Revista Secovi-SP - Edição 310 by Secovi-SP

A N O 2 5 | 2 0 20 No 310 R $ 12 , 0 0

A revista do mercado imobiliário

MERCADO APRESENTA BOM DESEMPENHO EM MEIO À CRISE Taxa de juros baixa, demanda aquecida e crédito abundante contribuíram para o resultado positivo do setor, que superou os impactos da pandemia e aqueceu a economia. Alta de preços dos insumos preocupa.

RESSIGNIFICAÇÃO DA CASA AQUECE DEMANDA POR LOTES

MOVIMENTE: STARTUPS PROPÕEM SOLUÇÕES PARA O SETOR

EXCLUSIVO ∞ ∞

SECRETÁRIO ESTADUAL JOÃO OCTAVIANO FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA INFRAESTRUTURA PARA O CRESCIMENTO ECONÔMICO GUIA DE SERVIÇOS E PRODUTOS PARA ADMINISTRADORAS DE CONDOMÍNIOS E SÍNDICOS

suas histĂłrias, com nossos sabores. O Natal ĂŠ feito de histĂłrias. E as mais lindas acontecem em torno de uma mesa repleta de sabores e sorrisos.

Revista Secovi-SP

Carta do presidente

Basilio Jafet Presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi

A cidade que São Paulo merece ser

maior metrópole da América Latina sofre com inúmeros e enormes problemas. O mais emblemático deles é termos uma cidade urbanisticamente segregada. E onde há segregação não há inclusão, premissa que deveria ser a razão de ser de qualquer município. Boa parte dos 12,2 milhões de cidadãos convive com inaceitável desigualdade, caracterizada por problemas de mobilidade (horas e horas para ir ao trabalho e voltar) e dificuldade de acesso à moradia em áreas onde estão o emprego e a infraestrutura instalada. Se nada for feito, temos muito a perder. Deixaremos de ser o polo de investimentos. Não teremos a atratividade ou o protagonismo que possuem metrópoles do mesmo porte, como Seul, Singapura, Hong Kong ou Xangai, na Ásia; Nova York, na América do Norte; Londres ou Barcelona, na Europa. Todavia, poderemos reverter essa situação se a gestão municipal assumir o compromisso de recuperar e transformar São Paulo numa cidade inclusiva, na qual as pessoas se sintam acolhidas, os investidores vislumbrem o potencial de negócios, o turismo (interno e externo) seja potencializado e que sejamos de fato o maior centro financeiro, de serviços e de lazer latino-americano. Nas últimas décadas, pouco foi feito por essa visão de futuro. E quanto mais o tempo passa, mais a cidade perde valor diante dos olhos do mundo. Para mudar isso, precisamos da adoção de medidas Revista Secovi-SP

firmes e refratárias a barganhas políticas e ideológicas. São Paulo está acima disso. Os cidadãos paulistanos têm direito a mais igualdade e felicidade. É inegável a falta de recursos, aprofundada pelos gastos adicionais em função da pandemia. Entretanto, há como suprir essa carência com inteligência, afinco e senso de prioridade. O próximo ano representa uma janela de oportunidades para enfrentar questões urbanísticas que subtraem de São Paulo condições de crescer. Em 2021, por determinação legal, o Plano Diretor Estratégico (PDE) será revisto. É a chance de virar o jogo. De ajustar normas para aproveitar os polos de infraestrutura, revitalizar o Centro e outras ações que só terão sucesso com o real engajamento da sociedade. Significa substituir o império dos NIMBYs (não no meu quintal), aqueles poucos egoístas que não querem dividir espaço com ninguém, pelo reinado dos YIMBYs (Yes In My Backyard), como acontece em várias partes do mundo, onde verticalização e adensamento são reconhecidos como a melhor opção. Onde é impensável limitar mais de 90% de uma cidade a prédios de oito andares (como ocorre aqui). O caminho para resolver nossos problemas urbanos é um só: diálogo. Entre convergentes e divergentes. Espaço e respeito para quem pensa diferente; consenso para construir um pacto por São Paulo. Esta será a maior missão do prefeito e dos vereadores eleitos, para finalmente termos a cidade que São Paulo merece ser. « 3

Recado da Editora DIRETORIA

Presidente: Basilio Jafet Vice-presidentes: Adriano Sartori, Alexandre Lafer Frankel, Caio Calfat, Caio Portugal, Carlos Borges, Claudio Hermolin, Emilio Kallas, Frederico Marcondes Cesar, Guilherme de Lucca, Hubert Gebara, Ricardo Yazbek, Rodrigo Luna Conselho editorial: Hubert Gebara, Paulo André Jorge Germanos, Ricardo Yazbek e Claudio Bernardes

PRODUÇÃO

Assessoria de Comunicação do Secovi-SP

REPORTAGEM E REDAÇÃO

Redação: leitor@revistasecovi.com.br Editora Responsável: Maria do Carmo Gregório (MTb 23.732) Redação: Luciana Ferreira, Rosana Pinto e Shirley Valentin Assistente: Queli Peixoto Fotos: José Carlos T. Jorge Apoio: Carlos Alberto Azevedo, Ingrid Ferreira Gomes, Karina Zuanazi Negreli, Edson Kitamura, Fabrício Pereira, Laryssa Basílio Kakuiti (Economia)

olocado à prova, o setor imobiliário resistiu aos períodos mais críticos da pandemia, buscou alternativas e pode se dizer que, mesmo diante de percalços, chegou ao trimestre final do ano com

saldo positivo. O cenário do mercado da capital paulista e de diversas regiões do Estado e do Brasil está ‘desenhado’ nas reportagens de capa, vinheta Interior e Loteamentos. Sucesso de público e de palestrantes, a primeira edição on-line do Enacon propôs o debate a reflexão sobre questões relevantes do segmento de administração de condomínios. Tendências dos edifícios, responsabilidade social, resultado da edição 2020 do Movimente e outras novidades complementam a edição, que traz, ainda, artigo sobre a importância da infraestrutura para o crescimento econômico. Boa leitura.

Maria do Carmo Gregório

DIAGRAMAÇÃO E ARTE Marcos Pellegrini

MARKETING & COMERCIAL

Janaína Jardim, Mônica Andrade e Rodolfo Teixeira

PARA ANUNCIAR

revista@secovi.com.br (11) 5591-1176 (11) 97686-9260 Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Log & Print Gráfica e Logística PABX (11) 5591-1300 Eventos (11) 5591-1279 PQE (11) 5591-1284 Universidade Secovi (11) 5591-1221 | 1284/1203 Câmara de Mediação (11) 5591-1214

06 É bom saber

10 Em pauta 12 Capa 24 Desenvolvimento Urbano

SECOVI NO INTERIOR

Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Reprodução de matérias somente após expressa autorização da Redação. Os anúncios publicitários são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

03 Carta do presidente

09 Opinião

CONTATOS SECOVI-SP

Barueri (11) 3095-7831 Bauru (14) 3227-2616 Campinas (19) 3399-3337 Grande ABC (11) 4121-5335 | 4330-8911 Jundiaí (11) 4586-3535 | 2709-7335 Santos (13) 3321-3823 São José do Rio Preto (17) 3235-1138 Sorocaba (15) 3211-0730 São José dos Campos (12) 3922-6605

Índice

30 Interior 34 Inovação

40 Tendência 32 Institucional 44 Condomínios 52 Garantia 54 Responsabilidade Social

Registro nº 26.378

56 Tira-Dúvidas

Foto da capa: iStock

60 Indicadores

Revista Secovi-SP

É bom saber

Manual Digital de Registro de Imóveis

migração da atividade registral imobiliária para o mundo digital foi uma das atividades que tiveram de ser rapidamente implantadas neste ano de 2020, a exemplo do que ocorreu com diversos processos que foram acelerados em razão da pandemia. Para simplificar o acesso dos usuários e alinhar procedimentos, o Colégio de Registro de Imóveis do Brasil desenvolveu o Manual Digital de Registro de Imóveis. O conteúdo reúne 32 pergun-

tas elaboradas por registradores, agentes de mercado e usuários em geral sobre os serviços registrais imobiliários eletrônicos. O material está organizado em formato Questions & Answers (Q&A), com o objetivo de facilitar a consulta dos tópicos abordados e a absorção do conteúdo. O manual oferece orientações sobre as ferramentas da Central Eletrônica, interpretações jurídicas e padronização de processos, e está disponível para download no Portal Secovi-SP. «

Manual Digital de Registro de Imóveis

MANUAL DIGITAL DE

REGISTRO DE IMÓVEIS VERSÃO 1.0

Dúvidas mais frequentes Orientação sobre ferramentas da Central Eletrônica Interpretações jurídicas Padronização de processos

De portas abertas

o longo de sua existência, o Secovi-SP vem buscando adaptar-se às mudanças, aderindo às inovações e às transformações, sem, no entanto, perder a sua essência. Origem e tradição, aliada ao pioneirismo, continuam sendo a marca da instituição. Em mais uma etapa da permanente evolução, o Secovi-SP apresenta sua nova logomarca e o novo slogan: “A casa do mercado imobiliário”. Presencial e/ou virtualmente, a entidade continua à disposição das empresas, oferecendo atualização, informação, produtos, ser6

viços, eventos e cursos, entre tantas outras iniciativas, voltadas ao aperfeiçoamento de profissionais e empresários do setor imobiliário. Com forte atuação institucional, mantém diálogo permanente com representantes de diversas instâncias, seja dos poderes constituídos ou da sociedade. Em um 2020 cercado de desafios, o Secovi-SP não só cumpriu a sua missão,

como intensificou sua atuação, contribuindo na retomada gradual e consciente das atividades imobiliárias. Em 2021, vai prosseguir defendendo o legítimo interesse das empresas associadas e representadas, sempre com foco na melhoria do ambiente de negócios. A Casa do Mercado Imobiliário continua de portas abertas. «

Revista Secovi-SP

É bom saber

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É bom saber

Incorporação imobiliária

stão abertas as inscrições para a turma 2021 do curso de incorporação imobiliária da Universidade Secovi. Com início em fevereiro, as aulas podem ser acompanhadas presencialmente ou via transmissão simultânea. Com uma visão geral das atividades necessárias para a realização de uma incorporação imobiliária, o curso oferece conhecimentos que vão desde a prospecção e a aquisição do terreno, até a construção e a entrega do empreendimento. Passa por aspectos relacionados a direito imobiliário, contabilidade e tributação específica para incorporadoras, bem como a responsabilidade socioambiental no setor. Plano diretor e zoneamento, conceitos básicos da arquitetura, lançamento e comercialização de unidades, marketing digital e fontes de funding para incorporadoras também estão contemplados. O conteúdo inclui ainda a aná8

lise econômica e financeira e o licenciamento de empreendimentos, além do compartilhamento de casos reais vivenciados por convidados e pelo corpo docente, composto por experientes profissionais do setor. Fazer parte dessa cadeia exige conhecimentos complexos e multidisciplinares, segundo afirma o coordenador executivo da UniSecovi, Hamilton Leite. “Por isso, para as turmas de 2021, ampliamos o programa do curso, que passa a ter duração de 114 horas e novas disciplinas”, informa. Foram acrescidas aulas sobre gestão da inovação, registro eletrônico de imóveis, métodos de prevenção e solução de conflitos imobiliários, ferramentas do mercado de capitais, critérios para a definição de produtos imobiliários, coordenação de projetos e o BIM (Modelo da Informação da Construção). Destina-se a empresários, gerentes de incorporação, engenheiros,

arquitetos, advogados, gerentes de vendas, proprietários de terrenos, investidores e qualquer outro profissional interessado em conhecer a atividade de incorporação imobiliária. Mais informações pelos contatos da UniSecovi. «

Gestão condominial A UniSecovi também oferece em 2021 o curso “Formação para Profissionais de Administradoras de Condomínios e Síndicos”. Por meio da formação integral, o aluno terá acesso a conhecimentos específicos do universo condominial referentes a questões jurídicas, administrativas, financeiras. De 10/3 a 7/7/2021, às segundas e quartas-feiras, das 19 às 22 horas, nas modalidades presencial ou por transmissão simultânea. Informe-se. Revista Secovi-SP

