© o livrin do menor slam do mundo 1a edição - 2014 org. daniel minchoni são paulo: edições doburro 2014 coordenação editorial / projeto gráfico: daniel minchoni equipe menor slam do mundo: daniel minchoni, ge ladera, sinhá, guri.
doburro
primeira edição. 2014
andré cortez anna zêpa bobby baq caco pontes carol peixoto daniel minchoni emerson alcalde ge ladera giovanni venturini guri jefferson santana joeliveira oliveira lews barbosa lu’z ribeiro
ni brisant nelson ferreira maria marina vergueiro nicolas behr paulo d’áuria renan inquérito rodolfo coelho rodrigo ciríaco sinhá thiago peixoto victor rodrigues whiron camargo
daniel minchoni geraldo ladera guri (giovanni venturini) sinhĂĄ (organizadores)
dedicado Ă s minimezas.
sou poeta menor, perdoai! manuel bandeira
poeta menor, menor, menor enorme! josĂŠ paulo paes
giovanni venturini | guri o guru guri. an達oser a menor poesia em pessoa.
campeão? não. campeinho é o menor? ninguém é mais nem menos que ninguém. 10 segundos para mostrar-se por inteiro. mágica de prolongar o tempo. valorização das pequenezas da vida. guri
sinhรก | a poesia quer o sagrado das ruas e a calma de estar em si. longe da frieza dos mundos. amor por tintas palavras.
o tempo cerca a palavra, a palavra veste o tempo e corre solta segundos. um tiro, um grito, um pisco ĂŠ o menor slam do mundo. sinhĂĄ
ge ladera | o mestre contador “pode rir, ri, mas não desacredita não é só questão de tempo” pedro paulo soares pereira
peço para os dez segundos pararem no tempo, nunca sou atendido. quero replay, não sou entendido nos momentos. quem viveu, viu, mas a memória é sacana, prega peça, chama e cana. só o livrin do menor slam do mundo salva! ge ladera
daniel minchoni | a regra ĂŠ sarau do burro e cabaret revoltaire. escolha o tĂtulo. jovens escribas e doburro
menor slam do mundo é antes de tudo o nanoslam, 1 único segundo pra mostrar a que veio. se não güenta, joga mário. ou melhor, é o minimenor slam, 3 segundos. ou mais, são 10 segundos, seus, sem acompanhamentos, a mercê do deus chronos. a merecer. e nem um pio que se vai slamiar. piu. uooou. as notas, de 0 a 6.6 (as menores do mundo, também). no mantra pilantra: severo, porém justo. jurados de morte. 7 pra semi. nem um pio que se vai slamiar. piu. miau. êêê sobram 3. nem um pio que se vai slamiar. piu. e o poetinha da noite. é o menor. é o menor. é o menor. o detentor do cobiçado cinturinho de ímã fundido pelo mestre ge ladera. sim, há tempo e coragem pra desafiar o poetinha num duelo de improviso. é isso. não menos. daniel minchoni
victor rodrigues | campeinho da finalínima 2012 pensa que é o profeta da nação. é o louco que fala sozinho. e te insulta.
se a gente é o que come quem não come nada some deve ser por isso que ninguém enxerga toda essa gente que passa fome
as balas são de borracha porque a intenção é apagar palavras de revolução
lu’z ribeiro | campeinha filha da noélia e do antonio dos sobrinhos é tia, irmã e mãe é mãe do eterno contínuo e da nelly. folha, eu sou a favor das cotas raciais.
23 | lu’z ribeiro
medir idas chorou litros por ele, com olhos ainda cerrados esvaiu-se em gozo com outro. acordou sentindo-se 5 quilos mais magra, carregando uma tonelada nas costas.
o menor slam do mundo | 24
degustação prefiro salgado a doce exceto quando provo lågrimas durante a madrugada.
25 | lu’z ribeiro
diz bravar se coração é terra onde ninguém anda desculpa o meu é terra onde você não anda não mais.
renan inquĂŠrito | segundinho ĂŠ poucas palavras.
27 | renan inquérito
tempos modernos as pessoas só se falam por email a convivência é um anexo que não veio.
o menor slam do mundo | 28
pr贸xima parada: card铆aca!
