Revista Secovi Condominios - Edição 278

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ANO 25 - No 278 - Dezembro 2016/Janeiro 2017 - R$ 12,00

CONDOMÍNIOS

A revista para síndicos, administradoras de condomínios, incorporadoras e shopping centers

USO RACIONAL DA ÁGUA

PLANO DIRETOR EM DEBATE DE OLHO NA PISCINA


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Revista

Secovi-SP

CondomĂ­nios


Carta do presidente

Flavio Amary Presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi

Crer para ver!

C

hegamos ao final de um ano de desafios e oportunidades. As dificuldades resultantes da instabilidade política, com reflexos diretos na economia, foram decisivas para que o País tivesse de sacudir a poeira e iniciasse uma nova fase. Estamos tentando nos adaptar, com disposição para contribuir da melhor maneira possível. No setor imobiliário, temos amargado dados negativos desde 2014, quando teve início um processo de encolhimento do mercado, afetado sobretudo pela realização da Copa do Mundo e as eleições majoritárias. No ano seguinte, a crise se agravou, culminou na redução da atividade produtiva como um todo, fez crescer o desemprego e atingiu em cheio o poder aquisitivo da população. Diante dessa realidade, começamos 2016 sem perspectivas de melhora na economia e, consequentemente, no nosso setor. A instabilidade superou a pior das expectativas. A mudança de governo acalmou os ânimos e refletiu na confiança da sociedade, com índices positivos sendo registrados consecutivamente nos meses que se sucederam. No entanto, as expectativas de encerrarmos o ano em um ambiente mais estável acabaram frustradas por uma sucessão de eventos inesperados nos dois últimos meses, o que contribuiu para deixar cada vez mais distantes os investimentos de que o País tanto necessita.

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A recondução do Brasil rumo ao crescimento é tarefa árdua. Depende de remédio amargo, em doses homeopáticas. As iniciativas destinadas a garantir um futuro mais promissor integram um pacote que inclui medidas duras que, com o tempo, poderão surtir efeitos benéficos. Basta ter paciência e contar com a boa vontade da classe política nacional. Sim, porque a sociedade já vem dando sua cota de colaboração. O ano que acabou não deixará saudades, a não ser pelos acontecimentos que marcaram a história do Brasil e que precisam ser encarados como aprendizado. Até para que não se volte a cometer os mesmos equívocos que levaram o País a uma crise econômico-política sem precedentes, e cujo ônus ainda teremos de amargar por algum tempo. As perspectivas para 2017 não são das melhores. Mas, para não deixarmos o pessimismo nos contaminar, preferimos acreditar que as medidas de ajuste que vêm sendo adotadas pelo governo podem se converter, gradativamente, na almejada volta da estabilidade econômica. Nós, do setor imobiliário, continuaremos envidando esforços para que o atual quadro ganhe contornos mais promissores, apostando na retomada da atividade econômica, por meio da desaceleração da inflação, da manutenção da tendência de redução da taxa de juros, do incentivo à produção e aos investimentos, e da consequente diminuição dos níveis de desemprego. « 3


Recado da Editora DIRETORIA Presidente: Flavio Amary Vice-presidentes: Alberto Du Plessis Filho, Basilio Jafet, Caio Calfat, Caio Portugal, Carlos Borges, Emilio Kallas, Flávio Prando, Frederico Marcondes Cesar, Guilherme de Lucca, Hamilton de França Leite Júnior, Hubert Gebara, Ricardo Yazbek, Rodrigo Luna, Rolando Mifano Conselho editorial: Hubert Gebara, Sergio Mauad, Paulo André Jorge Germanos, Ricardo Yazbek e Claudio Bernardes Superintendente: Adelmo Felizati PRODUÇÃO Assessoria de Comunicação do Secovi-SP Marketing do Secovi-SP REPORTAGEM E REDAÇÃO Redação: leitor@revistasecovi.com.br Editora Responsável: Sônia Salgueiro (MTb 15.414) Redação: Catarina Anderáos, Leandro Vieira, Luciana Ferreira, Maria do Carmo Gregório, Rosana Pinto e Shirley Valentin Assistente: Queli Peixoto Fotos: José Carlos T. Jorge Apoio: Alexandre Callé, Carlos Alberto Azevedo, Daniela de O. Rodrigues, Fernanda Silva Santana, Karina Zuanazi Negreli, Marta Cristina Pessoa, Rita de Cássia Guimarães Bracale (Jurídico), Edson Kitamura, Fabrício Pereira, Jane de Oliveira e Laryssa Basílio Kakuiti (Economia)

N

ossa matéria de capa mostra como as incorporadoras estão se preparando para se adaptarem à Lei nº 13.312/2016, que determina que, em cinco anos, todos os empreendimentos residenciais devem ser entregues com o sistema de medição individual de água. Já que o assunto é água, mostramos ainda o que os condomínios em operação têm feito para racionalizar o uso desse recurso que passou a ser ainda mais valorizado desde o racionamento de 2015: reúso de água, instalação de controladores de fluxo nas torneiras e chuveiros e de descargas de duplo fluxo nos sanitários. E, aproveitando que já estamos no verão, trazemos uma matéria bem esclarecedora sobre os cuidados que devem ser dedicados às piscinas. Boa leitura! Sônia Salgueiro

ARTE Departamento de Marketing Secovi-SP MARKETING E COMERCIAL João Paulo Palmieri, Márcio Valeriano, Mônica Andrade e Rodolfo Teixeira

Índice

PARA ANUNCIAR (11) 5591-1176 | revista@secovi.com.br Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Log & Print Gráfica e Logística CONTATOS SECOVI-SP PABX (11) 5591-1300, Disque Síndico (11) 5591-1234, Eventos (11) 5591-1279, PQE (11) 5591-1198/1250, Universidade Secovi (11) 55911221/1172/1284, Câmara de Mediação (11) 5591-1214 SECOVI NO INTERIOR Bauru (14) 3227-2616, Campinas (19) 3252-8505, Grande ABC (11) 4121-5335, Jundiaí e Região (11) 2709-7335, Santos (13) 3321-3823, São José do Rio Preto (17) 3211-4699, Sorocaba (15) 3211-0730, Vale do Paraíba (12) 3942-9975 Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Reprodução de matérias somente após expressa autorização da Redação. Os anúncios publicitários são de inteira responsabilidade dos anunciantes. Registro nº 26.378 Foto da capa: iStock

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Carta do presidente

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É bom saber

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Opinião

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Capa

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Especial

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Áreas comuns

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Manutenção

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Comercialização

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Legislação

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Dia a dia

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Tira-dúvidas

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Gentilezas Urbanas

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Condomínios


H Á

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A N O S

N O

É com muito orgulho que a Elevadores Otis está comemorando 110 anos de presença no mercado brasileiro.

B R A S I L , M O V E N D O

P E S S O A S

O primeiro elevador da Otis foi instalado no Brasil em 1906, no Palácio das Laranjeiras, atual residência oficial do Governador do Estado do Rio de Janeiro. Ele encontra-se até hoje em pleno funcionamento e com suas características estéticas originais. Há mais de um século empregamos em nossos produtos o que há de mais avançado em tecnologia de transporte vertical no Brasil e no mundo. Desde 1867, há mais de 160 anos, quando o Sr. Elisha Otis inventou, nos Estados Unidos, o elevador de segurança, o mundo nunca mais foi o mesmo. O pioneirismo da Otis e de seu fundador contribuiu diretamente para o desenvolvimento e crescimento das nossas cidades. Tecnologias avançadas, aplicadas à produtos que consomem cada vez menos energia, com menor impacto no meio ambiente que contribuem para um mundo mais sustentável. Nos orgulhamos desta rica história de sucesso, que se confunde com a própria trajetória de desenvolvimento do país, nos últimos 110 anos.

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E s t e i r a s

R o l a n t e s

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www.otis.com


É bom saber

Cursos da Universidade Secovi

A

virada do ano é o momento propício para se planejar. E não só financeiramente. É hora também de pensar em capacitação e reciclagem profissional. Conheça, abaixo, alguns dos cursos da Universidade Secovi que têm início em março. Informações adicionais: (11) 5591-1304 a 1308. • Administração de Condomínios – Módulo I – Dirigido a síndicos, subsíndicos, profissionais de administração imobiliária e condominial, de gestão de patrimônio imobiliário e gestores prediais, este curso proporciona ao aluno conhecimentos básicos e específicos do universo condominial: questões jurídicas, administrativas, financeiras, comportamentais, de manutenção e segurança, sempre com o intuito de qualificar, otimizar e agregar valor ao atendimento das demandas coletivas e individuais do condomínio. O curso tem uma carga horária de

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60 horas, com aulas duas vezes por semana, sempre à noite. O único pré-requisito é que o candidato tenha noções básicas de aritmética (porcentagem, fração e regra de três). • Administração de Condomínios – Módulo II – Para fazer este módulo, é preciso ter sido aprovado no Módulo I do curso ou ter dois anos de experiência comprovada na área. Alguns dos tópicos que serão abordados na programação: Direito, conflitos trabalhistas, fidelização do cliente, custos e cálculos, manutenção predial, ética. São 60 horas-aula, com aulas noturnas dois dias por semana. • Especialização em Direito Imobiliário Empresarial – Este curso permite ao advogado ou militante da área jurídica conhecer, compreender e refletir sobre os aspectos jurídicos do novo mercado imobiliário, abordando os principais contratos, variadas

formas de estruturação de empreendimentos na área de incorporação, built to suit etc., assim como aspectos ligados ao direito ambiental, urbanístico, responsabilidade civil e penal. Podem se inscrever advogados e bacharéis em Direito que atuam na área do Direito Imobiliário. Algumas vagas poderão ser preenchidas por profissionais que não sejam de carreiras jurídicas, mas que tenham curso superior e atuem na atividade imobiliária empresarial. • Incorporação Imobiliária – O objetivo é preparar os participantes para o desenvolvimento de incorporações imobiliárias, desde a prospecção e aquisição do terreno, até a definição do produto. O curso, com 48 horasaula, é dirigido a empresários, gerentes de incorporação, engenheiros, arquitetos, gerentes de vendas e investidores, sendo necessário apenas que o candidato tenha conhecimento geral ou parcial do assunto.

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É bom saber

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É bom saber

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té 31 de janeiro, administradoras de condomínios e de imóveis próprios ou de terceiros; empresas incorporadoras, de desenvolvimento urbano, de intermediação (imobiliárias) ou de compra, venda e locação de imóveis próprios ou de terceiros e loteadoras devem efetuar o recolhimento da contribuição sindical anual obrigatória e prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O pagamento fora do prazo estabelecido em lei acarreta o

recolhimento do valor principal acrescido de multa e juros, com possibilidade de autuação do Ministério do Trabalho e Emprego e aplicação de multa administrativa. Até o vencimento, o recolhimento pode ser efetuado em qualquer banco, via internet ou em lotéricas. O Secovi-SP já está encaminhando as guias, juntamente com a tabela de cálculo da contribuição, pelos Correios. Por me io do Po r t al Se covi (www.secovi.com.br/contribuicao-sindical/) é possível emitir a

2ª via da guia, consultar a tabela e simular o valor para pagamento de acordo com o capital social da empresa. Mais informações: (11) 5591-1306 ou cobranca@ secovi.com.br .

