Jornal de Negócios - 01 de Fevereiro de 2019 - Edição 298

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| fevereiro de 2019 | www.sebraesp.com.br | 0800 570 0800 | # 298

Alessandra Guimarães e Carla Santos, da Aleguí Pães Artesanais: planejamento antes da ampliação

CRESCIMENTO NATURAL

Padarias artesanais caem no gosto do consumidor, mas cuidados com ingredientes e processos mais lentos exigem atenção na hora de aumentar a escala de produção. Pág. 8

As vantagens e as precauções antes de vender os produtos em feiras Pág. 4

Refugiados encontram nova vida no empreendedorismo Pág. 6

O administrador que transformou o sítio da família em negócio no campo Pág. 16


2 | JORNAL DE NEGÓCIOS

Mais músculos para as pequenas empresas

EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae-SP Edição impressa CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles

ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos-SP, Superintendência Estadual da Caixa

TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP

São Paulo é um estado verdadeiramente empreendedor. São 4 milhões de pequenos negócios, responsáveis pela ocupação de mais de 10 milhões de pessoas e 27% do Produto Interno Bruto (PIB). Gente como você, que faz acontecer e gera empregos – foram quase 200 mil novos postos de trabalho em 2018. Se nos últimos anos o desafio maior foi traçar estratégias para vencer a crise, nos próximos será dar um grande salto rumo à competitividade. É uma tarefa e tanto, e o Sebrae-SP continua buscando as melhores alternativas para apoiá-lo. Quero destacar três: a integração plena dos elos das cadeias produtivas no comércio, indústria e agronegócio; a defesa do tratamento diferenciado das pequenas empresas; e a ampliação da cultura empreendedora.

Para nós, diminuir as assimetrias de produtividade entre pequenas e grandes empresas e integrar definitivamente os processos produtivos é o que vai garantir a competitividade, aqui e nos mercados internacionais. Programa do Sebrae com esse objetivo já mostrou sua efetividade: 65 mil pequenos negócios e 170 médias e grandes empresas em todo Brasil envolvidos nas ações de capacitação e consultoria em gestão e promoção comercial. Resultado: geração de quase R$ 7 bilhões em novos negócios. Ganhar musculatura para competir também está diretamente relacionado à garantia de tratamento diferenciado aos empreendimentos de pequeno porte. Por isso, manteremos as ações de defesa intransigente desses negócios, como o aperfeiçoamento do Simples, que garante uma taxa de sobrevivência muito maior aos seus optantes nos primeiros dois anos de atividade: 73% (contra 38% entre os não optantes).

Além disso, iniciamos tratativas com o governo de São Paulo para promover a celeridade nos processos de abertura e encerramento das empresas. Segundo estudo do Banco Mundial, avançamos bastante na questão de abertura de empresas, passando de 82 para 20 dias na cidade de São Paulo. Mas estamos longe de Argentina (11

Econômica Federal. DIRETORIA EXECUTIVA

Diretor-superintendente: Luis Sobral Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos JORNAL DE NEGÓCIOS

Unidade Inteligência de Mercado Gerente interina: Marcelle Carvalho. Editores responsáveis e redatores:

dias), China (8,5 dias), Chile (6 dias) e Aus-

Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto

trália (2,5 dias),

de imprensa: Gisele Tamamar, Patricia

Capisano Filho (MTB 46219). Assessores

E multiplicaremos nossos esforços para

Gonzalez e Rogério Lagos. Imagens:

garantir a ampliação da cultura empre-

Daniel Augusto de Resende Neves,

istockphoto.com. Diagramação:

endedora, do ensino fundamental à pós-

Gisele Resende Costa e Letícia Durães.

-graduação diferenciada, oferecida pela

e Carlos Raphael do Valle – ME

Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae-SP, passando pelo maior acesso à inovação e à tecnologia. Garantir que mais ideias se transformem em empresas de sucesso é a chave para a sustentabilidade dos negócios e do processo de desenvolvimento local e regional. Feliz e competitivo 2019 a todos.

Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME para o Sebrae-SP. Apoio comercial: Unidade Comercial. SEBRAE-SP

Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo-SP. CEP: 01504-001 ESCRITÓRIOS REGIONAIS SEBRAE-SP

Alto Tietê

Araçatuba Araraquara Baixada Santista

Novidades

Barretos

Feira do Empreendedor 2019 está com inscrições abertas para expositores e palestrantes

Capital Leste II

Bauru Botucatu Campinas Capital Centro Capital Leste I Capital Norte Capital Oeste Capital Sul

Evento ocorre de 5 a 8 de outubro no Anhembi, em São Paulo, e deve receber mais de 140 mil visitantes O Sebrae-SP realiza de 5 a 8 de outubro a oitava edição da Feira do Empreendedor, no pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. O maior evento de empreendedorismo do Brasil está com inscrições abertas para expositores e palestrantes interessados em participar. Neste ano, a Feira deve reunir 460 expositores numa área de 40 mil m². São espaços reservados para micro e pequenas empresas que desejam estar presentes em uma grande vitrine de negócios. São esperados mais de 140 mil visitantes em seus quatro dias. O empresário que quiser palestrar no evento deve ter como base o tema da edição de 2019: “Empreender é para todos”. Partindo dessa

mensagem, os interessados podem se candidatar a contar suas histórias, desafios, conselhos e, assim, exemplificar que de fato empreender é uma possibilidade aberta a todos. Serão três espaços temáticos: Inspiração: “Você consegue!”; Papo de Negócios: “Potencializando negócios”; e Visão de Futuro: “O que vem por aí”. Para expor e palestrar no evento, é necessário se cadastrar no site da Feira: http://feiradoempreendedor.sebraesp.com.br. Quem for ao evento, seja dono de empresa ou aspirante a empreendedor, encontrará estandes dos mais variados temas, consultorias abrangendo marketing, finanças, tendências,

inovação e exportação, entre outros. A Feira é uma oportunidade de negócios, conhecimento e informação para todos que têm ou pretendem ter um negócio próprio.

Franca Grande ABC Guaratinguetá Guarulhos Jundiaí Marília Osasco Ourinhos Piracicaba

Feira do Empreendedor 2019 Quando: de 5 a 8 de outubro de 2019

Presidente Prudente Ribeirão Preto São Carlos São João da Boa Vista

Onde: Pavilhão de Exposições Anhembi

São José do Rio Preto

Av. Olavo Fontoura, 1029, São Paulo - SP

Sorocaba

Inscrições e outras informações em: feiradoempreendedor.sebraesp.com.br e 0800 570 0800 Entrada franca.

