PROJETOS MINISTERIAIS - MÓDULO CRISÓPRASO - SEMINÁRIO BATISTA LIVRE

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Projetos Ministeriais Implantação de projeto social Plantação de igrejas

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SUMÁRIO

PROJETO SOCIAL PLANTAÇÃO DE IGREJA BIBLIOGRAFIA

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PROJETOS MINISTERIAIS

PROJETO SOCIAL INTRODUÇÃO

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos. Lucas 4.17,18 Depois de ter vencido a tentação no deserto, Jesus, cheio do Espírito Santo, entrou na sinagoga na cidade de Nazaré em um sábado, cidade onde havia sido criado, e leu esse texto do Profeta Isaias. Ele se identificou como o “servo do Senhor” profetizado por Isaías, que “trará justiça” ao mundo” (Is 42.1-7). A maioria das pessoas sabe que Jesus veio trazer perdão e graça. Porém, é menos conhecido o ensino de que a experiência da graça de Jesus Cristo em nossas vidas, inevitavelmente nos motiva a buscarmos justiça. Ao ver as multidões, Jesus tinha compaixão delas “porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor”. Mt 9 35-38. “Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os doentes” (Mt 14.14). Jesus expressa esse sentimento por ocasião da segunda multiplicação de pães e peixes: “Tenho compaixão desta multidão” (Mt 15.32). As pessoas procuravam Jesus em busca de alívio por iniciativa própria. Os quatro evangelhos estão repletos das histórias onde Jesus realizou milagres em favor das pessoas que sofriam. Ele deu vista aos cegos, ressuscitou mortos, multiplicou alimento, expulsou demônios e anunciou que o reino de Deus era chegado.

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PROJETOS MINISTERIAIS 1. POR QUE A IGREJA DEVE SE ENVOLVER COM AÇÃO SOCIAL?

Deus continua chamando e vocacionando pessoas. Acabei de participar de uma conferência missionária, para crianças, jovens e adultos, vindos de todo o Brasil. Alguns deles vieram porque já estão engajados em ministérios sociais e na evangelização em suas igrejas. Outros porque sentem chamado para missões transculturais e desejam estar em contato com missionários de campos transculturais. É uma conferência missionária voltada para o despertamento de vocações. Chamou a atenção nesta conferência, o número de jovens interessados em servir ao Senhor utilizando seus dons e talentos na missão da evangelização e do cuidado de pessoas. Alguns, mais altruístas, demonstram a certeza de que querem trabalhar em campos não alcançados como janela 10/40, campos de refugiados, onde possam levar a justiça de Deus em favor dos que sofrem os efeitos da pobreza devastadora, da fome e da miséria, em consequência da falta de condições mínimas de sobrevivência. Eles estão sensibilizados com as notícias da mídia sobre multidões de pessoas em deslocamento pelo mundo todo, fugindo das perseguições religiosas, das guerras e da crise social, política e humanitária. São milhões no mundo todo em busca de acolhida e segurança. Olhando para o cenário brasileiro, a grandiosidade das injustiças sociais para com os pobres nos deixa perplexos: Descaso das autoridades, corrupção, falência da saúde e da educação pública, violência generalizada, desemprego, moradias inadequadas, escassez de comida na mesa dos pobres, enquanto toneladas de alimento vão para o lixo. As comunidades pobres vivem constantemente o medo e o terror em virtude da violência causada pelo tráfico de drogas e pela criminalidade. Quem trabalha com população em situação de vulnerabilidade social, ouve com frequência as seguintes frases proferidas por adolescentes que não têm mais esperança: “Eu cresci no morro, vendo a polícia dar tiro para todo o lado, massacrar meus familiares e as pessoas da comunidade. Isso dá ódio e revolta sabe!”

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PROJETOS MINISTERIAIS “Para mim, tanto faz matar ou morrer, é tudo mesma coisa. Meu sonho é chegar a ser o líder do tráfico na comunidade. Eles sim, tem dinheiro” “Não tenho mãe nem pai. Tenho 2 irmãos, um morreu por causa da droga e o outro está preso. Vivo sozinha” As vozes dos que estão sem esperança e sem perspectiva de uma vida digna, não encontram mais eco no ouvido das pessoas, nem mesmo das autoridades. Aqueles que tem um pouco mais de recurso tentam ignorar o clamor do sofrimento dos pobres e miseráveis, por não saberem o que fazer ou para não sofrerem também. Porém, a Igreja de Jesus é a resposta para todo o sofrimento humano. Precisamos seguir o exemplo de Jesus na questão da obediência a Deus com relação à compaixão. Ele só fazia as coisas que via o Pai fazer, J 5.19. Uma vida de comunhão com Deus e obediência a sua Palavra, nos leva a praticar atos de justiça e compaixão em favor dos que sofrem. Esses atos refletem o caráter de Deus. Maurício Cunha no seu livro “O Reino Entre Nós” cita: “É marcante o exemplo dos primeiros cristãos, que após uma reunião para direcionar as atividades do apóstolo Paulo e de outros, chegaram à conclusão de que a única recomendação necessária era que eles deveriam se lembrar dos pobres Gl 2.10

Pacto de Lauzane A discussão sobre o papel da igreja na ação social é um tema recorrente na história da igreja. Por ocasião do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne/Suíça, 1974, com participação de mais de 150 nações, foi criado um comitê mundial das igrejas evangélicas que firmou um pacto conhecido como o “Pacto de Lauzane”. Este pacto foi elaborado tratando especialmente da evangelização e responsabilidade social da igreja. Ele sintetiza as principais características 11

