Louco por carros (Auto Esporte)

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Ignição

ligue-se nas informações mais quentes e as curiosidades do automóvel

o desafio da bmw era criar um compacto 100% elétrico que não deixasse de lado a sua tradição esportiva

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Energia que

dá gosto BMW apresenta seu priMeiro elétrico, que chega eM 2014

I

novação. essa poderia ser a palavra por trás da inicial que dá nome ao primeiro carro elétrico de produção da BMW, o i3. exibido como um conceito no salão de Frankfurt, em 2011, o modelo está pronto para ganhar as ruas. primeiro as da europa e dos eua. Depois, no segundo semestre de 2014, também as do Brasil. segundo a BMW, toda a arquitetura foi pensada a partir do motor elétrico, alocado na parte traseira. alimentado por uma bateria de íon-lítio, o motor é capaz de gerar 170 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, fazendo o carrinho acelerar de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos e alcançar 150 km/h. a agilidade é explicada em parte pelo baixo peso (1.195 kg bem distribuídos), alcançados graças ao extenso uso de materiais como alumínio e plástico reforçado por fibra de carbono (cFrp). a autonomia pode variar de 130 a 160 km, mas pode ser estendida até 300 km, caso o motorista queira instalar no carro um pequeno bloco a combustão de dois cilindros e 34 cv, que poderá alimentar a bateria por mais 100 km. primeiro produto a integrar o portfólio da nova submarca do grupo, a BMW i, o compacto será produzido em leipzig, na alemanha. parte da fábrica foi adaptada para produzir veículos sem gerar emissões. um grande passo em direção aos novos tempos da mobilidade sustentável. (Ter ereza eza Consiglio, de nova York) Viagem a convite da BMW

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Ignição ção BaterIa de íon-lítio, pesa 230 kg

Módulo lIfe feito Com plástiCo reforçado Com fiBra de CarBono (Cfrp) Motor opcIonal a ComBustÃo, 34 CV

rodas de alumínio forjado, aro 19, pneus 155/70

controle por pedal únIco para frear, Basta tirar o pé do aCelerador

Módulo drIve plataforma Construída Com alumínio

desIGn

arquItetura e MaterIaIs a arquitetura, chamada lifeDrive, foi projetada em dois módulos. o superior (life), equivalente ao habitáculo, foi feito de plástico reforçado com fibra de carbono (cFrp), enquanto o módulo inferior (Drive), considerado a plataforma, foi construído com alumínio. Mais leves e resistentes, os materiais permitiram a exclusão da coluna B sem comprometer a estrutura do veículo. tudo para compensar o peso da bateria e garantir a perfeita distribuição do peso na proporção de 50:50 sobre eixos dianteiros e traseiros. segundo a empresa, essa é a primeira vez que a fibra de carbono é usada em larga escala.

autonoMIa De acordo com a BMW, bastam 30 minutos para carregar até 80% da bateria do carro. a tarefa poderá ser feita em uma tomada doméstica ou por meio do carregador da marca, o BMW i Wallbox, que pode concluir o procedimento em seis horas.

propulsor elétriCo de 170 CV

dIMensões com 2,57 m de distância entre os eixos, o i3 tem dimensões menores que as do BMW série 1, embora o espaço interno seja parecido com o do série 3. as portas de trás abrem para fora, de forma a melhorar o acesso dos passageiros aos bancos traseiros.

a faixa preta (que começa no capô, se estende sobre o teto e segue até a traseira do veículo) faz parte da identidade visual da submarca i. a grade dianteira mantém a forma invocada e as linhas adotadas por toda a família BMW, embora um pouco mais discreta. afinal, trata-se de um carro elétrico, que nem precisa de saída de escape. além disso, todo o conjunto de faróis e lanternas usa leds, bem como a iluminação uminação interna.

