Revista Secovi-SP - Edição 294

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A N O 2 5 | N o 294 Julho 2018 R $ 12 , 0 0

A revista do mercado imobiliário

MERCADO EM TRANSFORMAÇÃO NOVAS GERAÇÕES DE CONSUMIDORES INUNDAM O MERCADO IMOBILIÁRIO COM UMA SÉRIE DE PARTICULARIDADES. QUEM SOUBER INTERPRETÁ-LAS PRODUZIRÁ IMÓVEIS DE FUTURO.

PORTARIA REMOTA: TER OU NÃO? MOVIMENTE REPETE SUCESSO EM 2018

EXCLUSIVO ENTREVISTA COM BRUNO COVAS, PREFEITO DE SÃO PAULO E NELSON DE SOUZA, PRESIDENTE DA CAIXA

CONTÉM GUIA DE SERVIÇOS E PRODUTOS PARA ADMINISTRADORAS DE CONDOMÍNIOS E SÍNDICOS


Carta do presidente

Flavio Amary Presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi

Os plenários e a realidade

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Manutenção, conservação e modernização de elevadoes Oferecemos diferentes modalidades de contratos de manutenção que se adequam ao seu condomínio, com muitos diferenciais.

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Revista Secovi-SP

empre ouvimos falar que o papel aceita tudo. Mas se este define o destino de tudo e de todos, cabe ponderar se não haveria limites para projetos de lei aprovados nos plenários das Câmaras Municipais e do Congresso Nacional, cujos efeitos são inadequados. Conhecemos leis que ‘não pegam’. São inconstitucionais, inexequíveis ou tão divorciadas do cotidiano que, além de inviável aplicação, chegam a representar um desserviço à população. Boa parte das propostas objetiva proteger o povo, desenvolver o País, garantir condições de vida às gerações futuras. Mas muitas leis acabam penalizando quem se pretendeu amparar. Brotam legislações que ambicionam ser até mais poderosas que a própria Lei da Gravidade. A lei da oferta e da procura é um exemplo de norma implacável. Procura-se por segurança, saúde, educação, habitação etc. Sendo produtos e serviços essenciais, compete ao poder público assegurar seu fornecimento e, na maioria das vezes, ao setor privado providenciá-los. Porém, não raro, surgem medidas que inviabilizam esses legítimos anseios. Isso acontece sempre que legislações urbanas impõem exigências e restringem a produção de moradias, elevando de tal forma o preço que somente classes mais abastadas podem adquiri-las. Lembre-se que a Constituição estabelece habitação como um direito de todos. Quando a oferta é menor, o preço sobe. É inexorável. Quanto maior a exigência de contrapartidas dos empreendedores imobiliários, caso da outorga onerosa do direito de construir, estabelecida no Estatuto das Cidades e cobrada sem limites pelos municípios, mais cara Revista Secovi-SP

a moradia. O mercado tem de fazer menos por mais. Quando se restringe o coeficiente de uso e ocupação do solo, diminuindo o número de unidades num mesmo terreno, aumenta-se a expulsão de famílias de baixa e média renda para as franjas das cidades. Resultados: problemas de mobilidade, poluição, maior custo de vida, desperdício de tempo útil, subtração do bem-estar de milhares de cidadãos, violência e inúmeros efeitos danosos. Diariamente, aparecem projetos de lei prejudiciais à habitação. Ideias como a de proibir ‘vagas presas’ em edifícios, deixando espaço livre para os automóveis. Ainda que diminuir o uso de carros seja um anseio, à luz da realidade teríamos de dobrar a área de garagem num condomínio horizontal. Então, faríamos mais subsolos? Quanto custaria e qual seria o impacto no preço da unidade? É o que a demanda procura? Esse é um exemplo de projetos que o Secovi-SP acompanha diariamente para, por meio de argumentação técnica, mostrar às casas legislativas como funciona o mundo real. Poderiam ser adotados conceitos fantásticos fosse o Brasil uma Noruega. Lá, 5,2 milhões de habitantes já têm satisfeitas todas as necessidades básicas, podendo dar-se ao luxo de buscar aprimoramentos como fiação subterrânea em todas as cidades. Mas vivemos num país onde apenas o déficit habitacional é superior à população norueguesa! Temos muitas demandas a atender, e não apenas no campo da moradia. Ainda que imbuídos das melhores intenções, os plenários devem ver a vida como ela é. « 3


20,5

i-gás

Recado da Editora DIRETORIA

Presidente: Flavio Amary Vice-presidentes: Alberto Du Plessis Filho, Caio Portugal, Carlos Borges, Emilio Kallas, Flávio Prando, Frederico Marcondes Cesar, Guilherme de Lucca, Hubert Gebara, Ricardo Yazbek, Lair Krähenbühl, Rodrigo Luna, Rolando Mifano Conselho editorial: Hubert Gebara, Sergio Mauad, Paulo André Jorge Germanos, Ricardo Yazbek e Claudio Bernardes Superintendente: Adelmo Felizati

PRODUÇÃO

Assessoria de Comunicação do Secovi-SP Marketing do Secovi-SP

REPORTAGEM E REDAÇÃO

Redação: leitor@revistasecovi.com.br Editora Responsável: Maria do Carmo Gregório (MTb 23.732) Redação: Catarina Anderáos, Leandro Vieira, Luciana Ferreira, Rosana Pinto e Shirley Valentin Assistente: Queli Peixoto Fotos: José Carlos T. Jorge Apoio: Carlos Alberto Azevedo, Fernanda Silva Santana, Karina Zuanazi Negreli, Marta Cristina Pessoa, Edson Kitamura, Fabrício Pereira, Laryssa Basílio Kakuiti (Economia)

A

s mudanças de comportamento das gerações atuais impõem novos desafios ao setor imobiliário, que vem procurando entender essas transformações para poder atender ‘os desejos’

desse público. O assunto é tratado na matéria de capa da presente edição, que mostra também as oportunidades oferecidas no interior paulista em razão dos baixos estoques de imóveis. Em pauta, ainda, recente decisão do STF sobre a impossibilidade de

penhorar o bem de família de fiador na locação comercial e que gera impactos negativos no mercado residencial. Vale conferir entrevistas exclusivas com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e com o presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson de

Página inteira - tamanho: 20,5 x 26,5 cm + 0,5 cm de sangria

Souza, além de artigo do deputado federal Bruno Araújo. Boa leitura!

Maria do Carmo Gregório

Cor e arquivo final:

Índice

ARTE

Departamento de Marketing Secovi-SP

MARKETING & COMERCIAL

Janaína Jardim, Juliana Pimenta, Mônica Andrade e Rodolfo Teixeira

PARA ANUNCIAR

revista@secovi.com.br (11) 5591-1176 Jose Roberto (11) 94145-7948 Renan Siquera (11) 94145-1176 Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Log & Print Gráfica e Logística

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03 Carta do presidente 06 É bom saber 09 Opinião 10 Em pauta 12 Convenção coletiva

CONTATOS SECOVI-SP

PABX (11) 5591-1300 Eventos (11) 5591-1279 PQE (11) 5591-1198/1250 Universidade Secovi (11) 55911221/1172/1284 Câmara de Mediação (11) 5591-1214

14 Capa 22 Especial

SECOVI NO INTERIOR

26 Inovação

Bauru (14) 3227-2616 Campinas (19) 3399-3337 Grande ABC (11) 4121-5335 Jundiaí e Região (11) 4586-3535 Santos (13) 3321-3823 São José do Rio Preto (17) 3235-1138 Sorocaba (15) 3211-0730 Vale do Paraíba (12) 3922-6605 Os artigos assinados são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Reprodução de matérias somente após expressa autorização da Redação. Os anúncios publicitários são de inteira responsabilidade dos anunciantes. Registro nº 26.378 Foto da capa: iStock

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Atuamos em 12 estados brasileiros com mais de 150.000 mil clientes em condomínios residenciais, comerciais, shoppings e restaurantes.

30 Entrevista 34 Condomínios 42 Locação 46 Interior

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50 Ampliar 52 Tira-dúvidas 56 Dia a dia Revista Secovi-SP

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Manutenção | Modernização Assistência Técnica

É bom saber

É bom saber

Loteamentos: programa tem novidades

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Secovi-SP tem tradição na capacitação de profissionais atuantes no segmento de loteamentos, com um completo portfólio de cursos coordenados por Vicente C. Amadei, assessor da vice-presidência de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da entidade. Em quase três décadas, somam-se mais de 4.500 participantes. “A atualização na área é importantíssima para acompanhar as mudanças em legislações que regem o setor, ferramentas de trabalho e recursos tecnológicos. Além do mais, os cursos são ministrados por profissionais experientes e renomados na área e proporcionam ambiente propício para um rico networking”, destaca Amadei. Para o segundo semestre, a Universidade Secovi lança uma novidade: o programa de cursos

de atividades específicas de loteamento. Com preços diferenciados e parcelados, a iniciativa contempla cinco cursos: Estudos de Viabilidade de Loteamento; Projeto Urbanístico e Aprovações de Loteamento; Projetos de Infraestrutura de Loteamento; Contratos, Registro e Comercialização de Loteamento; e Administração do Empreendimento e procedimentos para Regularização de Loteamento. No programa completo ou nos cursos individuais, presencial ou por transmissão simultânea, a proposta da Universidade Secovi é oferecer a melhor solução de capacitação para os profissionais interessados em um ou em todos os temas. As palestras de abertura, trazendo uma “Visão global da atividade de loteamento” e de encerramento, sobre “Ética na atividade de

parcelamento do solo urbano”, integram o conteúdo e estarão disponíveis a todos os inscritos, inclusive nos cursos individuais. O programa acontecerá de 13 de agosto a 28 de novembro.

GParsolo Os alunos que concluírem com sucesso cada etapa, assistirem às palestras de abertura e de encerramento e atenderem os requisitos exigidos poderão se candidatar à certificação GParsolo por especialidade de cada curso, conferindo ao profissional um importante diferencial competitivo no mercado de trabalho. A Universidade Secovi oferece preços com desconto para as inscrições realizadas até 30 dias antes do início de cada curso individual, parcelamento em até 8 vezes no cartão de crédito e 50% de desconto para transmissão simultânea. Informações e inscrições pelo telefone (11) 55911306, WhatsApp (11) 97098-0858 ou pelo site www.universidadesecovi.com.br. «

Agenda de cursos com início em agosto e setembro Administração de Condomínios – Módulos I e II (início em 20/8 e 21/8, respectivamente), Técnicas de vendas e negociação (13/8), Noções de Direito Urbanístico (14/8), Como vender mais utilizando o Marketing Digital (21/8), Matemática financeira aplicada (3/9), Inadimplência no condomínio – Cobrança judicial (3/9), Atendimento a síndicos, condôminos e moradores (11/9) e Gestão de Locação (18/9). Todos os cursos pontuam para os inscritos no Programa Qualificação Essencial (PQE). Informações e inscrições: www.universidadesecovi.com.br ou (11) 5591-1306. Local: Universidade Secovi (Rua Dr. Brigadeiro Bacelar,Luís 1.043, Antônio, Vila Mariana 2.344 -–9ºSão andar Paulo/SP) – São Paulo/SP) Para mais informações, acesse www.universidadesecovi.com.br ou ligue para (11) 5591-1306

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É bom saber

Opinião

Aprova Rápido libera primeiros alvarás

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ma cerimônia realizada na sede da Prefeitura de São Paulo no dia 13 de julho oficializou a entrega dos primeiros alvarás de projetos aprovados por meio do Aprova Rápido – sistema que visa desburocratizar todo o processo de análise, licenciamento e aprovação de projetos nas Secretarias de Urbanismo e Licenciamento, do Verde e Meio Ambiente, de Cultura, de Infraestrutura e Obras, de Mobilidade e Transporte e de Habitação. As pioneiras foram a Engelux Constru-

tora e Incorporadora e a Nortis Incorporadora, que receberam os alvarás das mãos do prefeito Bruno Covas. “Foram 25 dias para realizar toda a análise técnica dos projetos. É um marco e uma importante mudança de cultura dos dois lados da mesa”, disse a secretária de Urbanismo e Licenciamento, Heloisa Proença, que enalteceu a vitória daqueles que acreditaram no sistema, investiram tempo na sua configuração e confiaram nessa nova forma de análise e aprovação de projetos.

