Requalificação do Espaço: Uma Síntese do Entorno da Praça Marechal Deodoro

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Requalificação do Espaço: Uma Síntese do Entorno da Praça Marechal Deodoro

Cássio Patti Gaulez



CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC Cássio Patti Gaulez

Requalificação do Espaço:

Uma Síntese do Entorno da Praça Marechal Deodoro

São Paulo

2017



Cássio Patti Gaulez Requalificação do Espaço: Uma Síntese do Entorno da Praça Marechal Deodoro

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção de título de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário SENAC - Campus Santo Amaro.

Orientador: Prof. Me. Ralf José Castanheira Flôres

São Paulo 2017


Agradecimentos e Dedicatória

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais por sempre acreditarem em mim, pelo apoio, incentivo e educação que sempre me proporcionaram, pelo caráter, coragem e força com que me criaram. Sem eles não seria metade do que me tornei. A minha noiva por me trazer a alegria de viver um dia após o outro sem ter medo de seguir em frente e me ensinar a levantar depois de cada tombo. Ao meu orientador por me iluminar e guiar minha jornada em busca dos meus objetivos para a conclusão deste trabalho. Aos meus colegas por partilharem comigo sua amizade, perdas, conquistas e experiências, me ajudando e me deixando ajudá-los. A esta universidade e todos os professores que foram de total importância para o meu aprendizado e formação durante o curso.

Dedico este trabalho à todos.


“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira e que vale a pena tentar.� HADID, Zaha.


RESUMO

ABSTRACT

O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo propor a implantação de um espaço público de uso misto integrado com habitação no bairro de Santa Cecília. Através de pesquisas exploratórias, descritivas e levantamentos, gerar uma síntese das precariedades e necessidades da Praça Marechal Deodoro e seu entorno para, então, desenvolver um programa com soluções que requalifiquem a área estudada.

The present course completion work aims to propose the inplementation of a mixed used public place integraded with housing in Santa Cecilia Neighborhood. Through exploratory, descriptive and field research, generate a Marechal Deodoro Square and its surroundigs precariouness and need synthesis to develop a program with solutions that requalify the studied área.

Palavras-chave: Requalificação. Espaço Público. Uso Misto. Praça Marechal Deodoro. Habitação.

Keywords: Requalification. Public Place. Mixed Use. Marechal Deodoro Square. Housing.


SUMÁRIO

Introdução ................................................................................... 10 1. Santa Cecília: Antes e Depois ................................................. 11 São Paulo ......................................................................... 12 Santa Cecília .................................................................... 14 Transformação .................................................................. 19 2. Advento do “Minhocão” ............................................................ 22 Antes e Depois ................................................................. 22 Convívio e Conflitos .......................................................... 25 Futuro do Elevado............................................................. 29 3. Condicionantes ........................................................................ 33 Bairro ................................................................................ 33 Entorno ............................................................................. 36 Praça ................................................................................ 45 4. Verdes Vizinhos ....................................................................... 49 5. Estudos de Caso ..................................................................... 55 6. Proposta .................................................................................. 61 O Terreno ......................................................................... 61 Memorial ........................................................................... 64 Projeto .............................................................................. 69 7. Lista de Imagens ..................................................................... 95 8. Referências .............................................................................100


INTRODUÇÃO os estudos citados anteriormente junto da visão de arquitetos, urbanistas, pensadores e outros estudiosos da cidade, patrimônio, espaço, memória e identidade como Michel de Certeau, Michael Pollak, Maurício de Almeida Abreu, Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses, Carlos Nelson, Heitor Frúguli entre outros, de modo a complementar o estudo bibliográfico do trabalho e conciliá-lo com estudos de casos, pesquisas iconográfica, exploratória e documental.

Quando se trata do espaço público, os diversos questionamentos obtidos abrangem múltiplas áreas de estudo e linhas de pensamento como qualidade, benefícios, conforto, manutenção, modernização, relevância, ocupação, impacto etc. O trabalho de pesquisa a seguir realizará análises quanto à implantação de uma área pública de uso coletivo com mistura de usos em uma área de intenso movimento da região central da cidade de São Paulo, na Praça Marechal Deodoro, em Santa Cecília.

Na região de Santa Cecília, em uma área onde a quantidade de conflitos e necessidades identificados se destaca, como o excesso de pedestres em passeio reduzido e o espaço ocupado por ambulantes e camelôs, a falta de um espaço de estar e lazer adequado, diversos terrenos ociosos, em sua maioria, estacionamentos, excesso de automóveis, tráfego intenso além dos horários de pico, frontalidade com o Elevado Presidente João Goulart etc., deforma que o terreno sitiado para a implantação da proposta de um novo espaço público com diversidade de usos, que proponha abastecer as necessidades e diluir tais conflitos, seja patrimônio dos usuários, tenha qualidade, praticidade, baixo custo de implantação, amplie e auxilie a passagem e os fluxos da região ao mesmo tempo que atraia o público de modo a “estar”, como destino, não apenas “passar”, como caminho, amplie a permanência, gere recreação, proponha aos usuários o sentimento de pertencimento, traga diversas formas de apropriação desse espaço, acontecimentos, práticas sociais, manifestações de vida urbana, com característica e organização diferente do cenário urbano, além de usos e valores à Praça Marechal Deodoro.

Essa região foi selecionada pela quantidade de problematizações observadas tanto na praça quanto em seu entorno. Um estudo sobre o surgimento, desenvolvimento e consolidação da cidade, junto com a formação de seu centro velho, o desenvolvimento dos primeiros bairros, com enfoque no bairro de estudo, a construção do Elevado João Goulart, ou Elevado Presidente Arthur da Costa e Silva, nome dado ao “Minhocão” na época, e a transformação e declínio da região trabalhada. Cercar sua história e características para estudo, uma vez que o homem, enquanto pedestre, é o ator principal, para entender a contextualização em que se encontra. Afim de otimizar seu entorno e propor soluções possíveis e pertinentes às atuais necessidades e carências da região garantindo sua qualidade futura, elaborando da proposta e produto desta pesquisa. Com o intuito de requalificar e suplementar as necessidades da melhor forma possível a população residente, independentemente de serem moradores, trabalhadores, passageiros ou visitantes. A criação do espaço público unificará 10


SANTA CECÍLIA: ANTES E DEPOIS

Apesar de ter três séculos de distância, a história do Bairro de Santa Cecília não está longe da história da cidade de São Paulo, passando por longos e semelhantes processos e transformações até suas configurações atuais. Logo, é necessário aprofundar um pouco mais no tempo e espaço, para entender não apenas o início, como também o passado, ou seja, a cultura que levou ao surgimento do bairro.

Outras expedições lançaram-se nas matas descobrindo a grandiosidade do continente e renomeando-o Terra de Santa Cruz. Durante 30 anos as colônias portuguesas e espanholas mantiveram seus esforços nos comércios que faziam na Índia, pois eram de grande valor quando comercializadas na Europa. Somente em 1511, com a descoberta do Pau-brasil que o país recebeu seu nome atual, República Federativa do Brasil.

Após a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, com 13 embarcações a procura do continente asiático, mais especificamente a Índia para realizar trocas comerciais, acreditando terem encontrado uma ilha e nomeando-a Ilha de Santa Cruz, os portugueses se depararam com um povo na costa e logo ocorreu o primeiro gesto de agressão à cultura surge na história do país, a colonização dos índios pelas colônias portuguesas, impondo sua religião, hábitos, sistemas, regras e leis.

A partir de 1530 proliferaram-se continente adentro para continuar as buscas por ouro, prata, especiarias ou outros produtos comercializáveis. A mando do rei D. João III, partiu uma expedição rumo ao litoral sul do país correndo contra o tempo, uma vez que os espanhóis, ingleses e franceses também estavam interessados em colonizar terras para subtrair suas riquezas naturais. Em 1532, a expedição liderada por Martin Afonso de Souza chega a Ilha de São Vicente, renomeada logo em seguida para Vila de São Vicente e depois fundada a cidade de São Vicente, vizinha ao litoral santista, sede do Porto de Santos, o maior da América Latina atualmente. Logo que chegaram, marcaram as terras com o símbolo da colonização, instalando a Câmara, o Pelourinho, a Cadeia e a Igreja. Nessa época a cana-de-açúcar já havia sido implantada para produção em grande escala. Em Figura 02: Fundação de São 25 anos, já existiam 12 engenhos Vicente, tela de Benedito em São Vicente. Calixto.

Figura 01: Chegada dos portugueses ao Brasil. 11


São Paulo Em busca de um local seguro para alfabetizar e catequizar os índios, os missionários jesuítas, Padre José de Anchieta e Padre Manoel da Nóbrega, chegaram e se instalaram no Planalto de Piratininga devido a sua altitude, no topo da colina, frescor, clima levemente mais temperado do que o encontrado no litoral, terras férteis e a proximidade aos rios Anhangabaú e Tamanduateí para a construção do Colégio de São Paulo de Piratininga – ao redor do qual a cidade de São Paulo cresceu ao redor e hoje encontram-se apenas suas fundações no Pátio do Colégio – e a realização de uma missa, no dia 25 de janeiro de 1554, contemplando a missão de catequização. “A construção primitiva do Colégio era uma pequena cabana de pau a pique, coberta de palha, com cerca de 90 m², onde os jesuítas dormiam em redes feitas pelos índios, que já viviam na região. [...] Em 1556, o padre Afonso Brás concluiu o novo prédio do Colégio e da Igreja do Bom Jesus, em taipa de pilão.” (Patteo do Collegio, Linha do Tempo)

até então, sobrevivia da agricultura de subsistência fundamentada na frustrada produção de açúcar, mas que também abriu espaço para mandioca, milho, trigo e criação de gado e não passava de uma vila isolada de difícil acesso tornou-se um entreposto comercial graças as atividades bandeiristas que ali se organizavam e sua privilegiada localização, interligando rotas que levavam ao interior, inclusive pelo rio Tietê. Bandeirantes que enriqueciam com o comércio de escravos, realizavam doações e bem feitorias para a vila. “Depois de ultrapassar a Igreja da Penha sobre sua pequena colina, ele descortinaria, ao longe, o sítio inteiro da cidade. Sobreposta sobre outra colina, São Paulo apareceria-lhe dominado pelas torres de suas oito igrejas, seus dois conventos e seus três mosteiros. Era ainda necessário caminhar quase nove quilômetros, atravessar o pequeno aglomerado formado em torno da Igreja do Brás, passar o sítio pantanoso do Carmo, cruzar a ponta lançada sobre o Riacho do Tamanduateí para chegar afinal ao centro urbano.” (MARCILDO, 1973).

