Comentário bíblico texto de ref liçao 9 4º trim

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Comentário Bíblico R.N. Champlin 9:8:1 Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; Se há um ser supremo, então seus recursos devem ser reputados como ilimitados. Se ele está interessado pelos homens, então deve ser considerado como alguém «disposto» a suprir as necessidades humanas. Paulo cria em ambas as premissas. «...fazer-vos abundar em toda graça...» Essa «...graça...» deve envolver tanto questões «físicas» como «espirituais». Para começar, a verdadeira doação é um serviço espiritual, porquanto é manifestação do amor divino no indivíduo, que o leva a ser caridoso para seus semelhantes. Portanto, o espiritual e o físico andam lado a lado neste particular. Notemos a natureza enfática deste versículo: de uma forma ou de outra, o termo grego «todo» é usado neste versículo por cinco vezes, e então por mais duas vezes no décimo primeiro versículo. Podemos abundar em «toda graça»; podemos desfrutar de «toda suficiência», em «toda boa obra». Além disso, notemos como a graça divina nos é conferida—deve «extravasar», conforme o verbo grego «perisseuo» indica. Portanto, há uma graça superabundante, mais do que suficiente. E isso no tocante tanto às coisas materiais como no que concerne às bênçãos e poderes espirituais. «...toda boa obra. . . » Não está em foco somente aquilo que envolve dinheiro. A promessa é que teremos suficiente poder aquisitivo, o bastante dos bens deste mundo, que seremos capazes de ser suficientemente «independentes» para servirmos nas questões espirituais, nas questões materiais, para podermos fazer o que é mister na causa de Cristo. Deus não nos promete aqui independência financeira absoluta, mas uma independência relativa, ao ponto da pobreza não ser opressiva e poder destruir nosso trabalho em favor de Cristo. «...ampla suficiência...» «Temos aqui a idéia de ‘auto-suficiência’, sendo esta uma das provas que Paulo estava familiarizado com o estoicismo, o que influiu em seu vocabulário. Isso expressa o conceito estóico dos sábios como quem é suficiente em si mesmo, de nada precisando e tendo tudo. “Mas aqui não está em foco o sentido de suficiência em bens materiais, mas sim, em qualidades morais, de mistura com a autoconsagração e a fé, que torna o ‘novo eu’ em Cristo independente das circunstâncias externas». (Vincent, in loc., em boa nota. Não nos devemos olvidar, porém, que a promessa não é meramente uma atitude que alguém toma, por mais necessário que isso seja, mas também é a promessa real de abundância econômica, a fim de que o crente não venha a ser impedido pela pobreza extrema, mas antes, possa ocupar-se do serviço de Cristo). 9:9: conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. As palavras «...como está escrito...» perfazem um refrão constantemente usado pelo apóstolo, que assim liga seus escritos do A.T., a fim de emprestar-lhes maior autoridade. Com esse artifício ele mostra que aprovava os ensinos do A.T. como uma coleção sagrada, que não contradizia sua mensagem. Portanto, Paulo defendia a continuidade do A. no N.T., como um princípio básico, ainda que, em sua época, o «cânon» do N.T. ainda não estivesse formado. Sem dúvida ele aceitava a idéia de que o cristianismo não é mera excrescência do judaísmo, mas antes, é um desenvolvimento e graduação do mesmo, porquanto o Messias do A.T. é o mesmo Cristo do N.T. (Quanto a notas expositivas completas sobre essa expressão, onde há uma lista de referências onde a mesma se encontra nos escritos de Paulo, ver Rom. 3:10). A citação aqui feita por Paulo foi extraída de Sal. 112:9, segundo a versão da Septuaginta (tradução do original hebraico do A.T. para o grego, completada cerca de duzentos anos antes da era cristã). Tal como aqui, o tema desse salmo é o homem «justo». A frase «...a sua justiça permanece para sempre...» alude ao homem reto. No entanto, em Sal. 111:3, essa mesma frase é atribuída a Deus. Porém, afinal de contas, toda a justiça provém de Deus, e aquela que o crente possui lhe tem sido atribuída, ainda que de maneira real e vital, mediante a transformação de sua alma, e não apenas como uma declaração forense. (Ver as notas expositivas sobre esse assunto em Rom. 3:21). «...Distribuiu, deu aos pobres...» Isso era o que Paulo esperava exatamente da parte dos crentes coríntios, pelo que também essa citação tem uma aplicação excelente. Mostra o oposto da semeadura «mesquinha», que aparece no sétimo versículo. «...pobres...» No grego, «penes», «necessitado», derivado da raiz «penomai», que significa «trabalhar para viver», «labutar», e é relacionado com «peinao», «ter fome». Há uma relação natural entre aquele