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Ignição leveza

Menos peso na fuselagem torna os aviões mais eficientes. Vale o mesmo para carros

Avião hoje,

carro amanhÃ

Montadoras aVançaM coM a indústria aeronáutica para reduzir peso e tornar os Veículos Mais eficientes

U

ma das condições essenciais para um avião sair do chão é a mesma que tem feito a indústria automotiva quebrar a cabeça para produzir carros mais eficientes: o peso. diante desse novo desafio para a produção de automóveis, os fabricantes decidiram pegar carona em várias soluções desenvolvidas pela indústria aeronáutica. a começar pela substituição do aço por materiais alternativos, mais leves e resistentes. “como a aviação, o setor automobilístico percebeu que poderia reduzir o peso ao substituir peças metálicas por plásticas e trocando o aço pelo alumínio”, conta Volnei tita, professor do departamento de engenharia aeronáutica da universidade de são paulo. ele lembra que o avião mais moderno do mundo, o Boeing 787 é até 30% mais leve que seu antecessor, o 777, de 1994. a redução foi alcançada com a substituição dos metais por materiais compostos, como o plástico reforçado em fibra de carbono (cfrp) aplicado nas partes móveis das asas, como flaps, spoilers e ailerons. nos carros, esse mesmo material tem sido empregado em algumas carrocerias, mas principalmente em itens como retrovisores, spoilers e difusores.

Ilustração: pedro HaMdan 18 I autoesporte I setembro

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direção leve o leme também compartilha materiais com esportivos

ailerons e flaps superfícies de comando do 787 são em fibra de carbono

para o professor da usp, a grande solução para reduzir o peso tanto de aeronaves quanto de automóveis está na adoção de uma arquitetura feita com vários materiais distintos.“acredito que os nossos carros terão cada vez menos partes em metal, e mais estruturas em polímeros (plásticos) e compósitos (materiais combinados)”, diz tita. a contribuição da aviação vai muito além da área de materiais. além dos benefícios da aerodinâmica, ela inaugurou os conceitos de piloto automático, Gps e uma série de outras tecnologias embarcadas presentes nos carros hoje. Mas a indústria aeronáutica continua empenhada em desenvolver aviões cada vez mais leves. o próximo passo está no uso da nanotecnologia, que poderá manipular a natureza das substâncias e dos materiais, tornando-os ainda mais resistentes e menos densos. soluções que dentro de alguns anos podem chegar ao automóvel de passeio que você terá na sua garagem. “o avião de hoje é provavelmente o carro de amanhã”, acredita tita. (Tereza C onsiglio)

novos materiais PlástIco reforçado com fIbra de carbono (cfrP)

esse material é o novo queridinho da indústria automobilística. usado principalmente na estrutura de carros de alto desempenho, o cfrp pode reduzir em até 50% o peso dos componentes antes feitos com aço.

Polímero reforçado com fIbra de VIdro (PrfV)

um dos primeiros compostos a ser adotado na indústria aeronáutica e, depois, na automobilística, é um material de baixa densidade e alta resistência. É aplicado na fuselagem de aviões, como o airbus a380, e também na carroceria e acabamento de carros, principalmente os esportivos.

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Ignição I arte estilo Ignição ção

Peças raras

Oficina

Danny tem mais de 60 carros em sua coleção, e está à procura de duas raridades: Lamborghini Miura SV e Chevrolet Corvette mako shark. Caso você tenha uma delas, ele avisa que paga bem pelas joias.

criativa

Danny KoKer, Do programa Louco por carros, ConTa os segreDos De sua ofICIna em Las Vegas

A

mantes de carros antigos podem até torcer o nariz para as criações de Danny Koker, mas devem dar a ele o mérito da criatividade. É Koker quem faz as drásticas modificações exibidas toda quarta-feira, às 23 horas, no canal History. “O desafio é manter a criatividade dentro do orçamento. Quero pirar e fazer o melhor, mas tenho que lucrar”, admite o apresentador do programa Louco por Carros e dono da oficina Counts Kustoms. “Quando precisa, tiro ele da frente das câmeras e digo que não pode agradar a todos, tem de encarar como negócio”, diz Kevin Mack, melhor amigo e funcionário da oficina. O trabalho de Danny era um hobby até que a diversão se tornou mais lucrativa que a profissão de apresentador de uma pequena rede de TV. Ele ainda é dono de um bar, um estúdio de tatuagem e integrante de uma banda de rock. E para quem acha que as caçadas de Danny e Kevin em busca de carros pelas ruas da cidade são só atuação, os dois juram de pés juntos que sempre fizeram isso. “Foi muito legal os produtores incorporarem isso ao programa, porque é real”, diz.