Curso gratuito sobre gás natural

P

ouca gente sabe, mas, desde 2007, a Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) oferece um treinamento gratuito para síndicos e zeladores que atuam em sua área de concessão, composta por Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e região administrativa de Campinas. O objetivo? Capacitar esse público para que ele atue corretamente em tudo que diz respeito a gás natural canalizado. Desde o lançamento do programa, já foram capacitados 10 8

mil profissionais, 500 deles só em 2016. Nas 2h30 de duração do curso, os alunos aprendem a utilizar o gás nos condomínios, conhecem os procedimentos em caso de emergência e os cuidados que devem cercar as obras ali realizadas. Eles também são instruídos sobre as medidas necessárias em caso de dano na rede e ações preventivas para garantir a segurança e o fornecimento ininterrupto de gás natural. O foco são as aplicações residenciais: aquecedores, fogões e piscinas.

“Com esse treinamento, a Comgás reafirma ainda mais sua preocupação com a segurança de seus clientes e garante a integridade de seus ativos. Caso o condomínio não tenha um zelador, outros profissionais podem ser convidados”, afirma Luis Pedro Castro, engenheiro de Integridade de Ativos da Comgás. Para informações sobre as próximas turmas, os interessados podem entrar em contato com a Comgás pelo e-mail ppd@ comgas.com.br.

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Atenção para o prazo de recolhimento da contribuição sindical


Opinião

Hubert Gebara Vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

Ainda o Enacon

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Enacon, realizado em outubro, foi um verdadeiro brainstorming para as administradoras, que tiveram de acompanhar a velocidade com que são recicladas as suas atividades. O tempo do amadorismo passou, restando no mercado aqueles que conseguiram acompanhar de perto as mudanças no atendimento aos condomínios. Por quanto tempo cada um deles vai sobreviver, ainda não sabemos. Uma das constatações é que “não há condomínios iguais’. Cada um deles reflete a química interna dos moradores, do síndico e conselho diretivo. Não há, portanto, como decorrência, “duas administradoras iguais”. Podemos dizer também que não há síndicos iguais. O chamado síndico profissional cria cada vez mais espaço nesse mercado competitivo, mas o modelo atual passa por mudanças. Seja do síndico profissional ou não, a administradora precisa acompanhar essa mudança. A tendência que o Enacon esboçou aponta para uma maior adequação do síndico ao condomínio, e esse processo passa pela administradora. Prestadora de serviço de confiança do síndico, ela precisa estreitar cada vez mais esse laço. A administradora tem procurado participar de todo o processo de atendimento ao condomínio, e isso desde seu projeto. A instalação de um condomínio tem mostrado a imensa gama de problemas que surgem quando a vida condominial começa a valer. Os problemas aparecem, em muitos casos, porque a administradora esteve ausente da gênese que

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ocorre na prancheta do prédio. É óbvio então que o planejamento não amadureceu como deveria. O planejamento é incipiente em quase todos os setores da vida urbana e, quando emerge, tem de ser permanentemente reciclado. Foi o perfil do condomínio que escolheu o síndico, e a administradora tem de saber o porquê. Dessa forma, ela vai poder atender seu cliente de maneira não aleatória. Claro, estamos falando de planejamento. Planejamento é nossa maior lacuna. Um temporal ocorre e dezenas de árvores caem sobre a rede elétrica da cidade. Ficamos no escuro. A concessionária custa a reparar os danos e alega que a restauração da rede elétrica é complexa. Mas ela própria esquece de aludir ao plantio aleatório das árvores pela prefeitura, quase todas de grande porte e totalmente inadequadas para o espaço urbano. Onde está a falha? Certamente no planejamento, uma seara que envolve criatividade e imaginação. Envolve nosso difícil estado de alerta. Acontece o mesmo na economia, no ensino público, na saúde. A rigor, está tudo misturado: onde vemos duas coisas, existe na verdade apenas uma. Se a energia solar é o futuro, por que os nossos telhados não estão se adequando? Não há dúvida de que os condomínios são a moradia do porvir. Nas cidades que estamos construindo sobrarão, quem sabe, alguns sobrados e algumas áreas verdes. Serão suficientes? Não sabemos. Mas o planejamento não pode esperar por muito tempo. « 9


Capa

Muito além dos hidrômetros Obrigatoriedade da medição individual de água entra em vigor em cinco anos, mas construtoras já começam a se adaptar. Um dos objetivos é estimular o uso racional, o que já vem sendo perseguido via reguladores de fluxo nas torneiras e reúso da água de chuva

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água é um recurso natural finito, que enfrenta risco cada vez maior de escassez e também custa relativamente caro ao consumidor. Nesse cenário, medidas envolvendo uso racional – e que reduzem tanto o consumo quanto os gastos – vêm ganhando espaço no mercado condominial e nos novos em10

preendimentos imobiliários. Foi com a justificativa de "aprimorar a sustentabilidade ambiental e fazer justiça àqueles que economizam a água do planeta" que o governo federal sancionou, em 12 de julho de 2016, a Lei nº 13.312, que torna obrigatória, nos condomínios, a medição individual sobre o consumo de água, além

de outras medidas de sustentabilidade ambiental. Embora a legislação, que vale apenas para novos empreendimentos, entre em vigor somente daqui a cinco anos, é crescente o número de incorporadoras e construtoras que adotam a individualização de água em seus projetos. Mas há uma diferença entre

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Erica Celestini


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Bernardes: “É importante informar os moradores sobre os resultados alcançados, porque isso empolga as pessoas”

Santos alerta ainda que, nesse prazo de cinco anos entre a promulgação e a entrada efetiva da lei em vigor, muitos pontos ainda terão de ser discutidos, de modelos de hidrômetro e sistemas de medição até sanções para quem não se adequar à legislação. Por isso, ele recomenda cautela quanto à entrega já com os medidores. “É claro que a implantação da medição individualizada fica muito mais fácil quando está prevista em projeto. Mas a lei é muito genérica. Não há, por exemplo, detalhamento sobre os medidores homologados. Então, há até risco de a empresa entregar o empreendimento com o medidor já instalado e depois ter de mudar o modelo para se adaptar à lei”, alerta. O consultor lembra que a individualização traz custos extras depois que o condomínio foi instalado, como a contratação da empresa para operar o serviço. “Por tudo isso, minha sugestão é prever a medição no projeto, mas não instalar o hidrômetro. O ideal é esperar a regulamentação da lei e ver o que ela vai especificar. Até lá, essa decisão e a instalação dos medidores continuam sendo de responsabilidade do condomínio”, destaca.

Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

os projetos atuais e o que determina a lei. Hoje, na maioria dos casos, as empresas projetam e entregam as torres com toda a estrutura adequada à implementação da individualização, mas a colocação dos hidrômetros, nas unidades, fica a cargo do condomínio. “Há um bom tempo temos como premissa executar as obras com previsão de instalação do sistema de individualização. Mas a decisão de contratação da empresa especializada para a instalação desse sistema é dos condôminos”, afirma Roberto Gerab, diretor executivo da Kallas Engenharia. Já com a entrada em vigor da nova lei, em 2021, os condomínios terão de ser entregues com os equipamentos em todas as unidades. “Há cerca de dez anos, o mercado já vinha se regulando sobre isso. Não tinha obrigação, mas antecipou a medida, realizando projetos que permitem, aos futuros condôminos, instalarem os medidores. Em São Paulo, a individualização ainda não é muito adotada. Mas, em outros estados brasileiros, é bem diferente. Na região Sul, por exemplo, a individualização é obrigatória há um bom tempo. E, no Rio de Janeiro, desde 2012 é preciso entregar o empreendimento com os medidores instalados para obter o Habite-se”, compara Marcos André Alves dos Santos, consultor da empresa Save, que presta consultoria na área de negócios sustentáveis.

Quem também faz ressalvas quanto aos efeitos, na prática, da nova lei é Hamilton Leite, vicepresidente de Sustentabilidade do Secovi-SP. Ele chama a atenção para a necessidade de adaptação de todo o mercado a ela. “Como é uma lei muito recente, ainda não chegou aos projetos da maioria das construtoras. Vamos precisar ver o que acontece com a capacidade de oferta desse tipo de equipamento no País inteiro. Hoje, a demanda é baixa e a produção também. Mas a demanda vai crescer e temos que observar como o mercado vai atendê-la. Pode ser até que os preços aumentem. O mesmo acontece com a mão de obra. Toda a cadeia produtiva terá que evoluir”, ressalta, afirmando ainda que o ideal seria uma implantação de forma gradativa no cenário nacional. “Mas a lei prevê data única para todo o País”, lembra. Por outro lado, a inclusão dos hidrômetros já na entrega do empreendimento, por parte das construtoras, quando a lei entrar 11


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Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

Leite: “Como é uma lei muito recente, ainda não chegou aos projetos de todas as construtoras” Prever é o melhor remédio

Mais economia O uso racional, no entanto, não fica restrito à individualização. A própria lei prevê que os condomínios adotem outras medidas de sustentabilidade ambiental. E, quando se fala em água, as opções são muitas, conforme

Imagem: iStock

em vigor, não deve ter grande impacto no preço final das unidades. Essa é a opinião de Rodrigo Fairbanks von Uhlendorff, sócio-diretor da Plano & Plano Construções e Participações. “Provavelmente, quem vai legislar quanto aos modelos e sistema a serem adotados será a empresa de água e esgoto de cada município, como já acontece onde a medição individualizada é obrigatória. Caberá às construtoras adotar os hidrômetros homologados. Hoje o valor desse acessório é de cerca de R$ 500, com pouco impacto sobre o preço total de cada unidade”, compara.

Foi bem antes da promulgação da nova lei que o uso racional da água ganhou grande atenção dos consumidores. Isso aconteceu principalmente durante a crise hídrica dos anos de 2014 e 2015, que impôs inclusive períodos de desabastecimento à população. A individualização está entre as medidas, já comprovadas, que levam à redução de consumo, principalmente porque, ao saberem efetivamente quando gastam de água, os moradores de cada unidade de um condomínio tendem a regular o consumo. E, quanto a esse assunto, há pelo menos uma opinião unânime: tanto em termos de custo quanto de mão de obra, o melhor, mais barato e mais fácil é prever o sistema no projeto do que fazer adaptações em empreendimen-

tos já estabelecidos. “Na Plano & Plano, já incluímos em todos os projetos a previsão para a instalação da medição individualizada. Com isso, se o condomínio optar por adotá-la, as adaptações são praticamente irrisórias, assim como os custos. De modo simplificado, podemos explicar assim: quando a individualização está prevista no projeto, fazemos a coluna de água no meio do prédio. Depois, sai um cano para cada apartamento de cada andar, o que permite a leitura do consumo. Os prédios mais antigos não têm isso. Dependendo da idade do condomínio, a adaptação fica praticamente inviável, não só pelas obras necessárias, mas também pelo custo”, explica Uhlendorff.

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Modernize su ascensor

Utilize controles Infolev

COMANDO NOVO

COMANDO ANTIGO

Control antiguo

O comando eletrônico funciona como o cérebro do seu elevador, controlando todas as suas funções. São muito mais confiáveis e eficientes que os antigos modelos eletromecânicos.

Control antiguo

El controle electrónico funciona como el cerebro de su ascensor, controla todas las funciones. Son mucho más confiables y eficientes que los modelos electromecánicos. Este equipamento reduz o consumo de energia elétrica, colaborando com o meio ambiente.

Este equipo reduce el consumo de energía eléctrica, colaborando con el medio ambiente.

