Corre e Costura - Monet

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PEDE QUE ELE

CRIA

Acompanhamos as gravações de Corre e Costura, reality show no qual o estilista Alexandre Herchcovitch tem dois dias para criar modelitos e atender os clientes com pedidos bastante específicos por Sarah Mund

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Corre e Costura

A PARTIR DO DIA 28, SEGUNDAS, 20H, FOX LIFE, 51

Em uma manhã ensolarada de janeiro, Alexandre

Herchcovitch toca a campainha de um sobrado discreto em um bairro residencial de São Paulo. Ali ele vai descobrir qual será o seu desafio das próximas 48 horas. Esse é o tempo que ele tem para entender, desenvolver e executar um modelito para um completo estranho no reality Corre e Costura. “A ideia é pedir para que as pessoas se inscrevam contando o sonho de ter uma roupa para um evento especial, específico, e eu preciso fazer essa roupa. Temos algumas regras claras de tempo e valor. Só o fato de eu não saber de nada é o principal, porque chego no lugar e penso as ideias no momento”, conta o estilista durante uma pausa nas gravações em que a reportagem da MONET esteve presente.

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Desenvolvimento expresso – O estilista Alexandre Herchcovitch tem apenas dois dias para passar por todos os processos até entregar uma roupa pronta. Na imagem acima, ele dá instruções à sua mãe, Regina, e ao assistente, Rhody; nas demais, ele coloca a mão na massa, planejando e criando os modelitos

FOTOS: AMANA SALES E THINKSTOCK

Pudemos ver de perto a sua surpresa ao descobrir que teria que fazer os figurinos para um casal de namorados que, pela primeira vez, iriam se assumir artisticamente como uma dupla de drag queens – com medidas, estilos e demandas completamente diferentes que precisariam funcionar em conjunto quando subissem ao palco. “Todos os pedidos são difíceis. O que mais deu trabalho foi o uniforme de um time de futebol. Achei que só precisava criar o modelo para reprodução, mas tivemos que completar as 44 peças, camisa e calção, incluindo dos reservas, em apenas dois dias. Todo mundo pingava de suor. Depois, teve uma bodybuilder que precisava de um vestido de festa, mas que não encontrava roupas femininas que servissem em seu corpo musculoso. Fiquei supertenso, por que ela tinha todo direito de não usar caso não gostasse”, revela Herchcovitch sobre os desafios que já encarou no programa. Para aliviar, ele conta com uma pequena, mas fundamental, ajuda de sua mãe. Antes de todo o sucesso, tudo começou com ele aprendendo as primeiras lições de costura na confecção de dona Regina. Agora, o estilista faz um retorno às origens. “Nesse programa, eu estou saindo completamente da minha zona de conforto. No começo da minha carreira, trabalhei nessa situação, eu e minha mãe em um ateliê. Só que, depois de mais de 20 anos de carreira, eu obviamente tenho uma estrutura para trabalhar. Estou gostando de voltar a pôr a mão na massa de verdade e aplicar todo o meu conhecimento. No primeiro episódio que gravamos, vi que me lembro de tudo, é como andar de bicicleta, não é algo que se esqueça facilmente”, relata.

Além de dona Regina, o divertido Rhody é o assistente que toda vez é enviado à região de comércio popular da rua 25 de Março, no centro de São Paulo, para comprar tecidos em tempo recorde. “Eu poderia ter escolhido fazer isso no meu ateliê, com as minhas 20 costureiras, quatro modelistas e todo o suporte. Mas acho que teria menos graça e interesse, seria um desafio menor. As pessoas não têm ideia do que é de fato a moda. Mas o programa também não vai mostrar isso, irá refletir a minha realidade. Não são todos os estilistas que sabem costurar, modelar e fazer todos os processos da roupa. Eu por acaso sei, por isso, desenhei o programa em cima das minhas aptidões”, explicou Herchcovitch sobre o modelo da produção, que foi desenvolvido por ele e pelo diretor geral, Christiano Metri, sem copiar os já bem-sucedidos modelos de atrações internacionais do gênero.

Nesse programa, estou saindo completamente da minha zona de conforto” – Alexandre Herchcovitch

“A TV sempre teve a figura do estilista e essa coisa de receber carta e desenhar um modelo. Eu me inspirei um pouco nisso, só que nesses programas sempre eram vestidos de festa, para casamento. Eu não queria isso porque roupa não é só de festa, é de trabalho, uniforme, para show, tudo. Quando você fala no estilista, você imagina uma roupa de festa glamourosa e não é assim. A mistura dos personagens é importante para a construção do programa. A ideia é sempre mostrar essa diversidade dentro do assunto. A roupa é importante para todos os momentos, ocasiões e necessidades”, justifica Herchcovitch. Simplificar o papel do estilista não é nenhuma ideia radical para ele, que enviou como convite para seu último desfile na São Paulo Fashion Week, a semana de moda paulistana, bilhetes de ônibus e metrô com os valores necessários para que seus convidados utilizassem o transporte público e deixassem o carro em casa. M A R Ç O + M o­n e t + 3 7


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