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PROJETOS MINISTERIAIS de uma igreja fiel e relevante. Entre os 15 itens, um, o de número 5 trata sobre “A Responsabilidade Social Cristã”, conforme transcrito aqui. “Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela conciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sociopolítico são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta”. O Papel da Igreja Local nas ações de Desenvolvimento e Serviço Social “Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e ser pisado pelos homens”. Mt 5.13 Onde o Evangelho de Jesus chega, o Reino de Deus chega, onde o Reino de Deus chega, as estruturas sociais são influenciadas e passam por mudanças. A igreja deve ser uma comunidade de transformação pessoal e social que capacita os indivíduos a trabalhar pela transformação em seu local de trabalho, no seu bairro 12

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PROJETOS MINISTERIAIS e na sua família. Richard Tiplady, no livro editado por Bertil Ekstrom, “A Igreja em Missão”, no capítulo “A igreja como comunidade transformadora”, lembra que o evangelho não é apenas sobre a salvação pessoal, mas também tem uma relação social e um aspecto comunitário. A igreja não é apenas o lugar onde as pessoas encontram mudança pessoal através da cura, perdão, reconciliação, mas, é onde elas também se tornam parte da comunidade que trabalha pela transformação mais ampla de sua localidade e de outras. Ele citou o que aconteceu na Escócia e nos Países Baixos: “O famoso reformista escocês John Knox introduziu a educação primária universal em todas as paróquias do país, supervisionadas pela igreja local, para garantir que todos pudessem ler a Bíblia sozinhos. Os impactos da transformação social mais ampla dessa iniciativa fizeram da Escócia um dos países europeus mais educados e prósperos e líder na Revolução Industrial do Reino Unido. O teólogo holandês Abraham Kuyper, primeiro-ministro dos Países Baixos de 1901 a 1905, declarou: “Não há uma polegada, em todo o domínio de nossa existência humana, sobre a qual Cristo, que é o Senhor sobre todas as coisas, não diga: ‘É minha’ “. Maurício Cunha, no livro “O Reino de Deus e a Transformação Social”, nos leva e refletir sobre o papel da igreja, fazendo as seguintes perguntas: As igrejas devem implantar projetos sociais? Qual é o limite dessa ação? Qual é a responsabilidade das igrejas locais na implantação de projetos sociais? Se as igrejas fizessem o seu papel, as ONGs e as missões evangélicas deixariam de existir, já que se tornariam desnecessárias? A igreja de Jesus é a agente de Deus na terra, dando continuidade ao que Ele sempre esteve fazendo: transformando vidas e comunidades. O teólogo e mártir alemão Dietrich Bonhoeffer disse: “Não devemos apenas atar as feridas das vítimas atropeladas pelas rodas da injustiça. Mas sim, parar a própria roda”. Precisamos nos convencer de que a Justiça social é um compromisso inerente

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PROJETOS MINISTERIAIS ao cristão. Fazer justica e defender o direito do órfão, do estrangeiro e da viúva, é a nossa missão. Jesus tinha um programa de ministério transformador, Ele veio para fazer justiça aos pobres e oprimidos pelo pecado. “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos “. Lucas 4.8

• Anunciar boas novas aos pobres • Proclamar libertação aos presos • Restaurar a vista aos cegos • Por em liberdade os oprimidos • Proclamar o ano aceitável do Senhor

Ele trouxe um estilo de vida que condizia com o seu programa de ministério, Ele se identificou com aqueles que sofriam, conviveu com eles e os serviu em todo o tempo. Paulo descreve este estilo de vida em Filipenses 2.7, e nos convida a adotá-lo. Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, • Ele tomou a forma de servo • Fez-se semelhante aos homens • Humilhou-se a si mesmo • Foi obediente até a morte e morte de cruz Alguns textos bíblicos que nos encorajam a trabalhar em favor da transformação de pessoas, famílias e comunidades • Em vez de ofertas de holocaustos, o Senhor ordena: “Busquem a justiça, acabem com a opressão”. Is 1.17

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PROJETOS MINISTERIAIS • Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito dos órfãos, pleiteai a causa das viúvas. Is 1.17 • Fazei justiça ao fraco e ao órfão, procedei retamente para com o aflito e desamparado. Sl 82.3 • Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Administrem a verdadeira justiça, mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. • Não oprimam a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros’. • Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo, o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei o os profetas. Mt 22.37-40 • Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus? Mq 6.8 • Quando no teu campo colheres a tua colheita, e esqueceres um molho no campo, não tornarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra das tuas mãos. Dt 24.19 • Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás para colher o fruto dos ramos; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será. Dt 24.20 • Quando vindimares a tua vinha, não voltarás para rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão, e para a viúva será. Dt 24.19-21 2. O QUE É UM PROJETO SOCIAL 15

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PROJETOS MINISTERIAIS

É um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de tempo e de orçamentos dados”. Como nasce um projeto social? O projeto social deve nascer a partir de um diagnóstico sobre uma realidade, onde são detectadas necessidades sociais tais como: deficiência nas áreas da educação, saúde, moradia, saneamento básico, violência doméstica e urbana, drogas, problemas raciais, desigualdade social, desigualdade de gênero, opressão, exploração e dominação dos mais fortes sobre os mais vulneráveis, entre outros. Onde houver uma causa dessas, há oportunidade para um projeto social. O Diagnóstico Social e sua importância no Projeto Social Quando vamos em busca de tratamento médico, a primeira ação do médico é investigar a causa da doença. Na área social as ações também devem ser precedidas por esta fase, a fase do diagnóstico social, que vai possibilitar uma intervenção eficaz. O diagnóstico social é o instrumento utilizado para o conhecimento e compreensão das realidades da pobreza e da exclusão social, ele deve ocupar um lugar de primazia, na medida em que constitui a base de um compromisso para a ação. A População precisa ser ouvida e consultada no momento da execução do diagnóstico e sempre, em cada fase da execução do projeto social. Sua consideração sobre a realidade social onde vive, precisa ser prioritariamente levada em conta na hora da elaboração do projeto. Além dos problemas sociais que vivencia, ela possui sonhos e aspirações para aquela comunidade. A análise dos contextos e das situações observadas deve nos oferecer um retrato da realidade. Não se trata apenas de saber, mas de conhecer para poder fazer. Esta tem sido uma das premissas em que se deve assentar uma ação social, o diagnóstico. Contribui também para identificar atores que podem desempenhar um papel fundamental nas ações.

