JORNAL DE NEGÓCIOS - #325

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Depois de passar por várias profissões, Sandra Cicilini realizou o sonho de ser marceneira

CORAGEM PARA EMPREENDER

Elas são mães, empreendedoras e atuam em áreas dominadas pelos homens. Para vencer a resistência até dentro da família, buscam capacitação e autoconhecimento Pág. 8 A atriz Cristiana Oliveira hoje encara os desafios de um negócio Pág. 3

Como saber se sua empresa está pronta para a sucessão Pág. 4

Home office, ano 2: o que os empreendedores aprenderam? Pág. 6


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Mães que multiplicam, conectam, realizam TIRSO MEIRELLES, Presidente do Sebrae‑SP e empreendedor

Das mais de 10 milhões de empreendedoras brasileiras, cerca de 7 milhões têm filhos, quase metade cuida deles sozinhas e boa parte optou por empreender após a maternidade. Algumas tomaram essa decisão por necessidade, outras por oportunidade e outras, ainda, para ter espaço para realizar o sonho de serem mães. O que conecta todas é que ser mãe e empreendedora mudou o rumo de suas histórias de vida. Histórias que começam como a Vandirceia Grippa, a Vandi, do Ateliê dos Sabores, em Descalvado. O sonho de ser mãe, que a acompanhava desde menina, encontrou-se com o desejo de empreender após a licença-maternidade. Com a cara e a coragem, deixou um emprego como executiva numa grande empresa para vender doces mineiros de porta em porta e, assim, ter mais tempo de curtir a filha Beatriz. Com os pedidos dos doces, vieram outros, e ela viu a opor-

tunidade de montar uma empresa diferenciada para a região, com produtos de alta qualidade e que resgatassem as memórias afetivas ligadas aos antepassados. Nascia assim a casa que desenvolve produtos fora do convencional. Dez anos separam a história da Vandi a da paulistana Maria Fernanda Rizzo, do Empório da Papinha. A inspiração para o negócio pioneiro no Brasil surgiu também após a maternidade, nas noites em que preparava papinha orgânica para sua filha, após uma extenuante jornada de trabalho. Afinal, que mãe não quer oferecer aos filhos alimentação saudável e saborosa? Durante um ano estudou o mercado e, com apoio do marido, criou a primeira empresa de papinhas infantis orgânicas do Brasil. Nesses processos e em tantos outros que encontramos em nossa rede de atendimento, o ‘ouvir o coração’ e ‘ter amor pelo que faz’ foi o que impulsionou as empreendedoras a conectarem-se

às necessidades e aos desejos dos clientes, prezar pela qualidade dos produtos, formar redes, serem criativas, inovadoras e resilientes. Dessa forma, as mães que empreendem trazem à tona atitudes e comportamentos que as diferenciam no mercado e ajudam no processo de permanência nele. No mês em que comemoramos o Dia das Mães, minha homenagem a essas mulheres corajosas, em nome especialmente da minha mãe, Ivelle Lacerda Meirelles, que cultivam em suas famílias e nas de seus colaboradores uma nova e atuante geração de empreendedores. Se é pelo exemplo que se aprende, temos milhões de modelos de comportamento de mães empreendedoras que assumem riscos, correm atrás do que querem, se atualizam constantemente e se comprometem com o empreendimento. Porque tal como o filho, a empresa é um pedaço de si multiplicado para o bem de toda sociedade.

Destaques

Sebrae-SP, Metrô e CPTM fazem campanha para cursos gratuitos de empreendedorismo O Metrô e a CPTM, empresas ligadas à Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), se uniram ao Sebrae-SP para levar aos passageiros novos caminhos em direção ao empreendedorismo. De 12 de abril até 10 de maio, quem circula pelo sistema metroferroviário poderá acompanhar nos monitores das estações informações sobre oportunidades gratuitas de qualificação empreendedora do Empreenda Rápido, programa desenvolvido pelo Governo de SP, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com o próprio Sebrae-SP. A divulgação será feita por meio de vídeos nos monitores de TV das estações e cartazes afixados nas estações. Além disso, as redes sociais oficiais das duas empresas vão compartilhar essa oportunidade.

Ao todo, são 400 mil vagas de cursos técnicos e de gestão durante o ano de 2021, tanto para pessoas que querem começar a empreender, quanto para quem já possui uma empresa e precisa melhorar sua produtividade e competitividade no mercado. As aulas são ministradas pelo Sebrae-SP, Senac, Senai, Centro Paula Souza e Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Além das qualificações, o Empreenda Rápido auxilia os empreendedores no acesso a novos mercados e na busca por crédito orientado. Para 2021 estão sendo disponibilizados mais de R$ 150 milhões em microcrédito aos concluintes dos cursos via Banco do Povo. Em virtude das medidas de combate à pandemia em todo o Estado, as aulas estão sendo realizadas de

forma 100% online, ao vivo. Há ainda opções ensino a distância (EAD) e também por WhatsApp. Conforme o Plano SP for avançando para fases menos restritivas haverá opções híbridas e presenciais. Para se inscrever, o passageiro deve apontar a câmera do celular para o QR Code dos vídeos e cartazes disponibilizados no sistema metroferroviário até o dia 10 de maio e preencher os dados. Para o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit, o programa auxilia empreendedores em temas fundamentais para o sucesso e longevidade dos negócios. “Abrir uma empresa é um grande passo na vida do empreendedor. Mas o maior desafio é mantê-la viva e competitiva no mercado. A taxa de mortalidade dos pequenos negócios no Estado é,

em média, de 39% entre o ano 2000 e 2019, mas notamos que essa taxa cai para 19% entre as empresas atendidas pelo Sebrae-SP, capacitadas em gestão e com mais oportunidades de acesso a novos mercados e crédito orientado, pilares do Empreenda Rápido”, comenta. A STM cuida diariamente (em tempos normais) do transporte de cerca de 10 milhões de passageiros que usam os ônibus gerenciados pela EMTU, além dos trens do Metrô, da CPTM e das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, concedidas à iniciativa privada. A Estrada de Ferro Campos do Jordão, no interior do Estado, também é responsabilidade da STM, assim como o Parque Capivari, igualmente em Campos do Jordão e concedido à iniciativa privada.


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Entrevista do mês

Das telas para os negócios

Além de atriz consagrada, Cristiana Oliveira também é dona de marcas de cosméticos e joias Divulgação

Kaio Augusto

P

ara muitos brasileiros, o nome Cristiana Oliveira é suficiente para despertar as lembranças de diversas produções da TV nacional. Mesmo com a fama, a eterna Juma, da novela Pantanal, agora se aventura menos entre as câmeras e mais entre os desafios de empreender com as próprias marcas. Atualmente, Cristiana atua como diretora de comunicação da D’Bianco, marca de cosméticos do qual também é sócia, além da C.O. Joias e C.O. Cosméticos. Ela conta ao Jornal de Negócios sobre a jornada, os aprendizados e os desafios da vida de empresária. Quando surgiu a vontade de empreender? Eu me lembro quando tinha cerca de 10 anos de idade e pegava algumas revistas em quadrinhos antigas ou fazia brincos e colares para vender para as pessoas que passavam na porta da minha casa. Então, eu sempre tive uma “veia empreendedora” e sempre quis investir meu dinheiro em algo em que pudesse ser ativa, porque a carreira de atriz é muito instável. Porém, confesso que tinha muito medo de fracassar. Quanto mais planejava e ia adicionando detalhes ao projeto, esse receio me paralisava. Isso realmente aconteceu em 2014, quando me afastei da Rede Globo, e senti a necessidade de fazer alguma coisa, mas que fosse algo que gostasse, não focando só no dinheiro.

