Lição 8 o perigo de ser enganado por falsos profetas

Page 1

Lição 8 O perigo de ser enganado por falsos profetas. 21 de maio de 2017 Texto Áureo Jeremias 28.15 “E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve agora, Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. No texto áureo vemos Jeremias confrontando o falso profeta e suas mentiras, como cristãos temos o dever de pregar a verdade e ensinar a verdade e se opor às falsas doutrinas, falsos milagres, falsos ensinos, falsas profecias. Se calar também é consentir... Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá. (1Tm 4.13).

Verdade Aplicada Deus é quem dá a vida e é a fonte da verdade; o diabo destrói a vida e é o pai da mentira. Objetivos da Lição Ensinar que a mentira é uma arma do diabo; Revelar que a mentira pode destruir uma nação; Mostrar que Deus não conta com homens mentirosos na Sua obra. Glossário Árdua: Custosa, difícil, espinhosa, trabalhosa; Jugo: Barra de madeira, pela qual dois animais são unidos, pelo pescoço ou cabeça, para o trabalho; sujeição; Similar: Igual, mesma estrutura. Leituras complementares Segunda-Feira – Jeremias 28:1 28 : 1 No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no quarto ano, no quinto mês, Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeom, me disse na casa do Senhor, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo; Terça-Feira – Jeremias 28:2 28 : 2 Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eu quebrarei o jugo do rei da Babilônia. Quarta-Feira – Jeremias 28:3 28 : 3 Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar os utensílios da casa do Senhor, que deste lugar tomou. Nabucodonosor, rei de Babilônia, levando-os para Babilônia. Quinta-Feira – Jeremias 28:4 28 : 4 Também a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, e a todos os do exílio de Judá, que entraram em Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor, pois quebrarei o jugo do rei de Babilônia. Sexta-Feira – Jeremias 28:10 28 : 10 Então Hananias, o profeta, tomou o canzil do pescoço do profeta Jeremias, e o quebrou. Sábado – Jeremias 28:11 28 : 11 Disse Hananias aos olhos de todo o povo: Assim diz o Senhor: Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei de Babilônia, depois de passados dois anos completos, de sobre o pescoço de todas as nações. E Jeremias, o profeta, foi-se embora.


Textos de Referência. Jeremias 28.14-17 14 Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei da Babilônia; e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei. 15 E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve, agora, Hananias: não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. 16 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. 17 E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês. Hinos sugeridos. 75, 224, 432 Motivo de Oração Peça a Deus para despertar o Seu chamado nos jovens. Esboço da Lição Introdução 1. O perigo do falso profeta. 2. A Palavra de Deus permanece. 3. Nada podemos contra a verdade. Conclusão

Só a verdade liberta Sabe-se mais a respeito da vida pessoal de Jeremias do que qualquer outro profeta do Antigo Testamento, porque os dois livros que ele escreveu, Jeremias e Lamentações, além de serem proféticos, são autobiográficos. Neles se revela o perfil de um homem de caráter extremamente firme, mas de coração muito terno. Ele chorou abertamente os pecados do seu povo e o julgamento que pairava sobre o mesmo. A esse respeito, ele se assemelhou a Cristo que também chorou pela cidade de Jerusalém (Lc 19.41-44). Os acontecimentos dos capítulos 27, 28 e 29 do livro de Jeremias ocorreram nos últimos anos do reinado de Zedequias. O povo e os governantes não tinham aprendido as lições que Deus procurara ensinar-lhes através do segundo exílio. Queriam se rebelar contra Babilônia novamente e, nesta época, emissários de países vizinhos chegaram a Judá para discutir planos de revolta. Para ilustrar a vontade de Deus para com Judá, Jeremias apareceu em público usando em seu pescoço um jugo leve, de madeira. Ele queria enfatizar a importância da submissão ao castigo de Deus e avisar aos emissários do desastre iminente. As ações de Jeremias embaraçavam os falsos profetas judeus, que pregavam mensagens de paz e vitória imediata. Hananias, um dos falsos profetas, dramaticamente quebrou o jugo de Jeremias e predisse que Babilônia seria vencida em dois anos, e que libertaria todos os cativos para voltarem a Judá. Podemos bem imaginar que a multidão aplaudiu entusiasticamente essa mensagem, enquanto ridicularizou Jeremias e sua mensagem de destruição. Entretanto, Jeremias não ficou sem resposta, pois logo em seguida a esse episódio ele profetizou que pelo povo ter rejeitado o jugo leve, eles iam ter um jugo pesado, de ferro. Hananias foi sentenciado ao julgamento divino por pregar falsas mensagens. O chamado divino e o comissionamento são pré-requisitos para cumprir o verdadeiro ofício profético. Os falsos profetas tais como Hananias deram esperança às aspirações de Zedequias de se libertar do jugo dos babilônios, mas Jeremias disse que essas palavras eram falsas, faladas em nome do Senhor. Pelo fato de terem profanado o Nome de Deus, tanto o rei como seus profetas iriam perecer. Quando Jerusalém sucumbiu em 586 a.C., Zedequias tentou fugir para o deserto por meio da estrada que levava a Jericó. Ele foi capturado e levado a Ribla, onde seus filhos foram assassinados diante dele, e então seus olhos foram vazados (2Rs 25.4-7).


