aos espermatozĂłides arredios que me meteram nessa tremenda confusĂŁo
9
“Se eu soubesse que teria de acordar cedo, estudar, trabalhar e aguentar gente chata, eu teria dado meu lugar a outro espermatozóide.” cristiano rufino
11
fluxo contínuo. poema sujo. jorro. dentro da noite veloz. jacto. na cara. seiva. calda. caudalosa, sulfurosa cauda. caudilho. caia de cabeça. sem limpezas nem que tais. como veio ao mundo. 5 horas sem tirar de dentro. sem tirar nem pôr. Ou tirando e pondo. Foi indo indo indo, assim assado, e terminou fondo. findo num espasmo: o ex-porro. Tal qual gozo. eis me aqui, bicho de 500 milhões de cabeças.
daniel minchoni, ex-citação
13
.Aleito lento leite leite leite lácteo latente quente quente quente ferve tal veia qual pelos sobre peles entre pernas esperneia geme explode como átomo atrito num átimo
16
um grito da gônada como um canto nonada um uivo um hino quente quente quem te toca quem te ama? por quem sua veia pulsa? por quem seu corpo cala? ou falo? em que cuspe mora seu sentido? na flor da planta no pé da libido pé do bambuzal? corre qual porra que ferve no nervo e jorra corre tal porra que escreve o papel e borra todos pelos apelam todos poros reparam
17
pois desde começo somos porra e à porra então eterno retorno desde o ventre anos livres do meu pai canal revólver dispara essa carta brasa ao ventre livra vertigem mas projeta carne que agonia implora no ventre o ventríloquo: minha mãe de máculas lágrimas só de gozo regozijo agora jorra um veneno que te implora eterno afeto carinhos constantes e o eterno retorno do umbigo que ausenta e vive fora parto parte parte parto leite leite leite choro ferve em coro
18
nem tudo é corte nem tudo é choro nem tudo ladainha da porra vim pra porra vou quem disse que viver mata é porque nunca se matou ave essa ave que se aninha estranha e feia quase daninha nasce o menino veia herege erógeno erro herói um canal de correr histórias espera sempre esperança vir à tona sinas e sinais glosas e glórias sonos e esparros diria o poeta, profestas, por curiosidade:
19
somos e expomos espermas toneladas e tonéis de libido e barbárie cevadas servidas de porras homéricas RAsa e mais nada, a vida se faz inacabada inadequada vem da artéria a primeira bombada os olhos são primeiro pinto o pinto é primeiro mijo dos prazeres o orgânico vídeo e game não supre essa febre voraz essa tortuosidade de carácter de mão cheia o jacto o primeiro chuto
20
e o mundo se torna mais que louça o mundo agora é prato e pranto producto e palito os dentes na xota da xuxa na bunda da vovó mafalda na xereca ou nas paquitas da she-ra revistinhas da avon também são bem vidas playboy é ouro ferve a veia verve torra o que for viço espinha meu peito meu pinto ou pau que não é mais que isso um jogo da viga o jogo da verga e se joga na vida arde ainda ingênuo shampoo o leite o quase gozo mijo o projecto de jacto que porra de pica é essa?
