| Versão impressa - 250 mil exemplares # 297
| janeiro de 2019 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 |
facebook.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo twitter.com/sebraesp instagram.com/sebraesp
Gilson Cella, da papelaria SB Jota: competição também é com grandes redes
ALÉM DA VOLTA ÀS AULAS
Para empreendedores do setor de papelarias, diversificar produtos e fidelizar clientes são estratégias para manter vendas em alta ao longo do ano. Pág. 8
Entrevista: rede ganha mercado com serviços de saúde a baixo custo Pág. 3
Vendas diretas oferecem oportunidade de renda extra Pág. 4
De olho na autoestima, moda inclusiva conquista público Pág. 6
2 | JORNAL DE NEGÓCIOS EXPEDIENTE
Pequenas empresas: liderando a retomada do emprego
Publicação mensal do Sebrae-SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Paulo Skaf ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal. DIRETORIA EXECUTIVA
PAULO SKAF, Presidente do Sebrae‑SP
A força empregadora dos pequenos negócios foi um dos grandes destaques de 2018. Mesmo com as adversidades que impediram uma retomada vigorosa da economia, as micro e pequenas empresas geraram mais de 600 mil novos postos de trabalho no Brasil. Esse número corresponde a 80% do total de empregos criados em 2018 – é o maior percentual dos últimos três anos. Análises realizadas a partir dos dados da Receita Federal indicam que, em 2019, esses empreendimentos continuarão liderando a geração de postos de trabalho – é esperada a formalização de 1,5 milhão de novas empresas, entre micro, pequenas e microempreendedores individuais, ampliando consideravelmente a porta de entrada para o merca-
do de trabalho, em especial para aqueles que buscam o primeiro emprego. Tal projeção também reflete o otimismo dos pequenos empresários. Pesquisa do Sebrae mostra que sete em cada 10 empreendedores acreditam que 2019 será melhor. E, para aproveitarem as oportunidades, pretendem adotar medidas para estimular as vendas, como investimento em marketing e ampliação cartela de produtos e serviços. Cerca de 50% das micro e pequenas empresas devem aplicar até R$ 20 mil em inovações; entre os MEIs, o montante deve chegar a R$ 10 mil. No Sebrae-SP já começamos a sentir este movimento de otimismo e retomada do investimento. No ano passado, em especial nos últimos meses, realizamos 2,5 milhões de atendimentos, sendo 2 milhões de capacitações e orientações técnicas. E mais de 70% dos clientes que
aplicaram os conhecimentos recebidos em gestão, marketing, inovação tiveram retorno favorável em seus negócios, seja em produtividade, em lucro e geração de novos empregos. No campo do ambiente para empreender, tivemos vitórias importantes no ano passado. Mas é preciso avançar ainda mais, tirando do papel as reformas necessárias, como a previdenciária e a tributária, além de desburocratizar e simplificar processos que ainda consomem, por exemplo, 1.958 horas somente para pagar tributos. Encerro minha gestão frente ao Sebrae-SP certo que os dirigentes da entidade continuarão trabalhando de forma incansável para garantir que os pequenos negócios ganhem musculatura para gerar novos e melhores empregos, mais renda, consolidando o processo de crescimento sustentável da economia nacional.
diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de adm. e finanças: Pedro Jehá JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Inteligência de Mercado Gerente interina: Marcelle Carvalho. Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar e Rogério Lagos. Estagiário: Wallace Leray. Imagens: istockphoto.com. Diagramação: Marcelo Costa Barros e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae-SP. Apoio comercial: Unidade Comercial Giulliano Antonelli (gerente). SEBRAE-SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo-SP. CEP: 01504-001 ESCRITÓRIOS REGIONAIS SEBRAE-SP Alto Tietê Araçatuba Araraquara Baixada Santista Barretos
Novidades
Bauru Botucatu Campinas Capital Centro Capital Leste I
Sebrae ganha prêmio no ‘Oscar’ das startups
Preparação para 2019
O Sebrae foi o grande vencedor do 5º Star- mentores, investidores, aceleradoras. Além da instituição, também foi vencedor o tup Awards na categoria Corporate, o “Oscar” das startups brasileiras durante a Conferên- gestor estadual de startups do Sebrae em Sancia Anual de Startups e Empreendedorismo ta Catarina, Alexandre de Souza, na categoria (CASE), maior evento latino-americano vol- Herói, coroando o trabalho de desenvolvimentado para startups. Esta é a quinta participa- to de empreendedores inovadores do Sebrae.
O Escritório Regional do Sebrae-SP Capital Sul vai promover em fevereiro uma série de cursos para diversos setores como confecção, reparação automotiva, tecnologia da informação e comunicação, varejo da construção, entre outros. É a oportunidade para quem quer se capacitar e aprimorar a gestão do empreendimento. O ER Capital Sul fica na Avenida Adolfo Pinheiro, 712 – Santo Amaro - São Paulo. Informações e inscrições: 5525-5290 e 5525-5277
ção do Sebrae, que foi marcada pela final do Desafio Like a Boss, lançamento dos ciclos do StartOut com os destinos de 2019 e pelo painel internacionalização de startups.