A mensagem dos jugos leves e pesados é relevante também a todos os crentes de hoje. Submissão à vontade de Deus é sempre mencionada como “um jugo”. “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim... Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mt 11.29-30). É bastante conhecido o fato de que a submissão da liberdade pessoal para seguir a Cristo é uma ofensa a muitos homens; no entanto, eles precisam entender que todo mundo tem um jugo, ou o jugo leve de Cristo, que significa liberdade espiritual, ou o jugo pesado do pecado, que é a escravidão. Como podemos observar, em toda a sua vida, o profeta Jeremias se comprometeu com a Palavra do Senhor. Esse compromisso tornou implícito a ele o comprometimento com a verdade, apenas com a verdade. Se temos um compromisso com Deus, se nos tornamos cristãos verdadeiros, aceitando o jugo leve e suave de nosso Redentor, estamos automaticamente ligados à verdade de toda a Palavra de Deus. A verdade das Sagradas Escrituras liberta (Jo 8.32). É bom e agradável ao Senhor que vivamos segundo os Seus preceitos, praticando os ensinamentos contidos na sua Palavra, sendo verdadeiros conosco mesmo, com o próximo e, principalmente, com Deus. A mentira é uma prerrogativa do inimigo de nossas vidas (Jo 8.44), e é uma armadilha poderosa diante de fracos na fé. É essencial que vigiemos e oremos a respeito disso, não deixando em nenhum momento que qualquer tipo de “inverdade ou meia verdade” passe sequer perto de nossas vidas. Não existe nada fora da verdade. A verdade é real, a mentira é fictícia. A verdade leva-nos pela justa vereda do Senhor, a mentira leva à condenação eterna. Introdução A mentira é filha do diabo! Para vencê-la, devemos nos despir do velho homem, da velha maneira de viver. Este estudo mostra a necessidade de renovarmos a nossa mente pela Palavra de Deus.

O perigo de sermos enganados por falsos profetas ou por falsos mestres é real, pois, além de saberem falar a linguagem do povo cristão, costumam também apresentar uma suposta autoridade espiritual (Mt 7.15; 2 Pe 2.1-3). Algumas vezes é possível o cristão identificar o perigo à sua volta e reconhecer sua fonte (Mt 7.16-19), mas, muitas vezes, tais profetas e mestres se apresentam de forma sutil, falam em nome do Senhor (Mt 7.20-23; Mc 13.22-23), e, geralmente suas mensagens vêm de encontro aquilo que as pessoas gostam de ouvir, dificultando com isto o discernimento sem a ajuda do Espírito Santo (Jr 5.31; Cl 2.8). Hoje, mais do que nunca, necessitamos de conhecer a Palavra do Senhor e de buscar discernimento espiritual para distinguir o real do aparente e a verdade da mentira (1 Co 2.14-16; 12.8-10; Tg 1.5; Ef 5.8-10; Sl 119.99, 129-130, 99; Pv 1.1-6; 20.5; Jó 34.4). Normalmente o falso é bem parecido com o verdadeiro, quem falsifica procura imitar detalhes do verdadeiro para ser aceito como original. Devemos buscar em Deus discernimento para não sermos enganados, pois se possível enganarão até os escolhidos "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15)..

1. O perigo do falso profeta. Desde Moisés o Senhor Deus já alertava Seu povo sobre o perigo de ser enganado por falsos profetas (Dt 13.1-4). Também encontramos o apóstolo Paulo instruindo a igreja em Corinto acerca da necessidade de julgar as profecias (1Co 14.29). Jeremias tinha como função principal ser profeta do Senhor, mas este cargo lhe trouxe muito desgaste, pois o profeta do Senhor fala o povo precisava ouvir e o falso profeta fala o que o povo quer ouvir.

Desde os tempos antigos, Satanás vem usando os seus agentes a fim de levar o povo de Deus a tropeçar. No tempo do Antigo Testamento ele usava os falsos profetas (Jr 23.10-18; 27.910), já no tempo do Novo testamento, ele usa os falsos mestres (2 Pe 2.1-3, 10-19). Precisamos estar atentos, pois uma profecia proferida por um falso profeta, ou um ensino


ministrado por um falso mestre pode trazer enormes prejuízos à igreja e danosas consequências à vida dos cristãos (At 20.28-30; 2 Pe 3.15-18). O cuidado para não sermos enganados é necessário, pois o alvo dos falsos profetas e falsos mestres sempre foi e sempre será de nos afastar da verdade do evangelho e combater os autênticos profetas e mestres da Casa de Deus (Cl 11.13; At 20.30-31). Este foi o objetivo de Hananias com suas falsas profecias e é também dos falsos mestres com suas vãs doutrinas (Jr 23.13-16; Mq 3.5-11). 1.1. Guardai-vos dos falsos profetas. Um falso profeta é uma pessoa que assegura falar em nome de Deus, sem, contudo, representar a Deus ou mesmo pertencer a Ele. Vejamos o que Jesus falou sobre eles: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. (Mt 7.15). Falsos profetas são todos aqueles que se levantam contra a verdade. Entretanto, o verdadeiro profeta é alguém que tem um relacionamento íntimo com o Senhor (Am 3.7). Um profeta de verdade não está preocupado em agradar aos homens, mas, sim, em agradar a Deus (Ef 6.6). Os falsos profetas estavam profetizando a respeito do futuro do mesmo jeito que jeremias profetizava. A diferença é que eles profetizavam de maneira positiva e o povo gostava disso. Diferentemente da mensagem pesada de Jeremias, que advertia o povo sobre a grande seca, a espada e dores que estavam por vir. Isso fazia com que o povo não lhe desse ouvido, trazendo muito sofrimento ao profeta de Deus. Jeremias acusava os falsos profetas de serem falsos porque: “esforçam as mãos dos malfeitores, para que não se convertam da sua maldade” (Jr 23.14), e acrescenta ainda, dizendo que: “dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra” (Jr 23.15). Ainda diz mais acerca destes falsos profetas: “furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro”, “profetizam sonhos mentirosos e fazem errar o meu povo com as suas mentiras” (Jr 23.30, 32).