VERDADEIROS COMPUTADORES QUE: Verdadero equipo que:

Memorizam chamadas;

Memorizan las llamadas;

Verifica as portas antes de partir; Comprueba puertas antes de salir;

Programam as viagens conforme a prioridade das chamadas; Han programado el viajes de acuerdo con la prioridad de las llamadas;

Antes da Modernização

Depois da Modernização

Antes de la modernización

Después de la modernización

Comunicam-se com outros elevadores, otimizando o tráfego; Se comunican con los otros ascensores y optimizan el tráfico;

Contam os andares;

Cuentan los pisos;

Indicam o sentido da viagem e o pavimento onde se encontra parado; Indican la dirección del viaje y el piso donde se encuentra parado;

Controlam a abertura e fechamento das portas

Controlan apertura y o cerrar de las puertas;

Reduz defeitos e paralisações;

Reducen los defectos y paralizaciones;

Melhoram o tráfego;

Mejora el tráfico;

Oferecem maior segurança;

Ofrece mayor seguridad;

Antes

Valorizam o patrimônio.

Antes

Valoriza el patrimonio.

Depois Después

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destaca Geraldo Bernardes Silva Filho, diretor de Sustentabilidade Condominial do Secovi-SP. “Nas unidades, pode-se adotar, por exemplo, controladores de fluxo nas torneiras e chuveiros, e descargas com dois fluxos nas bacias. Somados à individualização, a redução de consumo chega a 50%”, revela. “Há também arejadores que misturam oxigênio à água. A redução é de 50% a 60% do consumo e nem se percebe a diferença no fluxo. Além disso, o condomínio deve adotar um regulador de pressão. Nos andares mais altos, a água chega com pressão normal. Mas, nos primei-

Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

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ros andares, há muita pressão. Então, joga-se muita água fora”, acrescenta. Ele afirma ainda que o ideal, para que essas medidas sejam colocadas em prática, é a criação de uma comissão específica de moradores para tratar de sustentabilidade. “Mas, para funcionar corretamente, ela precisa estabelecer prioridades, fazer um cronograma para a instalação dos equipamentos, trabalhar com metas de redução e informar aos moradores sobre os resultados alcançados, porque isso empolga as pessoas”, ressalta. Bernardes destaca ainda que os benefícios vão além do ganho ambiental e da redução na conta de água. “Com menor consumo de água, a cota condominial também cai. Isso torna o imóvel mais fácil de ser alugado ou vendido”, opina. Há também várias formas de reaproveitar a água em um condomínio. “É possível fazer o aproveitamento de águas de chuva, águas de esgoto (as chamadas negras ou cinzas), águas de condensação de sistemas de ar-condicionado e águas de drenagem de subsolo”, enumera a engenheira civil Sibylle Muller, fundadora e diretora da AcquaBrasilis,

empresa especializada em projetos e implementação de sistemas de reúso e de aproveitamento de águas pluviais em empreendimentos residenciais e comerciais. Assim como acontece com a medição individualizada, tudo fica mais fácil quando essas soluções já estão previstas na fase de projeto do empreendimento. “No caso de adaptações, é tecnicamente viável, mas envolvem modificações nas redes de água que têm de ser feitas nos empreendimentos, como quebra de pisos e paredes para embutir tubulações só para águas de reúso”, explica. Quanto à escolha por um sistema ou pela integração de vários tipos de reutilização de água, o interessado deve levar em conta os custos, já que há desde os que exigem tratamento mais simples, como a água da chuva, até os mais complexos, como de esgoto – além do perfil do condomínio. “Sempre existe a possibilidade de se reutilizar todas as águas disponíveis. No entanto, deve-se avaliar muito bem qual o benefício econômicofinanceiro para cada caso, bem como o período de retorno previsto para o investimento necessário para cada sistema introduzido. Além disso, o aproveitamento das águas de chuva depende do clima. Já o reúso de águas cinzas conta com fonte contínua de água. Eles

Uhlendorff: “Dependendo da idade do condomínio, a adaptação fica inviável, por causa das obras necessárias e do custo” 14

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Resultado positivo O condomínio Pátio Victor Malzoni, na cidade São Paulo, é um dos que adota reúso de água, com sistemas já previstos desde o projeto. Segundo Flavio Engel, gerente de Operações Prediais da CBRE – administradora do condomínio –, ele foi construído com infraestrutura voltada para o reaproveitamento de água de chuva, dos lavatórios e de condensação dos fancoils no sistema de ar-condicionado. “A partir disso, contratamos uma empresa que forneceu a estação de tratamento e iniciamos a operação, contribuindo com a economia do consumo de água no período da crise hídrica”, revela. Em média, são tratados e reutilizados 650 m³ mensais de água. “Mas isso depende muito do volume de chuvas de cada período. Nesse caso específico, a água vai para um reservatório de acumulação. Na sequência, passa pelo filtro bag e filtro cartucho e, posteriormente, recebe cloreto de cálcio e vai para o reservatório de água de reúso tratada, para ser utilizada nos vasos sanitários, espelho d’água, irrigação dos nossos jardins e torres de resfriamento do sistema de ar-condicionado”, detalha. A água proveniente da condensação do ar-condicionado passa pelo mesmo sistema de tratamento. “Já as de pias e lavatórios são acumuladas em um reservatório específico e posteriormente passam por tratamento aeróbico e filtragem

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podem complementar-se, mas, também, pode-se optar pela implantação de apenas um sistema de tratamento. Recomenda-se realizar um balanço hídrico, um estudo no sentido de avaliar, para cada caso, quanto se necessita de água potável, água não potável e quais seriam as águas disponíveis para tratamento e aproveitamento”, orienta Sibylle. Já os usos são os mais variados. “Indica-se a aplicação da água de reúso em fins não potáveis, como descargas de vasos sanitários, lavagem de pisos e calçadas, limpeza em geral, água de reposição de sistemas de ar condicionado, espelhos d’água e lavagem de veículos”, detalha, acrescentando que, em alguns casos, a redução de consumo chega a 60%. No caso dos sistemas de reutilização já previstos no projeto de construção, Uhlendorff, da Plano & Plano, lembra que, após a entrega, a responsabilidade da manutenção é dos condomínios. “Nos projetos, o sistema mais comum é o de reúso de água da chuva para lavar calçadas e regar o jardim. Mas há até os que deixam uma caixa d´água isolada, que vai direto para as bacias dos banheiros. A escolha vai variar de acordo com o perfil, mas é importante lembrar que, depois, é o condomínio que vai ter que operar o sistema e cuidar de toda a estrutura”, reforça.


MATRIZ

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“Somos um grupo sólido que existe há mais de dez anos. Atuamos nos diversos seguimentos de terceirização, os quais: controle de acesso, portaria, limpeza, zeladoria, auxiliar de limpeza e mão de obra no geral. Gerir com excelência, respeito, honestidade e profissionalismo o seu patrimônio é o nosso propósito, para isso, usamos ferramentas e programas, onde você cliente terá em forma de satisfação os resultados proporcionados através de: economia, qualidade, praticidade e profissionalismo. SOMOS O GRUPO RC”

Unidade Penha Revista

Unidade Santana Secovi-SP

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Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

Sibylle: “É possível reutilizar todas as águas disponíveis. No entanto, deve-se avaliar muito bem qual o benefício econômico-financeiro”

no filtro de areia. A destinação é a mesma”, completa. Na ponta do lápis, o resultado é bem positivo. “A economia é significativa. Nos períodos chuvosos, temos um volume maior, mas em termos de média anual economizamos cerca de 30%”, afirma Engel. O empreendimento conta com três torres e registra uma circulação diária de 6 mil pessoas. Já no edifício Paulista Park, também na cidade de São Paulo, o sistema de reúso de água do lençol freático foi implantado a partir de adaptações no condomínio, durante a crise hídrica de 2014. “Fizemos uma análise da água e vimos que não havia contaminação por metais pesados. Então, contratamos uma empresa especializada, que colocou uma bomba de captação. Ela destina a água para a lavanderia coletiva, mas também usamos para limpeza de calhas e para regar o jardim. Só não podemos destinar para outros usos, porque seriam necessários outros tipos de filtragem e ficaria mais 18

caro”, conta Edgar Miwa, síndico do condomínio há sete anos. Segundo ele, a medida não trouxe redução no valor da tarifa de água, já que a Sabesp cobra valores por faixa de consumo e os 200 mil litros usados por mês do lençol freático não garantiram redução suficiente para que o empreendimento mudasse para uma faixa de menor valor. As vantagens são outras, destaca o síndico. “O ganho ambiental é enorme. Antes, essa água era despejada direto na sarjeta. Hoje, não usamos mais água potável para lavar roupa. A medida foi aprovada em assembleia, em plena crise hídrica, justamente pelo fator sustentabilidade”, completa ele, revelando que o condomínio investiu R$ 10 mil no sistema. Tanto no caso do armazenamento quanto no reúso, o vicepresidente de Sustentabilidade do Secovi-SP faz um alerta. De acordo com Hamilton Leite, está em andamento na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) uma discussão sobre regras para os sistemas. “Na verdade, estava faltando isso para dar segurança aos projetos. No caso de uso de fontes alternativas de água não potável em edificações,

por exemplo, hoje não existe uma norma. Pode ser reutilizada água da chuva, águas cinzas, de lençol freático. Mas elas ainda precisam ser aprovadas. Quando estiverem em vigor, os condomínios vão ter que se adequar às novas normas”, destaca.

Nas obras Não é só com os condomínios que existe preocupação, por parte das construtoras, com a economia de água. Nos canteiros de obras também são adotadas medidas nesse sentido. Nos projetos da Plano & Plano, por exemplo, há captação da água da chuva. “Como ela não é potável, usamos de forma pressurizada, com uma bomba, para lavar rodas de caminhões e também caminhões de concretagem. E essa própria água é captada por silos e volta a ser usada, após ser decantada. Além disso, costumamos comprar água de reúso, em caminhão-pipa, para trabalhos que não exigem água potável”, revela o sócio-diretor da empresa. Já Leite lembra que as construtoras certificadas são as que mais focam nessas medidas. “Comparado ao ciclo de vida de um empreendimento, o consumo de água durante a obra é considerado pequeno. Mas há construtoras que são certificadas e adotam as normas desse processo tendo como foco muito mais a sustentabilidade que o custo”, revela. « Revista

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Hora de investir em imóveis

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á cerca de dez anos, analistas começaram a vaticinar que o Brasil teria uma bolha imobiliária prestes a estourar e que os preços dos imóveis cairiam em média 50% ou mais quando ela estourasse. Baseado em indicadores que apontavam que – ao contrário do que a maioria achava –, em comparação a países onde bolhas imobiliárias estouraram, o endividamento de compradores de imóveis e o volume de novos lançamentos eram ainda pequenos e os preços não eram excepcionalmente elevados em relação à renda por aqui, publiquei diversos artigos refutando tais análises. Os últimos anos foram a prova do pudim. O mercado imobiliário enfrentou a tempestade perfeita. A economia teve a maior contração em qualquer período de três anos desde 1900, a confiança de empresários e consumidores caiu aos níveis mais baixos da história, as taxas de juros subiram significativamente, a oferta de crédito imobiliário despencou ao menor nível em muito tempo e várias empresas líderes do setor passaram por dificuldades significativas e, em alguns casos, até por reestruturação judicial. Cenários muito me20