Opinião

Hubert Gebara Vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

O Enacon e os lemingues

ecentemente, o impagável Luis Fernando Verissimo publicou no jornal O Estado de S. Paulo mais uma daquelas crônicas para guardar: “Geração Lemingue”. Compara as pessoas que, sem máscara ou distanciamento, superlotam praias, bares etc. a uma espécie de bicho roedor que migra em bando seguindo um líder. E quanto este se lança ao mar, todos fazem o mesmo. Morrem com ele. Especialistas afirmam que não é bem assim. Que a migração em massa decorre da busca por alimento, que escasseia quando há explosões populacionais. E se acontece de haver um rio ou penhasco no caminho, os lemingues costumam cair. Daí a fama de suicidas. A questão é entender por que seres racionais e, espera-se, conscientes, estão se comportando da mesma forma. E como ficará a situação em São Paulo com a reabertura gradual das atividades até então vedadas? Quando estávamos idealizando a edição 2020 do nosso tradicional Encontro Nacional de Administradoras de Condomínios, o novo coronavírus chegou de surpresa no começo do ano. Por precaução, pensamos em fazer um evento híbrido, parte presencial, parte on-line. Obviamente, cumprindo rigorosamente todos os protocolos de segurança. Entretanto, meses depois, o número de casos de Covid-19 e óbitos evidenciariam que o vírus permanecia ativo. Então, seria correto expor as pessoas a risco, especialmente aquelas que vêm de outros EsRevista Secovi-SP

tados e se utilizam de avião? Não estaríamos irresponsavelmente reproduzindo o comportamento dos lemingues? A decisão mais prudente foi tomada. Em novembro de 2020, o Enacon seria realizado em formato 100% digital, assim como já havia sido realizada em agosto a Convenção Secovi, extremamente bem-sucedida. Escolhemos uma plataforma on-line intuitiva e didática para que houvesse interação entre palestrantes, patrocinadores, expositores. E, mais uma vez, ficou provado que o networking é – e sempre será – um dos grandes valores do Enacon. Foram oito horas com uma programação diversificada no encontro, que cumpriu integralmente seus objetivos ao levar informação e atualização, além de orientar o futuro das atividades do segmento condominial, antecipando tendências. Além de conhecimentos, recebemos inspirações. E, em tempos de tantos desafios como os atuais, estar inspirado faz toda a diferença. Um profissional inspirado deixa fluir e encontra soluções. E o mais importante, se torna inspiração para todos que o rodeiam. O inspirado é como pedra lançada ao lago. Irradia ondas. Não deixa o desânimo chegar. Com coragem e determinação, supera os desafios. Como superamos este ano com a realização de um Enacon totalmente reformulado, mas comprometido em oferecer um conteúdo relevante para o desenvolvimento de uma das atividades mais importantes do País. « 9

Foto: Divulgação

Em Pauta

A importância da infraestrutura para o crescimento econômico

U João Octaviano Machado Neto, secretário de Logística e Transportes do Estado de São Paulo 10

m dos nossos principais compromissos à frente da Secretaria Estadual de Logística e Transportes é implantar a nova matriz de logística no Estado – que integre os diferentes modais – para melhorar ainda mais movimentação de cargas e de pessoas.

São Paulo é a Unidade da Federação mais rica do País e tem um enorme potencial logístico, com localização estratégica e ótima infraestrutura. Por aqui, cruzam as 20 melhores rodovias do Brasil, com investimentos robustos nesse setor. E Revista Secovi-SP

Em Pauta

ainda temos os portos de Santos e São Sebastião, além das ferrovias, os aeroportos e a Hidrovia Tietê-Paraná. Pensando no crescimento econômico e o desenvolvimento regional, o Governo de São Paulo não paralisou nenhuma obra de infraestrutura neste período de crise causado pela pandemia. Para se ter uma ideia, temos hoje 170 obras rodoviárias em andamento, totalizando 1.800 quilômetros de rodovias. São quase R$ 6 bilhões em investimentos e 55 mil empregos criados, em plena crise. O crescimento logístico paulista fortalece a retomada da economia do Estado e do País. Em junho de Revista Secovi-SP

2020, a maior concessão rodoviária do Brasil, com mais de 1.200 quilômetros de extensão, começou a operar entre os municípios de Piracicaba-Panorama, no extremo Oeste do Estado, e vai melhorar ainda mais as nossas estradas. Mas nosso planejamento vai além das rodovias. Para uma matriz de logística eficaz é preciso investir em novas alternativas. Nas ferrovias, anunciamos R$ 6 bilhões em investimentos da empresa RUMO na reestruturação da malha ferroviária de São Paulo, que vai gerar 134 mil empregos diretos e indiretos ao longo da concessão, e ampliar a capacidade de transporte da ferrovia. Temos ainda investimentos na hidrovia Tietê-Paraná, um corredor de exportação fundamental. Com 2.400 km de extensão no total, a hidrovia soma 800 km de rio navegável em São Paulo e ainda faz a ligação com os Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. O sistema conecta grandes áreas de produção do País aos modais ferroviário e rodoviário, para que estes levem produtos a portos marítimos, principalmente Santos, de onde partem para exportação. A importância da hidrovia fica mais evidente nos tempos atuais que, mesmo neste momento difícil de pandemia, ela não parou um dia sequer e ainda aumentou o volume de cargas transportadas, como cana-de-açúcar, areia, celulose, milho e soja, de janeiro até os primeiros quinze dias de

maio deste ano. Uma curiosidade é que cada comboio que passa pela hidrovia transporta o equivalente a 200 carretas. Ou seja, é um motor do comboio contra 200 motores das carretas. Uma diminuição enorme na emissão de gases poluentes. Outra vantagem: o transporte hidroviário é cerca de 30% mais barato se comparado ao ferroviário e 50% mais em conta na comparação com o rodoviário. Os resultados de crescimento da movimentação de cargas mês após mês, mesmo diante de uma grave crise econômica, mostra que estamos no caminho certo. A nossa Secretaria, por meio do Departamento Hidroviário, está investindo mais de R$ 200 milhões em obras, como a da eclusa de Ibitinga, que recentemente avançou com a detonação de um maciço rochoso. Com isso, será ampliada a capacidade do transporte de cargas e do abastecimento de produtos. Investir em soluções para a logística do Estado de São Paulo não significa apenas conquistar avanços pontuais ou regionais, mas garantir uma contribuição fundamental para gerar empregos, reduzir custos de transportes e colaborar decisivamente para a economia nacional. Esse trabalho seria fundamental em qualquer época, mas ganha importância ainda maior a partir de agora, com a retomada das atividades no período de pós-pandemia do novo coronavírus. « 11

Capa

Resistência a toda prova A despeito de todas as dificuldades econômicas, das paralisações e do distanciamento social impostos pela crise sanitária e humanitária do novo coronavírus, o setor da construção civil e imobiliária nacional conseguiu atravessar o período mais crítico da pandemia sem arranhões. E encerra 2020 com excelentes resultados, forte geração de empregos e boas perspectivas para o próximo ano. Shirley Valentin

efinitivamente, foi colocada à prova neste ano de 2020 a capacidade de as cidades se organizaram mundialmente para enfrentar a pandemia e a crise sanitária ocasionada pelo novo coronavírus. Causador da Covid-19, o vírus foi responsável pela morte de mais de 1,5 milhão de pessoas no mundo e contaminou, até meados de novembro, mais de 62 milhões de cidadãos em todos os continentes. A rápida transmissão do coronavírus obrigou empresas, cidadãos comuns, governantes, patrões, empregados, ricos e pobres a mudarem hábitos e comportamentos. Institucionalizou o distanciamento social e o home office como medidas de seguran-

Revista Secovi-SP

Capa

ça. Fez com que as pessoas permanecessem por longos períodos em suas casas, e manteve cidades em quarentena ou lockdown. Legados deixados por pandemias anteriores, como a da gripe espanhola, de 1918 – responsável por infectar 30% da população mundial e matar 50 milhões de pessoas –, foram importantes no enfrentamento ao coronavírus, como o uso de máscaras de proteção e a recomendação para se evitar aglomerações. No Estado de São Paulo, onde houve o registro do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, rapidamente foram adotadas medidas restritivas de controle e combate ao vírus, como a adoção da quarentena, que vai invadir 2021, e a criação do Plano São Paulo, dividido nas fases Vermelha, Laranja, Amarela, Verde e Azul. Essas cores representam o grau do risco de contágio, e determinam a adoção de medidas de flexibilização e de retomada consciente dos setores da economia.

Canteiros de obras A construção civil foi uma das atividades econômicas definidas como essencial pelo Decreto Presidencial nº 10.342, de 7 de maio de 2020. Dessa forma, o mercado imobiliário da cidade de São Paulo pode manter os canteiros de obras em funcionamento, mesmo que em ritmo mais lento e sujeito ao cumprimento, à risRevista Secovi-SP

ca, das recomendações das autoridades de saúde. Com lançamentos adiados, construções desaceleradas e estandes de vendas fechados, a partir de determinação legal da Prefeitura de São Paulo em março, o setor que vinha apresentando bom desempenho teve de se reinventar, principalmente, aprimorando as vendas pela internet e mantendo o foco na comercialização de unidades em estoque. “Trabalhamos com cautela, planejamento e criatividade para vencer os piores momentos da crise. A continuidade das obras foi uma decisão acertada, porque permitiu a sobrevivência das empresas e dos empregos de milhares de trabalhadores”, diz Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP. Outro aspecto que permitiu atravessar com o mínimo de saúde e sem grande pavor a crise sanitária foi a queda dos juros para o menor patamar histórico do País. E também o ajuste das taxas de crédito imobiliário à realidade de mercado.

Indicadores Os dados mais atualizados de vendas e lançamentos de imóveis residenciais na capital paulista e na Região Metropolitana de São Paulo referem-se ao mês de outubro. A Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, indica a continuida-

de no processo de recuperação do setor, principalmente em termos de comercialização. Desde a série histórica iniciada em 2004, não se via um comportamento de vendas em um mês de outubro como o registrado neste ano de 2020. No mês, foram comercializadas 5.552 unidades, que representaram um crescimento de 7,9% em relação ao comportamento de setembro, e de 38,0% em comparação à comercialização de 4.023 unidades em outubro de 2019. No entanto, o VGV (Valor Global de Vendas), que mede o valor total das unidades colocadas à venda no mês de referência, atingiu R$ 2,9 bilhões. Esse resultado ficou 6,5% abaixo do VGV de setembro, que fechou em R$ 3,1 bilhões. Mas ficou 23,1% acima do percebido em outubro de 2019, que foi R$ 2,3 bilhões. Note-se que esses valores foram atualizados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção) de outubro de 2020. Isso se explica, principalmente, pelo bom desempenho de vendas dos imóveis econômicos enquadrados no programa Casa Verde e Amarela – antigo Minha Casa, Minha Vida. Esse segmento respondeu por 54% das vendas de outubro na Capital, com 3.020 unidades comercializadas, e teve participação de 20% no VGV. Os imóveis de médio e alto padrão participaram com as vendas de 2.532 unidades. “A reação do mercado imobili13

Capa

Emilio Kallas: “Manutenção das obras permitiu a sobrevivência das empresas e dos empregos de milhares de trabalhadores.”

ário começou em maio, quando superamos a fase mais crítica da quarentena. Contudo, vale destacar que, de agosto a outubro, foram comercializadas 17.049 unidades, 45% do total das vendas do ano”, destaca Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. No acumulado de janeiro a outubro, as vendas totalizaram 38.287 unidades, representando um crescimento de 5,6% em relação ao acumulado do mesmo período de 2019 (36.267 unidades). Mas, em valores monetários, o VGV acumulado no ano apresentou redução de 7,3% em termos reais, considerando a correção pelo INCC. “Neste ano, foram comercializados R$ 17,9 bilhões e, em 2019, R$ 19,3 bilhões”, compara Kallas.