Este era o ponto de partida das bandeiras que seguiam para o interior do país em busca de índios para trabalhar como escravos nas minas e lavouras, à procura de minerais preciosos e visando, sempre, expandir o território. O que gerou grandes conflitos com os jesuítas, que na tentativa de tentar impedir a escravidão, foram expulsos dos colégios e vilas que lecionavam por seus administradores paulistas, que só retornaram em 1653 após negociação com os exploradores feita por Fernão Dias Paes.

Com a descoberta de ouro no sudeste e centro-oeste, primeiro em Minas Gerais, depois em Goiás e Mato Grosso, a corrida para a extração de minérios alavancou a concentração de expedições partidas de São Paulo e multiplicou seu tamanho e população, até o início do século XVIII, sua população chegou a 9 mil habitantes, tornando-a sede administrativa da Capitania Portuguesa, atingindo o posto de cidade em 1711. Porém, até a metade do mesmo século, a falta desses recursos em suas terras esvaziou a cidade, também passava por uma concorrência com outras colônias que serviam de entrepostos e disputa com o porto do Rio

Ao redor da igreja e da escola, foram construídas as primeiras casas feitas de taipa de pilão, originando os primeiros povos paulistas. Ao decorrer do Século XVII a vila de São Paulo, que 12


de Janeiro, que ganhava espaço perante ao de Santos, enfim, o esgotamento dos minérios na segunda metade do século agrava ainda mais a situação econômica, não mais estagnada e sim em decadência, gerando um êxodo urbano em busca de trabalho. Para manter as áreas já conquistadas, fixar a população e reverter a situação econômica, um plano para incentivar a indústria e a lavoura, instalando grandes fábricas de tecelagem e fundição e estimulando o plantio da cana-de-açúcar foi implantado no final do século XVIII. “Em 1817, tem início o ciclo do café com a fundação da primeira fazenda no vale do rio Paraíba do Sul. A mão-de-obra utilizada na cafeicultura era a escrava. Esta atividade econômica fez surgir uma oligarquia rural e propiciou o enriquecimento de diversas cidades do vale do Paraíba do Sul, dentre elas: Lorena, Pindamonhangaba e Guaratinguetá. A fim de escoar os grãos de café do interior do estado para Santos, é criada, em 1867, a São Paulo Railway (a primeira ferrovia paulista). Com a abolição da escravatura, em 1888, e o enriquecimento da região, começam a chegar os imigrantes (italianos, espanhóis, árabes, japoneses, etc.).” (Pacievitch, 2017)

Figura 04: Rota da linha Férrea São Paulo Railway.

Contemporâneo ao início da era industrial, aos poucos, São Paulo recupera seu poder econômico, a cidade se expande e são erguidas construções de grande importância como o viaduto do Chá, Avenida Paulista – onde muitos barões do café instalaram seus casarões – Rua São João, Campo do Curro (atual Praça da República), Casa de Ópera do Pátio do Colégio, Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mais futuramente a Estação da Luz, o Theatro Municipal, entre outros. Com pouco mais de 30 mil habitantes no final do século XIX, já eram mais de 130 mil no início do século XX, graças, especialmente, ao café.

Figura 03: Porto de Santos, em 1826 (ilustração de W. J. Burchell). 13


Santa Cecília Na primeira metade do século XIX, a população que enriquecia com a exportação de café, incrementada com a ferrovia Santos Jundiaí, se instalaram em São Paulo para viver a nobreza da cidade grande. Rapidamente ocuparam o centro da cidade, nos bairros Campos Elíseos e Luz, construíram seus casarões e palacetes saturando ambos.

A vinda de novos ricos do interior para a cidade não conteve a falta de terras no centro e o crescimento continuou cruzando o Vale do Anhangabaú, seguindo pelo Viaduto do Chá e Av. São João rumo a oeste, onde, até então, predominavam plantações de chá, entre o caminho das Tropas ou de Sorocaba (hoje Rua da Consolação) e o caminho para Jundiaí ou estrada para Campinas a oeste da Praça da República.

Figura 06: Casarões dos ricos exportadores de café - Início do século XX.

Três principais famílias ocuparam essas terras, Queiroz, Barros e dos Prado. A primeira a implantar sua chácara no bairro foi Dona Maria Antônia Queiroz, no terreno destacado em laranja (Figura 08). Em 1874, parte do terreno foi vendido ao reverendo Chamberlain onde se localiza o campus da Universidade Mackenzie. Em seguida, Dona Veridiana Prado adquire o lote vizinho, destacado em azul (Figura 08), pois apesar da intenção de morar na cidade, próximo ao centro, com a forte tendência do crescimento da região, foi um grande investimento especulando o terreno. Seu palacete ainda existe, a Vila Maria, construída a pedido de Dona Veridiana, na esquina da Av. Higienópolis com a Rua Dona Veridiana, atual Espaço Iate. Destacado em rosa (Figura 08), a Chácara das Palmeiras pertenceu a Dona Angélica de Barros, o maior terreno da região palacete onde morava também foi mantido, aberto como museu.

Figura 05: Casarões dos ricos exportadores de café - Início do século XX. 14


Dona Maria Angélica

Figura 07: Mapa do Centro-Oeste de São Paulo.

Dona Veridiana

Dona Maria Antônia 15

Figura 08: Mapa de Santa Cecília, final do século XIX.

Figura 09: Baronesas do Café, final do século XIX.


O loteamento feito por Dona Angélica deu origem ao bairro de Santa Cecília e ocorreu da seguinte forma: os lotes próximos a Avenida Higienópolis, onde a topografia é elevada, ficaram com maior área devido à ser um dos primeiros loteamentos com saneamento básico e a proximidade com o bairro de Higienópolis, cidade higiénica, em latim. Ao seguir a Avenida Angélica e aproximar-se da Barra Funda, bairro onde imigrantes mais pobres se instalaram, e próximos das margens alagadiças Rio Tietê, até o Largo Santa Cecília, os lotes ficavam menores. Em busca de status e legitimação social, para que pudessem carregar e esnobar seus títulos de nobreza, importavam, inspiravam-se e copiavam a burguesia internacional, em especial a europeia, expondo excessivamente suas riquezas, doações, conforto, elegância etc. Até as edificações que margeavam a Avenida São João e o próprio Viaduto do Chá representaram o estilo parisiense. O auge da ascensão do poder econômico do bairro deu-se no final do período imperial, em 1889, com a Proclamação da República, quando o estado assumiu as funções administrativas de certidões de óbitos, casamentos, óbitos, entre outros, responsabilidades da igreja, até então, sustentada pelo imperador, junto com a verba para executá-las. Visionária, criou laços com os novos ricos da elite paulista agroexportadora que não parava de crescer, alavancando suas demonstrações de fortuna e doações exorbitantes. Um dos primeiros movimentos aconteceu na Capela de São José e Santa Cecilia, que se tornou a Paróquia de Santa Cecília, com a doação do terreno ao entorno, para expansão, a construção, roupas, utensílios, enfeites, instrumentos e possibilitando a importação de materiais, mármores até as artes sacras de Benedito Calixto, enquanto os “comandantes” da cidade concentravam seus investimentos em Santa Cecília e o bairro chamava a cada vez mais atenção. 16

Figura 10: Av. São João vista do Ed. Martineli, 1930.


Figura 11: Paróquia de Santa Cecília.

O bairro tanto destacou-se que alocou o primeiro prédio modernista da cidade, em 1937, um edifício de apartamentos na Avenida Angélica, próximo ao cruzamento com a Praça Marechal Deodoro, do arquiteto Júlio de Abreu – a primeira edificação foi a Casa Modernista de Gregori Warchavchick em 1928 – e a Casa de Exposição Clipper, na esquina da rua Sebastião Pereira com o Largo de Santa Cecília, reunindo diversos comércios e serviços, como restaurantes, desfiles, cabelereiros, em um edifício de 7 pavimentos, dando origem aos Shopping Centers do Brasil e atingindo o auge, não só do comércio como também do bairro até o final da década de 30. 17

Figura 12: Primeiro edifício modernista de São Paulo,


descentralização do poder econômico de São Paulo, movimento modernista, Era Vargas, I e II Guerra Mundiais, a segunda mudança da capital do país, ditadura militar, a primeira troca de moeda desde o período colonial, seguida por outras 8 trocas até 1994.

Figura 13: Casa Clipper, 2010.

A falta de planejamento urbano, diretrizes urbanísticas, construtivas, de preservação do patrimônio, o aumento incessante do comércio e serviço da região, somados ao desapego e tendência ao abandono do centro histórico devido as novas centralidades econômicas, deram início à decadência e ao encolhimento demográfico de Santa Cecília em um processo natural. Esses fatores participaram tanto das transformações do nobre bairro residencial, que vinha se tornando uma extensão do centro, quanto de toda a São Paulo.

O século XX foi repleto de acontecimentos decisivos econômicos, políticos e culturais, ocasionando e influenciando o desenvolvimento do Séc. XX com o surto industrial, o crescimento do setor energético, expansão automobilística, 18


Transformação Com o crescimento, no Séc XIX, aos poucos foram substituídas para dar lugar aos primeiros edifícios que se instalavam pelo centro. No início do Séc. XX, a modernidade tomou conta da região. Multiplicaram-se as edificações adensando a população. Ao decorrer das décadas seguintes, a credibilidade do bairro sofreu uma decaída em função da descentralização do poder econômico da cidade. Na década de 70, escritórios migraram para a região da Avenida Paulista, Brigadeiro faria lima e Luís Carlos Berini (na década seguinte). A procura da classe média por moradia migrou para bairros novos, com localizações mais privilegiadas próximas aos novos centros econômicos como a região dos Jardins, Pinheiros e Brooklin. Em 1970, a instalação do elevado Presidente João Goulart agravou a desvalorização e o êxodo da região.

As terras onde Santa Cecília se encontra passaram de densa mata, próxima a limpos e puros rios (Tamanduateí e Anhangabaú), onde viviam tribos indígenas, para áreas rurais de extensas plantações de chá, periféricas ao antigo entreposto comercial de partidas das bandeiras, tão desenvolvido que se tornou vila e cidade. Posteriormente, foram compradas pelas famílias ricas vindas à São Paulo, os barões do café, para sediar seus grandes casarões. Após algumas décadas, loteadas e vendidas para dar início as primeiras casas parisienses, ampliando o subúrbio de São Paulo.