que têm de trabalhar para viver e os pobres, pois, através de toda a história, é a classe humilde dos operários que compõe os pobres. Todavia, o termo grego «ptochos» significa «esmoler» e fala dos pobres abjetos, fazendo contraste com esta palavra. A palavra «pobre», aqui empregada, apesar de lingüisticamente relacionada à idéia de «labutar», simplesmente significa «pobre»; e aqueles que são pobres são os necessitados, precisando da ajuda ocasional daqueles que se encontram em melhor situação financeira. «...a sua justiça...» Essa expressão tem sido compreendida de diversas maneiras, a saber: 1. Seus atos justos, de doar aos pobres, continuarão enquanto ele viver, porquanto Deus sempre o suprirá com os meios para tanto. Isso mostra uma verdade, mas não é suficientemente elevada para o contexto. 2. Existe uma prosperidade que continuará a recompensar tal homem - enquanto ele viver e for liberal; mas, uma vez mais, tal interpretação não é suficiente. 3. A bondade desse homem sempre será lembrada entre os homens, por ter sido notável exemplo de benevolência. Essa interpretação está na mesma situação das duas anteriores, sendo orientada apenas materialmente. 4. A bondade desse homem será lembrada tanto por Deus como pelos Deus na vida futura. Essa interpretação chega quase a ser suficiente, embora não seja completa. 5. Os efeitos da benevolência do justo perdurarão geração após geração, e a bondade sobreviverá à iniqüidade. É uma verdade, mas está abaixo das exigências do contexto. 6. Antes, o homem que é transformado segundo a imagem de Cristo será possuidor de uma modalidade de justiça—a própria justiça divina, nele injetada—tornando-o possuidor da autêntica retidão. E isso esse homem manifestará ainda neste mundo, será lembrado e será possuidor eterno dessa forma de justiça. Pode-se notar que essas interpretações se originam de diferentes maneiras de compreender tanto o sujeito como o predicado da frase. Que é a «justiça» aqui? Serão meramente as esmolas, uma justiça prática, ou está em foco mais do que isso? Pensamos que mais está em foco. Além disso, o que significará «permanece»? Estará em vista somente esta existência física ou também a vida celestial, nas esferas espirituais? Pensamos que essa justiça deve estender-se até ao mundo celeste. E isso mostra que a sexta interpretação é a correta. Deve estar em foco a justiça de Deus, porquanto não há outra justiça aceitável, segundo as bases neotestamentárias. 9:10: Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça, A fonte da semente usada pelo semeador é Deus: A origem do pão, do sustento físico, é Deus. Deus, pois, é aquele que pode suprir e que realmente suprirá os recursos de um homem, a abundância da safra, de tal modo que tal homem possa dar abundante e generosamente e possa estar certo de possuir muito em excesso para si mesmo. Essas palavras fazem-nos lembrar dos trechos de Is. 55:10 e Os. 10:12. E é bem possível que Paulo se tenha referido indiretamente a esses trechos bíblicos aqui. Deus nos dá os nossos «recursos». Se os usarmos corretamente, então «multiplicaremos» aqueles mesmos recursos, garantindo um suprimento extra, até mesmo no caso do doador mais liberal. Outrossim, existe uma colheita da justiça, algo que resulta da «semeadura abundante». Deus «...multiplicará...» essa colheita ao ponto em que aquele que tiver «semeado», isto é, tiver dado a outros, ainda terá muito para si mesmo, de tal modo que jamais possa ser empobrecido por suas doações. Ora, Paulo queria que reconhecêssemos que Deus é quem controla todos esses fatores. Eles não estão em nossas mãos. Em nosso poder está somente o semear, mas não o «multiplicar», como também não podemos garantir a colheita. Esta está sujeita a condições fora do nosso controle. Pois a luz do sol e a água, bem como o solo fértil, só podem ser providos pela providência divina, embora o homem possa aprimorar as condições naturais. Assim também, no terreno espiritual, a multiplicação da semente, o crescimento e a colheita final estão nas mãos de Deus; e podemos estar certos de que se semearmos com abundância, Deus também fará sua parte com liberalidade. Ο indivíduo que já teve a experiência da semeadura e da colheita não teme semear, e semear abundantemente; pois terá aprendido que a colheita depende da abundância da semeadura. Portanto, livre e alegremente ele se põe a semear, não se importando com o custo da semente, e nem quanto trabalho tem de investir na empreitada. Pois estará antecipando a colheita, sabendo que a safra virá