Lançamentos No mês de outubro, a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) apurou o lançamento de 6.220 unidades na cidade de São Paulo. Com isso, o mês apresentou estabilidade 14

em relação a setembro, quando os lançamentos totalizaram 6.238 unidades. Na comparação com as 6.946 unidades de outubro de 2019, houve redução de 10,5%. No acumulado de janeiro a outubro, foram lançadas 32.696 unidades na capital paulista, volume 22,3% abaixo do registrado no mesmo período de 2019, cuja soma atingiu 42.088 unidades. Empreendimentos econômicos de 2 dormitórios, com área útil entre 30 m² e 45 m², foram o destaque dos lançamentos do mês. “A atividade imobiliária teve papel fundamental no movimento de recuperação da economia. Com exceção dos momentos mais agudos da pandemia, mantivemos números positivos, a exemplo do agronegócio”, ressalta Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP. A despeito das interferências da pandemia, diversos fatores colaboraram com o bom desempenho do setor imobiliário em 2020. “A determinação do governo federal em classificar a construção civil como atividade essencial foi acertada, porque é enorme a nossa capacidade de gerar empregos, movimentar a economia e atender a uma forte demanda por imóveis”, destaca Jafet. A redução das taxas de juros – decisiva para a ampliação do crédito imobiliário – e os preços

acessíveis dos imóveis são dois aspectos que encorajaram as famílias a adquirirem a casa própria. “O momento está formidável para essa tomada de decisão”, afirma Kallas. E tudo indica que esse cenário permanecerá favorável para o setor no próximo ano.

Barreiras a vencer Contudo, é grande a expectativa dos empreendedores imobiliários com relação à revisão obrigatória do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, a partir de 2021. “Esperamos que sejam corrigidos os atuais entraves que dificultaram por anos o avanço das atividades imobiliárias na cidade”, ressalta o presidente do Secovi-SP. Ele alerta, ainda, para os significativos reajustes dos custos dos insumos da construção e os problemas gerados ao empreendedor pela escassez desses produtos no mercado. “Se não superarmos esses obstáculos, será difícil atender a demanda por imóveis diante de um mercado aquecido”, ressalta. Outra linha de frente de atuação do setor é a desmistificação de que os escritórios serão extintos, em razão do trabalho em home office, intensificado pela pandemia. “Também é mito o fato de que está Revista Secovi-SP

Intermediação

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Basilio Jafet: “A determinação do governo federal em classificar a construção civil como atividade essencial foi acertada.”

havendo uma fuga das famílias para cidades do Interior. Esta não é a realidade”, esclarece Jafet.

Brasil reage Nacionalmente, o setor da construção civil e imobiliária vinha apresentando crescimento desde janeiro de 2018. Mesmo o impacto da Covid-19 não atrapalhou em grande medida esse movimento. De janeiro a setembro de 2020, as vendas de imóveis novos cresceram 8,4% em relação ao mesmo período de 2019. Contudo, ao se comparar o comportamento do mercado do segundo trimestre (abril, maio e junho) com o do terceiro trimestre (julho, agosto e setembro), as vendas subiram 57,5%. As informações constam do mais recente estudo Indicadores

Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2020, realizado, desde 2016, pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) e pelo Senai-Nacional (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. Foram coletadas informações de 150 municípios, dos quais 20 capitais, de todas as regiões do País. Nos primeiros nove meses do ano, houve redução de 27,9% nos lançamentos de imóveis e de 13% na oferta, quando se comparam os resultados com o mesmo

período de 2019. No terceiro trimestre de 2020, os lançamentos cresceram 114,1% em relação ao segundo trimestre, mas ainda não compensam as perdas do primeiro semestre. Comparando os lançamentos do terceiro trimestre de 2019 (47.919 unidades) com os do terceiro trimestre deste ano (42.885 unidades), a queda foi de 10,5%.

Unidades residenciais lançadas por região 3º Trimestre | 3T 2020

Região pesquisada

1T 2019

2T 2019

3T 2019

4T 2019

1T 2020

2T 2020

3T 2020

Variação (%) 3T 2020 x 2T 2020

Variação (%) 3T 2020 x 3T 2019

Norte

266

900

1.756

820

850

640

1.536

140,0%

-12,5%

Nordeste

6.503

4.635

6.950

8.019

3.233

2.823

5.392

91,0%

-22,4%

Centro-oeste

2.351

4.345

2.527

3.400

2.865

3.200

4.183

30,7%

65,5%

Sudeste

10.145

27.929

27.607

45.121

10.171

9.170

27.280

197,5%

-1,2%

Sul

7.288

6.605

9.079

9.291

5.722

4.196

4.494

7,1%

-50,5%

TOTAL

26.553

44.414

47.919

66.651

22.841

20.029

42.885

114,1% ▲

-10,5% ▼

Indicadores Imobiliários Nacionais 3T 2020 Fonte: CBIC/CII / Elaboração: CBIC

Correalização

Realização

Revista Secovi-SP

Capa

No acumulado de janeiro a setembro de 2020, foram lançadas 85.755 unidades. Frente às 118.886 unidades do mesmo pe-

ríodo de 2019, a queda nos lançamentos foi de 27,9%. A maior diferença foi observada na região Sul, com 37,3% menos uni-

dades lançadas que no mesmo período do ano passado. Logo em seguida, vem o Nordeste, com -36,7%.

Unidades residenciais lançadas

Queda de lançamentos de – 27,9% ▼ comparando os 9M2020 x 9M2019

Comparativo 9M 2020 x 9M 2019 | Acumulado 9 meses

REGIÃO PESQUISADA

9M 2019

Norte

2.922

3.026

3,6%

Nordeste

18.088

11.448

-36,7%

Centro-oeste

9.223

10.248

11,1%

Sudeste

65.681

46.621

-29,0%

Sul

22.972

14.412

-37,3%

TOTAL

118.886

85.755

-27,9%▼

9M 2020

VARIAÇÃO (%)

85.755

TOTAL Sul

46.621

Sudeste

65.681

10.248 9.223

Centro-oeste

11.448 18.088

Nordeste

3.026 2.922

Norte 0

20.000

9M 2020 Indicadores Imobiliários Nacionais 2T 2020 Fonte: CBIC/CII / Elaboração: CBIC

No País, as vendas apresentaram um aumento de 57,5% no terceiro

118.886

14.412 22.972

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

9M 2019

Correalização

trimestre de 2020 em relação ao segundo trimestre, com resultados

Realização

positivos em todas as regiões. O Sudeste, porém, foi destaque.

Unidades residenciais vendidas por região 3º Trimestre | 3T 2020

Região pesquisada

1T 2019

2T 2019

3T 2019

4T 2019

1T 2020

2T 2020

3T 2020

Variação (%) 3T 2020 x 2T 2020

Variação (%) 3T 2020 x 3T 2019

Norte

706

1.122

1.179

1.033

908

1.073

1.765

64,5%

49,7%

Nordeste

5.636

6.324

6.080

6.283

6.829

7.007

9.098

29,8%

49,6%

Centro-oeste

3.253

4.205

3.171

3.758

3.212

3.158

5.368

70,0%

69,3%

Sudeste

14.201

24.142

25.084

34.329

20.300

14.973

28.936

93,3%

15,4%

Sul

7.568

7.802

8.399

8.841

8.804

8.279

9.140

10,4%

8,8%

TOTAL

31.365

43.596

43.912

54.244

40.052

34.490

54.307

57,5% ▲

23,7% ▲

Indicadores Imobiliários Nacionais 3T 2020 Fonte: CBIC/CII / Elaboração: CBIC

Revista Secovi-SP

Correalização

Realização

Capa

Na comparação entre os terceiros trimestres de 2020 e de 2019, o aumento nas vendas atingiu 23,7%, com a maior va-

riação de vendas verificada no Centro-Oeste (69,3%). Já no acumulado de janeiro a setembro de 2020, foram vendidas 128.849

unidades no País, um aumento de 8,4% em comparação com as 118.873 unidades do mesmo período de 2019.

Unidades residenciais vendidas por região Comparativo 9M 2020 x 9M 2019 | Acumulado 9 meses

Crescimento nas vendas de 8,4% ▲ comparando os 9M2020 x 9M2019 128.849 118.873

TOTAL

REGIÃO PESQUISADA

9M 2019

9M 2020

VARIAÇÃO (%)

Norte

3.007

3.746

24,6%

Nordeste

18.040

22.933

27,1%

Sudeste

Centro-oeste

10.629

11.738

10,4%

Centro-oeste

Sudeste

63.428

64.209

1,2%

Sul

23.769

26.223

10,3%

TOTAL

118.873

128.849

8,4% ▲

26.223 23.769

Sul

64.209 63.428 11.738 10.629 22.933 18.040

Nordeste 3.746 3.007

Norte 0

20.000

9M 2020 Indicadores Imobiliários Nacionais 3T 2020 Fonte: CBIC/CII / Elaboração: CBIC

A oferta final de unidades novas no terceiro trimestre deste ano ficou 13,0% menor que a do mesmo período de 2019, e 5,0% abaixo do estoque do segundo trimestre de 2020. A retração no volume de lançamentos diante do crescimento das vendas pode sinalizar, de

40.000

Correalização

acordo com avaliação de especialistas da CBIC, a cautela dos empreendedores frente ao aumento dos custos dos insumos.

Gangorra José Carlos Martins, presidente da CBIC, considera preocupan-

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

9M 2019

Realização

te a queda do estoque aliada ao aumento dos preços dos insumos. “A primeira constatação é que, apesar do aumento dos lançamentos no terceiro trimestre do ano, eles ainda não foram suficientes para recuperar toda a perda do primeiro semestre, que chegou a 44%. Nossa maior

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preocupação reside no desabastecimento de insumos. A lei da oferta e da procura, o aumento de preços e o atraso nas entregas geram dificuldades de manutenção do cronograma de obras. Se isso não for resolvido, pode gerar um temor para o setor”, assevera o dirigente. Aumento de vendas, redução de lançamentos e de oferta foram a tônica do mercado imobiliário em 2020. “Apesar da crise, prevejo que, em 2021 a atividade do setor – considerando indicadores como PIB e geração de emprego e renda – vai se manter em função do que foi vendido em 2020. No geral, o setor está em um momento interessante, mantendo

Foto: Divulgação CBIC

Capa

Jose Carlos Martins: “Continuaremos crescendo e, assim, contribuindo para superar esse momento difícil.”

empregos e criando novos postos de trabalho. Continuaremos crescendo e, assim, contribuindo para superar esse momento difícil”, aposta.

Programa de Estado A CBIC também analisou a participação do programa Casa Verde e Amarela em lançamentos e nas vendas de imóveis no terceiro trimestre do ano, em todas as regiões brasileiras. Sobre o total lançado no País, dentro da abrangência do estudo, unidades enquadradas no programa representaram 54,7% dos lançamentos e 53,0% das vendas. Celso Petrucci, economista-

-chefe do Secovi-SP e vice-presidente da CBIC, lembra que, atualmente, o mercado depende quase 75% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do Casa Verde e Amarela. “São 400 mil a 450 mil unidades por ano, que possibilitam a aquisição da primeira moradia pelo programa”, destaca. Rodrigo Luna, vice-presidente de Habitação Econômica, faz questão de destacar o trabalho intenso do Secovi-SP na discussão com parlamentares e na

Celso Petrucci: “A reação do mercado imobiliário começou em maio, quando superamos a fase mais crítica da quarentena.”

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Responsabilidade Social

IORIDADE PR

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M IC

R O FIN

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apresentação de sugestões para o aperfeiçoamento do programa, que foram incluídas no texto da MP 996/2020 aprovado pela Câmara dos Deputados. Analisado e validado sem alterações pelo Senado, o texto será convertido em lei após sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro. “Isso demonstra que o programa é de Estado, e não de governo. A aprovação da MP, com

Rodrigo Luna: “Casa Verde e Amarela é um programa de Estado, e não de governo.”

seus aprimoramentos, mostra a importância de bons regramentos para o combate ao déficit habitacional”, comemora Luna, para quem 2021 será um ano de estabilidade. “O pior ficou para trás”, conclui. «

No começo de dezembro, o SindusCon-SP lançou nova Campanha de Prevenção à Covid-19 nos canteiros de obras, em parceria com Secovi-SP, Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) e Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de São Paulo). A iniciativa tem uma mensagem clara: “A Covid-19 voltou forte! E os resultados dos aumentos das contaminações são atividades paralisadas, desemprego, perda de pessoas queridas. Lave as mãos, use álcool gel, use a máscara, evite aglomerações. A pandemia não acabou, o combate continua. Não transmita a Covid-19! Cuidando-se, você cuida das outras pessoas”. O material (vídeo e cartazes) está disponível para download no portal do Seconci-SP (www.seconci-sp.org.br). Para Odair Senra, presidente do SindusCon-SP, é preciso reforço constante das medidas de prevenção diante do repique da Covid-19.