São José dos Campos Sudoeste Paulista Vale do Ribeira Votuporanga ENTRE EM CONTATO: 0800 570 0800


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Entrevista do mês

Preparo dobrado Alessandra Restaino, da Le Postiche, começou como estagiária até chegar ao topo da companhia da família

A

lessandra Restaino começou a trabalhar na empresa da família há 27 anos como estagiária. Atuou na área de vendas, foi supervisora de loja, assumiu o marketing, compras, diretoria comercial e, por fim, a presidência da maior rede de lojas de artigos para viagem, bolsas e acessórios do País, a Le Postiche. Não foi fácil chegar ao comando da companhia. Alessandra enfrentou a desconfiança de pessoas ao seu redor e precisou estudar e se preparar para o cargo. “No passado, acreditavam que a empresa familiar precisava de um filho homem. Quando fiquei mais velha, casei e tive filhos, questionavam se meu marido assumiria o negócio. Já vinha me preparando e formando minha autoconfiança ao longo dos anos. Eu tive que estudar mais, me preparar muito mais e as pessoas sempre olhavam muito para mim. Não foi fácil, mas fui conquistando meu espaço”, conta. Formada em administração de empresas com especialização em gestão estratégica pela Fundação Getúlio Vargas e em administração pela Kellogg University, além de especialização e varejo pela NRF, Alessandra hoje é sócia-diretora da empresa, que passa por um processo de profissionalização. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Alessandra compartilha sua experiência na empresa, que completou 40 anos em 2018. Como é comandar uma empresa familiar? Você sentiu mais pressão por ser mulher? Comandar uma empresa familiar é desafiador: a responsabilidade de perenizar o legado que já foi construído e garantir que essa marca se perpetue ao longo dos anos. Tive que alcançar cada etapa com muito aprendizado, com muitos desafios e fui conquistando meu autoconhecimento. Aprendendo com a experiência e me posicionando abertamente diante das questões.

Alessandra Restaino, sócia-diretora da Le Postiche: papel da mulher na liderança

mento do consumidor sempre se transforma – a cada dia com novos desejos e novas premissas. O varejo é feito de muitos detalhes. Uma empresa, para funcionar no varejo, tem que ser muito dinâmica, ágil, e o diferencial está nos detalhes. Com a empresa se atualiza sobre as tendências de moda? Pesquisas de mercado no Brasil e no exterior. Frequentamos todas as feiras do segmento, e temos plataformas de moda – ferramentas para estarmos sempre atualizados e traduzirmos as tendências mundiais. Como está a operação do e-commerce da marca?

Onde posso, tenho levado a bandeira da igualdade no mercado de trabalho, participo de fóruns e palestras sobre o papel da mulher como líder. Quero dar voz aos números que mostram as poucas mulheres em cargos de liderança. Chamar atenção para o problema é papel do líder hoje. Na Le Postiche, temos um quadro forte de mulheres, mais de 90% dos colaboradores. Na diretoria, temos metade das cadeiras ocupadas por elas. Procuramos empoderar as funcionárias para que tomem suas decisões na carreira e assumam posições superiores. Você implantou que tipos de mudança? Fui responsável por muitas mudanças: introdução dos indicadores de gestão das lojas (como os de performance); implementação de visual merchandising (conceitos que aprendi na especialização na NRF); desenvolvi a marca própria e produto exclusivo (área de estilo);

implantação da nossa MegaStore (a maior loja da América Latina do segmento no ano 2000); e ainda estive envolvida no reposicionamento da marca nos anos de 2008 e 2009 (mudança de portfólio, revisão do projeto arquitetônico, reposicionamento de branding da companhia). Qual o modelo de negócio da Le Postiche? Temos lojas próprias e trabalhamos com licenciamento. São 80 próprias e, aproximadamente, 140 lojas licenciadas. Estas últimas possuem o projeto arquitetônico da marca padronizado, calendário promocional unificado no Brasil, campanhas alinhadas, mesmo material de ponto de venda, portfólios e preços. Operamos também um e-commerce. Qual o principal desafio de uma empresa de varejo no Brasil? Continuar em movimento e se reinventando porque o comporta-

Desde 2007, investimos bastante no e-commerce como uma ferramenta omnichannel, uma plataforma flexível e adaptável. Estamos nos preparando para trabalhar com marketplace (projeto a médio prazo) e introduzir o omnichannel – interação físico/virtual com o consumidor da melhor maneira. E a crise? Como a empresa passou por esse período? Teve algum aprendizado? Sim, tivemos muitos aprendizados ao longo da crise. Repensamos a companhia, fizemos fusões de alguns negócios, repensamos modelos e olhamos nossos talentos para sermos mais ágeis e produtivos. Quais as dicas que você pode dar para quem quer empreender? Importante que tenha vocação para o empreendedorismo e desejo de se entregar ao projeto com dedicação integral. Quando você empreende é responsável por tudo. No início, a estrutura é pequena, sendo o dono responsável por todo o processo. É importante que a companhia tenha propósito, alma, proposta de valor significativa para fazer a diferença.


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FEIRAS: MAIS

A opção por vender em espaços ao ar livre e eventos traz economia com ponto

A artesã Denise Lemos, que expõe em uma feira na zona sul de São Paulo: proximidade com o cliente

Patricia Gonzalez

F

eiras, eventos, exposições. Levar seus produtos para perto do público se mostra excelente oportunidade para empreendedores que querem incrementar as vendas. Além disso, a economia com os custos de manter uma loja própria, a ajuda na divulgação da marca e a possibilidade de manter-se atualizado com as tendências do mercado são apontados pelos empreendedores como os principais motivos para investir na participação dos diversos eventos disponíveis em todo o Estado. Mas, afinal, como aproveitar ao máximo a participação em feiras e como escolher onde e quando participar? A analista de negócios do Sebrae-SP Juliana Segalio ressalta que a principal diferença entre expor os produtos em uma loja física e em uma feira é a disponibilidade

do espaço. Normalmente, quando o empreendedor tem seu próprio ponto comercial, o espaço e a estrutura para exposição da mercadoria já foram pensadas de forma mais completa. Nas feiras, é preciso adaptar-se ao que os organizadores oferecem. “Um ponto relevante é que a identidade da empresa deve ser minimamente preservada. Também é importante investir no visual merchandising, como iluminação direcionada, displays para suporte de produtos com alturas diferentes que proporcionam maior atenção do cliente, tecidos e materiais que valorizem os objetos, além aromas e sons, quando possível”, aconselha. De olho nessa oportunidade, a artesã Denise Lemos resolveu expor seus produtos regularmente uma feira de artesanato na Praça das Amoras, no bairro Jardim da Saúde, em São Paulo. Ela vende

itens como organizador de maquiagem, porta-óculos e marcadores de página. Os preços de seus produtos variam de R$ 5 a R$ 50. “Nas feiras posso estar mais próximo do cliente e falar dos meus produtos com mais detalhes. Não tenho a preocupação de um aluguel mensal, o que seria muito difícil manter. Além disso, o aluguel de uma barraca em feira é mais acessível”, conta. A empreendedora faz artesanato desde os 13 anos e, para ela, estar com outros artesãos faz com que se sinta mais confiante. Além das feiras, ela divulga os produtos nas redes sociais e investe muito na divulgação boca a boca. Seus primeiros clientes, inclusive, chegaram por meio de amigos que ela presenteava com seus produtos. Quando percebeu que seu negócio começou a emplacar, Denise desenvolveu, em março de 2015, a sua

própria marca: a Deni & Star Artesanatos (junção de seu apelido com o de seu marido). No mês seguinte, ela participou de sua primeira feira. O convite veio por intermédio de uma amiga, que já havia participado de outros eventos. “Logo que comecei a participar desses eventos, vi que houve um aumento significativo de curtidas nas minhas páginas nas redes sociais. As feiras permitem que eu esteja em contato com um público muito diverso, uma realidade diferente do ponto fixo”, diz.