O que levou você a escolher o mercado de beleza e semijoias? Desde a adolescência sempre gostei muito de joias e do significado de algumas serem eternas, passando de mãe para filha, mas não sou uma designer. Foi então que conversei com quem tinha essa habilidade, só que a logística disso tudo ficou muito complicada. Fui atrás de fornecedores de semijoias que correspondiam à minha expectativa. Comecei a comprar esses produtos e fazer viagens pelo Brasil para realizar

uma marca nova nos salões, então existe todo um trabalho de venda e apresentação das qualidades da D’Bianco. Hoje meu trabalho é de formiguinha, mas tento sempre trabalhar o diferencial que é a maneira que trato as pessoas. Manter o relacionamento com os clientes pela internet é ótimo, mas não substitui essa coisa de poder falar com as pessoas, seja em uma reunião ou por ligação, porque isso gera uma segurança para confiar. Então sustentar uma marca é muito difícil, porque ela não é muito conhecida no mercado.

Cristiana Oliveira: “Sempre tive uma veia empreendedora”

as divulgações que fizeram, na época, a C.O. Joias mais conhecida. Só que foram aparecendo trabalhos paralelos no cinema. Como eu era a gestora, quando me ausentava, a marca parava. Foi aí que percebi que precisava fazer alguma outra coisa em que pudesse investir. O mercado de beleza surgiu quando estava buscando uma coisa mais consistente e um casal de amigos, que possui uma marca de produtos sensuais, quis me apresentar o dono da fábrica. Na época, ele tinha interesse em desenvolver um perfume com meu nome, no esquema de licenciamento. Nós tivemos essa conversa e nos demos muito bem; ele viu em mim essa vontade de empreender. Depois de conhecer os produtos de beleza que ele fabricava, comecei a distribuir para amigos meus para receber um feedback. Foi aí que percebi que estava com um produto de excelência nas mãos. Você passou por alguma preparação para empreender? Quando entrei em contato com os produtos da D’Bianco, fui fazer todo

um treinamento técnico da química, ingredientes, fragrâncias para entender de onde tudo isso vinha, pois me considero muito rigorosa com os detalhes. Isso me fez fechar o acordo para ter uma parte da sociedade. Só que pedi para ter alguma atividade no operacional da marca. Fui atrás de diversos cursos, conteúdos de pesquisa e vídeos para somar ao meu conhecimento teórico. Isso me fez ser escolhida para ser a diretora de comunicação da marca. Eu lido com os clientes do Brasil para entender as necessidades e dores para aplicarmos melhor os produtos. Quais foram os desafios que você encontrou ao lidar com seus negócios? Eu enfrento desafios todos os dias. Estamos em um mercado extremamente competitivo, não só por conta de marcas nacionais que são muito fortes, mas também por causa das marcas internacionais, que estão consolidadas por aqui e nosso País tem essa herança de gostar de coisas de fora. É muito difícil entrar com

Que planos você tem para o futuro da D’Bianco e a C.O. Cosméticos? Eu não gosto muito de falar de crise, porque temos que dar um jeito de driblar isso. Porém, pensar no futuro é complicado, porque os salões estão fechados, então precisamos começar a investir em ideias de tratamentos capilares que possam ser realizados em casa. Estamos desenvolvendo equipes para estimular profissionais a realizar esse tipo de trabalho, seguindo todos os protocolos de segurança. Isso sem esquecer do desenvolvimento da C.O. Cosméticos, pois é focada na venda porta a porta. Para isso, estamos buscando formas de inovar e nos reinventar para não sermos pegos de surpresa. Como mãe de Rafaella e Antônia, quais conselhos você daria para mulheres e mães que desejam começar a empreender? Vou utilizar uma frase da Gaya Machado, profissional que participou do Sebrae Delas comigo: “Qual é o menor passo que você pode dar? Dê esse passo menor”. Existem diversas histórias de pessoas que começaram com nada e alcançaram o sucesso apenas com trabalho. Mulheres que são mães têm uma grande dificuldade para realizar isso e é preciso achar uma forma de driblar esses obstáculos. Não será fácil, mas é preciso subir um degrau de cada vez, então dê o primeiro passo.


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O desafio

Chegou a hora de começar a passar o negócio para os herdeiros, e agora? Gisele Tamamar

D

Marcia Tricarico e Carina Camargo, mãe e filha, estão em momento de transição na empresa da família, A Casa do Pudim

esde os 13 anos, Carina Camargo já ajudava a mãe, Marcia Tricarico, no início da empresa da família, A Casa do Pudim. Ela e o irmão Rafael Simões disputavam quem untava as forminhas dos doces mais rápido para ganhar a placa de ‘funcionário do mês’. Hoje, 21 anos depois, a nutricionista está em fase de transição para assumir o comando e dar continuidade ao negócio. O exemplo da empresa de doces, quando o sucessor participa da construção do negócio, é o modelo de sucessão mais descomplicado para ambas as partes, na visão do consultor de negócios do Sebrae-SP José Venâncio Junior. No entanto, na maioria dos casos envolvendo micro e pequenas empresas, o consultor se depara com o receio dos donos a respeito da preparação dos filhos para assumir o comando do empreendimento, seja pelo desinteresse dos herdeiros ou pela desorganização do negócio para a transição. Segundo Venâncio, é comum que a empresa tenha limitações, problemas nos processos, questões com a qualidade do produto ou do serviço e não está pronta para a transferência. “A própria empresa precisa de melhorias para o sucessor não receber uma montanha de problemas”, destaca. O grande desafio na visão do consultor é entender o mercado atual, bem diferente de quando os donos iniciaram o negócio. “O mercado está mais tecnológico, estamos na era da internet. A empresa vai precisar de uma transformação para se adequar. Quem assumir a empresa agora vai precisar ter essa visão do que a empresa faz e de como se encaixa na nova realidade, ainda mais com a pandemia”, destaca. No caso de Carina, ela hoje é a responsável pelas inovações d’A Casa do Pudim, localizada em São Paulo. Na cartela de clientes, constam mais de 300 restaurantes para o fornecimento de pudim de diversos sabores, petit gâteau, brownie,


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da sucessão

Dica é manter processos definidos e basear mudança no diálogo aberto

PONTOS DE ATENÇÃO Quem está assumindo a empresa precisa entender como vai adequar o negócio para a nova realidade, de um mercado mais tecnológico e competitivo.

Os próprios donos da empresa podem fazer uma avaliação se os herdeiros têm perfil para gerir o negócio, se gostariam de atuar no mercado em que a empresa atua.

Uma sucessão forçada geralmente não traz bons resultados se os herdeiros não atuam na empresa ou têm outros ideais profissionais.

Caso os filhos não queiram assumir a empresa, existe a possibilidade de criar um sistema de sociedade para os colaboradores ou mesmo vender para outros interessados ou concorrentes.

Ideal é que o empresário sempre prepare o negócio para uma transferência rápida, com processos bem definidos e uma equipe bem treinada, para que os herdeiros possam levar a empresa ao crescimento.

Quanto mais bem estruturada a empresa estiver, mais tranquila será a sucessão, independentemente de o sucessor estar preparado ou não.

cesta de churros, mousses e tortas. Com a pandemia de Covid-19, muitos estabelecimentos fecharam. Mas o trabalho não parou e a empresa passou a vender por delivery em aplicativos e agora estuda a implantação de um modelo de atuação com revendedoras. “Estamos enfrentando essa situação com base em tudo que minha mãe ensinou, com muita força de vontade”, relata Carina. A empresária fez a faculdade de nutrição e uma pós-graduação em vigilância sanitária já pensando na continuidade da empresa. Foram apenas seis meses de trabalho em um hotel para ganhar experiência e logo voltou para A Casa do Pudim. “Eu e minha mãe sempre vamos ser uma dupla dinâmica. Ela não vai parar, mas estamos nessa fase de transição para eu assumir mais as decisões da empresa”, afirma Carina. A fundadora Marcia, de 55 anos, acredita que a filha enxerga o trabalho como um prazer. “Nós queremos preparar o filho para a vida. Mas como preparar para assumir uma empresa? A única coisa que posso dizer é que eu tenho tanto amor pelos meus filhos e me dediquei com tanto amor pela empresa que esse amor transborda. Acabou contagiando minha filha. Esse é o meu maior

Fonte: José Venâncio Junior, consultor do Sebrae-SP.

legado, de poder passar esse amor para meus filhos”, destaca. Os conflitos entre mãe e filha existem, mas são raros. “Minha mãe sempre foi uma pessoa de cabeça aberta. Todas as mudanças são validadas. Os conflitos são intensos quando acontecem, mas sempre conversamos e chegamos ao mesmo objetivo”, conta Carina. Para quem precisa lidar com esse choque de gerações, a recomendação do consultor do Sebrae-SP é simples: os dois lados precisam se ouvir, conversar e estar abertos para fazer testes. É importante passar por cima do aspecto pessoal, separar o que é família e o que é empresa. “Decisões precisam ser tomadas e as pessoas precisam pensar no bem do negócio. O diálogo é importante, por mais difícil que ele seja”, completa Venâncio.

