Empregadas d esesperadas As atrizes de origem latina de Devious Maids contam que, apesar do estereótipo, as empregadas da série passam bem longe de ser meras coadjuvantes na vida das tradicionais famílias americanas por Sarah Mund, de Los Angeles
A PARTIR DO DIA 14, TERÇAS, 21H30, LIFETIME, 141
Inspirada em uma novela mexicana, a série chega à sua segunda temporada com os papéis se bagunçando ainda mais com a de seus empregadores: Zoila (Judy Reyes) precisa se impor para que sua filha adolescente Valentina (Edy Ganem), que tem um relacionamento com o filho da patroa, não acabe hospedada na casa que limpa; depois de se passar por faxineira para tentar inocentar o filho preso, Marisol (Ana Ortiz) reassumiu sua identidade de professora universitária para ficar noiva de um homem rico de passado nebuloso; Carmen (Roselyn Sánchez) não trabalha mais para o cantor famoso, mas se tornou sua namorada falsa para que não descubram que ele é gay e ela tenha uma chance de estrelato; Rosie (Dania Ramirez) conseguiu entrar com um pedido de asilo depois que a esposa de seu patrão e amante a denunciou como imigrante ilegal. Resumindo, o muro que divide os dois mundos rui cada vez mais.
3 4 + M on e t + A B R I L
Mesmo seguindo o estereótipo de trabalhadoras domésticas serem latinas, as atrizes contaram que finalmente se sentiram felizes com isso – além da surpresa de encontrar as colegas com quem costumavam disputar os papéis secundários em outras produções. “É a realidade e finalmente essa parcela da população está mostrando que não é uma minoria. Nós podemos ser protagonistas, desde que seja bem feito”, advogou Roselyn Sánchez. Para quem fica incomodado com a ideia, vale ressaltar que os patrões são ainda mais caricatos, gerando o alívio cômico da trama cheia de planos ambiciosos, crimes e conspirações. O que parece estar agradando a audiência, já que a atração – que não leva a palavra Devious (traiçoeiro, mal-intencionado) no nome à toa – já tem seu terceiro ano garantido. Apesar da fórmula novelesca com acontecimentos que beiram o absurdo, a temática não é nada distante da vida de muita gente, tanto no país de origem, México, quanto onde foi adaptada, Estados Unidos, ou aqui no Brasil. “Não posso falar por todo mundo, mas na minha experiência essas mulheres se tornaram parte da minha família. Não sei se é por minha origem latina, mas só estou nessa posição de poder me dar ao luxo de ter pessoas me ajudando em casa porque minha avó e minha mãe tiveram todo o trabalho para que eu chegasse onde estou fazendo justamente o mesmo que elas fazem: limpando casas”, revelou Ana Ortiz. Que atire a primeira pedra quem não teve uma parente trabalhando com isso ou não teve uma relação próxima com alguém que passou anos limpando a sua casa e se envolveu com seus dramas tanto quanto ela com os da sua família – esperançosamente nenhuma parecida com esse quinteto.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Devious Maids
SE A MANSÃO DE DOWNTON ABBEY FICASSE EM WISTERIA LANE, O RESULTADO NÃO passaria muito longe da trama de Devious Maids. Os fãs de Desperate Housewives conseguem facilmente reconhecer as características de seu criador, Marc Cherry, que aqui divide a produção com outro nome conhecido dos que assistiram à série: Eva Longoria. Mas dessa vez o foco não está nas donas de casa, e sim nas empregadas domésticas da luxuosa Beverly Hills e como a relação entre os dois grupos se desenrola, como uma versão moderna da atração britânica. “O contraste é inegável, mas é sobre a importância das pessoas que servem em versão americanizada e moderna. Pessoas ricas e seus trabalhadores e como o relacionamento que criam é inevitável ao longo dos anos”, comparou a atriz Judy Reyes, uma das protagonistas.
Ambição ao luxo – Quem disse que trabalhar para os ricaços de Beverly Hills não tem suas vantagens? Acima da esquerda para a direita: Valentina (Edy Ganem), Zoila (Judy Reyes), Marisol (Ana Ortiz), Carmen (Roselyn Sanchez) e Rosie (Dania Ramirez). Quatro delas aproveitam o conforto de uma das casas em um merecido descanso na imagem menor
A B R I L + M on e t + 3 5