Capital Leste II Capital Norte Capital Oeste Capital Sul Franca Grande ABC Guaratinguetá Guarulhos Jundiaí Marília Osasco Ourinhos Piracicaba Presidente Prudente Ribeirão Preto São Carlos São João da Boa Vista São José do Rio Preto
O Sebrae foi considerado uma das institui-
São José dos Campos
ções mais influentes do ecossistema brasileiro
Sorocaba
de startups em 2018, sendo uma das 10 mais
Sudoeste Paulista Vale do Ribeira
votadas na categoria “Corporate” pelo público
Votuporanga
– mais de 22 mil pessoas – e também avaliado pela Academia ABStartups, instituição que reúne startups e players deste ecossistema -
Diretor-superintendente interino e
Istockphoto.com
ENTRE EM CONTATO: 0800 570 0800
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 3
Entrevista do mês
Tudo começou com R$ 12 mil
Antonio Carlos Brasil conta a trajetória do Acesso Saúde, que oferece serviços médicos a preços populares Roberto Capisano Filho
A
pós trabalhar mais de 14 anos na área da saúde, Antonio Carlos Brasil decidiu criar o Acesso Saúde, um sistema sem mensalidade que oferece exames e consultas médicas, dentro do conceito de clínicas populares. Atualmente, a rede conta com 31 unidades em operação, faturou R$ 32 milhões em 2017 e previa movimentar R$ 39 milhões em 2018. A primeira unidade da rede foi fundada em 2006, em Colombo, no Paraná. Hoje está presente em 11 Estados e a previsão é de que até o final de 2019 ultrapasse a marca de 40 unidades franqueadas. Para começar o negócio, o empresário contava com capital de giro de apenas R$ 12 mil, que usou para comprar móveis e pagar o primeiro aluguel do imóvel. Brasil conta que também enfrentou grande resistência da comunidade médica no início do negócio. “Nos primeiros 15 dias, a empresa atendeu somente 15 pacientes, porém no mês seguinte o número aumentou para 478 e seguiu crescendo até ultrapassar a marca de 10 mil atendimentos por mês em uma única unidade”, comenta. Desde a adolescência, o empreendedor sempre desejou trabalhar na área da saúde, mas a ideia foi desaprovada pelo pai e ele acabou cursando administração. Porém, sua trajetória apontou para esse setor ao atuar por cerca de oito anos em uma grande operadora de planos de saúde no Paraná. A ideia de abrir um negócio focado no atendimento da classe C surgiu quando ainda trabalhava em uma consultoria na área e precisou desenvolver um planejamento estratégico para um grupo de oftalmologistas. O que foi mais difícil no início da empresa: ter pouco capital ou entrar em um setor dominado pelos planos de saúde? Sinceramente, as duas situações. Explico: ter pouco capital significava que eu não poderia escolher
Antônio Carlos Brasil, fundador do Acesso Saúde: desafio de atender a classe C
dos clientes, que buscam preços acessíveis? O nosso cliente busca um serviço com valor acessível, com qualidade e respeito. Por outro lado, oferecemos ao médico um ambiente profissional que valoriza e incentiva as atividades médicas, sem nenhuma intervenção, com uma remuneração justa e paga à vista, assim conseguimos atender às expectativas dos dois lados. Cabe salientar que atendemos a uma faixa de clientes que se concentra na classe C. Em sua opinião, empreender no ramo da saúde exige cuidados maiores do que empreender em uma área comercial qualquer?
outra opção a não ser “dar certo”. Tudo o que tinha planejado deveria acontecer de forma efetiva, ou seja, não tinha plano B. Hoje penso que foi uma atitude de fé. No caso dos planos de saúde, o desafio não foi diretamente com os planos, mas com a classe médica, que na sua maioria trabalhava somente com os planos de saúde na época e não acreditava que poderia ter opção. Lembro-me que em uma das oportunidades, ao convidar alguns profissionais para trabalhar em nosso negócio, escutei que eu era louco. Como poderia uma clínica sobreviver cobrando por valores baixos e ainda não atender a planos de saúde? Quais foram as estratégias para divulgar a empresa e mostrar que ela chegava ao mercado? Em razão do orçamento muito apertado, no momento da inauguração toda a divulgação foi de porta em porta, panfletagem em locais de
grande concentração, e depois de oito meses de inauguração, passamos a divulgar em uma rádio AM de grande audiência. Como é o trabalho de arregimentar médicos para atender na empresa? Captamos a maioria dos médicos por meio de sites especializados e pela indicação dos próprios profissionais que fazem parte do corpo clínico da Acesso Saúde. Quanto tempo demorou para o negócio atingir o ponto de equilíbrio e, depois, passar a dar lucro? Em oito meses a empresa já registrava lucro. O Acesso Saúde lida com dois públicos: clientes e médicos. Como conciliar o interesse dos médicos, que querem receber uma remuneração justa pelo seu trabalho, e o
Sim, por ser um ramo técnico e que envolve diversos órgãos fiscalizadores da atividade, como Conselho de Medicina, Vigilância Sanitária, meio ambiente, entre outros. É claro que todas a habilidades comerciais com certa dose de customização podem ter uso no ramo da saúde, mas sempre tomando muito cuidado para não infringir normas e leis da atividade. O que diria para quem, como no seu caso, quer abrir um negócio mas tem pouco dinheiro para começar? Listo algumas dicas: pesquisar o mercado que irá atuar. Um bom negócio num certo mercado não garante o sucesso em outro mercado. Pesquisar direto com os possíveis clientes se existe necessidade e potencial deste serviço naquela região pretendida. É primordial a presença do dono à frente do negócio, não pode terceirizar. A direção é o sucesso do negócio. Ser criativo e econômico para prospectar clientes, criar uma estratégia de ações mais efetivas e baratas, evitando gastar e tendo melhores resultados.
4 | JORNAL DE NEGÓCIOS
O bom negócio
O comércio porta a porta apresenta uma alternativa para
A empreendedora Joselma Santana dos Santos: mais flexibilidade com vendas diretas e tempo para os filhos
Patricia Gonzalez
O
mercado de venda direta – também conhecido como “porta a porta” – tem crescido no Brasil como alternativa à falta de emprego e também como maneira de complementar a renda. De acordo com pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd), 64,3% dos empreendedores que trabalham no ramo iniciaram a atividade com o objetivo de conseguir uma renda extra. O desejo do empreendedor também vai ao encontro das grandes empresas que querem aprimorar os formatos de seus canais de venda. “Um dos diferenciais primordiais para esse canal é justamente a humanização envolvida no processo, que garante aos consumidores vantagens como atendimento personalizado, comodidade e a possibilidade de receber uma informação orientada para seus desejos e necessidades”, afirma o consultor do Sebrae-SP Leandro Reale Perez. De acordo com a Abevd, o setor de vendas diretas
movimentou R$ 45,2 bilhões no ano de 2017. Atuar com vendas porta a porta foi a alternativa encontrada por Joselma Santana dos Santos. Ela trabalhava na área administrativa de um hospital e decidiu sair do emprego fixo e atuar como autônoma para ter mais flexibilidade e conciliar os seus horários – ela tem três filhos especiais e desejava dedicar mais tempo a eles. Tempo, aliás, é o grande desafio para a empreendedora atualmente. Joselma ingressou no ramo a partir de um convite de uma amiga, em 2011, para atuar como consultora de vendas em uma marca de utensílios domésticos. Hoje, além da venda de produtos, ela também participa de treinamentos e acabou tornando-se uma líder empreendedora da marca. “Tenho uma equipe de 76 consultores que trabalham realizando suas vendas diretas. Eu também participo do trabalho deles incentivando e passando as informações da empresa”. Joselma conta que há também uma série de treinamentos presenciais, tanto os
aplicados para líderes como para consultoras, que tratam sobre o manuseio dos produtos e informações de divulgação. Hoje em dia, Joselma atende uma média de 30 clientes por mês, em especial donas de casa, e alcança um volume de vendas em torno de R$ 3 mil mensais. Os vendedores recebem um percentual das vendas realizadas, além de brindes semanais e reconhecimento dos trabalhos realizados. Para impulsionar as vendas, os empreendedores utilizam também redes sociais e outros recursos, como a realização de experiências culinárias na casa do cliente, que abre sua cozinha para demonstração dos produtos e recebe alguns brindes.