COMPANHEIRISMO No caso do restaurante DKT, de Embu-Guaçu, o processo de sucessão ocorreu há dois anos, quando Paulo Rodrigues da Silva Junior, de 23 anos, passou a participar mais da gestão do negócio criado em 2008 pela mãe, Isabel dos Santos, de 51 anos. A ajuda do filho veio quando ele percebeu que a mãe estava com

dificuldades de cuidar de tudo sozinha. “Antes disso, eu trabalhava mais no atendimento, nas compras. Não sabia muito da questão financeira. Eu não tinha muito conhecimento, mas tive uma mãe que sempre me ajudou. Ela me mostrava os erros que cometeu e eu sempre busquei conhecimento”, lembra Paulo. Entre as mudanças implantadas com a nova gestão estão uma atenção especial para as vendas e pagamentos, com uma análise das taxas das maquininhas e a qualidade do atendimento, por exemplo. “Começamos a trabalhar mais em cima do fluxo de caixa. Fomos aprendendo e mudando aos poucos”, diz o atual sócio do restaurante. Para quem está passando por esse processo, ainda mais nesse cenário de crise, Paulo aconselha a fazer uma análise geral da empresa e do mercado, e se for preciso, pedir ajudar das pessoas, dos colaboradores. “Por mais difícil que possa parecer, não desista. Só você sabe o quanto foi difícil para levantar a empresa”, reforça.

SUCESSOR Mas como saber se os filhos serão os melhores sucessores para o negócio? O consultor do Sebrae-SP

A EMPRESA ESTÁ PRONTA PARA OS HERDEIROS? Caso você tenha respondido “SIM” para todas as perguntas, a sua empresa está pronta para ser administrada pelos seus herdeiros. Se você respondeu “NÃO” para uma ou mais perguntas, significa que há pontos que precisam ser trabalhados antes da sucessão.

afirma que, via de regra, os pais já conhecem o perfil dos filhos, se eles terão pulso, proatividade e se terão uma boa atuação como empresários. “Essa avaliação pode ser feita na prática, no dia a dia”, observa. E se o dono da empresa não tem herdeiros ou os filhos não têm interesse na empresa? Entre as opções, o consultor cita a possibilidade de fazer um sistema de sociedade com os colaboradores, fazendo a venda aos poucos. Ou até mesmo vendendo para outros interessados. “Uma coisa complicada é fazer o filho tocar a empresa sem interesse. Em geral, quando isso acontece, os resultados não são bons”, alerta. Independentemente de quem for assumir o comando, a recomendação do consultor é sempre trabalhar pelo desenvolvimento da empresa, com a melhora dos processos, treinamento da equipe e redução de custos. “Quanto melhor a empresa estiver, mais fácil será para o sucessor, esteja ele preparado ou não. Quando a empresa tem um processo definido, uma equipe bem treinada, fica mais fácil continuar e uma outra pessoa assumir a gestão do negócio. A grande dica é: prepare sempre a empresa para o crescimento”, finaliza.

 A empresa está com as contas em dia e tem lucro?  Os herdeiros trabalham na empresa?  Eles trabalhariam em outros setores da empresa de forma desenvolta?  Eles têm perfil de liderança (são proativos, dão exemplos de comportamento para a equipe, orientam outros colaboradores, são comprometidos com os resultados)?  A empresa está presente nas redes sociais, participa de eventos do setor?  Você tira férias ao menos uma vez por ano e deixa os seus herdeiros cuidando do negócio?  Os principais processos internos da empresa estão mapeados por meio de fluxogramas/procedimentos escritos e as pessoas estão treinadas nestes processos?  A empresa possui um plano estratégico escrito com metas, objetivos específicos, e ações para serem seguidas?  Você tem segurança em entregar a empresa que você construiu para algum herdeiro seu neste momento?  Os herdeiros participam das decisões estratégicas neste momento?


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As lições do

Mais de um ano depois, levar o escritório para casa criou novos Kaio Augusto

“O

último a sair apaga a luz.” Muitos trabalhadores devem ter dito ou ouvido essa frase em março de 2020, quando foi decretada oficialmente a pandemia de Covid-19 no Brasil. Desde então, a mesa de jantar e alguns outros ambientes de casa tiveram de ser adaptados para abrigar novas estações de trabalho, com a adoção imediata do home office para que muitas empresas continuassem suas atividades. Porém, o retorno aos escritórios parece um plano para o futuro, já que os protocolos sanitários continuam em vigor há mais de um ano.

Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em novembro de 2020 trabalhavam de casa cerca de 7,3 milhões de brasileiros. O Sudeste concentra cerca de 58,3% dessa população, sendo a região com o maior número trabalhadores em regime de home office. Uma das empresas que se apressaram a adotar esse estilo de trabalho foi a DK2 serviços de segurança e monitoramento, que colocou seus colaboradores para atuar em casa logo no início das restrições. Para a sócia-diretora da DK2, Karina Camargo, o primeiro desafio na época foi encontrar formas de se

adaptar à nova rotina. “Foi um momento de aprendizado para lidar com reuniões virtuais e a gestão dos processos. Aumentamos o número de conferências e encontramos ferramentas que ajudassem acompanhar as entregas de cada um. A maior questão que tivemos no começo e que ainda se mantém é lidar bem com a comunicação”, afirma. Um dos principais fatores que foram afetados por esse longo tempo de trabalho remoto foi o relacionamento entre os funcionários. Karina conta que algumas pessoas mostraram que sentiam falta dessa relação interpessoal, o que afetou a produtividade. “Chegou uma determinada

época que dava para perceber que a equipe estava desmotivada, porque sentiam a necessidade da coisa física. Muitas vezes, ficar em casa faz com que você acabe se envolvendo também com os problemas domésticos”, analisa a empresária. Essa percepção não foi exclusividade de Karina; outros profissionais também tiveram de se adequar à nova realidade. Isso fez com que buscassem ajuda em mentorias para lidar com a situação, como conta o consultor do Sebrae-SP Wilson Borges de Carvalho. “Muitos empresários relataram que buscaram terapias, aconselhamentos e o Sebrae para trabalhar não só a gestão dos Para Karina Camargo, sócia da DK2, a maior dificuldade do home office ainda é lidar com a comunicação entre a equipe


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home office

desafios para os empreendedores – e também oportunidades negócios, mas os próprios comportamentos. Eles tiveram um foco muito grande em trabalhar melhor a iniciativa, buscar oportunidades em outros meios e criar planos de metas. Percebi esse amadurecimento não só no gerenciamento, mas também na inteligência emocional para lidar com o momento”, diz Carvalho. As dificuldades de acesso aos mercados e a alta concorrência das vendas digitais se somaram à insegurança dos empreendedores. “Os volumes de venda e os acessos a mercados estão mais restritos. A internet é algo grandioso, mas diversos outros negócios estão ali para competir, diferente de quando essas empresas estavam de portas abertas e eram referências em um determinado local. Por isso, é importante conhecer as técnicas de marketing e gestão financeira para enfrentar essas inseguranças”, explica Carvalho.

MELHORE O DESEMPENHO DA SUA EMPRESA Cuide das pessoas O que faz o home office ser um sucesso são as pessoas. Para isso, convoque a equipe e demonstre confiança e preocupação com a saúde deles, sem se esquecer dos resultados. Desenvolva uma governança para que os colaboradores tenham mais autonomia na busca dos objetivos estabelecidos.