29 | renan inquérito
drogaria socorro imediato cpf na nota a farmácia é uma biqueira com cnpj
ni brisant| terceirinho retirante de acajutiba-ba. faz da palavra sua påtria, arte e coração.
quando visto de telesc贸pio.
31 | ni brisant
grande 茅 o amor que resiste ao microsc贸pio. perfeito
o menor slam do mundo | 32
o prazer é líquido, e eu rio. prazer, vem com a gota, açude-me açude-me açude-me.
33 | ni brisant
sorriso Ê o esboço do beijo.
thiago peixoto | campeinho é o embrionário verso revolucionário.
37 | thiago peixoto
de hoje em diante o desejo n達o manda e o querer pouco importa tirei meu amor da janela amarei quem bater-me a porta.
o menor slam do mundo | 38
se fosse possĂvel viver das coisas que dĂŁo prazer e nĂŁo dinheiro e poder, a vida teria mais nexo, seria poesia e sexo.
39 | thiago peixoto
a garganta inchará de nós quando enfim minha voz cansada de ser impotente deixar de poesia entoar. então, involuntariamente, meu silêncio dirá exatamente o que todos precisam escutar.
o menor slam do mundo | 40
a evolução foi além da invenção da colher e no mundo que tudo tem uma facilidade qualquer o miojo está para o homem como o bojo para mulher.
41 | thiago peixoto
lu’z ribeiro | segundinha paulistana cinza, de garatujas coloridas 26 outonos contemplados poeta ambulante, depois de luz é flores e peixes. “a menina dança”, canta e atua.
43 | lu’z ribeiro
mensurou seu amor por mim: como toda areia do deserto tentou prender-me em suas mĂŁos me viu esvair pelos seus dedos.
o menor slam do mundo | 44
o coração bater é indício de que o temos fazê-lo doer é prova de que funciona.
45 | lu’z ribeiro
meus amores sofrem de aborto espontâneo. espontaneamente dizem: - fim.
o menor slam do mundo | 46
usar a racionalidade em plena tpm foi minha maior prova de amor.
47 | lu’z ribeiro
maria | terceirinha ĂŠ amaria.
49 | maria
coração cheio de amor carregado de paixão cai no meio do céu segura por tua mão
o menor slam do mundo | 50
o segundo era da porta, mas foi de improviso eu nĂŁo me lembro. sou vida. nĂŁo me lembro... se alguĂŠm gravou, gravou.
51 | maria
aquele menino era a felicidade que eu sentia todos os dias.
ni brisant
| campeinho tem cócegas, 25 dentes e 28 anos de coisas. mas trocaria a eternidade por uma vida inteira.
55 | ni brisant
tanto faz na cama ou em sĂŠrie americana. no cio, quem nĂŁo (sa)cia, sai.
o menor slam do mundo | 56
tem agora sua prĂłpria religiĂŁo: umbigo. seu piercing ĂŠ altar. doa versos frente e versos.
57 | ni brisant
era véspera de sua morte, mas ela estava viva e botou pra lá! uma vez perdida toda força será encontrada.
jefferson santana
| segundinho poeta ambulante e apaixonado
59 | jefferson santana
criou desgosto pela vida pois o gosto que ficou foi o do amargo Ăşltimo beijo
o menor slam do mundo | 60
sonho e realidade pelo que sou, eu jamais seria o homem dos seus sonhos. sou mais real do que vocĂŞ imagina!
61 | jefferson santana
uma interrogação onde meu coração pede uma exclamação sei não cada ponto dessa inconclusão em contraponto a essa emoção ainda podem me gerar algumas reticências
whiron fanzeres | terceirinho é breviário poético.
63 | whiron fanzeres
haicai diante de tanto barulho minha alma reclamou silĂŞncio
o menor slam do mundo | 64
fome primitiva não me parece necessário esbanjar talheres de prata taças de ouro ou pratos de porcelana os ricos não sabem que quando se tem fome talheres somem e restam-nos apenas as mãos.
65 | whiron fanzeres
haicai esqueça a realidade salvadores dalí ou daqui são poucos.
renan inquérito
| campeinho é parada poética.
saudade palavra singular que dói no plural
69 | renan inquérito
poemas 1 e 3 ver páginas 19 e 21.
emerson alcalde | segundinho ĂŠ a massa dos guilhermanos.