Os modelos escolhidos para o programa furam uma fila de espera de dois anos. “Como me envolvo diretamente com o que vai ao ar, deve ser algo que me deixa empolgado, são os carros que me animam”, fala Danny. Alguém aí com algo especial na garagem para arriscar? (S arah M und , de L aS V egaS )

Louco por carros Danny Koker quer “pirar e fazer o melhor”: as aventuras da Counts Kustoms vão ganhar nova temporada na TV

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Ignição

O roteiro

perfeito

Rush leva paRa as telas a emocionante disputa pelo título da FóRmula 1 de 1976, pRotagonizada poR James hunt (mclaRen) e niki lauda (FeRRaRi)

C

oloque frente a frente dois personagens completamente distintos lutando pelo mesmo objetivo, sendo que essa diferença faz os espectadores torcerem por um ou por outro. Somam-se a isso ingredientes como uma rivalidade enorme, uma briga psicológica imensa, a quase morte de um dos protagonistas e grandes viradas, aí você teria o roteiro ideal para um filme. Essa sequência faria sucesso em grande produção de Hollywood, mas tudo que foi descrito aqui aconteceu realmente durante o mundial de Fórmula 1 de 1976, apontado por muitos como a mais espetacular temporada da história. Coube à parceria entre o diretor Ron Howard e o roteirista Peter Morgan levar as disputas das pistas daquele mundial para as telas em Rush – No Limite da Emoção. As estrelas aqui são o austríaco Niki Lauda, tricampeão da categoria – 1975, 77 e 84 –, a bordo de uma Ferrari, e o britânico James Hunt, campeão em 1976 com uma McLaren. Eles são vividos respectivamente por Daniel Brül, conhecido por seu trabalho em Bastados Inglórios, e Chris Hemsworth, de Thor, que têm estilos de vidas totalmente diferente dentro e fora da pistas. Niki

Cenas de corrida não são tantas quanto os aficionados gostariam de ver, mas são todas muito bem produzidas

Lauda era extremamente profissional, metódico e profundo conhecedor de mecânica, capaz de num único acerto melhorar o desempenho do carro. Já Hunt, falecido há 20 anos, era dono de um talento único, muito agressivo nas pistas e que fora delas não perdia a chance de passar uma boa noitada cercado de bebidas e belas mulheres. Para os amantes da F1, o longa vale pela chance de ver na tela carros históricos como a McLaren M-23, a Ferrari 312, o Tyrrel com seis rodas, a bela Ligier e as sempre imponentes Lotus pintadas de preto. Os fanáticos vão reclamar que poderia haver mais cenas de corridas, mas o diretor consegue mostrar muito bem a rivalidade entre os pilotos. Há ainda o fato que transformou a temporada de 1976: o grave acidente de Niki Lauda, no GP da Alemanha. Aí, começa a luta do austríaco para sobreviver, voltar para as pistas e impedir que Hunt seja campeão. Já a briga do britânico era mostrar que realmente pode ser campeão do mundo, o que acontece depois de uma atuação sensacional na última prova do calendário, o GP do Japão, em que termina campeão com apenas um ponto de vantagem. (H umberto P eron)

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O intempestivo Hunt (Hemsworth) e o cerebral Lauda (Brül): rivalidade e uma velada admiração mútua dão o tom do filme

A disputA,ponto A ponto GP

James Hunt

niki Lauda

BrasiL

0

9

ÁfriCa dO suL

6

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eua (Oeste)