O bairro se encontra na região central de São Paulo, definida pelos distritos englobados na Prefeitura Regional da Sé, ou subprefeitura da Sé, composta por 8 distritos, Sé, Bela Vista, Liberdade, Cambuci, e, limítrofes a Santa Cecília, Bom Retiro Consolação e República. Faz divisa, segundo o Zoneamento Administrativo Oficial de São Paulo, ao norte com Santana e Casa Verde, a Oeste com Lapa e Pinheiros, ao centro-sul com Vila Mariana e a sudeste com Ipiranga e Mooca. Em quantidade populacional, entre os citados acima, fica atrás apenas do Ipiranga, com 431.106 (IBGE,2010) Segundo a organização de Uso do Solo do Plano regional da Sé, Santa Cecília está inserida em uma ZM-3b (Zona Mista de alta densidade). O bairro possui alta concentração de atividades e é caracterizado pela tipologia de edifícios residenciais com térreo voltado para serviço ou comércio. Grande parte destes edifícios não acompanharam a tendência do avanço automobilístico, excluindo as garagens de seus projetos, o que provocou

Figura 14: Mapa da Cidade de São Paulo, 1924. 19


maior desinteresse da classe média pela região. Alguns casarões do apogeu da Era do Café ainda se encontram na região. Próximo a eles e ao bairro de Higienópolis, o status de classe média-alta permanece no bairro. Sua localização oferece vantagens, a proximidade com o centro lhe garante facilidade e diversidade de serviços, comércios, cultura, lazer, gastronomia, economia com transporte, uma vez que possui grande quantidade de pontos, linhas de ônibus e duas estações de metrô da Linha 3 – vermelha de São Paulo, exibindo bons imóveis a preços menores do que em regiões mais afastadas.

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Lei nº 13.885 de 24 de agosto de 2004, Plano Regional Estratégico, Desenvolvimento Urbano, Mapa 05.

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Figura 15: Vista panorâmica de Santa Cecília, 1963.



ADVENTO DO “MINHOCÃO”

Antes e Depois A Avenida São João já havia passado por um alargamento em 1930. Ainda assim, após 40 anos de avanços, transformações e mudanças não apenas da cidade, mas no país todo, a política brasileira estava conturbada. Após a segunda Guerra Mundial (1939-1945), teve início a Guerra Fria (1945-1991). Durante o mandato do ex-presidente João Goulart, projetos e reformas consideradas comunistas concretizaram o Golpe Militar, instaurando a Ditadura Militar (1964-1985). Goulart teve seu cargo deposto por apoio popular e Ranieri Mazzilli foi o primeiro a empossar o cargo de presidente da república, no período Militar, para completar o mandato até o final do ano, Humberto de Alencar Castelo Branco foi eleito em 1964 e governou o país até 1967, passando o posto para Artur da Costa e Silva. Durante seu mandato, as taxas de inflação caíram e a economia voltava a aquecer, no entanto o regime se intensificou e protestos contestantes a ele tornaram-se comuns. No mandato seguinte, de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), a exportação aumentou. Empresas multinacionais investiam e se instalavam no país, ampliando o capital estrangeiro e empresas estatais.

Figura 16: Década de 30, obras de alargamento Av. São João.

Figura 17: Década de 30, obras de alargamento Av. São João.

Figura 18: Década de 30, obras de alargamento Av. São João.


Neste momento, por indicação do Presidente Costa e Silva, Paulo Salim Maluf, que além de político era empresário e engenheiro, foi nomeado prefeito de São Paulo. Com o país “enriquecido”, ficou famoso por tentar deixar sua marca executando obras de grande porte em prova de sua eficiência política e administrativa independente dos custos.

Vicente Faria Lima havia arquivado por compreender os efeitos que construções similares trouxeram para outras cidades. Em 1968 o arquiteto do departamento de Urbanismo, Luiz Carlos Gomes Cardim Sangirardi, elaborou o projeto de uma via expressa elevada da Praça Roosevelt até a Praça Marechal Deodoro sobre a, já consolidada, Avenida São João, na intenção de desafogar o seu trânsito na área central, potencializando as ligações Leste-Oeste da cidade durante o mandato de Faria Lima, que recusou a proposta e a arquivou. O ex-prefeito entendia que a solução não era investir em vias para a minoria da população que possuía carros, e sim no transporte público, beneficiando a todos, focando seus investimentos públicos na construção de linhas de metrô.

Em seu primeiro mandato como prefeito de São Paulo, de 1969 a 1971, recuperou um projeto que seu antecessor, o prefeito José

Paulo Maluf adotou o projeto quando assumiu o cargo, em 1969, nomeando a via expressa em homenagem ao general expresidente do Brasil, que acabara de terminar o mandato. Batizado de Elevado Presidente Artur da Costa e Silva, estendeu o projeto até o Largo Padre Péricles, na Barra Funda.

Figura 20: Construção do Elevado Pres. Arthur da Costa e Silva, 1970.

Figura 19: Década de 30, obras de alargamento Av. São João. 23


O elevado possui quase 3,5km de extensão, 8,5m acima do nível da rua, sendo entre 4,2 e 6,5m de vão livre, predominância de 4 a 6 faixas para carro (divididas em 2 sentidos por uma ilhota de concreto onde ficam instalados os postes de iluminação), entre 15,5 e 23m de largura. A obra durou cerca de 11 meses e custou entorno de 40 milhões de Cruzeiros (Cr$). Foi inaugurado em 24 de janeiro de 1971.

Figura 21: Década de 30, obras de alargamento Av. São João.

Figura 22: - Convite para a inauguração do Minhocão no dia 24 de janeiro de 1971. 24


Convívio e Conflitos

A região de Santa Cecília, que já vinha passando por um regresso populacional e econômico, teve sua desvalorização e deterioração acelerados devido à obra de Paulo Maluf. Além do desafogamento do trânsito, a desculpa dada era de que não seria possível realizar ampliações nas vias já existentes, uma vez que cruzavam o centro já consolidado.

Ruas Amaral Gurgel, Ana Cintra, praça Marechal Deodoro, avenidas São João e Francisco Matarazzo, esse é o trajeto onde o elevado apelidado de Minhocão foi implantado. Quem vive nas edificações frontais a estes logradouros, seja morando, trabalhando, estudando, ou realizando atividades esporádicas como compras, rotas de passagem ou visitas é atingido diretamente por sua atuação. O Elevado inibe a passagem de luz natural, amplifica o ruído dos veículos e acumula o gás carbônico eliminado.

No artigo do jornal Estadão de 01 de dezembro de 1971, chamado “Elevado, o triste futuro da avenida” é possível observar as angustias ocasionadas com a construção do Minhocão. Nele é citado o abandono das propriedades que não conseguiram ser vendidas devido à falta de interesse e procura em morar de frente, quase dentro da via. Algumas janelas possuem apenas 5m de distância, possibilitando os passageiros dos veículos de observar dentro de seus apartamentos, provocando uma drástica desvalorização imobiliária.

Em menos de 5 anos após sua construção já haviam planos de demolição do Minhocão devido ao enorme conflito e repercussão negativa que o empreendimento trouxe à região, pois gerou evidentes impactos na paisagem urbana.

A questão do trânsito foi tratada na reportagem como se já fosse esperada, a falta de planejamento era óbvia, uma via com

Figura 23: Panorâmica Elevado João Goulart. 25


Figura 24: Congestionamento na Inauguração do Elevado.

Figura 25: Obras Linha 6-Vermelha do Metrô de São Paulo.

poucas opções de acesso e saídas, uma vez parada, seja por acidente ou excesso de veículos, continuará parada, obrigando os moradores a relaxar aos sons de sirenes, buzinas e motores.

A matéria destaca outras duas debilidades da construção do elevado. A obra passou por alguns atrasos antes de ser concluída em 11 meses. Para sua conclusão, parte da verba prevista para a construção da linha leste-oeste do metrô (atual Linha 3-Vermelha), iniciada por seu antecessor Faria Lima e deixada de lado durante o mandato de Maluf, foi desviada para complementar os Cr$ 40 milhões. O maior problema é que com a execução do elevado sendo realizada no mesmo trajeto, complicou o sistema construtivo da linha vermelha consideravelmente, multiplicando os gastos para sua conclusão em 5 vezes, pois a estrutura dos pilares impossibilitou a escavação da linha pelo sistema de vala, obrigando a utilizar maquinários importados que escavam mais fundo.

“ANTES DE DEPOIS: Segundo recentes levantamentos norte-americanos, as vias elevadas provocam tal depreciação nos imóveis próximos ao trajeto, que impedem sua renovação e levam a um rebaixamento do nível de atividades econômicas a ponto de diminuir sensivelmente a contribuição tributária local, tanto predial como econômica...” (JORNAL ESTADÃO, 1971) 26


Outro artigo, de 22 de janeiro de 1971, anterior a inauguração do Elevado, chamado “Quem diz que o Minhocão é útil?” e escrito por Ronaldo Cerqueira Limas, reflete uma indagação ainda maior quanto aos objetivos atribuídos e principalmente pelos não atribuídos em pretexto a realização dessa ampliação viária. Estudos de viabilidade na fase de pré-projeto são dados como não apresentados. Expõe a falta de informações quanto ao futuro tráfego da recém coberta Avenida São João, melhoria das vias próximas, estudos de aumento ou diminuição de fluxo, compensação econômica em comparação a execução do metrô. Fica claro o receio na aceitação de uma obra que já fora rejeitado por um prefeito anteriormente.

Figura 26: Manchete do Jornal Estadão, 22/01/1971.

Para a cidade, seria mais rentável o metrô, que pode transportar milhares de pessoas por hora, livrando as ruas de centenas de ônibus e milhares de automóveis e abreviando o tempo perdido no movimento de ir-e-vir. Com a pista elevada, em contrapartida permanecerão em circulação esses veículos, sabendo que os ônibus continuarão a submeter-se ás paradas nos cruzamentos onde existirem semáforos para a travessia mais ou menos segura dos pedestres e veículos, que continuam a trafegar nas vias em nível, porque não contam com número suficiente de rampas de acesso ao Minhocão.” (LIMA, Ronaldo C. Jornal Estadão. 2000)

Figura 27: Manchete do Jornal Estadão, 01/12/1971. 27


Outra indagação do autor é a falta de comunicação entre os órgãos envolvidos no projeto e execução da obra e os órgãos de controle específicos vigentes na época, o DET – Departamento de Engenharia de Transportes, Secretaria Municipal dos Transportes, CMTC - Companhia Municipal de Transportes Coletivos e a Companhia do Metropolitano (Metrô) e de pesquisas feitas com a população, principalmente a residente na área. Como resultado de tamanha falta de considerações iniciais em todas as fases, houve acumulo de lixo na via inferior, aumento da concentração de moradores de rua, falta de iluminação, atração de prostituição, grande aumento de poluição, desinteresse pelos comércios, poluição sonora amplificada, entre outros. O Elevado passou a ser interditado durante a noite, entre 00h00 e 05h00, tanto para carros quanto para pedestres, em 1976. 13 anos depois, em 89, no mandato de Luiza Erundina de Sousa, prefeita de São Paulo entre 1989 e 1993, foi determinado que a interdição dos veículos fosse prolongada das 21h30 às 06h30 e aos domingos.