ANÁLISE ATENTA

Outro exemplo bem-sucedido em quem resolveu apostar nas feiras é o da ex-bancária Heloisa Helena Campos Siguimoto. Depois de sofrer os efeitos da crise econômica, ela resolveu comprar alguns tecidos e uma máquina de costura com o úl-


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PERTO DO PÚBLICO

fixo e auxilia na divulgação da marca; perfil do frequentador é um ponto de atenção timo saldo restante em conta. Como já tinha interesse no assunto, uma vez que costumava fazer ajustes nas próprias roupas, ela estudou diversas técnicas e hoje seu trabalho está focado na confecção de peças para bebês. Heloisa costuma fazer análise criteriosa antes de decidir participar de uma feira. Conversar com expositores que já conhecem o local e participaram de eventos anteriores para buscar informações sobre o público de cada evento são práticas comuns em sua rotina. Ela ainda sugere atenção a outros pontos, como o dia da semana e do mês em que o evento irá acontecer, pois tudo interfere na quantidade e perfil do público – assim como na disposição dos clientes em comprar. Em um dia de feira, a empreendedora revela que alcança um fatu-

ramento médio de até R$ 1,5 mil. O foco dela está em clientes que valorizam produtos customizados e feitos manualmente. “O diferencial é que minhas peças são feitas de forma personalizada, com a qualidade e o acabamento que eu mesma gostaria de adquirir. Sempre acompanho todas as etapas de produção”, afirma. Para profissionalizar o seu negócio, Heloisa fez cursos do Sebrae e colocou em prática orientações como fazer uma boa foto do produto, colocar as hashtags corretas ao divulgar nas redes sociais e impulsionar essas publicações, além de segmentar seu público. “Nas redes sociais, por exemplo, usar uma boa imagem, e que tenha um toque de emoção, ajuda para que o cliente se veja usando o produto. Se for pessoalmente, eu consigo demonstrar as vantagens de adquirir cada produto”, diz.

PLANEJAMENTO

COMO PARTICIPAR

Os sites das prefeituras costumam divulgar periodicamente editais sobre como participar em feiras. As publicações ocorrem ao longo do ano. No caso da cidade de São Paulo, por exemplo, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento faz algumas divulgações para chamar os empreendedores. Além dela, as subprefeituras também organizam alguns desses eventos locais. Todas essas informações também

são sempre disponibilizadas em Diário Oficial, por isso é importante acompanhar essas publicações com frequência. Outra orientação é estar sempre atento às informações que circulam nas redes de contato, como os grupos nas redes sociais. Nesses espaços, os empreendedores trocam dicas e conhecimentos valiosos, que podem ser úteis para encontrar oportunidades adequadas ao perfil de público.

Antes de participar de feiras e eventos, preste atenção a alguns aspectos, tanto externos (que não dependem do empreendedor) quanto internos (que dizem respeito ao empreendedor e seus produtos):

ASPECTOS EXTERNOS

ASPECTOS INTERNOS

• TIPO E PORTE DA FEIRA

• CUSTOS PARA EXPOSIÇÃO

• RELEVÂNCIA NO SETOR

• MATERIAIS E INSTALAÇÃO

• PÚBLICO VISITANTE

• TREINAMENTO DE EQUIPE

• PERIODICIDADE

• SELEÇÃO CRITERIOSA DE PRODUTOS, EMBALAGENS E OPÇÕES DE PAGAMENTO AO CLIENTE

• ESCOLHA DO ESPAÇO, TAXAS E ATENÇÃO AOS PRAZOS E NORMAS DE INSCRIÇÃO

• VISUAL MERCHANDISING, COMO ILUMINAÇÃO, DISPLAYS ADEQUADOS, TECIDOS E MATERIAIS QUE VALORIZEM OS OBJETOS, ETC.


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EMPREENDER

Abrir um negócio é a opção que resta a muitos refugiados,

Mohamad Alsaheb: da guerra na Síria à sua própria escola de idiomas no Brasil

Diego Braga Norte

A

fala é articulada, mas são perceptíveis o sotaque e as peculiaridades do vocabulário de quem ainda está aprendendo um novo idioma. No Brasil há quatro anos, o publicitário sírio Mohamad Alsaheb nunca sequer tinha ouvido o português. Fugindo da guerra civil que desde 2011 dilacera seu país, Alsaheb saiu de Damasco, capital da Síria, passou rapidamente por Dubai e fixou-se em Beirute. Depois de dois anos no Líbano, teve de sair pois não conseguiu obter o status de refugiado. Assim como muito de seus conterrâneos, seu sonho era procurar uma nova vida na Europa. Tentou entrar na França, mas não conseguiu. Barrado no aeroporto, viu-se obrigado a pegar um avião para algum país que o

aceitasse. Assim ele chegou no Brasil em 2014, com pouco dinheiro, sem amigos e parentes e nenhuma informação sobre o país. “Logo que cheguei aqui, queria trabalhar em minha área, mas sem falar a língua é muito difícil”, conta. Para melhorar seu português, ele começou a frequentar aulas para estrangeiros na ONG Abraço Cultural. Lá, foi convidado a ensinar inglês como professor voluntário. “Viram que eu tinha jeito para a coisa”. Nasciam ali um professor e um empreendedor, novas oportunidades para Alsaheb. Pouco mais de quatro anos depois, o ex-publicitário virou professor e abriu sua própria escola de idiomas. Localizada no centro de São Paulo, a instituição oferece aulas regulares de árabe e inglês, e também cursos sazonais

de caligrafia e maquiagem árabe. “A minha intenção é integrar língua e cultura”, explica. Com mais de 50 alunos, Alsaheb está procurando um espaço maior para alugar. A trilha que Mohamad Alsaheb vem traçando no Brasil é comum a muitos imigrantes e refugiados (saiba a diferença no texto ao lado) que encontram no empreendedorismo alternativa para a difícil missão de conseguir um emprego sem dominar a língua e sem nenhum contato profissional. Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e especialista em mercado de trabalho, afirma que apesar da alta qualificação de muitos refugiados – alguns até com doutorado –, as oportunidades de empregos formais são escassas. “Uma saída é transformar pelo me-

nos parte dessa massa de pessoas que quer e precisa trabalhar em empreendedores qualificados”, avalia. Feldmann aponta um modelo a ser seguido na integração de imigrantes. “A Alemanha fez isso com muito sucesso, tem uma economia forte, diversificada e foi feliz na absorção de mais de 2 milhões de pessoas. Eles desenvolveram políticas públicas consistentes de estímulo ao empreendedorismo”. Cerca de 30% dos refugiados que a Alemanha recebeu se tornaram empreendedores.