Ricardo Amorim Autor do livro Depois da Tempestade, apresentador do Manhattan Connection, da Globonews, e economista mais influente do Brasil, de acordo com a revista Forbes

nos extremos já seriam suficientes para fazer qualquer bolha imobiliária estourar, caso houvesse uma. Não foi o que aconteceu. As vendas e os novos lançamentos de imóveis despencaram e os preços caíram. Em alguns casos, as quedas de preços foram muito expressivas. No entanto, não houve um colapso generalizado de preços parecido ao que ocorreu, por exemplo, nos EUA quando uma bolha imobiliária estourou

entre 2007 e 2009. Naquele caso, os preços de imóveis residenciais em todo o estado da Flórida caíram em média 60%. No estado de Nevada, a queda média de preços atingiu 80%. Em vários países europeus, as quedas médias de preços foram parecidas. No Brasil, muitos imóveis tiveram quedas de preços nestes patamares ou próximas a eles, mas na média, de acordo com Índice Fipe/ZAP, os preços de imóveis residenciais, por exemplo, apenas pararam de subir, tendo se estabilizado em 2016. Estes dados subestimam a contração de preços que realmente aconteceu por duas razões. A mais importante é que eles desconsideram a inflação, que só em 2016 já atingiu 5,4%. Adicionalmente, o Índice Fipe/ZAP, que mede preços pedidos pelos vendedores, subestima a contração de preços efetivamente praticados no mercado, em função de descontos crescentes concedidos pelos vendedores nos dois últimos anos para conseguir concretizar as vendas. Em resumo, houve, sim, queda de preços de imóveis no Brasil, mas a queda média de preços foi muito inferior à de países onde bolhas imobiliárias estouraram, o que sugere para um ciclo usual de

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ajuste de preços em meio a uma recessão econômica. Esta distinção é fundamental para todos que trabalham no setor imobiliário e todos que pretendem investir em terrenos, galpões, imóveis comerciais ou residenciais ou aqueles que pretendem comprar sua casa própria nos próximos anos. Estouros de bolhas imobiliárias são seguidos por longos períodos de desempenho econômico muito inferior ao que o país tinha até então e uma elevação significativa da taxa de desemprego, o que cria riscos importantes para quem oferta crédito e quem assu-

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me dívidas para financiar a compra dos imóveis. Foi o que aconteceu com o Japão nos últimos 25 anos e na Europa nos últimos oito anos, por exemplo. Em segundo lugar, há uma retração permanente do volume de negócios no mercado imobiliário com uma redução significativa do volume de lançamentos, diminuindo o número de empregos e as oportunidades em toda a cadeia do setor imobiliário – desde quem constrói até quem vende imóveis. Foi isso também o que ocorreu no Japão, na Europa e mesmo nos EUA. O número de lançamentos imobiliários nos

EUA nos últimos 12 meses não chegou a um terço do que era em 2007. Na Europa e no Japão, as contrações foram ainda maiores. No Brasil, ao contrário, tivemos uma contração cíclica do mercado imobiliário causada pela recessão. Assim como aconteceu após as recessões de 2003 e 2009, esta contração deve ser seguida por um reaquecimento do mercado imobiliário à medida que a confiança e a economia se recuperarem e a oferta de crédito voltar a se expandir, começando pela recuperação de preços, seguida em um segundo momento pela recuperação do volume de vendas e, em um ter-

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Especial

em ordem e afastando temores de risco de insolvência futura do setor público brasileiro – o que acredito que tem grande chance de acontecer –, a recuperação econômica será muito mais rápida e forte do que a maioria acredita. Os impactos positivos da recuperação nos setores que mais sentiram a crise de confiança e a falta de oferta de crédito recente serão ainda maiores, capitaneados exatamente pelos setores imobiliário e automotivo. Desde que publiquei o livro, as expectativas já começaram a melhorar. De acordo com o relatório Focus, do Banco Central – que apresenta as expectativas de mais de cem economistas –, há poucos meses eles projetavam, em média, que em 2017 o PIB brasileiro não cresceria nada. Hoje, os mesmos economistas já acreditam que o crescimento será superior a 1%. Salvo o governo Temer provar-se incapaz de fazer o ajuste fiscal ou ocorrer uma nova crise externa, estou convencido de que será muito superior a isso. Os indicadores do próprio

mercado imobiliário já têm refletido esta melhora de expectativas. O Índice IFIX da Bovespa, que mede o desempenho dos fundos imobiliários, teve uma alta de mais de 20% neste ano. Os dez fundos imobiliários de melhor desempenho do mercado tiveram retornos entre 40% e 65%. Se o cenário de recuperação econômica, queda de juros e expansão de crédito se concretizar, a demanda por imóveis deve crescer. Além disso, quando ajustado pela inflação, o IFIX ainda está cerca de 20% abaixo do seu nível de quatro anos atrás, que as dificuldades financeiras de muitas incorporadoras e novos planos diretores de várias cidades devem limitar e encarecer novos lançamentos nos próximos anos. Assim, mesmo levando-se em consideração os amplos estoques que terão de ser desovados nos próximos dois anos e que devem inicialmente retardar e limitar a recuperação dos preços dos imóveis, as oportunidades para os interessados em investir em terrenos, galpões ou imóveis residenciais e comerciais agora parecem claras, particularmente para investidores de longo prazo. «

Imagem: iStock

ceiro, de novos lançamentos. A oportunidade para quem quer investir no mercado imobiliário está em posicionar-se antes que estas tendências se concretizem e sejam claras para todos. Já há vários sinais nesta direção, mas a maioria ainda não se deu conta disso. Nos últimos meses, a confiança de empresários de todos os setores da economia e de consumidores tem subido, de acordo com os indicadores da FGV, CNI, Fecomercio e outros. Alguns setores já têm até mostrado uma incipiente recuperação. Por conta da queda da inflação, a taxa de juros começará a cair ainda neste ano e, provavelmente, continuará em queda ao longo do ano que vem e do próximo, trazendo novamente a taxa Selic para patamares de um dígito, estimulando as instituições financeiras a oferecerem maior volume e condições mais atraentes para o crédito imobiliário, o que expandirá a procura por imóveis tanto comerciais quanto residenciais. Como detalhei em meu livro Depois da Tempestade, publicado recentemente, caso o governo Temer corte gastos públicos, colocando as contas públicas

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Para proteger e ser protegida As portarias exigem atenção, da construção à escolha do mobiliário e equipamentos

Por Erica Celestini

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la costuma ficar em segundo plano na atenção de moradores e também de interessados em comprar um apartamento. Os primeiros passam diariamente pela portaria, mas nem se dão conta disso. Durante a visita ao empreendimento, os segundos só têm olhos para detalhes como quadra, academia, piscina e salão de festas – raramente incluem a portaria nessa lista. Apesar disso, esse espaço tem uma função fundamental no condomínio, funcionando com “central de inteligência” para o sistema de segurança. Afinal, é na portaria que estão concentra24

dos os monitores do sistema de câmeras e ainda os controles de acessos por pedestres e veículos. Por causa disso, ela requer atenção desde a construção do condomínio, passando pelo mobiliário, regras de acesso e condições de trabalho oferecidas aos funcionários. As dimensões da portaria são definidas pelo Código de Obras da cidade e devem constar, até mesmo, do projeto do condomínio, que é encaminhado para aprovação e licenciamento. Além disso, o tamanho de área destinada à portaria depende de fatores como número de torres, quantidade de

unidades e também acessos e a estrutura de cada condomínio. Já a localização deve ser estratégica. “Esse é o principal requisito a ser analisado no projeto. As guaritas precisam ter boa visibilidade, para aumentar a segurança, além de otimizar a rotina da mão de obra. Elas precisam ainda ficar a uma distância dos acessos suficiente para que o porteiro, ao notar algo suspeito, tenha tempo de acionar socorro”, explica Ellen Sun, gerente de Operações do Grupo Hubert. A estrutura deve ser pensada levando-se em conta a segurança do condomínio e dos funcioná-

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Cafezinho Quanto à infraestrutura de trabalho, o funcionamento pode ser comparado ao de um escritório, com água e café próximo dos funcionários. “Também é indispensável um telefone, até para acionar o socorro em caso de necessidade. O ideal é que também exista um banheiro dentro da portaria, para que o funcionário não se ausente por muito tempo. Já as refeições devem ser feitas fora”, acrescenta Ellen. Ainda com relação às condições de trabalho, a advogada Daniela Rodrigues, assessora jurídica do Secovi-SP, detalha que

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Daniela: "Ambientes pequenos e fechados geralmente ventilam pouco, o que pode gerar desconforto e cansaço no trabalhador"

devem ser seguidas as determinações da Norma Regulamentadora 17 (NR 17), do Ministério do Trabalho e Emprego, que estabelece parâmetros quanto a equipamentos que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores em qualquer setor. “O leiaute adequado é aquele que oferece conforto, segurança e condições para que o empregado desenvolva suas atividades sem prejudicar sua saúde ao longo dos anos”, afirma. As cadeiras exigem atenção especial. “Os porteiros, que trabalham quase toda a jornada de trabalho sentados, precisam de uma cadeira que lhes traga conforto e assegure condições de manter a postura, para que não venham a ter problemas como lombalgia, escoliose ou dor nas costas. Por isso, o assento deve atender a requisitos mínimos, como altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida, características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento, borda frontal arredondada e encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região

Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

rios. As partes em alvenaria precisam ser bem reforçadas. Já os vidros, de preferência, devem ser blindados e com película, para que os porteiros observem o que acontece à volta e não tenham seu trabalho e nem as imagens das câmeras visíveis para quem passa do lado de fora. “A portaria deve proteger e ser protegida”, resume Ellen. Outro ponto importante é o acesso à portaria. “É preciso ter em mente que só o fato de se abrir a porta da guarita já representa um risco. Por isso, o acesso deve ser preservado. No caso do recebimento de encomendas, o ideal é ter um espaço suficiente para que elas sejam entregues sem que seja necessário o acesso à guarita”, completa a gerente.

lombar. Também é preciso suporte para os pés, adaptável ao comprimento da perna do trabalhador”, enumera Daniela. A advogada lembra que bancadas, mesas e painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação. “Elas devem ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e a altura do assento”. Os monitores também entram nessa lista. “Eles devem ter condições de mobilidade para permitir o ajuste do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo contra reflexos e proporcionando corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador”. Outros itens destacados por Daniela são a iluminação e a ventilação das guaritas. Ambientes pequenos e fechados geralmente ventilam pouco. Isso pode ser sanado com a ventilação apropriada, por meio de ventilador ou ar condicionado”, finaliza. « 25


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Diversão com segurança Saiba quais cuidados devem ser dispensados à piscina do condomínio

Por Rita Karam

Á

gua verde e turva na piscina chama atenção, mas o que muitos não sabem é que aquela água azul, cristalina, também não é garantia de segurança. “Água azul não significa que está própria para o banho. Bactérias e vírus são invisíveis. A água pode estar azul cristalina e a dengue estar lá”, alerta o instrutor técnico da fabricante de produtos para piscina HTH, Fabio Forlenza. Por isso é importante ter um tratamento adequado às necessidades de cada piscina. A utilização de cloro é obrigatória por lei, informa Forlenza. Mas outros produtos auxiliam nessa 26

tarefa. Só que as quantidades a serem utilizadas e a frequência de aplicação dos químicos de tratamento dependem de alguns fatores, principalmente clima, tamanho da piscina, quantidade de pessoas que a utilizam e se há sistema de aquecimento da água. O sol, por exemplo, faz o cloro evaporar, e o aquecimento faz o cloro se decompor. De forma geral, orienta o instrutor da HTH, o indicado é colocar o cloro todo dia, na meia estação dia sim e dia não e, no inverno, uma vez por semana. O produto faz a desinfecção completa, matando e oxidando vírus e bactérias. A água esverdeada

da piscina é resultado da proliferação de algas. Elas não representam risco, mas o fato de estarem lá pode indicar que falta tratamento, uma vez que o cloro elimina também as algas, explica o especialista. Entretanto, a quantidade de algas é muito maior do que a de bactérias e, para que o cloro apresente melhor rendimento, é utilizado o algicida, que elimina algas. Outro produto que colabora nesse processo é o clarificante, que junta as impurezas no fundo da piscina, permitindo que sejam eliminadas por aspiração. Para garantir a eficiência nos cuidados com a piscina, entretan-