6

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esPanHa

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BéLGiCa

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mônaCO

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suéCia

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frança

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inGLaterra

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aLemanHa

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Áustria

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HOLanda

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itÁLia

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CanadÁ

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eua (Leste)

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JaPãO

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tOtaL

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o fAtor fittipAldi

o en t ã o bic am p e ão emerson Fittipaldi surpreendeu quando, no final de 1975, anunciou a saída da mclaren e o ingresso na copersucar, fundada por ele e seu irmão Wilson. se o sonho de desenvolver um F1 brasileiro transformou o piloto num mero coadjuvante, suas decisões foram fundamentais para a tão disputada temporada de 1976. Foi substituído por hunt na mclaren e se recusou a pegar o lugar de lauda após o acidente na alemanha.

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Ignição i arte De volta do passado

embora seja uma raridade, o mítico delorean pode ser importado, pois completou 30 anos recentemente

Um clássico

Para chamar de seu

importação de modelos com mais de 30 anos exige paciência, conhecimento e muito dinheiro. mas o prazer não tem preço

P

ara bancar certos prazeres, como trazer um clássico que está em outro país para a garagem de casa, uma poupança bem recheada não basta. Quem pensa em importar um veículo com 30 anos (ou mais), como um DeLorean DMC12 igual ao do filme De Volta para o Futuro, deve ter também paciência de sobra e, acima de tudo, muito cuidado. Em resumo, esse processo inclui a filiação a um clube de carros antigos, a compra do modelo escolhido no exterior, obtenção de licenças, armazenagem do veículo, embarque, traslado e desembaraço no porto. A soma disso à burocracia Made in Brazil obriga o comprador a esperar por até cinco meses para poder curtir o novo membro da família. A lentidão existe porque diferentes órgãos precisam aprovar o negócio, como Ibama, Federação Brasileira de Veículos Antigos e Detran.

“Com tantos detalhes, importar um veículo por conta própria não é recomendável para quem não conhece bem o processo. Pequenos erros podem fazer com que o comprador perca o carro. É melhor recorrer a uma empresa especializada”, recomenda Renato Leone, proprietário da Brax Trading. Se seguir esse conselho, o colecionador deve assinar uma procuração nomeando o despachante como responsável pela importação, além de fornecer comprovante de residência e a declaração do Imposto de Renda. “A Receita Federal verifica se o comprador possui recursos para custear todo o processo”, conta Murillo Cerchiari, dono da San Diego Motors. Isso porque o custo do negócio, no fim das contas, é três vezes maior (em média) do que o valor do carro escolhido. “Só as etapas necessárias para a importação, que incluem serviços como

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Para conferir

clássicos, ás cos carros tunados, acessórios e outras atrações çõ sobre rodas

frete no país de origem, licenças para importação e despesas portuárias, entre outras, custam algo em torno de US$ 12 mil, contando os serviços que prestamos”, diz Cerchiari. E tem mais. A carga tributária chega a representar inacreditáveis 180% do valor do veículo. Incidem sobre o antigo importado: Imposto de Importação (35%), Imposto sobre Produtos Industrializados (varia com a cilindrada, indo de 43% a 55%), Imposto sobre Circulação de Mercadorias (18% – varia de acordo com o estado), Cofins (9,6%) e PIS/Pasep (2%). O prazer compensa tantas despesas, burocracias e demora. Pelo menos essa é a opinião do engenheiro Fernando Schaeffer, dono de um Mini Cooper 1964 trazido pela San Diego Motors. Seu clássico foi comprado no Canadá. “A papelada levou dois meses para ficar pronta, mas a viagem do Mini até aqui foi rápida. O carro embarcou em Montreal no dia 4 de março e chegou em Navegantes (SC) em 13 de abril.” O engenheiro diz que o custo do investimento representou 2,8 vezes o valor do carro. Satisfeito com m o negócio, Schaeportar outro modelo ffer considera a ideia de importar futuramente. “Tive uma grata ata experiênmento e cia. Com paciência, planejamento uma boa assessoria o negócio dá certo.” (I gor Thomaz)