“Ficamos surpresos com a rapidez. Isso é bom para o setor e para a prefeitura, pois estimula a retomada da economia e a geração de empregos”, afirmou Fábio Terepins, da Nortis. Já Mário Lamberti Júnior, da Engelux, agradeceu a todos os parceiros e aos técnicos da prefeitura. Segundo Bruno Covas, o Aprova Rápido é um projeto que começou a ser desenhado no início da gestão "É uma boa herança de João Doria. Hoje, realizamos a meta de reduzir drasticamente o tempo de aprovação. Esperamos ampliar esse atendimento a todos os projetos habitacionais e que a prefeitura se torne exemplo de agilidade para o Brasil e o mundo, com comprometimento e respeito à legislação”, concluiu. «

Uso eficiente de iluminação

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vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP acaba de lançar o segundo capítulo do Manual de Sustentabilidade Condominial, com o tema iluminação. A publicação tem como objetivo orientar moradores, zeladores, gerentes prediais e demais interessados no que diz respeito à utilização eficiente dos sistemas de iluminação nas edificações. “Sugerimos algumas ações

para reduzir o consumo, combater desperdícios e adotar alternativas mais econômicas, de modo a tornar os sistemas de iluminação mais eficientes e a edificação mais sustentável”, revela Geraldo Bernardes, diretor de Sustentabilidade Condominial da entidade e coordenador da iniciativa. A versão eletrônica da publicação está disponível para download gratuito em www.secovi.com. br/condominios, onde também se encontra o primeiro capítulo

do Manual de Sustentabilidade Condominial, que abordou o tema economia de água.

Hubert Gebara Vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

Entendendo o custo-benefício coletivo

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conceito de custo coletivo é complexo e jamais entrou no currículo das escolas. O ensino em qualquer grau não possui ferramentas para formatar essa matéria, que é justamente a antítese do negócio individual comum, de índole empreendedora. Falta interesse do poder público, que tanto fala em educação – e essa é a razão da dificuldade. Mas esse conceito difícil de conduzir não é difícil de entender, quando se trata da vida em condomínio. Nesse aspecto, os condomínios dão lição de democracia e cidadania. Se esses valores estão faltando no atual cenário urbano conturbado, eles estão presentes intramuros na vida condominial. As minorias que perturbam essas comunidades perdem a voz quando a boa gestão do prédio atende o principal da vontade dos moradores. Se o morador atrasa o pagamento do boleto mensal do condomínio, ele é o infrator básico, mas pertence à minoria, dentro dos atuais padrões da inadimplência, segundo mostram os levantamentos realizados pelo Secovi-SP. Nenhum inadimplente deve invocar a convenção antes de honrar o boleto. Quem invade a vaga alheia na garagem e quem liga a TV ou ouve música acima dos decibéis permitidos ou fora de hora, também passa a ser conRevista Secovi-SP

siderado minoria infratora. A maioria segue as regras do empreendimento e permite que a gestão democrática seja a característica triunfal desse tipo de moradia. Essas minorias que perturbam a gestão condominial têm vida curta. Com o tempo, os moradores do condomínio percebem que é muito mais inteligente participar da maioria: aquela que respeita as regras. Por tudo isso, aludimos a vida nos condomínios como um tipo de seleção natural como preconizou Charles Darwin. Se observarmos corretamente, é isso o que acontece: aquele que deixa a sua residência autônoma – onde a sua liberdade era praticamente sem limite – e vai morar no condomínio – onde essa liberdade tem de ser dividida com os demais moradores – começa a reciclar-se para uma vida melhor, que respeita e aproveita mais o custo-benefício coletivo. O salão de festa ou a piscina que geram ruído para aqueles que preferem um bom silêncio são opções para o debate com o síndico e a comunidade do prédio nas assembleias. Pode prevalecer que esses locais agreguem mais valor de mercado ao empreendimento. Nesse caso, podem até vencer o debate em função do benefício coletivo que representam. Essa sutil e difícil equação é a gestão democrática. É a glória dos condomínios. « 9


Em pauta

Em pauta

A regularização fundiária gera avanços econômicos

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o Brasil se discute muito quais são as causas para persistirem tanta pobreza e miséria. Mas há momentos em que é necessário pensar para frente. Defender o que gera desenvolvimento econômico: riqueza, prosperidade, negócios e empregos. A lei que possibilitou o Programa de Regularização Fundiária (Lei nº 13.465/2017), durante nossa passagem pelo Ministério das Cidades, vai exa10

para municípios. Residências não servem como garantia bancária. Conflitos de natureza civil se multiplicam. Até a implantação da lei, havia o risco hipotético de que áreas onde já havia ocorrido o início de uma construção poderem vir a ser reclamadas no futuro. Agora, a tendência é prevalecer a segurança jurídica. Com a nova lei, milhões de imóveis irregulares adentram na economia formal. São milhões de ativos que podem gerar renda, patrimônio efetivo, serem transferidos a herdeiros, negociados livremente, movimentando a economia. Levantamentos mostram também que mais formaliRevista Secovi-SP

concessão de títulos a famílias carentes. Mas os efeitos sociais são notáveis. A dimensão do que ocorre pode ser melhor percebida quando sabemos que, de acordo com estimativas do Ministério das Cidades, entre 40% e 70% da população urbana do País vive em imóveis com algum tipo de irregularidade fundiária. Pode ter sido ser o início de uma revolução social silenciosa, porém efetiva. Uma das críticas que a nova legislação recebeu foi por, em tese, estimular a existência de favelas pelo País. O que houve, na verdade, foi a definição de um marco

zero a partir do qual nenhuma comunidade poderá avançar irregularmente (áreas de risco ou de proteção ambiental, por óbvio, não estão incluídas). A nova legislação será um processo em que todos ganham. As famílias, que terão finalmente as suas escrituras e a partir delas poderão progredir. O poder público, que poderá atuar em áreas antes deixadas de lado. O mercado, que terá novas janelas para grandes investimentos. E, finalmente, a sociedade como um todo, por tornar o País mais organizado, dentro da ordem legal, na trilha aberta para progredir. «

Foto: George Granni - PSDB

Bruno Araújo - deputado federal e ex-ministro das Cidades

tamente nessa direção. O processo de regularização é de total interesse do setor imobiliário. Devido à persistente informalidade no País, o setor muitas vezes tem dificuldades de obter acesso a terrenos que poderiam se transformar em empreendimentos viáveis. Com a nova legislação, os empecilhos do passado são resolvidos. É uma porta que se abre para o mercado. Ocorre que o Direito brasileiro somente reconhece a propriedade a partir de seu registro em cartório. Essa ausência de aval jurídico traz inúmeras consequências negativas. Bens são negociados em mercados informais e não recolhem tributos

dade significa mais urbanização e valorização de terrenos. Muda a relação do Estado com as regiões antes informais. A irregularidade fundiária impede a transferência de recursos do setor público para inúmeras regiões. A chegada de ações do Estado vai tornar mais viável a atuação das concessionárias de serviços públicos, como de água e de luz. Possibilitará também ações concretas de mobilidade e urbanização. Nesse ambiente, é uma trilha que se abre para investimentos no setor imobiliário. A regularização, resta claro, é muito mais do que simples

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Convenção coletiva

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Secovi-SP celebrou entre os meses de junho e julho várias convenções coletivas de trabalho com sindicatos que representam a categoria dos empregados em empresas de compra, venda, locação e administração de imóveis residenciais, comerciais e mistos. Primeiras convenções firmadas pela entidade depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, os documentos agregam elementos de fundamental importância para a modernização das relações de trabalho. “Após prolongado diálogo entre as partes e considerando estudos jurídicos e econômicos envolvidos na negociação, chegou-se ao ponto de

equilíbrio entre a reivindicação laboral e a proposta patronal, refletindo o momento econômico atual”, considera a advogada Karina Negreli, que coordena as negociações pelo Departamento Jurídico do Secovi-SP. “A negociação realizada ainda em um cenário econômico adverso foi especialmente desafiadora, pois exigiu que as partes buscassem pontos de convergência e equilíbrio na construção de soluções para que as relações de trabalho se mantenham saudáveis e sustentáveis, introduzindo alternativas capazes de gerar atividade econômica e emprego digno”, reitera Flavio Amary, presidente da entidade.

Rosana Pinto

As convenções foram assinadas com a Fethesp (Federação dos Empregados em Turismo e Hospitalidade do Estado de Paulo) e vários sindicatos de empregados com abrangência em diversos municípios, entre os quais Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, Campinas, Franca, Marília, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Piracicaba, Sorocaba, Araraquara, Votuporanga, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Poá, Bauru e Osasco. Acesse o Portal Secovi-SP, confira a íntegra das convenções coletivas e acompanhe o resultado de negociações em andamento com outras entidades laborais. «

Imagens: iStock

Relações saudáveis e sustentáveis

Entre os meses de junho e julho, o Secovi-SP firmou as primeiras convenções coletivas depois da entrada em vigor da reforma trabalhista

Reajustes Os salários dos empregados abrangidos pelas convenções, com data-base em 1º de maio, terão reajuste calculado sobre os salários de 1º de maio de 2017, observando o que segue: • Acima do piso até R$ 5.500,00 terão reajuste de 1,69%; • Acima de R$ 5.500,01, valor fixado em R$ 92,95. Os pisos salariais passam a ser de: • R$ 1.057,85 para mensageiros e recepcionistas; • R$ 1.287,26 para os demais empregados. O valor da cesta básica fica em R$ 216,67 e do prêmio permanência em R$ 23,71. 12

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Imóvel do futuro Diante da emergência de um público jovem, cujos hábitos de consumo diferem, e muito, dos consumidores com os quais o mercado lidou até hoje, urge pensar novos modelos de produtos e serviços Leandro Vieira

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a esteira da avalanche de mudanças experimentadas nos últimos anos, o comportamento humano se alterou de maneira significativa. E fechar os olhos a isso pode ser sentença de morte a muitos negócios. Não é factível pensar que o mercado imobiliário, por exemplo, possa continuar oferecendo as mesmas soluções e os mesmos produtos em um ecossistema transformado, em que antigos padrões de consumo, de identidade, de comportamento, entre tantas outras variáveis, sucumbiram a um novo mundo. Uma geração de pessoas nasceu no epicentro dessas mudanças – e é a primeira a ter uma experiência nativamente digital. Trata-se da geração Z – pessoas com idade entre 8 e 22 anos de idade, e que, em parte, já é clien-

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te do mercado imobiliário. “É uma geração despreocupada com a posse das coisas”, afirma Romeo Busarello, diretor de Marketing e Ambientes Digitais da Tecnisa, em relação a uma característica presente não apenas em jovens de até 22 anos, mas, também, manifestada em pessoas de até 30 anos (conhecidos como Millennials). Especificamente no que diz respeito à geração Z, uma peculiaridade há de ser destacada: a falta de pressa em ter imóvel próprio. “Devido a uma série de facilidades de recursos, esses jovens terão expectativa de vida em média de 110 anos. Portanto, a ânsia pela propriedade que acontecia já na juventude será certamente adiada. Esta geração tem uma extensão maior das fases. Aos 22 anos, ainda têm atitudes de adolescentes. O casamento será mais tardio, assim com o a vinda dos filhos e, consequentemente, o imóvel

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próprio”, afirma Fábio Mariano, professor do programa de pós-graduação em Comportamento do Consumidor da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Soma-se a isso o fato de a saída da casa dos pais também acontecer mais tarde. Já quando se fala de pessoas de faixa etária mais alargada, até os 30, tem-se um público mais propenso a entrar no mercado – seja via locação ou aquisição de imóveis. Nesse caso, veem-se perfis que se portam de forma muito diferente em relação à moradia. Evidência desse comportamento é a alta aderência a conceitos como compartilhamento e colaboração. Em vez de ter carro próprio, preferem usar serviços como Uber, 99 e Cabify. Em vez de comprar imóvel, ficando alienado a um financiamento por décadas, optam pela locação. “A primeira grande visão que devemos ter acerca deles, considerando o impacto no mercado imobiliário, é o desapego. Querem o máximo de mobilidade, flexibilidade e liberdade. Isso tudo tem de estar presente no conceito dos novos produtos do setor”, afirma Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon. Eis aí um grande desafio a quem mira nesse público para vender residências: o que oferecer? Como vender?