Desenhe um plano estratégico Este é um momento de sobrevivência para muitas empresas, então é preciso entender o que será necessário para isso. Defina quais são os objetivos financeiros, comerciais e o custo estrutural. Não se esqueça de comunicar internamente para que todos saibam qual é o plano de ação.

Defina as políticas do home office Se, no futuro, o home office for uma solução definitiva ou híbrida da empresa, defina agora quais são as políticas para esse tipo de trabalho. Assim será mais fácil alinhar as expectativas de entregas dos colaboradores.

Inove para engajar Muitas vezes, inovação está associada a tecnologias, mas nesse caso estamos falando de ações para engajar. Aí cabe um pouco de imaginação, mas algumas ideias são: comemorar os aniversários por videochamada, reunir a equipe para uma pausa do café ou até mesmo uma happy hour de forma virtual.

EM CASA PARA SEMPRE? Apesar dos pesares da pandemia, algumas empresas conseguiram ver o home office de maneira mais positiva, avaliando como um modelo de trabalho viável para os próximos anos. Esse foi o caso da startup Cely, que desenvolve uma plataforma de marketing de influência para conectar criadores de conteúdo com marcas. Leandro Bravo, cofundador e CMO da Cely, conta que mesmo com um ambiente moderno e equipado na região dos Jardins, em São Paulo, esse momento trouxe uma movimentação efetiva para trabalhar apenas de forma remota. “Estamos em um processo de identificação desses modelos. A área de tecnologia, por exemplo, trabalhará apenas em home office, o que nos permitiu buscar profissionais em diferentes Estados. Além disso, conseguimos conversar com alguns colaboradores para que se sentissem mais confortáveis de estarem mais próximos da família e continuarem atuando com a gente”, explica. O espaço físico ainda continuará funcionando, porém, Leandro estima que a defini-

O consultor do Sebrae-SP Wilson Borges de Carvalho preparou algumas dicas para os gestores aplicarem em suas empresas e obterem uma experiência melhor de home office para todos.

ção de escalas mais flexíveis permitirá que a empresa possa crescer sem mudar muito as estruturas atuais. “Nosso objetivo é manter uma área menor do que a empresa realmente é. Isso significa que quando tudo estiver normalizado, teremos a oportunidade de criar uma escala que nos permita aumentar a empresa em até três vezes, sem precisar mudar de lugar, apenas reduzindo o número de pessoas simultaneamente no espaço”, afirma. Para o consultor do Sebrae-SP, mesmo os negócios presenciais poderão enxergar formas de inserir o home office como modelo fixo para parte de sua equipe. “Os empresários perceberam que o trabalho remoto não é improdutivo, então eles estão correndo atrás de formalizar isso. Até mesmo serviços que dependem muito do local físico, por exemplo oficinas mecânicas, poderão manter a equipe de vendas em casa sem problemas. O home

office será uma realidade para o momento da retomada, que será feita de forma mais enxuta”, explica.

NO APARTAMENTO Enquanto alguns negócios estavam mudando para home office, outros foram pensados e desenvolvidos dentro de casa. Exemplo disso foi a Easy Car Wash, uma startup que conecta motoristas a lava-rápidos mais próximos. André Cordeiro de Mello, cofundador da plataforma, conta que começou a trabalhar em casa em 2014, por conta de um problema de saúde e uma questão logística da empresa em que atuava na época. Entre as dificuldades, ele observa que o ambiente caseiro pode atrapalhar a concentração. Além disso, há quem não veja com bons olhos quem trabalha em casa. “Quando comecei, algumas pessoas olhavam meio torto quando falava que trabalhava em casa. Mal sabiam

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elas que sempre se trabalha mais, porque, se tem um problema, você vai até o fim para resolver”, conta. Com a plataforma funcionando, o empreendedor conseguiu ver as vantagens do home office. “Hoje, os atendimentos que fazemos a estabelecimentos por meio das mídias digitais têm um resultado melhor que os presenciais, porque os proprietários entram em contato quando estão com mais tempo. Antes, as visitas eram sempre interrompidas pelas tarefas dos lava­‑ -rápidos que os donos do local precisavam realizar”, explica. Além dos planos de expansão, Mello comenta que a decisão de trabalhar em casa não será mudada no futuro. “Eu e meu sócio gostaríamos de manter as coisas de forma híbrida, com o presencial para situações mais pontuais, como reuniões, ou momentos mais críticos do desenvolvimento da plataforma”, diz.


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OUSADIA E

Para realizar o sonho de empreender, essas mães desafiaram preconceitos

Sandra Cicilini, empreendedora do ramo da marcenaria: machismo ainda é obstáculo para a carreira

Patricia Gonzalez

M

ulheres, mães e empreendedoras em áreas onde homens são a maioria dos profissionais. Assim como inúmeras outras donas de pequenos negócios Brasil afora, essas são as principais semelhanças entre as histórias de Sandra Cicilini e Vanessa De Mani. Enquanto Sandra atua no ramo de montagem de móveis e marcenaria, Vanessa é fundadora da startup Be Sun, do ramo da construção civil. Mulheres como elas ajudam a quebrar paradigmas sobre o “lugar” da empreendedora e reforçam a representatividade feminina em setores

dominados pelos homens. “Cada exemplo desse é fundamental para mostrar para outras mulheres e para a sociedade quais são as nossas possibilidades”, diz a analista de negócios do Sebrae-SP Kely dos Santos. A jornada “oficial” de Sandra como montadora de móveis passa pela conclusão do curso Sebrae Delas – Elas constroem, uma parceria do Sebrae-SP com o Senai para capacitar mulheres para atuar no ramo. Formalizada como Microempreendedora Individual (MEI), ela iniciou o atendimento a clientes via aplicativo por meio de uma empresa conhecida no mercado

de materiais de marcenaria. Mas a sua história no ramo não começa aí. A empreendedora é formada em educação física e trabalhou como professora de natação e ginástica. Mas, ao longo da vida, sempre acompanhou o trabalho de seu pai – que mantinha com dedicação um negócio para construir móveis de madeira. Após passar por problemas de saúde, Sandra precisou se afastar de sua profissão original e procurou outras opções para dedicar seu tempo. “Fui promotora de vendas, supervisora de telemarketing e faço faxina também se for preciso”, conta.

Depois de exercer diversas atividades, Sandra – casada e com uma filha hoje com 19 anos – começou a ajudar o pai na empresa de marcenaria em 2017. Daí surgiu a ideia de ingressar de vez no ramo, mas ela foi desencorajada por seu pai. “Eu já mexia em algumas máquinas e queria me aperfeiçoar. A empresa do meu pai fornece material para um templo budista e eu achava que a gente podia fazer mais. Mas eu não fui estimulada a fazer ‘coisas de homem’”, diz. O pai dela morreu em 2018, e Sandra resolveu tomar a frente dos negócios. Fez capacitações e estava


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REINVENÇÃO

e se capacitaram para entrar em mercados dominados por homens disposta a se aperfeiçoar cada vez mais. Contudo, um problema de família a levou a ter que vender todas as máquinas da fábrica. Para não ter que desistir do seu sonho, decidiu oferecer seus serviços e também passou a buscar parcerias – levava clientes e oferecia para conhecidos que tinham o maquinário, desde que ela também pudesse participar da produção. Foi então que começou a sentir na pele as dificuldades. “Senti um pouco de rejeição, machismo mesmo. Ofereci várias vezes o meu serviço. Conheço um rapaz que estava com duas obras ‘gigantes’ e ele não me chamava. Só no final me chamou para fazer um básico. Mas para aprender, botar a mão na massa é uma dificuldade para a mulher”, desabafa. Como ainda mantinha contato com o templo budista que era cliente de seu pai, Sandra também fez outra tentativa. Levou pedidos de encomendas para um amigo de seu pai realizar em sua fábrica, na esperança de também conseguir participar e adquirir mais experiência prática. Mais uma vez, a tentativa não saiu como ela desejava. “Eu me ofereci para trabalhar de graça e ele não quis. No fim só deixava eu lixar e fazer coisas simples. Sabe como eu consegui mudar essa situação? Quando eu disse que iria tirar o meu serviço dele.” Com a chegada da pandemia, Sandra foi chamada para ajudar no negócio do primo – que também atua no setor. E com o curso do Sebrae tem a esperança de dar continuidade à história de seu pai. “Eu não queria deixar o legado do meu pai morrer. Estar na marcenaria me traz lembranças dele e é um prazer muito grande. Sair de lá com o cabelo cheio de pó me faz feliz”, conta. Atualmente, Sandra voltou a atuar como professora de ginástica e também com pilates, além de continuar no ramo de marcenaria e montagem de móveis. O marido e a filha, porém, não encaram com tanta normalidade a segunda profissão da mãe. “Minha filha me chama de doida por estar nessa área. Por ficar cheia de pó, ser uma área mais mascu-