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to, é preciso que o pH e a alcalinidade da água estejam equilibrados. Se esses parâmetros estiverem baixos ou altos, podem interferir no tratamento químico. A alcalinidade, por exemplo, é um fator determinante para que o clarificante consiga fazer sua função, informa Carolina Giavoni, da área de Marketing da fabricante de produtos HidroAll. Ela alerta ainda para a necessidade de manuten-

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ção de equipamentos como o filtro, cuja areia pode ficar saturada e interferir na qualidade da água por não reter as partículas suspensas. É preciso repor ou trocar a areia, e os filtros de pano exigem uma limpeza mais frequente, esclarece. A HidroAll orienta que a primeira providência seja a limpeza da água, com a retirada da sujeira do fundo da piscina, de folhas e de insetos da superfície e do filtro. Depois devem ser feitas a reposição do nível de água, quando necessário, e as análises dos parâmetros

de alcalinidade e pH, com kits de teste específicos. Ajustados esses parâmetros, é iniciada a desinfecção com cloro. De acordo com a empresa, o ideal é que o cloro residual fique sempre entre 1 e 3 ppm, garantindo proteção contra contaminação. Complementando o tratamento químico, a água deve ser filtrada pelo tempo indicado pelo fabricante da bomba e do filtro para o volume da piscina. Forlenza, da HTH, esclarece também que, se o pH não estiver neutro, o banhista pode sentir algum desconforto: ficar com o olho vermelho, ter coceira na pele ou o cabelo ficar 27

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Manutenção


Manutenção

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Callé: “É importante orientar os funcionários para manterem sempre fechados os portões de acesso à piscina”

muito duro. Segundo ele, a falta de tratamento ou o tratamento inadequado da água da piscina pode causar otite, conjuntivite, hepatite, sinusite, febre, vômito, diarreia, dengue, herpes labial e vaginal, além de micoses. Por isso, ele recomenda que o condomínio tenha um registro das medidas de cloro e contrate um químico responsável para evitar aborrecimentos para o síndico.

Cuidados O profissional da HTH alerta ainda para os riscos de intoxicação e de acidentes. O cloro é um gás contido dentro de um pó branco (no caso da HTH, esse pó é o cálcio). Esse gás vai saindo aos poucos e fica no ambiente em que o produto está armazenado. Por isso o local deve ser bem ventilado, porque não pode atingir temperatura superior a 50 graus. Esses produtos esquentam a altas temperaturas, esse calor é repassado para o balde de plástico onde está acondicio28

nado, que é inflamável, podendo pegar fogo. Eles também não podem receber nada líquido, (água, refrigerante), pois isso vai causar uma reação. “Muita água e pouco produto tudo bem, mas o contrário não”, afirma Forlenza. Além de um eficiente tratamento de água e limpeza, os cuidados de manutenção e segurança na utilização da piscina incluem reparos como a substituição de azulejos, rejuntamento e correção de trincas, evitando que os usuários possam se machucar. O trabalho pode ser realizado sem a necessidade de esvaziar a piscina, utilizando técnicas de mergulho e materiais de secagem desenvolvidos para uso na água. Nas piscinas de alvenaria, a troca de azulejo é o serviço mais solicitado, informa o diretor da Reparo Submerso, Fernando Ribeiro. A troca leva entre 20 e 25 minutos – tempo computado a partir do momento que o técnico estiver preparado – e custa em torno de R$ 60 por azulejo, relata. Feita a substituição, a piscina precisa ficar fechada por 1h30. Serviços de rejuntamento também são comuns, uma vez que, além da função estética, o rejunte é responsável pela fixação lateral entre as peças. Ocorre que,

com a escovação e o uso de produtos químicos, ele sai, podendo se formar uma lâmina de água sob o azulejo deixando-o suscetível a quebra. Nas piscinas de fibra, o mais comum é que o ressecamento leve a rachaduras. Neste caso, o trabalho consiste em localizar a trinca e fazer o reparo, o que leva 20 minutos, depois de localizado o local da trinca. Já nas piscinas de vinil, são feitos remendos para cobrir furos e rasgos, muitas vezes feitos por pulseiras, relógios e grampos de cabelo. O processo é semelhante ao realizado em câmara de ar de veículos: aplica-se um pedaço de vinil sobre o pedaço rasgado, usando uma cola que tem reação dentro de água. Diante do número crescente de acidentes em piscinas, tem aumentado a procura para instalação de dispositivos nos ralos para evitar que os cabelos fiquem presos, informa Ribeiro. O custo é de R$ 600, com mão de obra e material, e o trabalho leva cerca de 1h30. “Uma piscina só deve ser esvaziada em último caso, porque a água faz contenção nas paredes e, sem ela, pode haver uma micromovimentação e trincar as paredes, soltar os azulejos, provocar danos na impermeabilização”, esclarece Ribeiro.

Legislação Normas e leis estabelecem parâmetros de segurança a serem

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Manutenção

MUDANÇAS NAS NORMAS

Entre as principais mudanças que dizem respeito à segurança, o instrutor técnico da HTH e membro da comissão Fábio Forlenza destaca que as piscinas deverão ter: cercas em volta para não permitir a entrada de criança; grelha antiturbilhão nos ralos de fundo, evitando que os cabelos das crianças fiquem presos no ralo; botão de emergência próximo à piscina para desligar o motor em caso de emergência; e o registro do bocal de aspiração deve permanecer fechado enquanto a piscina estiver em uso, para evitar que uma criança coloque a mão sobre o local e não consiga mais tirar. As piscinas já construídas precisarão se adaptar a essas regras, diz Forlenza. Para as novas construções, também é necessário que a piscina conte com dois ralos, reduzindo a força de sucção na saída da água. A norma revisada já foi enviada ao Congresso.

seguidos nos condomínios. Na cidade de São Paulo, a Lei Municipal nº 10.975/91 obriga que todas as piscinas sejam cercadas por grades protetoras e a Norma Técnica Especial (NTE) para piscina aprovada pelo Decreto estadual nº 13.166/79 estabelece, em seu artigo 51, que os usuários deverão obrigatoriamente se submeter a exame médico prévio, renovado a cada seis meses, apresentando ficha médica de aprovação assinada por profissional habilitado, informa o assessor jurídico do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) Alexandre Callé. O artigo V inciso II 30

da NTE também determina que as piscinas de uso coletivo restrito tenham placa indicativa de profundidade, alerta. “É uma medida salutar e pode ser crucial para evitar acidentes, lesões”, afirma o advogado. Callé destaca que a responsabilidade em uma piscina de condomínio é diferente da de um clube. Embora alguns moradores acreditem que seria necessário manter salva-vidas, a medida não se aplica a condomínios. Ele diz que a responsabilidade do síndico em caso de acidente tem de ser provada, mostrando que uma medida que de fato seja

responsabilidade do condomínio não foi cumprida. Para se precaver, o assessor recomenda que o síndico adote medidas de orientação, informando na entrada da piscina, por exemplo, que o espaço não conta com salva-vidas, que crianças precisam da supervisão dos pais ou responsáveis, nome dos produtos químicos utilizados nos cuidados da piscina para o conhecimento de pessoas que possam ter alergia a algum deles. Além disso, diz Callé, é importante orientar os funcionários para manterem sempre fechados os portões de acesso à piscina. « Revista

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Basta uma busca rápida na internet para identificar uma série de casos de afogamento em piscinas, muitos deles por sucção dos cabelos e partes do corpo pelos ralos. Tendo como um dos objetivos aumentar a segurança, a NBR 10.818/98, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi revisada pela Comissão de Estudos Especiais de Piscina (CE 215). A norma fixa os critérios que devem ser adotados na construção para atender as exigências técnicas de higiene, segurança e conforto, além dos critérios pelos quais devem ser projetados e construídos os sistemas de recirculação e tratamento de água da piscina.


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Produção em baixa, oportunidades em alta O primeiro bimestre costuma ser o mais fraco do ano para o setor imobiliário. Mas muitas empresas investem em promoções para atravessar essa entressafra

Erica Celestini

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nquanto os meses de novembro e dezembro são marcados por um boom de produção e consumo, o período de janeiro a fevereiro sofre efeito contrário. O primeiro bimestre costuma ser de baixa produtividade na indústria, de menor consumo no comércio e setor de serviços e reduzido número de lançamentos imobiliários. Mas nem sempre essa desaceleração é sinônimo de mercado parado. 32

Muitas construtoras e incorporadoras têm investido em promoções e ações de marketing para atravessar essa entressafra e aquecer as vendas. Tanto desequilíbrio entre o último bimestre de um ano e o primeiro bimestre do ano seguinte é explicado por fatores sazonais. Novembro e dezembro aliam as compras de final de ano à maior circulação de dinheiro na praça, com o pagamento do 13º salário.

Já em janeiro e fevereiro, as famílias costumam ter o orçamento “bombardeado” por uma série de gastos extras, como IPTU, IPVA, taxas de matrícula da escola dos filhos e compra do material escolar. Tudo isso somado às parcelas ainda não quitadas das compras de Natal e também às despesas com as férias. Em outras palavras, sobra muito pouco para gastar. Além disso, esse é um período de baixa produção, conforme

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Comercialização

Lançamentos x estoque Dados do Departamento de Economia e Estatística do Seco-

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Federighi: “No caso dos projetos de alto padrão, os lançamentos ficam para depois de março, quando o público-alvo desses empreendimentos retorna de férias”

vi-SP (Sindicato da Habitação) reforçam que o primeiro bimestre do ano é o período mais fraco para a chegada de novos empreendimentos ao mercado. Este ano, por exemplo, os lançamentos de imóveis residenciais na cidade de São Paulo somaram 956 unidades em janeiro e 171 em fevereiro. Já o “pico”, em levantamento realizado até agosto, foi registrado em junho, quando foram lançadas 2.178 unidades, praticamente o dobro do primeiro bimestre somado. Já os dados de 2015 confirmam o quanto o último bimestre do ano é o “carro-chefe” dos lançamentos. Naquele ano, foram lançadas 546 unidades em janeiro e 872 em fevereiro, números que subiram para 3.525 em novembro e 3.567 em dezembro, uma diferença que supera a casa dos 500% na comparação de números absolutos entre janeiro e novembro. “O mercado concentra os lançamentos no final de ano apostando no pagamento do 13º salário, que injeta mais dinheiro na economia, e também nas férias, que deixam as pessoas com mais tempo livre. Já no caso dos projetos de alto padrão, os lançamen-