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segunda à sábado - das 8h30 às 18h30 23

Desenvolvimento Urbano

Desenvolvimento urbano e humano Com redução na oferta e aumento nas vendas durante a pandemia, os loteamentos absorveram a demanda que surgiu devido à ressignificação da casa

m um ano marcado pelos efeitos da pandemia, o segmento da indústria imobiliária representado pelos desenvolvedores urbanos foi tão impactado 24

quanto os demais. As restrições impostas pelas autoridades públicas influenciaram o comportamento do consumidor, cuja insegurança, em um pri-

Maria do Carmo Gregório

meiro momento, afetou o mercado de loteamentos, com redução da oferta. As vendas, por sua vez, aumentaram. Com o distanciamento, Revista Secovi-SP

houve ressignificação da casa, local onde as pessoas passaram a ficar mais tempo. Nesse aspecto, além da resiliência característica desse mercado, o lote urbanizado é um produto que tem como atributo a flexibilidade, tanto no processo de construção da casa própria, quanto nas características

específicas de um loteamento, que envolvem acesso a áreas verdes, insolação, ventilação, entre outras.

Contra fatos... Dados do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais no Estado

de São Paulo), consolidados pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, comprovam a redução de 24,2% na oferta de lotes urbanos entre janeiro e setembro de 2020, em relação à igual período de 2019. No acumulado de 12 meses, a variação foi negativa em -18,5%.

Loteamentosurbanos aprovados pelo Graprohab _ Oferta

De acordo com Pesquisa do Mercado de Loteamentos, realizada por Aelo, Brain Inteligência

Estratégica e Secovi-SP, nos nove meses deste ano foram lançados 20.812 lotes nos 65 municípios

Fonte: : Departamento de Economia e Estatística - Secovi-SP

Desenvolvimento Urbano

abrangidos. Comparado ao mesmo período do ano passado, a redução foi de 5%.

Fonte: : Aelo e Associados | Elaboração Brain

Nº de lotes lançados entre jan-set

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Desenvolvimento Urbano

A pesquisa mostra que, no terceiro trimestre, foram comercializados 10,1 mil lotes, líquidos de distratos, volume 4% superior ao

registrado no mesmo período de 2019 (9,8 mil lotes). No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2020, as vendas totalizaram 27,5

mil lotes, mantendo estabilidade na comparação a iguais nove meses de 2019, quando foram comercializados 27,5 mil lotes.

Fonte: : Aelo e Associados | Elaboração Brain

Nº de lotes vendidos por trimestre

A Barreiras a vencer Superados as dificuldades iniciais ocasionadas pela pandemia, o momento é de absorver o aprendizado e focar no futuro. “Pelo lado da demanda, há forte percepção de aumento da confiança de consumidores e empresários, seja em virtude da ressignificação da casa própria, seja pela proximidade de liberação da vacina, e melhor profilaxia para o enfrentamento da Covid-19, o que traz alento a todos”, prevê Caio Portugal, vice-presidente de 26

Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP e presidente da Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano). Por outro lado, ele ressalta que há uma série de desafios, novos e antigos, que a indústria de loteamentos, assim como o Brasil, precisa endereçar em 2021. A começar pelo aumento acentuado nos custos de insumos da construção civil e da oferta limitada, em razão da redução no ritmo de atividade das principais cadeias de produtos básicos (cimento, ferro, resina,

vidros etc.) como medida preventiva no início da pandemia. “Cabe lembrar ainda que, com a readequação do câmbio – que vinha subprecificado –, os valores dos insumos da construção civil exerceram forte pressão nos custos da produção imobiliária, o que afetou sobremaneira o segmento de loteamentos”, adiciona o dirigente. Estudos desenvolvidos pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e por demais instituições que acompanham as indústrias, apontam que, no primeiro trimestre de 2021, os Revista Secovi-SP

Desenvolvimento Urbano

Revista Secovi-SP

Desenvolvimento Urbano

preços desses insumos estarão estabilizado, e haverá oferta regular desses itens. Nesse sentido, Portugal acredita que ações de aumento da concorrência, inclusive com liberação de tarifas para a importação de insumos, vão contribuir para acelerar o reequilíbrio de preços e oferta, além de propiciar a eliminação da ociosidade dessas cadeias e a retomada das atividades.

Ações indispensáveis Na lista de providências e desafios a vencer, Caio Portugal inclui ações por parte dos Executivos municipais, sejam eleitos ou reeleitos. A revisão da legislação urbanística, por exemplo, para ampliar a oferta de terra urbani28

zada e proporcionar o adequado desenvolvimento das cidades. “Também é necessário e urgente um combate mais efetivo à indústria da ocupação e de loteamentos clandestinos. Além de predatória, essa ‘concorrência’ produz custos incontáveis à sociedade. No caso de ocupações, basta verificar o que foi feito às margens das represas Billings e Guarapiranga ao longo dos anos”, enfatiza. Ainda entre as providências pendentes, está a regulamentação de uma das grandes conquistas da sociedade neste atípico 2020. Após décadas em tramitação, a aprovação do Marco Legal do Saneamento Ambiental foi um divisor de águas, principalmente no sentido de diminuir as desigualdades sociais. Caio Por-

tugal afirma que a correta aplicação do novo marco regulatório poderá contribuir para a adoção de políticas de saneamento, além de atrair investimento público e privado na universalização da infraestrutura pública, algo fundamental para o desenvolvimento sustentável.

Agenda ampliada O vice-presidente do Secovi-SP cita ainda a importância de retomar as discussões das reformas estruturantes, que poderão dar sequência à maior revolução que o País tem vivido: os juros baixos. “A ser duradouro, este ciclo dará o choque do real capitalismo, que gera empregos, riqueza, valores e inserção social. E a agenda fiscal poderá ser encamiRevista Secovi-SP

Desenvolvimento Urbano

nhada se tivermos uma reforma administrativa que tire o peso e a ineficiência que o Estado exerce sobre a sociedade. Uma simplificação tributária que dê agilidade, segurança jurídica e adequada distribuição de encargos aos cidadãos e às empresas.” Ele adiciona ao rol de medidas o aperfeiçoamento do arcabouço de aumento da produtividade, com reformas microeconômicas que envolvem, entre outras, a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, a desindexação e a desvinculação do Orçamento da União, e a Lei da Liberdade Econômica para garantir a ma-

Revista Secovi-SP

nutenção da indústria da construção civil e imobiliária. Portugal defende o aumento da competição na oferta de crédito, em especial do crédito imobiliário, com novas estruturas de concessão e maior participação das fintechs.

O que esperar? Para o dirigente, 2021 promete ser um ano de grande recuperação econômica. Mas, para que isso ocorra, ele pensa que a sociedade deve cobrar, desde já, que todos estejam unidos pelo Brasil, sem radicalismos ou ‘fal-

sas verdades’. “A realidade é que não temos mais tempo, nem oportunidade, para erros ou experimentações. A agenda Brasil precisa ser implementada, temos de gerar empregos, riquezas, num novo ambiente da economia mundial.” No âmbito político, ele acredita que os responsáveis pela condução do País, dos Estados e dos municípios devem se antecipar e promover uma agenda capaz de destravar a infraestrutura, permitir o investimento, que o setor produtivo atue e que a sociedade possa ter mais qualidade de vida. «

Interior

Mudança de expectativa Estudos de Mercado realizados pelo Secovi-SP e divulgados na reta final do ano apontam que, apesar dos impactos da Covid-19, o mercado apresentou bom desempenho em diversas regiões do Estado Luciana Ferreira

uperando as expectativas iniciais, o mercado imobiliário do interior paulista demonstrou sua força mesmo durante o período mais agudo da quarentena provocada pelo novo coronavírus. Se no começo do isolamento social, em março, o fechamento dos escritórios 30

de imobiliárias e estandes de vendas comprometeu negócios que já estavam em andamento, provocando natural incerteza, o mercado foi aos poucos buscando alternativas e soluções para contornar os entraves. Somado a isso, a manutenção do trabalho nos canteiros de obras contri-

buiu para evitar impactos ainda maiores na indústria da construção imobiliária. Parte do desempenho do setor ao longo desse período foi capturada e retratada nos Estudos do Mercado Imobiliário, elaborados pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP em Revista Secovi-SP

Interior

parceria com consultorias. Por conta do distanciamento social, os eventos presenciais para divulgação dos dados tiveram de ser adiados. No entanto, a vice-presidência do Interior dedicou parte do último trimestre do ano à apresentação das informações de mercado de algumas regiões do Estado de São Paulo por meio de lives, transmitidas pelo Youtube (www.youtube.com/secovisp).

Fôlego Um dos estudos foi o da Baixada Santista, que apontou aumento de 64,1% nas vendas e de 7,3% nos lançamentos de imóveis, entre julho de 2019 e junho deste ano. Segundo o levantamento, foram comercializadas em Santos, Praia Revista Secovi-SP

Grande, Guarujá e São Vicente um total de 5.084 unidades residenciais novas neste intervalo, ante os 3.099 imóveis vendidos entre julho de 2018 e junho de 2019. Os lançamentos também cresceram e chegaram a 4.021 unidades, frente aos 3.748 imóveis apontados no estudo anterior. Para o diretor regional de Santos, Carlos Meschini, o período analisado (segundo semestre de 2019 e primeiro deste ano) reflete um momento em que o mercado vinha de um processo de recuperação em relação aos anos anteriores. Com a quarentena e o consequente fechamento de estandes de vendas, no entanto, houve um impacto significativo no setor. “Observamos uma queda acentuada nas vendas duran-

te o período mais agudo do isolamento social. Com o retorno das atividades, estamos retomando o ritmo de vendas e lançamentos, com perspectivas positivas para 2021”, comenta.

Sabor de vitória Em Jundiaí, o Estudo Secovi do Mercado Imobiliário apontou o lançamento de 1.291 imóveis entre outubro de 2019 e setembro de 2020. O resultado foi 2,3% superior ao apurado entre dezembro de 2018 e novembro de 2019, quando os lançamentos totalizaram 1.262 unidades. No acumulado de 12 meses (outubro de 2019 a setembro de 2020), as 933 unidades comercializadas representaram uma redução de 10,8% em 31

Interior

relação ao intervalo de dezembro de 2018 e novembro de 2019, com 1.046 unidades negociadas. O vice-presidente de Marketing e Inteligência de Mercado da Proempi, entidade que representa o Secovi-SP em Jundiaí e região, considera que, ao analisar os números, o setor conquistou um empate com sabor de vitória neste último ano. “O desempenho do mercado, em termos de lançamentos e vendas, foi semelhante ao de 2019. Mas teve como agravante a inédita pandemia global, que afetou as vendas, especialmente no segundo trimestre de 2020”, afirma. Gonçalves, no entanto, ressalta a importante mudança no mix de vendas. “A participação dos imóveis de 3 dormitórios nas vendas passou de 35%, em 2019, para 54% este ano, e com uma velocidade de venda praticamente igual à de unidades de 2 dormitórios econômicos.” Para o diretor, o confinamento e os preços convidativos da cidade despertaram o interesse dos compradores para um imóvel que proporcionasse mais espaço e conforto.