lina... E diz também que eu não sou formada para fazer isso. Acho um preconceito. Meu marido também não concorda. Mas eu faço porque é isso que eu quero fazer. Sou multitarefas e não dependo de ninguém.” Após a participação no Sebrae Delas, a empreendedora está esperançosa com a nova oportunidade de atuar no setor e conseguir construir sua própria clientela. “Estou muito empolgada. Cada dia quero me aperfeiçoar e aprender mais. Estou engatinhando ainda e aprendi que nessa área você precisa botar a cara para bater. Se furar errado, você conserta. É uma pena que exista esse machismo”, diz.

INOVADORA A empreendedora Vanessa de Mani também mudou sua área de atuação e acabou ingressando em um mercado predominantemente masculino. Sua primeira formação foi na área de saúde, mas após fazer um curso de pintura de quadros, depois de design de interiores, resolveu se lançar no empreendedorismo. Terminou o curso já com sua primeira cliente. “Não tinha experiência, mas sempre fui muito ousada. Tenho medo, mas vou com medo mesmo. Comecei a fazer trabalhos e pedir orientação para pessoas mais experientes”, relembra. Depois de quatro anos trabalhando como autônoma, Vanessa observou que havia um vasto mercado para ser explorado devido a riqueza de recursos existentes. Foi quando ela teve a ideia de abrir sua primeira loja de material de construção, no ano de 2009. “Foi o meu primeiro tombo. Minha filha nasceu logo quando eu abri a loja e eu não tinha nenhum conhecimento de gestão. Eu trabalhava amamentando e estava tudo muito difícil. Por fim, resolvi vender a loja e procurar o Sebrae”, relembra. O que Vanessa ainda não sabia, contudo, é que teria problemas também para a venda da loja, que ocorreu quatro anos depois. “A pessoa que comprou a loja era um estelio-

natário. Não recebi o dinheiro e fiquei com várias dívidas. Estou me reerguendo agora”, diz. Mesmo com todas essas dificuldades, a empreendedora continuou trabalhando. Ela queria permanecer no ramo da construção civil e resolveu entrar também para o mundo das startups, estruturando uma ideia e participando de programas de aceleração. No ano passado, ela foi selecionada para participar do programa Startup SP, do Sebrae-SP. “Mulheres em startups não são nem 5% dos participantes. Eu sou uma mulher no ramo de inovação e também atuando em construção civil, uma das que menos inovam”, ressalta. No fim de 2020, a empreendedora fundou a Be Sun, startup que coleta materiais que sobram ou são retirados de obras e podem ser reutilizados. A equipe é formada por seis mulheres voluntárias, até que a empresa consiga pagar o salário delas. “Recolhemos o material sem custo. Ele é vendido por preços mais acessíveis ao consumidor final”, explica. Vanessa atua na área há 16 anos e diz que nunca sentiu dificuldades por trabalhar em um mercado onde as mulheres são minoria. “A verdade é que eu não sei se tenho um bom posicionamento, sou sortuda ou se as pessoas mudaram a mentalidade. Mas eu nunca tive problemas. Conheço mulheres que tiveram muitos, mas eu tenho tido boas experiências”, diz. Além disso, levantar a bandeira de um negócio formado

por mulheres tem sido um diferencial para a sua trajetória.

MAIS OTIMISTAS De modo geral, as mulheres também saíram na frente para empreender durante o período da crise provocada pela pandemia de Covid-19. Entre dezembro de 2019 e março de 2021, o número de MEIs dirigidos por mulheres registrou um aumento de 25%, passando de 1.124.982 para 1.415.570, já descontando as baixas formais. De acordo com a analista de negócios Kely dos Santos, as mulheres empreendedoras têm uma postura mais otimista e são mais dispostas a enfrentar as adversidades ao iniciar um negócio. “Elas relatam força e resistência. Quando elas decidem empreender, enfrentam o que for preciso”, observa. Quando o negócio é em áreas ainda dominadas por homens, Kely reforça a determinação ainda maior dessas mulheres. “Cada vez mais as mulheres estão assumindo profissões antes vistas como masculinas. Nas últimas décadas, os movimentos feministas foram ganhando força e vários espaços passaram a ser conquistados pelas mulheres. Hoje, com a inclusão digital, fica mais fácil levar informação a muito mais mulheres ao mesmo tempo e elas se fortalecem seguindo exemplos de sucesso”, diz.

Sebrae Delas Para orientar mulheres que têm um negócio ou desejam iniciar sua jornada empreendedora, o Sebrae-SP tem o programa Sebrae Delas. A ideia é promover o empreendedorismo feminino, despertar para o autoconhecimento, possibilitar o aumento de rede de contatos, aumentar a competitividade dos negócios liderados por mulheres e facilitar acesso a mercado e a crédito orientado. Além disso, o Sebrae-SP tem parceria com diversas instituições para oferecer capacitações técnicas, como o Senai. Para outras informações, entre em contato pelo 0800 570 0800.


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A vez da inclusão produtiva Projeto do Sebrae-SP leva empreendedorismo para comunidades carentes

Patricia Gonzalez

E

duardo Galvão é um dos fundadores e presidente da cooperativa Cooperlis, que faz um trabalho de reciclagem e reinserção de material na cadeia produtiva na região de Itanhaém. A cooperativa produz cerca de 40 toneladas de material reciclado por mês, e conta com cerca de 30 pessoas que trabalham de forma voluntária. Atualmente, a Cooperlis participa do projeto de inclusão produtiva do Sebrae-SP, o que, segundo Galvão, vai ajudar no crescimento da cooperativa. Para Galvão, a inclusão no projeto traz a possibilidade de ampliar o networking e aprender novas formas para a captação de recursos para o seu negócio. “Precisamos muito de capacitação e aprendizado. O Sebrae-SP está ouvindo todas as dificuldades para traçar um plano. E também está nos instruindo para conseguirmos sobreviver de maneira mais efetiva. Nossa principal dificuldade é que os recursos são muito escassos”, explica Galvão. O Sebrae-SP iniciou no ano passado o trabalho de inclusão produtiva para geração de emprego e renda de maneira estável e digna para as populações em situação de vulnerabilidade social. De acordo com Beatriz Rennó, gestora que está à frente dos projetos realizados com as organizações sociais comunitárias no Sebrae-SP, o objetivo é usar o empreendedorismo para facilitar a superação de processos crônicos de exclusão social e contribuir assim com uma sociedade mais justa. Para o trabalho de inclusão produtiva em todo o Estado, o Sebrae-SP trabalha com três frentes: fortalecimento de organizações comunitárias; fortalecimento local em inclusão produtiva e cooperativismo e associativismo. Para o fortalecimento de organizações comunitárias, Beatriz explica que a iniciativa veio do desejo de estar mais perto dessas comunidades. “Começamos quando sentimos o desejo de estar mais próximos das organizações que trabalham com pes-

Eduardo Galvão, da Cooperlis, de Itanhaém: capacitação para ampliar alcance da cooperativa

soas em situação de vulnerabilidade. Para executar este projeto firmamos uma parceria com o Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis)”, explica Beatriz. Atualmente o Sebrae-SP está com projeto piloto nas macrorregiões de Bauru, Vale do Ribeira, Alta Paulista e Pontal do Paranapanema. O projeto possui cinco fases de desenvolvimento: planejamento; visita a campo; construção do plano de ação; planejamento do plano de ação; e implementação do projeto piloto. Outra organização que está participando do projeto é a Associação Wise Madness, que atende quase 600 jovens e adolescentes beneficiados por atividades de contraturno escolar e projetos culturais na região de Bauru. Anderson Mariano, cofundador e coordenador da associação, ressalta a importância da criação de uma rede de contatos local e as oportunidades geradas a partir daí. “Conheci diversos editais para fomento a projetos culturais graças ao grupo. Fomos vencedores em uma dessas seleções, com mais de 130 ins-

tituições inscritas. Teremos capacitação para avaliar nossos projetos, melhorar captação de recursos e o atendimento para os nossos assistidos”, ressalta. Com as ações de inclusão produtiva, Beatriz ressalta que a perspectiva é gerar autonomia para essas redes de colaboração com engajamento na agenda de inclusão produtiva e empreendedorismo. “No Vale

do Ribeira, por exemplo, as organizações que participam do projeto criaram uma identidade para a rede e uma página no Facebook para divulgar as organizações e os projetos que conduzem. Além disso, elas estão se mobilizando para propor um projeto coletivo de captação de recursos. Tudo isso contribui para o sentimento de pertencimento e colaboração”, explica.

