Luiz Prado/Luz
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Mercado e criatividade Sebrae ajuda empresários a conquistar novos clientes José Joaquim Camilo de Mendonça, da Soft Mania, de Franca (SP) setembro de 2011
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MER C A D O
A mbiente legal
Expositores buscam compradores internacionais
Lei Geral representa oportunidade de crescimento
Sebrae apoiou participação de 172 pequenos negócios na Couromoda
Sebrae e Tribunais de Contas atuarão juntos para que municípios apoiem as empresas de pequeno porte com base no que está na legislação
PAULO FORTUNA AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS
O Luiz Prado/Luz
Produtos da Soft Mania
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EMPREENDER / SEBRAE
empresário José Joaquim Camilo de Mendonça é dono da Soft Mania em Franca (SP). O ponto forte de sua linha é a fabricação de produtos de E.V.A. – Etileno Acetato de Vinila, material usado na indústria de transformação - como sapatilhas e calçados de segurança, utilizados em hospitais e cozinhas profissionais. Mendonça participou pela terceira vez da Couromoda, realizada em janeiro deste ano, e admite que é difícil concorrer com produtos asiáticos no fator preço, mas tem suas estratégias para continuar competitivo nos mercados que disputa. “Nossos calçados de segurança têm a mesma tecnologia do solado das botas usadas nas plataformas de petróleo. Isso faz uma grande diferença para os consumidores”, diz Mendonça. O empresário lembra ainda que em linhas como a de artigos femininos a empresa pode responder rapidamente às demandas dos clientes, o que é um diferencial no mercado. “Temos flexibilidade para atender de
acordo com as mudanças da moda. Ao menos por enquanto, isso ainda é muito difícil para quem fabrica em escalas gigantescas e exporta para o mundo todo, como os chineses”, ressalta. A indústria brasileira de couro e calçados ainda é fortemente baseada na produção dos pequenos negócios, destaca o diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae, José Claudio dos Santos. Segundo ele, hoje 86% do setor no Brasil é formado por micro e pequenas empresas, empregando 337,5 mil pessoas, com um faturamento de R$ 21,8 bilhões. Veterano da Couromoda, José Rubens de Lima, proprietário da Meli Calçados Infantis, de Birigui, no interior paulista, já tem clientes em todo o Brasil. Mas, de acordo com ele, o evento também é uma oportunidade para conhecer novos compradores do mercado internacional. “O custo de enviar um representante para outros países seria muito alto, mas na Couromoda temos a oportunidade de manter contato com esses compradores”. Logo no início da feira, o empresário recebeu consultas de importadores do Uruguai e Bolívia. E
ANA CANÊDO
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m 2006, as vendas das micro e pequenas empresas para o setor público somaram R$ 2 bilhões em todo o Brasil, ou 15% do total. Cinco anos depois, este percentual chegou a 30%, somando R$ 15,2 bilhões. O crescimento da participação dos pequenos negócios nas compras governamentais é um dos efeitos positivos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, já aprovada em 3.931 municípios, mas implementada em apenas 854. Para buscar mudar esse quadro, o Sebrae e a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon) promoverão, no dia 13 de março, encontros simultâneos nos 26 estados e no Distrito Federal. Os encontros - denominados “Os tribunais de contas e o desenvolvimento local”-, são direcionados a prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e servidores públicos. “Os Tribunais de Contas são parceiros estratégicos porque garantem segurança jurídica aos gestores públicos para a aplicação da legislação. Juntos, conseguiremos avançar no desenvolvimento local