APRENDENDO COM OS ERROS

Há seis anos no Brasil, Talal Al Tinawi é um exemplo de refugiado com alta qualificação. Engenheiro mecânico, saiu da Síria em busca de


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COMO REFÚGIO

mas muitos conseguem transformar isso em um projeto de vida um local mais seguro para sua família. Chegou ao Brasil com a mulher e dois filhos e, sem conseguir emprego em sua área, sobreviveu de bicos. Mas, diante do sucesso dos pratos e quitutes servidos durante uma festa de aniversário para um dos filhos, em 2015, amigos brasileiros o incentivaram a vender comida árabe profissionalmente. Através de um site de crowdfunding (a popular “vaquinha”), Al Tinawi conseguiu amealhar R$ 70 mil para abrir sua primeira loja em abril de 2016. Empolgado com o negócio, ele chegou a ter três estabelecimentos – um no Brooklin e dois em Moema –, mas, sem nenhuma experiência, não conseguiu mantê-los. Hoje, o engenheiro-cozinheiro e sua mulher fazem a comida em sua casa, no Campo Belo. As entregas na região são feitas por eles mesmos, além de parcerias com as empresas iFood e Uber Eats para encomendas de locais mais distantes. Mais precavido, Al Tinawi fez um curso no Sebrae-SP para aprender sobre gestão e a legislação brasileira. “Está muito ruim para expandir neste momento, mas estou me preparando”, diz. Depois de aprender com seus erros, ele aconselha: “Os pequenos empresários têm de saber usar o dinheiro, planejar e pesquisar muito antes de sair gastando”.

NEGÓCIO EM MUTAÇÃO

De acordo com uma pesquisa do Sebrae, cerca de um terço das novas empresas fecha em até dois anos. Os motivos são variados, mas muitos podem ser evitados por gestores competentes e que não temem mudanças bruscas. A síria Joanna Ibrahim é uma dessas empreendedoras inquietas que veem na transformação uma oportunidade. Ela chegou no país em janeiro de 2015 e conta que passou pelo menos um ano e meio dedicando-se a aprender o português. Antes de se fixar em São Paulo, morou no Paraná e em Minas Gerais. E foi em Juiz de Fora,

na casa de sua tia a e sua avó (também refugiadas), que Joanna teve a ideia de criar um site para vender ingredientes árabes para pessoas fora dos grandes centros. “Em São Paulo dá para encontrar tudo, mas para pessoas que estão em cidades menores é complicado comprar alguns produtos”, explica. O comércio online não vingou. “Tem muitos produtos com vencimento, tive problemas com frete, logística e outras complicações”, diz. Joanna então idealizou e criou um aplicativo para conectar refugiados que gostam do cozinhar com o público. A ideia era fazer uma ponte para oferecer serviços e produtos gastronômicos. Com a ajuda de uma incubadora, ela inscreveu sua startup no Hult Prize, premiação nos Estados Unidos que é considerada uma das maiores do mundo para o empreendedorismo, com aporte de US$ 1 milhão para a iniciativa vencedora. “Chegamos à semifinal. Não ganhamos o dinheiro, mas tivemos muita visibilidade”. Em mais uma guinada em seu negócio, nasceu a Open Taste, um misto de restaurante, escola e incubadora de talentos culinários. O restaurante, em Pinheiros, abre todas as sextas-feiras com cardápio e cozinheiros diferentes. Lá, é possível experimentar comida síria, boliviana, haitiana, venezuelana, costa-marfinense, congolesa, palestina, líbia, entre outras. A empreendedora e seus parceiros, no entanto, não estavam conseguindo obter lucro. A comida acabava geralmente às 15h e muitos clientes não conseguiam ser atendidos. Há entre os refugiados muitos bons cozinheiros, mas nem todos com o profissionalismo que um restaurante exige. Desenvolvido com o apoio da aceleradora Blue Fields Developing, o novo modelo de negócio nasceu de uma pesquisa de mercado. “Nós descobrimos que o cliente final é influenciado pela empatia. São pessoas que compram três vezes, no máximo, só para ajudar os

refugiados, mas depois param, não se transformam em clientes regulares”, explica. Depois de uma dose de boa gestão, o Open Taste ganhou um padrão de qualidade, pratos com uma apresentação mais profissional, chefe de cozinha, ajudantes e funcionários fixos. A ideia era criar algo especial e fazer com que os clientes tenham uma experiência para voltarem sempre. Assim, os refugiados cozinheiros farão uma imersão de um mês

no local com um chefe que os treinará em uma cozinha profissional. “Queremos investir na carreira desses refugiados e ajudá-los a criar um cardápio com personalidade”, explica Joanna. O Open Taste assume o risco e compra todos os ingredientes para os cozinheiros “conseguirem servir por mais de três horas”. A empreendedora ensina que para manter o negócio é preciso ter recorrência e profissionalismo. “O Open Taste não é uma ONG, é uma empresa para dar lucro”.

Diferença entre refugiados e imigrantes Refugiados são aqueles que saem de seus

ou simplesmente buscando melhores

países fugindo de guerras, perseguição

oportunidades. Os países são soberanos

política, étnica ou religiosa – e podem provar

para deportar imigrantes que chegam em seu

isso de alguma forma. Já imigrante é qualquer

território ilegalmente (sem vistos ou outra

pessoa que se muda de um país para outro.

autorização), mas não podem fazer o mesmo

Imigrantes podem estar fugindo da pobreza

com os refugiados.

Sebrae-SP capacita refugiados em São Paulo Desde 2016, o Sebrae-SP mantém projetos de

no centro de São Paulo. “Será uma incubadora

capacitação profissional e empreendedorismo

ao ar livre, com os empreendedores

para refugiados. As ações, que já tiveram

estrangeiros aprendendo na prática técnicas

parceiros como o Comitê Nacional para os

de vendas, gestão e relacionamento com

Refugiados (Conare) e a Agência das Nações

clientes”, explica Robazza.

Unidas para Refugiados (Acnur), hoje são fruto

Na turma que iniciou o programa há imigrantes

de uma empreitada conjunta do Sebrae-SP,

e refugiados venezuelanos, sírios, bolivianos,

Subprefeitura Regional da Sé, Missão Paz e a

angolanos, congoleses, senegalenses,

Arquidiocese de São Paulo.

malianos e haitianos. Para facilitar o

De acordo com o gerente do Escritório

aprendizado daqueles que ainda não dominam

Regional Centro do Sebrae-SP, Alexandre

o português, a Missão Paz mantém tradutores

Robazza, a atual versão do programa

e o Sebrae-SP destacou facilitadores bilíngues

começou em dezembro com o objetivo de

para comandarem as atividades.

elevar a capacitação profissional e apresentar o empreendedorismo aos refugiados e imigrantes. Dividido em ciclos, os participantes recebem na primeira etapa palestras de sensibilização, explicações sobre questões legais e noções de empreendedorismo. Na segunda fase, quem quiser pode participar do curso Super MEI Gestão, receber ajuda para montar um plano de negócios e para ter acesso ao crédito do programa Juro Zero. A terceira etapa prevê um espaço para exposição e vendas dos produtos na Praça Princesa Isabel,


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RECEITA PARA

Pães artesanais conquistam consumidores, mas decisão de

Alessandra Guimarães (esq) e Carla Santos, da Aleguí: cuidados para manter o caráter artesanal dos produtos

O

Gabriel Jareta

cheirinho de pão assando em uma casa na Vila Romana, zona oeste de São Paulo, costumava chamar a atenção dos vizinhos, que começaram a perguntar às ocupantes do imóvel quando eles poderiam experimentar os produtos. Dentro da casa, funcionava desde abril de 2018 a Aleguí Pães Artesanais, que fornecia para hamburguerias, restaurantes e eventos corporativos diversos tipos de pães feitos sem aditivos ou conservantes, utilizando fermentação natural. “Era tanta gente perguntando que resolvemos abrir as portas”, conta Carla Santos, sócia

da padaria, que passou a atender o público em janeiro. Vinda do setor publicitário, Carla se uniu a Alessandra Guimarães, que já produzia há quatro anos em pequena escala, a partir de uma cozinha compartilhada. “Hoje a Alessandra cuida da cozinha e eu cuido do restante”, diz. A abertura da loja e a expansão da produção foram passos muito bem planejados. Em um mercado que valoriza a qualidade e o cuidado com os produtos, dar um salto grande demais é um risco para o negócio. “Não quisemos apostar todas as fichas na padaria de uma

vez, já temos nossos clientes fixos. Vamos até servir um cafezinho, mas por enquanto precisamos ter retorno. O investimento na casa foi muito grande”, conta Carla. Outra mudança foi em relação às entregas: antes, eram elas quem levavam os produtos aos clientes. Hoje, precisaram terceirizar a entrega. “A logística com alimentos é muito difícil”, diz a empreendedora. Por essas questões do dia a dia do negócio, Carla e a sócia têm em mente que não podem crescer demais para não perder o caráter artesanal da padaria – o que inclui atendimento próximo e personalizado.