certamente, já que existem condições próprias para garanti-la. Paulo queria que soubéssemos que, na esfera espiritual, as «condições próprias» também existem para a colheita, porquanto elas se encontram nas mãos de Deus. Porém, Deus requer de nós a semeadura. A sabedoria ensina-nos que devemos semear com abundância, se queremos que Deus nos dê uma safra farta. O que Paulo queria dizer é que a semeadura abundante jamais arruinará o semeador. Bem pelo contrário, é justamente isso que garante uma colheita rica. As leis naturais e as leis espirituais operam da mesma maneira. (Sobre a questão de toda a abundância e do fato que o sustento físico vem de Deus, comparar com o trecho de Dt. 8:16,18). «.. .multiplicará os frutos da vossa justiça ...» Esses «...frutos...» representam as bênçãos divinas, primariamente de natureza «física», aqui, embora a mensagem geral do oitavo versículo nos proíba de limitar essa multiplicação prometida às meras realidades físicas. E interessante que os frutos são multiplicados tanto para os pobres como no caso dos doadores. A «...justiça...», segundo a definição que há no nono versículo, enfatiza aquela retidão que resulta no suprimento para as necessidades físicas dos pobres, de tal modo que as próprias esmolas possam ser chamadas de «justiça». 9:11: enquanto em tudo enriqueceis para toda a liberalidade, a qual por nós reverte em ações de graças a Deus. «Temos aqui uma breve declaração final sobre o que fora dito. Se os crentes coríntios dessem generosamente, completando a coleta, pela graça e dom de Deus haveriam de ser enriquecidos em todas as facetas de sua vida—espiritual e material—com o propósito de prosseguirem para toda a forma de liberalidade. Paulo então adiciona um ponto que será mais desenvolvido nos próximos versículos, a saber, que aquela dádiva, foi conduzida a Jerusalém, e que os beneficiários interpretaram como dada ‘através de nós’ (isto é, através de Paulo e outros, que a levariam), ‘produziria’, nos seus recebedores, a ‘gratidão a Deus’, em prol das doações e dos doadores». (Filson, in loc.). «.. .generosidade...»(Quanto a notas expositivas sobre essa palavra, ver II Co. 8:2). A expressão «toda generosidade», ou «toda forma de generosidade», indica que haverá uma atitude recíproca de generosidade, por parte dos crentes de Jerusalém, para com os crentes coríntios. Os crentes de Jerusalém não seriam capazes de dar sustento físico a outros, mas teriam um espírito mais generoso. O próprio ato de dar promoveria um espírito mais livre e extrovertido, mediante o que não somente bênçãos físicas seriam conferidas a outros, mas também bênçãos espirituais. De todo o modo como um espírito gentil e generoso puder beneficiar ao próximo, nosso bom exemplo produzirá tal multiplicação de bênçãos. Alguns consideram os versículos nono e décimo como um parêntesis, visto que a gramática em que foi vazado o décimo primeiro versículo se adapta melhor ao oitavo versículo. Isso faz bom sentido, mas a falta de acordo gramatical não nos deveria surpreender, nas páginas do N.T., sobretudo quando nos lembramos que Paulo estava ditando, podendo fugir facilmente da concordância verbal exata, como poderíamos desejar. Assim sendo, a expressão «sendo enriquecidos», embora no caso nominativo, poderia vincular-se ao antecedente «vós» (genitivo), pois isso poderia facilmente resultar do ditado. Enciclopedia R.N Champlin SEMEADURA E COLHEITA, LEI DA Gál. 6: 7: Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Considerações preliminares: A metáfora baseada na vida agrícola: a. Comparar essa metáfora com o trecho de GI. 5:22. Muitos dos leitores originais de Paulo, estavam perfeitamente cônscios do labor árduo envolvido na produção de uma safra abundante. Sabiam que a safra produzida tinha paralelo direto com o labor dispendido. b. Também sabiam que as ervas daninhas e as enfermidades podiam ameaçar ou mesmo destruir completamente a colheita.


