muito prazer
kiko goifman
Em seu primeiro longa ficcional, filmefobia, o cineasta coloca pessoas diante de seus medos
ANTroPÓLoGo Por forMAÇÃo, NÃo É De se estranhar que Kiko Goifman, nascido em Belo Horizonte (MG) e radicado em São Paulo, tenha uma queda por assuntos “tabus”. É o que pode ser visto nos documentários Morte Densa (2004), no qual aborda o significado da morte para pessoas que já cometeram assassinato, e em Olhos Pasmados (2000), sobre a violência contra idosos. em Filmefobia, vencedor do prêmio de melhor filme do festival de Brasília em 2008 e uma das principais estreias do mês no Canal Brasil, não “Não me foi diferente. Goifman iNteressa explorou os limites de trabalhar atores e não atores ao fazê-los encarar medos com ficção o filme mostra um pura”, afirma reais. diretor de cinema que o diretor parte da premissa de que a única emoção verdadeira é a do fóbico diante da causa de seu medo: de altura, insetos, ralo, avião, etc. os participantes tiveram que enfrentar as mais diferentes fobias, e nem mesmo o próprio diretor escapou. “Não achei justo exigir que os outros encarassem tudo isso quando eu mesmo sofro de uma fobia desde criança.” Se alguém duvida de sua aversão a sangue basta assistir às cenas em que desmaia após encarar o objeto de temor. Mas participar dos filmes não parece ser problema para ele: em 2003 foi protagonista de 33, no qual registrou a busca pela própria mãe biológica. Produzindo atualmente um projeto para a Tv – HiperReal, um retrato da juventude paulistana –, quando perguntado se prefere trabalhar com ficção ou realidade, ele explica: “Para mim, o ideal é transitar nessa fronteira entre os dois gêneros. Acho que é devido ao meu passado como documentarista. Não me interessa trabalhar com a ficção pura”. n filmefobia dia 8, segunda, 22h, Canal Brasil, 66; hiperreal sextas, 21h, SescTV, 137
foto: cia de foto/divulgação
por sarah mund
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