“Um dos desafios de empreender é que cada hora surge uma coisa nova para correr atrás. E também é preciso muito cuidado para manter uma sociedade, principalmente no começo, quando ainda estamos pagando a conta”, observa.

EXPANSÃO

O mercado de padarias artesanais e de pequenos produtores de pão passa por um momento de expansão, especialmente na cidade de São Paulo. Voltado para um público interessado na origem dos ingredientes e no modelo de produção, e


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CRESCER BEM

produzir em escala maior deve ser muito bem planejada disposto a investir um pouco mais no pão de cada dia, o alimento de casca mais dura e miolo aerado ganha espaço até nas gôndolas de redes de padaria. “A chamada ‘saudabilidade’ é uma tendência no setor de alimentação”, explica a consultora do Sebrae-SP Michelle de Melo Santos. “Os consumidores estão buscando alimentos com fermentação natural, com farinha orgânica, cereais e produtos funcionais, buscando menos desperdício e valorizando produtores locais”, diz. Para o responsável pelo marketing da Sampapão (associação que reúne as empresas de panificação de São Paulo), Antônio Saú Rodriguez, a fórmula é clara: “O futuro da panificação, na verdade, é o passado”. Embora a entidade ainda não tenha feito pesquisas específicas sobre padarias artesanais, ela investe em qualificação para seus associados nesse tema. “Há uma clientela das classes A e B que procura padarias pequenas ou mesmo quem não tem padaria. Nosso foco é incentivar que todo segmento possa participar disso e oferecer pães de fermentação natural, pães rústicos”, afirma. Mas para quem resolve sair da panificação como hobby e se profis-

sionalizar, manter o equilíbrio entre crescimento e as características artesanais dos pães é um dos maiores desafios. “Esse produto é mais caro porque a matéria prima é mais cara, exige um tempo de preparação maior, fermentação longa. É difícil produzir em grande escala, e o custo dessa produção pode se tornar um problema”, diz Michelle, do Sebrae-SP. Para ela, como um dos principais custos do negócio é o valor do aluguel, uma boa saída é procurar uma cozinha compartilhada.

CRESCIMENTO ‘SLOW’

O músico Ramiro Murillo começou a produzir pães artesanais há cerca de dois anos na edícula de sua casa, no bairro da Pompeia, em São Paulo. Interessado por gastronomia e disposto a investir nessa área, aprendeu as técnicas de fermentação natural com um amigo e começou a fazer testes. “Quando experimentei um pão de fermentação natural pela primeira vez, senti que era diferente. A qualidade era melhor, a digestão era melhor. Foi uma realização muito grande quando vi meu primeiro pão dar certo”, lembra. O sucesso dos pães de Murillo deu início às primeiras encomendas,

O que é fermentação natural Mais do que uma tendência atual, a história

Exposto ao meio ambiente, o fermento natural

dos pães com fermentação natural remonta

(também conhecido como levain ou massa

a 4 mil anos a.C., produzido e consumido por

madre) adquire características próprias da

egípcios e hebreus. Essa é a forma original de fazer pão com fermento, que resulta em uma casca mais dura, um miolo leve e aerado, sabor mais marcante, e digestão mais fácil. “Fermentação natural (estamos falando de pão) é o produto da ação de microorganismos que se alimentam da mistura de

ação dos micro-organismos – diversos tipos de fungos e bactérias – que vivem naquela região. Para começar do zero, o fermento parte dessa mistura de farinha de trigo e água, que precisa ser “alimentada” periodicamente. Eventualmente, no início do processo o fermento natural pode levar outro ingrediente, como suco de abacaxi ou mesmo açúcar. Já

farinha e água. Eles consomem os açúcares

o fermento industrial, criado no século 19, e

contidos no trigo e, em troca, produzem gás

hoje encontrado nos supermercados em pó

carbônico, álcool e ácidos”, explica o crítico

ou fresco, em tabletes, acelera o processo

de gastronomia Luiz Américo Camargo em

de fermentação do pão, mas resulta em um

seu livro “Pão nosso”.

alimento menos complexo e saboroso.

NÃO ERRE A MÃO • Faça um plano de negócios, mapeando quem são os consumidores e fornecedores • Verifique os registros necessários na prefeitura e em órgãos como a Anvisa • Produzir em escala maior vai exigir mais atenção com estoque e custos fixos, como aluguel de um espaço maior • Atenção à padronização do produto, como tamanho e peso • Saiba contar a história do seu pão e seja honesto com o cliente

mas o seu negócio, El Panadero, começou para valer mesmo em agosto de 2017. Para isso, ele reformou a edícula, instalou um forno profissional e passou a produzir fornadas duas vezes por semana. Não há uma loja física, e todo o contato com os clientes é feito por whatsapp. A qualidade dos seus pães foi reconhecida até pela Folha de S.Paulo, que os incluiu em uma publicação como os melhores de São Paulo. “Minha produção é pequena mesmo, são cerca de 60 pães por semana. Por enquanto não pretendo ter um espaço físico para receber os clientes, mas quero chegar a 100 pães por semana e estou pensando em contratar um assistente”, diz Murillo. Dois motoboys em dias fixos são responsáveis por 80% das entregas, e o restante é retirado no local pelos clientes. Recentemente, ele adquiriu maquinário novo e está pensando em investir em mais um fogão e uma geladeira. “No slow food o crescimento também precisa ser slow (lento). Se eu dobrar a produção, eu quebro. O valor humano está agregado: o pão é você, não basta ape-

nas ser um empreendedor que vai investir dinheiro. Em larga escala, o fator humano se perde”, diz Murillo, que ainda continua trabalhando com música em parte do tempo. De acordo com ele, a concorrência entre as padarias ainda é pequena em relação à demanda crescente. Metade da divulgação de seus produtos é feita pelo boca a boca, a outra vem das redes sociais e do site da empresa. “O Instagram é hoje uma ferramenta de divulgação muito forte na gastronomia, mas ter um site é fundamental. O site dá credibilidade e consistência, mostra onde estou localizado, conta minha história”, afirma. Para a consultora Michelle, esse valor que o produto artesanal traz consigo deve ser transmitido ao cliente. “Os funcionários precisam estar aptos a explicar o que está sendo vendido, quais são os ingredientes. E não é porque o produto é artesanal que não deve ser padronizado, com o mesmo tamanho e peso. É muito importante contar a história do produto e sempre ser verdadeiro nas informações”, diz.


