INTERCIDADE: CENTRO COLABORATIVO DE CRIATIVIDADE

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INTERCIDADE

CENTRO COLABORATIVO DE CRIATIVIDADE CIBELE ROCHA DA SILVA





Centro Universitário Senac

INTERCIDADE CENTRO COLABORATIVO DE CRIATIVIDADE

CIBELE ROCHA DA SILVA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário SENAC – Campus Santo Amaro, Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, como requisito parcial para a obtenção do título de arquiteto e urbanista Orientador | Prof. Dr. Nelson Urssi

São Paulo | 2017



AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a toda minha família que sempre esteve presente e me apoiou em todas as minhas decisões, sem eles este ciclo não teria sido concluído. Agradeço ao Centro Universitário SENAC por toda a sua infraestrutura que contribuiu fortemente para o meu interesse e prazer no aprendizado, além de todos os auxiliares, professores e docentes que de algum modo contribuiu para a minha formação, se tornando grandes exemplos de inspiração profissional. Especialmente agradeço ao meu orientador Nelson Urssi, por toda a paciência, compreensão e sabedoria para me auxiliar na construção desta monografia. Por fim, agradeço a todos os meus grandes e novos amigos pela paciência e amizade de todos esses anos, e aos colegas de profissão que tanto me apoiaram para a conclusão desta etapa.


RESUMO O InterCidade: Centro Colaborativo de Criatividade surge a partir da investigação de espaços destinados à criatividade e a atividades colaborativas, e como os mesmos podem influenciar diretamente na imaginação, criatividade, desenvolvimento e produtividade dos trabalhos de seus possíveis usuários. Assim, chegamos à conclusão de que em São Paulo existe um vasto numero de universidades e espaços destinados ao campo da criatividade, porem a maioria não possui uma infraestrutura adequada pra atender a demanda, ou esses espaços só permitem alguns tipos de desenvolvimento trabalho, e não diversas opções para ser um agente catalizador de ideias. Logo, o objetivo do projeto InterCidade é ser um edifício dotado de espaços estimulantes para o desenvolvimento e criação de trabalhos de forma colaborativa, onde os usuários sejam livres para a realização de qualquer ideia. O terreno escolhido, atualmente utilizado como estacionamento, fica localizado no distrito da Consolação, possuindo duas frentes de rua, uma delas a Rua Frei Caneca, e a outra a Rua Antônio Carlos. A partir dessa informação privilegiada do terreno, uma das premissas do projeto foi que o mesmo pudesse fazer uma ligação entre as ruas, a partir de uma grande praça que convida os pedestres e usuários da região a se apropriar do espaço. Assim, podemos dizer que a praça possui dois níveis, onde cada um é nivelado com a sua frente de rua. Todo o térreo foi pensado para ser a parte mais publica do projeto, sendo um local de estar, encontros, possíveis feiras, espaço para food trucks, comércio, restaurante, e até ambientes para rápidas reuniões.

O programa do edifício é dividido em 3 grandes programas, sendo eles denominados de: espaço para Convívio, Estudos e Criação. Nos espaços de Convívio podemos encontrar a grande praça de entrada, café/bar, restaurante, galerias e auditório/espaço de convenção. Nos espaços destinados ao Estudo encontramos salas de estudos individuais/grupos, biblioteca, salas de reuniões e salas de aula. Já nos espaços de criação temos os laboratórios de informática e de fabricação/prototipagem e os ateliês para diferentes tipos de uso. Além de espaços administrativos necessários para a organização e funcionamento do edifício. Uma das maiores características do projeto é fazer com que ele funcione de forma colaborativa, ou seja, que os usuários interajam e se ajudem. Assim, a distribuição do programa foi pensado de modo que usos permeiem os pavimentos, observem e ajudem uns aos outros.

Palavras chave: arquitetura, criatividade, estudos, espaços colaborativos


ABSTRACT

InterCidade: Collaborative Center for Creativity emerges from a research of available spaces and collaborative activities, and how they can influence directors in the imagination, creativity, development and productivity of their users’ works. Thus, we come to the conclusion that in São Paulo, there is a vast number of universities and spaces for the field of creativity, but most do not have an adequate infrastructure to meet the demand, or these spaces only for some types of work development, and not diverse options to be a catalyst agent of ideas. Soon, the objective of the InterCidade project is a building endowed with stimulating spaces for the development and creation of works of collaborative form, where they are useful and free for the realization of any idea. Chosen, the product used, the place located in the district of Consolação, having two street fronts, one of them Rua Frei Caneca, and the other Rua Antônio Carlos. From the privileged information of the terrain, one of the premises of the project, whatever it is, make a connection between streets, starting from a large square that invites pedestrians and users of the region to appropriate the space. Thus, we can say that the square has two levels, where each one is leveled with its street front. The whole ground floor was thought to be a more public piece of the project, being a place of living, meetings, fairs, space for food trucks, commerce, restaurant and even fast meeting rooms. The building program is divided into 3 major programs, being denominated of space for conviviality, Studies and Creation. In the convivial spaces we can find a large entrance square, cafe/bar, restaurant, galleries and

auditorium/convention space. In the spaces for study, there are individual study rooms/groups, library, meeting rooms and classrooms. They are already our spaces of creation. Computer and manufacturing/prototyping labs and workshops for different types of use. In addition to the administrative spaces necessary for an organization and operation of the building. One of the biggest features of the project is to make it work in a collaborative way, that is, users interact and help each other. Thus, a distribution of the program was thought so that uses pervade the pavements, observe and help each other.

Keywords: architecture, creativity, studies, collaborative spaces



ÍNDICE INTRODUÇÃO.........................................................................13

PARTE I – CONTEXTO

Revolução Industrial e seus reflexos....................................16 Bauhas...................................................................................18

PARTE II – A NOVA ERA

II.I. A cidade digital................................................................20 II.II. Espaços colaborativos....................................................21 II.III. Espaços de desenvolvimento e criatividade...............21 II.III.I Airbnb Brasil..................................................................23 II.III.II A/D/O...........................................................................24 II.III.III. Centro para Artes Criativas Perry and Marty...........25 II.IV FAB LAB’s........................................................................26 II.IV.I Fab Lab SP....................................................................27 II.IV.II Insper Fab Lab.............................................................27 II.V. Centros Culturais Alternativos em São Paulo...............28 II.V.I. A Casa do Povo.............................................................28 II.V.II Espaço Art’er.................................................................29 II.V.III. Lab Hacker..................................................................29

PARTE III – REFERÊNCIAS PROJETUAIS

III.I. Academia de Musica Red Bull de New York.................32 III.II. Nimbi..............................................................................33 III.III. Escola de Arquitetura Abedian....................................34 III.IV. Sede do Mercado Livre................................................35

PARTE IV – ESTUDOS DE CASO

IV.I. Escola de Design da Universidade de Melbourne.......38 IV.II. Centro Pennovation.......................................................40 IV. III. Praça das Artes............................................................42

PARTE V – PROJETO FINAL V.I. Análise do sítio.................................................................46 V.I.I Localização......................................................................46 V.I.II. Zoneamento ................................................................48 V.II. O projeto...........................................................................49 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................69 Lista de figuras........................................................................71 Bibliografia.............................................................................74


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INTRODUÇÃO A origem deste Trabalho de Conclusão de Curso surge no decorrer dos 5 anos da faculdade de Arquitetura e Urbanismo, especificamente nos momentos em que diversos alunos de diversos semestres utilizavam o mesmo espaço para a criação e elaboração de seus trabalhos. Onde em determinados períodos do ano, o espaço se tornava uma barreira, e não um agente catalizador de ideias. A partir dessas constantes observações, surge a inquietação sobre como e qual seria o espaço ideal para que estudantes pudessem desenvolver e criar seus trabalhos. A partir dessas premissas, o objeto de estudo para o desenvolvimento do trabalho se deu a partir de analises de lugares que de alguma forma eram utilizados para a criação, desenvolvimento de trabalho, reuniões, estudos ou exposições. Permeando o campo de museus, faculdades, corporações, galerias, entre outros. Essas inquietações nos levaram a outro questionamento – analisar e entender o que são, e como são os processos criativos das pessoas e como essas informações podem nos ajudar a desenvolver um espaço catalizador de ideias. Chegando a conclusão de que o processo criativo se fundamenta em três princípios: Atenção, Fuga e Movimento. Onde a Atenção é o primeiro principio, pois precisamos concentrar nosso foco em algo, um problema ou uma oportunidade. O segundo princípio é a Fuga, onde devemos escapar mentalmente dos nossos atuais modelos de pensamento, refletindo sobre nossos bloqueios mentais.