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PROJETOS MINISTERIAIS Segundo o Sociólogo Ezequiel Ander-egg, o diagnóstico social contribui para: ( Proporcionar conhecimento sobre a realidade permitindo identificar carências, necessidades, problemas, sonhos, vocações e aspirações de uma população; ( Mostrar quais são os problemas e o porquê desses problemas numa determinada situação. ( Apontar quais são os recursos e meios disponíveis para resolver estes problemas. ( Identificar os fatores mais significativos que influenciam, ou determinam a situação e os atores sociais implicados na mesma. ( Mostrar quais decisões tomar acerca das estratégias de intervenção. 3. PASSOS PRÁTICOS PARA INÍCIO DE UM PROJETO SOCIAL

Oração: Antes de tomar qualquer decisão para iniciar um projeto, busque a direção de Deus. Mantenha um período regular de oração pelo projeto, talvez ainda não seja um projeto concebido, mas é um desejo, um sonho. Busque parceiros de oração. E continue orando em todas as etapas do projeto. A Bíblia está repleta de relatos de situações desesperadoras que foram totalmente mudadas quando alguém se dispôs a interceder e clamar pela situação. Em resposta ao clamor dos seus servos, Deus destruiu exércitos poderosos que se levantaram contra o seu povo, reverteu sentença de morte contra a nação inteira, abriu a prisão para libertar os seus, livrou pessoas da boca do leão e da fornalha ardente. A oração com fé tem poder para derrubar obstáculos, transformar vidas e mudar qualquer situação ou realidade social. “Se o meu povo, que chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus peados e sararei a sua terra.” 2 Cr 7.14 Busque sabedoria e orientação na Palavra de Deus: Fique atento a direção que o Espírito Santo está trazendo à sua mente através da Palavra. Busque aconselhamento com líderes que possuem conhecimento da Palavra de Deus e experiencia na área social. Busque aconselhamento principalmente com o seu líder 17

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PROJETOS MINISTERIAIS espiritual. Aprenda com quem já faz: Projetos são dinâmicos, eles vão ganhando forma e vão se transformando à medida que você vai amadurecendo a ideia, lendo, ouvindo e compartilhando sobre o seu sonho. Dê muita importância àqueles que já estão nesta caminhada a mais tempo. Promova visitas para conhecer outros projetos. Busque se inteirar sobre o que já está acontecendo no seu entorno. Não pense que a sua ideia é única. Procure aprender com quem já faz, desta forma você pode evitar equívocos e erros. Desenvolva parcerias e encontre formas de cultivá-las: Troque informações com as pessoas que frequentam a sua igreja. Neste exercício, você poderá perceber o interesse delas nessa missão. Para este trabalho, é necessário contar com o engajamento de pessoas voluntárias. Estabeleça, valorize e cultive parcerias, procure identificar pessoas que possam ser voluntárias no seu projeto e cuide deles. Conheça a vida das pessoas e da comunidade onde você deseja atuar: Caminhe pela comunidade, entre nas casas, procure identificar lideranças na comunidade. Não pense que você sabe o que eles precisam. Eles têm sonhos e aspirações que podem ir além do que imaginamos, e têm prazer em compartilhar esses sonhos. Eles também possuem recursos, talentos e experiências. O capital mais importante de um projeto são as pessoas. Valorize e utilize estes recursos. Você não tem as respostas ou os recursos que eles precisam, permita que eles participem com as riquezas que possuem Maurício Cunha, no seu livro “O Reino Entre Nós” no capítulo “Dando o Primeiro Passo: Conhecendo a Comunidade”, diz: “Cada comunidade e cidade são especiais para Deus e ele tem sonhos e intensões específicos para cada uma delas. O nosso desejo deve ser deixar estes sonhos entrarem em nosso coração para nos motivar e guiar. Precisamos ter a expectativa daquilo que Deus tem preparado para eles. No primeiro momento, devemos gastar muito t*empo com os moradores locais. Este é o princípio: To18

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PROJETOS MINISTERIAIS mar café, tomar, tomar água, tomar chimarrão...” Encontre soluções: Com o desafio bem claro, o próximo passo é analisar quais saídas são tecnicamente possíveis e financeiramente viáveis para serem colocadas em prática para promover mudança na realidade social onde você pretende atuar. Avalie criticamente se a solução proposta realmente reduzirá os problemas que foram listados no item anterior. Escreva o seu projeto juntamente com a sua equipe, contando com a participação da comunidade. A comunidade precisa aprovar, precisa concordar e querer participar do projeto, não como parte do problema, mas, com ideias e propostas para contribuir na solução do problema. Mantenha aberto um canal de comunicação frequente com a liderança da igreja: Apresente o projeto a liderança da igreja e busque uma formalização com a anuência dos líderes. Essa ação vai contribuir para chamá-los à responsabilidade e para assumir junto com você qualquer risco que possa haver. Estabeleça com a liderança uma forma e periodicidade para apresentação de relatório e prestação de contas. Compartilhe com a igreja as necessidades, os desafios os avanços e as conquistas do projeto. Envolva a igreja. Pode ser que você encontre dificuldade para implementar um projeto social na igreja. Nesse caso, o mais indicado é fazer parceria com instituições que já desenvolvem alguma atividade social. 4. PROJETOS QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS EM PARCERIA COM A IGREJA