O trabalho de Inclusão Produtiva que o Sebrae-SP realiza está pautado em três pilares: Fortalecimento de Organizações Comunitárias: Objetivo é criar redes de colaboração entre organizações sociais que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade para troca de experiência, desafios, conhecimentos, cooperação e busca conjunta por soluções. Visa também incentivar e engajar estas organizações para a agenda da inclusão produtiva via empreendedorismo. Fortalecimento Local em Inclusão Produtiva: Composto por três soluções para fortalecer a atuação de técnicos, gestores públicos e atores locais estratégicos para o desenvolvimento local de projetos de Inclusão produtiva. Cooperativismo e Associativismo: Série de soluções para incentivar e fortalecer o cooperativismo e o associativismo. Estes programas estão principalmente voltados aos setores da agricultura familiar e reciclagem. Para saber mais, acesse http://bit.ly/inclusaosebrae ou mande sua dúvida para o e-mail inclusaoprodutiva@sebraesp.com.br


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Divulgação

Validade, solução e lição SILMARA REGINA DE SOUZA Consultora do Sebrae-SP

Como o marketing pode ajudar? A loja física, que já precisava se reinventar antes da Covid-19, tem pela frente novos desafios para não perder a relevância. O primeiro é a revisão do modelo de negócio: de um formato físico e único para um modelo multicanal integrado e complementar. O marketing ajuda muito nessa tarefa. O varejo físico precisará ir muito além de preço e qualidade. Precisa se reconfigurar e se tornar uma importante fonte de informação sobre hábitos e interesses. Essa é uma das vantagens da loja física: o presencial permite uma comunicação mais pessoal e assertiva. É possível entender melhor o que o cliente busca. Um ponto a ser trabalhado é personalização. Cada vez mais o cliente valorizará marcas que o reconheçam como indivíduo. A personalização deve envolver a experiência como um todo: produtos, serviços, atendimento, etiquetas, embalagens e até mesmo ofertas e recomendações. Oferecer conteúdo personalizado também vale muito. Tutoriais, vídeos, podcasts agregam valor. Empresários podem explorar os canais de comunicação distribuindo conteúdos de forma estratégica.

Falar online ou offline virou passado. O conceito “fidigital” (físico + digital) já é uma realidade. Comunicar-se, interagir e comprar são ações que os clientes farão por meio de vários pontos. Outra sugestão é criar oportunidades de experimentação, estimular o cliente a testar novos produtos, ensiná-lo a usar de diferentes maneiras e criar processos colaborativos, em que o cliente seja um cocriador de itens ou de melhoria nos existentes. Isso pode ajudá-lo a sentir-se parte da marca. Usuários de redes sociais ativos gostam de compartilhar fotos. Cenários instagramáveis podem ser excelentes oportunidades de divulgação espontânea e fontes de conexão do negócio com o cliente. O cliente espera vendedores especializados para tirar suas dúvidas. Vender tudo para todos não faz mais sentido. A dica aqui é investir mais em treinamentos para a equipe. Comprar não será a principal ação do consumidor no varejo físico. Palavras de ordem como experiência, conexão, relacionamento humanizado e foco no cliente devem fazer parte da readaptação.

O Sebrae Responde é um serviço para tirar dúvidas de empreendedores sobre a abertura de novos negócios e questões relacionadas à gestão de empresas já em atividade.

Toda crise tem três elementos: um prazo de validade, uma solução e uma lição para a vida. Acredito que a crise que estamos vivendo não foge a essa afirmação e tentar enxergar a situação de forma positiva pode ajudar a focar na solução e não no problema. Olhando em perspectiva, vemos que a história é uma sucessão de acontecimentos com começo, meio e fim. Podemos deduzir que a pandemia de Covid vai seguir seu curso até acabar, ou seja, vai atingir seu prazo de validade, que chegará mais rápido quanto mais investirmos na busca por soluções. O segundo elemento das crises – a solução – é a vacina. Conforme a imunização avança, nos aproximamos do retorno a uma rotina mais parecida com a que tínhamos antes. Mais vidas serão salvas e abriremos caminho para a retomada da economia. Além disso, existem as soluções pessoais. Lembro do casal Wilson Roberto de Freitas Junior e Bruna Lima dos Santos de Freitas, que montou sua hamburgueria em março de 2020, início da pandemia, para escapar do desemprego. O negócio, que funciona na casa deles, em São Paulo, começou com R$ 400, boa parte usada na compra de embalagens e insumos, e encerrou o ano passado com faturamento de R$ 50 mil. Quanto à lição de vida, não há quem passe ileso a uma crise como essa.

O aprendizado pode ser tanto no campo pessoal quanto no profissional. A crise veio mostrar que aquilo que funcionava ontem, hoje pode não servir mais. Ou nos adaptamos ou ficaremos para trás. Voltando à economia, já há sinais de recuperação no horizonte. Segundo o FMI, o crescimento econômico mundial deve ser de 6% neste ano. Para o Brasil, a perspectiva é de alta de 3,7%. Um alento já que em 2020 registramos um tombo de 4,1% no nosso PIB. Destaco o papel que os pequenos negócios têm na recuperação. No primeiro bimestre, dos 611 mil empregos gerados, 72,26% foram nas micro e pequenas empresas. As MPEs têm ajudado a evitar índices de desemprego piores. Ainda estamos dentro do túnel, mas há luz no final. Não podemos desanimar. Aproveitando o Dia das Mães, encerro deixando meus votos de sucesso às mães empreendedoras, que tanto contribuem para o futuro do nosso País.

WILSON POIT, diretor­‑superintendente do Sebrae­‑SP

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Doce mudança

Ideia de “kit festas” transformou o negócio da empreendedora Adriana Gonçalves durante a pandemia Marcos Leodovico*

B

uscar alternativas para salvar um negócio que ia bem antes da chegada da pandemia de Covid-19 tem sido o caminho de muitos empreendedores nesse tempo de dúvidas e incertezas. Foi esse o caso da empreendedora Adriana Gonçalves, de Santo André. Até o início de 2020, ela estava satisfeita com as vendas de sua empresa de marmitas fitness, onde conseguia complementar sua renda de forma tranquila e sem sustos. Vendia para clientes do bairro e também para vizinhos do condomínio onde mora, mas, com a pandemia, ela acabou se perdendo em meio ao caos estabelecido e isso afetou diretamente o seu negócio. Sem saber o que fazer, Adriana começou a se afundar em dívidas e viu as vendas estagnarem. Ela conta que tinha até fechado por volta de dez contratos para fornecer marmitas para os pequenos negócios do seu bairro – até que em março do ano passado tudo mudou. “Tudo estava indo muito bem, eu vendia por dia, em média, 30 marmitas, fora os produtos fitness e, de repente, tudo fechou. Na minha cabeça, o fechamento iria durar por apenas dez dias, só que foi durando 20 e depois um mês. As pessoas que compravam comigo pararam de comprar, foi quando começaram a cancelar os pedidos e as minhas contas começaram a crescer”, diz Adriana. A empreendedora também conta que não se programou corretamente para esse momento e que não tinha caixa para quitar e suportar as dívidas.