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Flexibilidade Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP, explica como, já nos dias atuais, o mercado imobiliário tem respondido à preferência pelo compartilhamento. “Temos unidades menores, em que as áreas privativas se resumem basicamente a toalete, cozinha e uma pequena sala. A parte social passou a receber uma série de serviços compartilhados, em que o morador pode usar lavanderia, ferramentas, oficina, espaço gastronômico, entre outros”, diz. No caso da Vitacon, até mesmo o compartilhamento de automóveis é considerado, fruto de uma parceria realizada com uma das maiores locadoras

de veículos do País. Outro fator a ser sopesado na oferta de imóveis a novas gerações é a localização. Estar bem localizado sempre foi desejo de qualquer pessoa, independentemente da idade. No entanto, isso ganha outro contorno quando se fala da geração Z. “É preciso atentar qual o significado desta boa localização. Para a geração Z, não significa morar perto de tudo ou em região central, mas sim ter acesso a uma boa oferta de mobilidade urbana. Isso é mais importante para eles”, diz o professor da ESPM. No quesito mobilidade, por sinal, deve ser analisado outro aspecto além da facilidade de acesso a redes de transportes: a permanência do morador do

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imóvel deve ser pautada tendo-se em mente a flexibilidade de que querem usufruir. “Para o jovem que está em um momento de expansão em sua carreira, é muito importante que more perto do trabalho, porque, para ele, o tempo é algo muito precioso”, diz Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação do Secovi-SP. “A dinâmica da vida dessas pessoas pede flexibilidade. Hoje, eles moram aqui; amanhã, podem estar em outra cidade ou em outro país”, completa Prando. Plataformas de aluguéis de curta temporada têm conseguido êxito em atrair pessoas desse perfil, especialmente aquelas que já entregam o imóvel pronto para usar – mobiliado, por exemplo. De acordo com Busarello, a maior plataforma de hospedagem da internet, hoje, tem disponíveis na cidade de São Paulo 10 mil imóveis, dos quais 75% correspondem a ofertas para locação do imóvel inteiro, e não apenas uma fração dele. 16

Curiosidade: com isso, um flanco de oportunidades acabou sendo criado. “Existem pessoas que se especializaram em ser concierges desse tipo de locação”, diz o diretor da Tecnisa. Como muitos proprietários de apartamentos não têm tempo hábil para atender algumas pequenas urgências no decorrer da locação (toalhas, roupa de cama,

aquecedor, por exemplo), acabam terceirizando essa função. Algumas imobiliárias, inclusive, captaram essa necessidade e já oferecem serviços para suprir essa lacuna.

O que querem os jovens? Embora não haja receita pronta, dada a complexidade da empreitada, algumas diretrizes iniciais podem ser traçadas como ponto de partida para pensar o imóvel do futuro que atenderá a esse público. Ainda que sobejem

mudanças de comportamento e de preferência de consumo, uma coisa é inexorável: precisarão morar em algum lugar; trabalharão em algum espaço, e ambos os ambientes serão providos pelo setor imobiliário. Há, ainda, uma incógnita a ser considerada na complexa equação: a transitoriedade desses compradores, sejam presentes ou futuros. “Antes de tudo, é fundamental lembrar que a geração Z, como qualquer outra, muda ao longo do tempo. Hoje, eles têm idade entre 8 e 22 anos. Ou seja, estão em fase de transição da infância para adolescência e

Mariano: “Mensagens assertivas reforçam e valorizam a independência dos indivíduos desta geração”

para a juventude. Logo, muitas questões como valores, trabalho, relações afetivas ainda estão em amadurecimento e em transformação neste público, não por ser geração Z, mas por ser da faixa etária de mudança”, considera Mariano, da ESPM. “Enquanto solteiros, eles podem ter esse comportamento mais desprendido; quando ca-

Foto: Divulgação

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Busarello: “O que a gente vê é que há muito ‘paitrocínio’ na compra ou locação dos imóveis para esses jovens”

sam, isso pode mudar, e acabar se aproximando mais do perfil do comprador tradicional”, afirma Kallas.

O discurso aderente Preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade são alguns dos vários pontos que estão na agenda da geração Z. “Acredito que, quando for o momento de comprar seu imóvel, será uma geração que aceitará pagar mais para morar em um prédio sustentável”, pontua Flávio Prando, do Secovi-SP. “Para esse público, são questões de maior assertividade a transparência da empresa e como ela lida com pautas contemporâneas”, adiciona Fabio Mariano, professor da ESPM. Para ele, outro ponto que pode ser aproveitado no modo de vender os produtos para esse público é evidenciando a ideia de autonomia. “Mensagens como ‘um apartamento inteiro para você’ são assertivas, pois reforçam e valorizam a independência dos indivíduos desta geração”, afirma o professor. Um contraponto importante vem de Busarello, da Tecnisa. “O que a gente vê é que há muito ‘paitrocínio’ na compra ou locação dos imóveis para esses jovens”, frisa, lembrando que, nesses casos, o trabalho de convencimento também deve permear os pais.

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Alguns podem enxergar esse fenômeno como problema; outros, como oportunidade. Frankel, da Vitacon, pensa como resposta o apartamento na nuvem. “Basicamente, consistiria no fato de haver sempre um apartamento disponível a qualquer pessoa. O usuário fica no imóvel

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enquanto quiser. Se amanhã trocar de emprego, também pode se mudar e ter acesso a outro apartamento”, explica. Seria, mais ou menos, como ter um plano de assinatura de apartamentos. “O imóvel acompanha as diferentes fases da vida da pessoa”, adiciona o executivo, segundo quem a

O jovem de hoje vive em um mundo mais caro do que as gerações anteriores viveram. Isso ajuda a justificar a preferência pela locação. “Muito do que eles ganham acabam dispendendo, reduzindo sua capacidade de poupança. Como a aquisição de imóvel exige uma quantidade de recursos considerável, nem sempre essas pessoas têm”, diz Flávio Prando, do Secovi-SP. “Até os 30 anos, acabam investindo muito em educação. Só depois disso conseguem poupar dinheiro para a compra. Por isso, alugar imóvel é uma excelente opção para eles.”

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Vitacon caminha para ser uma empresa que, em vez de vender tijolos, oferecerá serviços. Essa modalidade de moradia ainda é conceitual. O empresário frisa que, para viabilizá-la, é preciso verificar e consolidar uma série de questões que estão por trás da ideia. A forma como o sistema financeiro vai encarar isso, de que maneira os agentes de comercialização se adaptarão a esse produto, entre outros pontos, são alguns detalhes.

Além do residencial Os imóveis comerciais não passaram incólumes às mudanças comportamentais. Enquanto salas comerciais registram um Revista Secovi-SP

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Frankel: “Querem mobilidade, flexibilidade e liberdade. Isso tem de estar presente no conceito dos produtos”

As mudanças de comportamento dos novos consumidores e seus reflexos nos produtos imobiliários precisam ser analisados com critério. Morar perto do trabalho, ter independência para viver sozinho, abrir mão de carro, fazer uso de um sem-número de serviços de compartilhamento dentro do condomínio, entre outras tantas alternativas, são características muito mais presentes em grandes centros urbanos. Não se pode esquecer que, em um País com déficit habitacional de 7 milhões de moradias, nem todos têm o privilégio de escolher a dedo o imóvel que satisfaça seus anseios de consumo. A urgência suplanta preferências. Quando se fala da geração Z, aquela que em breve inundará o mercado imobiliário com suas demandas, tem-se um dado que merece atenção. “Oitenta por cento desses jovens, no Brasil, são das classes C, D e E”, diz Mariano, da ESPM. Ou seja, estamos falando de pessoas com renda familiar entre R$ 0 e, na melhor das hipóteses, um pouco mais de R$ 8.000,00, segundo critério adotado pelo Centro de Políticas Sociais da FGV.

Imagem: iStock

considerável volume de vacância na cidade, a WeWork tem meses de fila de espera para ocupar um de seus espaços. Novas formas de trabalho, como a gig economy

– algo na linha de economia do freelancer –, impulsionam tipos específicos de locais de trabalho. O espírito dos escritórios estilo WeWork vai ao encontro da expectativa dos profissionais mais jovens – compartilham espaços, convivem, trocam ideias, constroem relacionamentos... Tudo em um ambiente propício – e até mesmo fomentador dessas práticas. E o melhor: com

baixo custo. “Em 2014, havia dois coworking na cidade; hoje, são mais de 140, que dão lugar a mais de 40 mil postos de trabalho”, afirma Busarello. Para o executivo, pode-se, inclusive, imaginar um futuro em que as relações das incorporadoras se deem no campo mais do B2B. “O WeWork, por exemplo, pode vir a ser um grande comprador de prédio. Por que não?”, provoca. Mais: já que a preferência pela locação nos estágios iniciais da vida adulta se mostra mais latente hoje, e assim deve se manter (veja quadro ao lado), por que não pensar num cenário em que grandes fundos de investimentos comprem prédios das incorporadoras para, depois, locar as unidades? Essa realidade, ainda que em parte, já pode ser observada nos Estados Unidos. Se, antes, a plataforma tinha em seu estoque apenas imóveis de anunciantes, agora também terá unida-

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des próprias. Em parceria com a Newgard Development Group, incorporadora de Miami, o Airbnb projeta construir um prédio de 324 apartamentos, cujos inquilinos poderão sublocá-los na internet, e seus hóspedes terão comodidades típicas de hotel. Segundo o Airbnb, essa estratégia é de longo prazo, e visa a conquistar tanto incorporadoras e imobiliárias quanto empresas de gestão condominial, que, em muitos casos, acabam sendo restritivas à locação via plataforma. Nesse episódio, já se vê como uma nova companhia – que em menos de dez anos de existência vale mais do que a centenária cadeia de hotéis Hilton – pode muRevista Secovi-SP

dar o comportamento das pessoas e, também, trazer uma nova lógica de funcionamento de mercado a outros setores correlatos. Até mesmo o preço do produto pode ser impactado. “Como vou construir para um único cliente, não terei tantos riscos, como o de distratos. Também não há estande de vendas a ser montado. A estratégia de marketing muda, ficando mais barata”, enumera Busarello, segundo quem a eco-

nomia total pode chegar a 35%. Para Emilio Kallas, do Secovi-SP, outro aspecto que pesa na concepção de modelos de negócios alinhados mais ao B2B é o impacto do cenário político-econômico do País. “Como a construção para locação tem retorno no longo prazo, em torno de 10 anos, é preciso contar com uma economia estável para fazer esse investimento.” O que não se pode perder de vista é que as mudanças nos produtos imobiliários dependem de uma série de variáveis que fogem à vontade dos empreendedores. Se, por um lado, passa a fazer menos sentido operações de compra que amarrem as pessoas em 30 anos de financiamento – uma vez que mobilidade e liberdade são valores marcantes para o novo consumidor –, o setor financeiro precisa captar esse espírito também, e pensar formas de financiamento que se encaixem em novos padrões de consumo. «

Kallas: “Em momento de expansão da carreira, é importante morar perto do trabalho, porque tempo é algo precioso” 21


Especial

Especial

vista exclusiva à Revista Secovi-SP. Aos 38 anos, formado em Direito, pela Universidade de São Paulo (USP), e em Economia, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), considera um dos maiores desafios de sua vida assumir a Prefeitura de São Paulo. Mas sua trajetória política o credencia de sobra para tão importante cargo. Somente na gestão de João Doria, além de vice-prefeito, atuou como secretário de Prefeituras Regionais (de janeiro a outubro de 2017) e secretário-chefe da Casa Civil (de outubro de 2017 a abril de 2018). Além disso, foi deputado estadual e federal e também secretário do Meio Ambiente do

Estado de São Paulo. Confira a seguir a íntegra da entrevista do prefeito da capital paulista.