COSMÉTICOS EM ALTA
A empreendedora Paula Andreia dos Santos Dias também optou pelo ramo de vendas diretas após quase dez anos trabalhando em uma grande empresa. Logo que perdeu o emprego, ela precisava dar uma guinada em sua vida para
sustentar os três filhos e enfrentar todos os desafios que estava passando em sua vida pessoal, em especial a instabilidade financeira. No início, ela revela que não conseguia se imaginar atuando com vendas diretas. Até que, em junho de 2012, tomou a decisão de ir em frente, optou pelo ramo dos cosméticos e realizou um investimento inicial de R$ 1,5 mil. “Não sabia nada sobre vendas diretas e pesquisei muito sobre isso, pois tinha medo de entrar em furadas”. Na opinião de Paula, o faturamento mensal com cosméticos depende muito do foco que o empreendedor dá a seu negócio. Ao vender para empresas, por exemplo, ela já faturou até cinco vezes mais do que ao vender para pessoas físicas. “Após dois anos empreendendo, quitei todas as minhas dívidas com bancos, cheques e cartões”, revela. Para Paula, o mundo do empreendedorismo opera também uma mudança na vida pessoal, já que exige uma melhor administração do tempo. Para o futuro, ela espera ainda mais crescimento. “Não há crise no
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 5
das vendas diretas geração de renda, mas exige organização e persistência ramo de cosméticos”, finaliza. Para o consultor Leandro Reale Perez, as estratégias de marketing envolvem a necessidade de entender, atrair, conquistar e manter clientes. Por isso, no setor de vendas diretas os resultados variam muito entre as pessoas. “Além das técnicas de vendas, devemos entender que vender é uma mistura de planejamento, foco, organização e persistência”, afirma.
BONS RESULTADOS
O consultor do Sebrae-SP Leandro Reale Perez aponta o que é preciso para dar certo no mercado de vendas diretas Planejamento: entender o mercado (cliente, concorrente e fornecedores) e o produto (características e diferenciais), definir a atuação (tipo de cliente e/ ou região) e quais seus objetivos.
Organização: definição de maneiras e ferramentas para que todo o possível cliente seja contatado (prospecção), que o cliente ativo seja fidelizado (relacionamento) e que o inativo seja cliente novamente (reativação)
PERFIL DO EMPREENDEDOR DO SEGMENTO
53,1%
ENSINO MÉDIO
4,9%
48,3%
46,8%
ESCOLARIDADE
56,7%
31,3%
ENSINO SUPERIOR
15,6%
SÃO MULHERES
43,3%
ENTRE 30 E 55 ANOS
ENTRE 18 E 29 ANOS
EXERCE OUTRAS ATIVIDADES
27,2%
24,2%
20%
28,6%
DONA DE CASA
ATÉ O FUNDAMENTAL
MAIS DE 55 ANOS
TEMPO QUE TRABALHA COM VENDAS DIRETAS
SÃO HOMENS
EMPREGO PRIVADO
Foco e persistência atitudinal: ter disciplina e levantar todo dia disposto a vender. É importante também diferenciar persistência de insistência. Insistir é fazer tentativas sem mudar a forma de realizá-las. Já persistir é acreditar no objetivo e achar formas diferentes para alcançá-lo.
OUTROS
32,6%
32,8%
MENOS DE 1 ANO
EMPRESÁRIO/ COMERCIANTE/ AUTÔNOMO
34,6%
OUTROS
ENTRE 1 E 3 ANOS
Fonte: Pesquisa realizada a pedido da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd) com 3 mil pessoas em todo o Brasil.
6 | JORNAL DE NEGÓCIOS
NEGÓCIOS DA
Empresas que investem no mercado da moda inclusiva encontram
Graça Bomfim, da Monnali: moda especializada para quem passou por um câncer
Patricia Gonzalez
A
té 2022, o Brasil terá cerca de 17,7 milhões de pequenos negócios e mais de um milhão de novos empreendimentos devem surgir por ano, segundo pesquisa do Sebrae. A tendência é que grande parte dessas novas empresas esteja voltada para o mercado de nicho, menos concorrido e com um público mais específico. Um dos segmentos que se destaca é o de negócios de moda voltados para a autoestima e a inclusão. Além disso, atuar em uma área em que há identificação pessoal com o negócio pode ser uma vantagem. É essa a realidade da empreendedora Graça Bomfim. Ela fundou, em agosto de 2018, o ateliê de lingerie Monnali, especializado em atender mulheres mastectomizadas (que
passaram por remoção de mama) ou que estão em tratamento contra o câncer. A criação do ateliê foi inspirada pelo caso da cunhada de Graça, que passou por uma mastectomia. Para tocar o negócio ela recebe a ajuda da irmã, Monica Bomfim. As peças são produzidas por confecção própria e a empresária atende em média 50 clientes por mês. Todos recebem orientação sobre quais produtos se adequam melhor às suas necessidades. “Nossas peças são todas estruturadas e sem aro para não machucar as mamas e têm um espaço para o uso da prótese externa”, explica Graça. As peças vão desde o tamanho 40 até o 54 e podem ser usadas por qualquer mulher, mesmo que não seja mastectomizada. É possível encontrar produtos a partir de R$ 150.
A Monnali trabalha também com cremes e produtos para tratamento oncológico, moda praia com fator solar 50 e próteses de silicone que podem ser utilizadas tanto no dia a dia como na praia ou piscina. Para próteses usadas com biquínis e maiôs, a cliente pode nadar e fazer qualquer movimento sem que se perceba a presença delas. O envolvimento da empreendedora com seu ramo de atuação não se limita apenas à venda de produtos. Ela também lidera dois projetos que têm por objetivo ajudar as mulheres a seguir em frente após o enfrentamento da doença: o Projeto Empreender Melhor (PEM) e o Projeto Câncer Vida em Trabalho. O PEM, fundado em 2016, visa ajudar os empreendedores que precisam divulgar seu negócio e fazer net-
working. Já o Projeto Câncer e Vida foca as mulheres que passaram ou estão passando por tratamento oncológico e sofrem preconceito no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se quase 60 mil casos novos de câncer de mama no Brasil para cada ano do biênio 2018-2019. O consultor de marketing do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos afirma que atuar em uma área em que há alguma identificação pessoal, experiência ou conhecimento prévio é um diferencial positivo para quem investe em um negócio de nicho. “Os consumidores de nicho costumam ser mais exigentes e gostam de fazer parte de grupos e comunidades com o mesmo interesse. Esse consumidor aceita pagar
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 7
AUTOESTIMA
público exigente, mas disposto a pagar por qualidade e bom atendimento mais caro desde que tenha acesso a atendimento, produtos e serviços de qualidade superior”, explica.