71 | emerson alcalde
quando for avistado o barquinho de papel na valeta é sinal de que o resgate já partiu e que o falcão pode dar espaço à borboleta
o menor slam do mundo | 72
faz tempo que não tomo uma batida POLICIAL é que... aqui no céu não há bares nem peles apenas água mineral
73 | emerson alcalde
quando me perguntam por que voc锚 s贸 faz mon贸logos? eu respondo: e no mundo, algu茅m dialoga?
rodrigo ciríaco | segundinho rodrigo ciríaco é pedra com desejo de ser pó: pó...esia
porque político e empreiteira tem imunidade de pavio
75 | rodrigo ciríaco
incêndio nas favelas não vira crime no brasil
o menor slam do mundo | 76
são paulo é um lugar esquisito sobre a rua: proíbem-se poetas sob a lua: legalizam-se homicídios
não sofra com a vida foda com ela
77 | rodrigo ciríaco
a vida é foda mas a vida é bela
lews barbosa | terceirinho ĂŠ griot do grito.
79 | lews barbosa
no universo com versatilidade, conversĂŁo ĂŠ conversinha.
o menor slam do mundo | 80
lembre-se de celebrar o cĂŠrebro
81 | lews barbosa
facebook é bão, mas o face-a-face facilita a afeição.
thiago peixoto | campeinho ĂŠ poeta ambulante.
85 | thiago peixoto
h叩 muito foi primavera. ontem outono inda era. hoje inverno impera. amanh達 estou s達o, ver達o.
o menor slam do mundo | 86
pensei: pra que lhe escrever se n茫o merecia nem mais um verso? e nessa folha que me permite o universo o pr贸ximo nem chegou a nascer.
87 | thiago peixoto
com a redução da maioridade penal, temo que considerem bandido todo moloque atrevido, que, apontando um sorriso, roube uma cara de mal.
o menor slam do mundo | 88
em sonho de bandido engravatado atĂŠ horĂĄrio eleitoral gratuito ĂŠ cobrado.
89 | thiago peixoto
bobby baq | segundinho #1992 #poesia #audiovisual #livros #oanoemqueascoisasfalaram #granja #eufindomundo
91 | bobby baq
meu ser pré-histórico só podia mesmo ter um coração de pedra lascada
o menor slam do mundo | 92
isento por um ano de ser o mesmo humano incerto. optei por ser inseto.
93 | bobby baq
os prĂŠdios precisam de poros e as pessoas de algo concreto. reboco rasga, lĂĄbio racha. um lĂĄpis e uma borracha pra refazer o homem-rocha correto.
o menor slam do mundo | 94
um certo ar de desordem onde os c達es que ladram mordem e os homens que domam dormem.
95 | bobby baq
carol peixoto | terceirinha ĂŠ ambulante, poeta e palmeirense. Com Bola, lĂĄpis e papel fez seu primeiro voo ao mundo das letras.
97 | carol peixoto
simples cidade aquele cĂŠu... meio azulado, meio azul, ornando com o avermelhado amarelo do sol, merecia, uma poesia melhor!
o menor slam do mundo | 98
distraĂdo procurando a felicidade ela passou ele nĂŁo viu.
99 | carol peixoto
medo grito agudo ainda que mudo
paulo d’auria | campeinho coletivo poetas do tietê
103 | paulo d’auria
gosto de champagne barato e nĂŁo gosto de poema complicado champanhe barato se chama sidra poesia mais simples, vida
o menor slam do mundo | 104
tragĂŠdia cotidiana: tem gente chorando de barriga cheia tem gente calada de barriga vazia
105 | paulo d’auria
dentre todos os vazios do mundo o que mais me espanta não é a fome no oco do seu estômago, mas a falta de espanto na cara dos homens
caco pontes | segundinho cavalo: victor rodrigues ĂŠ poeta, artista multifuncional e ex-extelionatĂĄrio, de linhagem maloqueirista, pai de passarinho e primo de vedete.
107 | caco pontes
quem pode, pode quem n達o i-pod mp3
o menor slam do mundo | 108
xadrez ou confiss찾o de um pe찾o enquanto todos tentam pegar o rei eu s처 quero comer a rainha
capitalista que invadiu o mac donald’s e pediu guaraná
109 | caco pontes
e o punk andava tão anti
anna zĂŞpa | terceirinha cavalo: sinhĂĄ auto-mini-bio nĂŁo autorizada.