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Como atrair os primeiros clientes para seu negócio A adoção de estratégias específicas ajuda a impulsionar a empresa iniciante

U

m dos maiores desafios para qualquer empreendedor é conseguir atrair seus primeiros clientes. Por mais que ele tenha feito tudo dentro dos mandamentos do “bom empreendedorismo”, o pontapé inicial é sempre momento de apreensão, seja para o comerciante que abre as portas

1 6

5

do estabelecimento, seja o prestador de serviço ou o fornecedor de outras empresas. Contudo, há estratégias muito úteis e eficientes para serem aplicadas e trazerem resultados. Veja a seguir algumas orientações da consultora do Sebrae-SP Ariadne Mecate para tornar o começo do negócio bem-sucedido.

CONHEÇA BEM O PERFIL DO POTENCIAL CLIENTE DO SEU PRODUTO OU SERVIÇO Quem ele é, por que ele compra, do que ele gosta, o que vê, com que frequência ele compra (seja pessoa física ou pessoa jurídica).

FAÇA CONTEÚDO NAS REDES SOCIAIS EM QUE O CLIENTE ESTÁ

2

Poste conteúdo útil, dicas, curiosidades, utilize as hashtags corretas para ser encontrado, faça anúncio personalizado para esse público.

3

BUSQUE INDICAÇÕES Veja em sua rede de contatos quem pode indicar sua empresa para estes potenciais clientes.

4

TENHA UMA BOA ESTRATÉGIA DE INTERNET PARA SUA EMPRESA APARECER NOS PRIMEIROS RESULTADOS DE BUSCA

PROMOVA DEGUSTAÇÃO DO QUE VOCÊ VENDE Mesmo que seu produto ou serviço não seja alimentação, a degustação é bemvinda. Para isso, aproxime seu produto ou serviço de seu público, deixe-o experimentar, testar, usar realmente. Se ele agradar, o cliente vai querer comprar.

FAÇA PARCERIAS Associe-se a outras empresas que atendem esses mesmos clientes. Elas podem oferecer algum benefício, fazer divulgação em conjunto.

Faça um site que obedeça às regras dos buscadores. Assim, quando um cliente procurar na internet pelo que você vende, sua empresa aparecerá nos primeiros resultados. Veja mais em: bit.ly/meuprimeirocliente


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Melhores perspectivas CECÍLIA COIADO PREVIATO, Consultora do Sebrae-SP

Eu motivo a minha equipe. E quem me motiva? No mundo corporativo sempre ouvimos falar na necessidade de manter a equipe motivada para que os resultados sejam alcançados de maneira eficaz e para que a qualidade de vida dentro da empresa seja mantida. Para isso, é necessário que haja um líder que possa identificar pontos de motivação e aplicar na prática ações de incentivo. Na realidade das pequenas empresas, geralmente o líder é o próprio dono do negócio. Mas quem motiva esse líder? Não é tarefa fácil motivar o outro quando nós mesmos não sabemos ao certo o que nos motiva. É necessário que o empresário saiba quais são as suas necessidades mais intrínsecas. Nesse caso, não são apenas suas necessidades empresariais, mas principalmente as pessoais. Na maioria das vezes, esse é um dos grandes erros do empreendedor: querer separar suas necessidades profissionais das pessoais. Quando se trata de motivação, o empresário não deve separá-las, mas identificar os

pontos convergentes e saber que uma complementa a outra. Uma necessidade pessoal fará com que o líder tenha de se empenhar em algo específico dentro da empresa, assim como o inverso também é verdadeiro. Ao entender essa lógica, talvez fique mais clara a busca pela sua própria motivação, entendendo que esta dependerá do seu autoconhecimento e não necessariamente de incentivos externos, como o bom desempenho dos colaboradores, por exemplo. Portanto, o ideal é que o empreendedor entenda sua essência e a busque nos pequenos ganhos do dia a dia, seja em uma boa conversa com um cliente, um elogio espontâneo e até mesmo na solução de um problema. Um bom exercício que pode ser feito pelo empreendedor é se perguntar: “Por que eu abri esta empresa?”. Essa autoanálise irá determinar se a motivação do negócio ainda está ativa.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Acompanhe o Sebrae-SP no ambiente digital, em www.sebraesp.com.br, e nas redes sociais: facebook.com/sebraesp | twitter.com/sebraesp flickr.com/sebraesp | instagram.com/sebraesp soundcloud.com/sebraesp | issuu.com/sebraesp youtube.com/sebraesaopaulo

Em recente pesquisa do Sebrae Nacional, realizada ainda no final de 2018 com mais de 5,8 mil empreendedores, 67% dos donos de pequenos negócios disseram acreditar que 2019 seria um ano melhor do que 2018. Para 29,8% dos entrevistados, o que mais prejudicou a empresa em 2018 foi a corrupção, enquanto 19,7% se queixaram da taxa de juros e 18,7% citaram os elevados níveis de desemprego como o vilão para seus negócios. Os Microempreendedores Individuais (MEIs) lideraram as reclamações no que diz respeito à falta de trabalho no setor, enquanto as empresas de pequeno porte e microempresas citaram a corrupção e a recessão como principais problemas. Ainda é cedo para tirarmos conclusões sobre 2019, mas é certo que o Brasil está em um momento diferente do que foram os últimos anos. O alto índice de desemprego é um fator que atrapalha diretamente a atividade das MPEs. Se por um lado não aparece no levantamento como principal aspecto prejudicial, ele tem influência direta nos resultados. Quanto mais gente sem trabalho, menor poder aquisitivo e menos consumo das famílias, justamente os maiores clientes dos micro e pequenos negócios, fortemente dependentes do mercado interno. Paralelamente, 2018 registrou o surgimento de cerca de 1,3 milhão de MEIs. A figura jurídica, porta de entra-

da do empreendedorismo, mais uma vez se mostrou como possibilidade de solução para quem ficou sem renda. Porém, se lançar no empreendedorismo sem preparação é um risco muito alto. Empreender sem conhecimento, com pouco ou nenhum planejamento, não é recomendável. Por isso, o Sebrae-SP direciona seus esforços para ampliar permanentemente a capacitação daqueles que procuram investir em pequenos negócios. A cultura e a educação empreendedoras, baseadas no estímulo à criatividade, transformam boas intenções e ideias em algo concreto e com reais chances de prosperar. Temos muito trabalho a fazer e permaneceremos empenhados em dar todas as condições para um melhor desempenho e desenvolvimento das MPEs, que são parte de uma agenda prioritária, positiva e devem ser consideradas para o crescimento econômico do país. Em 2019, o Sebrae-SP estará pronto para gerar renda para o Brasil.

LUIS SOBRAL, diretor-superintendente do Sebrae-SP

FALE COM A REDAÇÃO imprensa@sebraesp.com.br


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o sebrae-sp não se responsabiliza pelas informações disponibilizadas neste espaço publicitário. o anunciante assume responsabilidade total por sua publicidade.

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*Programa ALI requer conhecimento avançado em gestão.