Acerte no mercado de nicho
MODA ADAPTADA
Outra empresária que decidiu investir em um negócio voltado a um nicho específico é Silvana Louro, proprietária da marca Equal Moda Inclusiva. Com sede na cidade do Rio de Janeiro, a marca vende roupas para pessoas com e sem deficiência. A primeira coleção de Silvana, em 2013, contava com 100% das peças adaptadas para pessoas com deficiência (PCD). Ela observou que a saída das peças estava sendo muito lenta e, com o apoio do Sebrae, resolveu fazer diferente. “O Sebrae me orientou para que eu produzisse duas versões e deu muito certo, porque do contrário eu não faria assim”, explica. A empreendedora não tem loja física. Ela iniciou as vendas expondo suas peças para os clientes e conversando pessoalmente com cada um deles. Atualmente ela também tem parcerias com lojas físicas e criou uma ampla rede de relacionamento com associações voltadas para atividades com seu público. Essa capilaridade permite também atender a casos bem raros, como alguns tipos de nanismo ou ataxias severas, ocasiões em que as roupas precisam passar por algumas adaptações. No decorrer desses cinco anos de atuação, a empresária presenciou momentos marcantes, como a vez em que uma mãe mandou uma mensagem emocionada, pois pela primeira vez seu filho de seis anos não havia chorado para se vestir. A criança tinha uma paralisia cerebral severa e esticar os braços causava muita dor. “Acredito que daqui a alguns anos as adaptações de roupas de diversas marcas será cada vez mais comum. O mundo da moda vem passando por mudanças e o futuro é esse: as marcas devem se humanizar e tirar as pessoas com deficiência da invisibilidade na moda e na beleza”, conclui.
01 02 03 04 05 06
Detalhe minuciosamente a oportunidade a ser explorada.
Investigue ao máximo o mercado em que pretende atuar: converse com possíveis clientes, fornecedores, influenciadores etc.
Estude as características do público consumidor, quais as necessidades e os desejos. Se possível, avalie o público a partir de algumas variáveis, como localização, faixa etária, renda, nível de instrução, estilo de vida, atitude em relação ao produto. Produza um protótipo ou versão preliminar do produto/serviço para testá-lo, avalie a aceitação perante ao público, a viabilidade técnica e financeira da ideia.
Planeje o diferencial de comunicação para se relacionar com os clientes, oferecendo experiências marcantes.
Monitore constantemente o nicho para identificar novidades e tendências.
8 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Papelarias: além
Empresários do setor contam suas estratégias para ampliar lucros
Gilson Cella, da papelaria SB Jota, em Piracicaba: planos para aumentar presença online
Diego Braga Norte
V
ender mais durante o período de maior procura por materiais escolares, nos meses anteriores ao início de um novo ano letivo, é algo já previsto para o setor de papelarias. Os maiores desafios são outros: prosperar no resto do ano e competir com os gigantes do setor que vendem pela internet. Donos de pequenos negócios do ramo admitem que é esse um caminho difícil de trilhar, mas também confirmam que é possível obter sucesso com planejamento, criatividade e atenção aos desejos dos clientes. Eliana de Almeida Mello Mendonça, proprietária da Stoke Livraria e Papelaria, em Santa Cruz do Rio Pardo, encontrou na diversificação de seu leque de produtos uma saída para viabilizar as vendas ao longo do ano. “Além dos materiais
de papelaria, vendemos também presentes, bijuterias, brinquedos e embalagens plásticas ou de isopor”, conta. Investir na infraestrutura do ponto comercial foi outra solução para melhor atender os clientes e tentar fazer com que eles tenham uma experiência mais agradável no momento de suas compras. “Na nossa região faz muito calor, então instalamos ar-condicionado na loja para que os clientes fiquem mais à vontade”, explica. A papelaria também ampliou de dois para quatro o número de caixas para agilizar o atendimento e evitar grandes filas. Proprietário do Bazar e Papelaria LLM, em Nazaré Paulista, Mário Couto Júnior é outro empresário que tenta vender de tudo um pouco para garantir seu lucro ao longo do ano. “Aqui tem artigos de bazar, aviamentos, embalagens plásticas e em
alumínio”, enumera. Apesar de gerir seu negócio há apenas cinco anos, o empresário conta que a papelaria está há mais de 30 anos no mesmo local e, por isso, tem renome na cidade. Mas a tradição, por si só, não se reverte automaticamente em vendas. “Meus maiores concorrentes não estão aqui em Nazaré, mas em Atibaia (cidade próxima e maior) e na internet”, conta o empreendedor. Ciente de seu desafio, Couto Junior contra-ataca baixando a margem de lucro para tentar vender mais. Ele também pretende fazer uma reforma para ampliar seu espaço para estoque. “Às vezes eu deixo de vender porque o produto procurado acaba. Isso não pode acontecer”. Para o consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos, as práticas adotadas pelos empresários vão ao encontro das necessidades do se-
tor. “As papelarias devem continuar considerando que, além de um mix de produtos diversificados, elas também são importantes pontos de vendas que podem oferecer conveniência para os consumidores. Ou seja, oferecer itens que, por comodidade, impulso ou alguma emergência, sejam adquiridos visando economizar tempo”, avalia. Sendo assim, diz Campos, a papelaria tem como vantagem ser um grande ponto de contato do cliente com produtos. Elas devem investir em experiências que sensibilizem os visitantes. É necessário fazer uso de técnicas de visual merchandising e oferecer experiências para continuar chamando a atenção do consumidor. Mesmo com todas as estratégias para manter as vendas altas ao longo do ano, a volta às aulas – entre dezembro e fevereiro – é o período
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 9
da volta às aulas
no melhor período de vendas e prosperar no restante do ano mais importante para as vendas das papelarias. “É a nossa safra anual”, diz Eliana Mendonça, que começa a preparação meses antes da época de maior venda. “Começamos a comprar os itens e formar nosso estoque já em agosto ou, no máximo, em setembro. Se deixarmos para a última hora, não dá tempo”, afirma. Uma das estratégias da empresária é manter um bom relacionamento com as escolas públicas e privadas para ter acesso à lista de materiais com antecedência, algumas vezes antes mesmo dos pais das crianças. “Muita coisa nós já sabemos que vai vender por nossa experiência, mas ter a lista em mãos ajuda muito no planejamento e nas vendas”, revela.