Como é assumir a prefeitura da maior cidade do Brasil? Quais são as áreas prioritárias? É um desafio. Um dos maiores da minha vida. Com relação às áreas prioritárias, isso é a mesma coisa que perguntar para um pai de qual filho ele gosta mais. Todas são importantes, mas, sem dúvida, pela minha formação, a prioridade é a área social. Só vale

Foto: Divulgação

micos da Cracolândia e das ações para reduzir as filas em hospitais públicos, tanto para a realização de exames como de cirurgias. O Aprova Rápido, um dos marcos da atual gestão em termos de celeridade no licenciamento de obras, também foi comemorado pelo prefeito. “Já aprovamos dois projetos sob esse modelo. E um deles, de Habitação de Interesse Social, saiu em apenas 49 dias”, afirmou. As prioridades de sua gestão, questões relacionadas à habitação, o projeto Centro Novo, locação social, PPPs, entre outros, são alguns dos assuntos que Bruno Covas trata também nesta entre-

parque de diversões

Política requer entendimento

H

á poucos dias de completar quatro meses à frente da Prefeitura de São Paulo, Bruno Covas fez um balanço da gestão da cidade durante encontro da política Olho no Olho do Secovi-SP, realizado no dia 18 de julho. Acompanhado de nove secretários municipais, Covas disse que a calibragem da Lei de Zo22

neamento, pleito do setor, deve toboáguas levar em conta a “cidade real”. “Pensando nisso, incorporamos inúmeras propostas no sentido de facilitar a aplicação da lei, com estímulos ao retrofit e às edificações sustentáveis”, pontuou. Covas apresentou um diagnóstico do programa de desestatização (por meio de PPPs,

s experiências! a v o n em a g jo Se

Esta é a opinião do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, que também acredita que só vale a pena fazer política se for para melhorar a vida das pessoas, sobretudo as mais necessitadas

toboáguas

Leandro Vieira e Maria do Carmo Gregório

concessões e privatizações), da modernização digital por que passa a prefeitura (até 2019, todos os processos deverão ser eletrônicos), das iniciativas de recuperação de dependentes quíRevista Secovi-SP

POUSADA

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Especial

a pena fazer política se for para melhorar a vida das pessoas, sobretudo as mais necessitadas.

Foto: Divulgação

Em relação à área da habitação, o que pretende fazer? Sem dúvida, a habitação é uma das prioridades e representa um enorme desafio. São mais de três milhões de pessoas vivendo em condições insatisfatórias e situações de risco. Na Capital, o déficit habitacional quantitativo é estimado em 358 mil novas moradias, segundo a proposta de Plano Municipal de Habitação de 2016. Para o período de 2017 a 2020, foi fixada a meta de entregar 25 mil unidades. Desde 2017, a pasta da Habitação concluiu 2,8 mil imóveis e prevê entregar outras 6,9 mil moradias em 2018. Outras 9,8 mil unidades estão em obras e 7,4 mil com financiamento garantido, em um universo de aproximadamente 27 mil unidades viáveis para entrega entre 2017 e 2020.

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Especial

De que maneira acredita que o setor produtivo pode contribuir para os projetos habitacionais da prefeitura? Com o esgotamento das potenciais fontes de financiamentos para o setor público, o município se obriga a buscar formas alternativas para continuar e ampliar os investimentos direcionados para a construção de moradias populares. Em cenário de restrições orçamentárias, a prefeitura vem buscando priorizar a viabilização de novas fontes de financiamento, a exemplo das Parcerias Público Privadas (PPP) e o Projeto Piloto de Locação Social para população em situação de rua. Considerando apenas os orçamentos correntes da Secretaria Municipal de Habitação e da Cohab-SP para construção de novas unidades habitacionais, estimado em R$ 580 milhões anuais, e um custo unitário de produção de R$ 150 mil, o município levaria cerca de 120 anos

para zerar o déficit habitacional de hoje.

Durante esse primeiro um ano e meio de governo municipal, a prefeitura mostrou vontade política em calibrar a Lei de Zoneamento, a fim de corrigir erros e estimular a produção imobiliária. Agora, falta encaminhar o PL à Câmara. O senhor vai dar andamento a esse processo? As propostas de ajustes à Lei de Zoneamento estiveram disponíveis no site Gestão Urbana, em forma de minuta participativa, de 15 de dezembro de 2017 a 31 de março de 2018. A proposta também foi debatida em oficinas, comissões técnicas competentes, mistas do poder público com a sociedade civil, entidades de classe, associações e movimentos, bem como em várias audiências públicas durante o mês de fevereiro, em reuniões técnicas temáticas durante o mês de março e junto ao Conselho Municipal de Habitação. Mais de 1,2 mil pessoas participaram das cinco audiências públicas promovidas pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL). Após a finalização da consulta pública digital, a Prefeitura de São Paulo recebeu 1,75 mil contribuições (242 nas audiências públicas, 925 da minuta participativa dispoRevista Secovi-SP

nível no site e 586 de uma etapa anterior de avaliação sobre aplicabilidade dos instrumentos). A prefeitura está finalizando agora a análise das sugestões e as incorporando, quando cabíveis, ao projeto de lei que será novamente divulgado no Gestão Urbana e enviado à Câmara Municipal, onde seguirá para novo processo de consultas públicas, análise e debate dos vereadores.

O centro de São Paulo foi objeto de inúmeros projetos de revitalização que, infelizmente, não tiveram continuidade. O mais recente deles, de meados de 2017, tem a assinatura do arquiteto Jaime Lerner e contou com a colaboração do SecoviSP. O senhor conhece essa iniciativa do mercado privado? Qual a opinião do senhora respeito do projeto? Acredita em sua viabilidade? O projeto Centro Novo, elaborado pelo escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados e recebido pela prefeitura como doação, prevê, dentre outras coisas, a implantação de um novo modal de transporte público, mais moderno e amigável, que funcione como linha circular na região da Luz, articulando os principais equipamentos e marcos referenciais da região, com destaque Revista Secovi-SP

para o Theatro Municipal, a Praça da República, a Pinacoteca, a Sala São Paulo, entre outros. A SP Trans vem trabalhando em parceria com a SMUL na definição das características das linhas, do itinerário, do tipo de veículo e dos pontos de parada.

O programa Aprova Rápido representa um grande avanço na desburocratização da aprovação de projetos. Qual a opinião do senhor sobre a iniciativa? O Aprova Rápido é uma ação da prefeitura que agiliza a análise das licenças de obras na cidade e emite alvarás em até 130 dias. A importância de um projeto como este reside no fato de a cidade, pela primeira vez, realizar a análise integrada pelos vários órgãos municipais, que até então atuavam com dinâmica própria, prazos diferenciados e alongados. O programa estabelece prazos e acelera a análise de processos de aprovação de projetos edilícios no município, dinamizando a economia e propiciando um ambiente de negócios positivo para o setor imobiliário.

Acredita que seu perfil político pode contribuir para o bom relacionamento com o legislativo municipal?

Sem dúvida. Política é um jogo coletivo que requer entendimento. Fiz isso durante toda minha carreira. Vinha exercendo essa intermediação no cargo de secretário-chefe da Casa Civil da gestão João Doria, até o dia 7 de abril, quando assumi a prefeitura. Agora, essa função cabe ao secretário Eduardo Tuma, mas continuo muito atento à relação com o legislativo. Tanto assim, que pelo menos uma vez por mês faço visitas à Câmara.

Na sua opinião, o pior da crise econômica brasileira passou? O que espera para o ano de 2018? Neste ano, temos na prefeitura uma situação um pouco melhor do que em 2017, porque temos um orçamento realizado pela própria gestão. Isso não significa, entretanto, que temos dinheiro de sobra. Os recursos são escassos e requerem muita responsabilidade e criatividade para serem gastos da melhor maneira. Neste sentido, são cada vez mais importantes as parcerias com a iniciativa privada, as privatizações e concessões. Outra questão importante a ser resolvida é a da Previdência Municipal. Do jeito que está hoje, a Previdência vai consumir 100% da arrecadação com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) no ano que vem, e isso inviabiliza investimentos. « 25


Inovação

Transformar é inevitável Mais de 120 startups participam da segunda edição do MoviMente, iniciativa do grupo de Novos Empreendedores do Secovi-SP que busca projetos revolucionários para o setor

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inovação está cada vez mais presente no mercado imobiliário, um dos mais importantes, tradicionais e com um dos ciclos de desenvolvimento mais longos da economia. Sinal dessa realidade foi o surpreendente crescimento no número de projetos inscritos na segunda edição do MoviMente, iniciativa do grupo de Novos Empreendedores do Secovi-SP

(Secovi NE) que visa atrair startups com projetos e soluções inovadoras para resolver as “dores” do setor. De um ano para outro, o número de inscritos aumentou 70%, saltando de 75 para 126 projetos. Segundo Marcia Taques, coordenadora de Estratégias Digitais do Secovi-SP e do MoviMente, em países como Estados Unidos e Inglaterra, é muito robusto o

Catarina Anderáos

movimento de construtechs e proptechs, startups que trazem inovação tecnológica para o mercado imobiliário. “Os negócios envolvendo proptechs foram da ordem de 1,8 bilhão de dólares em 2017. Com a abertura e receptividade do mercado tradicional em relação à inovação no Brasil, temos atratividade para empreender neste setor, que era o que faltava”, afirma.

Imagem: iStock

Inovação

Em alta Na visão de Alexandre Lafer Frankel, CEO da incorporadora Vitacon e coordenador do Secovi NE, a inovação no mercado imobiliário nacional, embora inicial, está em expansão. “É um movimento bastante jovem e repleto de desafios. As empresas de tecnologia vão ter que descobrir meios de crescer e se viabilizar, enquanto as companhias tradicionais do setor precisam encontrar um modelo que favoreça a sinergia entre elas e as mais jovens. A transformação é inevitável”, afirma. Durante palestra no Warm Up, etapa que revelou as 20 semifinalistas do MoviMente, Marco Poli, da ClosedGap Ventures, mencionou a dificuldade que as startups enfrentam para firmar parcerias com empresas já estabelecidas. “As tradicionais precisam flexibilizar regras para conseguir negociar com as mais jovens. Diversas

empresas exigem informações dos últimos três anos, quando startups geralmente têm meses de existência”, assinalou. Muitas jovens companhias se deparam com o que ele chama de “vale da morte”, ou seja, morrem por falta de caixa antes de atingir o break-even. “Às vezes, basta encontrar uma corporação que invista apenas o suficiente para ela passar por essa fase. E, para quem decide investir, pode valer muito a pena ser o primeiro cliente dessa startup, pois ela será eternamente grata e poderá continuar fornecendo com valor diferenciado e até customizar outras soluções”, comentou. Para Marcia Taques, o mercado está muito atento à inovação e busca soluções tecnológicas com mais interesse e abertura. “Ainda estamos em um momento de aprendizado sobre como integrar e produzir juntos (empresas tradicionais e startups), mas o motor propulsor, que é a

vontade de fazer negócio, já está disseminado.”

Ditando mudanças A transformação de grandes hábitos de consumo já está, de certa forma, ditando ritmo e necessidades que o mercado imobiliário vai ter que atender por meio de seus produtos e soluções. “O usuário começa a exigir uma nova forma de ofertar e pensar o mercado, onde já é realidade, por exemplo, a economia compartilhada (Airbnb, cohousing, por exemplo). A sociedade demanda mais tecnologia e mais agilidade, o que impacta em uma nova configuração de cidades, novos meios de pagamento, formas de contratar, de se relacionar etc. As construtechs começam a trazer soluções para essa nova realidade ao mercado imobiliário”, comenta Frankel. Marcia Taques concorda com Frankel. “As mudanças são ine-

Warm Up: etapa que revelou as 20 semifinalistas da segunda edição do MoviMente

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Inovação

xoráveis e acontecem em alta velocidade”, afirma. Para ela, não depende do empresário a implantação das mudanças, que vêm por meio da sociedade, dos fornecedores e de parceiros. “Se não forem as empresas tradicionais do mercado a incorporar e mudar para adotar inovações tecnológicas (inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, big data) e novos comportamentos, serão novos entrantes que o farão”, alerta. Ela acredita que a dificuldade do mercado tradicional é sair do modelo de compra e venda de produtos e serviços, e abrir informação e conhecimento com o

Inovação

objetivo de chegar a um produto melhor. “O modelo não é mais oferecer um produto/serviço a troco de dinheiro. Para trabalhar com startups, o modelo tem de ser mais aberto, permitindo colaboração”, comenta. Em sua percepção, a cada mês, mais empresas passam a enxergar a importância de levarem inovação ao seu negócio. Seja pela necessidade de corte de custo ou por detectar que já não atingem seu mercado-alvo como antes, sentem que precisam de algo mais para responder a novas questões. “As empresas tradicionais do mercado são muito experientes, empreendedoras e cria-

tivas. À medida que passarem a curva de aprendizado de trabalho com inovação, vão criar coisas incríveis e adaptadas à realidade brasileira”, vislumbra Marcia.