Assim, pressupomos que se mais de uma pessoa está engajado na mesma ideia, o resultado final ao processo criativo pode ser muito mais significante, surgindo então os espaços colaborativos. Para responder estas questões, o trabalho foi dividido em 4 grandes capítulos para entender como os espaços de criação/prototipagem surgiram; analisar como são os atuais espaços e o meio em que eles se inserem; utilizar as referencias projetuais para possíveis inspirações; e os estudos de caso para entender os pontos positivos e negativos de cada projeto.

E o terceiro e ultimo principio é o Movimento, que nos leva a continuar a exploração e combinação de novas ideias, gerando novas alternativas.

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PARTE I - CONTEXTO


REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E SEUS REFLEXOS

Segundo Lemos (2001), as cidades nascem, crescem e se desenvolvem a partir de fatores sociais, culturais, políticos e tecnológicos. Porém, apenas na era industrial que começa a se moldar a modernidade e a criar uma urbanização planetária, gerando um processo de reestruturação produtiva e uma nova divisão do trabalho baseada no conhecimento a partir da pesquisa e desenvolvimento, surgindo o capitalismo cognitivo. A materialização de produtos passou por três fases até chegar no nível do mundo tecnológico, permitindo o avanço do processo produtivo, são eles: - O artesanato: forma mais simples de produção industrial, onde todas as etapas de produção são realizadas na maioria das vezes por uma única pessoa. O artesão conhecia todas as etapas para a confecção do produto, era dono das ferramentas e tinha acesso à matéria prima necessária. Além disso, era o artesão que decidia sua jornada e intensidade do trabalho. - A manufatura: caracterizada pela divisão de tarefas especializadas e potencialização dos lucros. Apesar do trabalho ainda ser manual, cada artesão realizava uma etapa da produção da mercadoria, e não era mais responsável pelo produto, ao contrário, ele recebia um determinado salário pelo tempo de produtividade. Esse modelo de trabalho será propício ao capitalismo industrial.especializada.

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- A mecanização: substitui as ferramentas e o próprio trabalho humano por máquinas, sendo a mais complexa forma de produção industrial. Podem ser usadas para auxiliar a operação humana. A mecanização também levou a necessidade de mão de obra especializada. Se inicia em 1750 com a Revolução Industrial. A Revolução Industrial (1760-1860) exerceu importante papel na esfera das mudanças tecnológicas que aconteceram nos séculos XVIII e XIX, e foi o grande precursor do capitalismo, ou seja, a passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial. Refletindo diretamente da vida das pessoas daquela época e até hoje seus reflexos continuam transformando o nosso dia a dia com a revolução tecnológica. Sua principal característica foi a substituição do trabalho artesanal pelo uso das máquinas, gerando um forte impacto nas relações de trabalho e de produção, ou seja, as fábricas passam a utilizar a energia mecânica e substituem os espaços dos ateliês. Por diversos fatores, a Inglaterra foi a única a participar da Primeira Etapa da Revolução Industrial, período em que surgiu as indústrias de tecidos de algodão e o aprimoramento das máquinas a vapor que contribuíram para a continuação da Revolução. A Segunda Etapa acontece no período de 1860 a 1900 com a inserção de novos países, e o emprego do aço, o uso da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos.


Já a Terceira Etapa é considerada pelos historiadores como os avanços tecnológicos do século XX e XXI, onde permite o desenvolvimento de atividades na indústria que aplica tecnologias de ponta em todas as etapas de produção. As atividades que mais se destacam estão vinculadas à produção de computadores, softwares, transmissores de rádio e televisão, entre outros.

Figura 01 | Distribuição do trabalho na época da Revolução Industrial.

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com experimentos de proporção e escala, ritmo, luz, sombra e cor, permitindo a passagem em todas as fases da experiência, até escolher BAUHAUS a qual campo seguir. As oficinas da Bauhaus, eram acima de tudo A Bauhaus foi um marco não apenas na história da arquitetura, laboratórios onde os modelos epeças eram desenvolvidos e melhorados. mas também na arte e no design do século XX. Fundada em 1919 pelo Mesmo feitos à mão, esses modelos deveriam ter características de arquiteto alemão Walter Gropius, cuja intenção era colocar em prática produção de escala industrial. uma arquitetura moderna que visasse a união dos ofícios manuais com “O tipo de artesão inteligente do passado será responsável no futuro por as Belas Artes, e também, que a prática deveria permitir que os artistas preparações especulativas na produção de artigos industriais. Em vez de fossem capazes de criar objetos funcionais com alto valor estético, desperdiçar suas capacidades em um processo de multiplicação puramente seguindo os moldes da produção em massa já adotados pelas fábricas. mecânico, dar-lhe-as aplicação no trabalho experimental de laboratório e no Porém, Gropius acreditava que a fusão de arte e produção só iriam desenvolvimento de ferramentas.” (GROPIUS, 2001). se unir quando a máquina fosse aceita e colocada a serviço do designer. A arquitetura promovida pela Bauhaus possui forte influência Pois quando a produção industrial tomou conta do mundo, os artesãos e funcionalista, movimento em que o arquiteto Le Corbusier o defende artistas ficaram em péssima situação. A Bauhaus então propõe uma comunidade que trabalhe com as com base nos seguintes princípios: sentido prático dos espaços; volume experiências de forma criativa, fornecendo um curso preparatório para simples; eliminação de elementos decorativos; janelas rasgadas que os estudantes estivessem uma base técnica para o trabalho equipe de grandes dimensões, entre outros. Resultando em um ambiente perfeito para as pessoas habitarem e trabalharem confortavelmente. na construção. Onde nesse curso o aluno entrava em contato Uma das características propostas pela Bauhaus, era o uso de linhas puras e os materiais como vidro, metal e o aço tubular, cujo o último era inédito na produção de móveis e possibilitou a produção de estruturas cantilever como a cadeira Wassily, de Marcel Breuer, e a cadeira MR, de Mies van der Rohe.