A responsabilidade de iniciar projetos sociais é enorme. Envolver-se com a dor da outra demanda preparação psicológica e racional. É necessário haver uma preparação para esta tarefa. Essa ação requer parcerias, trocas, articulação, interação e interlocução com pessoas, grupos, conselhos de direitos, poder público, redes Inter setoriais e igreja. ( Atuação na comunidade: Realizar visitas domiciliares, conversar com as pessoas, investir tempo ouvindo suas histórias é dar voz a elas para expressarem e refletirem sobre a realidade social onde vivem e produzir as mudanças que preci19

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PROJETOS MINISTERIAIS sam. Este é um projeto de desenvolvimento pessoal e comunitário. É também um dos papéis primordiais de qualquer igreja. ( Projetos em escolas públicas: Contação de histórias, tendo o cuidado de incluir histórias bíblicas no programa. Doação de livros para Ampliação do acervo de bibliotecas comunitárias ou de escolas públicas. Esses projetos devem ter como objetivo “Despertar o hábito da leitura como forma de prazer e busca do conhecimento, por meio de uma técnica onde os mediadores aproximam a criança e o adolescente dos livros de forma lúdica e interativa”. Com a mediação da leitura e o contato com os livros, boas sementes podem ser lançadas nos corações das crianças. Ao ouvirem e lerem belas histórias, elas experimentam mudanças significativas em suas vidas. No momento da contação de histórias, os livros devem ficar disponíveis as crianças. Devem ser livros interessantes e coloridos. Entre esses, devem estar livros de histórias bíblicas e exemplares da Bíblia em formato lúdico, ex. gibi. ( Projetos culturais: Oficinas de teatro, música, manejo de instrumento, canto coral, são projetos com grande potencial de transformação ( Aprendizagem profissional: Capacitar profissionalmente e promover a inserção de jovens e adolescentes no primeiro emprego. Esta ação já está embasada pela Lei de Aprendizagem (10.097/2.000). Para a inserção no mercado de trabalho é preciso desenvolver parcerias com as empresas da região. O objetivo principal de programas de profissionalização é contribuir para que os adolescentes e suas famílias sejam os agentes da sua autonomia e transformação social através da profissionalização e do trabalho. Outra forma de capacitar profissionalmente, mais informalmente é através de oficinas e minicursos na área da costura, eletricidade, manicure, informática, bordado e outras áreas. Esses cursos apresentam grande potencial para evangelização e inserção na igreja. (Auxílio a indivíduos em situação de rua: Conduzir campanhas para arrecadação de agasalhos e alimentos. Identificar o telefone de centros que acolhem in-

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PROJETOS MINISTERIAIS divíduos em situação de rua na região para incentivar a manutenção desses locais. Estabelecer relacionamento de confiança mútua para fins de discipulado cristão. (Doação de alimentos: O vínculo com uma entidade poderá favorecer o trabalho sistemático. (Fortalecimento do vínculo familiar: Apoio à famílias que apresentam o vínculo familiar entre pais e filhos enfraquecidos ou rompidos. Pode ser através de oficinas de arte, cultura e esporte. Buscando o envolvimento da família, através de atividades específicas, visando o fortalecimento dos vínculos afetivos familiares. (Apadrinhamento financeiro de crianças: Em parceria com um projeto social já existente (Apoiar famílias refugiadas: Ensino do idioma português, aconselhamento e orientação profissional, apoio na elaboração de currículo para fins de emprego, auxílio para pagamento do aluguel da casa, acompanhamento pastoral, discipulado, apoio para colocação no mercado de trabalho, apoio e orientação no momento de matrícula de crianças na escola. Segundo o relatório “Tendências Globais/2017”, divulgado pela ONU, o número de deslocados no mundo chega a quase 69 milhões. São pessoas em situação de completa vulnerabilidade em terra estranha, precisando de socorro, acolhimento e proteção. Nos últimos anos, a situação política e econômica na Venezuela levou mais de 1,5 milhão de venezuelanos a se deslocarem para os países vizinhos. Entre os principais destinos está o Brasil. Este fluxo migratório atingiu prioritariamente o estado de Roraima por fazer divisa com a Venezuela. O Governo Federal, com o apoio da ACNUR e do Exército Brasileiro está promovendo o processo de interiorização dos Venezuelanos nos demais estados brasileiros. O Governo Federal está em busca de organizações da sociedade civil que possam executar projetos de acolhimento desses refugiados. O objetivo é acolher, por um período de 3 a 6 meses, pessoas e famílias em situação de perseguição religiosa e ou violação de direitos humanos, em consequência de guerras e conflitos políti21