de 21/11 a 24/11 De cima para baixo nesta página: tem gente que já comprou a sua Ferrari Testarossa 1984 para importá-la no ano que vem; Ford Mustang Fastback passou a ser o mais buscado depois do filme “60 Segundos”; Mini Cooper ainda é encontrado por preços mais em conta do que os praticados no Brasil; Porsche 356 não tem a mesma popularidade do 911, mas é um dos mais importados

onde: pavilhão de exposições do anhembi – av. olavo Fontoura, 1209, santana, são paulo, sp. Horário: das 14h às 22h (entrada até as 21h), de 21 a 23/11; das 11h às 19h (entrada até as 17h), no dia 24/11. Compra de ingressos: antecipados, até 21/11, em www.autoesporteexposhow.com. br e www.ticketsforfun.com.br e na bilheteria do credicard hall (av. nações unidas, 17.955). nos dias do evento, serão vendidos tíquetes também na bilheteria do anhembi. preços: inteira, r$ 15 (21 ou 22/11) e r$ 20 (23 ou 24/11); meia-entrada, r$ 7,50 (21 e 22/11) e r$ 10 (23 e 24/11). Quem comprar a próxima edição de Autoesporte (outubro) vai receber um desconto descont de 50% no valor do ingresso (inteira); a pr promoção vale também para assinantes.

os mais Pedidos o desejo maior dos clientes es de cerchiari é o Ford Mustang Fastback. o chevrolet corvette também tem te boa procura. Jaguar e-type, Porsche 356, rolls-royce e modelos da década de 1930 são outras raridades encomendadas por colecionadores. “para 2014, um dos grandes destaques será a Ferrari Testarossa. há clientes que já compraram o carro, só estão esperando virar o ano. os porsche também terão destaque”, diz o dono da san diego. Já os clientes de leone têm preferido modelos como o raro maxwell 1908, ou o Ford modelo t 1920. “da década de 1980, modelos chrysler, dodge e plymouth são os mais pedidos.” setembro I autoesporte I 27

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ignição

Identidade

dupla

CONhEçA ALguNS CARROS quE AdOtAm NOmES diFERENtES NO BRASiL E Lá FORA

A

lém de divergirem em visual e conteúdo, carros também podem ter nomes diferentes em cada país. Isso acontece por uma simples questão comercial ou, em alguns casos, a palavra escolhida não soa muito bem em outro idioma. Um exemplo curioso é o Volkswagen Fox. Conta-se que a marca alemã iria batizar o compacto de Tupi, mas mudou de nome porque a pronúncia em inglês seria algo como “to pee”, que significa “fazer xixi”. Confira alguns modelos que adotam identidade dupla. (A line M AgAlhães)

chevrolet tracKer trax, mokka e tracker. há um bom tempo, um modelo não tinha tantos nomes assim. O primeiro será adotado na Europa e nos Estados unidos, o segundo será usado pela Opel, enquanto o terceiro será usado no Brasil, Rússia e nos demais mercados em que o utilitário já foi vendido.

honDa jazz O globalizado honda Fit foi batizado de Jazz em sua terra natal, o Japão, e tamb também no mercado europeu. Ficamos com cotovelo. Afinal, convenhamos, Jazz é dor de co Fit. Ou não não? um nome mu muito mais divertido que Fit chevrolet astra No Brasil, o Astra saiu elo de linha em 2011, mas na inglaterra o modelo continua firme e forte. Porém, não se engane, não estamos falando sobre o mesmo carro. o. É que em alguns países da Europa, o Astra é, na verdade, o nosso Vectra gt, aposentado por aqui. vo volKswagen suran Vai cruzar a fronteira ru rumo à Argentina com seu SpaceFox? Pois sa saiba que os “hermanos” chamam a perua de Suran. O curioso é que a versão civil e av aventureira do modelo, Fox e CrossFox, mantém a identidade brasileira. Kia Forte Nos Estados unidos, o nosso Kia Cerato atende por Forte. A montadora coreana utiliza esse mesmo nome no mercado canadense. Na malásia, a Kia motors juntou tudo numa coisa só e registrou o sedã como Cerato Forte.