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Figura 02 |Edifício da Bauhaus na atualidade

Figura 03 | Cadeira Wassily, desenhada por Marcel Breuer, 1925/26. Material: estrutura de aço tubular cromado, assento e costas em couro


PARTE II - A NOVA ERA


Precisamos compreender a cidade como uma combinação de misturas de usos, e não de usos separados, pois as cidades são geradoras naturais de diversidade e incubadoras de novos empreendimentos e ideias. Normalmente, quanto maior a cidade, maior a variedade de produtos e maior a proporção de pequenos fabricantes. A cidade em si oferece enormes benefícios aos pequenos comércios, instalações culturais e entretenimento, pois quando a população é suficientemente grande, ela faz o uso de uma grande diversidade e alternativas de ramos. Além do mais, a diversidade comercial é um fator social e econômico super importante para a cidade, onde essa mesma relação está ligada a criação e presença de outros tipos de variedade urbana. A partir do século XX, a cidade passou a ser vista com mais atenção pela sociedade como um todo, e a partir daí surge à necessidade de cuidados maiores com a mesma, sendo o início do planejamento urbano e regional. Assim, as cidades passam a ter um crescimento exponencial, onde surge o automóvel, o transporte sobre trilhos, os novos sistemas construtivos, as redes de serviços urbanos, os arranha céus e os métodos construtivos ligados a tecnologia. Já nos dias atuais, século XXI, os novos meios de comunicação e tecnologia passam a refletir fortemente na arquitetura e no meio urbano, criando as chamadas cidades digitais.

II.I. A CIDADE DIGITAL

O aparecimento da tecnologia e suas mudanças estão dando origem a um novo tipo de urbanismo, pois a vida da cidade e dos cidadãos está sendo cada vez mais afetadas por esse aparecimento. Um dos primeiros impactos está na alteração da distribuição e exibição das atividades econômicas e sociais que reflete diretamente no custo e na qualidade de vida dos cidadãos, pois pode haver mudanças do local de trabalho e a valorização de determinadas regiões. Porém, a revolução digital obriga os arquitetos e planejadores a reinventarem os espaços públicos, os bairros e as cidades, construindo novos locais para as atividades econômicas, mas sem esquecer as reais necessidades da população. Assim, essas mesmas mudanças podem gerar novas formas de relacionamentos e padrões sociais, elevando a qualidade de vida. Segundo Mitchell, conforme citado por Moreno, o resultado dessas mudanças podem ocasionar prédios de uso misto com moradia e trabalho, bairros 24 horas, “vizinhos” virtuais e produção e distribuição descentralizadas. Além do mais, o objetivo dessa nova infraestrutura é promover o vínculo social, a inclusão digital e democratizar o acesso à informação. Uma das alternativas desses novos centros, é a fusão de empreendimentos urbanos com centros de educação universitária e de pesquisa. No Brasil podemos encontrar alguns exemplos, onde as tecnologias provocam transformações sociais, culturais e de desenho no espaço urbano, pois oslugares públicos tradicionais como as ruas, praças e avenida, estão se transformando, interligando máquinas, pessoas e o objeto.

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II.II. ESPAÇOS COLABORATIVOS

II. III. ESPAÇOS DE DESENVOLVIMENTO E CRIATIVIDADE

As novas tecnologias são as portas de entrada para a criatividade, permitindo que as pessoas criem seus próprios produtos. Pois a cada inovação tecnológica, nos é fornecido ferramentas para a expressão criativa, como novas maneiras de criar, e a flexibilidade de manuseio de certos materiais. Essas novas ferramentas nos permite ser mais eficientes e com mais recursos, como os serviços on-line gratuitos, suítes criativas, softwares, APIs abertas e impressão 3D, que capacitam os indivíduos com o conhecimento e as ferramentas necessárias para interromper as indústrias existentes, além do que em menos tempo e capital e com mais criatividade. Law diz que os cafés são historicamente berços da criatividade, pois proporcionam um ambiente aberto e acessível, onde as pessoas podem se sentar e compartilhar suas ideias. Pesquisas mostram que as lojas de café realmente impulsionam o pensamento criativo. As cidades realizam função semelhante às do café, mas em grande escala. Pois a diversidade de indústrias e cidadãos que habitam em estreita proximidade são expostos a polinização cruzada. A pesquisa mostra que o residente médio de uma cidade com uma população de mais de 5 milhões é quase 3 vezes mais criativo do que o residente médio de uma cidade de 100.000. A Internet é mais um dos estimulantes de criatividade, mas diferentemente do café e das cidades, ela não ficar confinada a espaços físicos, mas sim que nos permite inovar em uma escala global, e em tempo real. Pesquisas dizem que 90% dos dados mundiais foram gerados nos últimos dois anos graças à troca de ideias na web.

Espaços colaborativos são espaços que vão além da tecnologia, são espaços laboratoriais colaborativos que influenciam diretamente a criatividade e rendimento de seus participantes. Sendo biosferas que oferecem a infraestrutura necessária para a execução de diferentes atividades. Cada detalhe desses espaços - como a estrutura, ventilação, layout e acabamento - são pensados de maneira que atenda as eventualidades que o ambiente necessita, desde palestras, feiras de fabricação em grande escala, reuniões, exposições, entre outros. Podemos citar os Hackerspaces e os Fab Labs como exemplos de provedores específicos relacionados à eletrônica, programação e a fabricação digital, onde os mesmos possuem características particulares e indispensáveis. Grandes empreendedores criativos estão adaptando seus espaços de trabalho tradicional a espaços de trabalho colaborativo, pois a natureza desses locais incentiva a interação que ajuda na construção, inserção, troca de conhecimento e produção ativa. Além do mais os funcionários são estimulados a trabalharem de modo descontraído, que influencia no rendimento e disposição, tornando a jornada de trabalho mais fluída. Não podemos esquecer que a inovação não acontece isoladamente, ela requer fricção e é um resultado direto do compartilhamento de diversas ideias.

“O Escritório Ideal combina aspectos de cafés, cidades e da Internet. Inspiradas nos cafés, as empresas devem criar um ambiente acessível e inclusivo para que seus funcionários compartilhem ideias. Inspirados nas cidades, o Escritório Ideal deve ser projetado para combinar diferentes pontos de vista de maneira que se produza a fricção necessária para gerar melhores ideias. E da Internet, as empresas devem copiar as oportunidades que permitem aos funcionários colaborar transcendendo cargos e departamentos.” (Letting the Creative Culture Flourishes).

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A partir dessas análises, Law conclui que o espaço ideal de trabalho combina esses três aspectos, onde a referência dos cafés está no ambiente inclusivo e acessível para que as pessoas compartilhem suas ideias; as referências das cidades mostram que os espaços devem ser projetados para reunir diferentes pontos de vista que criam o atrito necessário para a produção das melhores ideias. E a internet contribui para que os usuários colaborem em todos os cargos e departamentos. Ed Catmull, presidente da Pixar, diz que a cultura criativa é aquela em que as ideias são valorizadas e as pessoas se sentem à vontade para compartilhar suas ideias, opiniões e críticas uns com os outros. Além do mais, os usuários devem ser capazes de trabalhar em grupo e dividir suas ideias para que a cultura criativa prospere.

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Figura 04 | Diagrama sobre o ideal espaço de trabalho. Cafés, a internet, cidades e o ideal espaço de trabalho


II. III. I. Airbnb Brasil

Como exemplo, Law cita as salas de conferência na Airbnb, onde fazem uma ligação entre o trabalho e a casa, fornecendo a inspiração necessária para os funcionários. A sede da Airbnb Brasil está localizada em São Paulo no Bairro da Vila Madalena, e foi concebido pelo escritório MM18. O projeto valoriza a cultura local através da escolha de materiais, inspirações e parcerias com designers brasileiros. Além do mais, o espaço foi pensado com layout open space que promove a interação entre todos os funcionários e permitindo a variação de ambientes e mobiliários, assim todos os espaços podem ser utilizados para o trabalho. Uma das maiores características do projeto é que ele é altamente tecnológico, ainda mais que o ambiente é voltado exclusivamente para a internet e foi desenvolvido levando em conta a mobilidade.