LIKES E VENDAS
Uma medida fundamental para se comunicar com clientes e divulgar produtos e novidades é criação de perfis em redes sociais como Facebook e Instagram. O investimento nessa estratégia é de baixo custo – as plataformas são gratuitas e mesmo o impulsionamento de publicações tem preços acessíveis – e o retorno pode ser bastante satisfatório. Dono da papelaria e livraria SB Jota, em Piracicaba, o empreendedor Gilson Cella também passou a fazer uso das redes sociais para expor seus produtos. “Quando postamos um material que está em alta, alguma coisa que está na moda entre a criançada, as reações são quase imediatas”, explica sobre sua experiência no Facebook. Depois de ter par-
ticipado do programa ALI (Agentes Locais de Inovação) do Sebrae-SP, o empresário conta que atualizou seus softwares de trabalho. “Precisamos acompanhar a legislação fiscal e as mudanças no setor”, relata. Agora, o próximo passo é começar a vender online. Seu desejo é iniciar as vendas virtuais “em um ou dois anos”. Cella diz que vender pela internet faz parte de sua estratégia para concorrer com as grandes empresas do setor. As gigantes têm exclusividade na distribuição de algumas marcas e conseguem oferecer preços mais acessíveis de determinados produtos. “Mas em produtos similares de outras marcas conseguimos fazer preços melhores. Somos competitivos, só precisamos que os clientes
saibam disso”, afirma o empresário. A loja virtual também será um canal para vender livros, já que, segundo ele, esses produtos quase não são mais vendidos no balcão. “Só vendemos livros didáticos e muito de vez em quando. As pessoas que compram livros estão os adquirindo mais na internet mesmo.” Por enquanto, porém, a preparação do estabelecimento está quase toda concentrada na volta às aulas. A papelaria de Cella tem sete funcionários fixos, mas deve ganhar o reforço de três ou quatro temporários. Tudo isso para não deixar os clientes na mão quando eles mais precisam. “Tem que ter gente extra para atender, para controlar e repor as prateleiras, o estoque”, explica.
OPINIÃO DO ESPECIALISTA O consultor do Sebrae-SP Adriano Augusto Campos aponta algumas boas práticas para o setor de papelarias:
• Pensar no longo prazo. “É um ramo com potencial para atuar de forma sustentável no longo prazo. Isto pode significar que o negócio talvez não tenha lucratividade e crescimento tão elevados, mas possui base sólida para ser perene.”
• Investir em vendas online,
seja por conta própria ou com ajuda de parcerias. “Consumidores são seletivos e adoram usar a tecnologia, a compra pode ser efetuada a distância e a retirada presencialmente.”
•
o cliente, mesmo que em aspectos pontuais. Por exemplo: atendimento eletrônico, entrega em horários alternativos, logística mais enxuta e veloz, entre outros.”
• Inovar sempre. “O principal
• Visual atraente. “Adotar técnicas modernas de visual merchandising (vitrinismo, iluminação, comunicação visual, ações promocionais). Elas valorizam o ponto de venda
Focar na educação. “Para crianças, ofereça itens educativos que envolvam algum tipo de interação. Os pais de hoje valorizam produtos educativos.”
ponto para inovar sem custos desnecessários é usar a criatividade para surpreender
e tornam a experiência de consumo mais interessante.”
• Profissionais treinados.
“O fator humano é extremamente relevante para o desempenho de um negócio que lida diretamente com os consumidores. É essencial que o empreendedor tenha conhecimento para selecionar, treinar e manter os profissionais motivados.”
• Vale a pena arriscar. “Nos momentos de crise, é importante que o empreendedor mantenha a calma e tome medidas para antecipar possíveis mudanças no mercado. Dá para correr riscos calculados para se adequar rapidamente às variáveis de mercado.”
10 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Crédito sem juros para inovar
Programa Juro Zero Inovação oferece R$ 8 milhões para financiamento de startups
O
governo do Estado de São Paulo lançou o Juro Zero Inovação, programa que coloca à disposição das pequenas e médias empresas R$ 8 milhões para financiar projetos inovadores feitos por startups. Os recursos são do Fundo Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcet) para subsidiar os juros das linhas de crédito da Desenvolve SP. Poderão solicitar financiamentos empresas que já tenham concluído o Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A estimativa é de que 192 empresas estejam aptas a apresentar seus projetos a Desenvolve SP, que poderão ser financiados em até 100%. O Programa Juro Zero Inova-
Istockphoto.com
ção subsidia duas linhas de crédito da Desenvolve SP voltadas a projetos de inovação que abranjam desde a introdução de novos produtos, serviços e processos no mercado, incluindo a compra de máquinas e equipamentos, até o aperfeiçoamento de tecnologias já existentes, inovações organizacionais e de marketing. As opções são a de Incentivo à Tecnologia, para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões; e a Linha Inovacred, da Finep, para empresas com faturamento anual de até R$ 90 milhões. O prazo para quitação dos empréstimos pode chegar a dez anos, já incluindo o período de carência de até dois anos. O Juro Zero será concedido para as empresas que mantiverem as prestações pagas em dia. Se houver inadimplência,
os juros cobrados poderão variar de 0,33% a 0,56% ao mês, mais variação da taxa básica, a Selic, por parcela em atraso. As empresas aptas poderão encaminhar seus projetos para análise de viabilidade econômica e enquadramento da linha de crédito no site da Desenvolve SP por meio do Office Banking “Solicitações Online”. É necessário criar login e senha; em seguida, o empresário deve preencher as informações de cadastro pedidas e anexar toda documentação exigida pela instituição financeira. Para mais informações, os interessados podem ligar no (11) 3123-0464 ou enviar um e-mail para atendimento@desenvolvesp.com.br. O Juro Zero Inovação vem na sequência de outro programa de incentivo aos pequenos negócios,
o Juro Zero Empreendedor, do Sebrae-SP e da Desenvolve SP. Ele é voltado aos Microempreendedores Individuais (MEIs) do Estado de São Paulo que buscam crédito para investir na melhoria ou na ampliação dos seus negócios. Por meio do programa, que prevê empréstimos de R$ 1 mil a R$ 20 mil, o MEI não precisa de avalista, tem seis meses de carência e até 36 meses para pagar. Os recursos podem ser utilizados para compra de máquinas, equipamentos, mercadorias e capital de giro produtivo. O acesso ao crédito é exclusivo para os MEIs que concluírem um curso dentro do programa Super MEI, que oferece 50 mil vagas gratuitas em diversas opções de capacitação técnica no Estado de São Paulo.
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 11
Empreender como solução GUILHERME ARRADI, coordenador do Centro de Referência em Economia Criativa do Sebrae-SP
Como identificar o momento de inovar? Em que momento as cooperativas de táxi imaginariam que a internet transformaria drasticamente seu mercado viabilizando modelos de negócio como o da Uber ou da 99? O grande problema da época em que vivemos é que não há mais um momento para inovar. Inovação deve ser uma prática constante para garantir a competitividade do negócio em meio a um mercado cada vez mais disputado e cheio de concorrentes desconhecidos. Na maior parte das empresas que não colocam o cliente no centro da sua estratégia, o momento de inovar é aquele em que ela percebe que está perdendo relevância, o que normalmente se manifesta em perda de clientes e baixo crescimento. Muitas empresas nascem com produtos e serviços convencionais e decidem inovar. Se a dúvida é por onde começar, eu diria que há dois pontos importantes. Primeiro, cada vez mais vale a máxima: “Inovação é 1% inspiração e 99% transpiração”.