c. Além disso, sabiam bem como uma colheita abundante poderia ser obtida, se fossem envidados os esforços apropriados, e quão agradável, encorajadora e preciosa poderia ser uma colheita assim. Características Dessa Lei a. Ela não é contrária ao principio da graça. De fato, a graça a requer, pois aquele a quem muito é dado, muito é requerido. A graça nos confere os meios para colhermos abundante safra espiritual. b. Essa lei regulamenta a liberdade cristã e nosso relacionamento com os crentes mais fracos. Ninguém pode servir a si mesmo, exibindo seus direitos, e esperar ter uma boa colheita. Essa lei envolve "responsabilidade" na vida, e não o desregramento (conforme se vê no contexto presente). c. Ela tem vinculações com O tribunal de Cristo (ver 11 Cor. 5:10). d. Ela se relaciona com as recompensas e as coroas (ver o artigo a respeito, ver 11 Tim. 4:8). e. Ela não permite a idéia de estagnação espiritual. Quando entrarmos no estado eterno, de conformidade com aquilo que tivermos feito, receberemos certo nível de glorificação. Todavia, esse estado estará perenemente sujeito a aprimoramento, pois todos os eleitos, finalmente, terão toda a plenitude de Deus (ver Ef. 3: 19), pois, do contrário, o corpo de Cristo seria enfermiço e imaturo, o que significa que a glória de Cristo ficaria diminuída. Considerações 1. O julgamento será de conformidade com as obras dos homens. Sempre é declarado, no caso de crentes e incrédulos igualmente, que os homens serão julgados de acordo com suas obras. Isso faz parte da lei universal da colheita segundo a semeadura. (Ver o artigo sobre as Obras). A própria natureza da Iiberdade, conforme o N.T. olha para as coisas, mostra que é preciso envolver uma correta moralidade, porquanto se ela chegar a ser perdida, o indivíduo imediatamente será reduzido à posição de escravo do pecado, de Satanás e do próprio "eu". 2. Temos aqui uma lei. Paulo ilustra isso com base no mundo natural. Todos sabem, sem importar se são agricultores ou não, que um homem só pode colher aquilo que semear. A semente que ele lançar na terra determinará o tipo de planta que crescerá; e a sua diligência determinará a extensão do crescimento e da fruição de sua lavoura. A negligência e a semeadura de sementes defeituosas naturalmente resultarão em ausência de safra ou em uma colheita inferior. Se alguém plantar ervas daninhas, naturalmente só colherá ervas daninhas. Além disso, existem outras leis naturais que também entram em cena, como a lei da gravidade. O poder da lei da gravidade é permanente, e tudo neste mundo está sujeito à mesma, enquanto daqui não for tirado. Seria realmente de estranhar que, no mundo espiritual, certas leis não funcionassem. Paulo já nos mostrou duas dessas leis espirituais, a saber: um homem será julgado segundo as suas obras; e um homem colherá aquilo que semear. Semeai um hábito, e colhereis um caráter. Semeai um caráter, e colhereis um destino. Semeai um destino, e colhereis...Deus. (Prof Huston Smith). 3. Qual é a necessidade dessa lei? Sem essa lei, não poderia haver esperança alguma da verdade e da bondade serem vencedoras na guerra contra a falsidade e a maldade. Essas leis garantem a vitória final do bem sobre o mal. Também nos asseguram, a nós que nos encontramos na luta em prol da vida piedosa, que essa maneira piedosa de viver é digna de ser vivida, a despeito de quaisquer vantagens temporárias que a vida de pecado nos oferecer. Essas leis nos dão a certeza de que a luta contra o mal vale a pena; pois, de outra maneira, nunca poderíamos ter certeza de que não há vantagem vivermos para o próprio eu e para a carne. Precisamos ter a certeza de que em algum lugar, em algum tempo, os piedosos serão herdeiros do reino eterno de Deus, de que os piedosos triunfarão. Ora, essas leis garantem tal resultado para nós. 4. Provas da existência de Deus e da alma. As leis morais servem de provas tanto da existência de Deus como da existência da alma. E óbvio que, nesta esfera terrena, a justiça nem sempre é feita, que a recompensa nem sempre é recebida. Por conseguinte, deve haver uma esfera, além da morte física, onde ajustiça impere. Deve haver um Juiz, dotado de capacidade e poder suficientes, bem como de inteligência,