Figura 05 | Estações de trabalho adaptáveis

Figura 06 | Phone Booths de vime para ligações e pequenas reuniões, e espaço para reuniões informais

Figura 07 | Lounge multifuncional com pé direito duplo, que permite diversas cenas de ocupação: refeições, reuniões, trabalho, treinamentos e videoconferências centro colaborativo de criatividade [23]


II. III. II. A/D/O

O projeto realizado pelo escritório nARQUITECTS consiste na ocupação de um antigo armazém em Nova York, para a Academia de Design. Possuindo 2.137m², é um ambiente de design que fornece a infraestrutura essencial para que os designers trabalharem. Uma variedade de níveis de associação fornece acesso a mesas dedicadas, um laboratório de fabricação, armazenamento de projetos e conexão a uma rede de potenciais colaboradores, mentores e parceiros de produção. Além de promover o diálogo através de sua programação e exposições.

Figura 08 | Planta térreo

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O princípio do projeto se inicia a partir da ideia de fornecer um ambiente completo para maximizar o tempo criativo, e também da ideia de misturas, onde podemos encontrar tanto no edifício físico quanto em seu programa. Essa mistura permite a criação de conexões entre os espaços: gastronômicos, eventos, design, exposição e venda. Além de possuir mobiliários personalizados e reconfiguráveis para o aproveitamento do espaço. Sua ampla infraestrutura contém: a educação em design, laboratório de fabricação, espaços de trabalho, loja de design, além de espaço para eventos e exposições, e restaurante. Os laboratórios de fabricação usa um conjunto de ferramentas selecionadas para atender a uma ampla gama de disciplinas de design. Mesmo sendo um local aberto ao público, os membros integrais do A/D/O possuem alguns privilégios, como o acesso privilegiado à programação na Academia de Design, um programa completo de eventos culturais e outras oficinas para expandir suas habilidades e familiaridade com ferramentas, materiais e técnicas. E também os espaços de trabalho se tornam uma plataforma para que os membros avancem em seus projetos e carreiras, pois podem utilizar o ambiente como um espaço de exposição, e tornar-se parte do calendário de programação.


II. III. III. Centro para Artes Criativas Perry and Marty Granoff

Projeto realizado em 2011 pelo escritório Diller Scofidio + Renfro, o Centro de Artes Criativas fica localizado dentro da Universidade de Brown, nos Estados Unidos e conta com 3.600 m². O projeto pretende integrar no edifício os espaços expositivos, instalações educativas e anfiteatro ao ar livre a partir de pés direitos altos e espaços flexíveis, que permite a colaboração e interação entre todos os níveis. O objetivo principal do projeto é avançar em direções inovadoras de pesquisa, docência e produção, permitindo o desenvolvimento de programas e cursos baseados na colaboração entre artistas, cientistas e acadêmicos, buscando novas formas de arte, colaboração e conhecimento de processos criativos.

Todo o programa do projeto conta com espaços para o desenvolvimento de projetos e criação, são eles: sala de recitais e projeção com capacidade de 218 pessoas; 4 estúdios de produção (artística, artes visuais, música, áudio, vídeo e cinema); estúdio de gravação; laboratório de produção digital; estúdios de projeto; galeria; sala de aula inteligente e hall multiuso.

Figura 10 | Sala de ensaios

Figura 09 | Vista externa

Figura 11 | Auditório centro colaborativo de criatividade [25]


II. IV. FAB LAB’s

Podemos chamar de Fab Lab plataformas de prototipagem rápida de objetos físicos, onde os usuários possam passar mais rapidamente da fase do conceito ao protótipo sem ter a necessidade de uma produção em massa. Essas oficinas são equipadas com um conjunto de máquinas por comando numérico de nível profissional, porém de baixo custo, que permitem a prototipagem em diversas escalas de tamanho e materiais, e algumas delas são essenciais: cortadora de vinil, máquina de corte a laser, fresadora de precisão, fresadora de grande formato, impressora 3D e componentes eletrônicos (arduino e seus derivados).

Os Fab Lab’s possuem multiplicidade de perfis,

onde alguns estão instalados em instituições acadêmicas, outros possuem patrocínio de indústrias, ou até encontro de makers que compartilham espaço e equipamentos para o desenvolvimento do projeto. Por ser um espaço que não abre mão da liberdade de da colaboração, os Fab Labs são abertos a todos e podemos classificá-los como espaços para discutir e implementar projetos; espaço de formação e aprendizagem; espaços para solucionar um problema local; uma plataforma de inovação social, digital e econômica; e um espaço onde você pode produzir o que quiser e a sua imaginação permitir. Os principais usuários são os estudantes de graduação, os pós-graduandos, os professores, a comunidade em geral, profissionais empreendedores e artistas. Para um Fab Lab ser considerado como tal, ele precisa seguir alguns princípios:

Figura 12 | Cortadora de vinil

Figura 13 | Máquina de corte a laser

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1. Abrir as portas à comunidade pelo menos uma vez por semana sem cobrar nada; 2. Compartilhar ferramentas e processos com os outros laboratórios do tipo; 3. Participar ativamente da rede por meio de videoconferências e encontros presenciais


II. IV. II. Insper Fab Lab

II. IV. I. Fab Lab SP

Inaugurado em 2011, o Fab Lab SP segue a linha acadêmica, e fica localizado no Laboratório de Modelos e Ensaios (LAME) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Foi o primeiro laboratório do Brasil filiado à rede internacional liderada pelo Center for Bits and Atoms do MIT. O objetivo dos Fab Labs acadêmicos é desenvolver uma cultura de aprendizagem a partir da prática, onde os estudantes realizam os seus projetos colocando a mão na massa. A maioria é financiada pela universidade que disponibiliza a estrutura física, máquinas, componentes, técnicos e concepção pedagógica. Atua como uma plataforma de ensino e pesquisa, aberta aos alunos de graduação e pós-graduação nos campos da Arquitetura, Design, Artes, Física e Engenharia, permitindo a criação de projetos interdisciplinares. Além do mais, o LAME dispõe salas especiais com apoio técnico em distintas áreas: oficina de metais, oficina de modelagem, oficina de marcenaria e centro de pintura e acabamento.

Localizado no Bairro da Vila Olímpia, o laboratório foi fundado em 2014 e segue o modelo clássico de Fab Lab Acadêmico, iniciando seu funcionamento junto a escola de Engenharia do Insper. Funciona em sinergia com o Tech Lab Insper, laboratório de Manufatura onde é possível prototipar lotes de produtos em escala industrial.

Figura 14 | Insper Fab Lab

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II. V. Centros Culturais Alternativos em São Paulo

O conceito centro tem como origem no latim centrum e faz menção a diversas questões. Uma das interpretações refere-se ao lugar onde se reúnem diversas pessoas com alguma finalidade. Cultural é aquilo que pertence ou é relativo à cultura. Do latim, cultus, refere-se às faculdades intelectuais do homem e ao cultivo do espírito humano. Assim, um centro cultural é um espaço que permite a participação de diversas atividades culturais, com o objetivo de ser um espaço que conserva, difunde as artes e expõe testemunhos materiais produzidos pelo homem. Apesar da fama “cinza” da cidade de São Paulo, a mesma possui variadas opções culturais interessantes que podem passar despercebidas pela população. Entre elas estão os centros culturais alternativos que buscam ocupar espaços, trabalhar em rede e criar conexões para promover debates e atividades que envolvem o âmbito cultural. Os espaços possuem uma linha original que funciona de forma colaborativa ou particular e fornece uma ampla programação, além de estimular o espírito de criação coletiva e o interesse por políticas públicas e sociais.