dos municípios utilizando o potencial dos pequenos negócios”, afirma o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. O resultado almejado é tirar do papel e tornar realidade nos municípios a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em seus principais eixos, com especial atenção ao tema das compras governamentais, parte da realidade diária dos Tribunais de Contas. Também serão promovidas ações de sensibilização a respeito de outros assuntos importantes como o desempenho dos agentes de desenvolvimento, o apoio ao Microempreendedor Individual e a desburocratização. “A democracia exige controle”, afirma o presidente da Atricon, Antonio Joaquim, ao apontar que identificou a falta de informação como um dos principais motivos da não efetivação da Lei Geral na maioria dos municípios brasileiros. Daí porque, na avaliação dele, orientar, num primeiro momento, e depois fiscalizar a aplicação dessa legislação significa “contribuir decisivamente com o desenvolvimento econômico nacional”. A Atricon congrega os 34 Tribunais de Contas de estados e municípios do Brasil. E
R$ 2 BILHÕES FORAM VENDIDOS PELAS MPE, EM 2006, PARA O GOVERNO FEDERAL (15% DO TOTAL)
R$ 15,2 BILHÕES FORAM VENDIDOS EM 2011. UM AUMENTO PARA 30% DO TOTAL
MARÇO DE 2013
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C R ESCIMEN T O
OPOR TUNID A DE
Consultoria ajuda empresário a montar rede de lojas
Artesãs gaúchas exportam produtos para A França
A Dom Manuel começou com a venda de porta em porta e hoje é uma referência no mercado de Cuiabá
Coleção do grupo Redeiras, de Pelotas, ganha reconhecimento internacional
MARIA TERRADAS AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS/MT
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trajetória empresarial de Manoel Benedito de Barros, proprietário da Dom Manuel Moda Masculina, uma rede que hoje tem quatro lojas em Cuiabá, é bem parecida com a de muitos empresários que iniciaram no mercado de forma simples e com trabalho duro. Em companhia de um amigo, ele começou como sacoleiro, vendendo roupas no Norte de Mato Grosso, especialmente em Alta Floresta, região de garimpo, e nas proximidades do rio Teles Pirespercurso geralmente feito por meio de balsa. “O dinheiro circulava nessa região e as pessoas não tinham opções para comprar roupas. Nós atendíamos a essa demanda”, lembra. Manoel observa que na época em que começou a vender roupas, em 1982, juntamente com o amigo Aylon
Neves, a forma de negócio ainda era bastante simples. “O produto atendia apenas a uma necessidade básica, sem compromisso com a moda. Tempos depois essa realidade mudou significativamente”, analisa o empresário, frisando que mais tarde o nome de Aylon deu origem à marca Aylon’s Jeans. A grife exclusiva da primeira loja aberta pelos sócios, no tradicional Centro Histórico de Cuiabá, se firmou na década de 1980. A sociedade durou até 1992. “Aylon resolveu seguir outras atividades, pois o auge das vendas havia passado e a loja já não ia muito bem. Mesmo assim, vi naquela decadência a oportunidade de reinvestir no negócio com uma proposta diferente”, conta. Manoel explica que o objetivo não era apenas vender roupas, mas também conceitos, com serviços personalizados e marcas importantes da moda para homens.