a reestruturar todo o seu negócio”, conta Osvaldo Serafim dos Anjos Filho, analista de negócios do Sebrae-SP no Grande ABC. Assim que Adriana entendeu o seu modelo de negócio, o primeiro passo foi organizar suas finanças. Com a ajuda do Sebrae-SP, Adriana não só organizou sua parte financeira como começou a ter lucro com as encomendas. Hoje, a empreendedora trabalha com seus preços tabelados para atender todas as demandas possíveis e tem uma presença nas redes sociais muito estruturada. “Quando eu mudei o foco do meu negócio, as coisas ainda estavam bem bagunçadas, tive que pedir para uma vizinha vir me ajudar com as encomendas. Os pedidos chegavam de todos os cantos, gente que morava fora de Santo André me mandava mensagem perguntando sobre os kits. Hoje, posso dizer que tenho total controle sobre tudo nada passa desapercebido. O que me ajudou bastante também foram os feedbacks que os clientes davam sobre os produtos que eram enviados até eles”, diz Adriana. Com o negócio ajustado, a empreendedora sonha alto e detalha seus planos logo depois que a pandemia acabar. “A Drikka Doces Finos ficou pequena para o meu apartamento. Meu desejo hoje é ir para um local maior, que suporte minha demanda e onde eu possa colocar mais gente para trabalhar comigo. O Sebrae ajudou a recolocar meu negócio nos trilhos, devolveu a minha vontade de empreender e fazer aquilo que eu gosto, que é levar alegria até as pessoas”, finaliza.

Adriana Gonçalves, da Drikka Doces Finos: com o Sebrae, ela descobriu o que realmente gostava de fazer

Foi então que ela teve a ideia de começar a vender suas marmitas por aplicativo, mas não esperava pelo óbvio: a grande concorrência. “Comecei a ficar desesperada, pois as contas estavam chegando e eu não tinha como pagá-las. Então tive a ideia de começar a vender as minhas marmitas em aplicativos. Só que eu e mais milhares de pessoas tivemos a mesma ideia para sair do vermelho. Cheguei a ficar mais de dois meses sem efetuar nenhuma venda e as dívidas e a parcela do meu apartamento vencendo”, relata a empreendedora. Mas a sorte dela começou a mudar. Periodicamente, Adriana pegava encomenda de bolos, doces e salgados para fazer. Era algo que ela tinha como segundo plano, sem compromisso algum. Os rumos do seu negócio mudaram quando

uma amiga publicou no markerplace do Facebook fotos de um “kit festa” que ela montava. “Essa minha amiga acabou publicando uma foto sem eu saber de nada. Quando passou uma semana, e eu fui olhar a publicação, muitas pessoas estavam perguntando pelo ‘kit festa’”, relembra. Naquele momento, no final de abril de 2020, o Sebrae foi peça fundamental para sua nova ideia. Adriana não era formalizada e muito menos sabia como começar a empreender. “Quando a Adriana chegou aqui, indicamos para ela o curso ‘Organize seu Negócio’. Na época, ela ainda estava vendendo as marmitas. Foi quando eu a questionei sobre o que ela gostava de fazer. Ela respondeu que tinha gosto por fazer bolos, doces e até organizar alguns eventos. A partir disso a ajudamos

*Estagiário sob supervisão dos editores EXPEDIENTE Publicação mensal do Sebrae­‑SP Edição impressa

DIRETORIA EXECUTIVA Diretor­‑superintendente: Wilson Poit Diretor técnico: Ivan Hussni Diretor de administração e finanças: Guilherme Campos

CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Tirso Meirelles ACSP, ANPEI, Banco do Brasil, Faesp, FecomercioSP, Fiesp, Fundação ParqTec, IPT, Desenvolve SP, SEBRAE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos­‑SP, Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal.

JORNAL DE NEGÓCIOS Unidade Marketing e Comunicação Gerente: Mariana Ribas Coordenadora de Imprensa e Conteúdo: Marcelle Carvalho Editores responsáveis e redatores: Gabriel Jareta (MTB 34769) e Roberto Capisano Filho (MTB 46219). Assessores de imprensa: Gisele Tamamar, Kaio Augusto, Patricia Gonzalez e Rogério

Lagos. Estagiário: Marcos Leodovico. Imagens: www.gettyimages.com. Diagramação: Daniel Augusto de Resende Neves, Douglas da Rocha Yoshida, Gisele Resende Costa e Letícia Durães. Fotos: Ricardo Yoithi Matsukawa – ME e Carlos Raphael do Valle – ME para o Sebrae­‑SP. Apoio comercial: Unidade Relacionamento: (11) 3177­‑4784 SEBRAE­‑SP Rua Vergueiro, 1.117, Paraíso São Paulo­‑SP. CEP: 01504­‑ 001 PARA ANUNCIAR (11) 3177­‑4784

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TEC &

LIVROS CIENTISTA DO MARKETING DIGITAL: COMO VENDER PARA MAIS PESSOAS, MAIS VEZES E PELO MAIOR VALOR (Editora Gente)

Neste livro, o CEO e fundador da empresa V4 Company, Dener Lippert, explica como em alguns momentos é preciso voltar às bases do marketing. Para isso, o autor desenvolve uma abordagem aprofundada sobre ações como o tráfego, engajamento, conversão e retenção dos clientes. Além disso, Dener Lippert analisa quais são os erros que muitas empresas cometem ao desenvolver uma estratégia de marketing digital e como é possível contornar isso indo além do operacional. O livro auxilia os empreendedores que desejam validar campanhas, independentemente da mídia ou canal que está sendo feito, bem como as formas de aplicar as metodologias científicas corretas.

BRASIL TEM UMA DAS MAIORES TAXAS DE DESINSTALAÇÃO DE APLICATIVOS DO MUNDO Segundo levantamento da empresa de medição de performance de marketing digital AppsFlyer, 57 de cada 100 aplicativos baixados em smartphones no Brasil em 2020 foram desinstalados em menos de 30 dias. Em 45% dos casos, as desinstalações ocorreram nas primeiras 24 horas após o download. A taxa de desins-

A ÚNICA COISA: A VERDADE SURPREENDENTEMENTE SIMPLES POR TRÁS DE RESULTADOS EXTRAORDINÁRIOS (Editora Sextante)

Eleito pelo site Goodreads como um dos 100 melhores livros de negócios de todos os tempos, a publicação ensina empresários a ter foco em seus objetivos. Os autores mostram como reduzir os problemas e lidar melhor com a enxurrada de tarefas e reuniões que afetam o desempenho diariamente, gerando frustrações. O livro também aborda a importância do equilíbrio para eliminar o que é desnecessário e orienta como focar na procura por resultados. Keller é fundador da Keller Williams Realty, uma das maiores empresas imobiliárias do mundo.

talação, uma das maiores do mundo, segundo a empresa, é bem superior ao índice de cerca de 40% observada nos Estados Unidos, Japão, Coreia, França e Alemanha, e também representa um crescimento de cerca de 10% em relação ao ano anterior. Com isso, aumenta o desafio para empresas digitais aumentarem a recorrência e rentabilizar suas bases de usuários.