capaz de fazer os homens receberem a retribuição positiva e negativa, segundo suas obras boas ou más, respectivamente. Ora, Deus é exatamente esse ser. Além disso, deve haver aqueles que receberão a recompensa ou o castigo; porquanto, em caso contrário, o mundo será um autêntico caos. Ora, a imortalidade garante isso. Todo o ser humano sobrevive à morte física, estando sujeito então ao castigo ou à recompensa eternos. A lei moral garante a imortalidade. E somente essa proposição concorda com a razão e a intuição, para nada dizermos sobre a revelação divina. Essa é uma verdade tremenda, à qual devemos dar cuidadosa atenção, visto que todo o nosso bem-estar depende dela Cada dia que amanhece é uma nova oportunidade de semearmos o bem, assim como de recolhermos o bem-estar. Por semelhante modo, cada dia pode ser desastroso para nós, pois podemos estar fazendo aquela espécie de semeadura que finalmente nos prejudicará eternamente. A vida, assim sendo, não é nenhum jogo. Antes, é uma questão seríssima, com regras fixas sérias, às quais, todos nós precisamos nos sujeitar. 5. A vida não é nenhum jogo. O que se conclui do ponto anterior é que a vida não é um jogo, porquanto existem leis e regras bem definidas que controlam a existência. O resultado não depende de meras chances. Antes, quaisquer que sejam os resultados, tudo é conseqüênciado que fazemos e daquilo em que nos tornamos. Não, a vida não é um jogo. Pelo contrário, é um investimento. Algumas pessoas se arriscam durante a vida inteira como se fossem viciadas no jogo. Consideremos, nesse particular, a parábola dos "talentos", em Mat. 25: 14-29. Um homem recebeu cinco talentos. Esse não foi jogar com os mesmos, mas antes, investiu-os. Um outro homem recebeu dois talentos. Esse também não se pôs a jogar; antes, investiu a importância de que fora encarregado. E o seu investimento mostrou-se frutífero, porquanto duplicou os seus recursos. Um terceiro homem, porém, que recebera apenas um talento, resolveu não investi-lo. Simplesmente guardou-o em lugar oculto; mas isso era contrário à confiança que seu senhor depositara nele. Sabia que seu senhor era homem severo e exigente; no entanto resolveu "jogar" com a possibilidade de que, de alguma maneira, embora estivesse fazendo o que sabia que desagradava ao seu senhor, haveria de pelo menos não perder o seu talento. E sua esperança era de que seu senhor fosse não "justo", mas, de alguma maneira, "condescendente", agindo de forma contrária a toda a justiça. Porém, seu jogo e especulação falharam. Seu senhor ficou muito indignado com ele e lhe tomou seu único talento; e um severo castigo foi o que aquele homem recebeu. O senhor daqueles três homens não se deixou zombar. O servo desviado e infiel não pode modificar as regras. Outro tanto sucede com todos os homens, universalmente; todos recebem um depósito sagrado, uma missão sem-par a cumprir, nesta vida terrena e por toda a eternidade. Cada ser humano será chamado a prestar contas exatas de como ele usou ou abusou de seu elevadíssimo privilégio de possuir a vida, e até mesmo a vida eterna. Quando eu chegar ao fim do meu caminho, Quando eu descansar no fim do dia da vida, Quando 'bem-vindo! 'eu ouvir Jesus dizer, Oh, isso será a aurora para mim! Quando, em sua beleza, eu vir o Grande Rei, Unidos aos seus remidos, para entoar seus louvores, Quando eu unir a eles os meus tributos, Oh, isso será a aurora para mim! Aurora amanhã, aurora amanhã, Aurora na glória, espera por mim; Aurora amanhã, aurora amanhã, Aurora com Jesus, pela eternidade. (W.C. Poole).