Dupla ciDaDania Eles são idênticos, mas ostentam marcas e nomes diferentes. Não renegaram suas origens, e também não nasceram a partir de um projeto conjunto. São exatamente os mesmos carros. Assim são o Chevrolet Celta e o Suzuki Fun, vendido na Argentina pela marca japonesa, já que a norte-americana decidiu não oferecê-lo por lá. O mesmo aconteceu com a Lada, que gostou tanto do projeto da perua do Logan que a transformou em Largus na Rússia.

nissan micra O pequenino micra surgiu na década de 1980, mas só aportou no Brasil em 2011, como march. O nome é utilizado pela Nissan na maioria dos mercados latino-americanos.

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Kirobo

Tal como a rival Honda, a Toyota desenvolve robôs, mas será a primeira a chegar ao espaço

Conquista

do espaço

MONTADORAS SE DESDOBRAM NA ExPLORAçãO ESPAcIAL

A

Toyota vai mandar o robô-austronauta Kirobo ao espaço, parte da missão que decola para a Estação Espacial Internacional (ISS) em 4 de agosto. Capaz de se comunicar com humanos, o robô teve o seu reconhecimento de voz feito pela Toyota. O envolvimento é tênue, mas alguns fabricantes já se dedicaram diretamente à exploração espacial. Confira os exemplos que reunimos. (J ulio C abral ) Matra O grupo francês estava em todas as áreas, incluindo defesa e aeroespacial, e ficou famoso entre os carros pelas vitórias nas pistas, inclusive na F1. O parentesco com foguetes não foi esquecido. Até deram um modelo DJet para o soviético Yuri Gagarin, primeiro homem no espaço. Ao lançar a minivan que foi feita pela Renault, adivinha o nome? Espace.

Chrysler A empresa ajudou a pavimentar o caminho para o programa espacial norte-americano. Ela foi responsável pela construção da família de foguetes balísticos Júpiter, inventados pelo cientista alemão Wernher Von Braun, o mesmo que criou os terríveis V1 e V2 usados pela Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. O projeto foi bem-sucedido e logo se tornou mais sofisticado sob a gestão da recém-criada Nasa (Agência Espacial Americana), passando para o estágio dos foguetes Saturno. Foram esses queimpulsionaramoprojetoMercury, responsável por colocar o astronauta Alan Shepard em órbita em 1961.

General Motors Poucos concretizaram o objetivo de mandar um carro ao espaço. A GM foi uma, ao menos em parceria. Fez parte do projeto de jipe lunar desenvolvido pela Boeing para a missão Apollo 15 em diante. A GM criou propulsão, suspensão e pneus do buggy elétrico que chegou ao satélite em 1971. Está lá estacionado até hoje. ford Ela não chegou a lançar um foguete ao espaço, embora seu braço militar tenha experiência em mísseis. Nem rodar na Lua. Mas, quando tinha um braço aeroespacial com a Philco, a Ford foi responsável pelo lançamento de grande parte da rede de satélites Intelsat. Ou seja, quando você acompanha um evento internacional pela TV ou faz uma ligação internacional, a marca do oval azul pode ter um dedo nisso.

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Ignição nição

Os 110 cv vãO bem além dos 7 cv convencionais. Vai aos 100 km/h em 4 s e chega a 210 km/h, mas corta grama a até 24 km/h

Transplantes

cardiacos

PRática DE substituiR motoREs é utilizaDa PoR PRoPRiEtáRio Em PERsoNalizaçõEs E fabRicaNtEs, sEja Em VERsõEs DE séRiE ou Em ExPERiêNcias malucas DE uma úNica uNiDaDE

T

rocar o motor por outro é uma prática usada tanto pelos adeptos quanto pela indústria. Pode ser um projeto particular, uma versão ou até mesmo uma experiência louca. Que diga a Honda. A marca apresentou o Mean Mower (cortador malvado) com motor de 996 cm³ da VTR Firestorm, capaz de gerar 110 cv. Empolgados com a geringonça, reunimos exemplos de alterações que se tornaram comuns. (J ulio C abral )