Integração de ‘mundos’ Como entidade que congrega toda a cadeia do mercado imobiliário, o Secovi-SP, por meio do grupo de Novos Empreendedores e do MoviMente, tem a oportunidade de protagonizar o estímulo à inovação no setor. “O Secovi-SP é o maior hub de empresas do segmento. As maiores e mais promissoras, capitalizadas e re-

Marcia: “Ainda estamos em um momento de aprendizado sobre como integrar e produzir juntos, mas o motor propulsor já está disseminado”

presentativas estão na entidade. É nosso papel liderar a integração das empresas da nova economia às tradicionais, abrindo o contato, oferecendo o ambiente propício para a convivência entre esses dois ‘mundos’”, afirma Frankel. “A entidade tem força e isenção para colocar diversas startups em contato com milhares de empresas tradicionais, criando o ambiente ideal para que novos negócios sejam celebrados”,

complementa a coordenadora do MoviMente, Marcia Taques. Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, faz coro aos coordenadores e dá força à iniciativa, por entender que não há outro caminho, a não ser estimular as empresas a se abrirem a uma realidade que impõe transformações constantes. “Não adianta resistir. É preciso estar atento e receptivo às novidades, sem abrir mão de modelos bem-sucedidos

e já consolidados. Ao aliar aquilo que é inovador à experiência do conservador, é possível obter excelentes resultados”, afirma. «

Anúncio dos finalistas Durante a Convenção Secovi 2018, um dos maiores eventos do setor no Brasil e que acontece de 26 a 28 de agosto, na sede da entidade, as cinco startups finalistas farão pitches – rápidas apresentações de seus projetos inovadores – para um público formado por centenas de empresários e profissionais de toda a cadeia imobiliária. As três vencedoras serão anunciadas e premiadas com a possibilidade de rodadas de negócios com players do setor. Abaixo, as finalistas, por ordem alfabética, que estarão cara a cara com os empresários: Construct App – digitaliza processos para acompanhamento de obras em tempo real. Lean Survey – pesquisa de mercado com otimização da coleta de dados através de uma aplicação mobile e utilizando rede crowdsourcing. LoopKey – sistema de gestão de acesso para edificações residenciais e corporativas que transforma o seu celular em um chaveiro digital, seguro e escalável. Nama – inteligência artificial e automação de processos e conversas via chatbot, como administração de imóveis, pré-venda, atendimento ao cliente e processo internos. Omni Electronica – solução com sensores para otimizar sistema de ventilação em edifícios, que pode economizar até 40% de energia. Para saber mais sobre o MoviMente, acesse www.movimente.secovi.com.br. 28

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Entrevista

Entrevista

Foto: Ana Nascimento/Assessoria Caixa

programa de vanguarda desenvolvido em conjunto com o SecoviSP, a Aelo, e a Adit Brasil. Qual a avaliação do senhor quanto à importância dessa linha de financiamento?

Caixa está em boas mãos

A

ssumir a presidência da Caixa Econômica Federal – o maior banco estatal do País –, em abril deste ano, não foi suficiente para tirar o bom humor, a serenidade e a confiança do paulistano Nelson Antônio de Souza. É provável que a tranquilidade inabalável do dirigente ao tratar com os mais diversos agentes empresariais e lideranças políticas e a segurança em tomar importantes decisões à frente do banco tenham origem na sua longa trajetória dentro da instituição. 30

Funcionário de carreira, Souza está prestes a completar 40 anos de trabalho na Caixa, onde já ocupou os cargos de diretor executivo de Gestão de Pessoas, chefe de gabinete da presidência, superintendente nacional da região Nordeste e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e vice-presidente de Habitação. De estatura mediana – assim como a maior parte dos brasileiros –, Souza, que tem formação em Letras e Psicologia, com MBA em Administração e Marketing,

Funcionário de carreira, Nelson Antônio de Souza preside a instituição financeira com firmeza, tranquilidade e segurança Shirley Valentin

se transforma em gigante quando tem de defender os interesses da Caixa, dos trabalhadores e a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida. Acompanhe a entrevista que ele concedeu à Revista Secovi-SP.

A Caixa Econômica Federal lançou, no ano passado, o Produlote, um Revista Secovi-SP

O Produlote é uma linha de financiamento realmente inovadora e muito importante, e que foi criada porque havia a necessidade de crédito destinado à produção de loteamentos. Como banco atuante em todos os segmentos da construção civil, a Caixa participou da elaboração desse programa com o Secovi-SP, a Aelo, e a Adit Brasil, porque ele vai auxiliar no fortalecimento do mercado, na redução do déficit habitacional e na geração de emprego e renda.

Foi criado um grupo de trabalho pela vicepresidência de Habitação da Caixa, com o objetivo de ajustar alguns aspectos estruturais do Produlote. Como está o andamento desses trabalhos de aprimoramento? A Caixa tem um prazo para a conclusão desse processo de reestruturação? Qual a avaliação do senhor sobre esse assunto? Todos os produtos comercializados pela Caixa passam por constante processo de avaliação, Revista Secovi-SP

baseado no feedback dos clientes e dos atores pertinentes, bem como dos insumos vindos de sua comercialização. Os trabalhos de aprimoramento do Produlote estão em bom andamento. As sugestões de melhoria no produto enviadas por esses atores estão em processo de análise. Entre os temas que estão em revisão, temos as taxas de juros do financiamento e o rol de garantias que podem ser ofertadas pelo loteador nas operações.

A linha de crédito da Caixa que prevê a aquisição de terreno mais a construção da unidade habitacional é muito usual para o consumidor, além de auxiliar no desenvolvimento das empresas de loteamento. Entretanto, o Secovi-SP e a Aelo identificaram uma mudança na normativa da Caixa, que tem inviabilizado a larga utilização dessa linha de crédito. Conforme análise das entidades, nas hipóteses em que os lotes são alienados pelos loteadores como instrumento de compra e venda com pacto de alienação fiduciária, a Caixa tem impedido que o adquirente do lote acesse a linha ‘aquisição mais construção’, pois existe

o entendimento que o comprador já detém o lote e não poderia receber o crédito para quitar o saldo devedor com o loteador – o interveniente quitante – e, assim, assumir um crédito adicional que inclui o valor da construção. Existe a possibilidade de a Caixa alterar essa normativa, a fim de auxiliar os consumidores e as empresas loteadoras? Considerando a busca constante da Caixa em aprimorar seus produtos com base no retorno dos clientes e do mercado, esse tema também faz parte das sugestões em análise pelo grupo de trabalho criado pela nossa vice-presidência de Habitação.

A Caixa, que é gestora das aplicações de recursos do FGTS, tem atuado em parceria com o Secovi-SP, a Aelo e a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) na manutenção da correta destinação dos recursos do fundo para habitação de interesse social, saneamento e infraestrutura urbana. Nesse sentido, seria possível esperar a criação de uma linha específica da Caixa com recursos do FGTS para o 31


Entrevista

financiamento à aquisição de lote, agregado ou não a um adicional de crédito para construção? A Caixa exerce dois papéis distintos em relação às aplicações de recursos do FGTS. Um deles é o de agente operador, tendo, entre outras atividades, a missão de definir os procedimentos operacionais que serão necessários à execução dos programas de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana estabelecidos pelo Conselho Curador e financiados com recursos do Fundo. O outro papel é o de agente financeiro autorizado a operar com recursos do FGTS, seguindo as diretrizes de cada programa de aplicação. Portanto, a criação de alguma linha específica para financiamento à aquisição de lotes, como proposto, é uma atribuição exclusiva do Conselho Curador do FGTS e do Ministério das Cidades, e que pode ser apresentada ao CCFGTS por qualquer um de seus membros.

Segundo boletim informativo da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), de janeiro a maio deste ano, a Caixa financiou menos de R$ 4 bilhões à construção e aquisição de imóveis com recursos 32

Entrevista

da poupança. Quais as perspectivas de crescimento de financiamento com este funding para os próximos meses? Em 2018, a Caixa vem adotando medidas para facilitar o acesso ao crédito imobiliário. Em abril, ocorreu a redução da taxa de juros do crédito habitacional Pessoa Física com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) em 1,25%, passando a taxa mínima de 10,25% a.a. para 9% a.a. para os imóveis enquadrados no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e de 11,25% a.a. para 10% a.a. para imóveis do SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário). Ainda neste ano, foram elevadas as quotas de financiamento dos imóveis usados de 50% para 70% do valor do imóvel. Desta maneira, com a implantação dessa estratégia, pretendemos que a Caixa contrate R$ 15 bilhões em 2018 com os recursos da poupança.

Qual a projeção da Caixa de financiamentos com recursos do FGTS para este ano? A nossa projeção para 2018 é cumprir a peça orçamentária no valor de R$ 58 bilhões, alcançando os patamares de contratação similares ao realizado no

ano de 2017, mantendo a Caixa como líder do crédito imobiliário no Brasil.

O desempenho do Minha Caixa, Minha Vida está dentro das expectativas da Caixa? Qual a opinião do senhor sobre este programa? Deveria ser transformado em política de Estado para habitação? Em todas as fases e faixas de renda, o Minha Casa, Minha Vida já superou 5 milhões de unidades contratadas e tem quase 4 milhões de unidades entregues. Desde 2009, os resultados alcançados no MCMV sempre foram compatíveis com os recursos disponíveis e as metas definidas pelo governo federal. Os investimentos do MCMV, além de responderem à importância da demanda social, que é a provisão de novas moradias, vêm contribuindo para manter o nível de atividade da indústria da construção civil, em todos os seus subgrupos, e gerar muitos empregos e renda, com impactos positivos em todos os municípios brasileiros. Por esses resultados, acredito que, a despeito da necessidade de alguns ajustes e possibilidade de aprimoramentos, o MCMV deve ser continuado e constituir, em conjunto com outros programas, política permanente para a habitação brasileira. « Revista Secovi-SP

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Condomínios

Condomínios

Especialistas apontam tendência, mas recomendam cautela no processo de substituição da portaria presencial pela modalidade à distância

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eduzir custos sem comprometer a segurança do condomínio. Essa é a proposta das empresas que oferecem o sistema de portaria remota, uma novidade que está ganhando cada vez mais espaço nos condomínios e que foi foco de evento realizado no Secovi-SP em julho, reunindo mais de 200 pessoas interessadas no tema. O motivo é simples: reduzir gastos, 34

principalmente com folha de pagamento e seus encargos, o que, segundo os especialistas, representa cerca de 50% dos custos condominiais. “Para conseguir essa economia, é preciso investimento”, alerta Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, lembrando que o condomínio deve considerar os custos com

Foto: iStock

Portaria remota: aderir ou não? Rosana Pinto

a rescisão do contrato de trabalho dos funcionários, que serão dispensados, e os equipamentos necessários para o sistema. Como a principal característica da portaria remota é a ausência do porteiro no próprio condomínio, o serviço demanda um aparato tecnológico que inclui câmeras, interfones, links de internet, alarmes, sistema biométrico, entre outros equipamenRevista Secovi-SP

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Condomínios

tos. O monitoramento é feito à distância, por meio de uma central, de onde profissionais especializados controlam o acesso ao condomínio, 24 horas por dia, em tempo real.

Segurança “O sistema não depende só da tecnologia”, explica Gebara. “É importante a disciplina de moradores e usuários, pois o volume de pessoas entrando e saindo ao mesmo tempo pode comprometer diretamente a segurança”, adiciona. Na opinião de Sérgio Meira de Castro Neto, diretor de Condomínios da entidade, substituir o porteiro – funcionário que costuma estar próximo dos moradores – por um sistema que controla o acesso à distância, pode causar muitos incômodos, pois vai tirar os moradores da zona de conforto. “Para dar certo, a portaria remota precisa do envolvimento de toda coletividade: síndico, funcionários, moradores e usuários, que terão de se adaptar a uma nova forma de entrar no local. E isso demanda mudança de hábitos e quebra de paradigmas”, afirma. “Cada morador vai se sentir responsável por quem colocar para dentro do condomínio”, diz Odirley da Rocha, diretor comercial da Kiper. Para Emerson Silvério, gerente da Intelbrás, a portaria remota tem tudo para ser mais segura, desde que seja feita de maneira adequada, com o dimensiona36

mento correto dos equipamentos e prestação de serviços condizente com as necessidades do condomínio. Silvério destaca que o sistema pode, sim, ser mais seguro que a portaria convencional, uma vez que há métricas e procedimentos a serem seguidos. “Mas depende muito de quem vai fazer o serviço. Se forem pessoas despreparadas, o cenário pode ser inverso”, explica. Outro ponto a favor do sistema é que elimina-se, bastante, a possibilidade de erro humano, um dos maiores problemas da segurança do condomínio.