Profeta, no contexto cristão, é todo aquele que fala por Deus e em nome de Deus. É aquele que se coloca como porta voz para levar e proclamar os autênticos oráculos de Deus, a fim de levá-los à obediência de Sua Palavra e conduzi-los à Sua presença (Ez 33.7). Já o falso profeta ou falso mestre, são pessoas contrárias a real vontade de Deus e aos autênticos ensinos bíblicos, e por isso, organizam movimentos, princípios, doutrinas, regras e normas que além de satisfazê-los, carregam muitos consigo, mantendo-os sobre seu domínio doutrinário. Nosso grande desafio, em relação aos falsos profetas e falsos mestres, é que eles não o fazem isto de forma aberta, mas usam de sutileza e do nome do Senhor para enganar aqueles menos avisados, e muitas vezes, até os mais entendidos. Denominam-se como “escolhidos” para trazer uma “revelação especial” da parte de Deus, sem, contudo, representar ou pertencer a Ele (Jr 28.1-4; Mt 7.15; Rm 16.17-18; 2 Pe 2.1). Jesus nos adverte dizendo que devemos estar precavidos, pois são lobos devoradores, disfarçados de ovelhas (Mt 7.15); O Apóstolo Paulo, por sua vez, pede aos irmãos que se desviem deles, pois são impostores, que estão infiltrados no meio do rebanho, com interesses pessoais e escusos, com palavras suaves e agradáveis, tentando enganar os corações inocentes, causar dissenções e/ou provocar escândalos doutrinários (Rm 16.17-18); O Apóstolo Pedro também chama a atenção dos cristãos dizendo que eles se infiltram no nosso meio com a intenção de produzir “disfarçadamente” heresias destruidoras (2 Pe 2.1). Como cristãos, não podemos jamais ignorar essas advertências, e muito menos ainda, perder de vista as diretrizes e o conhecimento da Palavra de Deus (Jo 5.39; Mc 12.24; Mt 22.29; Os 4.6; Sl 119.99,129-130). Os profetas eram considerados falsos quando: *Se desviasse as pessoas do Deus verdadeiro para alguma forma de idolatria (Dt13.1-5)


*Se praticasse adivinhação, astrologia, feitiçaria, e coisas semelhantes(Dt18.10;11) *Se suas profecias contrariassem as escrituras(Dt13.1-5) *Se não denunciasse o pecado do povo(Jr23.9-18) *Se predissesse coisas especificas que não cumprisse((Dt18.20-22) (bíblia de estudo pentecostal,CPAD,p.1003) 1.2. O confronto de Hananias. No princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, filho de Josias, (Jr 28.1) se elevou Hananias, falso profeta de Gibeão, que falou a Jeremias, confrontando-o. Este confronto se deu no tocante à questão da destruição final de Jerusalém. Hananias fala em nome do “Senhor” que Ele, Deus, despedaçaria o jugo da Babilônia e que, em um período de dois anos, Deus iria reconduzir o povo para Jerusalém, assim também como os utensílios do templo levados junto com o povo de Deus (Jr 28.3). Ele foi ao contrário dos setenta anos anunciados pelo profeta Jeremias (Jr 25.11-12). Com estas mentiras, Hananias assinou sua sentença de morte: “Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor”. (Jr 28.16). Pois a lei era bem clara em relação aos falsos profetas (Dt 18.20). Enquanto jeremias incitava o povo a trazer seu pescoço sob a servidão da realeza de Babilônia e assim continuar vivo (Jr 27.12, 14), Hananias profetizou que o poder de Babilônia seria quebrado em dois anos, que os exilados judeus ali seriam então libertos e que todos os utensílios do templo seriam devolvidos (Jr 28.2-3). Para esclarecer sua profecia, Hananias removeu o jugo de madeira do pescoço de Jeremias e o despedaçou (Jr 28.10). O Senhor ordenou a Jeremias que avisasse a Hananias que o jugo de madeira seria substituído por um de ferro (Jr 28.13). Incrivelmente, o falecimento de Hananias aconteceu naquele mesmo ano (Jr 28.17). Jugos simulavam sujeição. Assim como o gado é domado pelo jugo de seu dono, Jeremias pleiteia junto a Judá que acate o domínio babilônico e o exílio de alguns de seus líderes como parte do plano original de Deus para a redenção final da nação. Profetas que usam seu poder de convencimento para serem reconhecidos pelo povo e, assim, ofendem ao Senhor, estão assinando sua sentença de morte.