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explica Bruno Oliva, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). “Os primeiros meses do ano têm, tradicionalmente, menor atividade econômica e menor produção, que são os melhores indicadores para avaliar esse desaquecimento. Em janeiro, há menos gente trabalhando e mais gente de férias. Já fevereiro tem menos dias úteis, por causa do Carnaval. Então é natural que a produção seja menor que no restante do ano. A queda é de 4% a 5% na economia como um todo”, compara. Segundo Oliva, o mercado já espera por esse desaquecimento e adota estratégias para enfrentá-lo. Mas, entre os empreendimentos imobiliários, os lançamentos entram em recesso e as chamadas “promoções de verão” não são tão comuns quanto em outros setores da economia, como o comércio varejista. “No caso do setor imobiliário, a sazonalidade interfere na procura, mas não é uma influenciadora de preços ou promoções. As empresas geralmente esperam passar esse período e concentram suas vendas a partir de março. O que pode haver são motivos específicos para lançar uma promoção nesse período, como vender as últimas unidades de um empreendimento que já tenha sido lançado há algum tempo”, revela.

tos ficam para depois de março, que é quando o público- alvo desses empreendimentos está retornando de férias”, explica José Roberto Federighi, diretor de Lançamentos da Vice-presidência de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP. Por outro lado, os chamados imóveis em estoque – aqueles de empreendimentos lançados há mais de seis meses – viram alvo de promoções em janeiro e fevereiro, conforme revela Gonzalo Fernandez, presidente da Fernandez Mera, por uma união de dois fatores: maior oferta desse segmento no mercado e mais tempo livre, por parte do consumidor, geralmente em férias, para procurar unidades e pesquisar preços. “Adiar os lançamentos para depois do Carnaval é uma tendência de todo o mercado. Mas é o último trimestre que concentra 40% dos lançamentos de todo o ano. Até pela predisposição das pessoas, nesse período, para planejar e fazer compras. Por outro lado, o que a gente tem visto, no período 33


Comercialização

mocionais que reúnem preços diferenciados e divulgação nos meios de comunicação. Os resultados foram tão positivos que, agora, a Fernandez Mera já prepara uma terceira edição, para o início de 2017. E trazendo uma novidade: a concessão de brindes. “Na primeira campanha, em 2015, tivemos 118 mil acessos em nosso portal e as vendas alcançaram mais de R$ 80 milhões, uma alta de 30% em relação aos anos

anteriores. Em 2016, também tivemos um grande número de acessos – 82 mil durante toda a campanha. Mas tanto as consultas quanto as vendas foram inferiores aos números registrados no ano anterior, devido à situação econômica do País. Já para 2017, vamos reforçar incentivos à compra, dando, por exemplo, o ar condicionado para quem fechar negócio. Além de divulgação em toda a mídia, preparamos nossa equipe de vendas para esse período”, completa.

Públicos diversos

PESQUISA DO MERCADO IMOBILIÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO Lançamentos de Imóveis Residenciais (em número de unidades) Ano

Jan

2010 2011

Fev

Mar

Abr

590

1.644

3.959

701

2.902

1.530

2012

674

1.445

2013

660

1.816

2014

684

940

2015

546

872

2016

956

171

34

Mai

Jun

Jul

2.370

2.188

2.830

2.129

3.663

3.187

1.578

1.622

2.353

1.552

2.845

2.716

2.372

3.574

2.795

2.358

2.582

773

3.269

2.475

565

695

1.166

2.178

Ago

Set

Out

2.582

1.741

3.022

2.732

3.715

2.763

1.825

2.078

1.731

3.039

2.413

1.129

2.405

4.106

2.092

825

1.950

1.297

1.099

1.177

2.165

2.217

Nov

Dez

5.302

3.970

8.001

38.199

3.229

4.358

7.240

38.149

3.805

2.555

4.894

4.136

28.517

2.963

2.952

4.997

4.523

34.188

2.512

6.561

5.470

33.955

1.769

3.525

3.567

22.960

Revista

Secovi-SP

Total

10.172

Condomínios

Fonte: Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP

Embora seja “combustível” para promoções, o desaquecimento de vendas no início do ano não é regra geral no mercado imobiliário, destaca Silvio José Gonçalves, vice-presidente da Rede Imobiliária Secovi-SP. “É um período em que diminui o movimento, fica em marcha lenta, mas não em todos os segmentos de consumidores de imóveis. Isso

Imagem: iStock

de férias e Carnaval, é um maior número de consultas em nosso portal, principalmente em janeiro. Vimos que em outros portais isso também acontecia. E optamos por fazer uma campanha promocional de estoque justamente porque, nessa época, não há lançamentos. Além disso, é uma questão de aproveitar o momento, já que as pessoas estão com mais tempo livre para procurar um imóvel”, revela Mera, acrescentando que os imóveis de estoque são os “carros-chefes” do setor, correspondendo, atualmente, por 70% do mercado. Segundo ele, a empresa adotou, nos últimos dois anos, uma estratégia de campanhas pro-


Comercialização

vale para os empreendimentos voltados às classes B e C, que estão às voltas com os gastos extras e com as férias e não têm a moradia como prioridade nessa época. Já as pessoas de menor renda estão aptas, inclusive, a usar o 13º salário para dar entrada em um imóvel, pois elas estão buscando encontrar uma solução para moradia e querem aproveitar esse dinheiro extra. Tanto que empresas ligadas ao programa Minha Casa, Minha Vida, que é voltado a esse público, costumam aproveitar esse período para lançar projetos”, afirma. “Por isso, para definir as promoções, as empre-

sas devem levar em conta o perfil do público, do empreendimento e até mesmo a região em que ele está instalado”, completa. Já para as imobiliárias, segundo Gonçalves, o período de menor movimento e volume mais baixo de negócios pode ser dedicado à organização. “Pode-se aproveitar para dar férias a um maior número de funcionários, para que recarreguem as baterias para o novo ano de trabalho. Além disso, administrativamente, deve ser um mês dedicado ao planejamento e ao cálculo de estoques, por exemplo”, aconselha. Mas, independentemente de

qualquer perfil de renda, quem encontrar uma promoção neste início de ano, deve aproveitar. A dica é de Federighi, que não vê mais espaço, no mercado, para esse tipo de ação. “As promoções não devem durar muito. Primeiro, porque não há muitos imóveis em estoque. E também porque os custos de produção estão cada vez maiores, reduzindo as margens para corte de preços. No início de 2017, ainda podemos ver alguma coisa, devido à nova conjuntura política e econômica do Brasil. Mas não acredito que deva ser uma tendência de longo prazo”, destaca. «

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Revista

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Legislação

Percepção do mercado agora ganhou consistência acadêmica, em trabalho vencedor do prêmio Lares 2016

Por Leandro Vieira

C

omprar apartamentos novos na cidade de São Paulo poderá ficar mais caro. Esta é a principal conclusão da monografia vencedora do prêmio Lares (Latin American Real Estate Society), assinada pela aluna da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Nathalia Loyola e pela professora Paola Torneri, do Núcleo de Real Estate da mesma escola. A razão para esse aumento de preço é o novo Plano 36

Diretor da cidade, que restringiu o uso do solo urbano e aumentou o preço da outorga onerosa. Segundo as autoras do estudo, para que as empresas consigam atingir o mesmo nível de atratividade em retorno financeiro que tinham até a promulgação das novas premissas urbanísticas, o preço final das unidades residenciais teria de aumentar entre 10% e 30%. A pesquisa simulou o preço dos apartamentos produzidos na macroárea de urbanização consolidada, seguindo o novo e o antigo Plano Diretor a partir de projetos protótipos. “Concluímos que, para se obter a taxa de retorno que se tinha antes, seria necessário ou comprar terrenos por preços menores, ou diminuir custos de construção ou, ainda, encarecer os apartamentos”, diz Paola Torneri,

Foto: iStock

Novo Plano Diretor paulistano pode encarecer moradias professora-doutora da Poli. Embora o estudo tenha sido feito em um recorte específico da cidade (Aclimação), é possível sustentar que efeitos nele constatados se alastrem para outros distritos. Possivelmente, não com os mesmos números, mas não tão discrepantes. A monografia pode ser acessada em https://goo.gl/gdzDfW. De acordo com o estudo, na melhor das hipóteses, o preço dos terrenos teria de ser reduzido em no mínimo 30%. Há, no entanto, dois fatores que minam essa expectativa. Um deles é o fato de essas terras estarem muito bem localizadas e, consequentemente, estimularem seus proprietários a pedirem por elas preços elevados. Outro é que os terrenos estão escassos. “O solo urbano é mercadoria

Revista

Secovi-SP

Condomínios


Legislação

Revista

Secovi-SP

Condomínios

37


Legislação

Barra Funda Lapa Vila Leopoldina

Santa Cecília

Distritos

Perdizes

Alto de Pinheiros Barra Funda Consolação

Alto de Pinheiros

Bela Vista Butantã

Bela Vista

Cambuci Cambuci

Pinheiros Butantã

Jd. Paulista

Campo Belo

Liberdade

Consolação Ipiranga Itaim Bibi

Vila Mariana Morumbi

Jardim Paulista

Moema

Lapa Ipiranga

Itaim Bibi

Liberdade Moema Morumbi Perdizes

Saúde

Pinheiros Santa Cecília

Campo Belo

Santo Amaro Saúde

Santo Amaro

Vila Leopoldina Vila Mariana

Limite de distritos

Quadras

Áreas verdes

MA de Urbanização consolidada

Segundo GeoSecovi, Macroárea de Urbanização Consolidada corresponde a 7% do território da cidade de São Paulo

finita. Não se produz nem se fabrica”, diz Ricardo Yazbek, vicepresidente de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). “O que se tem na cidade hoje são proprietários de casas. As empresas estão comprando as propriedades dessas pessoas para unificá-las e formar um terreno para posterior incorporação”, emenda o dirigente. De acordo com as pesquisadoras, os terrenos situados nas re38

giões equivalentes às focalizadas no estudo são poucos e possuem a vantagem de estarem em locais onde a oferta de serviços e de infraestrutura está consolidada. Com isso, dificilmente proprietários baixariam os preços dos terrenos disponíveis. Reduzir os custos de obra também não é horizonte factível no curto prazo. Segundo as pesquisadoras, quando se realizou o estudo, a diminuição desse custo teria de ser de no mínimo 17%

para empreendimentos sem estoque de outorga onerosa e de 40% para os que a possuíam. Dessa forma, se garantiria o retorno financeiro que se tinha sob o antigo PDE. “A redução pode ser conseguida pela melhoria dos sistemas de produção, contudo, pode demorar muito a gerar impactos no preço de comercialização”, dizem as pesquisadoras. Isso porque, mesmo havendo ganhos de custos com a melhoria dos sistemas de produção, o

Revista

Secovi-SP

Condomínios


Legislação

Paradoxo Uma dificuldade adicional à nova realidade é como as empresas conseguirão lidar com um paradoxo difícil de ser digerido pelos compradores: de que forma justificar o aumento de preços se os novos imóveis terão menos atributos valorizados pelos clientes? Em muitas regiões da macroárea considerada pelas pesquisadoras, a altura máxima dos prédios será de oito andares. “Para esse público, o padrão estético procurado é de empreendimentos altos, imponentes, esbeltos, o que contrapõe os novos, que são mais baixos e com grande projeção horizontal”, afirmam Paula e Nathalia. Segundo a monografia, outro item que vai de encontro com as expectativas do público é que quase metade dos novos apartamentos possuirá apenas uma vaga de garagem. Para Yazbek, do Secovi-SP, os defensores das restrições de gabarito e aumento de outorga onerosa em determinadas regiões da cidade visaram, com isso,