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AGENDA

ELOGIE. SUGIRA. CRITIQUE. RECLAME. Queremos ouvi-lo: 0800 570 0800 ouvidoria@sebraesp.com.br

FEIRAS DE NEGÓCIOS

EVENTOS DO SEBRAE-SP

FENINJER (JÓIAS, RELÓGIOS E AFINS)

ER BOTUCATU

Quando: 4/2

NA MEDIDA GESTÃO FINANCEIRA

Onde: Hotel Sheraton São Paulo WTC

Quando: 18, 19, 20, 25 e 26/2

Av. Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de Botucatu Rua Dr. Costa Leite, 1570 – Centro

Informações: feninjer.com.br/68-edicao

27ª ABIMAD - FEIRA BRASILEIRA DE MÓVEIS E ACESSÓRIOS DE ALTA DECORAÇÃO Quando: 5 a 8/2 Onde: São Paulo Expo

Valor: R$ 260

ER JUNDIAÍ EMPREENDA Quando: 11 a 15/2

Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de Jundiaí Rua 23 de Maio, 41 – Bairro Vianelo

Informações: abimad.com.br

Valor: R$ 840

CAMPUS PARTY BRASIL Quando: 12 a 17/2 Onde: Expo Center Norte

ER CAPITAL CENTRO NA MEDIDA - GESTÃO PARA E-COMMERCE Quando: 25/2 - das 9h às 16h

Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP Centro Rua 24 de Maio, 32 – Centro – São Paulo

Informações: brasil.campus-party.org

Valor: R$ 160

38ª HOME & GIFT

ER SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Quando: 16 a 19/2

OFICINA INOVE PARA GANHAR MAIS

Onde: São Paulo Expo

Quando: 18/2 - às 19h

Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP de São José dos Campos Rua Humaitá, 227 – Centro

Informações: abup.com.br

7ª TÊXTIL & HOME Quando: 16 a 19/2

Valor: Gratuito

ER ARARAQUARA CONTROLE DE ESTOQUE

Onde: São Paulo Expo

Quando: 21/2 - das 18h às 22h

Rodovia dos Imigrantes, km 1,5, Vila Água Funda, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional Sebrae-SP de Araraquara Av. Maria Antônia Camargo de Oliveira, 2903 – Vila Ferroviária

Informações: abup.com.br

Valor: R$ 80

ABCASA FAIR 2019 (ARTIGOS PARA CASA, DECORAÇÃO, PRESENTES E UTILIDADES DOMÉSTICAS) Quando: 21 a 25/2 Onde: Expo Center Norte

ER BAIXADA SANTISTA NA MEDIDA MARKETING Quando: 25 a 28/2

Rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo - SP

Onde: Escritório Regional do Sebrae-SP Baixada Santista Av. Washington Luiz, 176 – Vila Matias – Santos

Informações: abcasafair.com.br

Valor: R$ 240


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TEC &

LIVROS Comunicação (des)orientada para PMEs: 30 armadilhas que pegam ou vão pegar sua empresa (Traços e Ideias) Ao divulgar seus produtos, é comum que gestores de pequenas e médias empresas realizem ações de comunicação sem planejamento adequado e real ligação com a proposta de valor da marca. Esse é o alerta que faz o livro “Comunicação (des)orientada para PMEs: 30 armadilhas que pegam ou vão pegar sua empresa”. De autoria da Multivias Comunicação, a obra faz um apanhado do que a empresa viu na prática em seus dez anos de experiência atendendo negócios de diversos segmentos. Exemplo é o que se apresenta no capítulo “Um novo conceito não é um conceito”, fazendo referência ao slogan comum em qualquer tipo de negócio: “Um novo conceito em informática”, “Um novo conceito em padaria”, entre outros. A vontade de se diferenciar é tanta que o empresário acaba não percebendo que, ao posicionar sua marca como ‘um novo conceito’ está, na verdade, passando uma mensagem vazia. Vai Lá e Faz: Como Empreender na Era Digital e Tirar Ideias do Papel (Belas Letras) Em “Vai Lá e Faz: Como Empreender na Era Digital e Tirar Ideias do Papel”, Tiago Mattos mostra que é possível criar uma empresa bem-sucedida se tiver o direcionamento certo e entender as mudanças do mundo. Na visão de Mattos, nunca foi tão fácil fazer um livro, filme, música e uma empresa, basta não ter atitute passiva e esperar que as coisas aconteçam por si próprias. O autor é formado pela Singularity, a universidade erguida no Vale do Silício pelo Google em parceria com a Nasa. Pare de Pensar Como Empregado. Os 10 Segredos dos Empreendedores de Sucesso (Benvirá) O livro aborda as dez características fundamentais que distinguem empregados dos empreendedores, com reflexões essenciais sobre a forma como pensam, se comportam e agem. Keith Cameron propõe uma mudança de pensamento capaz de transformar um simples empregado num empreendedor, para que ele tenha uma vida profissional e pessoal mais satisfatória. A ideia do autor é tirar o leitor da postura passiva, com medo do desconhecido, para estimulá-lo a assumir posição ativa e com confiança.

PARCERIA ENTRE SEBRAE E ANPROTEC VAI RENDER INVESTIMENTO DE ATÉ R$ 25 MILHÕES EM STARTUPS A parceria entre o Sebrae e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) pode permitir o acesso, em 2019, a até R$ 25 milhões para a aproximação entre startups e médias e grandes empresas. A proposta do Programa Nexos é que cada startup receba um aporte de recursos (entre R$ 100 mil e R$ 250 mil) para o desenvolvimento de soluções de tecnologia, que atendam aos desafios apontados por médias e grandes corporações. Na primeira etapa do programa será feita a prospecção e articulação com grandes e médias empresas para definir os objetivos e as diretrizes do projeto de inovação, bem como as demandas tecnológicas e requisitos técnicos que serão apresentados às startups. Na etapa seguinte será realizada a divulgação do Desafio de Inovação e a seleção dos pequenos negócios inovadores. As startups selecionadas nessa fase passarão por processo de incubação e aceleração de até um ano, período no qual esses pequenos negócios vão receber capacitação, mentoria e suporte na prestação de contas do uso dos benefícios fiscais. Na etapa final, acontece a elaboração do projeto tecnológico, a captação de recursos para P&D e prototipagem; o acesso a serviços tecnológicos, jurídicos e a laboratórios de experimentação e desenvolvimento pelas startups. O regulamento do Nexos e os formulários de inscrição e outras informações sobre o Programa estão no site www.sebrae.com.br/nexos

CRESCE O USO DE MÁQUINA DE CARTÃO NOS PEQUENOS NEGÓCIOS Nos últimos dois anos, o uso das máquinas de cartões de crédito e débito nos pequenos negócios cresceu consideravelmente. Conforme pesquisa feita pelo Sebrae em 2018, mesmo com a oscilação da situação econômica do país, o aumento na utilização deste meio de pagamento foi de 19% em relação a 2016. A segurança e o faturamento são citados como importantes benefícios do uso dessas máquinas, além da satisfação do cliente. As máquinas de cartão têm sido mais adotadas pelos empresários do comércio, os mais jovens e mais acentuadamente nas microempresas. De acordo com a pesquisa, 46% dos pequenos negócios utilizavam cartões. Entre os Microempreendedores Individuais (MEIs) esse avanço é ainda mais notável: 54% deles passaram a usar as maquininhas nos últimos dois anos. A principal explicação para esses avanços foi o crescimento da concorrência: novos operadores oferendo máquinas sem aluguel e com taxas mais baixas.