Esse confronto entre Hananias e Jeremias, isto é, entre o falso e o verdadeiro profeta de Deus, ocorreu no início do reinado de Zedequias (Jr 27.1; 28.1). Nesse tempo Jeremias, por ordem do Senhor, fez alguns jugos ou cangas de madeira, e no tempo certo, o pôs sobre seu pescoço e saiu a proclamar e exortar Judá e alguns reinos sobre a submissão e obediência ao império da Babilônia (Jr 27.2-8; 28.2-4). Jeremias dizia que assim como o boi é dominado pela canga de seu dono, Judá e as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, sendo inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor (Jr 27.12-13); pregava ainda que a duração do cativeiro seria de setenta anos (Jr 25.11; 29.10) e que os deportados para Babilônia junto com o príncipe Joaquim (Jeconias), filho de Jeoaquim, não mais regressaria do cativeiro (Jr 22.2430). Para confrontar Jeremias, Hananias, o falso profeta, diante do povo e dos sacerdotes, começa a proferir uma mensagem, como vinda de Deus e que todos gostariam de ouvir: O fim do cativeiro em dois anos, e não em setenta; a volta de todos os exilados, inclusive do príncipe Jeconias (Joaquim); e, a devolução de todos os utensílios tirados do templo (Jr 28.2-5). Estava ali, a palavra dele contra a de Jeremias. Quem estava certo? No aspecto popular, Jeremias ficou na desvantagem, pois tudo o que o povo queria ouvir naquele momento era uma mensagem de “vitória”. E, isto o falso profeta Hananias, que não tem compromisso com a verdade, ofereceu! Já o profeta Jeremias, que tinha compromisso com a verdade, não podia oferecer! Diante deste embate, restou a Jeremias advertir o povo e a não se empolgar nem se entusiasmar com as predições de Hananias, pois apesar de ser um discurso bonito e agradável, faltava ainda passar no teste do tempo, no qual as Escrituras ensinam: O profeta só será reconhecido como profeta, quando suas predições se cumprirem no tempo (Dt 18.22; Jr 28.9). Neste aspecto, Jeremias levou vantagem, pois todas as profecias preditas se


cumpriram integralmente, enquanto que as de Hananias, todas caíram por terra, inclusive ele! (Jr 28.15-17; 52.31-34; 2 Rs 25.27-30; 2 Cr 36.22-23; Dn 9.2). No mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta — “Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão” (Jr28.1) — para confrontar a mensagem do arauto de Deus. O falso profeta desafiou Jeremias no Templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2 Pe 2.1,2; Leia ainda At 20.30; 1Tm 4.1; 1Jo 4.1).

1.3. Dois profetas: dois exemplos. Neste confronto entre Jeremias e Hananias, encontramos duas situações completamente diferentes. Enquanto um profeta é escolhido por Deus, o outro, por ser muito popular, se promove diante do povo. O pecado principal de Hananias foi usar o nome do Senhor em vão (Êx 20.7). Hananias fez, em nome do Senhor, promessas inconsistentes (Jr 28.3), que o levaram a morte no mesmo ano de suas profecias que, como já era de se esperar, não foram cumpridas (Jr 28.17). Deus se agradou da atitude de Jeremias. Ele foi direcionado por Deus como um ferrenho crítico do comportamento do povo de Judá. Por falar a verdade, sofreu diversos julgamentos através dos que violavam as leis naqueles dias, praticando a idolatria (Jr 10.1, 11), desobedecendo ao repouso no dia do sábado (Jr 17.19, 27), etc. Por isso, o Senhor foi com ele até o final de seus dias. Diferentemente de Hananias, que dizia ser profeta, proferia como profeta, vestia-se como profeta, só não tinha a unção de profeta. Aliás, só falava o que o povo queria ouvir. Deus não compactua com a mentira e anunciou sua sentença: a morte (Jr 28.16).

Hananias era do tipo que impressionava: Destemido, ousado, audacioso, dramático, que buscava projeção popular e que por isso, além de anunciar o que todos almejavam que acontecesse, também falava como profeta e tinha discurso de profeta (Jr 28.2-5). No intuito de se tornar mais dramático e convincente, Hananias quebrou o jugo ou a canga de madeira que estava no pescoço de Jeremias e reafirma seu discurso, diante do povo, dizendo: “Assim diz o Senhor: É deste modo que quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, e o tirarei do pescoço de todas as nações no prazo de dois anos” (Jr 28.11 NVI). Jeremias, por sua vez, era homem humilde em suas vestimentas, simples no seu falar, bondoso e piedoso em seu proceder e não carregava consigo ganância e nem pretensões de popularidade. A Bíblia diz que depois disto, Jeremias simplesmente limitou-se a “tomar o seu caminho”, como alguém que não tinha na boca uma palavra para replicar (Jr 28.11b). E agora? Como reconhecer quem era o legítimo mensageiro de Deus? Para nós, hoje, que estamos cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender. Agora, se coloque no meio aquele povo, naquela época, assistindo aquele embate, com os discursos e características pessoais de cada um. No intuito de esclarecer essa tamanha contradição entre o verdadeiro e o falso, e entre a verdade e a mentira, Deus reanima Jeremias e coloca novas palavras em sua boca e manda-o voltar e falar contra Hananias. A questão ficou mais séria, pois Jeremias agora acusa-o de mentiroso e de falso Profeta, mesmo antes de confirmar ou não o cumprimento de sua profecia. Disse Jeremias a Hananias: ”... não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras” (Jr 28.15). A Bíblia nos dar respalde e legitimidade para julgar as profecias e discernir os espíritos, mesmo antes de seu cumprimento (Mt 7.15-17; 1 Co 12.20; 14.29; 1 Jo 4.1). 2. A Palavra de Deus permanece. O apóstolo Paulo nos adverte: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o homem semear, isso também ceifará”. (Gl 6.7). Infelizmente, os falsos profetas pregam que as bênçãos de Deus são alcançadas incondicionalmente e que não carecem de um arrependimento sincero,


nem de um viver puro. Hananias esqueceu de dizer ao povo que um viver puro diante do Senhor é sinônimo de uma vida abençoada. Jeremias era diferente. Ele dizia que não estava só ouvir a voz de Deus, mas que tinha que haver mudança de atitude. Por esses valores Jeremias lutava.