Figura 28: Minhocão interditado aos carros. 2015

Em 11 julho de 2015, durante a gestão do prefeito Fernando Haddad, o minhocão também é fechado aos sábados a partir das 15h. Dois testes realizados pela CET – Companhia de engenharia de tráfego7, apontaram que o fechamento da via também aos sábados não implica em aumento significativo de tráfego e ajustes ainda podem ser feitos para sua melhoria durante os horários interditados para travessia de carros. A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a mudança do nome do viaduto, em junho de 2016, de Elevado Presidente Costa e Silva para Elevado Presidente João Goulart, em homenagem ao ex-presidente da República (1961-1964) vigente no último mandato anterior ao Golpe Militar. 7

Análise de estudo de Impacto da CET. 1º dia 11/06/2015 e o 2º dia 20/06/2015

Figura 29: Minhocão no início dos anos 70. 28


Futuro do Elevado

O Minhocão, aparentemente, cumpre um dos propósitos a que foi construído. A CET estipula que aproximadamente 80 mil veículos transitam pelo elevado diariamente, 6 mil no horário de pico, número alto para se realocar facilmente. Entretanto, é possível que as obras da linha vermelha, deixadas de lado durante sua construção, contribuíssem para que esse resultado não se consolidasse. Caso tivessem sido concretizadas em 1970, poderia provocar maior desinteresse da população na utilização de veículos para este trajeto. Ronaldo Tonobohn, superintendente de Planejamento e Projetos da CET, em entrevista ao Estadão em 2015 disse: “Esse volume seria praticamente todo absorvido hoje... Essa ligação de longa distância lesteoeste, do ponto de vista prático de velocidade, é muito melhor se puder ser feita pela Marginal do Tietê... Se o Minhocão fosse excluído como via de tráfego, o impacto seria mínimo e tende a ser minimizado com o tempo em função de outros investimentos... O conceito de que o elevado pode ser destruído como sistema viário já está consolidado.” O engenheiro especialista em transportes, Horácio Augusto Figueira, afirma: “Qualquer faixa exclusiva de ônibus, como no corredor da Avenida Ibirapuera, transporta 8 mil pessoas por hora no horário de pico. Considerando que são entre 6 e 7 mil pessoas no Minhocão no horário de pico, o impacto em termos de redistribuição dessa demanda é perfeitamente cabível”. Figura 30: Elevado fechado em dia de teste. 20 de Julho de 2015


João Sette Whitaker, professor de Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo coloca: “O colapso dos automóveis já existe há décadas. Nessa situação de absoluto colapso, ao abrir uma via aumenta-se a quantidade de carros imediatamente – como quando houve a ampliação da Marginal do Tietê – e, ao tirar uma via, como o Minhocão, o movimento automaticamente se dilui no resto da cidade”.

No novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado em julho 2014, em vigor desde 2015, está prevista a demolição do elevado ou a transformação em parque ou jardim suspenso até 2029.

Figura 31: Estudo de Impacto de Remoção do Elevado. CET 2015

Figura 32: Estudo de Impacto de Remoção do Elevado. CET 2015 30


Paula Santoro menciona a via como “desastre urbano completo”, “desvalorizou a paisagem” e ”símbolo do automóvel”, comparouo aos os monotrilhos, geradores de sujeira e barulho e, revelou uma premissa, “se caso resulte em Super Avenidas, removê-lo não melhorará as condições”.

De acordo com a Lei 16.050/2014, art. 375, em seu Parágrafo único: “Lei específica deverá ser elaborada determinando a gradual restrição ao transporte individual motorizado no Elevado Costa e Silva, definindo prazos até sua completa desativação como via de tráfego, sua demolição ou transformação, parcial ou integral, em parque.”

Em um artigo conjunto de Valdir Sanches e Marisa Folgato, de 2005, a urbanista Regina Monteiro, propõe o desmonte em partes como melhor forma de remoção do elevado, iniciando pelo trecho que cobre a Av. São João até a Francisco Matarazzo “Já teria um impacto bom e as paralelas da avenida são ociosas nesse trecho.” "A retirada desse pedaço ajudaria a recuperar o Largo do Arouche, a região de Santa Cecília e a Praça Marechal Deodoro.“. Cálculos do engenheiro Carlos Miller preveem um custo estimado de R$ 80 milhões, com aproveitamento ou venda de quase mil vigas em um total de R$ 50 milhões, o custo final para desmontar o Elevado seriam de R$ 30 milhões.

Durante o seminário “Minhocão em Debate” realizado no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), dia 08 de Abril de 2017, 4 mesários expressaram suas opiniões sobre o futuro do elevado, os Arquitetos Urbanistas, Paula Santoro, Anne Marie Sumer e Carlos Arrigada e o vereador José Police Neto. Police Neto, autor do Projeto de Lei nº 439/2015, aprovado em março de 2016 como Lei nº 16.397/2016, “dá nome de Parque Minhocão ao elevado quando carro não anda lá.“ e coator do PL 10/20148, afirma em sua fala que o Minhocão é um delimitador de área central e defende que enquanto existir, que seu uso seja maior aos pedestres, como parque, do que aos veículos, como via.

O arquiteto e urbanista Valter Luis Caldana Junior, diz que é possível evitar a especulação imobiliária: “A demolição gera necessariamente uma reorganização dos espaços públicos e privados da região. Isto é objeto de lei e o próprio Plano Diretor tem um instrumento chamado cota de solidariedade, que, se bem aplicado, garante um uso misto da cidade, não apenas do ponto de vista funcional, mas também socioeconômico e cultural”.

Anne Marie se apoia nos testes e análises realizados pela CET para reforçar a ideia de que o transito pode ser realocado, se inclinando a proposta de que seja desmontado, compara sua existência a de “um terminal de ônibus em praça pública para cidades de lata” e completa “tira ele e repõe a Amaral Gurgel, o Largo do Arouche, a São João, etc.”. Arrigada expõe sua preferência pelo futuro parque elevado porém questiona as mudanças temporais que a troca de uso (parque permanente) possa causar na população, usuários e moradores lindeiros.

Embora haja instrumentos que auxiliam no controle do valor, uso e construção dos imóveis, a influência do mercado imobiliário é poderosa quando se trata de valorização. Seguindo o exemplo do High Line em Nova Iorque, foi planejado em 2001 e inaugurado em 2009 e após sua conclusão tornou-se um caso de gentrificação acelerada, impulsionando construtoras e incorporadoras a aumentar o valor do metro quadrado da região

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PROJETO DE LEI Nº 01-00010/2014 dos Vereadores José Police Neto (PSD), Nabil Bonduki (PT), Toninho Vespoli (PSOL), Ricardo Young (PPS), Goulart (PSD), George Hato (PMDB) e Aurélio Nomura (PSDB)

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desfavorecendo a classe média que a residia. A apreensão quanto esse fator é o principal contraponto da criação de um parque elevado em Santa Cecília do ponto de vista urbanístico. Os moradores da região tinham uma vista horizontal da Barra Funda até o prédio do Banespa. Entrava luz e respiro por suas janelas, onde os altos prédios apenas emolduravam a vista. Um parque elevado não vai melhorar a privacidade e a lesão sonora, além de que um parque controlado, com câmeras de seguranças, policiamento intensivo reprimindo qualquer atividade que se considera fora do normal não possui as qualidades de parque desejadas. A ideia de parque ligada ao cercamento, murar ou cercar leva a seleção do acesso, controle e encurrala o entorno, aumentando a insegurança da região. O pedestre, por sua vez alcança uma série de sensações ao transitar embaixo do elevado, a falta de iluminação, o excesso de poluição, goteiras e poças d’água, barulho intensificado, cruzamentos demorados e perigosos, dividindo espaço com carros, ônibus e bicicletas. Só por não existir e tornar a região mais agradável, os espaços públicos que já existem ganham uma outra vida e perspectiva de uso.

Figura 33: Entorno High LINE, Nova Iorque.

Figura 35: Entorno High LINE, Nova Iorque.

Figura 34: Entorno High LINE, Nova Iorque. 32


CONDICIONANTES

Bairro Santa Cecília possui uma área de 3,76km², correspondente a 14% da área central de São Paulo, fazendo divisa com Bom Retiro, República e Consolação em seu distrito, Sé, e com Barra Funda e Perdizes, do distrito da Lapa. Possui 35.915 domicílios, 50,11% deles são propriedade dos moradores e estão quitados, enquanto 37,59% moram de aluguel, 7,95% são próprios e estão sendo pagos e 4,32% foram cedidos ou adquiridos de outra forma. A grande maioria desses domicílios são apartamentos, atingindo 91,22%, enquanto apenas 4,23% são casas, 4,19% são cortiços e 0,32% são vilas. Praticamente 100% recebe coleta de lixo, ligados à rede de esgoto e abastecimento de energia. Há 1 ocupação irregular inserida na divisa com Bom retiro, no cruzamento da Avenida Rio Branco com a ferrovia das linhas 7Rubi e 8-Diamenta, onde as residências chegam a menos de 1m dos trens, a Favela do Moinho. 375 domicílios constituem a ocupação, que chega a ocupar 24,9km² e abriga 1.221 habitantes.

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Figura 36: Escala geográfica.