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PROJETOS MINISTERIAIS cos, sociais e raciais. Apoio que deve ser oferecido: Moradia, alimentação, capelania, cuidado médico, psicológico, regularização de documentos pessoais, auxílio para a colocação no mercado de trabalho e aprendizado do português. (Projetos de Desenvolvimento Comunitário: Este tipo de projeto apresenta grande potencial de desenvolvimento e transformação de famílias e comunidades. Desenvolvimento comunitário é trabalhar para o êxito dos outros. Isto exige maturidade e desprendimento por parte do trabalhador. O agente de desenvolvimento sábio faz com que o povo se envolva no processo de maneira participativa, de forma que as pessoas da comunidade sintam que o trabalho é delas. Livro: O Reino Entre Nós – Editora Ultimato O Desenvolvimento Comunitário foca o empoderamento da comunidade como agente do seu próprio desenvolvimento visando a transformação. Desenvolve liderança local, utiliza os recursos da comunidade e tem o foco na mudança de valores da comunidade. Envolver a comunidade em um processo de discussão, reflexão e tomada de decisões, gera o empoderamento das pessoas fazendo com que elas sejam as protagonistas do seu desenvolvimento. A comunidade que aprende a pensar e tomar decisões está sendo educada para a cidadania. • Creches: Atender crianças provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade social. Visa o desenvolvimento integral, e o preparo para o 1º ano escolar. Enquanto esses pequenos ficam em um lugar seguro durante o dia, as mães podem trabalhar com tranquilidade para o fortalecimento da renda familiar. Esses programas devem priorizar espaços de fala e escuta qualificada para as famílias expressarem suas dificuldades e angústias através de dinâmicas de acolhimento e rodas de conversa.

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PROJETOS MINISTERIAIS • Casas de Acolhimento institucional para crianças e adolescentes: Acolher crianças e adolescentes vítimas de orfandade, maus-tratos, violência familiar e abandono. Tem como objetivo, desenvolver e autoestima e a autonomia, preparando-os para o retorno à convivência com a família biológica ou a colocação em família substituta.

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PROJETOS MINISTERIAIS

PLANTAÇÃO DE IGREJA INTRODUÇÃO

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Mateus 28:19,20 Era a manhã do sábado, um dia muito especial na cultura dos judeus, Maria Madalena, acompanhada por outras mulheres, foram ver o sepulcro onde o corpo de Jesus fora colocado. A cena era indescritível, Jesus estava lá, à princípio elas não o reconheceram, seu aspecto era como um relâmpago e a sua veste muito branca. Elas ficaram espantadas, tiveram medo, mas ao mesmo tempo alegres ao constatarem que era Jesus e ele estava vivo. Saíram dali correndo para avisar os discípulos. Todos eles viram Jesus, em vários encontros diferentes. Mas no último e grande encontro marcado por Ele, os discípulos recebem a incumbência de evangelizar o mundo, levarem as pessoas à conversão, batizando-as, para que elas fizessem parte da Igreja de Cristo, ensinando-as a viverem segundo os Seus ensinamentos, no poder do Espírito. Este texto ficou conhecido como a Grande Comissão. Deus o Pai enviou Jesus para a salvação do mundo, e Jesus Cristo nos enviou para continuarmos a fazer discípulos, “Assim como o Pai me enviou, assim também eu os envio a vós”. Jo 20.21 Plantar igrejas é parte da tarefa missionária. Os novos convertidos precisam de igreja - um lugar para se reunirem, manterem a comunhão cristã e assim se multiplicarem. A Grande Comissão de Mateus não pode ser obedecida sem plantação de igrejas.

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PROJETOS MINISTERIAIS 1. O QUE É PLANTAR IGREJAS

A plantação de igrejas é o estabelecimento de um corpo organizado de crentes em um novo local. O processo de plantar uma igreja envolve o evangelismo, o discipulado de novos crentes, a formação de líderes e a organização da igreja de acordo com o modelo do Novo Testamento. O Apóstolo Paulo, por ocasião das suas viagens, sempre tentava passar bastante tempo em cada cidade para estabelecer um corpo local de crentes e treinar a liderança (Atos 14.21-23). Mais tarde, ele tentava revisitar essas igrejas para confirmar e incentivá-los na fé (Atos 15:41; 1 Tessalonicenses 3:2). As igrejas que ele estabeleceu, então, enviavam os seus próprios missionários, dando assim continuação à obra de plantação de igrejas (1 Tessalonicenses 1:8). A plantação de igrejas possui um foco específico dentro da maior obra de “missões”. Os plantadores de igrejas são missionários que concentram os seus esforços na pregação e no ensino da Palavra de Deus. Outros missionários que se especializam em determinadas habilidades talvez não sejam considerados “plantadores de igrejas” oficialmente, mas fornecem um serviço valioso aos que o são. A Junta de Missões Nacionais da Igreja Batista define que “A igreja é uma comunidade de discípulos que vão sendo aperfeiçoados até se tornarem parecidos com Jesus. O ato de plantar igrejas vai disseminando novas comunidades fazendo com que o Evangelho permaneça para as futuras gerações. A Grande Comissão nos ordena a fazer discípulos em cidades ou bairros onde não há igrejas ou há poucas, ou entre povos sem igreja, implica na plantação de novas igrejas. Se o nosso alvo é que o Evangelho esteja permanentemente enraizado em uma cidade ou bairro, precisamos de uma igreja local capaz de se multiplicar. Essa foi a estratégia da igreja primitiva para cumprir a grande comissão conforme Atos 14. 21-23. Para o Apóstolo Paulo, fazer discípulos significava o amadurecimento e fortalecimento dos novos convertidos estabelecidos em igrejas locais.