Já dizia o profeta Isaías: “A relva murcha e as flores caem, mas a Palavra de nosso Deus permanece para sempre” (Is 40.8 NVI). O início do confronto entre Hananias e Jeremias aconteceu no quinto mês (Jr 28.1). Hananias morreu no mesmo ano, no mês sétimo (Jr 28.17). Isso mostra que a profecia de Jeremias se cumpriu em menos de dois meses. A veracidade das profecias bíblicas pode ser confirmada através de sua precisão e cumprimento. Ao longo da história Deus tem velado pela Sua Palavra e tem feito cumprir todas as profecias, anunciados pelos seus verdadeiros arautos: “... velo para que a minha Palavra se cumpra” (Jr 1.12). Tudo em nossa vida e em nossa volta pode mudar, transformar ou até mesmo acabar, mas a vontade de Deus permanece intacta acima de todas as coisas. Por isso, não desanime, apenas confie. Deus é fiel em cumprir a sua palavra! (Nm 23.19; Sl 33.4; Mt 24.35; 2 Tm 2.1113). 2.1. Um povo vulnerável em sua fé. O profeta Jeremias, muito mais do que todos nós, possuía todas as causas possíveis para deixar de sonhar com a melhora da vida religiosa no dia a dia de seu povo. Para onde quer que ele olhasse, a situação era completamente incontrolável. Jeremias expõe a fragilidade espiritual do povo de várias maneiras: infidelidade e meretrício (Jr 5.7-8); descrença (Jr 5.12); abandono da Palavra (Jr 5.12); idolatria (Jr 5.19); e falta de discernimento espiritual (Jr 5.21). Jeremias permaneceu fiel na sua tarefa, mesmo lhe trazendo profundo desgaste. Ele não se achava reto aos seus próprios olhos, mas incluía a si mesmo ao falar sobre a perversidade daquela nação (Jr 14.20-21). Diversas vezes em sua vida, Jeremias ficou abatido e precisou da sustentação do Senhor, mas, mesmo em tamanha adversidade, não deixou de gritar o nome do Senhor (Jr 20.8). Ele declarou que a Palavra de Deus era similar a um fogo nos seus ossos, e era a alegria e o contentamento de seu coração (Jr 15.16); 20.9, 13). Ele anunciou da parte do senhor que o povo de Judá abandonasse as práticas pecaminosas, se arrependesse e se submetesse à disciplina de Deus.

Os sinais de vulnerabilidade do povo de Judá são perceptíveis em todo o livro de Jeremias, mas principalmente, nesse confronto entre o profeta Jeremias e Hananias. O falso profeta foi desmascarado e morto. O cumprimento das predições de Jeremias, em menos de dois meses, constituía-se numa prova incontestável de sua vocação e inspiração divina. Por que o povo não se arrependeu de seus pecados, e preferiu continuar a confiar nas mentiras dos falsos profetas e serem destruídos? Essa vulnerabilidade ou insensatez do povo de Judá, infelizmente, é apenas mais um de tantos outros casos que já ocorreram no meio do povo de Deus e que acontece com os cristãos, hoje! Infelizmente, somos propícios a acatar aquilo que nos é mais conveniente do que aquilo que retrata a verdadeira vontade de Deus (Jr 5.31). Um grande exemplo é o povo de Israel que foi liberto do Egito, vivenciaram os maiores milagres que a Bíblia registra, mas por causa de sua vulnerabilidade ou insensatez, não puderam entrar na terra prometida, antes, foram condenados e mortos por causa de seus pecados. Esses fatos ocorridos com o povo de Judá e de Israel, também são recorrentes na igreja dos dias atuais: Com tantas bênçãos e privilégios que Deus nos outorga através de Cristo, muitos são os cristãos que proferem viver “intensamente” este mundo sem Deus, e outros, por pura conveniência, procuram trazer o mundo para dentro da igreja. Não medem “esforços” para promover práticas e festejos mundanos, e ainda dizem: que mal tem isto? Preferem trocar a glória da eternidade pelos prazeres banais e vis deste mundo. Fomos regenerados e


transformados pela Palavra para viver neste mundo o novo estilo de vida segundo o padrão de Deus e não do mundo. Precisamos viver separado do pecado e do mundo e estar sempre atento para não nos tornarmos vulneráveis nas mãos do inimigo (Tg 4.4; Rm 12.1-2; Jo 15.19; 17.14; 1 Jo 5.19; 1 Pe 5.8). Vulnerável é aquilo que pode ser destruído, derrotado, frágil. Uma fé vulnerável é uma fé que não está fundamentada na palavra de Deus e pode ser destruída por qualquer falsa doutrina ou falsa profecia. Jesus disse que a casa não pode ser construída sobre a areia mas sobre a rocha. Aquele que constrói sua casa sobre a rocha é aquele que pratica a palavra, mas aquele que ouve e não pratica é como o homem que constrói a casa sobre a areia (infelizmente era o caso de Israel).

2.2. Devemos tomar cuidado com os profetas mentirosos. O livro de Romanos nos adverte: “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes: desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre: e, com suaves palavras e lisonjas, enganam os corações dos símplices”. (Rm 16.17-18). Comparativamente falando, outro texto diz: “Porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos. Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo”. (Mc 13.2223). Portanto, mediante estes versículos mencionados, sejamos guiados pelo Espírito de Deus, exercendo Sua vontade com sabedoria, para discernirmos estes profetas mentirosos na Casa do Senhor. A Palavra de Deus oferece exemplos indiscutíveis de líderes que fracassaram em suas lideranças devido ao fato de não escutarem a voz do Senhor. Cite como exemplo: a infidelidade de Saul (1Sm 13.13-14); a fraqueza de Eli (1Sm 3.11, 13); a maldade de Jeorão (2Cr 21.6, 20).