22
que só vive em minha mão tanto bato furto peito do furaco da imaginação e cuspo tudo que é jardim um sorriso que me dose essa ejaculação precoce eu punheteiro entre estrelas gozo de professoras alunas vistas e vizinhas nada além que porra e sangue, espasmos e cuspe e o desenho de tragar o mundo mas ainda é cedo cego o desejo água de coco gala rala o mijo é da pica fala o mais diário regalo maculado pela rotina essa rota cega
23
tevê escola e punheta punheta escola e punheta te vê punheta punheta punheta punheta punheta e mais uma [punhetinha antes de dormir] e mais outra ao acordar e tudo é veia e mijo e nada do caldo grosso espesso da macheza a verga da vereda a cega do gosto gostoso de saber espesso grosso caldo vivo de deleite e gozo de leite e leite e leite lácteo e latente das descobertas dos tragos das pernas os rasgos das portas vias veias brechas e sobras da noite mostras da porra firme
24
que faz estrago e a porra toda do gosto do trago do rasgo e a cabeça esse coração pulso ou antes, esta ponta de pica batendo mais e mais e sempre mais e mais punheta sujando o mundo de homenagens e sem saber da pele mais que o frigir e vibrar e todas veias que disso saltam e ainda é só o começo de uma espoleta que estrala vida porra vida porreta mas antes de tudo vide a punheta que me faz hitler, bucho mussolina cicciolina ou coisa que os valha mandando pro ralo milhões e milhares de raros vidas e vidas que não pelo canal ovário, esse arremedo essa água de coco
25
xixi de anjo quiçá essa gala rala vira pasta de carne endosso de uma vida ereta fonte de dolo e dolor pelos córregos e canais da cidade por tudo que escorre e exala e invade e é quase impossível frear mas que é quase inabalável leite de uma juventudo perfeitamente louca e violenta e mais por isso, igual como o último cavalo selvagem correndo sem cela livro em sua direção e o coração este perdiz assustado caça frente ao afronte espelha no pinto seu cuspe essa fera convicção para enfrentar sem corridas tudo que ainda vai explodir no peito fora os pelos ouriçados
27
fora os poros ululantes fora o jorro lactante essa ferida de fábrica uma luz de fabricação essa flauta doce essa canção não há ninguém não há ninar só o berro e o leito leito leito lento lento lento lente de invadir e roubar escoltado de amar escondido como se aprende nas igrejas escolas e nas guerras que passeiam livres por cada encosto desse mundo
28
desse esporrão desse cavalo esporas nas ancas cravos nas crinas e essa voz teimando em dizer mais por onde queima que por onde falho falo e sujo onde falto respeito fato falta de tato sobram suspeitas e crimes morais amor é mal amor é morte falo de falhas falo de cortes invasões inacabadas mas gozo o maldito gozo de quem não culpa que come carne, a fruta a polpa
29
os olhos ainda me tangem a pele ainda me tinge mancha branca leite lácteo ódio latente que se renova a cada espasmo ainda a nascer nos poros pus e nos vírus viris e o mundo te cobra vilania e o mundo te cobra massar a cobra e mostrar o pau e o mundo te cobra a cobra te imunda inunda os ralos e essa violência juventina esse sopro vão vadeia vade mecum em vá de retrum imacula e essa idade da gula da febre do olho
30
da verve onde o órgão castiga e vibra mas não expele onde tudo quer explodir tudo quer explorar e mostrar sangue e leite leite leite e luta luta luta mesmo que vil tudo é pelos quadris pouco pela cabeça pela que pensa não a que manda mancha e borrão vamos conduzidos numa dança de desejos e éteres e é pela tensão que a pele é tesão e vestibulam a pensão prostibulam as teses e vem a fase dos louros
31
das baladas homéricas as farras intermináveis pensamos ter deixado o aprendiz nas espinhas e a espinha dorsal é uma seta só pronta pra flechar pronta pra caça e tudo que se estuda é que tudo que se faz tese faz tesão e socorre só corre em contramão mas deleite deleite deleite gozo latente joRRAm deslizes jorram demandas jorram e é tudo juventude e virtude e os carros esporram em cada esquina litros e litros de cana e óleo e as lanças lavam os corpos e a beleza dos belos da fase que mais parece nervo mas que é beco
32
névoa que ainda é cedo pra neblina mas a visão ofuscada forja revoltas e revoadas e graças a asa tudo é porra e saliva e um pouco de sangue cinematográfico contra regra só pra parecer verdade divaga aquilo que ainda vai tombar a terra não bebe porra nem tinta porque pintores usam broxas de tamanho e forças viris mas broxas e se não for sobre guitarras e canções é porque o sonho ainda é criança e o som é motor
33
e ficam os sonhos etiópias e utopias de artérias entupidas que não progridem que não gangrenam que não rompem silícios nem silêncios quiçá siliconas ceiam e ciam como se de branca pasta fosse feito tudo de pORRA e de sol sincopadas as relíquias dos campis as delícias dos campus as descomposturas e os descompassos tempos de áureo resplendor e não é carnaval mas a carna farta a carne infarta e ainda é cedo e lava de cândida o alvo tudo que seria flor copo de leite e que branco branco branco se aspira malagouro que entorna o caldo
35