Segundo a Fundação SEADE - Sistema Estadual de Análise de Dados, órgão da secretaria de planejamento e desenvolvimento regional do governo, a população residente no bairro de Santa Cecília no ano de 2000 era de 71.179 habitantes, em 2010 passou para 83.689. Segundo a EMBRAESP - Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, uma sociedade civil, especializada em consultoria imobiliária, em 2000 houve o lançamento de 400 Unidades Habitacionais no bairro, em 2010, 224 e 578 em 2016, o que pode indicar um retorno demográfico da região. Tal aumento pode vir a provocar, no centro e em Santa Cecília, o processo de gentrificação, tornando os lotes vazios, muitos utilizados como estacionamentos hoje, cada vez mais escassos, em breve o valor imobiliário, já não tão baixo, irá subir progressivamente, mesmo nos imóveis que não se renovarem ou atualizarem. Os alugueis subirão, os moradores procurarão se instalar outras regiões com preços mais acessíveis, possivelmente, muitas das construções existentes, remanescentes da época pós loteamento das chácaras, mesmo da explosão de crescimento do século XIX, serão demolidas para dar lugar ao maior número possível de residênciais novas, já que possuem baixo gabarito, portanto poucas unidades habitacionais. Inserida em uma ZM – Zona Mista, destinadas tanto a uso residencial quanto não residencial, ZM - 3b: zona mista de densidades demográfica e construtiva altas, com coeficiente de aproveitamento mínimo igual a 0,20, básico igual a 2,0 e máximo variando de 2,0 até o limite de 2,5, trecho da lei de Zoneamento da Cidade de São Paulo. No âmbito geral, as análises feitas da região de Santa Cecília, além de toda história já analisada, são as informações montadas em médias, porém, como o bairro não é 100% homogêneo, há uma diferença quando se aproxima do Bom Retiro e quando se aproxima da Consolação. É necessário analisar a área a ser trabalhada mais de perto. 34

Figura 37: Distribuição de Favelas. 2016


Figura 38: Zoneamento de SĂŁo Paulo. 35


Entorno O acesso à região é facilitado pelos diversos meios de transportes que abastecem as vias do bairro. A Estação Marechal Deodoro se encontra à 120m do terreno a ser requalificado. Segundo o Metrô de São Paulo, estima-se que 20 mil pessoas passam a cada hora pela estação nos horários de pico. 23 linhas de ônibus circulam a avenida e servem o ponto Angélica C/B, localizado em baixo do elevado de frente para o terreno. A Rua Dr. Albuquerque Lins e a Av. Angélica transferem as pessoas do Bairro de Santa Cecília para Campos Elíseos e vice-versa, seus fluxos são intensos e constantes tanto para veículos quanto para pedestres. A Av. São João, Av. General Olímpio da Siqueira e o Elevado João Goulart são abastecidos por uma troca intensa e constante de passageiros sentido oeste e sentido centro.

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Figura 39: Mapa de Rede Estrutural de Transporte Público.

Figura 40: Legenda Mapa de Rede Estrutural de Transporte Público.


Além da área da praça, que perde espaço para o braço de acesso do Elevado, a área livre (vazia) do entorno é quase nula, sem contar o espaço destinado ao viário e passeios, em sua maioria, são recuos de edificações em seus lotes, estacionamentos e sobras de ilhas para cruzamento de pedestres. Esse fator, quando não está difuso em baixos gabaritos, eleva a densidade demográfica da região.

Em geral, o gabarito atingido pelas edificações do entorno não ultrapassa 5 pavimentos, porém em alguns casos essa cota extrapola o padrão da região contrastando com os níveis de baixo gabarito. Por essa razão a densidade aumenta elevando a demanda de infra estrutura.

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Figura 41: Estudo de Cheios e Vazios.

Figura 42: Estudo de Gabaritos.


O entorno é característico pela intensa mistura de usos. Com quase 80% das edificações do entorno residenciais e quase 70% delas com uso diferenciado no térreo, comércio ou serviço, a densidade do bairro não é considerada flutuante, ou seja, há tantas pessoas na região a noite quanto há de dia. Além de manter um alto fluxo de idas e vindas, esse fator reduz o tempo gasto em viagens pelos residentes, trazendo uma maior oferta para suas necessidades. Um intenso fluxo também ressalta a segurança da região, como informa John McDonald, diretor do Departamento de Criminologia da Universidade da Pensilvânia (Britto, Fernanda. 2013), trazendo mais olhares e menores intervalos de tempo em que as vias ficam vazias.

Além da frontalidade com o elevado e seus malefícios apresentados anteriormente, o terreno de estudo possui outro fator que implica diretamente na qualidade de sua implantação, volumetria e gabaritos. Os lotes vizinhos possuem gabaritos de extremo contraste de gabaritos, portanto uma conciliação é necessária para amenizar a altura dos edifícios residenciais que alcançam 17 e 29 pavimentos, ao mesmo tempo estabelecer relações com os de menor gabarito, Esse obstáculo não afeta apenas o lote escolhido para requalificação, mas também as edificações existentes que perdem horas de luz natural direta.

A desarmonia entre o nível do térreo, do Elevado, das edificações de médio e alto gabarito prejudica o desenho urbano da região descaracterizando a facha frontal e a vista da quadra.

Obviamente o estilo arquitetônico adotado por essas edificações é gritantemente diferente do utilizado nas antigas construções, que, na grande maioria, resistiram as transformações da arquitetura desde o início do Séc. XX, preservando, ao menos externamente, seu estilo original.

Figura 43: Estudo de Usos. 38


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Figura 44: Vista Rua Brigadeiro GalvĂŁo.


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Figura 45: Vista Avenida AngĂŠlica.


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Figura 46: Vista Rua Doutor Albuquerque Lins.


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Figura 47: Vista Marechal Deodoro.


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Figura 48: Vista Marechal Deodoro com Elevado.


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Figura 49: Estudo Iconogrรกfico de Fachada. Vista Marechal Deodoro.


Praça Conservação e Limpeza Urbana, esculpido por Murilo Sá Toledo, instalados em 2011. O atual responsável pela manutenção é o SIEMACO (sindicato dos trabalhadores em empresas de prestação de serviços de asseio) desde 2011 quando, em um termo de cooperação realizado com a secretaria municipal de cultura, encomendou e doou as esculturas. Há uma guarida móvel, no trecho em que o elevado cobre a praça, em que, teoricamente, deveria ficar um segurança presente 24h, porém, quase nunca visto.

Praticamente integrada com a estação da linha 3 Vermelha do Metrô de São Paulo, que leva o mesmo nome da praça, a Praça Marechal Deodoro não é de grande porte, com aproximadamente 7.200m². Localizada no encontro da Av. São João com a Av. General Olímpio da Silveira, possui diversos acessos, pela Rua Albuquerque Lins, Rua das Palmeiras, Rua São Vicente de Paulo, Rua Pirineus e Av. Angélica. Não é gradeada, porém, limitada pelo Elevado João Goulart, inclusive, perde espaço para o acesso de veículos que o seguem sentido à Praça Roosevelt além de 3 pilares de sustentação.

Diversas instituições se encontram nas proximidades da praça como O Castelinho da Rua Apa esquina com Av. São João, concedido ao Clube das Mães do Brasil, uma ONG de cultura sustentável, provendo aulas de costura, culinária, sarau, etc. O centenário Theatro São Pedro, na Rua Albuquerque Lins, já funcionou como cinema e teatro, foi restaurado e reaberto em 1998, gradativamente recebendo cada vez mais orquestras, em 2010 criaram sua própria, a Orquestra do Theatro São Pedro. A Associação Cultural Cecília, na Rua Vitorino Carmilo, produz trabalhos culturais com música, artes, tatuagem, audiovisual, arquitetura, objetos e com o corpo, realizando uma interação sociocultural entre os frequentadores. O INED (Instituto Nacional de Educação a Distância), na Praça Marechal Deodoro, promove cursos variados como supletivos, cursos profissionalizantes, técnicos, livres e especializações. O Grupo Oswaldo Cruz, com unidade na Rua Brigadeiro Galvão e na Av. Angélica, oferece colégio, curso técnico, graduação, pós-graduação e cursos livres. O Hospital Santa Cecilia - NotreDame Intermédica além de funcionar como hospital particular também realiza palestras e oficinas.

A Praça possui diversos canteiros que abrigam gramado, vegetação baixa e árvores de grande porte. Há uma área para recreação infantil com balanço, escorregador, gira-gira e gangorra localizada no canto da praça, próximo à Rua das Palmeiras, há cercas entre os passeios lindeiros, porém é aberta para o centro da menor gleba. Bancos de concreto não faltam na praça, porém quase sempre sem proteção das árvores devido à altura e vazios entre os galhos das copas. Lixeiras e postes de iluminação completam seu mobiliário. A intensa presença de moradores de rua, usuários de droga e o alto índice de assaltos provoca a falta de uso dos frequentadores da região, somando isso com a falta de cuidado, limpeza e manutenção, o desinteresse aumenta. Há 3 monumentos implantados na praça: Monumento a Luiz Pereira Barreto, cientista e médico, do artista Galileo Emendabili, inaugurado em 1929; O Índio e o Tamanduá Modelado por Ricardo Cippichia, Inaugurado em meados da década de 1940; e o monumento em homenagem ao Trabalhador de Asseio e 45


Devido à alta concentração de comércio e serviço em uma região de alta densidade, a intensa circulação de usuários da linha vermelha do metrô, que possui maior número de passageiros segundo o Metrô de São Paulo, e a grande quantidade de linhas de ônibus, os fluxos se intensificam nos horários de pico, tornando todo o entorno da estação e da praça em excelentes pontos comerciais, atraindo a informalidade dos vendedores ambulantes, também chamados de camelôs.

A tipologia dos vendedores presente na região varia, principalmente, entre venda de vestimentas (roupas, calçados, meias, óculos, relógios) e venda de frutas. Em menor quantidade, também se encontram vendedores de milho cozido, bugigangas (despertadores, brinquedos, guarda-chuva, lanterna, etc.). Passam o dia na rua, normalmente em um ponto fixo, se escondem quando a fiscalização ou policiamento aparece retornando após poucos minutos. Em sua maioria, carregam seus produtos em lonas amarradas como trouxas e levadas em carrinhos de feira, de modo a apenas estendê-las e organizar seus produtos no chão. Alguns levam cavaletes e tabuas de madeira, criando assim suas próprias mesas de exposição.

Figura 50: Ambulantes da Região.

Para a região, o problema em si não é a irregularidade desses vendedores, pois é isso que atrai os fregueses: sem um local fixo, aluguel, alvará, contas, notas fiscais, o preço de seus produtos chega a ser 40% mais baratos, sem falar na praticidade de simplesmente parar, comprar e seguir sua rota. O que mais pesa em sua presença é o perigo em que colocam os transeuntes e a si mesmos, pois ocupam passeios, ciclo faixas e, em alguns casos, as vias destinadas a automóveis, gerando dificuldades dos pedestres e ciclistas em circular, obrigando-os a caminhar exprimidos ou ziguezagueando entre calçada e rua ou brigando por espaço com os veículos, colocando-se em risco de colisões e acidentes. 46

Figura 51: Ambulantes da Região.


Figura 52: Ă rea de Estudo


Figura 53: Praรงa Marechal Deodoro.

Figura 55: Praรงa Marechal Deodoro.

Figura 57: Praรงa Marechal Deodoro.

Figura 54: Praรงa Marechal Deodoro.

Figura 56: Praรงa Marechal Deodoro.


VERDES VIZINHOS

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Figura 58: Áreas Verdes da Região.