Crie processos com métodos claros para inovação. Segundo, tenha a visão de que sempre é necessário reinventar o negócio, adaptando-o às mudanças e colocando as dores cliente no centro do processo. A Warby Parker, considerada por muitos um exemplo de negócio inovador, surgiu e se consolidou como uma plataforma digital para venda de óculos, mas há pouco tempo inaugurou lojas físicas, indo na contramão do que muitos especialistas diziam: “o varejo físico está morto”. Quando questionado sobre esse movimento, o fundador da Warby Parker respondeu: “Não acredito que o varejo (físico) esteja morto. Experiências ruins de varejo é que estão mortas”. O caminho está longe, não linear. Você irá errar muitas vezes, por isso, é importante não ter medo e utilizar métodos ágeis para lançar produtos/serviços, medir e aprender com os erros evitando o desperdício de recursos.
O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.
Acompanhe o Sebrae-SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: facebook.com/sebraesp | twitter.com/sebraesp flickr.com/sebraesp | instagram.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp | issuu.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo
Estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que 23%, ou dois em cada dez, dos jovens brasileiros não trabalham nem estudam. Eles constituem a chamada geração nem-nem. Entre as razões para o porcentual, segundo o levantamento, estão problemas com habilidades cognitivas e socioemocionais, falta de políticas públicas, obrigações familiares com parentes e filhos. Apesar de, à primeira vista, dar a impressão que esses jovens são improdutivos ou ociosos, a pesquisa revela que 77% querem concluir o ensino superior e só 4% veem como normal estar fora da escola e sem emprego daqui a um ano. Como boa parte deles diz pretender ingressar no mercado num futuro próximo, não é novidade que eventuais insucessos para conseguir emprego possam levar ao empreendedorismo. É o raciocínio lógico: se ninguém dá uma oportunidade de trabalho, o indivíduo cria o seu. O negócio próprio passa a ser visto como solução para obter renda. Esse jovem vai vender alguma coisa, prestar algum serviço, ou seja, vai fazer o que tiver à mão. Frequentemente, ele não se se prepara para empreender. Mas de-
veria buscar conhecimento e capacitação. Dessa maneira, aumentam as chances de sucesso e aquilo que começa como uma solução informal para ganhar dinheiro pode se tornar um meio de vida. Como sempre é tempo para se qualificar, o jovem encontra no Sebrae-SP um enorme leque de opções, muitas gratuitas. Não há por que ele não se habilitar para empreender com mais segurança, reduzindo os riscos. Ele tem à disposição cursos, palestras e orientações para fazer a coisa do jeito certo, incluindo formalizar-se como Microempreendedor Individual (MEI), a porta de entrada do empreendedorismo. Neste caso, o programa Super MEI fornece conhecimento técnico e de gestão, e o participante ainda pode se candidatar a uma linha de crédito sem juros. Se empreender é a saída, que seja da melhor maneira possível.
IVAN HUSSNI, diretor-superintendente interino do Sebrae-SP
FALE COM A REDAÇÃO imprensa@sebraesp.com.br
12 | JORNAL DE NEGÓCIOS
o sebrae-sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.
CONSULTORIA
QUER AUMENTAR A COMPETITIVIDADE DA SUA EMPRESA POR MEIO DA INOVAÇÃO?
TECNOLOGIA
INSCREVA-SE NO PROGRAMA ALI E RECEBA UM AGENTE LOCAL DE INOVAÇÃO EM SUA EMPRESA! O Programa ALI* transforma os pequenos negócios por meio da inovação, aplicando uma metodologia que se ajusta às empresas que precisam criar, implementar e gerir a inovação. • Programa gratuito destinado a microempresas e empresas de pequeno porte; • Acompanhamento customizado; • Realização de 10 encontros na empresa em até 9 meses; • Aplicação de ferramentas de inovação.
AGORA, O SEBRAE-SP TEM E-COMMERCE. FAÇA UMA VISITA E AGORA, OA SEBRAE-SP COLOQUE GENTE TEM E-COMMERCE. NO CARRINHO. FAÇA UMA VISITA E SUA EMPRESA COLOQUE A GENTE VAI ADORAR. NO CARRINHO. SUA EMPRESA VAI ADORAR. ACESSE JÁ E
FAÇA SUA INSCRIÇÃO ACESSE JÁ E solucoes.sebraesp.com.br
FAÇA SUA INSCRIÇÃO solucoes.sebraesp.com.br
PARTICIPE! Para tornar a comunicação mais acessível ao cliente com deficiência auditiva, o Sebrae-SP disponibiliza o serviço de intérprete de Libras em seus eventos presenciais. A solicitação do serviço deverá ser comunicada no ato da inscrição e com antecedência de 5 (cinco) dias úteis à data de realização do evento. O cliente ou seu representante poderá se inscrever pessoalmente nos Escritórios Regionais, pelo portal do Sebrae-SP ou pelo 0800 570 0800.
PREENCHA O FORMULÁRIO DE INTERESSE NO SITE ABAIXO E AGUARDE NOSSO CONTATO.
www.ali.sebraesp.com.br
*Programa ALI requer conhecimento avançado em gestão.