Mudança de rumos Outra cidade em destaque foi Bauru, no noroeste paulista. Realizado entre janeiro e dezembro de 2019, o estudo teve adiada a apresentação, que aconteceria durante o Encontro Secovi do Mercado Imobiliário, previsto para o final 32

Marcondes Cesar: “Mantidas as atuais condições econômicas, boa parte das cidades deve apresentar bom desempenho no ano.”

de março – justamente no período inicial da quarentena. O levantamento apurou um total de 1.835 imóveis residenciais lançados em 2019, com crescimento de 33,4% sobre igual período de 2018 (1.376 imóveis). As vendas totalizaram 1.482 unidades, com queda de 2% frente às 1.513 unidades negociadas em 2018. O diretor regional Riad Elia Said comentou que o município tem passado por um importante processo de desenvolvimento nos últimos anos. “Esse é um momento de grande expectativa para o mercado. O volume de vendas de imóveis está muito consistente, acompanhando a aceleração significativa dos lançamentos. O cenário é promissor e as pequenas variações fazem parte da própria dinâmica de mercado”, afirma. Bruno Pegorin, diretor de Habitação Econômica da Regional Bauru, ressalta que, em março, no início da pandemia, a projeção era de que as vendas neste ano ficariam cerca de 30% abaixo do total registrado em 2019. Passados alguns meses, a expectativa mudou e, segundo ele, o setor deve encerrar 2020 com resultados semelhantes ao ano passado. “Entre os fatores que contribuem

para a nova previsão, estão a retomada da confiança do consumidor e dos empreendedores quanto à recuperação da economia. A manutenção da taxa básica de juros em 2%, e a inflação estimada em 3,2% para este ano também são sinais positivos.”

Expectativas positivas Em Campinas, o levantamento foi realizado entre agosto de 2019 e julho de 2020. Os dados mostram o lançamento de 2.972 imóveis no período, resultado 33,5% inferior ao estudo anterior, quando foram lançadas 4.467 unidades. No acumulado de 12 meses, as 3.160 unidades comercializadas representaram uma redução de 17,4% em relação ao intervalo anterior, quando foram negociadas 3.827 unidades. Apesar da retração observada, o montante negociado no período foi superior ao esperado. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, o VGV (Valor Global de Vendas) atingiu R$ 1.256,5 Revista Secovi-SP

Interior

milhão, volume 14,2% acima do registrado no levantamento passado (R$ 1.099,9 milhão). A diretora regional de Campinas, Kelma Camargo, avalia que o mercado vinha num ritmo de crescimento muito bom no ano passado, quando chegou a contabilizar um aumento de 92% nas vendas e de 29,7% nos lançamentos. Com o adiamento de lançamentos para o segundo semestre deste ano, aliado ao fechamento de estandes de vendas por conta da pandemia, muitos contratos foram postergados. “Esse é um reflexo claro dos efeitos do novo coronavírus no

Revista Secovi-SP

mercado imobiliário da cidade”, diz. Mas, segundo ela, a demanda continua existindo e, em grande parte dos casos, a compra foi apenas adiada, como é possível observar neste momento de retomada do setor, após o período mais agudo da crise. O vice-presidente do Interior, Frederico Marcondes Cesar ressalta que, em virtude da quarentena, a divulgação dos estudos realizados pelo Secovi-SP está acontecendo agora, mas a maioria contempla apenas parte dos dados deste ano. “Vale lembrar que o mercado no segundo semestre vem demonstrando exce-

lente desempenho e, mantidas as condições econômicas favoráveis, é possível que boa parte das cidades acompanhadas pelos levantamentos apresentem recuperação.” “Quem tem de adquirir um imóvel, para moradia ou investimento, este é um momento propício, pois as baixas taxas de juros e a ampla oferta em linhas de crédito imobiliário atingiram patamares muito interessantes”, analisa. O dirigente cobrou maior agilidade no processo de aprovação de projetos, medida fundamental para aproveitar o positivo desempenho das vendas de imóveis no cenário atual. «

Inovação

Soluções premiadas Na quarta edição do Movimente, grupo de Novos Empreendedores do Secovi-SP ofereceu oportunidade para startups com projetos que impactaram o mercado imobiliário durante a pandemia Da Redação

Revista Secovi-SP

Inovação

bilionário Jorge Paulo Lemann costuma dizer que, em tempos de crise, o que mais gosta são as oportunidades que aparecem. Conhecido por sua ousadia nos negócios, sobretudo em aquisições de empresas em períodos de dificuldades, ele justifica que não se trata de preço, mas da possibilidade de ter acesso a coisas até então indisponíveis ou sobre as quais não se tinha conhecimento. Ou seja, um novo olhar para novos negócios. Foi essa visão que teve o grupo de Novos Empreendedores (NE) do Secovi-SP. Em vez de focar nos aspectos negativos dos efeitos das crises sanitária e econômica, aproveitou a edição 2020 do MoviMente para propor a startups que apresentassem soluções que impactaram o mercado imobiliário durante a pandemia. “A aproximação entre o mercado imobiliário tradicional e as empresas de inovação é o objetivo principal do MoviMente. A ideia é renovar, oxigenar e transformar o setor. E em um ano tão desafiador, o MoviMente foi o instrumento ideal para proporcionar alternativas ao mercado”, afirma Rodrigo Abrahão, coordenador do NE. “O resultado não poderia ter sido melhor”, complementa.

Etapas Em sua quarta edição, o MoviMente teve todas as etapas realizadas em ambiente virtual, em cumprimento às regras de disRevista Secovi-SP

tanciamento social estabelecidas pelas autoridades sanitárias. No final de novembro, após processo bastante disputado, foram reveladas as startups vencedoras de 2020. Uma delas é a iTeleport, que oferece tecnologias de visualização e computação para tours virtuais a empreendimentos imobiliários. Já a Predialize é uma plataforma tecnológica que permite a incorporadoras e construtoras realizarem a gestão do pós-obra. A Vivakey, por sua vez, desenvolve ferramentas para digitalização de hotéis e residências. Os três premiados foram escolhidos de um total de 25 projetos, criteriosamente analisados por uma banca de especialistas em inovação e personalidades do setor imobiliário, que também avaliou e definiu os 10 semifinalistas. Uma das novidades desta edição foi a participação popular na etapa final. A escolha pode ser feita por meio de “likes” nos vídeos das 10 startups disponibilizados na página do NE no Instagram.

Bate-papo O evento on-line para anúncio das startups premiadas foi dividido em três blocos. Foram exibidos vídeos da Alude, EntregAli, Fix, Isket, Kapputo, Logpyx e RetinaVision, que ficaram entre as 10 semifinalistas. Em cada bloco, os representantes das três vencedoras – Rony Stefano (Vivakey), Jean Sacenti

(Predialize), Francisco Toledo (iTeleport) – responderam, ao vivo, os questionamentos dos especialistas em inovação Alexandre Frankel e Flavio Pripas. Também participaram do bate-papo Leandro Mello, Sergio Langer, Danielle Ávila, Rodrigo de Santi, Gabriel Borges e Nelson Soares.

Vencedoras Meses depois da decretação do estado de calamidade pública por causa da pandemia do novo coronavírus, o setor de hotelaria e turismo ensaia uma recuperação gradual com a adoção de medidas que vão além da contenção de custos e adoção dos protocolos para barrar a Covid-19. Reafirmando a frase “de toda crise nasce uma oportunidade”, a startup Vivakey, uma das vencedoras do MoviMente 2020, desenvolveu uma plataforma on-line, disponível para smartphones, que permite agendar e fazer o pagamento antecipado de uma reserva em hotel. “Desenvolvemos uma solução

Banca avaliadora O grupo que analisou os projetos foi composto por Carlos Borges, Hamilton Leite, Márcia Taques, Adriano Sartori, Andrea Mifano, Francisco Vasconcellos, Henrique Aguillar, Juan Bernabó, Moira de Toledo, Nelson Soares, Patrícia Hulle, Rodrigo de Santi e Shirlei D´Amico. 35

Inovação

única, com todos os sistemas que um meio de hospedagem necessita na nuvem, incluindo um aplicativo para check-in do hóspede, e uma fechadura exclusiva, que elimina a necessidade de passagem pela recepção. A reserva é feita por qualquer canal e paga com o processamento de cartão automático em nosso sistema.

durante o pós-obra, com a implementação de um manual interativo do proprietário. “Essa é uma excelente opção para resolver a ansiedade da espera pela entrega do imóvel, disponibilizando ao cliente informações gerais do empreendimento, documentos do imóvel e fotos do andamento da obra. Desta maneira, nesta fase do processo, a comunicação da construtora não será somente para tratar de cobranças financeiras ou falar de problemas, mas sim de cativar esses clientes”, diz

Sacenti, CEO da Predialize. “Já senti na pele muitas das dores que as construtoras enfrentam hoje. E, por isso, as soluções da Predialize são tão efetivas. Nós falamos do que realmente dominamos e disponibilizamos soluções eficazes para resolver desafios reais do mercado por meio da tecnologia.” O desejo de comprar um novo imóvel não foi suprimido pela pandemia do novo coronavírus. Em tempos de distanciamento social, como conhecer o imóvel? A solução foi apresentada pela iTeleport, também contemplada no MoviMente 2020. A startup oferece um conjunto de tecnologias, unindo Tour Virtual 3D e o Tour Virtual 360º, que resultou em uma maque-

∞ Vivakey ∞

Pronto, o hóspede pode entrar no hotel e em seu quarto por meio de um aplicativo, senha ou até mesmo reconhecimento facial”, explica Rony Stefano, representante da startup. Conforme destaca o investidor, a ideia é facilitar a experiência do hóspede na hora de reservar ou fazer o check-in e o check-out em um hotel. “Temos software, hardware e serviços em uma única solução.” Diferente do setor hoteleiro, a construção civil não parou na pandemia. E a startup Predialize, outra premiada do MoviMente 2020, aproveitou para incrementar suas soluções visando a auxiliar toda a jornada do cliente e 36

∞ Predialize ∞

Rodrigo Brabo, CTO da Predialize. A startup também desenvolveu o Manual Interativo do Condomínio, que oferece acesso fácil às condições e aos prazos de garantias de produtos e sistemas construtivos, responsabilidades, cuidados de uso e do calendário de manutenções preventivas. Os síndicos podem contar, ainda, com notificações e contatos de fornecedores para auxiliar no planejamento e na execução das atividades necessárias”, destaca Jean

∞ iTeleport ∞

te tridimensional que permite conhecer todos os cômodos. “Criamos um hub de soluções digitais para o marketing imobiliário. A concentração de todas as soluções sob um único teto garante o alto padrão de qualidade nas experiências entregues ao cliente”, destaca Francisco Toledo, CEO Revista Secovi-SP

Interior MÃ&#x201C;VEIS EXTERNOS

Revista Secovi-SP

Inovação

da iTeleport. “A solução de tour virtual com alta interatividade é a melhor ferramenta de venda para o corretor, pois consegue manter mesmo à distância o dinamismo, a emoção e a transparência necessários para a realização do sonho da casa própria.” Além de rodadas de negócios com players do setor imobiliário, as três startups vencedoras terão seus projetos divulgados nos ca-

Rodrigo Abrahão: “A ideia é renovar, oxigenar e transformar o setor.”

nais do Secovi-SP, no hotsite do MoviMente e, ainda, a possibilidade de firmar parcerias com empresas do mercado. O MoviMente 2020 teve patrocínio LelloLab, Orange PMM e Woork. «

Criado em 2017, o MoviMente busca aproximar para aproximar as startups das empresas do mercado imobiliário. As vencedoras da primeira edição foram Flatmatch, Justto e Magikey. No ano seguinte, as três primeiras colocadas foram Lean Survey, LoopKey e Nama,. Em 2019, as startups Programa Doce Lar, Prevision e IMDesigns venceram a terceira edição. E, em 2020, iTeleport, Predialize e Vivakey foram as contempladas. Para mais informações, acesse: movimente.secovi.com.br.