Ao redor da Praça Marechal Deodoro, não há outras áreas verdes qualificadas (sem contar sobras de vegetação em vazios de lotes, ilhas, passeios ou rotatórias) em um raio de 01km. Essa distância anula a possibilidade de fornecer suporte para quesitos que deixam a desejar da Marechal Deodoro, como uma maior massa arbórea, equipamentos e espaços de uso público extemporâneos.

porém o que mais agrega valor em sua existência é a presença de comércio presente na gleba maior. Um bloco de floriculturas e uma banca de jornal que atraem os pedestres para diferentes finalidades além do lazer, estar e passagem. A Praça Princesa Isabel, também com aproximadamente 1km de distância da Marechal, possui atualmente, uma densa massa arbórea que proporciona abrigo do sol ao passear. Há um tanque de areia com brinquedos infantis em uma extremidade, o Monumento a Duque de Caxias ao centro e diversos caminhos entre os canteiros. Não há muitos bancos em relação ao seu tamanho, lixeiras e boa iluminação também escassas, deixam a desejar, ocasionando falta de segurança e sujeira. Porém durante a gestão em vigor, do Prefeito João Dória, será realizada uma reforma em parceria com a seguradora Porto Seguro com projeto e execução do escritório Triplo R, uma pista decorrida, mesas de piquenique, aparelhos de ginástica, playground, sanitários públicos, pista de corrida, feira, quadra poliesportiva, entre outros que estão previstas no projeto.

Figura 59: Vista aérea, trecho do Largo do Arouche

Dentro desse raio, o Largo do Arouche é a primeira área verde partindo da Marechal Deodoro a 1km de distância. Sua área é dividida em 5 glebas por vias, retornos, cruzamentos e uma rotatória, o que dificulta ao usuário a compreensão de seu verdadeiro tamanho e potencial. Ela possui largos passeios, grande área arborizada, esculturas, trechos de ciclovia, aparelhos de exercícios, parque infantil, bancos de concreto, mobiliário feito com troncos e cadeiras de sobras de madeira, 50

Figura 60: Projeto de Implantação, reforma da Praça Princesa Isabel.


A Praça Rotary, com 1,10km de distância, é a mais próxima da Marechal Deodoro. Além de abrigar a Biblioteca Monteiro Lobato, também possui tanque de areia com brinquedos infantis, aparelhos de exercício físico e quadra poliesportiva. A praça passa por reformas desde 2015, com previsão de término de 180 dias, porém não houve conclusão até o momento.

Figura 62: Vista aérea do Parque Buenos Aires.

O Parque Buenos Aires está a aproximadamente 1,20Km da Praça Marechal Deodoro. É coberto com uma extensa área verde com árvores de grande porte. Em seus jardins acontecem eventos, encontros e reuniões de grupos ativistas, artísticos, educacionais, etc. É cercado e fechado durante a noite, porém dentro de seu horário de funcionamento os usuários podem utilizar seus parques infantis, aparelhos de ginástica, área para animais de estimação, sanitários, área de descarte de pilhas e baterias, e trilhas de caminhada. Além disso, abriga uma feira semanal e atividades gratuitas voltadas para saúde e bem-estar. O desenho da praça foi projetado pelo arquiteto paisagista francês Joseph Antoine Bouvard. Apesar de seu entorno ser predominantemente residencial, muitos dos edifícios ao redor tem uso empresarial, principalmente na Av. Angélica e em direção a Rua da Consolação.

Figura 61: Playground e Biblioteca Monteiro Lobato, Praça Rotary 51


A Praça de República, à 1,4km da Marechal Deodoro, é, provavelmente, a área verde mais movimentada do centro, devido à sua vasta quantidade de acessos que ligam a importantes avenidas e ruas comerciais, como a Av. Ipiranga, Rua 7 de Abril, 24 de Maio, Barão de Itapetininga e Rua do Arouche em um centro econômico comercial de alta densidade. Além disso, abriga a estação República, cruzamento da Linha 3 – Vermelha e linha 4 – Amarela do Metrô de São Paulo, e a Antiga Escola Normal Caetano de Campos, atual Secretaria Estadual da Educação, um importante ponto turístico da cidade, porém não o único. A presença dos edifícios Copan e Eiffel, projetados por Oscar Nyemeyer, e o Circolo Italiano (Edifício Itália) projetado por Franz Heep, importantes símbolos arquitetônicos da década de 50 e 60, respectivamente, procurados, observados, estudados e comtemplados até hoje, principalmente pelos estudiosos de artes, engenharia e arquitetura. No interior da praça se encontra uma trama de caminhos e passeios que cruzam lagos artificiais sob pequenas pontes entre os diversos canteiros repletos de árvores, carpas, tartarugas e animais silvestres dividem espaço entre tantos elementos. Na Praça também se localiza a creche pública, EMEI Armando de Arruda Pereira, e em seu pátio central, feiras, protestos, manifestações e eventos culturais, como na Virada Cultural anual, são realizados.

O Parque Fernando Costa, popularmente conhecido como Parque da Água Branca, é o maior do entorno da Praça Marechal Deodoro, a 1,5km de distância, abriga a Casa do Caboclo, que atrai turistas e paulistanos a conhecer a construção típica de pau-a-pique e provar do bolo de fubá com café de bule ao som de violas nas manhãs de sábado e domingo (atualmente desativada sem previsão de retorno), também presente no parque está o Instituto de Pesca, a Associação de Criadores de Animais, Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, 52

Figura 63: Implantação Praça da República.


recebe as linhas 7 – Rubi e 11 – Coral da CPTM e as linhas 1 – Azul e 4 – Amarela do Metrô e a linha férrea Santos – Jundiaí, essa, com atual funcionamento apenas de carga sob concessão da MRS Logística, e, por sua vez, abriga o Museu da Língua Portuguesa. Além disso, o parque possui uma gruta com cascata, coreto, aquário subterrâneo, o ponto do bonde característico da época e a Casa do Administrador que além de abrigar a administração do parque também realiza exposições. O Desenho do parque dispõe de diversos canteiros com variada e densa vegetação divididos por passeio e trilhas, 3 lagos, chafariz, playground, espelhos d’água, equipamentos de ginástica, mirante, pista de cooper e o bosque de leitura com atividades aos finais de semana. O Jardim da Luz é cercado e seu horário de funcionamento é das 09hs às 18hs.

biblioteca, um pequeno zoológico, observatório de pássaros, uma arena com arquibancada para eventos, principalmente relacionados a quitação, dois lagos artificiais, playground, trilhas para caminhada e a feira orgânica que acontece dentro de um galpão. No parque há uma mescla de trechos com densa vegetação e grandes clareiras. Fica fechado das 20hs às 06hs todos os dias.

Figura 64: Vista aérea do Parque da Água Branca.

O Parque Jardim da Luz, originalmente um horto florestal, é o mais antigo parque da cidade. Fica a 1,7km da Marechal Deodoro e abriga a Pinacoteca do estado de São Paulo, Projetada por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi, em 1905 e reformada sob o projeto de Paulo Mendes da Rocha em 1990, também é o museu de artes mais antigo da cidade. O monumento a Giuseppe Garibaldi, a EMEI João Theodoro e diversas esculturas expostas ao ar livre se encontram no interior da praça que divide a avenida lateral com a Estação Luz, projetada pelo inglês Charles Henry Driver como uma extensão da ferrovia São Paulo Highway, hoje

Figura 65: Vista aérea do Parque Jardim da Luz. 53


Como observado nas áreas verdes que cercam a Marechal Deodoro, podemos qualificá-la, mesmo inserida em um entorno favorável abastecido de transporte, serviço, comércio e instituições de ensino e culturais em uma área residencial de alta densidade, como um praça simples, sem atrativos. Não há um comércio característico como o Largo do Arouche; áreas de exercício e prática de esporte como a Praça Rotary, o Parque Buenos Aires, da Água Branca e Jardim da Luz; um caminho longo sinuoso para caminhadas entre a vegetação, como na Praça da República; atrativos culturais ou artísticos como a Biblioteca Monteiro Lobato e a Casa do Caboclo; Apesar de ser mais comum em parques do que praças, não há sanitários públicos; não há eventos realizados periodicamente, como feiras e encontros; apresentações já foram realizadas, porém com frequência cada vez mais baixa sendo raras atualmente; não há elementos aquáticos, mesmo que apenas para apreciação, como lagos artificiais ou espelhos d’água.

Figura 66: Playground da Praça Marechal Deodoro.

A Praça Marechal Deodoro não apresenta as condições e relevância que tem potencial, sendo totalmente cercada, inclusive dividida, por ruas e avenidas, além de perder espaço para o braço de acesso do elevado, dificultando a implantação de novos elementos que possam atribuir diferentes usos e atrações, que melhor a qualificariam incentivando a procura e circulação de usuários.

Figura 67: Braço de acesso do Elevado sob a Praça Marechal Deodoro. 54


ESTUDOS DE CASOS

foram iniciadas as obras. Simultaneamente, propostas e projetos foram idealizados e apresentados ao órgão público, a AMMG e aos patrocinadores, em sua maioria comerciantes da região com apoio principal do banco Itaú. O projeto do escritório Eduardo Cabral Arquitetura de Interiores foi o escolhido e as obras ocorreram de setembro de 2002 até a inauguração em 29 de março de 2003.

Com base no objetivo do trabalho, os estudos de caso selecionados são aqueles que exemplificam a aplicabilidade de soluções para novos espaços de acordo com as necessidades da região. Dentre os exemplos observados e analisados, 3 se destacaram por melhor exemplificar o objetivo. São eles a Praça Mateus Grou, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, a Praça Monte Cristo, localizada em Florianópolis e a Praça de Bolso do Ciclista, localizada em Curitiba. Nos 3 casos, terrenos vazios e abandonados receberam apoio dos moradores e frequentadores da região em busca de uma requalificação tornando-os praças públicas com funcionalidades, até então, carentes na região.

Com objetivo de “transformar um lugar ocioso em área de lazer e de benefício à comunidade.“ (DALL´OLIO, Luiz Eugenio de Mello. Entrevista ao jornal Estadão. 2003) e a função de potencializar o convívio entre os frequentadores da região ao mesmo tempo em que fornecendo o sentimento de pertencimento, quando imposta a responsabilidade de manutenção pela Associação de Moradores e Comerciantes da Rua Mateus Grou.

Praça Mateus Grou Localização: Rua Mateus Grou 510, Pinheiros – São Paulo. Realizadores: Associação de Moradores e Comerciantes da Rua Mateus Grou (AMMG); Subprefeitura de Pinheiros. Área: 840 m². Conclusão: Março de 2003. Custo: R$ 75 mil. Projeto: Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores. A ideia da apropriação do terreno baldio que ocupava um estreito lote entre as ruas Mateus Grou e Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, no bairro de Pinheiros surgiu entre os próprios moradores da região. Em conjunto da AMMG, os diálogos e negociações com a Subprefeitura de Pinheiros para a possibilidade de doação do terreno para a apropriação de um praça pública ocorreram de março de 2001 até sua aprovação em setembro de 2002, quando

Figura 68: Croqui Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores. 55


Figura 69: Praça Mateus Grou.

Figura 70: Croqui Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores.