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 13
AGENDA
ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br
FEIRAS DE NEGÓCIOS
EVENTOS DO SEBRAE-SP
FENIN FASHION SÃO PAULO
ER RIBEIRÃO PRETO
Quando: 13 a 16/1
COMEÇAR BEM – TRANSFORME SUA IDEIA EM UM
Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi
MODELO DE NEGÓCIOS
Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo - SP
Quando: 14 a 16/1
Informações: www.fenin.com.br/sao-paulo-outono-inverno-jan-2019
Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de Ribeirão Preto Rua Inácio Luiz Pinto, 280 - Alto Da Boa Vista
NOVA SERRANA FEIRA E MODA EM SÃO PAULO
Valor: R$ 190
Quando: 14 a 16/1
ER SOROCABA
Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi – Hall 2 e 3
EMPREENDA
Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo - SP
Quando: 14 a 18/1
Informações: www.sindinova.com.br
Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de Sorocaba Av. Gal Carneiro, 919
COUROMODA 2019 - 46ª FEIRA INTERNACIONAL DE CALÇADOS, ARTEFATOS DE COURO E ACESSÓRIOS DE MODA Quando: 14 a 17/1 Onde: Expo Center Norte Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP Informações: www.couromoda.com/feira
SÃO PAULO PRÊT À PORTER 2019
Valor: R$ 840
ER BOTUCATU COMEÇAR BEM FORMALIZAÇÃO Quando: 23/1 - das 19h às 23h Onde: Sebrae Aqui Avaré Rua Bahia, 1580 Valor: gratuito
Quando: 14 a 17/1
ER PRESIDENTE PRUDENTE
Onde: Expo Center Norte
PALESTRA INOVAÇÃO E MARKETING DO FUTURO COM
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP
FERNANDO KIMURA
Informações: www.saopaulopretaporter.com
Quando: 31/1 - às 19h Onde: Inova Prudente - Avenida Comendador Alberto Bonfiglioli, 2.700
FEIRA DA GESTANTE, BEBÊ & CRIANÇA
Valor: gratuito
Quando: 22 a 27/1
ER ALTO TIETÊ
Onde: Expo Center Norte
COMEÇAR BEM – PLANO DE NEGÓCIOS
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP
Quando: 23 e 24/1 - das 14h às 18h
Informações: www.feiradobebe.com.br
Onde: Escritório Regional Sebrae-SP do Alto Tietê Av. Francisco Ferreira Lopes, 345 - Vila Lavínia - Mogi Das Cruzes
37º FIOSP/CIOSP – FEIRA INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DE SÃO PAULO/CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DE SÃO PAULO Quando: 30/1 a 2/2 Onde: Expo Center Norte
Valor: R$ 160
NA MEDIDA – GESTÃO FINANCEIRA COMEÇAR BEM – PLANO DE NEGÓCIOS Quando: 14, 16, 21, 23 e 28/1 - das 18h às 22h
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo - SP
Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP do Alto Tietê Av. Francisco Ferreira Lopes, 345 - Vila Lavínia - Mogi Das Cruzes
Informações: www.ciosp.com.br
Valor: R$ 260
14 | JORNAL DE NEGÓCIOS
TEC &
LIVROS O Mito do Empreendedor (Editora Fundamento) O livro traz métodos eficazes para que o empreendedor se prepare melhor, mantenha atitude positiva e aumente sua produtividade. A obra de Michel E. Gerber é uma fonte de conhecimentos indispensáveis para quem está disposto a encarar o desafio de criar o próprio negócio e transformar uma boa ideia em um empreendimento bem-sucedido. Na publicação, é possível aprender como preparar melhor os funcionários para que eles sejam uma extensão do empresário e também como dar ao negócio a personalidade do empreendedor, sem precisar fazer tudo sozinho. Gerber ainda explica formas de estruturar sua empresa para superar eventuais turbulências, como aliar entusiasmo com inovação, para sempre estar em crescimento.
Projeto Startup: Da Ideia Ao Primeiro Milhão (Editora Best Seller) João Magalhães e Gustavo Teixeira explicam o caminho da criação de uma empresa, revelando cada etapa do processo de forma de fácil entendimento. Este livro tem o intuito de auxiliar todos aqueles que pensam em abrir a própria startup, mas ainda não sabem por onde começar. Os autores mostram exemplos práticos, deixando o leitor por dentro dos desafios da vida do empreendedorismo.
Pense Com Calma, Aja Rápido (Editora Best Business) Na obra, Daniel Schnaider conta como foi preparado para resolver os desafios mais complexos e urgentes de uma nação em constante perigo existencial, por meio de um meticuloso treinamento, quando se juntou às forças especiais do exército israelense. O livro é dividido em seis capítulos: os Fundamentos; Ferramentas; Ecossistema; Departamentos; Estratégia; Decisões de Impacto. Em cada uma destas divisões, o leitor vai encontrar orientações práticas e detalhadas, o verdadeiro passo a passo para uma empresa ser bem estruturada, organizada e inovadora. Por exemplo, no capítulo Ferramentas, o autor frisa a importância do diagnóstico, principalmente nos momentos de crise, em que é preciso analisar o ambiente e pensar antes de agir. Segundo Schnaider, assim como na medicina, o gestor de um negócio utiliza uma série de testes para detectar as deficiências da empresa, o que leva ao seu desenvolvimento.
NA BLACK FRIDAY, CONSUMIDOR PREFERE LOJA FÍSICA À ONLINE... Levantamento da fintech Neon Pagamentos com seus clientes em todo o País mostrou que eles compraram mais nas lojas físicas do que nas online durante a Black Friday de 2018. A conclusão veio da análise do comportamento dos mais de 1,5 milhão de usuários em sua base. Segundo a pesquisa, 34% das compras foram feitas com cartão virtual (para compras online), enquanto 66% foram realizadas em lojas físicas. Das compras feitas com cartão de crédito, apenas 32% foram parceladas, o que mostra que os clientes preferiram pagar à vista. O valor do tíquete médio gasto aumentou 62%, se comparado a 23 de outubro de 2018. A faixa etária com maior tíquete médio durante a Black Friday foi entre 35 e 39 anos, que registrou aumento de 84% no valor médio gasto em relação ao mesmo dia do mês anterior. Os jovens entre 18 e 22 anos gastaram em média 58% a mais na Black Friday. Entre 23 e 27 anos o aumento foi de 72% e entre 28 e 34 anos, de 58%. Na faixa etária acima de 40 anos, o aumento do tíquete médio foi de 46%.
... MAS A DATA É PORTA DE ENTRADA PARA NOVOS CLIENTES DIGITAIS O Google realizou uma pesquisa, entre 25 e 30 de novembro, período que englobou a Black Friday, por meio de uma ferramenta digital com 500 consumidores online brasileiros. Entre as principais descobertas estão que 31% dos respondentes afirmam ter comprado pela primeira vez na data e um terço optou por antecipar as compras e adquiriu itens antes, já aproveitando as promoções. As principais conclusões do levantamento do Google sobre a Black Friday 2018 são: a data é a porta de entrada de novos consumidores digitais; foi o evento do “eu mereço”, das compras planejadas e da antecipação; o preço continua o principal fator de escolha, mas perdeu relevância; as lojas físicas conquistaram uma participação importante e se aproximam da internet; com percepção de preço semelhante, maior parte concentrou as compras em uma só loja ou site.
EDIÇÃO 297 | JANEIRO DE 2019 | 15
IDEIAS
PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Como as pequenas empresas conseguem saber se estão com seus dados protegidos contra ataques virtuais?”
BRASILEIRO ESTÁ MAIS SATISFEITO COM FINTECH DO QUE COM BANCO TRADICIONAL
ÉTICA NOS NEGÓCIOS Em Margin Call – Um Dia Antes Do Fim, produção lançada em 2011, o pano de fundo é a crise econômica que se abateu sobre os Estados Unidos em 2008. Ao longo da trama, fica claro como as decisões erradas e a falta de transparência no universo das empresas podem levar ao fracasso. O filme funciona para fazer o espectador pensar em um fator fundamental: a ética. O elenco conta com Kevin Spacey, Paul Bettany, Jeremy Irons, Zachary Quinto, Ashley Williams e Demi Moore.