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Quero investir em melhorias tecnológicas no meu comércio em 2019. Por onde devo começar?”

ASSISTENTES DE VOZ SÃO TENDÊNCIA PARA USO DOMÉSTICO

ESTRELAS ALÉM DO TEMPO A história de três mulheres negras que trabalharam na Nasa na década de 1960 está contada em “Estrelas Além do Tempo”, lançado em 2017. Durante a Guerra Fria, elas faziam parte da equipe de cientistas que foi essencial para o sucesso dos Estados Unidos na corrida espacial contra a União Soviética. Divulgação O filme retrata a luta delas para impor sua capacidade e superar os preconceitos da época contra mulheres, sobretudo as negras. Baseado em fatos reais, foi indicado ao Oscar de 2017 nas categorias de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e melhor roteiro adaptado (Theodoro Melfi).

Divulgação

A Consumer Electronics Show (CES) 2019, evento do mercado de tecnologia realizado em janeiro, em Las Vegas, apresentou três grandes tendências para o mercado de equipamentos para uso doméstico – a chamada “casa inteligente”. As informações são da Business Insider. A primeira tendência é que as empresas estão incluindo assistentes de voz com uso de inteligência artificial em tudo que é possível, do controle de luz dos banheiros a câmeras de monitoramento dos animais de estimação. A segunda tendência é que, além dos assistentes de voz, estão sendo inseridas telas para auxiliar controles que utilizem grande quantidade de informação ou quando a informação precisa ser exibida por mais tempo, como no caso de receitas. Finalmente, a maior parte dos fabricantes está equipando seus produtos com mais de uma plataforma de controle, como o Alexa, da Amazon, o Google Assistent e mesmo o Home Kit da Apple.

Fabio Avellar é executive partner da ICX LABS, startup de tecnologia para desenvolvimento

A decisão de investir em tecnologia necessita de planejamento adequado para que novas tecnologias e inovações não sejam implementadas de forma desnecessária ou ineficaz. Com a velocidade com que surgem novas tecnologias, esse planejamento se torna cada vez mais complexo e necessário. Tecnologias que proporcionem experiência de compra diferenciada e permitam avaliar a performance do negócio são um bom começo, tais como: • Câmeras de reconhecimento facial. Elas identificam o perfil do consumidor, definindo gênero, faixa etária, humor e características físicas. Esses dados possibilitam oferecer o produto adequado para cada perfil de consumidor e tornam a jornada de compra personalizada. Essa tecnologia utiliza webcam e software para fazer reconhecimento facial, que já é disponibilizado hoje por grandes empresas, como Google e Microsoft, ao custo de alguns centavos para cada análise. • Omnichannel. Integrar loja física e e-commerce, quer seja com espelhos interativos nos provadores ou por terminais instalados nas lojas. Além de proporcionar boa experiência e reconhecimento da marca, aumenta a conversão das vendas. • Analytics. Com o cruzamento de dados obtidos através dessas diferentes tecnologias – pontos de autoatendimento na loja física e câmeras de reconhecimento fácil –, é possível criar diversos indicadores para a avaliação detalhada da jornada de compra. Por exemplo: tempo de permanência do cliente, produtos visualizados, conversão de vendas por perfil do consumidor, por produto e diversos indicadores relevantes, não somente para o aumento na conversão de vendas, mas também para definir o planejamento estratégico do comércio. Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode ajudar o seu negócio? Pergunte a quem entende! Mande um e-mail para imprensa@sebraesp.com.br.


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Sabores da serra

Erico Kolya deixou a vida corporativa para investir no seu projeto no campo, o Pé do Morro, na Serra do Japi Erico Kolya, do Pé do Morro: imersão na vida rural para empreender

“S

ou formado em administração pública e trabalhei durante seis anos em uma multinacional alemã. Foi no último ano de empresa, em 2015, que decidi sair e trabalhar com algumas coisas com que eu me identificava. O projeto era trabalhar em algumas propriedades rurais com vinho, queijo, azeite e cerveja. Entrei em contato com alguns produtores, contando o meu projeto e perguntando se poderia trabalhar para aprender o ofício. Eu sempre fui muito ligado ao campo, e quando tive uma oportunidade de me desligar do meu antigo emprego juntei toda a minha vontade e coragem, saí do mundo coorporativo e comecei a trabalhar com

a terra. Passei um tempo em uma espécie de imersão na vida rural. Morei dois meses na Argentina trabalhando com vinho, um mês na Alemanha trabalhando com queijo em uma fazenda biodinâmica e outros dois meses nos Alpes, na Suíça, com gado e queijo. Eu trocava meu trabalho por cama, comida e aprendizado. Morei com pessoas incríveis que, além de me mostrarem a parte técnica dessas produções, me ensinaram muito sobre a vida. Em setembro de 2016, eu voltei ao Brasil e junto com o meu pai começamos a transformar o nosso sítio, o 7 Luas, ao pé da Serra do Japi, em Cabreúva. Plantamos uvas e oliveiras, organizávamos mutirões

com amigos e o projeto Pé do Morro foi nascendo. Comecei a arriscar os primeiros queijos, visitei produtores, aprendi como o queijo era feito nas nossas regiões tradicionais e aos poucos o negócio foi crescendo. Mais tarde chegou o Nícolas Berbardo, que trouxe muito conhecimento técnico, e agora toca a queijaria com a ajuda da Nancy Portillo, e a Nathalia Oliveira, estagiária vinda de um colégio agrícola em Jundiaí. Nossos queijos crescem e se desenvolvem com o projeto. Hoje são cinco tipos. Queremos testar processos novos, maturações novas, trabalhar cada vez mais próximo e em conjunto com as nossas características aqui da Serra do Japi. O queijo

acaba sendo só um detalhe dentro de tudo o que fazemos aqui. Temos a uva que já entrou nas primeiras garrafas esse ano, as oliveiras que ainda estão ganhando corpo, temos o nosso café e empório, que abrimos aos fins de semana, e onde podemos mostrar com orgulho tudo o que fizemos até agora. O plano é oferecer uma experiência completa para quem nos visitar, com os queijos, vinhos, azeite, pães, geleias e mel. O Sebrae, em parceria com o Senar, ajuda com os cursos que oferecem aos produtores, além da rede de contato e de informações para as nossas dúvidas. Se 2016 foi um ano de aprendizado e primeiros testes, em 2017 refinamos os nossos processos e começamos a desenvolver os nossos queijos. O ano de 2018 foi de formação de equipe e investimento, e agora 2019 é o ano da nossa consolidação e de crescimento. Desde 2016, meu pai e eu não recebemos pró-labore e continuamos investindo na propriedade. Nós tratamos cada atividade como unidades de negócio diferentes. Os únicos que caminham com seus próprios recursos são a queijaria e o café. O leite, vinho e oliveira ainda precisam de nosso aporte e não misturamos as coisas. O investimento vem de capital próprio. Para quem pretende empreender, a dica é estudar bastante o que se pretende fazer, se dedicar muito e se preparar para um bom período até que o retorno apareça. Quando se tem conceito bem formado, boa estratégia, bom planejamento e muita dedicação as coisas dão certo. Só temos que estar preparados, financeiramente, psicologicamente e com muita disposição para trabalhar.” Assista ao vídeo com a história em: bit.ly/queijosartesanais


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