Contrato e precauções Uma das principais dúvidas dos síndicos é, justamente, como fazer a contratação desse tipo de serviço e quais cuidados tomar. “Há, basicamente, três tipos de contrato. Quando é compra direta dos equipamentos, o condomínio deve verificar, primeiro, se tem capacidade financeira para fazer este investimento e levantar, também, o seu tempo de retorno. Quando se tratar de locação ou comodato, a principal pergunta deve ser como ficarão os equipamentos no final do período do contrato”, ensina Leandro Mageli, gerente técnico da

empresa de segurança Haganá. Odirley da Rocha diz que a maioria dos seus clientes opta pelo sistema de locação. Meira acredita que essa pode ser uma boa opção para os condomínios que não tenham recursos para comprar os equipamentos – mesmo que de forma parcelada –, mas que desejam implantar o sistema. Além da atenção com os equipamentos, o contrato deve contemplar o máximo de situações possíveis, para evitar deixar o condomínio em uma posição ambígua no futuro. Como a implantação de um serviço deste tipo impacta profundamente no condomínio, seja nas contas ou mesmo nos costumes, é necessário ter cautela em diversos aspectos. “Um cuidado básico é a realização de assembleia para deliberar o assunto com os condôminos”, indica Meira. Para Walter Uvo, diretor de operações da Minha Portaria, do grupo Focusmind, a apresentação da ata da assembleia em

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Coordenadora e Docente

Revista Secovi-SP

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(Turma I: Segundas-feiras - 19h às 22h30)

Gebara: “O sistema não depende só da tecnologia. É importante a disciplina de moradores e usuários“

MÓDULO III

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Silvério: “A portaria remota tem tudo para ser mais segura, desde que seja feita de maneira adequada“

que foi aprovada a contratação do serviço é condição essencial. “Dividir com toda a comunidade essa decisão e essa responsabilidade é fundamental”, reitera Uvo, que aconselha a visita à sede e aos clientes já atendidos pela empresa a ser contratada. “Conversar com os clientes e perguntar sobre as dificuldades enfrentadas nessa operação, que é bastante complexa, ajuda o síndico a entender como a empresa lida com seus problemas”, ressalta. Odirley da Rocha sugere, ainda, que se visite a base de monitoramento da empresa. “Assim, o síndico pode ver como é feito esse atendimento e se os processos são realmente seguidos no dia a dia”, diz. Outro cuidado importante é com relação à internet. Segundo os especialistas, a empresa contratada deve ser a responsável pelo link de internet – a “alma” do serviço de portaria remota. “Quando a internet cair às 2 horas da madrugada, não adianta a empresa ligar para o síndico. Não é ele quem 38

deve cuidar desse problema. Essa responsabilidade deve ser da empresa, contratualmente”, opina Uvo. Outra dica elencada por ele é visitar o site da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), para saber se a empresa é certificada. “Isso é importante, principalmente porque o mercado de portaria remota não é regulamentado – e qualquer um pode montar uma empresa”, esclarece. Além disso, o contrato deve ter regras claras quanto ao tempo de resposta para a solução de problemas operacionais, como por exemplo, a quebra de um portão. Um aspecto que pode incomodar alguns moradores – e preocupar o síndico também – é a segurança dos dados fornecidos por quem mora, visita e trabalha no condomínio. “Ao utilizar o sistema, os usuários fornecem seus dados pessoais como endereço, RG, CPF etc. Esses dados ficam bem protegidos contra hackers, e até contra a alta rotatividade dos funcionários que, porventura, trabalhem no monitoramento

Uvo: “Dividir com toda a comunidade essa decisão e essa responsabilidade é fundamental“

das empresas?”, questiona Sérgio Meira. Rocha explica que a empresa deve oferecer uma cláusula de sigilo das informações. “Quando contratar a prestadora, a empresa deve assumir essa responsabilidade pelo trabalhador.”

Opções e custos “Atualmente, são várias as possibilidades de serviço que as empresas do ramo oferecem. Cada empresa presta serviços de uma forma diferente e é importante que o síndico saiba explorar esse ‘cardápio de opções’ do mercado e ver qual deles se adapata melhor às necessidades do seu condomínio”, analisa Silvério, da Intelbrás. Hoje, por exemplo, há tecnologia disponível para liberar a entrada de pessoas no condomínio de diversas maneiras: senha, tag, biometria, QR Code e até reconhecimento facial. “É importante que o síndico olhe para o seu condomínio e entenda o que mais se adapta às

Mageli: “Zelador ou ajudante de serviços gerais pode dar suporte para a operação da portaria remota“ Revista Secovi-SP

necessidades do local”, ressalta Silvério. Também vale saber, antes da contratação, se os equipamentos de segurança disponíveis no condomínio podem ser usados pela empresa de portaria remota. “Depende muito do que a empresa oferece e do que há no condomínio”, adiciona. “Já ouvi de muita gente que não seria possível optar pelo serviço de portaria remota em seu condomínio porque muitos moradores e usuários não serão reconhecidos pelo sistema de biometria, por exemplo. Mas as empresas oferecem uma gama de possibilidades de controle de acesso”, reflete Meira. Saber o custo exato do serviço para um condomínio depende de diversos fatores: tamanho, número de acessos, como será feito esse controle, se haverá porteiros orgânicos em alguma parte do dia, se os equipamentos serão comprados ou locados, entre muitos outros. Rocha vê com preocupação empresas desse mercaRevista Secovi-SP

do oferecendo seus serviços por R$ 4,5 mil, R$ 5 mil por mês. Ele afirma que, para realizar um bom trabalho, o custo mensal, já com a locação do equipamento, seria em torno de R$ 7 mil mensais. Sergio Meira acredita que muitos condomínios possivelmente vão precisar de um parceiro para viabilizar a parte financeira. “Se uma portaria orgânica gasta cerca de R$ 18 mil por mês e o custo de uma portaria remota fica por volta de R$ 7 mil mensais, sobraria cerca de 11 mil por mês para fazer frente às despesas com a compra dos equipamentos, que somam aproximadamente R$ 40 mil, segundo os especialistas. Além disto, somam-se as rescisões dos funcionários que, em muitos casos, podem passar dos 100 mil”, exemplifica Meira.

ramente dependente de energia para funcionar? Silvério, da Intelbrás, destaca que há muitos equipamentos que funcionam com bateria ou nobreak, proporcionando um período de autonomia de uso. “No entanto, devem ter um acompanhamento periódico, evitando que não estejam funcionando justamente quando forem necessários”, ressalta. Dependendo do histórico do condomínio, é possível que um grupo gerador seja necessário para apoiar e dar segurança aos equipamentos de operação da portaria remota. Não contar com a presença física de um funcionário de portaria traz algumas mudanças também no relacionamento com os parceiros. Um portão quebrado, por exemplo, não pode esperar 72 horas para ser reparado, como é o caso padrão dos contratos de manutenção do equipamento. “Problemas que bloqueiam a comunicação com o condomínio, como interfones e câmeras

Emergências Um problema que acomete diversas cidades brasileiras é a falta de energia por parte das concessionárias. Como fica um condomínio que tem sua entrada intei-

Rocha: “Cada morador vai se sentir responsável por quem colocar para dentro do condomínio“ 39


Condomínios

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Portaria remota foi foco de evento em julho no Secovi-SP, reunindo mais 200 pessoas

da área externa, têm previsão contratual para atendimento em até 4 horas”, explica Uvo, da Minha Portaria. Além de destacar uma equipe para o condomínio no momento do chamado, a comunicação com a comunidade em questão também é importante. Enviar mensagem pelo celular para avisar os moradores ajuda a minimizar o desconforto da situação. Um ponto importante para evitar problemas recorrentes, como um portão quebrado, é a manutenção preditiva desses equipamentos. Hoje, por meio da tecnologia, é possível saber quantas vezes um portão abre e fecha por mês, e ter uma previsão de sua vida útil, trocando as peças desgastadas antes que apresentem defeitos que possam prejudicar a operação. 40

Encomendas Dúvida bastante comum para quem está interessado em implantar o serviço no condomínio é: quem irá receber itens de correio, encomendas e até um oficial de justiça? Importante salientar que a portaria remota não é desenhada para substituir todos os funcionários do condomínio e que se faz necessário um braço operacional no local. “Podemos ter um zelador, um ajudante de serviços gerais ou alguém que dê suporte para a operação da portaria remota. Isso também depende muito da característica de cada empreendimento e do que está previsto na Convenção do condomínio”, observa Mageli, da Haganá. O recebimento desses itens também passa por uma mu-

dança de hábitos: os moradores percebem que não é mais a todo momento que haverá alguém para recebê-los. “O condomínio ganha em economia, mas o morador perde um pouco de conforto, pois sabe que não é mais em qualquer horário que haverá um funcionário para receber e encaminhar o que chega no condomínio”, pondera Sérgio Meira. “A assembleia que vai decidir sobre a portaria remota é também um momento propício para orientar moradores, especialmente os idosos, sobre a inovação. É bom não esquecer que, entre estes, alguns terão dificuldade em lidar com a nova realidade. Senha, tag, biometria, QR Code e reconhecimento facial podem ser surreais para alguns. O mesmo dever ser feito com os funcionários”, completa Hubert Gebara. « Revista Secovi-SP

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Locação

Locação

Foto: iStock

Decisão do STF prejudica o setor Ao considerar que não é possível penhorar bem de família de fiador na locação comercial, Supremo traz de volta a insegurança jurídica afastada há décadas pela lei do inquilinato. Medida tem impacto direito no setor, inclusive residencial. Erica Celestini

R

ecente decisão da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tem impacto direto – e negativo – sobre o mercado de locação. A Corte decidiu que não é possível penhorar o bem de família do fiador na locação comercial. A decisão 42

traz insegurança jurídica ao setor, porque vai na contramão da legislação imobiliária e pode afetar também os aluguéis residenciais, já que não há diferenciação entre essas duas modalidades de contrato no quesito garantia. Mas os impactos vão além. Como o fiador está presente em praticamente metade dos contratos de locação e é a única forma

de garantia sem custos, colocá-lo em xeque, como fez o STF, pode encarecer o processo e derrubar as locações. “Trata-se de um verdadeiro retrocesso. A lei do inquilinato incluiu a exceção da penhora do bem de família, em caso de dívida decorrente de fiança prestada em contrato de locação, justamente para facilitar o acesso à locação, pois esta é a Revista Secovi-SP

única garantia essencialmente gratuita. A decisão lançada, além de ter efeito reverso, ataca diretamente a segurança jurídica até então proporcionada pelo posicionamento firme que os tribunais vinham adotando quanto aos efeitos da fiança”, destaca a advogada Moira Toledo, do escritório Toledo & Rocca Advogados Associados, especializado em Direito Imobiliário. A base da decisão, envolvendo defesa do direito à moradia, é outro ponto questionado pela advogada. “O direito à moradia não depende da propriedade. Pode ser exercido por outros meios, em especial pela locação. O bem de família também nem sempre é utilizado para a residência, pois pode ser fonte de renda da família e manter-se com a proteção, conforme interpretação que já tem se feito”, afirma Moira, que também é diretora da vice-presidência de Gestão Patrimonial e Locação do Secovi-SP. Segundo ela, os piores impactos virão justamente da insegurança jurídica. “A questão da penhorabilidade do bem imóvel do fiador era considerada pacificada pelos tribunais. Existem julgados, jurisprudência firme, enunciados e até pronunciamento do STF em recurso em regime de repercussão geral sobre o tema. Essa mudança dá indícios de que outras interpretações poderão ser revisitadas, colocando em xeque a fiança em contrato de locação, a caução de bem imóvel e outras Revista Secovi-SP

tantas disposições”, acrescenta. A legalidade da decisão também é questionada pelo advogado Jaques Bushatsky, do Conselho Jurídico da Presidência do Secovi-SP. “Foi uma decisão que vi com surpresa, pois me pareceu absolutamente ilegal. A lei é clara ao prever a penhora do bem de família do fiador, sem qualquer diferenciação entre locações comerciais e residenciais”, ressalta, acrescentando que “a isonomia, a igualdade de tratamento das pessoas nas mesmas situações é essencial no nosso sistema jurídico e estaria abalada por essa decisão.”

