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Hub de Inovação

do mercado de trabalho e do empreendedorismo. Quanto ao convênio entre o Sebrae-SP e o Centro Paula Souza, no planejamento anual de 2021, destacou-se o atendimento de aproximadamente 1,3 mil alunos em atividades escolares, sendo mil na Fatec Sebrae e trezentos na Etec Sebrae.

No âmbito da Faculdade Sebrae, o ano de 2021 também foi marcado por muitas mudanças. A solicitação da faculdade para o seu credenciamento na modalidade EAD foi homologada pelo Ministério da Educação por meio da Portaria nº 288, de 11 de maio de 2021, e com isso se iniciou a operação nacional nesse formato, com a oferta de dois MBAs (Gestão de Negócios e Educação Empreendedora 5.0), além de 25 cursos livres. Desse modo, a instituição, que nasceu de maneira local e presencial, tornou-se nacional. Graças a esse reforço, resultado de uma parceria com o Sebrae Nacional e o MEC, vem sendo possível levar a cultura empreendedora a todo o Brasil, além de promover a capacitação gratuita de quase 600 mil professores da rede pública de ensino, até 2023, em temas relacionados à cultura empreendedora. Isso, definitivamente, vai colaborar para a formação de profissionais que constroem, com legitimidade, o futuro inovador e sustentável.

A Faculdade Sebrae também foi parte integrante do Prêmio Nacional de Educação Empreendedora, oferecendo 150 bolsas de MBA para os vencedores das etapas estaduais. Cabe mencionar, ainda, que na modalidade presencial foram criados sete cursos de MBA em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul.

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Na área da inovação tecnológica, uma boa notícia chegou em 1º de junho de 2021, com a regulamentação da Lei Complementar nº 182, que instituiu o marco legal das startups e do empreendedorismo inovador e alterou a Lei nº 6.404/1976 (sociedades por ações) e a Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte).

Resultado de um trabalho conjunto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e do Ministério da Economia, a estruturação da nova norma envolveu atores públicos (como a Finep, o BNDES e a Comissão de Valores Mobiliários) e privados. Na prática, o marco legal das startups estabeleceu um ambiente de negócios favorável ao surgimento e ao crescimento de empresas inovadoras, ao promover a desburocratização do processo de abertura e captação de investimentos, reduzindo os custos e aumentando a segurança jurídica para atrair mais investidores. A legislação permite que, agora, algumas empresas sejam registradas como startups, desde que sua receita bruta anual não ultrapasse R$ 16 milhões nem o período de 10 anos de inscrição no CNPJ. Em termos de financiamento, isso significa que as startups podem receber aportes de empresas com obrigação legal de investir em pesquisa, desenvolvimento e inovação por meio, por exemplo, de fundos patrimoniais ou fundos de investimento em participações.

Capítulo 4

Sebrae-SP se destaca no fomento às startups paulistas e conquista o prêmio Startup Awards 2022

O impossível gerando o extraordinário. Um relato da atuação do Sebrae-SP na pandemia de covid-19

Nesse campo de tecnologia e inovação, a atuação do Sebrae-SP ao longo de 2021 também foi muito significativa. Após insumos recebidos durante visitas da diretoria da entidade ao hub paulista de inovação, composto de polos e parques tecnológicos, incubadoras, universidades, aceleradoras, entre outros, o Conselho Deliberativo aprovou investimentos significativos e inéditos, da ordem de R$ 350 milhões nos próximos quatro anos, para alavancar e promover comercialmente tecnologias que estão sendo desenvolvidas nesse ambiente, e assim possibilitar o acesso dos empreendedores ao que há de melhor nessas verdadeiras usinas de inovação. O montante de R$ 200 milhões a ser aplicado até 2024 destina-se a programas e soluções que impulsionem e promovam, no âmbito comercial, novas tecnologias. Isso significa consolidar o apoio às 1,4 mil startups já atendidas pelo Sebrae-SP, em 120 municípios paulistas.