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Revista Secovi-SP

Dicas da Império

Interior

5 DICAS PARA MANTER O SEU CONDOMÍNIO LIVRE DAS PRAGAS URBANAS Os períodos com altas temperaturas e falta da chuva estão chegando, o que tornam o ambiente propício para a proliferação e infestação de diversas pragas, inclusive aquelas que são vetores e transmissores de doenças, como os pernilongos. Além de causarem prejuízos econômicos, as pragas urbanas impactam também na qualidade de vida, saúde e bem-estar dos condôminos. Os condomínios tendem a atrair algumas pragas pois, fornece em suas áreas comuns acesso, abrigo, água e em alguns casos alimentos, que são os 4 A´S que colaboram para uma infestação. Adotar medidas práticas neste período se tornam fundamentais para que o controle seja eficiente e as infestações sejam minimizadas. Algumas delas são: 1 Manter a manutenção de áreas externas, jardins, vasos e

semelhantes

A falta de manutenção dessas áreas permite que as pragas se instalem facilmente nestes locais. É importante também alinhar o controle de pragas sempre após a referida manutenção. 2 Orientar os condôminos quanto ao armazenamento

correto e coleta do lixo

Além do esgoto, o lixo é um dos maiores atrativos para insetos e roedores, por isso é importante orientar todos

quanto ao armazenamento correto e a coleta nos dias e horários marcados, sem acúmulo e períodos longos de exposição dos resíduos dentro ou fora das unidades. 3 Manter a manutenção de fossas, caixas de gordura e

esgoto em geral

O esgoto é um dos locais preferidos das baratas, e com a presença delas, os escorpiões são atraídos rapidamente. Além dessas pragas, circulam nesses locais também os roedores que também transmitem doenças. Manter a higienização e manutenção afasta as pragas urbanas e ainda evita problemas de entupimento. 4 Tapar frestas, arrumar pisos soltos e ter atenção aos

móveis e estruturas de madeira

Baratas e escorpiões costumam encontrar frestas nas paredes, muros e pisos para se esconder, principalmente quando esses lugares são úmidos. Roedores também gostam de fazer suas grandes colônias embaixo de pisos soltos. Os móveis e estruturas velhas de madeira podem ser ótimos atrativos para cupins, por isso fique atento a pequenos furos e acúmulo de pó/grânulos frequente. 5 Mantenha o Controle de Pragas em dia

O manejo integrado de pragas é o melhor meio de manter o controle de infestações no condomínio. Se este estiver atrelado aos cuidados que citamos acima, o seu condomínio estará sempre seguro para todos!

Thaina, bióloga da Desentupidora Império

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Tendência

O que veio para ficar?

Tendências, estudo do perfil dos edifícios, digitalização de contratos estão entre os assuntos tratados na sexta edição do Encontro de Construtores e Incorporadores. Em pauta, as lições aprendidas com a pandemia

ano de 2020 ficará marcado na história mundial pela pandemia de Covid-19. O coronavírus fez vítimas em todo o planeta e estabeleceu uma crise econômica e sanitária mundial, sobretudo em razão do confinamento social. No caso do mercado imobiliário, o mesmo isolamento 40

que impôs dificuldades, também proporcionou oportunidades, resultantes da necessidade de adaptação àquilo que chegou a ser denominado novo normal. Absorvido o impacto inicial, os empreendedores observaram as mudanças no comportamento do público consumidor e se

Da Redação

depararam com um cenário diferente, que os levou a repensar seus produtos imobiliários para atender uma nova demanda. Para além da intensificação do uso da tecnologia, que acelerou o uso do digital, e diante de tantas mudanças, tornou-se indispensável refletir sobre as lições Revista Secovi-SP

Tendência

aprendidas com a pandemia, filtrar o que realmente veio para ficar e quais são as tendências no mercado imobiliário. Com este objetivo e no sentido de ampliar o debate sobre essas questões, Secovi-SP e SindusCon-SP reuniram, no final de outubro, representantes de empresas incorporadoras, construtoras e de projetos no VI Encontro de Construtores e Incorporadores. Na semana em que o evento aconteceu, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) divulgara o recorde histórico de R$ 12,9 bilhões na contratação de crédito imobiliário em setembro – volume que seria superado no mês de outubro. “Os números [de setembro] mostram que temos hoje um mercado mais maduro, com mais conhecimento e qualidade, e isso tem trazido um ritmo importante”, afirmou o superintendente executivo do Bradesco, Antonio Paulo Marques Barbosa, salientando a relevância desse indicador econômico favorável para o setor neste final de ano e início de 2021.

Tendências No painel “O perfil dos edifícios pós-Covid-19 - Case Pandebuilding”, Saulo Suassuna, CEO da Molegolar Habitação Modular, apresentou os resultados de um estudo a respeito das tendências que devem prevalecer, no âmbito da construção e inRevista Secovi-SP

corporação, mesmo após o término da pandemia. Segundo Suassuna, o estudo detectou que devem ser criadas, nos apartamentos, áreas de higienização, áreas internas para disposição de sapatos em ambas as entradas, ambiente para home office, áreas de exercícios, redução da sala de estar e de jantar, e espaço gourmet com caráter funcional, preferivelmente na varanda. Nas áreas comuns, por sua vez, destacam-se o delivery room, um pet place, home offices coletivos, lojinhas de conveniência, implantação de anteparos nas academias, aparelhos para exercícios ao ar livre, além de salas de saúde e bem-estar. “Há de se observar a importância de as prefeituras estarem abertas a aceitar ampliação de espaços, ao invés de engessar os empreendimentos”, comentou o CEO, referindo-se à proposta de se excluir do coeficiente construtivo alguns desses novos ambientes, bem como regularizar o home office como endereço normal de trabalho.

Contratos Na esteira da digitalização, vieram os contratos, assunto que também esteve na pauta de discussões do encontro. O advogado Carlos Del Mar, membro do Conselho Jurídico da Presidência do Secovi-SP, explicou que, com a criação da infraestrutura de chaves públicas brasileira em 2001 (Me-

dida Provisória nº 2.200-2/2001), multiplicam-se, hoje, os contratos com assinaturas eletrônicas e certificações digitais, juridicamente reconhecidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e sem a necessidade de testemunhas. No caso específico de registro de imóveis, o advogado ressaltou que a documentação deve ser assinada com certificado digital, e não somente com assinatura eletrônica.

Parceria O encontro foi uma das diversas iniciativas conjuntas realizadas pelas entidades ao longo do ano. Jorge Batlouni Neto, vice-presidente de Tecnologia, Qualidade e Meio Ambiente do SindusCon-SP, destacou a importância da parceria. “Não podemos trabalhar separadamente. Não existe construção sem a área imobiliária e vice-versa”, declarou. “Temos tratado de relevantes temas no relacionamento de quem concebe o negócio e de quem constrói. São atividades complementares e que, muitas vezes, têm uma grande interface”, completou Carlos Borges, vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP. Coordenador dos trabalhos, o empresário Milton Bigucci Junior reafirmou a confiança no setor. “Com o fortalecimento do crédito imobiliário e o atual patamar de juros, saímos fortalecidos da crise e com boas projeções para o próximo ano”, finalizou. « 41

Institucional

Pelos cinco anos consecutivos, além de certificado, Secovi-SP recebeu Selo Bronze de “Parceiro Empresa Amiga da Justiça”, conferido pelo TJSP Da Redação

Cultura da paz

Secovi-SP recebeu o certificado e o Selo Bronze de “Parceiro Empresa Amiga da Justiça” pelos cinco anos de participação no programa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A concessão do selo foi oficializada durante evento on-line, promovido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no início de novembro. O presidente da entidade, Basilio Jafet, participou da cerimônia, que contou com as presenças do presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, e do desembargador José Carlos Ferreira Alves, coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), além de de42

sembargadores e colaboradores do TJSP, e de representantes das demais instituições agraciadas. “O programa mostra a grandeza dos partícipes ao permitirem que a Justiça se debruce sobre outros processos que não puderam ter o privilégio de estar no projeto. Esse selo é um aplauso de todos nós a essas empresas, que tiveram uma visão clara e objetiva de solucionar suas pendências de outras formas que não pela demanda judicial”, disse o presidente da Corte paulista, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco, definindo a atitude dos participantes como de responsabilidade social e boa prática empresarial. Com direito a palavra, Basilio Jafet destacou a importância da

parceria com o TJSP, lembrando ações destinadas à conscientização das empresas do setor, bem como apoio a iniciativas realizadas pelo Nupemec. Ressaltou que o estímulo à cultura da pacificação nas relações imobiliárias tem sido praticado pelo Secovi-SP há anos. Culminou, inclusive, na criação da Câmara de Mediação, em 2006, com o objetivo de solucionar conflitos e desafogar o Judiciário.

Compromisso Desde 2015, o Tribunal de Justiça conta com o “Programa Empresa Amiga da Justiça e Parceiro Institucional do Programa Empresa Amiga da Justiça”, que incentiva a utilização de métodos autocomRevista Secovi-SP

Institucional

buam com a diminuição do número de novas ações que chegam ao Judiciário e/ou atuem na redução do acervo já existente de seus processos. Para tanto, incentiva as empresas do setor a inserirem em seus contratos cláusula de mediação, bem como a utilização da Câmara de Mediação do Secovi-SP, criada em 2006, e também buscar junto aos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) solucionar, de maneira rápida e simples, os conflitos relacionados ao mercado imobiliário. Também promove ações com vistas a reduzir a litigiosidade

usando métodos alternativos de solução de conflitos, promovendo a cultura da paz. «

Criado por:

positivos de solução de conflitos, como mediação e conciliação entre as empresas e seus clientes ou usuários. O objetivo da iniciativa é fomentar a cultura da pacificação social, principalmente no que se refere às demandas consumeristas envolvendo grandes litigantes do setor privado, evitando a excessiva judicialização. O Secovi-SP foi uma das primeiras instituições a firmar o termo de compromisso com o TJSP para promover e difundir o programa “Empresa Amiga da Justiça” no setor imobiliário, estimulando a adesão das empresas representadas para que contri-

Revista Secovi-SP

Condomínios

Novos tempos, novas atitudes Análises política e econômica, transformação digital, conflitos e questões jurídicas durante a pandemia estiveram em foco na primeira edição totalmente on-line do Encontro Nacional das Administradoras de Condomínios

m um ano tão desafiador como 2020, o Encontro Nacional das Administradoras de Condomínios (Enacon), se adequou à realidade, ganhou nova roupagem e teve uma edição totalmente on-line sem perder, no entanto, a riqueza de conteúdo. 44

Nos dias 11 e 12 de novembro, participantes de várias partes do País tiveram a oportunidade de acompanhar palestras sobre inovação, panorama político-econômico, posicionamentos jurídicos, além de abordagens sobre liderança. “Em função da pandemia, es-

Da Redação

tamos enfrentando grandes desafios este ano”, afirmou Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios e presidente da Comissão Organizadora do Enacon 2020. “Gradualmente, em obediência à decisão dos síndicos, algumas Revista Secovi-SP

Condomínios

áreas comuns estão sendo reabertas, com regras e limitações. Afinal, o vírus está circulando por aí”, disse Gebara. Destacou a atuação do Secovi-SP nas tratativas para flexibilização da quarentena e na elaboração de protocolos que possibilitaram a reabertura das atividades econômicas. O presidente do Secovi-SP, Basilio Jafet, falou sobre a recuperação do mercado em meio à pandemia, enfatizando que “muita gente descobriu o valor da casa própria” e também a importância do setor imobiliário.

Economia e política A jornalista Denise Campos de Toledo traçou um panorama do cenário político-econômico, destacando algumas medidas implementadas durante a pandemia, como o auxílio emergencial que, segundo ela, foi um suporte importante no momento de recuperação econômica. O setor da construção teve um bom desempenho, com ritmo de vendas no mesmo patamar do período pré-pandemia. “O que mudou foi o perfil do imóvel. Há uma demanda maior por imóveis mais amplos e localizados em cidades do Interior”, analisou Denise. Controle da pandemia, direcionamento da política econômica e pacificação política estão entre os desafios, apontados pela jornalista, que deverão ser enfrentados pelo governo em 2021. Revista Secovi-SP

Transformação digital A pandemia acelerou o processo digital também na área de administração de condomínios. “Tudo se transformou rapidamente. O condômino está mais exigente, participativo e cobrando mais do síndico e da administradora”, comentou Julio Paim, mediador e CEO do Sindiconet. Segundo ele, síndicos tiveram de se reformular e viram sua carga de trabalho aumentar durante a quarentena. “Muitos destes profissionais pediram para deixar o cargo”, comentou Paim. Além disso, as administradoras tiveram de repensar o posicionamento de mercado e recuperar o protagonismo. “As empresas pouco digitalizadas tiveram de fazer a lição de casa rapidamente para sobreviver.” Pessoas, processos e tecnologia são a base da tríade do sucesso na comunidade condominial, na opinião de Mariana Corrêa, diretora da Winker, que destacou a integração como a principal chave de diferenciação de uma empresa nos próximos anos. Como exemplo, ela citou a utilização cada vez mais massiva dos “super apps”, ferramentas que reúnem num único aplicativo de celular todas as soluções para o condômino. Danilo Frota, cofundador da Group Software e head do Superapp COM21, citou as transformações ocorridas na comunicação entre as administradoras

e seu público final, por meio de e-mails, whatsApp, ativação de chatbots inteligentes, entre outros, que ajudaram a dinamizar o atendimento ao cliente. Atualmente, o arsenal de ferramentas é enorme e deve aumentar ainda mais nos próximos anos, previu o diretor de Negócios da Superlógica, André Baldini, sugerindo que as administradoras, em especial as menores, se dediquem a entender melhor as soluções tecnológicas.