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Condomínios

Nathalia: “Para atender ao poder de compra do cliente, unidades já estão muito compactadas”

incentivar a produção de empreendimento ao longo das zonas de eixos de transporte público, regiões em que, mesmo podendo estar dentro da macroárea de urbanização consolidada, não sofrem com os mesmos impeditivos dos miolos dos bairros, por exemplo. “Ocorre que não temos transporte público adequado e de qualidade para comportar o volume de usuários se todos fossem morar perto dessas zonas de transporte”, diz. À época dos debates com os agentes envolvidos na cunhagem do Plano Diretor – poder público, entidades de classe, movimentos por moradia, associações de bairro e academia, em sua maioria –, o Secovi-SP defendeu uma transição em etapas. “Nosso receio é que, com o encarecimento das novas moradias, haja o espraiamento da cidade e as pessoas acabem indo comprar imóveis em regiões mais distantes para morar, embora continuem trabalhando na região central, o que complicaria mais a questão da mobilidade”, emenda o vice-presidente do Secovi-SP. Renato Filho, diretor técnico da incorporadora REM, com atuação na zona oeste da Capital, pontua que, nesse novo cenário, tem feito estudos pormeno-

Foto: Arquivo Secovi-SP/Calão Jorge

impacto disso nos preços finais viria somente muito adiante. Logo, a alternativa que resta às empresas é repassar o aumento do custo para o preço final dos apartamentos. “As unidades já estão tão compactadas para atender ao poder de compra do cliente que não se tem mais para onde correr utilizando esse método”, exemplifica Nathalia Loyola.

rizados antes de lançar algum empreendimento. “A gente tem estudado detalhadamente onde comprar terrenos, pois o seu aproveitamento é menor. Então, valorizamos o lado da localização”, diz o executivo. Para Yazbek, um modo de atenuar o impacto sobre as empresas seria a prefeitura mexer na outorga onerosa e rever o limite de gabarito. “A outorga ficou muito cara. Se a intenção era aumentar arrecadação, não deu certo, porque quase ninguém está conseguindo viabilizar empreendimentos”, afirma. Em relação à altura dos prédios, o dirigente do Secovi-SP acredita que o limite de 14 pavimentos seria razoável. “Hoje, a média da cidade de São Paulo é de 16 andares”, emenda. De acordo com o executivo da REM, o barateamento, o parcelamento da outorga ou o seu pagamento no fim das obras dos prédios seriam bem-vindos. “Como está hoje, as empresas sofrem uma descapitalização muito grande logo no início do empreendimento”, diz. « 39


Manutenção

No ritmo acelerado do dia a dia, muitas vezes nos esquecemos que elevadores, escadas e esteiras rolantes são meios de transporte que exigem cuidados no seu uso. Conheça importantes orientações que podem garantir mais tranquilidade e segurança para seu condomínio.

Cuidados essenciais para utilizar elevadores, escadas e esteiras rolantes com segurança.

Em caso de oscilação ou queda repentina de energia, recomenda-se desligar a chave-geral do edifício, que geralmente está localizada no andar térreo. Caso os elevadores sejam afetados pela água, chame imediatamente o técnico responsável pela manutenção dos seus equipamentos.

Cuidados especiais no transporte de animais de estimação.

Cuidados básicos no uso dos elevadores. O elevador é o meio de transporte mais seguro que existe. Fique atento a algumas atitudes que podem ser fundamentais para a segurança de todos: Respeitar o limite de carga do equipamento. Avaliar o funcionamento de interfones e alarmes, informando a empresa de manutenção sobre possíveis falhas. Utilizar acolchoado de proteção no elevador quando for transportar objetos grandes, principalmente durante mudanças. Não interromper o fechamento da porta do elevador com as mãos. No caso de parada repentina do equipamento, aguardar calmamente o resgate, que deve ser realizado pelo técnico de manutenção da empresa responsável ou pelo Corpo de Bombeiros Militar.

O transporte de animais de estimação em elevadores, escadas e esteiras rolantes exige alguns cuidados especiais. Animais pequenos devem ser transportados sempre no colo de adultos. Animais maiores devem ser conduzidos pela guia e sempre ao lado do dono, pois os sensores das portas dos elevadores podem não identificar as guias por serem objetos muitos finos. Animais de estimação nunca devem ser transportados em escadas ou esteiras rolantes, pois suas patinhas podem ficar presas nos degraus ou então na entrada ou na saída do equipamento.

Não permitir que crianças viajem sozinhas ou brinquem em elevadores.

A água pode prejudicar ou danificar os equipamentos. Os elevadores possuem inúmeros componentes elétricos e eletrônicos que em contato com a água podem ser danificados. Fique atento e oriente todos em seu edifício. Não permita que joguem água nos halls dos andares para que ela não escorra pelas portas de pavimento e entre no poço do elevador. Oriente os usuários a não entrarem nos elevadores com capas ou guarda-chuvas encharcados. É importante verificar se não existem janelas quebradas na Casa de Máquinas. 40

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Condomínios


Informe Publicitário Manutenção Como utilizar com segurança escadas e esteiras rolantes. Para evitar situações de risco no uso das escadas e esteiras rolantes, fique atento a essas dicas: Crianças menores de 10 anos devem estar sempre acompanhadas de um adulto. Muita atenção com alguns tipos de calçado de borracha, eles podem ter extrema aderência e podem dificultar a saída do equipamento. Não utilizar as escadas rolantes com carrinhos de bebê, cadeiras de rodas ou similares. Nesses casos, utilizar sempre os elevadores. Nunca sentar nos degraus de escadas rolantes e orientar as crianças do perigo que isso representa de ficar preso entre os degraus e se machucar. Não deslizar nem debruçar sobre o corrimão das escadas e esteiras rolantes. Observar a sinalização existente e nunca pisar em cima da faixa amarela. Sempre segurar no corrimão durante a viagem. Ele garante o equilíbrio no caso de uma parada repentina. Cuidado com cadarços de sapatos e roupas longas, pois eles podem se prender nos degraus. Jamais permitir que as pessoas corram ou subam no sentido contrário ao fluxo da escada rolante. Oriente quem tem cabelos longos a não se abaixar para pegar objetos caídos sem prender os cabelos, pois eles podem enroscar no equipamento.

Atendimento Avançado Atlas Schindler. Apoio essencial para as necessidades do condomínio e para uma gestão tranquila de síndicos e administradores. Como uma empresa global que transporta diariamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e está presente em mais de 100 países, a Atlas Schindler sabe que a segurança dos seus equipamentos depende da sua boa conservação e do uso correto pelos usuários. Pensando nisso, disponibiliza em seu site vídeos que contêm informações importantes e dicas de segurança sobre uso correto de elevadores, escadas e esteiras rolantes, além de cartilhas para orientação das crianças. Acesse www.atlas.schindler.com e confira! É a Atlas Schindler ao seu lado levando mais segurança ao seu condomínio e garantindo mais tranquilidade ao seu dia a dia.

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Condomínios

41


Dia a dia

Dicas e indicadores que facilitam a administração do seu condomínio Total Geral Var% Data

ICON Mês

12 Ano meses

Mês: Outubro/2016

Pessoal/Encargo Var% 12 ICON Mês Ano meses

Tarifas Var% ICON Mês

12 Ano meses

Índice Base Dez/01 = 100,000 Manut. de equipamentos Var% 12 ICON Mês Ano meses

Conservação e limpeza Var% 12 ICON Mês Ano meses

Diversos Var% Mês

12 Ano meses

1,89

8,36 10,10 10,01 10,69

ICON

239,551

OUT/15

288,048

5,94 11,96 12,35

308,521

9,26

10,19 10,19

256,198 0,00 24,22 24,46

276,166

1,89

8,36

10,10

250,073

0,98

7,29

8,69

NOV/15

288,914

0,30 12,29 12,47

308,521

0,00

10,19 10,19

256,198 0,00 24,22 24,46

280,363

1,52

10,01 10,69

253,348

1,31

8,70

9,27

243,192

1,52

0,49 10,54 10,54

DEZ/15

289,232

0,11

12,42 12,42

308,521

0,00

10,19 10,19

JAN/16

290,727

0,52

0,52 11,08

309,916

0,45

0,45

9,75

256,198 0,00 24,22 24,22

281,737

0,49 10,54 10,54

255,090

0,69

9,44

9,44

244,384

256,198 0,00

0,00 16,62

284,949

1,14

1,14

10,96

258,037

1,16

1,16

9,79

247,170

1,14

1,14 10,96

FEV/16

291,517

0,27

0,79 10,43

309,916

0,00

0,45

9,75

256,198 0,00

0,00

11,18

288,625

1,29

2,44

12,09

261,515

1,35

2,52

11,05

250,359

1,29

2,44 12,09

MAR/16

291,854

0,12

0,91 10,34

309,916

0,00

0,45

9,75

256,198 0,00

0,00

11,18

290,097

0,51

2,97

11,57

263,289

0,68

3,21

10,82

251,635

0,51

2,97 11,57

ABR/16

292,076

0,08

0,98 10,16

309,916

0,00

0,45

9,75

256,198 0,00

0,00

11,18

291,054

0,33

3,31

10,64

264,503

0,46

3,69 10,14

252,466

0,33

3,31 10,64

MAI/16

295,514

1,18

2,17

11,27

309,916

0,00

0,45

9,75

271,288

5,89

5,89

17,21

293,441

0,82

4,15

11,09

266,209

0,64

4,36 10,29

254,536

0,82

4,15 11,09

JUN/16

296,523

0,34

2,52

9,57

309,916

0,00

0,45

9,75

271,252 -0,01

5,88

6,26

298,400

1,69

5,91

12,22

269,964

1,41

5,83

11,01

258,838

1,69

5,91 12,22

JUL/16

296,032 -0,17 2,35

9,15

309,916

0,00

0,45

9,75

268,059 -1,18

4,63

4,63

298,937

0,18

6,10

11,65

270,818

0,32

6,17 10,50

259,304

0,18

6,10 11,65

AGO/16

296,120

0,03

2,38

9,12

309,916

0,00

0,45

9,75

268,059 0,00

4,63

4,63

299,386

0,15

6,26

11,51

271,085

0,10

6,27 10,38

259,692

0,15

6,26 11,51

SET/16

296,237

0,04

2,42

8,95

309,916

0,00

0,45

9,75

268,059 0,00

4,63

4,63

299,984

0,20

6,48

10,68

271,422

0,12

6,40

9,60

260,212

0,20

6,48 10,68

OUT/16

311,758

5,24

7,79

8,23

336,656

8,63

9,12

9,12

267,598 -0,17

4,45

4,45

300,464

0,16

6,65

8,80

271,556

0,05

6,45

8,59

260,628

0,16

6,65 8,80

Folha de pagamento

Folha de pagamento

FGTS – DEZEMBRO/2016 (Data de recolhimento até 6/1/2017)

FGTS – JANEIRO/2017 (Data de recolhimento até 7/2/2017)

8% sobre o total da remuneração paga ao empregado

8% sobre o total da remuneração paga ao empregado

PIS – DEZEMBRO/2016 (Data de recolhimento até 25/1/2017

PIS – JANEIRO/2017 (Data de recolhimento até 24/2/2017 )

Obs.: Na cidade de São Paulo, em virtude de feriado municipal, o

1% sobre a folha de salários

recolhimento deverá ser antecipado para o dia 24/1/2017) 1% sobre a folha de salários INSS – DEZEMBRO/2016 (Data de recolhimento até 20/1/2017)

INSS – JANEIRO/2017 (Data de recolhimento até 20/2/2017) *TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADOS (R$) A PARTIR DE 1º/1/2016

*TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADOS (R$)

Até 1.556,94 = 8,00 %

A PARTIR DE 1º/1/2016

De 1.556,95 a 2.594,92 = 9,00%

Até 1.556,94 = 8,00 %

De 2.594,93 a 5.189,82 = 11,00%

De 1.556,95 a 2.594,92 = 9,00%

Acima de 5.189,82 = R$ 570,88

De 2.594,93 a 5.189,82 = 11,00% Acima de 5.189,82 = R$ 570,88

*SALÁRIO-FAMÍLIA – A PARTIR DE 1º/1/2016 Remuneração mensal até R$ 806,80 = R$ 41,37

*SALÁRIO-FAMÍLIA – A PARTIR DE 1º/1/2016

Remuneração mensal de R$ 806,81 até R$ 1.212,64 = R$ 29,16

Remuneração mensal até R$ 806,80 = R$ 41,37

Até o fechamento desta edição não foi publicada Portaria atualizando a Tabela de salário de contribuição de empregados e os valores das cotas de salário-família para o exercício 2017. Antes do fechamento da folha de pagamento de janeiro/2017, recomendamos a verificação acerca da atualização de referidos valores.

