIL

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ESPECIAL

SÉRIES

Tomando as rédeas – Acompanhando as mudanças do papel feminino na sociedade dos anos 60, Peggy (Elisabeth Moss) e Joan (Christina Hendricks) irão perder cada vez mais o medo de falar suas opiniões e bater de frente com as vontades dos homens da agência

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

“Estou com esse personagem já há quase seis anos, e ele ainda me surpreende. Acho que Don tem consciência da postura profissional que deve adotar, mas ele está sempre atuando, porque na realidade não é nada do que diz ser”, ponderou o ator. Prova disso é que ele ficou noivo da própria secretária depois de se divorciar da mãe dos seus filhos, Betty (January Jones). Mas a quinta temporada obrigará os homens a se adaptarem a uma nova realidade: uma sociedade na qual as mulheres encontraram voz própria e não têm medo de expressar suas vontades: seja por melhores empregos ou divórcio. E, assim como na ficção, os olhares se voltaram para as belas atrizes logo que passa o frenesi em volta do galã. Especialmente Elisabeth Moss, intérprete da talentosa Peggy Olson, e Christina Hendricks, que dá vida à voluptuosa Joan Harris. “No episódio piloto, vemos a agência através dos olhos da Peggy e aquilo parece uma loucura, como é a experiência do primeiro dia de trabalho para todo mundo, com aquela sensação de que não irá conseguir aprender tudo que precisa. Depois pudemos observar seu crescimento por mais de 50 episódios e ela está se tornando cada vez mais confiante”, apontou o próprio Hamm. Depois de começar como secretária do principal redator da agência, Peggy provou ter boas ideias e passou ela mesma

ao papel de redatora. Agora está diante da oportunidade de conseguir uma nova conta, e uma das grandes. “Apesar de respeitar e admirar Don, nas temporadas 2 e 3, Peggy começa a se dar conta de que ele não é perfeito. Ao mesmo tempo que anseia um dia ser como ele, espera que o sujeito se torne uma versão melhor de si mesmo. E apesar de todos os percalços ela passa a não depender tanto da sua ajuda e a andar com os próprios pés”, descreve Elisabeth sobre a trajetória de sua personagem. Já a secretária mais sensual do pedaço enfrentará um dilema bem mais complicado: “Ela está sempre fazendo coisas inesperadas e eu me sinto muito sortuda por poder interpretar a Joan. Mas minha primeira reação quando fiquei sabendo que ela está grávida foi me perguntar se ela conseguirá continuar trabalhando”, ponderou Christina sobre o destino de sua personagem. COLHENDO OS LOUROS Depois de ganhar prêmio de melhor série dramática do Emmy por quatro anos seguidos e de garantir a Jon Hamm uma estatueta do Globo de Ouro, Mad Men provou que é um marco em qualidade na teledramaturgia americana. Mas não só de prêmios vive a série, mas também de fãs. Foi pensando nestes que os produtores e roteiristas prepararam um retorno de duas horas. “Nós tivemos a oportu-

Novos tempos, velhos costumes – Mesmo que Roger (John Slattery), Don (Jon Hamm) e Pete (Vincent Kartheiser) já tenham se dado conta de que precisarão lidar com uma nova atitude por parte das mulheres, eles continuam agindo como os homens da época que são

nidade de conquistar uma audiência na TV a cabo. Se estivéssemos em um canal aberto poderíamos exibir os episódios logo depois de um programa popular que não conseguiríamos alcançar os números necessários para sobreviver. E também fomos sortudos de sermos os primeiros a abordar essa época. Quem vem em segundo sempre parece estar tentando fazer algo igual”, analisou Hamm, fazendo uma clara referência às séries Pan Am e The Playboy Club – esta última já cancelada. Ele mesmo também irá receber sua dose a mais de prestígio, depois de dirigir o segundo episódio do quinto ano. “Eu estava animado para isso, conhecer o que acontece por trás das cortinas nas diferentes etapas de produção. A princípio, achei que seria cansativo dirigir e atuar ao mesmo tempo, mas a experiência foi revigorante”, descreveu o ator sobre sua estreia no comando. Pela animação do elenco durante a festa, eles parecem estar tão empolgados com o retorno dos loucos publicitários da trama quanto os aficionados pela série no mundo todo. * A jornalista viajou a convite da HBO

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