Troca-troca de fábrica

DoDge Ram SRT10

Para que um V8 se você pode colocar o 8.3 V10 do Viper em uma Dodge Ram? Graças aos 510 cv e aos nada delicados 72,6 kgfm de torque, as 2,3 toneladas não imcapediam a pica0 pona de ir a 100 km/h em 5 segundos, com vema locidade máxima de 246 km/h.. E levava 1.633 litros de volume na caçamba. Não por acaso foi a picape mais rápida do mundo.

chevRoleT com moToR De opala Essa talvez seja a troca

mais comum no brasil. tem até duas receitas, que usam tanto o 2.5 151 quatro cilindros quanto o famoso 4.1 250 seis canecos. o 2.5 tem adaptação mais fácil, até a caixa de marchas pode ser mantida. a troca é tão popular que receb até apelido: chepala. recebeu

niSSan Juke-R se o crossover urbano chamava mais atenção pelos olhos esbugalhados, com o motor 3.8 V6 biturbo do skyline Gt-R tudo mudou. com 545 cv e tração integral, o juke-R é capaz de ir aos 100 km/h em 3,7 s e estabilizar aos 257 km/h. serão feitos apenas 21 deles.

ci ciTRoën 2 cv com moToR ToR mo De moTo bmW o citroënn 2cV é o ti-

po de carrinho para passear. se surgiu com um mirr mirrado dois cilindros boxerr de 375 cm³ e cer cerca de 10 cv, os últimos 2cV V tinham motor de 602³ e 29 cv. mas há malucos que coloca locam os motores boxer de 1.110 cm³ das mo motos da bmW com mais que o triplo dessa po potência. com 110 cv,, o 2cV vira um carro perfeito para track days. ys. sacrebleu!

FuSca com moToR SubaRu sim, o fusca nunca foi Fu

um foguete, então o jeito foi preparar. Há quem use os boxers da Porsche, sejam os antigos do 356 ou, até mesmo, os seis cilindros li do 911, porém são caros. bem mais em conta é um boxer adores. da subaru. Há kits prontos, mas a instalação inclui radiadores.

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Estrela

de FrankFurt

E não é só isso! anote outras atrações que vão estrear no maior salão do planeta: nova geração do vW tiguan, audi a8 reestilizado, conceito do novo smart fortwo, Porsche 918 spyder e 911 Turbo, o primeiro crossover da Jaguar e o renovado lamborghini Gallardo, entre outros.

PrinciPal atração da Mercedes-benz, crossover Gla disPutará atenção eM salão recheado de novidades

a

chou esse Mercedes-Benz parecido com o Classe A? Não é mera coincidência. Esse é o GLA, versão utilitária do compacto de entrada da marca. A primeira aparição pública dele acontecerá no Salão de Frankfurt, entre os dias 12 e 22 de setembro. A versão de entrada traz motor 1.6 de 158 cavalos, enquanto o modelo topo de linha usa um 2.2 de 172 cv, acoplado ao câmbio manual de seis marchas ou automatizado de sete – este com dupla embreagem. Embora a marca alemã não confirme, o modelo tem grandes chances de ser produzido no Brasil em uma nova fábrica da marca que será anunciada até o final deste ano. Ele chega ao mercado europeu em 2014.

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Ignição

Animação

Motorizada

Animês sobre veículos servem de referênciA Até pArA As mArcAs, independentemente do reAlismo

N

em apenas de personagens de olhos esbugalhados, lutas que duram séculos ou criaturas mágicas capturadas por bolas vivem os animês. os automaníacos também encontram abrigo entre as animações. são dezenas de títulos que homenageiam o mundo automotivo, muitas vezes inspirados em histórias reais, enquanto outros se tornam realidade através dos fãs. sem falar nos fabricantes, como bem provou a mercedes-benz que, na hora de apresentar o seu novo Classe a, criou um animê para combinar com o carro. (Julio Cabral)

fantasia

Speed RaceR seria injusto fazer qualquer lista de animês automotivos sem falar de Speed Racer. surgida em 1958, a historinha virou animê em 1967 e foi um dos primeiros desenhos japoneses a se popularizar no ocidente. A saga de speed ao volante do mach 5 é conhecida por várias gerações. o próprio carro antecipou várias tendências, do desenho dos chevrolet corvette de segunda geração aos gadgets do Aston martin db5 do agente James bond.

