Prefeitura de Victoria, Honduras

11.10 Prefeitura de Victoria (Honduras)

Sandro-Ovilson Martínez Urbina

Prefeito Municipal Municipalidade de Victoria, Yoro, Honduras

N

ossa experiência de facilitar o acesso a tecnologias de energia renovável a famílias indígenas da etnia tolupana e mestiças de Honduras, por meio do projeto CORYLUS significou um grande apoio e uma estratégia que promove o desenvolvimento sustentável nas comunidades.

As comunidades tolupanas são comunidades isoladas e existe uma grande dificuldade de acesso a elas (inexistência de rodovias ou em mau estado). Os sistemas solares fotovoltaicos melhoraram a qualidade de vida das famílias que foram beneficiadas; deixaram para trás métodos rudimentares de iluminação, como o ocote (madeira combustível) e as velas que significavam um perigo de incêndio em suas moradias e um foco de doenças respiratórias para os meninos, meninas e pessoas da terceira idade, devido à fumaça no interior das casas.

O consórcio CORYLUS, conformado pela fundação Energia sem Fronteiras (ESF), a fundação Ayuda en Acción (AeA), a Fundación en Acción Comunitaria de Honduras (FUNACH), desenvolveram um árduo trabalho na gestão e na difusão dos sistemas solares fotovoltaicos, implantando um modelo de Acesso Universal à Energia desenhado por ESF, no qual as autoridades municipais, como é meu caso, podem se unir à tarefa de contribuir com o bem-estar das famílias e com o desenvolvimento sustentável. Esta municipalidade contribuiu com 50% do custo dos equipamentos e garantiu não deixar ninguém para trás, ajudando com o pagamento para as famílias que não puderam pagar as parcelas do resto do custo dos equipamentos, conseguindo que todas as famílias tivessem acesso à energia na comunidade. No projeto participaram os agentes: incluindo não somente as prefeituras, os parceiros do consórcio e os funcionários municipais, mas também a participação direta dos próprios beneficiários por meio de seus conselhos comunitários.

Por outro lado, foi comprovada que a gestão municipal é fundamental para desenvolver esse tipo de iniciativas: não somente pelo conhecimento profundo das comunidades rurais e suas necessidades, mas também por sua capacidade de influir e organizar os grupos de população para que os esforços destinados a cada iniciativa tenham máxima eficácia e projeção; já que também podemos ser agentes de incidência e mudança no governo central, administrando a aprovação de fundos para a implementação desses projetos em nossos municípios, e contribuímos com o cumprimento da agenda internacional e nacional 2030 no marco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), diretamente no ODS 7: energia acessível e não poluente; o ODS 11: comunidades e cidades sustentáveis; e o ODS 13: ação pelo clima.