II. V. I. A Casa do Povo (1946)

A Casa do Povo fica localizada no coração do Bom Retiro, e foi inaugurada após a Segunda Guerra Mundial por meio de ações coletivas da comunidade judaica progressista. Atua como lugar de memória e como lugar de reflexão em sintonia com os pensamentos e produção artística contemporânea. Além de possuir uma programação multidisciplinar própria, a casa é flexível e se adapta a cada projeto. Também abraça projetos e iniciativas ligadas a atuação comunitária, agindo em escala local e internacional, promove debates e laboratórios de criação.

Figura 15 |Casa do Povo realiza Feira Tijuana de Arte Impressa

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II. V. II. Espaço Art’er (2012)

II. V. III. Lab Hacker (2014)

Localizado na região do Ipiranga, o Espaço Art’er tem como objetivo ser um espaço híbrido que abrange as vertentes da arquitetura, design, tecnologia e sustentabilidade, fazendo o reuso de materiais de descarte de cenografias. De maneira colaborativa busca expandir as redes de relacionamentos e conhecimentos, ampliando as possibilidades de encontros e convivências, democratizando o acesso à arte. Sendo assim, o projeto pretende reunir profissionais e pessoas criativas, promover ações educativas e acessíveis à comunidade, propor debates sobre sustentabilidade na arquitetura, no design e na arte, valorizar materiais e peças de reuso, estimular jovens artistas a fim de formar uma grande rede de saberes.

Figura 16 |Espaço expositivo

Figura 17 |Espaço multiuso

Localizado no bairro da Luz, o Lab Hacker é um laboratório que fica entre a intersecção da política e da tecnologia, promove a discussão de assuntos de interesse coletivo a partir de oficinas focadas em dados abertos, cultura e ética hacker, transparência e participação política. Eles reforçam o envolvimento dos meios digitais na Política e na comunicação com a sociedade civil, aproveitando ao máximo os recursos da tecnologia para a realização de cada projeto. Além de ser um espaço de troca e aprendizado, não sendo necessário um conhecimento prévio de recursos tecnológicos para participar.

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PARTE III - REFERÊNCIAS PROJETUAIS


III. I. Academia de Música Red Bull de New York Arquitetos: INIBA Localização: Nova York Área: 3.549 m² Ano: 2013

Ambiente de aprendizado e trabalho colaborativo, que se difere dos espaços de salas de aula tradicionais. Projetado com o objetivo de encorajar os alunos a trabalhar a troca de experiências e produção à partir do compartilhamento de ideias. O escritório optou por ateliês com paredes dramáticas e iluminação cênica, que desenham o espaço como um todo, criando a ambiência para a colaboração. Além do mais, possuem espaços mais pessoais: Lounge, Estúdio de Rádio, Auditório, Estúdio de Produção e Salas de Ensaio. Figura 18 | Planta 7º Pavimento

Figura 19 | Espaço de convívio

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Figura 20|| Estúdios privados que configuram o espaço


III. II. Nimbi

Projeto de interiores para uma empresa tecnológica que utiliza um sistema construtivo de obra seca, não sendo construídos paredes e forros, deixando o espaço totalmente aberto, utilizando containers e vidro para fazer a divisão de salas.

Arquitetos: Melina Romano Interiores Localização: Vila Olímpia, Brasil Área: 600.0 m² Ano: 2016

Figura 21 e 22| Espaços multiusos

Figura 23 e 24| Containers utilizados como salas de trabalho e reuniões centro colaborativo de criatividade [33]


III. III. Escola de Arquitetura Abedian Arquitetos: CRAB Studio Localização:Queensland, Austrália Área: 2.500 m² Ano: 2013

Figura 25 | Corte perspectivado

Figura 26 | Planta segundo pavimento com destaque para o mobiliário que configura o espaço

Figura 27 e 28| | Espaços de colaboração entre alunos

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O projeto para a Faculdade de Arquitetura e Design Sustentável, possui três níveis que são articulados por espaços desenhados para reuniões informais, fazendo a alusão à forma colaborativa de trabalho. Integra espaços para grupos pequenos e distintos, além de possuir um mobiliário desenhado para ser totalmente flexível, permitindo a modulação dependendo de sua necessidade.


III. IV. Sede do Mercado Livre O projeto para a nova Sede do Mercado Livre, localizado Arquitetos: Athié Wohnrath em Osasco, nasceu da necessidade de ampliar o seu espaço Localização:São Paulo, Brasil com a responsabilidade de traduzir na revitalização os Área: 17.000m² objetivos da empresa: encatar talentos, aproximar parceiros Ano: 2016 e clientes, e promover a sustentabilidade. A sede parte de um retrofit, no qual foi mantido o caratér industrial do edifício: todas as estrutruas originais foram conservadas. Por ser uma caixa de concreto, uma das premissas do projeto foi a de criar janelas laterias para que as pessoas pudessem ter interagir com os ambientes externos. O projeto conta com áreas de trabalho compartilhadas, privilegiando o contato direto entre os trabalhadores, contendo: cafeteria, 140 salas de reunião, 11 salas de treinamento, auditório, arquibancada para eventos, biblioteca, áreas para descanso, área para esportes e lazer. Podemos dizer que cada espaço tem a sua função colaborativa bem marcada, como: o lobby é o espaço que se dedica a aproximação das pessoas, os escritórios tem foco na excelencia, o café como ponto de encontro, entre todos os outros ambientes. A sede em si, é um grande galpão aberto que foi dividido, mesmo que de maneira simbólica, as equipes de trabalho e com suas devidas funções.

Figura 29| O projeto conta com integração das áreas externas, no qual foi criado uma alameda principalpor onde é possível caminhar e se deslocar para diversas atividades da empresa.

Figura 30| Estão espalhados pelo projeto, espaços em formato circular e de madeira, para reuniões e encontros informais

Figura 31| Arquibancada criada para eventos corporativos, apresentações, e uso do dia a dia

Figura 32| Salas de reuniões

Figura 33| Refeitório que visa o convívio

“O Mercado Livre dá muita importância à versatilidade de espaços. A ideia é a interação entre os funcionários, e que seja desenvolvido o senso de comunidade”, (Milagros Irastorza) centro colaborativo de criatividade [35]


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PARTE IV - ESTUDOS DE CASO


estudantes, por conter descobertas estruturais e ambientais, onde as fachadas transparentes e o plano de terra permeável aberto revelam as atividades criativas e colaborativas para o resto da comunidade universitária.

Figura 34 | Edifício de Design

Arquitetos: John Wardle Architects + NADAA Localização: Melbourne, Austrália Área: 15.772 m² Ano: 2014

IV. I. Escola de Design da Universidade de Melbourne

A Escola de Design da Universidade de Melbourne é uma instituição de ensino que possui altíssimo grau em educar os alunos para se tornarem pensadores flexíveis e criativos. Todo do projeto do edifício é impulsionado pela ideia de que o mesmo deve se tornar uma pedagogia construída e um ambiente de estúdio amplo, pois tem como objetivo estimular a criatividade e a liberdade dos alunos, respondendo aos princípios de planejamento do Plano Diretor da Universidade de Melbourne (2008). Para isso, todo o processo projetual do edifício ocorreu de forma colaborativa, incluindo reuniões informativas, oficinas e diversas apresentações para grupos de usuários da faculdade. A configuração espacial do edifício, com seus amplos espaços e vãos promove um ambiente rico e dinâmico, se tornando um ponto de estímulo, catalisador para a criatividade e pesquisa. Além de se tornar uma ferramenta palpável de aprendizagem para os

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Figura 35 | Grande átrio central que configura a distribuição de todo o projeto

O átrio central possui grande importância no projeto, pois serve como espaço híbrido para a elaboração dos estudantes, colaboração em equipe, grandes reuniões e eventos sociais que caracterizam a vida do edifício.