Painel jurídico As principais questões jurídicas na pandemia permearam as discussões em painel com especialistas do Direito Imobiliário. O advogado Marcelo Terra, consultor do Airbnb, abriu os debates, falando sobre a função social da plataforma de curta temporada. “A maior aproximação com o mundo virtual permitiu às pessoas, durante a quarentena, alugar com facilidade os imóveis, dependendo das necessidades trazidas pelo home office”, disse, explicando que a plataforma cumpre rigidamente as regras de sanitização dos imóveis, antes da entrada e após a saída dos hóspedes. Com relação às relações trabalhistas, a advogada Karina Negreli, gerente do departamento Jurídico do Secovi-SP, chamou a atenção para a expressiva elevação do número de ações trabalhistas na Justiça do Trabalho durante os meses de distanciamento social. “Há 110 45

Condomínios

mil processos trabalhistas relacionados à pandemia. As relações trabalhistas requerem cuidado intenso, não somente pelo aspecto econômico. A atenção deve ser redobrada, tendo em vista que vínhamos de um cenário de reforma trabalhista, que trouxe queda desse tipo de ação”, informou Karina. Já o advogado e professor universitário, João Paulo Rossi Paschoal, destacou a importância da tecnologia na solução de situações que carecem de segurança jurídica. “Havia uma resistência cultural para se colocar em prática as assembleias virtuais. Durante a pandemia, a Lei nº 14.010/2020 veio nos socorrer. Ao serem adotadas, surgiu o medo de os cartórios devolverem as atas. Contudo, os registradores mostraram-se sensíveis à lei”, afirmou. Agora, no momento de sua pós-vigência, Paschoal acredita ser possível que as assembleias sejam híbridas, com votação presencial, por exemplo, assegurando maior acesso aos condôminos. Durante a quarentena, as pessoas ficaram mais juntas, trazendo à tona um maior número de conflitos. Para o advogado Eric Camargo, as relações condominiais precisavam passar por um novo regramento e entendimento. “Nada melhor do que estar em casa e ter uma boa convivência com todos que nos rodeiam.” Na opinião de Luiz Ribeiro, presidente da OAB-SP Seccional de São Bernardo do Campo (SP), o síndico tem de agir como ges46

Gebara: “Em função da pandemia, estamos enfrentando grandes desafios.”

tor de uma massa coletiva e entender a realidade das pessoas. Antes de deliberar sobre determinado tema, o síndico tem de consultar o máximo possível de condôminos e colher opiniões. “Cabe a ele analisar o histórico da realidade do seu condomínio. Assim age um gestor. Agora, temos mais informações sobre o vírus e cabe, nesse momento, planejar e comunicar, ampliando as discussões. Fazer uma enquete virtual antes de decidir por esta ou aquela medida. O diálogo é cada vez mais necessário e o síndico tem de deixar de tutelar o morador.”

Proteção de dados A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi focalizada pela advogada Emília Campos, especialista em Direito Digital e Propriedade Intelectual. A LGPD, como é conhecida, vai impactar todos os setores, especialmente, os segmentos representados pelo Secovi-SP. Ela explicou que dados pessoais são todas as informações capazes de identificar uma pessoa (nome, RG, CPF etc.) e dados sensíveis referem-se à posição política, gênero, biometria, entre outros. O controlador de dados é quem tem a responsabilidade de tratar as informações.

Com relação aos condomínios, a advogada disse que regras vão precisar ser revistas para se adequar à LGPD, citando como exemplo a manutenção e a exclusão dos dados de condôminos e visitantes. O advogado Rubens Carmo Elias Filho, que coordenou os trabalhos deste painel, comparou a LGPD ao Código de Defesa do Consumidor. “Nós vamos aprendendo com o tempo. A Lei é uma jornada de adaptação”, observou.

Papel das administradoras O advogado José Roberto Graiche Júnior lembrou que a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (Aabic), presidida por ele, e o Secovi-SP atuaram em conjunto na orientação dos condomínios no início da quarentena. “Tivemos de organizar a vida de muitas pessoas. Houve uma perfeita sinergia, que permitiu compreender as legislações do período e, assim, operar e prestar Revista Secovi-SP

Condomínios

Graiche Júnior: “Tivemos de organizar a vida de muitas pessoas.”

um bom atendimento às carteiras de clientes”, explicou. No Rio de Janeiro, uma possível inadimplência dos condomínios foi o que mais preocupou o seg-

mento, conforme atestou Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio e diretor da Apsa. Segundo ele, de fato, houve um pequeno aumento da inadimplência, muito mais em razão das dificuldades de orientações aos síndicos. “Então, criamos um canal entre as empresas para falar sobre a importância do pagamento do rateio”, informou Schneider. Para Antonio Couto, diretor do Grupo Lello, as administradoras

têm papel preponderante no controle da Covid-19, por atuarem com muitas pessoas, que devem ser instruídas sobre o uso correto das áreas comuns, e até mesmo das privativas. Sem contar a responsabilidade que elas têm com os funcionários dos condomínios. “São necessárias muitas ações para atender essas frentes. Lidamos com profissionalismo e maturidade para contornar todas as situações adversas que surgirem.” Diretor de Administradoras do Secovi-SP, Marco Gubeissi disse que 2020 foi o ano que as administradoras mais receberam elogios, principalmente, porque os

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Condomínios

Gubeissi: “Os condôminos perceberam o valor das administradoras.”

condôminos perceberam o valor do apoio profissional. “A sindicância está passando por um freio de arrumação. Estamos percebendo que as pessoas querem participar mais das demandas diárias dos condomínios. Acredito que o futuro comportamental será diferente, e teremos de nos ajustar”, opinou Antonio Couto.

Para ele, ocorreram dois movimentos neste ano: a convergência dos moradores com síndicos e administradoras, e o engajamento de todos, culminando com uma gestão mais funcional e ‘turbinada’. “O condomínio passou a ser o personagem principal da operação, com ampliação da solidariedade, da participação e do interesse.”

Novos tempos, novas atitudes “Novos tempos exigem novas atitudes”. A máxima deu tom à palestra do filósofo e professor Mário Sergio Cortella, que citou, ainda, a clássica frase: “tolice é fazer as

coisas do mesmo modo e esperar resultados diferentes”. “O mundo ganhou outra rota e nós também precisamos alterar a nossa, recriar e reinventar”, disse Cortella, lembrando que, nestes tempos pandêmicos, nada ficou no lugar. E chamou a atenção para o que diziam os romanos: “não é possível controlar a direção dos ventos, mas é possível reorientar as velas”. Para isso, é preciso ter um mapa de navegação e alterar a rota quando necessário. Flexibilidade nas ações é outro aspecto fundamental. Segundo o filósofo, há pessoas que, em 2020, preferem agir como antes. O professor Cortella admitiu

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CondomĂnios

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Foto: Tomás Arthuzzi_Nova Escola

Condomínios

Cortella: “Precisamos encontrar novos caminhos. O bom navegador não aguarda o vento; vai buscá-lo.”

que mudar é complicado, e que também teve de aprender a lidar com a impossibilidade de estar presencialmente com as pessoas. “Senta e chora ou levanta e enfrenta”, disparou. “É preciso estar pronto para as mudanças. Nós não nascemos prontos, vamos nos fazendo. Neste momento difícil de pandemia, precisamos nos reinventar”, aconselhou. Citando um outro dito popular, que “não há bem que dure para sempre, nem mal que nunca acabe”, ele disse que, em situações como essas, não há espaço para conformidade. Cortella lembrou ainda da ‘síndrome do possível’ e explicou que há muita diferença entre fazer o possível e fazer o melhor. “Na sua atividade, você está fazendo o possível ou o melhor?”, indagou, acrescentando que não é o melhor do mundo, mas o “seu” melhor. “Fazer o meu melhor na condição que eu tenho, enquanto eu não tenho condições de fazer melhor ainda.” O professor explicou que oportunidade significa saber aproveitar os ventos favoráveis para aportar em local seguro e encontrar novas saídas. “Não podemos ficar ilhados, precisamos encontrar novos caminhos. O bom navegador não aguarda o vento, vai buscá-lo.” 50

Reflexão Na palestra de encerramento do Enacon, o jornalista Caco Barcelos falou sobre oportunidades e desigualdades no Brasil. Entre outras reflexões, ele falou dos desafios da profissão de jornalista e as responsabilidades perante à audiência. Barcellos comanda há 15 anos o “Profissão Repórter”, da TV Globo. “Tenho que mostrar todos os lados da nossa sociedade, mas são os 80% da nossa população de desiguais, que precisam ser mostrados. Essas histórias precisam ser contadas para que as mudanças aconteçam.” O Enacon 2020 contou com patrocínio de Atlas Schindler, Souza Lima, Bradesco, Vila Velha, Airbnb, Superlogica, CashMe, Júpiter, Empresta Capital, Group Software, Athos/GoSoft, Mapfre, Haganá, Pormade, Winker. Teve o Sindiconet como mídia parceira, e apoio de 18 entidades representativas do setor imobiliário espalhadas pelo País. « Revista Secovi-SP

CondomĂnios

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Garantia

Auxílio em momentos de O instabilidade financeira

Maria do Carmo Gregório

Seguro fiança substitui fiador, dispensa comprovação de renda e oferece facilidades no pagamento do aluguel em atraso ou a vencer 52

seguro fiança – ou seguro aluguel, como é conhecido – continua sendo a garantia mais abrangente e sólida para auxiliar no processo de locação. De acordo com um levantamento feito pela Rede Imobiliária Secovi, entre os dias 27 de maio e 7 de junho deste ano, 87% dos locatários da capital paulista e do interior de São Paulo acreditavam, àquela época, que sua situação Revista Secovi-SP

Garantia

Aguiar: “Análise de perfil 100% on-line proporciona mais agilidade e comodidade no momento de fechar o contrato de aluguel”

financeira seria impactada pela diminuição de renda, aumento de dívidas e despesas extras. Meses depois, conforme levantamento da Porto Seguro, cerca de 24,3 mil inquilinos foram beneficiados pelas renegociações por meio do seguro aluguel da companhia entre abril e outubro. Em valores totais, foram cerca de R$ 50 milhões em aluguéis de imóveis residenciais e comerciais de todo o Brasil. Ao aderir ao seguro aluguel, inquilinos, proprietários e imobiliárias contam com diversos benefícios. “O primeiro deles é a substituição do fiador ou caução, reduzindo assim a burocracia e o constrangimento deste processo, seguido pela facilidade de contratação, que dispensa comprovação de renda e envio de documentação. Além disso, oferece à imobiliária e ao proprietário maior segurança, ao transferir a responsabilidade do pagamento do aluguel para a seguradora em caso de inadimplência”, avalia Nelson Revista Secovi-SP

Aguiar, superintendente de Riscos Financeiros e Capitalização da Porto Seguro. O produto também traz uma série de coberturas que ampliam as garantias aos envolvidos no processo de locação. Para o proprietário, oferece o pagamento de aluguéis em caso de inadimplência, garantias adicionais para encargos mensais (IPTU, água, gás e luz), multa moratória, danos ao imóvel e pintura interna e externa. Para o inquilino, concede descontos em transportadoras e serviços emergenciais gratuitos para o imóvel alugado, como mão de obra de encanador, eletricista, chaveiro e assistência para equipamentos eletrônicos. Além do seguro fiança tradicional, a Porto Seguro oferece também o Aluguel Essencial, uma versão mais econômica, simplificada e com benefícios exclusivos. O produto – que também visa alcançar as pessoas que procuram por imóveis para o primeiro aluguel – oferece as principais vantagens da modalidade, entre elas a substituição do fiador ou caução e a transferência de responsabilidade do pagamento do aluguel para a seguradora em caso de inadimplência. “É uma solução que propor-

ciona uma experiência simples e ágil, para que eles concretizem suas locações neste momento”, afirma Aguiar, completando que, nessa modalidade, o processo de aprovação do cliente ocorre automaticamente no momento do cálculo, com quatro informações: cidade, Estado, CPF e valor do aluguel.