6. Importância da atitude acolhedora dos aprendizes, no ensino. Paulo muito se preocupava com a "apostasia", dos crentes gálatas. Não sabia ele até que ponto essa apostasia tinha ido. Porém, sabia que o fato de estarem se voltando para os falsos mestres e para as doutrinas errôneas só poderia ser-lhes prejudicial, e que teriam de colher uma safra amargosa. Queria que não se enganassem a si mesmos, e nem fossem iludidos por outros. Faz extraordinária diferença aquilo em que alguém acredita, pois isso é capaz de determinar o que alguém faz. Os crentes gálatas haviam negligenciado o diligente ministério de ensino do apóstolo Paulo; e isso não podiam fazer sem se prejudicarem, porquanto ele era o ministro de Deus a eles enviado, e eles tinham a responsabilidade de dar atenção à sua mensagem. Não vos enganeis. No grego temos a palavra "planao", que significa "levar alguém a desviar-se"; "desviar-se" (na voz passiva), ainda que, nos escritos de Paulo, sempre signifique "enganar". (Ver I Cor. 6: 9; J5: 33; Jl Tim. 3: 13 e Tito 3:3). O engano em que os crentes gálatas laboravam era tanto autoprovocado como induzido por outros. Permitiam que os falsos mestres os iludissem, e eles mesmos permitiam, propositadamente, que os seus sentidos se embotassem, o que os levava a se desviarem do caminho de Cristo. 7. Torcendo o nariz para Deus: "...de Deus não se zomba..." No grego é "mukterizo ", que, literalmente, significa "torcer o nariz para", ou seja, "ridicularizar", ou, em alguns casos, "ignorar". No presente texto, essa palavra parece não significar "ridicularizar", e, sim, indicar um tipo de atitude que procura ignorar as leis de Deus com impunidade. Trata-se de uma espécie de tentativa de ser mais "esperto" do que Deus de evadir-se da punição natural e necessária por motivo dessa forma de ação. Porém, conforme o apóstolo dos gentios nos assegura, ninguém pode escapar dessa maneira, e a própria razão e a intuição nos dão a certeza da mesma verdade, para nada dizermos acerca da revelação divina. 8. Contribuindo para o sustento dos ministros da Palavra. Este versículo segue-se imediatamente à ordem de darmos aos ministros do evangelho o seu sustento devido. Essa é uma das coisas exigidas dos crentes; e, se for negligenciada por eles, redundará em juízo. Porém, se um crente semear apropriadamente nesse particular, será apropriadamente recompensado em sua colheita, tanto na forma de bênçãos materiais como na forma de vantagens espirituais. Isso faz parte integrante do sentido do versículo, ainda que o verdadeiro sentido seja universal, aplicando-se a todas as questões da vida diária. Assim, pois, aquele que semear liberalmente, também colherá liberalmente, e aquele que semear com parcimônia também colherá com parcimônia. (Comparar Com o trecho de 11 Cor. 9:6, que fala sobre o mesmo tema da liberalidade nas nossas ofertas para o trabalho de Deus). 9. A colheita é certa e exatamente de acordo com a semeadura. No dizer de Rendal (in loc.): "Ninguém pode usar de desonestidade com Deus, porquanto ele conhece todos os pensamentos e intuitos do coração". 10. Zombar de Deus é ato que só existe, realmente, na intenção do homem. Na realidade, porém, ninguém pode zombar do Senhor. Não existe tal coisa. E essa verdade intensifica o impacto do presente versículo. 11. Ceifará. Uma das verdades envolvidas nessa palavra é a da "ceifa", no fim da presente ordem de coisas. Mas cada dia certamente envolve a questão da colheita segundo a semeadura. O sentido escatológico, entretanto, parece ocupar a posição central aqui. (Comparar com Mat. 13:39). Este sétimo versículo forma uma das medidas que nos salvaguardam a santidade e a liberdade em Cristo. A santidade nos é garantida pela lei universal da colheita segundo a semeadura, o que pode ser aplicado a todos os seres humanos. (Ver as notas expositivas, em Gl. 5: 15 no NTI, acerca das várias salvaguardas, no contexto geral desta passagem).


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