O empresário conta que foi orientado pelo Sebrae desde o início, mas que passou a buscar informações sobre como melhorar o negócio quando a empresa começou a atrair um público mais exigente. Segundo ele, uma das capacitações que assumiram um papel estratégico foi a Consultoria Integrada de Gestão (CIG) – programa voltado para a organização financeira, comercial e de planejamento da empresa. Em 2004, com ampla rede de clientes, a empresa ampliou também as instalações, com filiais nos principais shoppings da capital. Com mais de 20 mil peças entre vestuário e acessórios de marcas importantes, a empresa investiu ainda em alfaiataria própria para consertos e ajustes, com sistema de atendimento vip em casa e hotéis. A equipe é treinada em etiqueta e preparada para dar dicas. E
O empresário conta que foi orientado pelo Sebrae desde o início, mas que passou a buscar informações sobre como melhorar o negócio quando a empresa começou a atrair um público mais exigente
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EMPREENDER / SEBRAE
da redação do SEBRAE NO RIO GRANDE DO SUL
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scamas, couro de peixe e redes de pesca transformados em colares, pulseiras, brincos, bolsas, carteiras e nécessaires. Nas mãos das dez artesãs do grupo Redeiras, os materiais descartados pelos habitantes da Colônia de Pescadores São Pedro Z-3, em Pelotas (RS), são matérias-primas. Orientado pelo Sebrae no Rio Grande do Sul, o grupo ganha espaço fora do país: os produtos da coleção serão exportados para a França. O planejamento estratégico das Redeiras foi executado com o apoio do Sebrae, que, desde 2009, auxilia o grupo por meio de consultorias na criação de peças e também na gestão do empreendimento. Atualmente, as artesãs são integrantes do Projeto Estadual de Artesanato Expoart, também desenvolvido pela instituição. Conforme a gestora dos projetos de Artesanato no Sebrae no estado, Vânia Fernandes, “a ideia é preparar esses trabalhadores para produzir e comercializar artesanato de qualidade e com identidade para os turistas que virão ao Brasil no período dos grandes eventos
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como Copa das Confederações, Copa do Mundo da FIFA 2014 e Olimpíadas”. Capacitação em gestão, oficinas de desenvolvimento de novos produtos e ações de acesso a mercado, assim como a participação em grandes eventos do segmento, fazem parte do plano de ação desenvolvido com as artesãs. Em dezembro de 2012, o grupo participou da Feira Nacional de Artesanato, em Belo Horizonte. “Os organizadores trouxeram compradores de vários países para conhecerem o artesanato brasileiro e o interesse pela coleção Redeiras foi imediato”, completa Vânia. As criações originais aliadas à sustentabilidade chamam a atenção e, em breve, estarão em prateleiras de lojas francesas. Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Rio Grande do Sul, Vitor Augusto Koch, o desempenho do grupo gaúcho é resultado do trabalho realizado pela instituição junto a essas profissionais. “Atuamos para profissionalizar o que já era feito com qualidade e dedicação pelas artesãs. Nossa tarefa é melhorar a gestão do negócio com vistas à abertura de mercado e, consequentemente, à venda de produtos diferenciados”, relata. E
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As criações originais aliadas à sustentabilidade chamam a atenção e, em breve, estarão em prateleiras de lojas francesas
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M OD A
Fernando Leite
Nadima Chalup aposta em novos conceitos para se diferenciar no mercado
Pequeno negócio de confecção aposta em inovação A grife Nadima Chalup deve lançar pequenas coleções durante o ano, ao contrário do que é feito pelas grandes marcas
WANESSA DE ALMEIDA AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS/GO
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jeito pode até parecer de menina, mas o pensamento foi sempre à frente de sua idade. Aos 10 anos, Nadima Chalup ganhou de uma tia uma caixa de materiais para fabricar bijuterias e começou a fazer colares. A diversão agradou às pessoas mais próximas e virou um pequeno negócio, que despertou na empreendedora a vontade de ter a própria marca e estudar Design de Moda.
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EMPREENDER
Hoje, aos 23 anos e com pós-graduação em Marketing, ela realizou o sonho. A grife Nadima Chalup foi lançada em novembro, com direito a ensaio fotográfico e loja virtual. Na visão da empresária, é o momento ideal para mostrar o seu ponto de vista sobre a moda. “Percebo que nunca se falou tanto de moda quanto agora. Só que o assunto começou a ficar tão banalizado que ninguém mais fala de estilo, mas sim de tendência e consumismo desenfreado. Aposto em um público que gosta de
novidades, mas que não depende disso para fazer as escolhas. Acima de tudo, é o estilo que manda”, assegura. Para impulsionar seu negócio, Nadima espera continuar contando com o apoio do Sebrae em Goiás, parceiro que ela cultiva desde os tempos de faculdade. “Participei de projetos como o Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecção Feminina, de várias palestras, workshops e até viagens. Todo empresário tem sempre algo a mais para aprender com o Sebrae”, finaliza. E
INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348- 7494