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Figura 71: Projeto arquitetônico. Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores.


de empresas com intuito de investimentos sociais e doações de impacto social, o Social Good Brasil, que utiliza a tecnologia e a comunicação para solucionar problemas sociais, o FabLab Florianópolis, que auxiliou e forneceu especialistas em carpintaria, e o Mútua, que acolheu em seus contatos empresas voltadas para o âmbito social a participarem da revitalização.

Praça Monte Cristo Localização: Rua Mauro Carvalho, Monte Cristo – Florianópolis. Realizadores: Play The Call; Social Good Brasil; FabLab, Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM); Mutua; Voluntários. Área: Aproximadamente 1.250 m². Conclusão: 16 de Junho de 2015. Custo: Doações, Valor não considerável. Projeto: Conceito de Francisco dos Santos (líder comunitário de Monte Cristo).

Com 24 horas de duração, mais de 50 voluntários participaram do mutirão que remodelou o terreno e o transformou em praça, porém, ainda há medidas a serem tomadas para que o espaço tenha íntegra qualidade, o problema do vazamento de esgoto ainda não foi totalmente solucionado, mas está nos próximos planos de Seu Chico.

Uma quadra de futebol com piso de terra anexa a um terreno baldio com acumulo de lixo despejado irregularmente vazamento de esgoto e mato alto, possibilitando a proliferação de mosquitos, pragas e doenças é o cenário em que o terreno se encontrava inserido na Comunidade de Monte Cristo, em Florianópolis - SC, ao lado da Creche Joel Rogério de Freitas. As crianças que saem da creche à espera de seus pais e as que participam da escolinha de futebol, Mais que Vencedores, dividiam a quadra em seus tempos livres, porém, sem infraestrutura adequada, também dividiam a rua com os veículos, usando a guia e a calçada de arquibancada e fila de espera até junho de 2015. A ideia de reestruturar o terreno e criar um espaço comunitário para atender a população da região partiu de Francisco dos Santos, o líder comunitário de Monte Cristo. Pensando nas necessidades das crianças que frequentam o terreno, o líder conhecido por Seu Chico, idealizou, no terreno, um campinho de areia para crianças menores, horta, pomar e um parquinho. O Projeto PlayTheCall, que incentiva o engajamento das pessoas em pequenas ações sociais visando mudar o mundo aos poucos de forma rápida, divertida e sem custo, mobilizou outras 4 instituições de Florianópolis a contribuir com a intervenção. O ICom, Instituto comunitário Grande Florianópolis, acolhe o apoio

Figura 72: Voluntários trabalhando na revitalização da praça. 57


Figura 73:Voluntárias da Requalificação.

Figura 74: Seu Chico acompanhando a revitalização.

Figura 74:Muro pintado por Bagre Hommies e Gabriel Young.

Figura 76: Terreno antes da requalificação. 58


Praça de Bolso do Ciclista

Após a terraplanagem, os voluntários tomaram a frente das obras, durante 6 meses, até sua conclusão e inauguração no dia 22 de Setembro de 2014, mutirões se organizavam todos os dias na praça para prestar seu apoio, principalmente aos finais de semana.

Localização: Rua São Francisco X Rua Presidente Faria, Centro de Curitiba, PN. Realizadores: Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu); Prefeitura de Curitiba; Voluntários. Área: Aproximadamente 127 m². Conclusão: 22 de Setembro de 2014. Custo: Doações, Valor não considerável. Projeto: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC);

O muro ganhou a marca da artista suíça Mona Caron e a praça ganhou infraestrutura necessária, como bancos, paraciclos, postes de iluminação, sinalização, lixeira, canteiros, árvores frutíferas, espaço de convivência e brinquedos infantis. Ainda recebeu um espaço para horta, para abrigar a população a procura de lazer e estar, feiras livres, peças de teatro, grupos musicais, cinema a céu aberto entre outras diversas atividades que acontecem nesse espaço.

Um terreno de esquinada da Rua São Francisco com Rua Presidente Faria, no centro de Curitiba, pertencente a prefeitura, já foi cenário de atividades e movimentos culturais promovidos por populares, deixado de lado devido à violência e insegurança da região. Foi ocupado por lixo, terra e mato, negligenciado e convidativo para usuários de drogas e estupradores. Se encontrava de frente para um dos pontos de encontro mais conhecidos entre os ciclistas da cidade, a Bicicletaria Cultural. Por esse motivo, focou a atenção do grupo cicloativista, Cicloguaçu, na idealização de uma requalificação do terreno em praça para ciclistas, porém sem restrições quanto ao uso. A primeira tentativa de diálogo com a prefeitura para solicitar a doação do terreno e apresentar a ideia, projeto e metodologia de execução, planejadas pelo grupo ativista e representados perante o executivo municipal pelo coordenador geral, Goura Nataraj, foi promissora mas sem andamento. Na segunda tentativa, solicitaram, além da doação do espaço, o material básico (areia, tijolo, cimento, etc.) necessário para a realização da reforma. Além dos pedidos, com a aprovação da praça, a prefeitura também forneceu a terraplanagem de terreno. A organização dos colaboradores, prazos, funcionamento, e intervenções foram planejados e discutidos em reuniões e assembleias, percorrendo 2 anos até o início da obra.

Figura 77: Voluntários trabalhando na revitalização da praça. 59


Figura 80: Praça ocupada por Feira de Orgânicos.

As três requalificações do espaço observadas exemplificam a ideia em que a proposta do trabalho se baseia. A existência de um terreno ocioso, mal cuidado, utilizado de maneira imprópria, insegura e insalubre, com potencial de agregar qualidades mais que suficientes para saciar as necessidades e debilidades, ou parte delas, presentes no entorno e ainda gerar interação social, manifestações de cultura, rotatividade de ocupações e incentivo ao comércio e serviço. Com apoio da Prefeitura, contribuições e doações de empresas públicas e privadas, ONGs, associações e trabalho voluntário, um espaço, praça ou parque pode ser criado em curtos períodos de tempo. No caso da Praça de Monte Cristo, apenas a concepção do espaço já foi o bastante para proporcionar um espaço agradável, útil e repleto de usos, demonstrando que o projeto arquitetônico não precisa ser assinado por escritórios e arquitetos famosos tampouco ganhar o Prêmio Pritzker quando pode, da melhor forma possível e viável, de acordo com os recursos disponíveis, solucionar e prover as soluções para as necessidades e precariedades existentes.

Figura 78: Implantação do projeto da Praça de Bolso do Ciclista.

60

Figura 79: Voluntários trabalhando na execução da praça.


Poucos são os vazios da região central, em sua maioria consolidada por edifícios, portanto, usos como o deste terreno mantém um rendimento médio mensal a espera da valorização da região para então vender seu espaço a algum investidor ou construtora. Esse processo é chamado de especulação, quando a aquisição ou posse de um terreno, com fins de venda ou aluguel posterior do mesmo no aguardo do aumento de seu valor de mercado nesse meio tempo.

PROPOSTA

O Terreno O local escolhido para implantar os projetos e propostas que trazem possíveis soluções e melhorias às necessidades e precariedades observadas na região se localiza em frente a Praça Marechal Deodoro e ao ponto de ônibus sob o Elevado.

Com o futuro do Elevado indeterminado, porém já direcionado a parque suspenso ou demolição, como informa o Plano Diretor de 2014, a região tende a valorizar até 54%, segundo a EMBRAESP (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), fator que pode gerar gentrificação na região com o aumento dos aluguéis até que os moradores não tenham condições de arcá-los e buscarem bairros com valor de mercado mais baixos. Utilizar esse espaço para um bem de uso público pode evitar a ação do mercado imobiliário, tornando-o uma área de preempção, quando o poder público tem interesse de adquirir o terreno, então, quando estiver a venda, deve ser oferecido primeiramente ao governo, se não houver acordo de valor, pode ser comprado normalmente, caso seu valor seja abaixado, novamente deve ser oferecido ao governo primeiro. Requalificar o estacionamento em área pública não garante apenas sua área para requalificação como também evita a construção de alguma tipologia que possa intensificar a remoção da classe de moradores atual da região. Figura 81: Elevado visto da Área de Intervenção.

O Segundo lote utilizado na implantação do projeto abriga um galpão onde funciona uma academia de bairro, a Club 109 Academia, que ocupa 100% do terreno em 2 pavimentos cobertos. Esse tipo de uso incentiva o convívio e interação social, troca de experiências e rotatividade de público, removê-los do terreno seria contra as ideias de requalificação propostas,

No lote da frente, voltado para o elevado, hoje se encontra um estacionamento aberto com pouca rotatividade. A única construção no terreno é uma guarita de 2 pavimentos centralizada próxima a frente do lote. 61


Esse edifício é composto por um galpão de estrutura metálica e pé direito duplo, ocupando 3/4 do lote, com o cume da cobertura arqueada atingindo aproximadamente 8m de altura. No primeiro 1/4 do terreno, voltado para a Rua Brigadeiro Galvão, a tipologia da construção muda, pilares e vigas de concreto sustentam lajes também de concreto. Nesse trecho há dois pavimentos de 4m de pé direito cada totalizando 8m de altura. Sua fachada ocupa a frente do lote, porém recua a entrada da academia para disponibilizar algumas vagas de garagem. Portanto, não é uma edificação de difícil demolição. Criando, assim, uma passagem linear entre as Praça Marechal Deodoro e a Rua Brigadeiro Galvão auxiliando na diluição do fluxo de pessoas da Rua Doutor Albuquerque Lins e Av. Angélica. Entre as ruas, o terreno possui um desnível total de 0,57cm diluídos em 101,5m, uma inclinação natural do terreno de 0,56%, considerada nula, e o terreno plano para fins de projeto.

portanto sua reimplantação está prevista no programa elaborado para manter seu uso, porém utilizando sua área de forma a beneficiar o espaço como um todo.

Figura 82: Área de Intervenção vista do Elevado.

Figura 84: Área de Intervenção. Academia no lote do fundo.

Figura 83: Área de Intervenção vista do Elevado. 62


o Art. 69 do Plano Diretor Estratégico (LEI Nº 16.402, DE 22 DE MARÇO DE 2016). A Permeabilidade Mínima é de 15%, permitindo até 85% de Taxa de Ocupação do terreno. Não há gabarito máximo, assim o limite de gabarito é definido quando a área edificada alcançar o C.A. de 2,5, ou seja, até 5.627m² de área construída.

Figura 83: Croqui do terreno.