111 | anna zĂŞpa
um dia que chega ĂŠ um dia que vai aprenda a dizer bye-bye
o menor slam do mundo | 112
nĂŁo dĂĄ pra ser sem dor
nessa terra de um beijo só
na terra de um beijo só onde todo mundo toma café me sinto tão só e vivo a dar rolé
na terra de um beijo só estou só com dó dos que repiram puro pó
113 | anna zêpa
paulo d’auria | campeinho coletivo encontro de utopias
117 | paulo d’auria
desinvento tempo pra libertar o vento na face desinvento calendĂĄrio e o tempo fica do jeito que ele nasce: folha sem destinatĂĄrio
o menor slam do mundo | 118
narciso enamorado apaixonou-se por seu reflexo na poรงa de suor do umbigo dela
119 | paulo d’auria
nos sonhos, a única lógica possível é a lógica do impossível, minha armadura de revolucionário é um pijama tecido de nuvens
o menor slam do mundo | 120
crianรงa sem casa, eu calculo, deve ser igual borboleta tentando criar asa sem casulo
121 | paulo d’auria
nelson ferreira |segundinho ele partiu, partiu, e nunca mais voltou.
123 | nelson
sentido sem tĂŞ-lo olvidaria a vida.
o menor slam do mundo | 124
nos versos e anversos de um processo impera a hipocrisia
125 | nelson
teu olhar ĂŠ forte deixa-me feliz qualquer dia de sorte vocĂŞ diz: eu te amo.
o menor slam do mundo | 126
apocalíptico o fim paralíticos os meios nada melhor do que começar de novo...
127 | nelson
ge ladera |terceirinho molhou algumas mãos para conseguir seu espaço no livrin. anda se conservando, mas sempre disposto a virar o disco.
129 | ge ladera
amor, n達o adianta escapei daquela transa mas n達o de ser fudido
o menor slam do mundo | 130
questões sem mérito não fraudar o saldo não saudar o crédito
131 |ge ladera
hoje fartura amanhã na seca forte lição de economia não é questão de sorte
ni brisant | campeinho pai da menina flora. escreve para ter no que acreditar. ni encontra-se perdido.
direito.
135 | ni brisant
se tivesse direito a um pedido, pediria tudo que tenho
o menor slam do mundo | 136
a poesia não me levou aonde eu queria, mas fez do meu coração um lugar habitável. faço dos livros minha metrópole e colônia em palavras.
137 | ni brisant
nem toda cicatriz ĂŠ marca de luta nem todo mundo que pede socorro ajuda. se for preciso, lapide-se mas jamais dissolva-se. poucos gostam de farelo.
o menor slam do mundo | 138
ela queria romance; ele, verso. livraram-se! se vocĂŞ fosse minha, seria feliz, nĂŁo poeta. palavra!
139 | ni brisant
paulo d’auria |segundinho projeto poesia na faixa
141 | paulo d’auria
quem se esconde não se expande, a poeira é leve mas cega um gigante, e o vento - nada mais que ar em movimento é a febre deste levante.
o menor slam do mundo | 142
como t達o pequenas capsulas de sangue e outros materiais gelatinosos - meus olhos podem conter alma e oceanos sem fim?
143 | paulo d’auria
as palavras não dizem nada mas o poeta insiste e segue: poesia é andar com os cegos, é falar com os mudos, ouvir com os surdos.
o menor slam do mundo | 144
arrumando as lembranรงas encontrou esse retrato da crianรงa com fome. - como jogar fora apenas a fome? -
145 | paulo d’auria
andré cortez |terceirinho em ordem cronológica: são paulo, 1980, poeta, ator, diplomata. em ordem de preferência: poesia, teatro, são paulo, diplomacia, 1980.
147 | andrĂŠ cortez
dura dita (highcai para o shopping cidade jardim) brasil: miami-o ou deixe-o.
o menor slam do mundo | 148
carpe diem todo para sempre ĂŠ tempo a esmo e amargura tudo para sempre ou dĂĄ no mesmo quando dura.
