Entrevista detetive Killing Fields - Monet

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Mais dramá tico

que ficção A série documental Killing Fields: Crimes em Evidência acompanha a reabertura de um caso de assassinato e mostra de perto como acontece uma investigação criminal na vida real por Sarah Mund

Killing Fields: Crimes em Evidência

PODE ATÉ PARECER O ROTEIRO DE UM EPISÓDIO de um drama policial de sucesso, mas tudo que acontece na série documental Killing Fields: Crimes em Evidência é aterrorizantemente real. Tudo se passa na comunidade de Iberville, no estado americano da Louisiana, onde Eugenie Boisfontaine foi brutalmente assassinada em 1997. Quase 19 anos depois, o detetive aposentado Rodie Sanchez não se conforma de não ter chegado ao culpado. Decide voltar à ativa, agora com a ajuda de uma equipe maior e com novas tecnologias a seu favor, para tentar encontrar o assassino da jovem. Mas não se deixe enganar pelas reviravoltas dignas de ficção. Os fatos são verdadeiros e um dos detetives, Aubrey St. Angelo, contou para MONET os detalhes da atração. Ou melhor, investigação.

A PARTIR DO DIA 2, SEGUNDAS, 22H20, DISCOVERY, 81 E 581 (HD)E 671 (HD)

Mistérios no pântano – As características peculiares da Louisiana torna o estado americano um local perfeito para assassinos se livrarem de corpos, já que a natureza se “responsabiliza” em sumir com as evidências tão necessárias aos detetives Rodie Sanchez e Aubrey St. Angelo

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Pistas frias – O detetive Aubrey St. Angelo e outros membros da equipe são vistos revisitando locais de crime e evidências que agora podem ser reanalisadas com o uso de novas tecnologias que não estavam disponíveis na investigação original, em 1997, quando o corpo de Eugenie Boisfontaine foi encontrado em um pântano

“Um crime não acontece no vácuo. Em algum lugar 4 4 + M o­n e t + M A I O

FOTOS: DIVULGAÇÃO

À época do crime, sobraram mais perguntas que respostas sobre o que teria acontecido a Eugenie. A universitária desapareceu em junho e seu corpo foi encontrado em um pântano dois meses depois. Sem testemunhas ou evidências suficientes, o caso acabou sendo encerrado. “O clima dessa região da Louisiana é bastante específico e acelera a decomposição. Por ser uma área rural, também temos a ação de animais como urubus e jacarés, que se alimentam de evidências que poderíamos utilizar. Pelo que ouvi do pessoal mais velho, eles tinham poucas pessoas e muito trabalho, e as investigações esfriaram rapidamente por conta disso, o que contribuiu para que ele fosse arquivado”, explicou o detetive Aubrey. Só que o detetive inicial do caso continuou com sua antena ligada. Ainda mais quando novos acontecimentos levantaram a dúvida sobre esse ter sido um ato único de violência ou se poderia estar conectado a outras mortes. Em 15 anos, foram registrados 60 casos de desaparecimento e assassinato de mulheres na região. Pelo menos duas moravam na mesma rua da vítima central e as autoridades tinham conhecimento de inúmeros assassinos em série operando na área. “Sanchez ouviu falar sobre o canal estar procurando um caso que seria reaberto para fazer a série e ele viu a oportunidade”, revelou Aubrey. Prova de que a vida real é tão dramática quanto os roteiros de ficção é a corrida contra o tempo vivida pelo detetive Sanchez, que espera solucionar o mistério de uma vez por todas enquanto luta contra um câncer no único rim que ainda tem – o outro ele já havia perdido para a doença. Aos poucos, o policial passa o bastão para o detetive Aubrey, que corre o risco de deixar o caso afetar sua vida pessoal como aconteceu com o predecessor. “Sabia que trabalhar com ele seria vital, já que ele vivenciou tudo em primeira mão quando o crime aconteceu. Claro que cada um tem problemas particulares, temos que simplesmente seguir em frente e executar o serviço da melhor forma possível”, comentou Aubrey sobre o colega veterano.

Para tornar as coisas ainda mais empolgantes, nenhum dos integrantes da equipe do Departamento de Homicídios pode ficar 100% do tempo disponível para a investigação. Então, é comum que no meio de um dos seis episódios eles tenham que parar tudo para averiguar outra denúncia. “Não fugimos muito da nossa rotina. Claro que tivemos a oportunidade de nos dedicar mais a esse caso do que geralmente acontece, mas mesmo assim éramos interrompidos para atender coisas mais urgentes e até mesmo auxiliar outros detetives em outras situações”, apontou sobre o cotidiano da polícia. Com mais pessoas dedicadas e novas tecnologias à disposição, as chances são grandes de que Sanchez possa retomar sua aposentadoria e se dedicar somente ao seu tratatamento. “É minha crença pessoal de que um crime perfeito não possa ser cometido. Um crime não acontece no vácuo. Em algum lugar existe alguma evidência, esperando para ser encontrada por alguém”, sentenciou Aubrey. O jeito é aguentar a ansiedade e assistir até o último episódio para saber se a família de Eugenie Boisfontaine vai ver a justiça ser feita.

existe alguma evidência” – detetive Aubrey St. Angelo M A I O + M o­n e t + 4 5


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