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PROJETOS MINISTERIAIS O objetivo principal dos plantadores de igreja deve ser glorificar ao Senhor em uma comunidade ao fundar uma igreja ou congregação com um grupo de crentes que seja autônomo e auto propagador. Quando este objetivo é alcançado e a igreja é capaz de cuidar de si mesma, o plantador de igrejas geralmente segue a uma comunidade diferente e começa o processo novamente.” Algumas igrejas evangélicas têm desafiado e capacitado seus líderes e pastores para serem plantadores de novas igrejas, criando estratégias e metas. Cabe citar o exemplo da Convenção Batista Brasileira, que estabeleceu a meta de “1 igreja para cada 10.000 habitantes e 4,2 milhões de membros em 2020, baseada nos cinco princípios do livro de atos: Oração; Evangelização discipuladora; Formação de líderes; Compaixão e graça; Plantação de novas igrejas”. Fonte: http://igrejamultiplicadora.org.br/new/visao-brasil-2020 2. O SURGIMENTO DA IGREJA NO LIVRO DE ATOS

O livro de Atos aborda o estabelecimento e o crescimento da Igreja entre o povo judeu e entre os gentios. Este livro continua, até os dias de hoje, sendo o manual perfeito para plantadores de igrejas, transcendendo milênios. Neste livro estão registrados os passos a serem seguidos para a plantação e estabelecimento de igrejas fortes e multiplicadoras, independente da sua localização no globo terrestre mesmo em circunstâncias adversas. Jesus foi o mestre da escola de treinamento dos apóstolos, os primeiros plantadores de igrejas. A plantação de igrejas teve início quando o evangelho se moveu de Jerusalém para a Judéia, Samaria e as partes mais remotas da terra. O livro de Atos traz evidências sobre o estabelecimento e crescimento da igreja entre judeus e gentios, desde Jerusalém até Roma. Eles fizeram discípulos e plantaram igrejas por meio da pregação do evangelho, ministrada pelos apóstolos. • A descida do Espírito Santo. “E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram 26

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PROJETOS MINISTERIAIS sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” Atos 2. 2-4 • Batismo dos novos crentes. “Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas”. Atos 2:41 • Comunhão: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Atos 2.42 • Multiplicação: “louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos”. Atos 2:47 • Perseguição e dispersão dos crentes: A perseguição surgiu depois da morte de Estêvão, pela qual a igreja de Jerusalém foi dispersa. “Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.” At 26.9-11 • Edificação e crescimento da igreja: Congregações locais eram estabelecidas em Jerusalém, na Judéia, Galileia e Samaria: “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.” At 9.31 3. EXPANSÃO DA IGREJA NO MEIO DOS GENTIOS

Apesar da ordem deixada por Jesus antes de subir aos céus, para que os discípulos fossem e fizessem discípulos de todas as nações, durante muitos anos a Igreja ficou restrita aos judeus, sem nenhuma tentativa no sentido de evangelizar os gentios. Os judeus, mesmo convertidos, tinham uma mentalidade preconceituosa sobre a salvação dos gentios. Somente o poder de Deus poderia arrancar deles tais sentimentos e condutas preconceituosas. Existiam dúvidas sobre o fato de judeus e gentios receberem salvação de igual modo. Os judeus os consideravam impuros. Até da sua comida se recusavam a participar por não ser preparada de acordo com a Lei de Moisés. Deus interveio diretamente nesta situação providenciando um contato entre duas pessoas, Cornélio, um gentio interessado no Evangelho, e Pedro, o pregador

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PROJETOS MINISTERIAIS judeu. Deus queria mostrar que o evangelho não era patrimônio de nenhuma raça ou sistema religioso. Cornélio era oficial romano, morador de Cesaréia, capital romana da Palestina, homem piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, At 10.30. Ele desejava entender acerca da salvação. Em um momento de oração, um anjo o visitou indicando onde ele deveria procurar o mensageiro que poderia tirar as suas dúvidas. Cornélio seria o ponto de contato entre a Igreja e os gentios. E Deus estava moldando um pregador judeu para completar o seu plano de alcançar os gentios com a salvação. Nesta ocasião, Pedro estava em viagem evangelística na Judéia, chegando até Jope, At 9.32-43. Por onde Pedro passava, pessoas estavam se convertendo e milagres estavam acontecendo, um deles foi a ressureição de Dorcas, atos 9.40. Ele não tinha entendimento a respeito do que Deus estava para fazer e porque deveria permanecer ali, mas Deus estava apenas realizando o seu plano. Pedro se preocupava sobre como o Evangelho poderia chegar aos gentios. Como judeu, ele sabia das implicações sobre qualquer tipo de aproximação e convivência com os gentios. Pela lei judaica, ele não poderia se hospedar ou comer a comida dos Gentios, ela era considerada imunda pelos judeus. Se ele fizesse isso, os judeus convertidos poderiam se escandalizar. Enquanto Pedro estava em Jope, Deus visitou Cornélio no seu período de oração, através de uma visão onde um anjo lhe aparecia e lhe orientava a chamar Pedro. Pedro também teve uma visão onde um lençol descia até ele com toda a sorte de animais. O apóstolo ficou perplexo sobre qual seria o significado da visão. Neste momento, chegam alguns homens pedindo-lhe que fosse pregar na casa de Cornélio, o gentio. Depois da visitação poderosa de Deus na família de Cornélio, Pedro entendeu que havia chegado a hora dos gentios entrarem na Igreja, At 10.17-20. Daquele momento em diante a Igreja de Jesus não pararia mais de crescer entre povos, línguas e nações espalhadas por toda a terra.