Divulgação
Pesquisa conduzida pelo Google mostra que os brasileiros estão mais satisfeitos com as fintechs do que com bancos tradicionais. Pelo levantamento, 71% dos brasileiros afirmaram que estão contentes com as fintechs, enquanto 42% têm a mesma avaliação com os bancos tradicionais. No entanto, os bancos continuam a ser o principal provedor de serviços, como conta corrente, investimentos e cartão de crédito, para 46% dos consumidores. Dados da Radar FintechLab confirmam a ascensão das fintechs no Brasil, que somavam 450 em operação no final do primeiro semestre de 2018. Ainda que o preço ou taxas seja o principal fator na escolha de uma instituição financeira, além da segurança e confiança na marca, a melhor experiência com as plataformas também é relevante para um grande número de consumidores. Para 34,5% dos entrevistados, um serviço mais rápido é importante, enquanto que para mais de 30% é importante a facilidade em realizar ações e o atendimento ao cliente. Uma parcela dos entrevistados, porém, é fiel ao seu banco. A pesquisa mostra que 34,6% das pessoas não estão dispostas a trocar seu provedor de serviços financeiros. Entre os que estão dispostos a mudar, é significativo o número de pessoas que buscam informações no Google (24,6%) e assistem a vídeos no YouTube (16%). Dados internos do Google mostram que o YouTube desponta como grande influenciador entre os clientes de fintechs, com alta de 3,5 vezes nas visualizações sobre o tema na plataforma em 2018.
Claudio Martinelli, diretor-executivo da Kaspersky Lab para América Latina
Apesar da falta de recursos e financiamento, empresas em crescimento estão obtendo grandes resultados ao utilizar aplicativos para gerenciar projetos, vendas e operações de atendimento ao cliente. Porém, muitas empresas não estão efetivamente protegendo o seu negócio da evolução dos riscos cibernéticos. Segundo nosso relatório, em 2017, quase metade (42%) das micro e pequenas empresas teve, pelo menos, uma violação de dados, embora a maioria (72%) acreditava que estava seguramente protegida de tais incidentes. Essa sensação de segurança, muitas vezes, pode ser tida como falsa, já que uma empresa pequena acredita ter menos chances de ser alvo do que uma maior e, por isso, não investe em cibersegurança – uma vez que recursos e expertise são escassos. O cibercriminoso não se importa com o tamanho da sua empresa – até porque empreendimentos assim são mais interessantes para atacar do que pessoas físicas, por causa do limite menor para transação. Além disso, empresas ainda contam com informações confidenciais, como cadastro de clientes e de funcionários. Tomemos como base que 92% dos ataques de malware em empresas surgiu de um e-mail de phishing (link malicioso que leva à captura de dados pessoais e financeiros), uma forma simples e eficiente, pois o cibercriminoso sabe da falta da cultura da cibersegurança em empresas. Daí a importância de planejar e executar normas de cibersegurança, bem como entender quais soluções se enquadram para cada negócio. Com isso, os riscos de ciberataques serão minimizados e, consequentemente, a perda de receita e danos à reputação também.
Divulgação
Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail para imprensa@sebraesp.com.br.
16 | JORNAL DE NEGÓCIOS
Com a cabeça feita
Luciana Lara Asanuma, 46, é proprietária da Lu by Lara, marca que confecciona turbantes com cabelos Luciana Lara Asanuma, que comercializa perucas e turbantes: foco na satisfação do cliente
Wallace Leray*
“A
ideia do meu negócio surgiu há três anos, quando vi uma reportagem sobre pacientes com câncer que, por causa do tratamento, perderam o cabelo. A gente sabe que esse é um momento muito delicado, e então pensei o que poderia fazer a respeito para ajudar. No começo, eu apenas vendia caixinhas de cabelo e turbantes, depois descobri que poderia juntar os dois e fazer algo que pudesse concorrer com as perucas tradicionais. O principal produto da minha loja é o ‘Cabelo Manero’: ele foi desenvolvido pensando em ser uma alternativa que não incomodasse o couro cabeludo, fosse de fácil manuseio e tornasse as madeixas mais naturais. Meu serviço atinge diversos públicos, inclusive homens. Não faz
muito tempo que um ator me pediu para confeccionar um turbante com dreads para um ato que ele iria apresentar. Apesar de trabalhar com todos os tipos de cabelo, a maioria dos que saem da loja são os afros. Sou eu quem compra o cabelo e os tecidos, e isso requer um tempo para personalizar, então sou muito cautelosa na questão do controle de qualidade. Os preços condizem com todo o processo de produção e minhas vendas duram em média uma hora e meia, pois quero ver o meu cliente satisfeito com que está comprando. Depois da minha participação na Feira Preta (evento anual realizado desde 2002, que reúne empreendedores e criadores negros de diferentes setores), eu tive uma grande guinada nas vendas, cheguei a vender 30 peças no mês de novembro.
Antes de empreender, fui secretária executiva por oito anos, mas tive que sair do trabalho pois senti que minha filha precisava mais de mim. Não queria que ela fosse criada apenas pela avó. Ser uma mãe empreendedora não é fácil, apesar de hoje eu poder controlar meus horários e ter mais tempo para ficar com minha filha. Eu conheci o Sebrae-SP por meio dos encontros das Mulheres Empreendedoras, na sede. Foi lá que troquei experiências e conhecimento, onde pude perceber que precisava valorizar mais minha marca. Aproveitei que estava animada e comecei a fazer o curso Na Medida – Gestão Financeira e, a partir daí, consegui organizar melhor a economia do meu estabelecimento. Ainda tem muita coisa para arrumar, mas aos poucos vou colocando tudo no devido lugar.
Sinto que ainda preciso de mais alguns empurrõezinhos, divulgar mais, porém acredito que estou no caminho certo. Além do espaço físico, eu também envio encomendas e trabalho com roupas e acessório no e-commerce. Há pessoas de outros bairros que vêm até aqui, no Jabaquara (zona sul de São Paulo). Já veio gente até de Campinas, então creio que meu produto desperta interesse no público. O mercado muda muito rápido, em um ano tudo poder estar diferente, por isso o conselho que eu dou para quem deseja abrir o próprio negócio é sempre ficar atento a todas as tendências, fazer parcerias que agreguem ao seu empreendimento e, claro, entregar um produto de qualidade, pois sua marca vai ser lembrada por causa disso.” *Estagiário sob supervisão dos editores