Sempre houve e haverá quem se aproveita da boa fé e simplicidade dos outros para conseguir seus maliciosos intentos e objetivos. Estaríamos nós livres desses agentes dissimuladores de mentiras? Não é à toa que o próprio Jesus e os seus apóstolos sempre advertiu os crentes a que estejam atentos a esses falsos profetas e mestres, que se introduziriam dentro das igrejas, com aparência de piedade (2 Tm 3.5; Mt 7.15; 24.11; 2 Pe 2.1; 2 Co 11.13-15; Gl 2.4). É essa aparência de piedade que torna os falsos profetas e mestres muito mais perigosos. A Igreja e os cristãos individualmente devem estar preparados para detectar e desmascarar essas sutilezas, sabendo que tais agentes se apresentam com palavras fingidas, pensamentos aparentemente corretos, mas distorcidos e corrompidos; capazes de converterem as verdades de Deus em mentiras, que variam conforme suas próprias intenções carnais (Rm 16.17-18; At 20.28-31; Cl 2.8; 2 Pe 2.2-3; 1 Tm 4.1; 6.3-5; Jd 4). Seus argumentos são recursos retóricos bem elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer em suas mentiras (1 Tm 4.1-3; 2 Tm 3.1-9). A recomendação bíblica é que o nosso cuidado deve ser contínuo para que não nos tornemos presas desses doutores do engano, e andemos de acordo com o evangelho, a fim de ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus (Mt 7.23-27; Jo 16.13; Hb 13.9; Sl 119.105; Gl 1.8). Na verdade somente tomamos cuidado quando conseguimos visualizar o perigo.O diabo não quer que isto aconteça, por isso é muito importante ensinar os alunos que é necessário pedir ao Senhor o discernimento que nos é dado pelo Espirito Santo para que não sejamos enganados. Discernimento de Espírito "[...] o fato é que a palavra discernimento significa formar um juízo e se relaciona com a palavra usada para julgar profecias. Envolve uma percepção que é dada de modo sobrenatural, para


diferenciar entre os espíritos, bons e maus, genuínos ou falsos, a fim de chegarmos a uma conclusão. João diz que não devemos crer em todos os espíritos, mas prová-los (1 João 4:1). [...] A Bíblia, na realidade, fala em três espíritos: o de Deus, o do homem e do Diabo (com os maus espíritos ou demônios com ele associados). Na operação deste dom na congregação, parece que o espírito do homem talvez cause mais problemas. Mesmo com as melhores intenções, é possível que algumas pessoas tenham a impressão de que seus próprios sentimentos são a voz do Espírito Santo. Ou por causa do zelo excessivo ou da ignorância espiritual de como a pessoas se rende ao Espírito Santo, seu espírito possa intrometer-se" (HORTON, S. A doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. RJ: CPAD, pp.300-1). 2.3. Cristo o maior profeta. A promessa de Deus feita por intermédio de Moisés, quanto ao profeta “semelhante a Moisés”, se cumpriu em Cristo (Dt 18.18). Os discípulos de Jesus afirmaram: “Jesus, o nazareno, que foi varão profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo” (Lc 24.19). Ao entrar em Jerusalém, a multidão testificou que Jesus Cristo era o “Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.10-11). As profecias messiânicas do Antigo Testamento somente poderiam ser preenchidas na pessoa do Senhor Jesus. Existem centenas destas profecias espalhadas pelas Escrituras (Gn 3.15; 18.18; 49.10; Is 9.7).

Em relação á Igreja, Jesus é tido como o profeta maior, pois Ele é o começo e o fim, e também o centro de todas as “profecias” das Sagradas Escrituras. Ele cumpriu com Êxito o seu Ministério Profético (Lc 24.19; Jo 4.34; 5.30; 6.38; 14.24). O livro de Hebreus começa com a seguinte revelação: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hb 1.1-2). Deus, o Todo Poderoso, sempre procurou comunicar-se de modo pessoal com os homens. No Antigo Testamento, utilizou os profetas e alguns homens escolhidos e qualificados por Ele, para falar conosco e para que tomássemos conhecimento acerca de Sua Pessoa, de Sua vontade e do Seu plano de Salvação. Agora, porém, no Novo testamento, essa revelação acontece plenamente através de Cristo e do Espírito Santo. Essa revelação que agora Deus faz de si, através de Seu Filho Jesus, é muito maior e mais sublime do que aquela realizada pelos profetas e patriarcas antigos. Aqueles acontecimentos e profecias falavam por intermédios de sombras e prefigurações, sendo Jesus o cumprimento de todas elas (Lc 24.44; Hb 9.11-28; 10.1). Por isto, hoje, não temos mais o oficio ou ministério de profeta, mas apenas o dom de profecia. Todavia, através desse dom, o Senhor continua a utilizar os seus servos para revelar a Sua vontade ao Seu povo (Ef 4.11-14; 1 Co 12.28; 14.3; 2.10-13; Rm 12.6). Jesus, o único que foi profeta, sacerdote e rei, vejam: 1. O Profeta que havia de vir. Como profeta, Jesus não se limitou a revelar o futuro. Ele ensinou, repreendeu os soberbos e realizou sinais e maravilhas, levando a todos a uma singular admiração (Lc 7.16). Leia Deuteronômio 18.15. 2. O Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Os sumos sacerdotes, segundo a ordem de Arão, quando morriam, eram substituídos por seus filhos. O Senhor Jesus, contudo, porquanto eterno e Pai da eternidade, tem um sacerdócio eterno (Sl 110.4; Hb 5.6; 7.21). Morrendo em nosso lugar e por nós, vencendo a morte pela ressurreição, intercede ininterruptamente pelos que o recebem como Salvador, garantindo-nos, assim, eterna salvação (Hb 5.9). O que dizer da oração sacerdotal de Cristo? (Jo 17). Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício vicário do Gólgota, o


oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez por todas, para resgatar-nos de nossos pecados (Hb 7.26-28). 3. O Rei dos reis. Após a sua ressurreição, e já prestes a subir ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Naquele momento, assumia Jesus o governo não somente do mundo, como de Israel e da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra (Ap 1.5). É o rei de Israel e cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como herdeiro do trono de Davi, assumirá o governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à plena obediência (Is 11.1-10; Ap 19.16). (Lições CPAD Jovens e Adultos 2006 » 4 Trim) 3. Nada podemos contra a verdade. Sempre existirão dois caminhos a serem trilhados: o da verdade e o da mentira. Ocasionando sua morte. A Palavra de Deus nos recomenda a irmos sempre pelo caminho da verdade, como fez o profeta Jeremias. O Senhor abomina a mentira e por isso não suporta a presença dos mentirosos (Ap 22.15). Vigiemos no que falamos, para que o diabo não encontre brecha em nós (Tg 4.7).

Como cristãos não podemos ser dominado pelo hábito de mentir e nem deixar que as mentiras confundam nosso conhecimento da verdade. A verdade por mais dura que seja deve sempre prevalecer em nosso viver. O povo de Deus deve ser conhecido como um povo que vive na verdade e pela verdade (Lv 19.11; Ef 4.25; Cl 3.9-10). Mas, o que é verdade, e o que é mentira? Popularmente, verdade é tudo aquilo que está de acordo com os fatos ou realidades. Biblicamente, ela é imutável, infalível e incorruptível e não tem haver com opiniões (Sl 119.89; Is 40.8; Jo 10.35); Jesus e as Escrituras Sagradas são tidos como premissas absolutas da verdade (Sl 33.4; 119.160; Jo 1.1; 14.6; 17.17; Cl 1.16-17; Ap 19.11-13); Já a mentira é o oposto a tudo que se diz sobre a verdade, e são popularmente conhecidas como afirmações ou negações transmitidas por alguém que tem plena consciência de que é contrário ao real e verdadeiro, no intuito de que seus ouvintes sejam enganados. Biblicamente, a mentira é algo que não pode ser praticada por Deus já que Ele é a verdade (Tt 1.2; Nm 23.19; Dt 32.4); Deus não tolera aqueles que praticam a mentira (Pv 6.16-19; 12.22); Jesus veio para destruir as obras e as mentiras do Diabo (Jo 8.32); aqueles que praticam a mentira não tem parte no Reino dos Céus (Sl 101.7), pelo contrário, serão lançados no lago de fogo (Ap 21.8; 22.15); o diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). 3.1. O pai da mentira. O inimigo de Deus é descrito na Bíblia como o pai da mentira: “Vós tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”. (Jo 8.44). O conjunto das constatações acima confirma que o diabo é o pai da mentira e, assim sendo a mentira é um aparelho diabólico que o homem usa para a sua própria condenação. Nesta conjuntura, o mais triste disso tudo é que o homem ama a mentira, não ama a verdade, pois é mau por natureza (Rm 1.25). A mentira é o ato de iludir, enganar, ludibriar. A mentira está presente diariamente na vida de todo o ser humano não nascido de novo, que vive em convívio social. Cabe a nós, cristãos evitarmos esta prática maldita, pois os mentirosos ficarão de fora (Ap 22.15.

O diabo é o criador e fundador da mentira (Gn 2.16-17; 3.1-5). Esta é a única criação das quais as Escrituras atribui ao diabo, por isso, o chama de o pai da mentira (Jo 8.44). A Bíblia gosta de ilustrar alguns contrastes entre Deus e o Diabo no intuito de nos fazer compreender suas naturezas, objetivos e ações. Em João 14.6, ela declara que Jesus é a “verdade e a vida”, já em João 8.44, declara que o Diabo é mentiroso e homicida. Apesar de o diabo ter grande conhecimento da verdade, ele não tem nenhuma afeição por ela (Mt 4.1-11;


Dt 8.3; Sl 91.11). Pelo contrário, ele é inimigo da vida porque Deus é o Deus da vida; ele é inimigo da verdade porque Deus é o Deus da verdade. As Escrituras declara que a verdade é parte do caráter de Deus e, por isso, não tem como Ele mentir (Tt 1.2), por outro lado, declara também que a mentira é parte do caráter do diabo e, por isso, a verdade não pode estar nele (Jo 8.44). Outro texto diz que o ladrão (se referindo ao diabo) veio matar, roubar e destruir. Mas, Jesus veio trazer vida e vida com abundância (Jo 10.10). Estes e outros textos deixam claro que o Diabo é exatamente o oposto de Deus e de Jesus Cristo em suas intenções, ações e caráter. Diante disto concluímos que a mentira só trás males e frustrações, nunca uma proteção ou conforto duradouro (Pv 21.6; Sl 101.7; Ml 3.5). 3.2. A primeira mentira do mundo. Quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, o pecado entrou no ser humano e, consequentemente, a morte. Contudo, o diabo disse para Eva: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis”. (Gn 3.4). Notemos que a mentira é pela primeira vez citada pelo próprio diabo, pois Deus havia dito: “...Dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Qual voz você prefere escutar? A de Deus ou a do diabo? Mentir é pronunciar algo oposto à verdade. É a expressão contrária ao que alguém sabe, crê ou pensa. Satanás persiste em fazer os filhos de Deus mentir. Jesus disse em relação ao diabo: “profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso” (Jo 8.44). Todo cristão verdadeiro deve estar atento no falar (Mt 5.37).