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PROJETOS MINISTERIAIS 4. PAULO E SEUS COMPANHEIROS NAS VIAGENS MISSIONÁRIAS

No início do seu ministério, Paulo e seus companheiros pregavam nas sinagogas de cada cidade. Mas devido ao fato de muitos judeus rejeitarem a Cristo e se indignarem com a pregação, os missionários reconheceram o chamado de Deus para testemunhar aos gentios. Em muitos lugares por onde os apóstolos passaram para estabelecer as primeiras igrejas, eles sofreram espancamento, foram presos. Segunda Jornada Missionária (Atos 15:36-18:22): Paulo estava pronto para participar de uma outra viagem missionária. Ele pediu a Barnabé que se juntasse a ele para visitar as igrejas de sua primeira viagem missionária. Um desacordo, no entanto, causou sua separação. Deus transformou esta disputa em algo positivo, pois agora havia duas equipes missionárias. Barnabé foi para Chipre e Paulo foi com Silas para a Ásia Menor. Deus dirigiu Paulo e Silas para a Grécia, levando o Evangelho à Europa. Em Filipos, a equipe missionária foi espancada e presa. De repente, Deus fez com que um terremoto abrisse as portas da cela para libertá-los de suas correntes. O carcereiro e sua família acreditaram em Cristo, mas os funcionários do governo imploraram que fossem embora. Ao chegar em Atenas, Paulo proclamou, no areópago, o único Deus verdadeiro que podia ser conhecido e adorado sem ídolos feitos por mãos humanas. Novamente, alguns desprezaram, enquanto alguns acreditaram. Paulo ensinou estabeleceu igrejas, fez muitos discípulos de todas as origens: Timóteo, Lídia, Aquilha e Priscila. Terceira Jornada Missionária (Atos 18:23-20:38): Nesta última viagem, Paulo fervorosamente pregou na Ásia Menor. Deus confirmou a sua mensagem com milagres. Atos 20:7-12. A perseguição e oposição ao Evangelho, fortificaram os cristãos verdadeiros.

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PROJETOS MINISTERIAIS 5. JESUS O PERFEITO MODELO DE UM PLANTADOR DE IGREJA

Jesus tinha um plano de ministérios que deve ser o plano de ministério daqueles que são seus discípulos, chamados para gerar novos discípulos e plantar igrejas. Paulo descreve o seu plano de ministério em Filipenses 2. 4 a 8 “Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. Assim como Cristo se esvaziou para cumprir a sua missão, para plantar uma igreja bíblica, e relevante, também precisamos nos esvaziar. Sem deixar de lado os princípios básicos e inegociáveis da fé cristã, precisamos contextualizar o evangelho no mundo. A encarnação de Cristo é um exemplo para todo plantador de igreja. Se ele, sendo filho de Deus, renunciou à sua glória e vivenciou de maneira plena e integral a experiência humana, nós, como plantadores de igreja, também devemos corajosamente, esvaziar-nos a nós mesmos, tornando-nos mais servos e mais “semelhantes aos homens”. As igrejas que fazem diferença no mundo são aquelas que vivem para servir e a encarnação é condição essencial para o serviço. Precisamos plantar igrejas mais interessadas na glória do Pai, seguindo o exemplo do Filho, no poder do Espírito. Atualmente fala-se muito sobre a importância da implantação de projetos com capacidade para transformar pessoas, famílias e comunidades, mas as tecnologias sociais não possuem poder suficiente para transformar e resgatar as pessoas da perdição eterna. Ao passarem pelos projetos sociais, nem por isso se sentem inseridas em um grupo onde podem desenvolver o senso de pertencimento, onde possam se sentir acolhidas. A Igreja, através da mensagem do evangelho de Jesus, tem esse poder de acolher, salvar e transformar pessoas, famílias e comunidades. A Igreja tem capacidade para nutrir e integrar. Os novos crentes precisam ser in-

tegrados em rebanhos locais, e, onde não houver um rebanho, o evangelista sábio

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PROJETOS MINISTERIAIS estabelecerá novas igrejas. Sua obra não é completa até que uma igreja ali exista, para nutrir e envolver os novos crentes no ministério do evangelho. “Quando pregamos as Boas Novas de Jesus nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação de pessoas, e quando plantamos igrejas nos tornamos instrumentos de Deus para a transformação da sociedade em que vivemos. A questão, então, não é se devemos ou não plantar igrejas, mas como plantá-las”! BAUSELL, Adrien 2014 “Plantar Igrejas é a Melhor Estratégia de Crescimento. Onde a igreja chega, o Reino de Deus chega. Onde o Reino de Deus chega, a transformação tem que chegar na esfera espiritual e social. Onde existe uma igreja plantada, o índice de criminalidade, violência, exploração, corrupção, fome e miséria devem ser reduzidos; os relacionamentos devem ser restaurados, a operação do mal deve ser detida. Venha o teu Reino! Assim orou Jesus. O Reino é estabelecido na terra quando se estabelece na vida das pessoas. Devemos orar pela salvação e libertação das pessoas. Orar é expressar o desejo do coração de Deus, “o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. I Tm 2.3 e 4 6. CARACTERÍSTICA DE UM PLANTADOR DE IGREJAS

1. Oração: está convencido de que orar é mais do que uma prática devocional; 2. Integridade: honra os compromissos, se pauta pelos princípios cristãos, não se corrompe moralmente. 3. Chamado de Deus: possui e exibe uma vontade de se entregar ao serviço de Deus e à Igreja, expressa convicção de que Deus o deseja proclamando a Palavra para iniciar uma nova igreja. 4. Vida Familiar: o marido e a esposa partilham da visão ministerial; eles têm um acordo explícito com relação ao papel de cada um e envolvimento com o ministério. 5. Conscientização: é responsável no cumprimento das tarefas; é uma pessoa autocontrolada levando uma vida disciplinada; usa o tempo da melhor forma para servir a Deus e a igreja. 6. Humildade: lidera com confiança em Deus, sem demonstração de afirmações 31