Figura 36 | Corte Perspectivado


O programa é dividido em 6 pavimentos que contém: estúdios distribuídos em 3 níveis, 2 salas de conferência, ateliês, biblioteca, 2 salas expositivas, café, um salão de estudos e áreas de trabalhos acadêmicos e profissionais.

Figura 39| Planta segundo pavimento

Figura 37 | Diagrama de fluxos do pavimento térreo

Figura 38 | Espaços expositivos/aulas

Figura 40| Planta primeiro pavimento

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“O Centro é projetado para reunir os eminentes pe squisadores da Universidade e os estudantes, que juntamente com o setor privado, abrigam a exploração criativa, empreendedorismo, novas alianças e geram desenvolvimento econômico da região.” (Anne Papageorge)

Figura 41 | Vista externa da fachada geométrica

Arquitetos: Hollwich Kushner, KSS Architects Localização: Philadelphia, Estados Unidos Área: 6.500 m² Ano: 2016

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Figura 42 | Fachada principal

IV. II. Centro Pennovation

O Centro Pennovation é uma fábrica de pintura do século XX que foi transformada em uma fábrica de ideias do século XXI. O edifício fica localizado no novo campus da Universidade da Pensilvânia, que é dedicado ao empreendedorismo e à inovação. A maior parte do edifício é ocupada por laboratórios de última geração e espaços de coworking eficientes, porém, os principais espaços sociais incentivam os usuários a deixarem suas mesas de trabalho e colaborar com os colegas. Estes espaços acontecem em uma nova fachada angular geométrica que se projeta em direção ao rio de Schuykill, caracterizando uma sala de conferências, bancadas de coworking, e uma arquibancada onde os pesquisadores possam compartilhar ideias.

Figura 43 | Diagrama de usos da fachada geométrica

Dividido em 3 pavimentos, podemos observar que toda a área de laboratórios e ateliês se encontram nas extremidades do edifício, assim todos os ambientes possuem a entrada de luz e ventilação natural. Já a área central do edifício foi pensada para a colaboração entre os usuários, criando amplos espaços de convívio.


Figura 44|Planta térreo

Figura 47|Espaços colaborativos/ livres

Figura 45 | Planta 1º pavimento

Figura 46 | Planta 2º pavimento

Figura 48|Arquibancada utilizada para a colaboração entre os usuários

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Podemos dizer que o complexo é utilizado como uma extensão do Theatro Municipal de São Paulo, porém suas atividades vão além de música e dança erudita, mas possui iniciativas de arte contemporânea. Além do mais, é sede da Escola de Dança e da Escola Municipal de Música de São Paulo. O programa de todo o do complexo foi dividido em 7 blocos principais, cada um deles com uma função e característica mais presente. Porém a linguagem de fachada é uniforme, assim podemos identificar o complexo como um todo independente de qual frente de rua estivermos. Estes blocos são ligados por passarelas fechadas, que se transformam em um longo paralelepípedo de concreto. Figura 49 | Vista da Av. São João

Arquitetos: Brasil Arquitetura Localização: São Paulo, Brasil Área: 28.500 m² Ano: 2012

IV. III. Praça das Artes

A Praça das Artes é um complexo cultural dedicado à música, dança, ao teatro e exposições, que fica localizado em um terreno de 7.210m² no quadrilátero das ruas Conselheiro Crispiano e Formosa x Av. São João x Praça Ramos de Azevedo, uma região com enormes problemas, mas com vitalidade e potencial de usos. É fruto da desapropriação de 10 imóveis do conservatório dramático e musical de São Paulo, e dos cinemas Cairo e Saci. E o seu principal objetivo era criar um espaço que contorna o antigo prédio tombado do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e se apresentasse de forma mista como edifício e praça. O projeto respeita e responde de maneira clara toda a vida intensa da região, e sua vizinhança fortemente presente, fazendo uma continuação da cidade por dentro da quadra, estimulando o espaço ao convívio. Figura 50 | Diagrama de usos

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Figura 51 | Estrutura e acabamento em concreto e panos de vidro

O gabarito mais alto se encontra no edifício de Apoio, com 13 andares de estrutura e vedação em concreto, e grandes panos de vidro. O programa se baseia em: hall de acesso, áreas de apoio às escolas, e áreas administrativas. O edifício dos Corpos Artísticos possui 12 andares com estrutura e acabamento em concreto com forte revestimento acústico interno, assim como em todo o complexo. Que conta com o seguinte programa: salas de ensaio da orquestra sinfônica, orquestra experimental, óperas, coral lírico, coral paulistano e ballet da cidade. O edifício das Escolas possui 5 andares e também conta com estrutura e acabamento em concreto e grandes panos de vidro. Seu programa contém: escola de música e dança, áreas administrativas e o restaurante do conjunto.

O edifício Auditório, que ainda está a ser implantado, contará com 7 pavimentos e com os seguintes usos: auditório, escola de música e dança, e discoteca.

”Um grande edifício em concreto aparente pigmentado ‘ocre’ será o elemento principal a estabelecer o novo diálogo, não somente com a vizinhança, mas com os próprios remanescentes que permanecerão (reformados.)” (Marcelo Ferraz).

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Figura 47| Planta primeiro pavimento

Figura 49| Planta segundo pavimento

Figura 50| Corte longitudinal

Figura 48| Planta segundo pavimento

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PARTE V - PROJETO FINAL


A partir da fundamentação teórica, das referências, dos projetos analisados e do levantamento do sítio e região, proponho um Edifício Multifuncional Colaborativo que contribua com as atividades voltadas ao campo da Arte, Arquitetura e Design, envolvendo espaços de convívio, cultura, lazer, estudos e criação, além de espaços para pessoas que buscam um local dotado de infraestrutura para desenvolver seus trabalhos. Onde o mesmo, seja um agente transformador e catalisador de ideias, permitindo que o usuário tenha a liberdade, o conforto e a possibilidade de usar toda a sua imaginação para a criação, independentemente de sua natureza. E, acima de tudo, ser um espaço que ocorra e incentive a colaboração entre os usuários, reforçando a relação e interação entre os mesmos. Não podemos esquecer que os espaços de criação tendem e devem acompanhar a evolução da sociedade e da tecnologia, pois influenciam diretamente nos campos criativos, refletindo na construção da cidade e dos indivíduos. Assim, podemos dizer que a proposta do edifício é ser o meio entre a imaginação e a criação, não deixando de lado a essência colaborativa e coletiva. Para tal, o sítio escolhido fica localizado no Centro da cidade de São Paulo, mais especificamente no distrito da Consolação, por ser um local de fácil acesso, e com transporte coletivo de qualidade, além de possuir grande oferta de comércio, serviços, cultura e principalmente instituições de ensino superior.