Facilidades Os clientes que contratam o Porto Aluguel têm acesso à análise de perfil 100% on-line para locação de imóveis residenciais. O parecer ocorre na mesma hora, tornando o processo mais simples e rápido. “É uma maneira de garantir mais agilidade e comodidade no momento de fechar o contrato de aluguel”, destaca Nelson Aguiar. Além disso, em caso de imprevistos, a seguradora flexibiliza o prazo de aviso de sinistros e incentivos às negociações. Imobiliárias e proprietários de imóveis podem oferecer aos inquilinos, que realizaram a locação com a garantia do Porto Aluguel, a possibilidade de pagarem os aluguéis em atraso ou a vencer em até dez vezes no cartão de crédito, assim como os encargos da locação. Independentemente do número de parcelas pagas pelo cliente, a imobiliária recebe os valores à vista. A possibilidade do aluguel parcelado é válida desde que o inquilino não tenha sinistros abertos. « 53

Responsabilidade Social

Doar faz bem A tradicional Campanha do Brinquedo do Ampliar chega à 17ª edição com novidade, adequada à realidade do ambiente de distanciamento social Rosana Pinto 54

jovem Andy está se preparando para ir à universidade. Woody, Buzz Lightyear e o restante dos brinquedos enfrentam o seu maior medo: serem esquecidos quando forem colocados no sótão. A história das personagens do filme Toy Story 3, que fez sucesso no cinema, em muito

se assemelha à realidade de muitos brinquedos, que aguardam no fundo do armário a oportunidade de fazer a alegria de crianças menos favorecidas neste fim de ano. Nesse contexto, para unir as duas pontas dessa história, basta participar da Campanha do Brinquedo do Ampliar, prograRevista Secovi-SP

Responsabilidade Social

ma de responsabilidade social do Secovi-SP, que chega à sua 17ª edição com novidades. Este ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, não será realizada a Carreata do Brinquedo, uma das ações de arrecadação. Mas quem quiser, pode ajudar. A ONG vai receber as doações diretamente em sua sede, até 17 de dezembro, mediante agendamento prévio. Brinquedos de todos os tipos são bem-vindos: bonecas, bolas, jogos de tabuleiro, bichinhos de pelúcia, carrinhos, entre outros, novos ou usados e em bom estado de conservação. “Todos podem colaborar para tornar uma criança mais feliz”, destaca Leonardo Tavares, presidente do Ampliar. “Aproveite a oportunidade para organizar os armários de seus filhos, separando os brinquedos que não são mais usados, e motivar familiares, vizinhos e amigos a fazerem o mesmo. Ou, simplesmente, para comprar novos brinquedos”, sugere. Assim como Woody e Buzz Lightyear, muitos outros brinquedos podem chegar na casa de milhares crianças atendidas por instituições beneficentes cadastradas pela ONG neste Natal. A sede do Ampliar fica na avenida Brigadeiro Luís Antonio, 2.344, Jardim Paulista, na Capital. Para obter mais informações e agendar a entrega de brinquedos, os interessados devem entrar em contato por WhatsApp (11) 94305-0706, telefone (11) 3253-3530 ou e-mail (ampliar@ampliar.org.br). « Revista Secovi-SP

Aprimoramento profissional Responsável pelo aprimoramento profissional de milhares de jovens em situação de vulnerabilidade social, o Ampliar já está recebendo inscrições para cursos de formação e qualificação nas áreas administrativa e de beleza. São 242 vagas distribuídas em 14 cursos: Auxiliar Administrativo (36), Auxiliar de Escritório (24), Informática Básica (24), Assistente de Recursos Humanos, Auxiliar de Escritório e Recepcionista de Hotel (24), Recepcionista de Hotel (12), Assistente de Cabeleireiro (16), Tranças e Penteados (12), Manicure (24), Alongamento de Cílios (10), Barbeiro para iniciantes (12), Design de Sobrancelhas (12) e Depilação (12). As aulas presenciais serão ministradas em dois turnos (manhã, das 8h30 às 11h40; e tarde, das 13h30 às 16h40), na sede do Ampliar, na Capital. Para os cursos de Informática Básica e Auxiliar de Escritório, o candidato deve ter entre 14 e 24 anos e, para Auxiliar Administrativo, Auxiliar de Escritório e Noções do Mercado Financeiro, entre 16 e 24 anos. A faixa etária para o curso de Assistente de Cabeleireiro é entre 18 e 28 anos e, para Manicure, de 18 a 35 anos. O interessado deve ter renda familiar de até três salários e estar cursando ou ter concluído o ensino regular. A realização dos cursos está condicionada à formação de turmas. As inscrições devem ser feitas pelo site do Ampliar: www.ampliar.org.br.

Tira-dúvidas

Área Trabalhista Carlos Alberto Azevedo OAB/SP 195.698

Suspensão do contrato de trabalho durante a pandemia e retorno dos empregados com mais de 60 anos à empresa são os assuntos trabalhistas abordados pelo departamento jurídico do Secovi-SP. Na área cível, destaque para as modalidades de garantias locatícias.

1 Como deve ser calculado o 13º salário dos empregados que tiveram o contrato de trabalho suspenso ou a jornada reduzida, por conta da pandemia do Covid-19? A fim de esclarecer as dúvidas dos empregadores e orientar a atuação dos auditores fiscais do trabalho, a Subsecretaria de Políticas Públicas de Trabalho do Ministério da Economia editou as Notas Técnicas nº 51520/2020/ME e 53797/2020/ME. O §2º, da Lei nº 4.090/1962, estabelece que a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será havida como mês integral para efeito de cálculo do 13º salário. Segundo as orientações, a suspensão do contrato de trabalho em relação ao 13º salário exclui o mês do cômputo dessa parcela salarial, caso não seja atingido o número mínimo de 15 dias de trabalho no mês. Por outro lado, a redução proporcional de jornada e de salário não tem impacto no cálculo do 13º salário, que é feito com base na remuneração integral do mês de dezembro – considerada a remuneração sem influência das reduções temporárias de jornada e salário.

2 Em relação às férias, como deve ser o cálculo para empregados que tiveram o contrato de trabalho suspenso ou a jornada reduzida? As mesmas Notas Técnicas editadas pela Subsecretaria de Políticas Públicas de Trabalho do Ministério da Economia orientam que o período de suspensão do contrato de trabalho não é computado para fins de período aquisitivo de férias. E o direito de gozo somente ocorrerá quando completado o período aquisitivo, observada a vigência efetiva do contrato de trabalho. Quanto à redução proporcional de jornada e de salário, não há impacto sobre o pagamento da remuneração de férias e de adicional de férias, pois essas parcelas devem ser calculadas considerando o mês de gozo, conforme determinam os artigos 142 e 145 da CLT.

Este espaço é um canal permanente para esclarecer questões relacionadas ao dia a dia das atividades imobiliárias. Envie suas dúvidas para o e-mail juridico@secovi.com.br 56

Revista Secovi-SP

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UM PRODUTO

Tira-dúvidas

1 Área Cível Ingrid Ferreira da Silva Gomes OAB/SP 396.450

Quais são as certidões necessárias para registro do loteamento? As certidões para registro do loteamento estão previstas no artigo 18 da

Lei nº 6.766/1979. As certidões negativas estão previstas no inciso III, e as simples no inciso IV. Cumpre ainda destacar que há certidões que são exigidas pelo período de 10 anos, conforme descrito abaixo: •

Inciso III, alínea “b” - as ações reais referentes ao imóvel;

•

Inciso IV – alínea “a” - dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador;

•

Inciso IV, alínea “b” - de ações pessoais relativas ao loteador;

•

Inciso IV, alínea “d” - de ações penais contra o loteador.

2 O condomínio pode requerer a abertura do inventário quando o proprietário do imóvel falece e há dívidas condominiais? Se os herdeiros não iniciarem a abertura do inventário, o condomínio pode requerer a medida com base no artigo 616, inciso VI, do Código de Processo Civil: “Têm, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge ou companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança.” Importante mencionar que, caso já haja inventário, o espólio responde pelas dívidas até a partilha dos bens. Após a partilha, os herdeiros respondem pelos débitos.

3 É possível a dupla garantia nos contratos de locação? Nos termos do parágrafo único do artigo 37, da Lei nº 8.245/1991, só é válida uma única garantia no contrato de locação. Portanto, a existência de dupla garantia é considerada prática abusiva, que importa na nulidade da cláusula do contrato, conforme dispõe o artigo 45, da referida Lei. Sem prejuízo das penas previstas no artigo 43 do mesmo diploma legal.

Revista Secovi-SP

Indicadores

Fique por dentro dos números do mercado O departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP desenvolve periodicamente pesquisas, estudos, levantamentos e índices de condomínios, do mercado de imóveis novos e usados, e de loteamentos na Capital, na Grande São Paulo e no interior do Estado. Confira.

Mensal

Anual

12 Meses

JANEIRO A OUTUBRO

2019

2020

Variação

ICON

2,91%

6,44%

6,95%

Ações Locatícias

13.442

11.441

-14,9%

Pessoal/Encargo

3,68%

Tarifas

0,00%

3,68%

Falta de Pagemento

11.969

10.047

-16,1%

2,96%

Ordinária/Despejo

655

611

-6,7%

Manut. de Equipamentos Conservação e Limpeza

3,23%

18,09%

20,92%

Consignatórias

127

29,6%

2,94%

16,07%

18,53%

Renovatórias

720

656

-8,9%

Diversos

3,23%

18,09%

20,92%

Ações Condominiais

13.442

11.441

-14,9%

Fonte: Secovi-SP e Graprohab

Pesquisa de Valores de Locação Residencial - S. Paulo

JANEIRO A OUTUBRO

2019

2020

Variação

Lançamentos (unidades)

42.088

32.696

-22,3%

Vendas (unidades)

36.267

38.287

Oferta média (unidades)

31.800

32.544

VSO 12 meses médio (%) VGV (R$ milhões)*

OUTUBRO DE 2020

Mensal

Anual

12 Meses

Total

0,60%

1,36%

0,64%

5,6%

1 dormitório

0,50%

-2,36%

-2,41%

2,3%

2 dormitórios

0,30%

4,35%

2,78%

56,5

59,9

5,9%

3 dormitórios

1,80%

0,22%

0,17%

19.308,6

17.905,6

-7,3%

IGP-M

3,23%

18,10%

20,93%

*Valor Globa Vendas ( atualizado pelo INCC-DI de outubro de 2020)

* Trata-se do comportamento dos preços praticados no fechamento de contrato de aluguel.

GRAPROHAB - Loteamentos

Pesquisa de Loteamentos do Estado São Paulo*

JANEIRO A OUTUBRO Projetos Protocolados Lotes Protocolados Projetos Aprovados Lotes Aprovados

2019

2020

Variação

JANEIRO A SETEMBRO

408

398

-2,5%

Loteamentos Lançados

120.931

123.346

2,0%

Lotes Lançados

379

280

-26,1%

Lotes Vendidos

112.393

91.035

-19,0%

VGL (R$ milhões)*

2019

2020

Variação

-22,2%

21.988

20.812

-5,3%

27.491

27.503

0,0%

2.464

1.857

-24,6%

* Valor Global Lançado (nominal)

Revista Secovi-SP

Fonte: Secovi-SP e FGV

Fonte: Secovi-SP e Embraesp

Pesquisa do Mercado Imobiliário - São Paulo

Fonte: Secovi-SP, Aelo e Brain

Fonte: Secovi-SP

OUTUBRO DE 2020

Ações Locatícias e Condominiais - São Paulo Fonte: Secovi-SP e Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

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