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PROJETOS MINISTERIAIS egoístas. 7. Liderança: lidera outros no sentido de cumprir a missão; respeita os sentimentos, pontos de vista e habilidades dos outros, coloca as pessoas conforme seus dons e as necessidades e oportunidades do ministério. 8. Administração: organiza as tarefas do ministério em um plano de ação fácil de ser seguido, o qual avalia e revisa; identifica os recursos requeridos; efetua o ministério através de outros. 9. Pregação: proclama a palavra de Deus de maneira redentora, convincente e vitoriosa. 10. Treinamento de líderes: edifica seguidores maduros de Cristo, utilizando seus dons no ministério. 11. Flexibilidade e estabilidade emocional: mantém o equilíbrio emocional; é paciente e sincero, não é mal-humorado, capaz de rir de si mesmo. Dá boas vindas a novas responsabilidades, reage com eficiência à mudança. 12. Sensível: é centrado no outro, demonstrando amor, paciência e doçura em todas as suas relações; é sensível às dores e lutas dos outros; valoriza aqueles que não sãs valorizados pela sociedade e nega a si mesmo para o bem dos outros. Timothy J. Keller J. Allen Thompson 7. POVOS NÃO ALCANÇADOS E A PLANTAÇÃO DE IGREJAS

JOHNSTON, Patrick, livro “A Igreja é maior do que você pensa”, aborda a questão da Janela10/40 onde grandes faixas da superfície do globo continuam sem uma testemunha cristã nativa. Dos 6 bilhões de pessoas do mundo, aproximadamente, 1,4 bilhão, nunca tiveram a chance de ouvir o evangelho e mais de 95% dessas pessoas vivem dentro da janela 10/45. Na Janela 10/45 estão 90% das pessoas mais pobres do mundo, dos excluídos, das crianças maltratadas e menos alfabetizadas. É o lugar onde as doenças como AIDS, tuberculose e malária se espalham sem tratamento e sem controle. É também a área menos acessível a qualquer esforço missionário, tanto em razão do sistema político e opressão e perseguição religiosa como pela localização geográfica. Além dessas dificuldades existe a fortaleza espiritual que Satanás estabeleceu 32

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PROJETOS MINISTERIAIS na janela 10/40, com certeza ele irá resistir a qualquer iniciativa para que esses povos conheçam Jesus, o alvo das missões mundiais no terceiro milênio deve ser uma igreja para cada povo e o evangelho para cada pessoa. Jesus declara no texto da grande comissão sobre fazer discípulos de todos os povos. É necessário ter seguidores de Jesus em todos os povos. Plantar uma congregação de crentes em uma pequena tribo pode ser significativo, mas uma igreja entre 6 milhões de tibetanos ou algumas igrejas entre os 200 milhões de bengalis, significa menos que uma gota num barril. Esses povos precisam ter a bíblia traduzida para terem pessoas e igrejas fortes. Culturas que não tem a Bíblia traduzida nas suas línguas tendem a desaparecer como foi ocaso do desaparecimento da grande igreja norte-africana entre a chegada do Islã em 698 e o século XII. Para Willian Carey, a tradução da Bíblia era tão importante que se tornou o principal impulso do seu ministério. Louvamos a Deus pelo ministério das sociedades bíblicas ao redor do mundo, da Associação Wycliffe de Tradutores da Bíblia, e outras organizações que tem investido esforços na tradução da Bíblia para as línguas que ainda não tem as Escrituras. No Brasil, a igreja cresceu muito nos últimos 30 anos. A Região Nordeste apresentou a maior taxa de crescimento de evangélicos na última década. Existem entre 110 mil a 140 mil igrejas evangélicas de todos os tipos. Porém a necessidade ainda continua. Para alcançar o Brasil precisamos: • • • • •

Plantar entre 100 a 150 mil novas igrejas nos lugares certos; Identificar os lugares que ainda não foram alcançados; Motivar a Igreja para plantar novas igrejas em lugares estratégicos; Preparar líderes para as igrejas existentes e as que vão surgir; Mobilizar missões para os grupos que não serão atingidos naturalmente (tribos, grupos étnicos urbanos, ricos, sertanejos, ribeirinhos e outros lugares fora de mão.

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PROJETOS MINISTERIAIS 8. PROCESSO PARA PLANTAÇÃO DE IGREJAS

• Estudo do cenário social onde a igreja deverá ser plantada. • Elaboração prévia de um projeto levando em consideração as características da população da região. • Seleção e treinamento adequado do plantador. • Estabelecimento de parcerias estratégicas. • Supervisão pastoral e administrativa do plantador. • Definição clara de um ciclo visando a autossuficiência. • Compromisso com a multiplicação do processo. Segundo Clinton Sathler Linz César, a igreja que emerge deste processo deverá ser grandemente caracterizada: • • • • • • • • • •

Pelo constante diálogo com a cultura Pela criatividade nos seus métodos Por uma adoração inspiradora Por uma pregação bíblica, com integridade e relevância. Por uma espiritualidade transformadora Pelo compromisso com a ética cristã Por um modelo participativo de liderança Por relacionamentos afetivos e acolhedores Pela compaixão e ação para com os que sofrem Por uma paixão evangelística.

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BIBLIOGRAFIA CUNHA, Mauricio José Silva. O reino entre nós. Viçosa: Ultimato. 1970 https://www.lausanne.org/pacto-de-lausanne-pt-br. Lausanne, Suiça,1974 CUNHA, Mauricio José Silva. O Reino de Deus e a transformação social: fundamentos, princípios e fundamentos. Editora Ultimato. Viçosa/M. 2018 EKSTROM, Bertil. TIPLADY, Richard. “A Igreja em Missão”. Betel Brasileiro Publicações. 2017 http://igrejamultiplicadora.org.br/new/visao-brasil-2020 https://ctpi.org.br/artigo-como-eu-sei-que-deus-quer-que-eu-plante-uma-igreja/ https://static1. MANUAL+DO+PLANTADOR+DE+IGREJAS+-+formatação+2012 JOHNSTON, Patrick, artigo Cobrindo o lobo. Livro Perspectivas no movimento cristão mundial.

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