éX-dRIveR claro que o espaço para a fantasia sempre fará parte do universo dos animês. ÉX-Driver, de 2000, exibe um mundo futurista onde os carros são controlados por inteligência artificial. Quando esses veículos automatizados começam a travar, um trio de jovens habituados a carros antigos entra em cena. como os japoneses são apaixonados por esportivos europeus das antigas, enquanto um deles se esbalda com um subaru impreza WrX, os outros dois dirigem clássico do gênero: um lotus europa e um caterham super seven. RedlIne feito especialmente para o cinema, Redline, de 2009, fala sobre uma corrida mortal em um mundo devastado. sweet Jp é o personagem principal nessa competição contada de maneira alucinante. em meio a tantos carros futuristas, ele dirige um muscle car com tecnologias da era espacial.

InItIal d shuichi shigeno é o mestre desse gênero. depois de Bari Bari Densetsu, veio com esse outro sucesso. lançado em 1995, Initial D conta a saga de takumi fujiwara, que durante as madrugadas entrega tofu para o seu pai em um toyota sprinter Ae86 trueno. sem perceber(!), se torna mestre em subidas de montanha ao volante do último corolla de tração traseira. o carro é chamado por lá de Hachi-roku (ou 86, em japonês) e foi homenageado pelo toyota Gt86.

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Wangan MIdnIght criado em 1990, o mangá é inspirado nas corridas ilegais noturnas realizadas na via expressa shuto, de tóquio. foi lá que surgiu o mid night club (ou clube da meia-noite), formado por corredores que andavam acima dos 300 km/h. A história circula em torno de Akio Asakura, que compra um nissan Z em um ferro-velho após levar um pau de um ruf ctr. tal como Initial D, virou animê e até videogame.

BaRI BaRI denSetSu se a realidade influenciou a criação de Wangan Midnight, Bari Bari Densetsu fez o caminho contrário. o mangá criado pelo mesmo shigeno de Initial D surgiu em 1983 trazendo o mundo das competições ilegais de motos. influenciou toda uma geração de hashiriya, como os japoneses chamam os corredores ilegais. essa febre de rachas durou até os anos 1990, mas após o aumento de fiscalização, das punições e dos radares, a prática arrefeceu.

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Tailândia

thairung tr transforMer

o mercado tailandês é o maior do sudeste Asiático. lá nascem vários modelos de grandes fabricantes que não tardam a chegar por aqui. mas também há espaço para marcas locais como a thairung. com base na mecânica toyota, a marca criou o tr transformer, que possui versão civil com motor 3.0 turbodiesel de Hilux, com 160 cv e 35 kgfm de torque. o jeito quadradão de Hummer não conquista tantos clientes civis, até pelo preço de 1,45 milhão de bath tailandeses, ou r$ 108 mil em valores convertidos.

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Grécia

naMco Pony

o minúsculo fabricante grego namco lançou o pony original em 1972. ele tomava emprestado o estilo anguloso e despojado do citroën fAf, inspirado no igualmente franciscano 2cv. só que, ao contrário do original, é produzido até hoje. A marca diz que o visual que mudou pouco em cerca de 40 anos é algo positivo, pois isso seguraria a desvalorização dos pony usados. da terceira “geração” de 1995 ficaram as laterais planas, enquanto a dianteira ficou arredondada. pelo menos o motor dois cilindros do 2cv foi descartado – agora o pony 4 possui opções 1.3 e 1.4 com até 90 cv. o preço é de 7 mil euros, o equivalente a r$ 21 mil.

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