Em regra, a mentira existe em função da verdade e/ou de fatos reais. Ela surge na tentativa de distorcer uma realidade ou fazer calar a verdade. Foi exatamente isto que o diabo fez ao pregar a primeira mentira no mundo. Ele chegou-se a Eva, através de uma serpente, e lhe convenceu a comer do fruto proibido, pois disse que Ela teria o conhecimento do bem e do mal. Ate ai, nada de mentira. Mas, em seguida disse que ela e Adão não morreriam ao comer do fruto, fazendo assim de Deus, o mentiroso, pois o Senhor havia afirmado justamente o oposto! Vejamos o que diz o texto: ”E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; PORQUE NO DIA EM QUE DELA COMERES, CERTAMENTE MORRERÁS” (Gn 2.16-17). ”Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. ENTÃO A SERPENTE DISSE À MULHER: CERTAMENTE NÃO MORREREIS. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. (Gn 3.1-5 – Destaque nosso). Aqui, o Diabo além de ser o mentiroso, ainda disse que Deus é quem era mentiroso. Mas, porque Adão e Eva ao invés de reconhecerem a superioridade de Deus, que os criou, preferiram crer na mentira do Diabo? Lamentavelmente, ao aceitarem a mentira como verdade, não o fizeram porque eram tão “inocentes”, como muitos pensam, mas, porque essa mentira lhes agradaram e lhes eram mais conveniente, pois simpatizaram com a ideia de se “tornarem como Deus”. Foi assim que o Diabo se tornou o criador e pai da mentira; foi assim que o povo de Judá, agiram depois que o profeta Jeremias desmascarou os falsos profetas; e é assim que nós, seres humanos, agimos na maioria das vezes! (Gn 6.5; Jr 5.31; Rm 7.19; Jo 3.19-20); 3.3. O cinto da verdade.


O apóstolo Paulo, ao detalhar a armadura de Deus que o cristão deve estar revestido, inicia pelo cinto da verdade (Ef 6.14). Tanto na caminhada do discípulo de Cristo como no serviço cristão é imprescindível a sinceridade ou integridade. Este é o sentido que muitos comentaristas atribuem à palavra verdade neste texto. Assim, não haverá embaraço. É aquela “verdade no íntimo” que encontramos no Salmo 51.6. Contar uma mentira é mais do que discorrer alguma coisa que seja fingido; é uma maneira mesquinha e sem qualquer embasamento. Entretanto, falar a verdade é admitir um caráter idôneo (Ef 4.25). Mentir é, em muitas situações, extremamente cômodo, mas sempre é a pior alternativa a fazer. A mentira não promove bênçãos, pelo contrário, sempre gera dores, aniquilamento, confusões, dúvidas, isolamentos e tantas outras coisas perversas e aborrecíveis. A verdade sempre é a melhor escolha a ser feita em qualquer circunstância.

O cinto da verdade é um acessório que Deus nos concede no intuito de nos preparar para enfrentar as batalhas contra o inimigo e suas mentiras. Ao ajustar o Cinto da Verdade, o cristão está dando o primeiro passo na sua preparação para a luta constante contra o maligno (Mt 4.1-11). Observe também que o cinto é um acessório que deve ser usado exteriormente, portanto, estar cingido com o cinto da verdade, significa também que quando uma pessoa se entrega ao Senhor Jesus, a primeira coisa que deve ficar em evidência, em sua vida, é a verdade, pois na conversão trocamos o cinto da mentira pelo cinto da verdade (Fp 4.8). Nos seus ensinamentos Jesus disse: “seja a vossa palavra sim, sim; não, não...” (Mt 5.37). Devemos assumir a postura de ser cristão, sustentando sempre a verdade, sem receio de enfrentar afrontas, ameaças, calúnias ou mentiras, ainda que venham dos príncipes das trevas ou potestades dos ares (Ef 6.13-14). A única coisa que pode destruir as mentiras do diabo são as verdades de Deus! (Jo 8.32; 3.19-21; Ef 6.12-13). Conclusão. Temos que falar sempre a verdade, custe o que custar, sempre com honestidade! Por isso, devemos ter muito cuidado com o que falamos! Pois, um dia, cada um de nós prestará conta de cada termo que saiu de nossa boca.

Falsos profetas estão no nosso meio, sendo usados pelo diabo para fazer com que os crentes não cresçam na fé e até sejam destruídos, pois afinal a responsabilidade é pessoal, e se você quer realmente agradar a Deus deve buscá-lo na Palavra e não dar ouvidos a pessoas que podem enganar, simplesmente, por ter uma boa oratória ou uma palavra eloquente. Examine tudo na Palavra! Faça como os homens da cidade de Bereia que foram conferir nas Escrituras tudo o que Paulo falou (At 17.11-12). Questionário. 1. O que é falso profeta? R: Um falso profeta é uma pessoa que assegura falar em nome de Deus, sem, contudo, representar a Deus ou mesma pertencer a Ele (Mt 7.15). 2. Os falsos profetas se levantam contra o que? R: A verdade (Mt 7.15). 3. Qual o principal pecado de Hananias? R: Usar o nome do Senhor em vão (Êx 20.7). 4. O que o Senhor não suporta? R: A presença dos mentirosos (Ap 22.15). 5. Quem é o pai da mentira?


R: O diabo (Jo 8.44).


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.