Entrevistas The Last Kingdom - Monet

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O nascimento de uma nação Um bate-papo com o elenco e o autor dos livros que inspiraram o drama histórico O Último Reino, que mostra como a invasão dos vikings fomentou o sonho de um território unificado que hoje conhecemos como Inglaterra por Sarah Mund, de Londres*

O Último Reino

A PARTIR DO DIA 8, DOMINGOS, 21H, HISTORY, 83 E 583 (HD)

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O OS FÃS DE DRAMAS MEDIEVAIS COMO THE Tudors (2007-2010), Game of Thrones (2011-) e Vikings (2013-) têm uma nova atração para acompanhar: O Último Reino. “Quando surge algo novo é normal ser comparado a outras coisas e, para ser sincero, é uma honra ser considerado parecido com essas séries porque sou fã delas. Mas ao mesmo tempo é algo completamente diferente, não temos dragões e todos os eventos são fatos históricos”, apontou Alexander Dreymon, intérprete do protagonista Uhtred. Assim como The Tudors, a nova série também é inspirada em fatos históricos, mas se passa em um período anterior, quando a Inglaterra ainda era o sonho de um rei sem vocação para guerras. “Houve um momento que a Inglaterra quase não existiu, e esse homem teve a visão para fazer isso acontecer. O que eu amo nele é que, em um mundo de bravos guerreiros, ele é fisicamente frágil, mas vence a todos com sua inteligência. É incrível que quase ninguém conheça essa história fantástica”, declarou David Dawson, que dá vida o rei Alfred, o Grande, sobre o único monarca britânico a receber tal título e responsável por dar início à criação da Inglaterra como um único reino. Baseada nos livros de Bernard Cornwell, a produção “põe uma grande história como pano de fundo e dramatiza uma história menor” – como descrito pelo próprio autor – ao acompanhar a vida de Uhtred, garoto saxão que é sequestrado durante uma invasão viking na qual seu pai morre e é criado pelos dinamarqueses. Ele se encanta pela religião pagã e pelo espírito livre de seus captores, que o criam como se fosse um deles. No século 9, os dinamarqueses invadiram a ilha britânica e dominaram três reinos existentes na época, Nortúmbria, Ânglia Oriental e Mércia. A única exceção foi Wessex, o último a resistir sob o comando do rei Alfred. Quando o homem que o criou é traído e morto, Uhtred se vê obrigado a voltar aos saxões na tentativa de retomar as terras 5 0 + M o­n e t + M A I O

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2 3 Uma vida de luta – 1. Uhtred (Alexander Dreymon) e Brida (Emily Cox) chegam ao reino de Wessex e são hostilizados pelos ingleses; 2. Lorde Uhtred (Matthew Macfadyen) enfrenta o temido muro de escudos dos vikings que invadiram suas terras; 3. O rei Alfred (David Dawson), que idealiza unificar todos os reinos ingleses; 4. Padre Beocca (Ian Hart) é quem tenta trazer a lealdade de Uhtred para os ingleses; 5. e 6. Bastidores das filmagens das cenas de ação; 7. O jovem Uhtred (Tom Taylor) observa com fascinação a chegada dos vikings

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que seu tio reivindicou após a sua partida. O problema é que ele passa a ser visto como um estrangeiro pelo seu próprio povo e precisará conquistar a confiança do rei caso queira sua propriedade de volta. Só que tal decisão vai contra sua própria identidade. Desde a infância ele desgostava da religião católica e das regras seguidas pelos ingleses, mas ele vai encontrar justamente em um padre seu maior aliado na corte. “A Igreja nessa época era bem diferente do que conhecemos hoje. O povo ainda lembrava de sua antiga religião e ninguém tinha contato com os romanos. Não dava para simplesmente converter todo mundo, só que a Igreja Católica se tornou a lei”, explicou Ian Hart, que vive o padre Beocca. Se aliar aos ingleses também significa virar as costas para o único sobrevivente da família que o criou, seu irmão de criação Ragnar (Tobias Santelmann), e ver partir sua amiga e amante Brida (Emily Cox), a menina saxã que cresceu ao seu lado entre os dinamarqueses e que não suporta voltar ao papel de submissão reservado às mulheres na sociedade inglesa. “A Brida nunca se preocupa sobre ser mulher ou não. Ela cresceu em uma sociedade onde tem o mesmo valor que os homens. Esse momento em que precisa decidir se permanece ao lado de Uhtred é doloroso para ela porque sabe que, com os ingleses, nunca será vista da mesma forma que pelos dinamarqueses”, revelou a atriz sobre sua personagem. Em um período em que o papel da mulher era subserviente e o mundo era dominado pelos homens, a série conta com inúmeros papéis femininos fortes que são apresentadas ao longo dos oito episódios. Dessa forma, parece que a escolha óbvia seria torcer pelos divertidos vikings em detrimento dos sisudos ingleses. Mas os livros que formam as Crônicas Saxônicas não seriam um sucesso de vendas se tudo fosse tão simples. “É uma batalha complexa entre dois lados, cada um com suas qualidades. Para o Uhtred é uma disputa entre amor e lealdade. Estou ansioso para ver qual lado o público vai escolher ao longo da série”, se animou Dawson ao comentar a dualidade da trama. Apesar de sabermos quem levou a melhor na história, já escolheu para quem torcer? Dica: isso pode mudar, várias vezes, até a estreia da já prometida segunda temporada. *A repórter viajou a convite do canal M A I O + M o­n e t + 5 1


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