e tudo vem no jacto e tudo vem no gozo e de novo e de novo e de novo e de peito firme e fechado começam os primeiros assédios as primeiras cantadas as pinças e achamos gozar o mercado mas ele nos goza o safado e todo riste triste fardo se torna ouro tanta força para o susexo e cama e cama e coma e calma pra quê? é karma tanto tantra pra tanta tara e o que pesa na balança segue seca a seca dança das picas
36
das pencas de cabaças e cabeças e o mundo é troca troca mas sabe fugir na hora exacta e o contrato em pelos desacata não adianta pedir penico pedir pra peidar e sair porque ele goza na cara e ri de tantas convicções conjecturas com vetos e viços seduz serviços invade você que pensa sempre foder mais que goza poderes
37
também despudores e despe sonhos segue rio de sangue e leite lácteo lá inda agora já mais deslavado desvia o rumo de suas virtudes tudo é rumor tudo é rumar e já aos trinta do segundo é um mar tempo de gala e tudo farta tudo favorece tudo falta esse mar de leite intenso essa tensão de ser esse aumentar de couro e pulmões faz eco e já não mais
38
de razões que falamos mas de números e tudo germina tudo aflora como a PORRA orgia em dia o sonho é real cuspir galáxias foguetear céus da boca com cabeça no meu carnaval chuva desse caroço torto mama no seu suco turvo que a vida é pastiche e fé mais nada cada um com seu cada qual e se colhe mais que planta e se goza menos que devia mas não há tempo para sinais fechados nem tensão
39
tudo são nervos às flores da pélvis & gozamos juntos todos que passaram passareiam mas o que fibra em seu peito é só carbono só petróleo esse motor essa arquibancada urro de ruídos bORRAs que te rumam ao desperdício e não se fala em desprezo mas despreparo e você goza de que lado? quais são suas vias? láctea láctea láctea? lodo lodo lodo? ladainha que se repete e a vida se faz de loica e quando menos se esperma goza na cara
41
engole, porra mas não há razão para prantos pintos pontos temos tantas regras e poucos demais pra contar a história são tantos santos poucos e são tantos sento muito e são santos e são e sinto muito pois ia e não há tempo há tempos te procuro torto tonto e atento te procuro tanto tento que não há mais porquê nem onde e todo sangue que jorra já não esporra começa pois coalhar os louros ávida a vida, cospe em teus lábios obstáculos intermináveis engole, poRRA
42
e nessa fase de coito arrependido eu e fulana que mais quereremos? não és mais só gozo és semen semente hímen luzente mais que luxúria é planta e seiva seiva seiva e de pau a pai pau pra toda obra a vida cobra viço e o viço toma o tempo o templo o toba passam anos a fio e os fios recobram somem na pele perdem a verve esbranquiçam tudo que era conquista vigor dinheiro luxúria e preguiça desanca desencanta enfeitiça
43
a serviço do tempo que tudo toma atoiça desata atiça desacata e corpo já não sacro e não saco mais de nada e o saco já não se dá mais coita de que o tempo passou e sobrou um n uma cifra de foda-se automático n coisas por fazer n coisas por dizer e n formas de calar e tão pouca foda por estar tão fudido já não era em tempo de acordar mas agora o leite leite leite tem outro hálito outro cheiro mesmo assim supre o alento de um ente querido seu filho entretudo entretantos todo gozo que se possa vir do choro viril já não é mais seu torso
45
é terno o enigma da serpente e não faltam noites inclaras de outros leites e amores secretos que não ciam mais que o cio do nada fazer, ócio sacraliza a beleza do momento que é vida e não cabe nesse coro nessa vil cantilena de los toros nessa farsa de néctar da virilha não torna perder a música da noite que o que se fala nessas notas é vilania e um brinde à cafajestada - deusa salve a cana de açúcar mas o líquido desse canto estancado esse liquor de venérea e desenfreio cai no triste rumor do fim da vida sofre dorme e geme reumatismos sabe a dor é líquida e nos percorre não mais que o que nos corre é a cor-reria outro passo outro ritmo outro tempo quem dirá histórias que a peia contaria? ritos de guerra histórias de cavalarias não há muito couro para dar
46
não há mais que ficção que rareia de fato a fricção de tudo que rolou de tudo que passou peito só posso encher o pinto e gozar do que restou mas onde não gozar desses momentos? onde RAro é a delícia e a dor dos dias falta proveito e privo sobra saudade e dolo tantas dores me adornam tantas histórias diluídas perde se a glória perde se a fibra broxa tudo e resta a vida: fina fina quase insossa de memórias vagas e que tais
47
vinga a viga ou prezo o couro mas não nego o fim nego não pra que serve essa reuma que carrego aqui comigo? artrites, mialgias, neurites gota que cuspo mas não castigo não há mais nada nada mais não porrA, que porra é essa? que não alimenta mais tensão se afrouxam líbido e ímpeto a culpa é da corda do cunhão prosta-te ante a porra que te espera tocar lua com dedo sempre foi meta A meticulosa hoje, melancolia te aponta seta nada que não seque sequioso e sonolento
48
a r r a s t a d o pela cólera pelas chagas ou memória ou mesmo solidão dessas ausências sigo direto ao leito lento lento lento letal essa seiva não me cegue que a pele branca amarele que tudo em meu corpo inche soprem as lápides vertam as cúspides que minha carne dê comer a muitos vermes que a saliva da seiva desses vis me plante outro útero mesmo que morto a porra da minha vida floresça de novo copo de leite leite e leito.