149 | andré cortez
arca de noé (highcai para a velha rua augusta) galinha, piranha, jararaca, pinto, aranha, perereca, cachorro, garanhão, leão de chácara.
joeliveira oliveira |terceirinho tem os maiores menores
faca de dois gumes mata como um lobisomem na encruzilhada da ganancia insana na cor da mortalha pela dor nefasta em tudo que basta que não se faz desgraça pelo vinho na taça. feio é o turvo fim da corrente fraca que esmaga o sim na peleja ardente de chegar na guela o gösto carmim feito na constelação das esferas finitas no tempo de não se chegar ao fim. corpo templo do mim mesmo quero meu querubim no astral do manto que encobre o santo do amor sem fim. deusa do apocalipse levai a vida do agora e sempre em sua carruagem alada ao sopro ardente nas atrelas do porvir. gosto do mais variado traz no seu regaço o travo do melaço quando o favo amargo do mel esperado transforma o bagaço no prato feito e farto de comer o bofe a tripa o bucho e o fato consumado.
o menor slam do mundo | 152
morador de rua: - - . no coração uma dor, no sentimento um desequilíbrio emocional, na cabeça uma esquizofrenia emocional. e esses múltiplos arquétipos utópicos pretéritos, bucólicos poéticos, será a conceituação do colóquio do bem do mal para cristonizar os gametas que virão a este planeta com o setro da salvação das liberdades ocultas nas dimensões dos mistérios. e esses dúbios conceitos ecológicos preceitos, será o nobre alferes nas citações dos pergaminhos traduzidos pelos valores etnológicos dos poderes em todos os óbvios. pois é, se carma é sentença sem justiça, o planeta terra é o banco dos réus, ah lembrei, é que eu estou com fome.
153 | joeliveira oliveira
lĂĄ nos confins das peripĂŠcias onde o eco paladino entoa os mantra das odisseias e o faro no feno farto proseia com gestos finos os antros das panaceias, e lĂĄ na plenitude das alvoradas onde os sonhos se embalam em versos e o parto partindo a sina golpeia a dor de um gesto.
ni brisant | campeinho não manda flores nem liga no dia seguinte. é romântico não praticante.
157 | ni brisant
a menos que tenha nascido com asas, você vai precisar correr se quiser sair do chão. - até peões reinam nas horas vagas.
o menor slam do mundo | 158
ambição de toda alegria é tornar-se felicidade um dia. - a vida tirou-lhe até os dentes mas ela não abriu mão de sorrir.
159 | ni brisant
se você vive para ter pessoas aos seus pés, jamais terá alguém ao seu lado. - sem saber que é o fim. usou reticências.
anna zêpa |segundinha atriz da peça “ninguém no plural”
se nome fosse, não era joão se pessoa fosse, não dormia no chão
161 | anna zêpa
joão era mais dor que nome e pessoa
o menor slam do mundo | 162
o nome sujou o nome antes fosse lama, mas foi grana
a noite lembra que existe sonho queria uma vida s贸 de noite
163 | anna z锚pa
o dia lembra que existe vida
bobby baq
| terceirinho odeia cortar as unhas, n達o consegue escolher uma cor predileta e se perde em linha reta.
165 | bobby baq
nĂŁo incomoda nada sentar-me no topo da alta madrugada. perto do cometa onde nada me acomete. sentindo pulsar vida em todo meu corpo celeste.
o menor slam do mundo | 166
não vou evitar aproximação na próxima esquina. que meu coração esbarre, desencaixe e te caia por cima.
167 | bobby baq
de noite ĂŠ certo: minha cama seu deserto.
patricia chmielewski | campeinha japa tratante
171 | patricia chmielewski
traumatismo craniano: se jogou de cabeรงa mas o amor era raso demais.
o menor slam do mundo | 172
gosto n達o se discute, se prova.
173 | patricia chmielewski
ciĂşme: a pior forma de dizer eu te amo.
marina vergueiro |segundinha parida mulher na av. paulista, pela dor, sangrou-se poeta; pelo canudo, jornalista. da morte, ĂŠ analfabeta. da vida, ĂŠ finalista.
175 | marina vergueiro
minha vida: combustível. minha mente: comburente. minha condição: combustão. meu conflito: imprescindível. minha angustia: calmante. minha ida: escuridão.
o menor slam do mundo | 176
amor natimorto que eu carrego incrustado em mim, t達o simples seria fazer um aborto e expelir este parasita, enfim!