Intervenção O vice-presidente de Gestão Patrimonial e Locação da entidade, Rolando Mifano, vai além e aponta uma interferência direta no setor. “Estamos diante de mais uma intervenção no mercado, buscando ditar-lhe regras, como se fosse ele hipossuficiente para se organizar e operar. É sob esse prisma que a decisão do STF é prejudicial ao setor. Simboliza retrocesso, trazendo de volta a insegurança jurídica que a legislação do inquilinato afastou, impactando também todas as ativi-

dades imobiliárias”, completa. Para Mifano, a medida acende um “sinal amarelo” em um cenário em que o mercado de locação começa a ensaiar a recuperação. “O fiador está presente em 45,5% dos contratos voltados à moradia. E não tem custos. Agora, com essa medida do STF, vai haver um encarecimento da locação, porque as demais garantias, como a bancária, o seguro e o título de capitalização, têm custos. E isso vem justamente em um momento em que os aluguéis acenavam uma recuperação. Está havendo aumento das locações e até reajuste nos valores”, avalia. Para Moira Toledo, os pequenos comerciantes serão os primeiros impactados. “Eles são os que largamente utilizam esta modalidade de garantia para seus contratos locatícios. É muito comum, inclusive, que a pessoa física destes comerciantes seja o fiador da pessoa jurídica. Isto se dá para viabilizar que os recursos financeiros sejam in-

Moira: “Mudança dá indícios de que outras interpretações poderão ser revisitadas, colocando em xeque a fiança em contrato de locação” 43


Locação

vestidos no próprio negócio, por ser a fiança uma garantia gratuita”, explica. “Imobiliárias e administradoras de imóveis também passarão a revisitar contratos em vigência, seja por prazo certo e ou indeterminado, para exigir reforço de garantias. Passarão ainda a ser exigidos fiadores com patrimônio maior e mais do que um imóvel para minimizar riscos”, alerta.

Dificuldades e riscos A advogada ressalta que, a partir dessa decisão do STF, pode ficar mais difícil, inclusive, a obtenção de um fiador. “A análise cadastral será mais exigente em relação ao seu patrimônio. A caução de bem imóvel certamente seguirá na mesma esteira. Para o proprietário, aumenta o grau do risco do investimento, o que é desestimulante diante do preço atual dos locativos e da alta carga tributária”, acrescenta.

Locação

Bushatsky: “É uma medida que pode derrubar a fiança e encarecer os aluguéis, porque as outras opções de garantia custam dinheiro”

Bushatsky detalha outros aspectos econômicos e o risco de a figura do fiador ser até extinta, apesar de ser uma garantia que existe e é usada há milhares de anos. “É uma medida que pode derrubar a fiança e encarecer os aluguéis, porque as outras opções de garantia custam dinheiro e podem ter eficácias um tanto limitadas”, alerta. O depósito, por exemplo, tem valor limitado a três aluguéis. O título de capitalização tem sido contratado em valores equivalentes a entre oito e dez aluguéis. E no caso do seguro fiança, depende da aprovação do cadastro do inquilino e também da disponibilidade e do planejamento de cada seguradora. “Afinal, são as empresas que definem quanto atuarão no mercado”, lembra.

Expectativa Apesar dos sinais de alerta no mercado, o advogado vê uma “luz no fim do túnel”. Em sua opinião,

Mifano: “Decisão traz de volta a insegurança jurídica afastada pela legislação do inquilinato, impactando todas as atividades imobiliárias” 44

a decisão do STF será superada. “Não é a primeira vez que sai uma decisão com esse teor e que, depois, é superada. Com todo o respeito a quem as proferiu, são decisões estranhas ao entendimento normal”, defende. Também pesa contra a decisão, segundo ele, o fato de a sociedade ser amplamente favorável à figura do fiador, que é aprovada tanto por locadores como por locatários. “A medida me pareceu danosa em todos os sentidos. Infringe a lei, custa mais e não é o que as pessoas querem, tanto é que jamais se alterou a lei. Não acredito que a sociedade queira uma decisão dessas. Desde 1991, há outras modalidades de garantia, mas cerca de 50% das locações celebradas no País têm como garantia o fiador. Além de ser uma tradição e não ter custos, é uma medida que funciona, por isso é que todos a usam. O locador recebe o que lhe é devido. Por que jogar isso fora?”, questiona. « Revista Secovi-SP

Revista Secovi-SP

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Interior

Estoque em baixa, oportunidades em alta A tendência de queda na oferta de unidades residenciais cria possibilidades para atender o mercado imobiliário do interior paulista Luciana Ferreira

O

s Estudos Secovi do Mercado Imobiliário do interior paulista divulgados no primeiro semestre deste ano trouxeram algo em comum: a redução significativa do esto46

que de imóveis nas cidades onde foram realizados. Em muitos casos, a queda chegou a surpreender. Em São José do Rio Preto, por exemplo, o levantamento, realizado pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) em parceria com a Robert Michel Zarif Assessoria Econômica, apurou, em maio de 2018, a oferta de 819 unidades disponíveis para venda na cidade. O montante corresponde a uma redução de 66,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando haviam 2.454 unidades

não comercializadas. Alessandro Nadruz, diretor regional do Secovi no município, observa que a redução acentuada do estoque pode representar algumas dificuldades para o futuro. “Basta um aquecimento maior na economia e toda essa oferta será consumida rapidamente. O setor imobiliário é diferente do automotivo, por exemplo: a execução de uma obra leva de três a cinco anos para ser concretizada. Por isso, esperamos que o mercado imobiliário seja fortalecido em breve, para que os lançamentos Revista Secovi-SP

Foto: Ademir Brito PMSJC

Interior

possam ser retomados e a população conte com mais opções de imóveis”, aponta. Outra situação relevante ocorreu em São José dos Campos, que encerrou abril de 2018 com a oferta de 1.234 unidades disponíveis para a comercialização. O montante corresponde a uma redução de 42% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando houve o registro de 2.114 imóveis não comercializados. “É importante observar os números sob a ótica da oportunidade, ou seja, poucos lançamentos representam novas chances a médio prazo. Em razão do déficit de moradias existente e da ausência de novos lançamentos, houve uma baixa considerável no estoque. Cria-se, automaticamente, a necessidade de suprir a demanda habitacional de curto e médio prazos, considerando o fato de Revista Secovi-SP

que a economia do País caminha para a normalidade e a procura por imóveis, tanto para a aquisição quanto para investimentos, será retomada e fortalecida”, analisa Frederico Marcondes César, vice-presidente do Interior do Secovi-SP e diretor regional do Secovi na Região Metropolitana do Vale do Paraíba. Em Piracicaba, o estudo revelou a oferta de 1.777 unidades disponíveis para venda em março de 2018. O montante corresponde a uma redução de 28,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando haviam 2.474 unidades não comercializadas. “A redução no estoque de imóveis leva a uma estabilização de preços, inclusive, com viés de alta desses valores, pois a oferta é menor. Ao mesmo tempo, há muitas empresas locais e de âmbito nacional buscando oportunidades e prospectando áreas para implementar empreendimentos”, comenta Angelo Frias Neto, diretor do Secovi-SP e presidente do Conselho Consultivo da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). “Para nós, essas movimentações mostram que o mercado está em processo de aquecimento e há uma clara demonstração de confiança no processo de retomada do setor imobiliário”, diz. Em Bauru, não foi diferente. O estoque de imóveis do município baixou de 2.462 unidades em 2016 para 2.158 unidades no ano passado, uma queda de

12% quando comparada ao período anterior. Os apartamentos de 2 dormitórios econômicos destacaram-se nesse universo, seguidos pelos de 3 dormitórios, 1 dormitório econômico, 2 dormitórios e 4 dormitórios. De acordo com o diretor regional do Secovi em Bauru, Riad Elia Said, a cidade tem passado por um importante processo de desenvolvimento nos últimos anos, mesmo diante da crise econômica nacional, o que ajuda a explicar a redução no estoque. “O crescimento está sendo impulsionado pelos lançamentos, principalmente de econômicos, maior acesso ao crédito imobiliário devido à redução nas taxas de juros, e pela chegada de dois novos cursos de Medicina à cidade, que elevaram a demanda na região”, explica Said, que prevê um mercado aquecido no município no segundo semestre deste ano e também em 2019.

Janela de possibilidades Para os especialistas da área, os números do Estado falam por si quando o assunto é oportunidade. Segundo levantamento da Fundação Seade, a população do interior paulista quase dobrou de tamanho entre 1980 e 2016, passando de 16,5 milhões para 31,7 milhões de habitantes (crescimento de 93%). Em junho, durante o Secovi Debate, programa de entrevistas exibido 47


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Interior

Interior

dados, mas os processos podem ser simplificados”, afirmou o parlamentar durante a entrevista, mediada pela jornalista Denise Campos de Toledo. Marcondes César também defendeu a simplificação de procedimentos para agilizar as oportunidades, retomar os lançamentos e promover o crescimento do setor. “Se vendermos nessa velocidade atual, sem euforia, o estoque será suficiente para um período de doze meses. Considerando que uma produção imobiliária leva em média quatro anos para ser concretizada, imagine o tamanho do gargalo que vamos ter. Estamos criando uma demanda reprimida. Quando o mercado estiver aquecido, teremos seguramente uma elevação de preços devido à escassez de produto. Então, entendo que este é o momento da retomada”, avalia. Estudar a real necessidade de mercado e oferecer um produto diferenciado é a chave para se destacar neste competitivo ce-

Região (Estoque)

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2016

nário, afirma Alessandro Nadruz. “As pessoas gostam de morar perto dos lugares que frequentam no dia-a-dia. Em Rio Preto, teremos um lançamento neste ano que congrega unidades de 3 dormitórios e ao mesmo tempo apartamentos para solteiros, com lojas comerciais no térreo, como cafeteria, petshop, restaurante. Essa estrutura traz praticidade tanto para as famílias quanto para o indivíduo que mora sozinho”, acrescenta. Em Bauru, as oportunidades podem ser vistas em extremos diferentes. “Há mercados para apartamentos de 2 dormitórios econômicos como para negócios comerciais com valores que ultrapassam os milhões de reais”, diz Riad Elia Said, que cita a alta do dólar como um incentivador do interesse de empresários chineses por terras na região. A íntegra dos estudos mencionados na reportagem e demais pesquisas realizadas pela entidade estão disponíveis no portal Secovi, em Pesquisas e Índices. «

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semanalmente na página do Sindicato da Habitação no Facebook e no canal do YouTube, Frederico Marcondes César discutiu as oportunidades de crescimento do Interior com o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), ex-secretário de Agricultura e Abastecimento e também da Habitação do Estado de São Paulo. “Existe uma demanda de expansão muito grande nesta região. Universidades de primeira grandeza, mão de obra qualificada, custo de vida mais baixo – seja para locação, compra de imóvel, alimentação, vestuário –, acessos rodoviários e ferroviários, infraestrutura e mobilidade urbana”, elencou, durante a conversa. Para Arnaldo Jardim, desburocratizar é o caminho para encurtar o tempo de maturação de projetos e promover o desenvolvimento. “As prefeituras podem fazer isso. Ter um balcão único para tratar de projetos, simplificando a tramitação. E não estamos falando aqui de abrandar nada. Não é deixar de exigir cui-

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16ª edição da Campanha Pé Quente São Paulo, organizada pelo Ampliar – programa de responsabilidade social do Secovi-SP –, angariou um total de 12.865 peças, entre roupas, calçados, cobertores e outros itens, que serão destinados a 18 instituições cadastradas pela ONG. Diversas ações contribuíram para o sucesso da campanha. Uma delas foi a tradicional Carreata do Agasalho, realizada dia 10 de junho, mobilizando mais 50

de 60 pessoas, entre colaboradores do Secovi-SP e do Ampliar, familiares e demais voluntários, que percorreram as ruas dos Jardins e de Cerqueira Cesar, na capital paulista, e arrecadaram 6.995 peças. Os postos de coleta em administradoras e condomínios também tiveram importante participação na iniciativa, como a administradora Souza e Reis, que doou 1.356 peças. Inspirada na campanha do Ampliar, a Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Ad-

Ações da campanha Pé Quente São Paulo arrecadam mais de 12.800 peças em benefício de 18 instituições cadastradas pelo Ampliar ministradoras do Grande ABC), representante regional do Secovi-SP no ABC, e o Big Riso – programa de responsabilidade social da construtora MBigucci – também promoveram a Carreata do Agasalho. Pelo sexto ano consecutivo, os voluntários percorreram as ruas de São Bernardo do Campo no dia 24 de junho e coletaram 6.380 peças, que foram entregues ao Lar Pequeno Leão, instituição que atende em regime de acolhimento crianças e adolescentes em situação de risco social. « Revista Secovi-SP

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Área Cível Marta Cristina Pessoa OAB/SP 108.073

Especial

O departamento Jurídico do Secovi-SP esclarece dúvidas sobre convocação de assembleia, recusa de pagamento da cota condominial e desconto no salário por danos causados por empregado.