Por sua vez, o aporte financeiro de R$ 150 milhões tem origem na celebração de um convênio de cooperação técnica e financeira com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), uma parceria inédita entre as instituições com o objetivo de fomentar projetos de inovação de startups científicas e tecnológicas no estado. Com duração de seis anos, o convênio tem como principal ação o lançamento de editais de fomento a projetos de inovação, em diferentes estágios de maturidade, nos moldes do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, dedicado a pesquisas para o desenvolvimento de soluções inovadoras e introdução dessas soluções no mercado. Foram passos decisivos para fazer de São Paulo um dos principais hubs mundiais de inovação.

Ao mesmo tempo, o Sebrae-SP intensificou o apoio à consolidação de 1,5 mil startups no mercado nacional e internacional, por meio da celebração de, inicialmente, 23 parcerias. Ainda no campo da tecnologia aplicada, foi dobrado o número dos agentes locais de inovação (ALIs), que passaram a 300 profissionais em campo, responsáveis pelo atendimento de mais de 10 mil empresas em 567 municípios no último ciclo, em que os participantes registraram uma média de aumento de 45% na produtividade em plena pandemia. Os ALIs visitam as empresas, fazem diagnóstico e desenvolvem estratégias de inovação e ajudam a implementá-las.

Um dos grandes desafios do Sebrae-SP é ser reconhecido como uma instituição inovadora, um ponto de apoio às startups e um ator ativo no ecossistema paulista de fomento ao desenvolvimento de negócios inovadores. Para atender a essas diretrizes que constam em seu Plano de Fomento à Inovação, aprovado em 2021, para implementação em quatro anos, o Sebrae-SP pretendia ampliar as parcerias com os mais diferentes atores do ecossistema paulista de inovação. Nesse contexto, apenas no último ano foram realizados mais de 25 acordos, em que se destacaram grandes empresas (Ambev, Votorantim, Sabesp), instituições de fomento à inovação (Fapesp, Embrapa, IPT etc.), incubadoras e parques tecnológicos (Parque São José dos Campos, Cietec), associações e aceleradoras de startups (Abstartups, Associação Comercial de São Paulo, Wylinka e Ventiur) e órgãos governamentais

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Equipe de colaboradores do Sebrae-SP durante treinamento

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(Comissão de Valores Mobiliários, Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo), entre outros. Cada parceria conectou-se a uma estratégia de atuação definida, com o objetivo de otimizar processos, aumentar a proposta de valor para o público atendido e ampliar a capilaridade do Sebrae, potencializando o ecossistema paulista de inovação. Toda essa movimentação foi tão bem-sucedida que, em novembro de 2022, o Sebrae for Startups, iniciativa da entidade para acelerar startups do Estado de São Paulo, foi premiado como a melhor aceleradora do País pela Startup Awards 22, o 'Oscar' brasileiro das startups.

Também como parte de seu Plano de Fomento à Inovação, a entidade firmou, no início de 2021, um convênio de cooperação técnica com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. O objetivo era unir esforços e ações para o atendimento a todo o ecossistema de inovação paulista. Parte desse empenho está voltada para o fortalecimento dos ambientes de inovação, em especial daqueles previstos no decreto que instituiu a Rede SPAI (Sistema Paulista de Ambientes de Inovação), que compreende o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), a Rede Paulista de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica (RPITec), a Rede Paulista de Centros de Inovação Tecnológica (RPCITec) e a Rede Paulista de Núcleos de Inovação Tecnológica (RPNIT).

O apoio do Sebrae ao fortalecimento da Rede SPAI também se deu por meio da qualificação dos gestores nesses ambientes de inovação pela Sebrae Academy e do apoio à integração entre as entidades do SPAI e outras instituições públicas e privadas do ecossistema de inovação. A primeira turma foi atendida entre 18 e 20 de agosto de 2021, com cerca de 30 gestores de 20 ambientes de inovação paulista.