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Figura 56|| Análise de cheios e vazios

V. I. ANÁLISE DO SÍTIO V. I. I. Localização

Com uma área de 10.067m², o terreno escolhido fica localizado na cidade de São Paulo, no bairro Cerqueira César, dentro do distrito da Consolação. Possuindo duas frentes de rua, uma delas a Rua Frei Caneca, e a outra a Rua Antônio Carlos. Antigamente, o terreno servia de espaço para a primeira maternidade do Estado e da capital, a Maternidade de São Paulo, fechada desde 2003 por conta de uma crise financeira e demolida em 2014. Desde então, o terreno encontra-se com o uso de estacionamento. O distrito da Consolação está localizado em uma região privilegiada no coração da Cidade de São Paulo, dentro da Prefeitura Regional da Sé, em uma das regiões históricas e culturais mais importantes da cidade, possuindo um vasto manancial de ofertas, como


como museus, teatros, universidades, restaurantes, hotéis e instituições públicas. Além de ser atendido pelas linhas 2 (verde) e 4 (amarela) do Metrô de São Paulo. Com a análise do sítio e seu entorno imediato, podemos observar um uso tipicamente misto de: serviços, residências e instituições. Um dos grandes influenciadores desses usos é a Av. Paulista - região que ganhou a importância econômica que pertenceu inicialmente ao Centro, onde os casarões dos anos 50 deram lugar a grandes edifícios comerciais, gerando forte transformação e se tornando um dos polos financeiros e comerciais mais importantes da cidade. A partir de um raio de 3 km do terreno, analisamos a oferta de edifícios educacionais no território, sendo o total de 22 instituições de ensino superior, onde a maioria delas oferece cursos voltados a área de criação. Porém, muitos desses edifícios possuem seus usos voltados para dentro do lote, não os expandido para a cidade ou para outros usuários, a não ser para os seus próprios estudantes. Por estar localizado em uma região privilegiada da cidade e com forte oferta de comércio, serviços, espaços culturais, entre outros, o perfil dos usuários da região é muito variado. Porém, segundo a revista Exame, em média 1,5 milhão de pessoas passam pela Av. Paulista todos os dias, e o público jovem de até 35 anos de idade predomina entre 73%, sendo que 43,5% estão na faixa dos 18 a 25 anos. Assim, podemos concluir que grande parte dos frequentadores da região é o público jovem de estudantes.

Figura 57 |Estudo da tipologia de usos do entorno imediato ao terreno

Figura 58 |Vista aérea da região, com destaque as universidades presentes centro colaborativo de criatividade [47]


V. I. II. Zoneamento

De acordo com o artigo 147 do PDE, a Subprefeitura da Sé encontra-se integralmente contida na Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, ou seja, porções do território em que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográficas e construtivas altas e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo. Porém, o terreno fica localizado em uma Zona de Centralidade Polar B. Onde as mesmas são porções do território que estão localizadas fora dos eixos de estruturação da transformação urbana, e são destinadas ao uso de atividades específicas de áreas centrais ou subcentros. Além de favorecer o uso não residencial do solo e ajudar na qualificação paisagística e dos espaços públicos. Seu coeficiente de aproveitamento mínimo igual a 0,20, básico igual a 2,0 e máximo variando de 2,0 até o limite de 4,0.

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V. II. O PROJETO A partir da análise do sítio, podemos observar que o terreno possui duas frentes de rua e uma considerável área verde na fachada da R. Frei Caneca. Assim, uma das premissas do projeto é expandir essa área verde, transformando todo o nível da rua em uma grande praça de transição, lazer e convívio entre os usuários e frequentadores da região, se fazendo assim, um dos programas do edifício.

Figura 60|Corte esquemático sobre os principais usos

Estudos: Todos os espaços destinados aos estudos são pensados para funcionar de forma colaborativa, sendo através de ambientes amplos, mobiliário diferenciados, ou até mesmo caixas de vidro para uma interação visual. Esses espaços são: salas de estudos individuais e grupos, biblioteca, salas de reuniões, salas de aula. Convívio: Os espaços de convivência são pensados para que haja a intereção e troca de informação entre os usuários. Podemos encontrar a grande praça de entrada em dois níveis, espaços expositivos, galeria e auditório/espaço de convenção.

Figura 59|Diagrama de fluxo entre quadras

O edifício é baseado em 3 grandes programas, sendo denominados de: Convívio, Estudos e Criação. Além de espaços administrativos necessários para a organização e funcionamento do edifício.

Criação: Os espaços de criação são espaços que permitem que os usuários sejam capazes de produzir suas ideias, sejam elas de qualquer natureza criativa. Encontramos os laboratórios de informática e de fabricação/ prototipagem, e os ateliês para diferentes tipos de uso (arte, dança, música, teatro, entre outros). Comércio: A área mais pública do projeto se encontra no térreo, convidando os pedestres a se apropriarem do espaço. Assim, para dar apoio aos usuários do edifício e entorno, há projetado espaço para um café, livraria, e dois comércios locais. Além de espaço reservado para feiras e foodtrucks. Área administrativa : Localizada no térreo, á area administrativa possui um layout que foi pensado para que haja o compartilhamento de ideias entre os funcionários, assim como o restante do edifício. centro colaborativo de criatividade [49]


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VISTA RUA FREI CANECA


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N


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ESTRUTURA Para garantir a viabilidade e econômia do projeto, optamos pela utilização de laje nervurada, pois podem refletir em uma redução de até 30% no consumo de aço e concreto em relação as lajes convencionais. Esse sistema utiliza pouco concreto no fundo da laje – que abraça a armadura localizada nas nervuras. Assim, permite a liberdade de grandes vãos, no qual espaços amplos são uma das premissas do projeto. Além de proporcionar o aspecto waffle de sua forma, trazendo uma caracteristica visual industrial aos ambientes. Figura 62|Dimensões para laje nervurada.

MATERIAIS

Figura 63|Textura de concreto aparente

CONCRETO APARENTE Seguindo a mesma caracteristica visual que a laje nervurada proporciona - atmosfera industrial - optamos pelo uso do concreto aparente, expondo uma estrutura nua e crua de aparência neutra. Para trazer um despojamento ao ambiente, foi previsto a utilização de cores vivas em determinados pontos, como exemplo: pilares, a estrutura nervurada, pisos, entre outros.

Figura 65|Referência para uso de cores no concreto

Figura 64|Paleta de cores utilizada no projeto

Figura 66|Referência para uso de cores em ambientes de trabalho/estudos


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PISO PERMEÁVEL Com o total de 5.000m² de área permeável, foi prevista a utilização de piso drenante em grande parte do terreno. No qual traz duas importantes funções ao projeto: o embelezamento da praça e permeabilização que o solo tanto necessita, permitindo que a água passe sobre o piso e vá diretamente ao solo.

Figura 67|Delimitação de área permeável no terreno

BRISES METÁLICOS Para o controle da ensolação nas fachadas em pano de vidro, que prioriza a eficiência da iluminação natural, prevemos a utilização de brises laminados fixos dispostos em grande parte das fachadas do edifício, no qual bloqueia a incidência direta de luz solar, sem obstruir a passagem de ar.

Figura 68|Refêrencia de brise metálico amarelo Figura 69|Detalhe brise metálico amarelo

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CONTAINERS Apesar do projeto ser pensado para que haja a colaboração entre os usuários, em alguns momentos pode haver a necessidade de ambientes mais privativos para reuniões em grupos ou até mesmo estudos individuais. Para isso foi pensado na adaptação de containers de carga para esse uso, transformando o espaço com um layout despojado e cores vivas. Esses blocos se encontram distribuídos nos pavimentos de estudos e laboratórios, configurando tambem, o espaço em si.

Figura 70|Vista externa do container para reuniões/estudos

Figura 71|Vista interna com exemplo de configuração do layout para os containers de estudos/reuniões


VISTA RUA ANTÔNIO CARLOS

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VISTA INTERNA DA PRAÇA centro colaborativo de criatividade [69]


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso partiu de um intrigante pensamento da autora: como que a qualidade dos espaços de educação/estudos pode influenciar diretamente na imaginação, criatividade e produção dos estudantes? Assim, as pesquisas de fundamentação e referências auxiliaram na compreensão do tema para o projeto InterCidade: Centro Colaborativo de Criatividade, onde a colaboração entre os usuários esteja sempre presente - no qual, seu nome relaciona a possibilidade das interdiciplinas e atividades realizadas dentro do complexo, com um espaço dotado de infraestrura que a cidade ganhará. Assim, podemos concluir que o InterCidade traz amplos espaços para criação, estudos, colaboração e convívio para o seus usuários, sendo um espaço aberto a todos aqueles que necessitam de sua infraestrutura. Além de trazer uma grande praça com áreas verdes, proporcionando também, espaços de estar, lazer e comércio para os usuários da região.