GOOGLE MAPS VAI GUIAR USUÁRIOS DENTRO DE SHOPPINGS O Google anunciou novos recursos para o Maps. Entre as novidades, o app vai ter uma função de navegação por ambientes fechados via realidade virtual e 3D. A Live View é uma ferramenta que permite o celular funcionar como uma plataforma de realidade virtual em shoppings e aeroportos. Basta apontar o celular para o ambiente e ele indica as direções na tela, interagindo com o entorno. Com a função de visualização 3D é possível visitar os ambientes em uma perspectiva maior, como um drone sobrevoando as ruas. A intenção é fazer com que o usuário explore o lugar antes de visitá-lo. Assim, é possível visualizar um teatro pelo app e usar a função para saber onde é a bilheteria em vez de deixar para procurá-la quando chegar ao local. CAFÉ

INSTAGRAM MARKETING: COMO CRIAR MARCAS VENCEDORAS ATRAVÉS DA REDE SOCIAL MAIS IMPORTANTE DO MUNDO (DVS Editora)

Indicado para aqueles que desejam construir uma marca engajada e focada em conquistar mais negócios no Instagram, este livro aborda como as ferramentas dessa plataforma podem ser utilizadas para o marketing. O autor, Rafael Terra, é especialista em marketing digital e traz conceitos sobre como formular estratégias de comunicação, com planejamento e objetivos concretos. Além disso, Instagram marketing traz ideias de desenvolver conteúdos ideais nos diferentes formatos de feed, Stories, IGTV e até as ferramentas mais atuais, como os Reels. O livro também fala sobre a mensuração dos resultados e aplicação nos novos processos.

PET

ROUPAS


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IDEIAS

PERGUNTE A QUEM ENTENDE “Quero começar a vender na internet neste momento de crise. Como escolher o marketplace mais adequado?” Alexandre Nogueira, CEO da Universidade Marketplaces, responde:

PODCAST

DO ZERO AO TOPO Nesse podcast produzido pela Infomoney, cada episódio aborda a história de empreendedores e empresários que gerenciam algumas das maiores empresas do País. Em cada episódio, a repórter Letícia Toledo conversa com esses profissionais sobre temas como o início dos negócios, os desafios que foram enfrentados e quais foram os momentos mais decisivos na jornada da empresa. “Do Zero ao Topo” pode ser acessado gratuitamente em agregadores de podcasts, como Google Podcasts, Apple Podcasts, ou em serviços de streaming de áudio, como o Spotify.

FILMES

COMO O CÉREBRO CRIA (2019) Baseado em um livro de mesmo nome, “Como o cérebro cria” é um documentário apresentado pelo neurocientista David Eagleman, que aborda como funciona a mente de diversos profissionais que desenvolveram ideias inovadoras para explorar como trabalhamos com a criatividade. Além disso, Eagleman também mostra como é possível expandir a capacidade de criação de diversas maneiras, algumas sendo impressionantes e outras até mesmo perigosas para qualquer pessoa. “Como o cérebro cria” está disponível na Netflix.

VÍDEO

Assista a Live em:

SOFT SKILLS NOS NEGÓCIOS Já ouviu falar em soft skills? São habilidades cada vez mais necessárias nos relacionamentos, principalmente no

Tem alguma dúvida sobre como a tecnologia pode

ambiente empresarial. Saiba mais na live do Movimento Juntos com Você.

A estratégia de venda em marketplaces no mercado já é consolidada e não é apenas uma tendência. Por meio das vendas nessas plataformas, as lojas encontraram uma alternativa para superar esse momento desafiador que o varejo e também a economia têm passado. É como se fosse uma alavanca para o crescimento. Monte um cálculo de investimento: ele precisa caber no seu bolso. Por isso, antes de tudo, faça as contas e veja o quanto você precisa investir para evitar problemas no caixa. Pesquise valores das plataformas e analise se faz sentido o investimento. Nesse caso, também é preciso verificar a porcentagem de comissão cobrada pelo marketplace, já que boa parte deles tem essa prática. Determine seu público-alvo: isso é primordial para escolher em qual marketplace deseja atuar. Não basta estar apenas em marketplaces que oferecem inúmeros segmentos se hoje há diversas plataformas nichadas para seu produto, como esportes, artesanato, moda e livros. As pessoas interessadas em seu produto precisam ser impactadas. Análise de concorrência: para quem está começando a vender agora, é crucial fazer uma análise de concorrência para entender onde estão seus concorrentes e como se comportam nesses marketplaces. Esse pode ser um dos termômetros que farão parte da definição da melhor escolha. Reputação e infraestrutura: além de ter boa reputação no mercado, já que sua marca automaticamente estará atrelada à plataforma, o marketplace precisa oferecer todo o suporte para que a gestão de vendas seja realizada de forma eficiente.

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Dando cores ao sonho

A empresa de Tiago Soares e do irmão, Rubens, deslanchou quando eles decidiram focar em tintas Depoimento a Marcos Leodovico*

“E

u e meu irmão Rubens sempre fomos muito amigos e tínhamos o desejo de empreender juntos. Com 9 anos, eu trabalhava. com meu tio na loja de construção dele e meu irmão, com a minha mãe em um empório da família. Quando eu tinha 12 anos, perdemos o nosso pai e ele nos deixou uma casa por terminar como herança. Nosso sonho era concluir a reforma do imóvel. Em 1997, meu irmão veio trabalhar comigo, mas o salário era muito baixo para realizar o nosso objetivo, então, no ano seguinte, ele ingressou em um curso de técnico em eletrônica. Em 2000, Rubens arrumou um emprego de técnico em eletrônica na USP. Eu ainda trabalhava com o meu tio, só que em uma posição de liderança. Porém, ainda ganhava pouco e decidi fazer o mesmo curso que ele. Meu pensamento era estudar e conseguir um emprego, mas meu ideal sempre foi empreender. No curso, um professor abriu meus olhos para o empreendedorismo. Ele me mostrou vários caminhos e um deles era procurar o Sebrae. Mas o mais importante foi me aconselhar a ir atrás do que eu gostava e não apenas querer ganhar dinheiro. Acabei entrando como estagiário em uma empresa de tecnologia em 2001. Foi uma virada de chave, pois até então trabalhava com meu tio e pouco tempo depois estava engravatado com uma mesa só para mim, dentro de uma das maiores empresas do setor de tecnologia do mundo. Receosos com a crise que o Brasil passou em 2002, eu e Rubens começamos pensar em empreender. Tive a ideia de usar a loja do meu tio como algo paralelo. A casa de construção dele tinha um estoque muito grande e minha ideia era fazer

Tiago Soares (esq.) e o irmão e sócio, Rubens, da RT Tintas: faturamento cresceu 23% em plena crise

um ponto de venda em outro local para dar saída aos produtos. Porém, meu tio apenas dizia que iria pensar no assunto. Em 2003, fomos dispensados de nossos empregos. Foi quando meu tio finalmente disse que aceitaria nossa proposta. Alugamos um local e começamos a nossa casa de construção. A loja era pequena e, como eu e meu irmão éramos muito novos, ninguém confiava em nós. Para garantir as vendas, tínhamos de ir de bicicleta até a loja do meu tio, pegar a máquina de cartões, porque ainda não tínhamos CNPJ. Em 2004, começamos a ganhar relevância no bairro. Decidimos comprar uma caminhonete para ajudar nas entregas e alugamos um local maior, de 100m². Naquela época,

existia um programa habitacional para a compra de material de construção. O cliente chegava na loja, deixava os documentos e depois de 30 dias o crédito era aprovado. Isso ajudou bastante a termos capital, tanto que passamos a ter seis funcionários. Em 2006, fizemos o Empretec pelo Sebrae-SP e decidimos ir para um salão de 220m². Aumentamos também a frota para entrega. No começo de 2007 o programa de financiamento foi cancelado e nosso caixa quebrou. Sem crédito para continuar, a loja começou a empilhar dividas. O alívio foi uma compra grande feita por um cliente. Organizamos as contas e voltamos ao Sebrae. Com as consultorias e os cursos identificamos que a empresa precisava mudar.

Concluímos que nossa região era carente de um mercado de tintas. Não havia uma loja que fizesse a cor na hora. Investimos no maquinário e começamos em 2012. Voltamos para o Sebrae para nos capacitar mais e entender esse mercado. Para o nosso negócio começar ficar conhecido, tivemos a ideia de pintar a casa das pessoas e fazer o ‘antes e depois’. Deu certo. Hoje estamos com duas lojas, uma em Barueri e outra em Jandira, e conseguimos ter um crescimento de 23% no faturamento em 2020 na comparação com 2019. Minha dica para quem tem o desejo de começar a empreender é seguir o seu coração. Faça o que você gosta; o retorno financeiro é a última coisa em que deve se pensar quando se está trabalhando feliz.” *Estagiário sob supervisão dos editores


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