Remuneração mensal de R$ 806,81 até R$ 1.212,64 = R$ 29,16

42

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* Tabela de contribuição previdenciária dos empregados e valores do benefício salário-família vigentes para o exercício 2016, a partir de 1º/1 (Portaria Interministerial nº 1/2016, publicada no DOU de 11/1/2016).

Icon Secovi-SP (Índice de Custos Condominiais)


Chapéu

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Tira-dúvidas

Área Trabalhista Carlos Alberto Azevedo OAB/SP 195.698

O 130 salário pode ser pago de forma parcelada? A troca, no prédio, de pastilhas que estão descolando e colocando em risco a vida das pessoas é considerada benfeitoria útil ou voluptuária? Estas e outras questões são respondidas pelo Departamento Jurídico do Secovi-SP

1 O décimo terceiro salário dos empregados pode ser pago de forma parcelada mês a mês? O artigo 1º do Decreto Federal nº 57.155/1965 prescreve que o empregador pagará o décimo terceiro salário aos seus empregados até o dia 20 de dezembro. No entanto, o artigo 3º da mesma norma dispõe que, entre os meses de fevereiro e novembro, o empregador adiantará, de uma só vez, metade dessa gratificação. Sendo assim, não há amparo legal para o pagamento do décimo terceiro salário em mais de duas parcelas, ou seja, o pagamento do adiantamento (1ª parcela) deve ser quitado até o dia 30 de novembro e o saldo (2ª parcela), até 20 de dezembro.

2 O empregador poderá efetuar o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro junto com as verbas rescisórias do empregado que foi demitido no dia 28 de novembro com aviso prévio indenizado? O prazo limite para pagamento do adiantamento do décimo terceiro (1ª parcela) é o dia 30 de novembro. Sendo assim, por cautela, recomendamos que nessa hipótese o pagamento dessa parcela seja realizado no prazo legal, e não no prazo de pagamento das verbas rescisórias.

3 Os feriados de final de ano (Natal e Ano Novo) devem ser descontados do período de gozo de férias dos empregados? Como regra geral, o período de gozo das férias é contado em dias corridos, ou seja, todos os feriados que coincidirem com o período de gozo das férias serão nela computados.

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Tira-dúvidas

1 Área Cível Marta Cristina Pessoa OAB/SP 108.073

O condômino que faz uso de área comum que só é acessível pela sua unidade pode construir no local sem o consentimento dos demais proprietários?

A realização de obras irregulares invadindo área comum do condomínio, sem terem sido autorizadas e comprometendo também a segurança e a solidez da edificação, são passiveis de demolição. Contra a indevida privatização de áreas comuns, o síndico tem legitimidade ativa para ação de embargo de obra nova ou ação demolitória, se a obra já estiver concluída, com fundamento no artigo 1.314, § único, da Lei nº 10.406/02 e artigo 5º, XXII, XXXV, da Constituição Federal. Em casos análogos decidiu E. Tribunal de Justiça de São Paulo: “Obrigação de Fazer. Ação proposta pelo condomínio contra condôminos – Réus que realizaram obras em área comum do edifício, embora o uso fosse exclusivo dos réus - Ausência de consentimento dos demais condôminos – Descumprimento da Convenção e do Regulamento Interno do condomínio – Obras, inclusive, que foram embargadas pelo Município – Obrigação dos réus de desfazimento das obras, sob pena de multa diária – Procedência da ação – Sentença reformada – Recurso Provido. (10ª Câmara D. Privado, Apelação c/rev nº 0138285-18.2010.8.26.0100, Rel. Des. Elcio Trujillo, j. 24.11.2015)”.

2 A troca, no prédio, de pastilhas que estão descolando e colocando em risco a vida das pessoas deve ser considerada benfeitoria útil ou voluptuária? Em se tratando de fachada originalmente revestida por pastilhas que passa por avançado desgaste e comprometimento, descolando-se em blocos, o que pode causar risco para as pessoas e para o patrimônio de todos, sem contar o prejuízo para a estética da edificação, não podemos afirmar que se trata apenas de benfeitoria útil ou voluptuária, mas sim de uma obra necessária, que não se restringe à estética, mas ao fato de que a edificação deve ser mantida, sem causar danos à vida e ao patrimônio dos condôminos. O julgado seguinte ilustra tal tendência: Despesas de Condomínio – Pretensão de Cobrança Julgada Procedente – Troca de pastilhas da fachada do prédio que não pode ser considerada benfeitoria útil ou voluptuária, a exigir quórum especial de aprovação em assembleia – Encargos moratórios fixados com acerto na sentença – verba honorária elevada para 15% da condenação – Recurso dos réus não provido, provido, em parte, o do autor. (Apelação sem revisão nº 001161177.2011.8.26.0233 –Rel. Des. Sá Duarte – Julg-28/3/2016).

Este espaço é um canal permanente para que síndicos e administradoras esclareçam questões relacionadas ao dia a dia da gestão condominial. Envie suas dúvidas para o e-mail juridico@secovi.com.br 46

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Faça o que eu faço! Empresa espelha-se no Gentilezas Urbanas do Secovi-SP e adota boas práticas

Shirley Valentin

A

sabedoria popular, com seus inúmeros ditados, não deve ser desprezada em tempos de comunicação digital e inteligência artificial. Afinal, em meio a tantas notícias ruins, saber que muitos “fazem o bem, sem olhar a quem” pode ser um conforto ao coração. Inclusive, esta tem sido a opção de muitas empresas construtoras e incorporadoras que se dedicam, cada vez mais, à responsabilidade social. Roberta Bigucci carrega o nome da construtora e incorporadora da família, a MBigucci, e como coordenadora do Gentilezas Urbanas e da área de Projetos Especiais de Responsabilidade Social, ambos do Secovi-SP, adotou iniciativas bem-sucedi48

das de ações na empresa. Algumas delas, inclusive, inspiradas no Gentilezas.

“Rir é o melhor remédio” Movida pelo trabalho do médico norte-americano Hunter Doherty "Patch" Adams, Roberta desenvolveu, em 2004, o programa Big Riso, que transforma colaboradores da construtora em palhaços voluntários, que visitam semanalmente crianças com câncer em hospitais públicos. “Treinamos, damos fantasia, transporte e todo o suporte necessário aos participantes, que são dispensados por meio período do expediente de trabalho. Levamos amor, carinho e diversão aos pacientes.”

“Mais vale prevenir que remediar” As preocupações ambientais também norteiam as ações de responsabilidade social da empresa. Batizado de Big Vida, o projeto, que vigora desde 2005, visa diminuir os impactos do processo construtivo no meio ambiente, racionalizando o uso da água e energia elétrica, e mantendo a obra mais limpa e organizada. “Captamos e aproveitamos a água de chuva, usamos garrafas PET e telhas translúcidas para aproveitar a iluminação natural, tratamos os resíduos da obra e enviamos material para reciclagem. Só de energia, a economia chega a 90%”, ressalta Roberta.

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Foto: Divulgação MBigucci

Responsabilidade social


Responsabilidade social

“Diga-me com quem andas e eu te direi quem és” Em 2015, a MBigucci adotou o programa de relacionamento com a comunidade do entorno das obras, batizando-o de Big Vizinhança. “Ele foi inspirado no Vizinho Cidadão, do Gentilezas Urbanas”, admite Roberta. “Ao oferecermos benefícios ambientais e sociais à comunidade, aproximamos os vizinhos da equipe de obra e integramos antigos e futuros moradores. Assim que a obra inicia, promovemos um evento com todos. Oferecemos posto de

coleta seletiva, wi-fi gratuito, cartão de descontos em empresas parceiras da construtora e oficina de reciclagem para criação de horta suspensa com PETs.”

“O pior surdo é o que não quer ouvir” Roberta trabalha para que as ações do Programa Gentilezas Urbanas sejam adotadas pelas empresas do setor. “Minha maior intenção é colaborar com a mudança do olhar das pessoas sobre o trabalho das empresas do setor. As obras geram transtornos, mas os benefícios sociais e econômi-

cos compensam.” Ela conta que a maioria do setor desenvolve projetos sociais. “Acredito que, ao compartilharmos nossas ações, incentivamos as empresas que ainda não se aventuraram nesse caminho sem volta, que é o da responsabilidade social. Sei o quanto é importante trabalhar, valorizar o capital humano e aprimorar o comportamento individual e coletivo. Afinal, oferecemos habitações, que devem ter qualidade, preço justo e menor impacto ambiental.” Se a sua empresa tem boas histórias para contar, encaminhe-as para gentilezas@secovi.com.br. «

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Guia de produtos e serviços Grambell

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Individualização

Piscinas

Adcip

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Liftec

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de água e gás

PBN Piscinas

Destak

51

M&M

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Lacqua Brasil

Flags Predial

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Mundilev

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Fonsi

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Primac

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Manutenção Predial

Full Time

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RC

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Navarro

G.A.J

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RS

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Makau

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Santista

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Mobiliário e Equipamentos

Marrero

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Sigma

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JR Equipamentos

Seval

51

Super Sul

61

Tecmóbili

52

Tecnew

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Móveis

Zello

52

Uniservice

61

Solare

Administradora

71

64 Segurança Supervisão Segurança

71

64 Segurança Eletrônica 71

Do Grupo

64 Tapetes Novo Espaço Tapetes

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65 Terceirização

Automação Residencial Kalatec

AVCB / Incêndio R&C Consultoria

61

Filtros e acessórios 53

Cobrança Antares

Promatec

Filtrolar

62

54

Desentupidora Mollitec

AOX Original

72

Colorcryl

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Better

73

Globo Pinturas

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Grupo Alpha

72

Pamebo

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Grupo Siga

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Relux

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Replace

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WM Paulista

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Repinte

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Restaurar

65

RG Fitness

62

RKB

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TJ Pinturas

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Decoração Carphagi

72

65

New Fitness

Fitness 52

Alar Serviços

Central Tec

Pintura

Equipamentos de limpeza 52

Impermeabilização Impercaixa

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Polican

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Elevadores Abriens

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Alternativa

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Art

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Askii

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Asselev

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Basic

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Delev

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Elevadores Korman

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Elevalift

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Elevcon

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