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LISTA DE FIGURAS Figura 01. Distribuição do trabalho na época da Revolução Industrial. Fonte: http://admsemsegredos.com/revolucao-industrialparte-1/. Figura 02. Edifício da Bauhaus na atualidade. Fonte: http://www.emobile.com.br/blog/fahmaioli/wpcontent/uploads/sites/4/2013/06/Pr%C3%A8dio-daBauhaus-em-Dessau-atualmente.jpg. Figura 03. Cadeira Wassily, desenhada por Marcel Breuer, 1925/26. Material: estrutura de aço tubular cromado, assento e costas em couro. Fonte: http://bauhaus-belasartes.blogspot.com. br/2008/06/descrio-formal_09.html Figura 04. Diagrama sobre o ideal espaço de trabalho. Cafés, a internet, cidades e o ideal espaço de trabalho. Fonte: https://www.rga.com/futurevision/magazine/ creativity-for-the-connected-age Figura 05. Estações de trabalho adaptáveis. Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ mm18-arquitetura_/airbnb/3387. Figura 06. Phone Booths de vime para ligações e pequenas reuniões, e espaço para reuniões informais. Fonte: http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/ mm18-arquitetura_/airbnb/3387. Figura 07. Lounge multifuncional com pé direito duplo, que permite diversas cenas de ocupação: refeições, reuniões, trabalho, treinamentos e videoconferências. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/868356/a-d-onarchitects. [72] centro colaborativo de criatividade

Figura 08.

Planta térreo. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/868356/a-d-onarchitects. Figura 09. Vista externa. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/868356/a-d-onarchitects Figura 10. Sala de ensaios. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/796464/centropara-as-artes-criativas-perry-and-marty-granoff-dillerscofidio-plus-renfro. Figura 11. Auditório. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/796464/centropara-as-artes-criativas-perry-and-marty-granoff-dillerscofidio-plus-renfro. Figura 12. Cortadora de vinil. Fonte: http://vicutcnc.com.br/5-1-vinyl-cutter/219167# Figura 13. Máquina de corte a laser. Fonte: https://www.maqsulvirtual.com.br/maquina-decorte-a-laser-co2 Figura 14. Insper Fab Lab. Fonte: https://www.insper.edu.br/vestibular/centros-deconhecimento-e-laboratorios/#lightbox[group-371]/1/ Figura 15. Casa do Povo realiza Feira Tijuana de Arte Impressa. Fonte:https://www.facebook.com/casadopovoxxi/photos/ a.353996188039207.1073741827.292987810806712/7 09236289181860/?type=3&theater Figura 16. Espaço expositivo. Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/08/19-espacosculturais-alternativos-que- valem-muito-a-sua-visita-em-sp/


Figura 17. Espaço multiuso. Fonte: http://www.hypeness.com.br/2014/08/19-espacosculturais-alternativos-que- valem-muito-a-sua-visita-em-sp/ Figura 18. Planta 7º pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-119619/ academia-de-musica-red-bull-de-new-york-slash-inaba Figura 19. Espaço de convívio. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-119619/ academia-de-musica-red-bull-de-new-york-slash-inaba Figura 20. Estúdios privados que configuram o espaço. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-119619/ academia-de-musica-red-bull-de-new-york-slash-inaba Figura 21 e 22. Espaço multiuso. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/801054/nimbimelina-romano-interiores Figura 23 e 24. Containers utilizados como salas de trabalho e reuniões. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/801054/nimbimelina-romano-interiores Figura 25. Corte Perspectivado. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-177510/escolade-arquitetura-abedian-slash-crab-studio Figura 26. Planta segundo pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-177510/escolade-arquitetura-abedian-slash-crab-studio Figura 27 e 28.Espaços de colaboração entre os alunos. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-177510/escolade-arquitetura-abedian-slash-crab-studio Figura 29, 30, 31, 32 3 33. Fonte: https://www. galeriadaarquitetura.com.br/projeto/athie-wohnrath_ estudio-elia-irastorza-eei_/nova-sede-do-mercado-livre-nobrasil/3475

Figura 34, 35, 36, 37, 38. Edifício de Design. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/772058/escolade-design-da-universidade-de-melbourne-john-wardlearchitects-plus-nadaaa Figura 39 e 40. Plantas esquemáticas elaboradas pelo autor. Figura 41. Vista externa da fachada geométrica. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/805356/centropennovation-hollwich-kushner-plus-kss-architects Figura 42. Fachada principal Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/805356/centropennovation-hollwich-kushner-plus-kss-architects Figura 43. Diagrama de fluxos do pavimento térreo. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/772058/escolade-design-da-universidade-de-melbourne-john-wardlearchitects-plus-nadaaa Figura 44, 45 e 46: Plantas esquemáticas elaboradas pelo autor. Figura 47 e 48. Espaços colaborativos. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/805356/centropennovation-hollwich-kushner-plus-kss-architects Figura 49. Vista da Av. São João. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-dasartes-brasil-arquitetura Figura 50. Diagrama de usos. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-dasartes-brasil-arquitetura Figura 51. Estrutura e acabamento em concreto e panos de vidro. Fonte: http://www.archdaily.com.br/ br/626025/praca-das-artes-brasil-arquitetura Figura 52, 53 e 54. Plantas esquemáticas elaboradas pelo autor. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/626025/ praca-das-artes-brasil-arquitetura

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Figura 52, 53 e 54. Plantas esquemáticas elaboradas pelo autor. Figura 55. Corte longitudinal. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/626025/praca-dasartes-brasil-arquitetura Figura 56. Análise de cheios e vazios. Produzido pelo autor. Figura 57. Estudo da tipologia de usos do entorno imediato ao terreno. Produzido pelo autor. Figura 58. Vista aérea da região, com destaque as universidades presentes. Produzido pelo autor. Figura 61. Diagrama de fluxo entre quadras. Produzido pelo autor. Figura 62. Dimensões para laje nervurada. Fonte: http://www.atex.com.br/pt/formas/laje-nervurada/ bidirecional/ Figura 63. Textura de concreto aparente. Fonte: Acervo do autor. Figura 64. Paleta de cores utilizada no projeto. Fonte: Produzido pelo autor. Figura 65. Referência para uso de cores no concreto. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/792905/estudiopretto-arquitetura-nacional/57a7f2f2e58ece75200000d9estudio-pretto-arquitetura-nacional-foto Figura 66 | Referência de usos de cores em ambientes de trabalho/estudos. Fonte: http://blog.planreforma.com/lavuelta-al-trabajo/ Figura 67 | Delimitação de área permeável no terreno. Fonte: Produzido pelo autor. Figura 68 | Referência de brise metálico amarelo. Fonte: https://arquiteturaeconstrucao.abril.com.br/casas/ residencia-com-brises-metalicos-integrada-ao-jardim/ Figura 69 | Detalhe brise metálico amarelo. Fonte: Produzido pelo autor.

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Figura 70 |Vista externa do container para reuniões/ estudos. Fonte: Produzido pelo autor. Figura 71 |Vista interna com exemplo de configuração do layout para os containers de estudos/reuniões. Fonte: Produzido pelo autor.


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