Quanto ao fomento às comunidades de startups, em 2021 foram realizadas seis edições do StartupOn, em parceria com a ABStartups, evento de ativação de comunidades, nas regiões de Barretos, São Carlos, Sorocaba, Alto Tietê, Araçatuba e Piracicaba.

Ainda em 2021, o Sebrae for Startups foi considerado o projeto de maior impacto nesse segmento no País pela publicação Dínamo. Naquele ano, a iniciativa acelerou mais de 500 startups de 150 munícipios de São Paulo, além de garantir mais de R$ 150 milhões em acesso a recursos para inovação. O Sebrae for Startups conta ainda mais com 50 parceiros, com destaque para aceleração de empreendimentos em setores como saúde, financeiro, agronegócio, smart cities e mudanças.

Em dezembro de 2021, o Sebrae e a Finep lançaram o Programa Crédito Inovação que vai disponibilizar R$ 1 bilhão em recursos para MPEs. A ideia é beneficiar mais de 4 mil empresas com receita operacional bruta de até R$ 4,8 milhões. Além de capacitação, o Sebrae garante os financiamentos por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe).

Somadas às práticas e às capacitações mencionadas, também foi elaborado o Mapeamento de Comunidades do Estado de São Paulo, que coletou dados relevan-

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Foto: Edu Viana e Ricardo Matsukawa

Hamilton Luiz Silva e Victor Diago, da Alfa Sense

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tes do ecossistema de inovação paulista e resultou em um estudo aprofundado de uma dezena de comunidades de startups.

“Empreender é desafiador, mas empreender e inovar ao mesmo tempo é um desafio ainda maior.” Com essa frase, Hamilton Luiz Silva, sócio-fundador da Alfa Sense, resume o que foram para ele os últimos anos, quando desenvolveu e apresentou ao mercado uma tecnologia inovadora na área de segurança. Fence Lite é uma solução que transforma fibra óptica em um sensor ultrassensível capaz de registrar qualquer vibração e, por meio de um software, classificar diferentes tipos de ameaças – como invasão ou dano. A partir daí, integrado a sistemas tradicionais, o Fence Lite consegue gerar um alarme, quando necessário.

Antes de abrir a Alfa Sense, em março de 2019, Silva e o sócio, Victor Diago, já trabalhavam com importação de produtos de alta tecnologia, mas entenderam que precisavam adaptar as soluções às necessidades brasileiras. Em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações, a empresa criou um produto que, segundo Silva, é capaz de resistir por 25 anos, mesmo sujeito a intempéries, queda de raios e à maresia do extenso litoral brasileiro – além disso, em áreas de proteção permanente, por exemplo, o sistema consegue fazer um “muro virtual” no perímetro desejado sem a necessidade de interferir no ecossistema.

A empresa, sediada em São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo, tem mais de 200 projetos no País e busca mercado no exterior. A Alfa Sense recebeu financiamentos por meio de editais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Petrobras, mas seus sócios garantem que a ajuda do Sebrae-SP desde a estruturação foi fundamental para o planejamento estratégico e para o acesso ao mercado, incluindo auxílio com questões contratuais e precificação. “O Sebrae é um parceiro com ‘pê’ maiúsculo. Nós buscamos apoio não só para montar a operação, mas também para implementar inovação”, diz Silva.

A parceria da Alfa Sense com o Sebrae-SP foi impulsionada pela participação da empresa nos editais de financiamento e pela necessidade de uma imersão maior no ecossistema de inovação. Houve um trabalho conjunto desde a abertura, para o desenvolvimento de canais de venda e processos de gestão, áreas que precisavam de um olhar mais atento. A expansão da Alfa Sense mostra que há um caminho aberto para empresas de tecnologia voltadas para a inovação e, igualmente, para a gestão e o planejamento. “Se uma empresa de alta tecnologia não estiver bem preparada, nunca irá tracionar e vai chegar ao fim antes mesmo de iniciar suas atividades”, destaca Silva.

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