50
finda vida a morte revisa trรกs pra diante tudo que foi viรงo. sugiro fazer frase a frase com esse poema-meta o mesmo serviรงo.
sugo poema, porro-ex
53
não entendeu? leia este livro ao contrário que ele toca uma linda canção do grupo é o tchan na voz do coisa ruim, ou seja, ao vivo. sabe nada, inocente.
54
ÍNDICE fetiche remissivo, indício possível ou execução sumária.
A.......................(0 a 10 anos) da porra ao porrinha RA.............................(10 a 20 anos) aporrinhação RRA....................(20 a 30 anos) eu quero é gozar ORRA............(30 a 40 anos) a vida não é só gozo PORRA............(40 a 45 anos) o jorro dura pouco ORRA....................... (45 a 55 anos) tesão e tédio RRA........................... (55 a 65 anos) é melhor rir RA............................... (65 a 75 anos) é melhor ir A....(75 a NIEMEYER) geme e goza reumatismos
56
Daniel Minchoni é um porra. Kiko Dinucci é arteiro. É atentado ao pudor.
57
EX-PORRO poema sugo Carniceria Livros A Oficina do Santo texto: Daniel Minchoni desenhos: Kiko Dinucci edição: Luis Rafael Montero projeto gráfico: Carniceria Livros João Gabriel Monteiro revisão: Carniceria Livros
58
BOCA SANTA idealização: Luis Rafael Montero realização: Carniceria Livros A Oficina do Santo design: Juneco Martineli João Gabriel Monteiro fotos e vídeos: João Gabriel Monteiro Felipe Schürmann Vinicius de Oliveira Fernanda Felix A Oficina do Santo programação do site: Guilherme "Nabo" artistas: Juliana Amato, Patricia Chmielewski, Mariana Coan, Kiko Dinucci, Raphael Gancz, Fernanda Grigolin, Isadora Krieger, Bruno Maron, Pedro Mattos, Daniel Minchoni, João Gabriel Monteiro, Luis Rafael Montero, Mario Neto, Nelson Provazi, Maria Ribeiro, Haydee Uekubo, Felipe Valério e Soldado Marimbondo (Éder Chapolla, Thiago Juliani, Rafael Piazzi)
59
BOCA SANTA PÁGINA XX
LIVROS E PALAVRÕES
idealização: Luis Rafael Montero realização: Carniceria Livros A Oficina do Santo
design: Juneco Martineli João Gabriel Monteiro fotos e vídeos: João Gabriel Monteiro Felipe Schürmann Vinicius de Oliveira Fernanda Felix A Oficina do Santo programação do site: Guilherme "Nabo" artistas: Juliana Amato, Patricia Chmielewski, Mariana Coan, Kiko Dinucci, Raphael Gancz, Fernanda Grigolin, Isadora Krieger, Bruno Maron, Pedro Mattos, Daniel Minchoni, João Gabriel Monteiro, Luis Rafael Montero, Mario Neto, Nelson Provazi, Maria Ribeiro, Haydee Uekubo, Felipe Valério e Soldado Marimbondo (Éder Chapolla, Thiago Juliani, Rafael Piazzi)
60 61