177 | marina vergueiro
nas veias dele corre o hiv e você nem vê. o sangue dela jorra hiv e ninguém vê. que diferença isso faz pra você?
caranguejĂşnior brĂĄz
| terceirinho da praia e manguezais, do asfalto e concreto canceriano e cervejeiro. poeta do tietĂŞ.
179 | caranguejĂşnior brĂĄz
minha casa, minha vida: ela queria comprar, um apartamento na planta mas ele prefere, uma casa na ĂĄrvore
o menor slam do mundo | 180
a espera por aquele grande amor foi em v達o... caiu entre o trem e a plataforma.
181 | caranguejúnior bráz
o paulistano adão, desembarcou na estação paraíso e foi a pé encontrar eva, no jardins.
anna zêpa | campeinha autora do livro “primeiro corte”
185 | anna zĂŞpa
ninguĂŠm vem ao mundo sem antes morar no melhor lugar do mundo: barriga de mĂŁe
o menor slam do mundo | 186
escuto você vejo contradição se te incomoda é não se me incomoda não é nada não
187 | anna zĂŞpa
amor evapora? se sim, quero o meu ao sol.
bobby baq
|segundinho é de peixes com ascendente em aquário e acha isso despropositadamente engraçado.
189 | bobby baq
n贸s mundo afora pele adentro aprendemos todo dia a romper um ligamento
o menor slam do mundo | 190
lรก vem o solitรกrio carregando a sua ilha de areia acumulada em sua bota andarilha
191 | bobby baq
me mudei para o presente o ambiente mais seguro morto jรก estรก o passado e logo mais morre o futuro
marina vergueiro
| terceirinha ainda na infância apresentou sintomas de poesia. não foi vacinada e controla a patologia com pílulas de introspecção e boemia.
193 | marina vergueiro
se eu moro no centro e vocĂŞ na quebrada, sĂł muda o cep, mais nada. todo mundo ĂŠ vermelho por dentro e trabalha atĂŠ ter falta de tempo.
o menor slam do mundo | 194
n達o me atice! n達o me atice, nobre senhor! sou mulher e sou primata. n達o me presenteie expectativas para depois sair pela culatra.
195 | marina vergueiro
preciso de compreensão quando adulta e também criança, pois nem sempre sou razão. e pros meu crimes de paixão, aceite fiança em moeda de arrependimento e perdão.
rodolfo coelho |terceirinho vive na ilha de pรกscoa
197 | rodolfo coelho
noturno I galos cantam a 2ÂŞ feira enfim chega e nĂŁo dormi ainda. como serĂĄ meu dia?
o menor slam do mundo | 198
inferno sartriano e a situação se repete se repete se repete se repete se repete se repete
199 | rodolfo coelho
ĂŠ inevitĂĄvel vou pegar esta mulher de jeito como fogo no capim
bobby baq | campeinho sente muito por ser de poucas palavras.
203 | bobby baq
soubesse de início que o invertido é mais bonito começava do avesso e nem ficava arrependido
o menor slam do mundo | 204
uma coisa ĂŠ certeira parte do que parte permanece uma vida inteira
205 | bobby baq
atĂŠ minha superfĂcie se derrete por vontade de penetrar a sua profundidade
o menor slam do mundo | 206
a vontade que persiste apreciar de perto o que ainda n達o existe
207 | bobby baq
nicolas behr
|segundinho poeta
ela falar de loucura nem uma coisa nem outra literatura
209 | nicolas behr
eu queria falar de amor
a boca, safada
a boca ri, marota
eu quero Ê me afogar nesse pântano de cuspe
tua boca me deve um beijo
o menor slam do mundo | 210
foda-se o amor
amor o cacete amor o caralho
ah! o amor que porra de amor!
o amor
211 | nicolas behr
o menor slam do mundo | 212
o amor se trai o amor ĂŠ vagabundo nĂŁo existe pureza no amor pureza sĂł no sexo
213 | nicolas behr
anna zêpa
| terceirinha autora do livro “primeiro corte”
sol na janela cansado ele dorme nos braços da cama
215 |anna zĂŞpa
poema 3 ver pĂĄgina 105.
o menor slam do mundo | 216
quem disse que a saudade n茫o tem cor? t么 roxa.
217 |anna zĂŞpa
o livrin sagrado do menor slam do mundo foi composto em tipologia chaparral pro regular corpo 10, em papel p贸len 90g/m2 para o selo doburro.