1

É válida a convocação de assembleia realizada por condôminos que não representem ¼ da totalidade do condomínio, mesmo que a Convenção disponha de forma diversa? Não. Segundo determinam os artigos 1.350, §1º, e 1.355, do Código Civil, as assembleias gerais extraordinárias podem ser convocadas pelo síndico ou por ¼ (um quarto) dos condôminos quites com o condomínio, o que se comprova por abaixo-assinado. Os referidos artigos não dão margem de liberdade para que os condomínios, por meio de suas Convenções, editem regência diversa da dele, no que toca ao quorum necessário e seus imprescindíveis fundamentos, pelo que deve ser entendido como uma disposição obrigatória, conforme menciona julgamento do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo): AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONDOMÍNIO. CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA. AÇÃO ANULATÓRIA. TUTELA DE URGÊNCIA PARA SUSPENDER A REALIZAÇÃO DA ASSEMBLEIA. CONVOCAÇÃO QUE NÃO FOI FEITA POR 1/4 DOS CONDÔMINOS. EXEGESE DO ART. 1.355 DO CC E DA CONVENÇÃO CONDOMINIAL. ELEMENTOS QUE EVIDENCIEM A PROBABILIDADE DO DIREITO E O PERIGO DE DANO. ART. 300 DO NOVO CPC. Réu que admite na minuta recursal que a convocação da assembleia extraordinária não foi assinada por, pelo menos, 1/4 dos condôminos. O fato de a assembleia pretender defender interesse dos moradores, proprietários ou não, diante dos alegados prejuízos causados pela administração do atual síndico não tem o condão de permitir a convocação de assembleia condominial extraordinária por menos de 1/4 dos condôminos. Presentes elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano, de rigor a concessão da tutela de urgência (art. 300 do

Botoeiras

novo CPC). Recurso desprovido. (TJSP; Agravo de Instrumento 2134542-28.2017.8.26.0000; Relator (a): Gilberto Leme; Órgão Julgador: 35ª Câmara de Direito Privado; Foro de São José do Rio Preto - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 23/10/2017; Data de Registro: 1º/11/2017).

Botoneras

3 Como agir num caso em que o condômino se recusa a efetuar o pagamento da sua quota condominial, por entender que é isento devido à idade avançada? Conforme dispõe o artigo 1.336 do Código Civil, o pagamento da cota condominial se aplica a todos os condôminos, sejam eles titulares das unidades (proprietários) ou não (inquilinos ou cessionários). Nos termos dos artigos 2º e 3º da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), o idoso possui todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, assegurando-lhe todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Contudo, “facilitar” não significa “isentar” o idoso do pagamento de suas obrigações, cabendo ao síndico instituir a cobrança IN

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Revista Secovi-SP

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para todas as unidades, independentemente da idade do condômino por ela responsável.

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R eO vMiUsNt a S e c o v i - S P

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Recomendado para síndicos, zeladores, gerentes prediais e condôminos.

Tira-dúvidas

1 Área Trabalhista Carlos Alberto Azevedo OAB/SP 195.698

O empregador pode descontar do salário de um empregado o custo dos danos por ele provocados? Como regra geral, quem assume os riscos da atividade econômica é o

empregador. Já o artigo 462 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) prescreve que o empregador somente pode efetuar desconto nos salários do empregado em virtude de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Contudo, o parágrafo primeiro do mesmo artigo da CLT permite o desconto de danos causados pelo empregado, desde que tenham ocorrido por culpa do mesmo (imprudência, negligência ou imperícia) e que haja expressa previsão de ressarcimento no contrato de trabalho. Se o empregado causar o dano propositalmente, o desconto do ressarcimento poderá ser feito independente de previsão no contrato de trabalho.

2 Qual é o limite de valor que poderá ser descontado do empregado para ressarcimento dos danos que venha a causar?

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A legislação é omissa quanto a esse particular. Porém, existe entendimento baseado na regra prevista no artigo 1º, parágrafo primeiro, da Lei 10.820/2003, que permite que o trabalhador comprometa até 35% (trinta e cinco por cento) da sua remuneração básica para pagamento de empréstimo consignado e cartão de crédito. Daí se extrai a analogia para limitar o desconto de ressarcimento dos danos causados pelo empregado em até 35% da remuneração básica do empregado. Contudo, recomenda-se cautela ao empregador em virtude da natureza alimentar do salário, podendo referido ressarcimento ocorrer de forma parcelada.

FAÇA O DOWNLOAD:

3 Caso o empregado seja demitido, o empregador poderá efetuar o desconto dos danos causados das verbas rescisórias? Nessa hipótese, a lei expressamente impõe como limite o valor equivalente a 1 (um) mês de remuneração do empregado (artigo 477, §5º, da CLT).

Este espaço é um canal permanente para esclarecer questões relacionadas ao dia a dia das atividades imobiliárias. Envie suas dúvidas para o e-mail juridico@secovi.com.br 54

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Dicas e indicadores que facilitam a administração do seu condomínio Total Geral Var% ICON

Mês

12 Ano meses

Pessoal/Encargo Var% ICON 12

Tarifas Var% ICON

Mês Ano meses

12 Mês Ano meses

Índice Base Dez/01 = 100,000 Manut. de equipamentos Var% ICON 12

Conservação e limpeza Var% ICON 12

Mês

Ano meses

Mês

ICON

12 Ano meses

Mês

JUN/17

310,898 -0,06 -0,36 4,85

336,656 0,00

0,00

8,63

268,274 0,43

0,25

-1,10

296,061 -0,67 -1,97 -0,78

266,499 -0,61 -1,97 -1,28

256,809 -0,67 -1,97 -0,78

JUL/17

310,845 -0,02 -0,38 5,00

336,656 0,00

0,00

8,63

270,345 0,77

1,03

0,85

293,930 -0,72 -2,67 -1,68

264,478 -0,76 -2,71 -2,34

254,960 -0,72 -2,67 -1,68

AGO/17

310,877 0,01 -0,37 4,98

336,656 0,00

0,00

8,63

270,345 0,00

1,03

0,85

294,224 0,10

-2,57 -1,72

264,162 -0,12 -2,83 -2,55

255,215 0,10 -2,57 -1,72

SET/17

311,194 0,10 -0,27 5,05

336,656 0,00

0,00

8,63

270,345 0,00

1,03

0,85

295,606 0,47

-2,12 -1,46

265,854 0,64

-2,21 -2,05

256,414 0,47 -2,12 -1,46

OUT/17

316,842 1,81

1,54

1,63

346,226 2,84

2,84

2,84

270,345 0,00

1,03

1,03

296,198 0,20

-1,92 -1,42

265,729 -0,05 -2,25 -2,15

256,927 0,20 -1,92 -1,42

NOV/17

320,137 1,04

2,60

2,70

346,226 0,00

2,84

2,84

285,744 5,70

6,78

6,78

297,738 0,52

-1,41 -0,88

266,225 0,19

-2,07 -1,72

258,263 0,52 -1,41 -0,88

DEZ/17

320,684 0,17

2,77

2,77

346,226 0,00

2,84

2,84

285,744 0,00

6,78

6,78

300,388 0,89

-0,53 -0,53

268,311 0,78

-1,30 -1,30

260,562 0,89 -0,53 -0,53

JAN/18

321,167 0,15

0,15

2,80

346,226 0,00

0,00

2,84

285,744 0,00

0,00

6,78

302,671 0,76

0,76

-0,41

270,311 0,75

0,75

-1,13

262,542 0,76

0,76 -0,41

FEV/18

321,813 0,20

0,35

3,00

347,155 0,27

0,27

3,12

285,744 0,00

0,00

6,78

302,883 0,07

0,83

-0,42

271,688 0,51

1,26

-0,40

262,726 0,07

0,83 -0,42

MAR/18

322,208 0,12

0,48

3,13

347,155 0,00

0,27

3,12

285,744 0,00

0,00

6,78

304,821 0,64

1,48

0,20

273,102 0,52

1,79

0,15

264,407 0,64

1,48 0,20

ABR/18

322,565 0,11

0,59

3,50

347,155 0,00

0,27

3,12

285,744 0,00

0,00

6,97

306,558 0,57

2,05

1,90

274,437 0,49

2,28

1,58

265,914 0,57

2,05 1,90

MAI/18

323,435 0,27

0,86

3,97

347,155 0,00

0,27

3,12

285,744 0,00

0,00

6,97

310,789 1,38

3,46

4,27

277,683 1,18

3,49

3,56

269,584 1,38

3,46 4,27

JUN/18

326,339 0,90

1,76

4,97

347,155 0,00

0,27

3,12

294,234 2,97

2,97

9,68

316,601 1,87

5,40

6,94

283,043 1,93

5,49

6,21

274,625 1,87

5,40 6,94

Folha de pagamento

Índices de preço

FGTS – AGOSTO/2018 (Data de recolhimento até 6/9/2018) 8% sobre o total da remuneração paga a cada empregado * Tabela de contribuição previdenciária de empregados e valores das cotas de salário-família fixados pela Portaria MF nº 15/2018, vigentes para o exercício 2018, a partir de 1º de janeiro.

Ano meses

Diversos Var%

PIS – AGOSTO/2018 (Data de recolhimento até 25/9/2018) 1% sobre a folha de salários

INSS – AGOSTO/2018 (Data de recolhimento até 20/9/2018)

*TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DE EMPREGADOS (R$) – A PARTIR DE 1º/1/2018 Até 1.693,72 = 8,00 %

Indicador

Mês

Ano

12 meses

IGP-DI

1,48

5,45

7,79

IGP-M

1,87

5,39

6,92

IPC

1,01

1,23

2,51

INPC

1,43

2,57

3,53

IPCA

1,26

2,60

4,39

INCC-DI

0,97

2,19

3,64

IR na fonte

De 1.693,73 a 2.822,90 = 9,00% De 2.822,91 a 5.645,80 = 11,00% Acima de 5.645,80 = Desconto máximo de R$ 621,04

Junho/2018

Variação - em%

Base de cálculo - em R$ Alíquota em %

Parcela a deduzir IR - em R$

Até 1.903,98

---

---

De 1.903,99 a 2.826,65

7,5

142,80

*SALÁRIO-FAMÍLIA – A PARTIR DE 1º/1/2018

De 2.826,66 a 3.751,05

15

354,80

Remuneração mensal até R$ 877,67 = R$ 45,00

De 3.751,06 a 4.664,68

22,5

636,13

Acima de 4.664,68

27,5

869,36

Remuneração mensal de R$ 877,68 até R$ 1.319,18 = R$ 31,71

56

Fonte: FGV, Fipe, IBGE Elaboração: Departamento de Economia Secovi-SP

DATA

Mês: Junho/18

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Obs.: Ano-calendário de 2017 Fonte: Receita Federal

Icon Secovi-SP (Índice de Custos Condominiais)

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Mundilev

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Sat Admistração e

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Real Industrial SP

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Start do Brasil

Terceirização Eirelle

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70 Administradora | Nova Era Adm

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Adm Predial Frederico

59

Rumo Vertical

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Manutenção Predial/

MK Proteções Especiais 70

Santista SP

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Ltda

Super Sul

65

Cardoso Pinturas

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Total Sp

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Máquinas

Uniservice

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MJ Comércio

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Construções F. L. Vieira

Material de Construção

e Serviços

VSWA

70

72

Better Terceirização

73

ArtClean

72

Filtrolar

C. Lorenzo Terceirização 72 68

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Administradora | Sat Adm

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Prestação de Serviços

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Advogados

Administradora | Fonsi Adm

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