O primeiro lote escolhido para a requalificação tem 1.308,27m², uma grande área para o projeto, porém com 3 fachadas fechadas, a necessidade de ocupar os 942,62m² do segundo lote foi iminente, totalizando 2.250,89m² de área livre. Liberando uma rota para pessoas as poderem usar o espaço como passagem, o que aumenta o fluxo uma vez que não serve apenas como destino ou estar. Fluxos maiores intensificam o uso e atraem o público para espaço. Como já citado, a região está inserida em uma ZM-3b (zona mista de densidades demográfica e construtiva altas), seu Coeficiente de Aproveitamento (C.A.) máximo é de 2,5 vezes a área do térreo distribuída nas áreas edificadas. O recuo mínimo de 05m na frente do lote não é exigido quando “50% (cinquenta por cento) da face de quadra em que se situa o imóvel esteja ocupada por edificações no alinhamento do logradouro”, segundo 63


Memorial Conforme mencionado anteriormente, o objetivo a ser alcançado com o desenvolvimento do projeto arquitetônico é alcançar e propor soluções para as principais necessidades e debilidades encontradas no entorno da Praça Marechal Deodoro, portanto o esclarecimento do projeto é feito com a perspectiva funcional, no entendimento de solucionar os problemas identificados.

O projeto, pensado para complementar o potencial uso da Praça Marechal Deodoro e consumar soluções e melhorias para seu entorno, parte de um espaço público de uso misto com a finalidade de estar, passar e abrigar, de modo a permitir aos usuários usufruir de suas qualidades. O estudo e projeto, aqui elaborados, visam seguir e respeitar as instruções técnicas do Corpo de Bombeiros, bem como a Norma Brasileira 14880 de 2014, referente a saída de emergência em edifícios e a Norma Brasileira 9050 de 2015, relativa a acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Diante disso, o projeto respeita e permite todas as legalidades necessárias, cotas, distâncias e larguras máximas e mínimas, trazendo maior segurança e conforto aos que ali possam frequentar.

Antes mesmo do projeto, a região e o terreno já possuem contra pontos de suas necessidades e precariedades, é rodeado por comércios e serviços variados, inserido numa área de alta densidade demográfica, ou seja alto fluxo e maior demanda por espaços públicos, próximo da estação da linha 3 – Vermelha do metrô, cercado por linhas de ônibus, vias locais e arteriais de fluxo intenso, de frente com a Praça Marechal Deodoro, um ponto de ônibus e a ciclofaixa que acompanha o térreo do Elevado e cercado por instituições sociais e culturais.

De início, partindo da Praça Marechal Deodoro, ao entrar no terreno, um pórtico se projeta, cruzando a fachada de lado a lado, com o propósito de amenizar o impacto gerado pelo frontalidade do Elevado Presidente João Goulart, resguardar o interior do espaço e bloquear parcialmente os ruídos e poluição gerados pelo abuso de veículos que circulam acima e abaixo do elevado. Assim como toda área edificada do térreo, o pórtico tem pé direito livre de 4m e ocupa os primeiros 11m do terreno.

O primeiro ponto negativo, automaticamente resolvido quando requalificado em espaço público, é o terreno de estudo do trabalho. O futuro de Elevado João Goulart causará a valorização da região com sua remoção e uma supervalorização caso convertido em parque ou praça elevada. Essa valorização iniciará o processo de gentrificação da região com o aumento do valor dos imóveis existentes, a população residente será forçada a procurar bairros de menor custo para morar. Isso implica diretamente no uso que tomará o espaço ocioso especulado em que o estacionamento se encontra, com prováveis chances de se tornar um condomínio de alto padrão, assim como já se encontram na própria quadra, aumentando a densidade demográfica sem agregar qualidades ou benefícios a região, podendo, também, alavancar ainda mais a retirada dos vizinhos.

Ao passar o pórtico largos caminhos de piso permeável intertravado se desdobram, cruzando todo o térreo, em seu decorrer canteiros, gramados, decks e espelhos d’água desenham o piso e direcionam o fluxo para cada ambiente, permitindo o cruzamento total do terreno, o que atrai parte do fluxo de pedestres que utiliza a Av. Angélica e a Rua Doutor Albuquerque Lins para chegar a praça ou seguir dela sentido Barra Funda e Campos Elíseos. Os canteiros e gramados abrigam a vegetação e árvores que providenciam sombra e maior controle na qualidade e temperatura do ar. O espelho 64


d’água também possui essas características, uma vez que umidifica o ar com sua evaporação natural, porém no projeto também realiza a função de refletor para a iluminação artificial, ampliando a área de luminosidade. O deck foi utilizado como alternativa ao piso intertravado, uma vez que também possui permeabilidade entre suas ripas e como indicação de cruzamento entre os caminhos principais.

funções de propagar o espelho d’água para a vertical durante o dia e projetar imagens, vídeos, filmes, tornando-se uma tela de pintura ou de cinema, enquanto o pórtico, a praça elevada e o próprio térreo, abrigam os espectadores. As edificações foram implantadas na lateral noroeste do terreno por dois principais motivos: a forma do terreno, apesar não ser um retângulo perfeito, se formato comprido e estreito, com 25m de fachada na Praça Marechal Deodoro, 20m na Rua Brigadeiro Galvão e 101,5m entre elas, torna qualquer implantação de edificação um empecilho na fluidez do caminho quando não encostada nas laterais, portanto grudando-as no muro, livramos o centro e a outra lateral, praticamente 2/3 do terreno, para área e circulação livre; o outro fator de escolha da lateral noroeste foi prevalecer as fachadas e o espaço livre para o sentido nordeste, aproveitando a iluminação natural da manhã, quando o sol é menos intenso e a sensação térmica é mais confortável, o sol da tarde, em uma cidade de clima tropical, como São Paulo, tende a deixar os ambientes mais abafados.

A questão da permeabilidade do térreo foi pensada com ênfase pois o terreno se encontra ao final de uma declividade na topografia “natural” vinda da Av. Angélica até a Praça Marechal Deodoro retornando a elevar-se, dessa vez com menor desnível e mais espaçadamente, sentido Barra Funda, criando retenção de água na área em épocas propensas a longos períodos de chuva. O desenho de piso foi criado pensando nos espaços existentes, criando caminhos com opções de rotas para as áreas do térreo ao mesmo tempo que recobria e dinamizava as áreas de estar, provendo canteiros para a implantação de árvores de modo a gerar áreas sombreadas sob os bancos. Buscando integrar a verticalidade do muro, a escala dando extensão ao seu contorno com auxílio de Jardins Verticais que permitem maior área verde sem ocupar o térreo, auxilia a manter a temperatura, amenizar ruídos, manter a qualidade e a umidade do ar, diminui a necessidade de escoamento de água, pois retém grande parte em seus canteiros, contribui para o aumento da biodiversidade, assim como os canteiros e as árvores, amplia a ligação com a Praça Marechal Deodoro conectando mais áreas verdes, além de possuir pouca necessidade de manutenção anual pois podem contar com irrigação automatizada; Muro para Arte, seja grafite, pintura ou tela livre, esse espaço busca espalhar e incentivar a cultura da arte, possibilitando a divulgação de trabalhos de artistas novos e desconhecidos, além de preencher o espaço com mais curvas, traços e cores; Queda D’água lisa que escorre como uma pano sobre um trecho de pedra do muro com as

Próximo ao acesso da Marechal Deodoro, cobertos pelo pórtico, estão implantados 3 pontos comerciais para usos gastronômicos como bares, restaurantes ou lanchonetes, ampliando a oferta da região. Seguindo a diretriz de mesclar diversos usos no mesmo espaço, esses em particular, atraem uma grande demanda rotativa de público, uma vez no terreno, podem ser atraídos a conhecer e usufruir dos outros espaços, além disso, o mercado gastronômico possui horários de funcionamento além do expediente comercial, prolongando o aumento de frequentadores após o entardecer. Localizados no acesso principal, são mais convidativos aos pedestres de passagem e apesar de dividirem o espaço e o público, cada unidade é livre para reproduzir seu estilo, o que gerará 3 fachadas distintas, com sua própria tipologia de disposição, mobiliário, serviço, comidas e bebidas. Cada ponto comercial possui aproximadamente 30m² com 4m de pé direito. 65


A Club 109 Academia ocupa a menor metade do terreno, aproximadamente 950m², sem recuos em nenhum dos lados, frente ou fundo, sem taxa de permeabilidade sua implantação possui 100% do lote (o recuo mencionado anteriormente para vagas é interno a área edificada), qualquer nova construção, no zoneamento da região, precisa respeitar, pelo menos a taxa de permeabilidade de 0,15, reduzindo sua taxa de ocupação para 0,85, portanto 807,5m². Ainda assim, essa área elevada em relação a área total do terreno de 2.250m². Para sua reimplantação foram dispostos 550m² em 3 pavimentos, seu acesso é pelo térreo, a circulação vertical particular de escadas e elevador são os únicos elementos fixos e seguem pelo primeiro pavimento e mezanino. A estrutura de concreto armado é independente, possibilitando remanejar o layout de ambientes internos da melhor forma possível. Apenas a facha voltada para o centro do terreno possui janelas, porém, sem a necessidade de alvenaria estrutural, as esquadrias podem ocupar todo o pé direito de cada pavimento.

foi projetado para a realização de eventos, reuniões, manifestações culturais, artísticas, palestras, etc., um espaço de uso livre, literalmente. Assim como o pátio coberto do térreo livre da Praça das Artes. Junto desse espaço de convivência e interação social, no trecho livre abaixo do pórtico, há arquibancadas voltadas para o centro do projeto e para o elevado. Essa área de estar possui tanto luz natural quanto sombreada, foi pensada para a contemplação do espaço, um momento de parar e observar os acontecimentos ao redor. Enquanto um lado aprecia a parte interna do terreno, seus fluxos, áreas verdes e espelhos d’água o outro terá sua vista alterada em alguns anos, porém não perderá sua importância. Hoje há conversa com o elevado, os carros, o trânsito e a poluição que ali ocorre, ao mesmo tempo, durante a noite, aos sábados à tarde e domingos à noite, a troca de relações, vistas e conversas acontecem com o “Parque Minhocão” – como é chamo nos períodos fechados aos veículos -, como as pessoas que ali praticam exercícios, passeiam com cachorros, apreciam a arquitetura dos edifícios das avenidas encobertas, tiram fotos, fazem protestos, etc. Futuramente, esse cenário se transformará em parque elevado permanente, criando sempre um diálogo com o terreno projetado e seu pórtico e com a praça ou será transformado em uma ampla vista para Av. São João, Praça Marechal Deodoro, a estação de Metrô, a Av. Angélica, etc. Qualquer das duas opções (três, caso algum motivo de força maior revogue o artigo do Plano Diretor que determina o fim do Elevado como sistema viário), a vista não perde sua qualidade e ainda haverá relações de gabarito, usos, vistas e conversas a serem trocadas. Complementando o pórtico, uma área de estar funciona como elevação da praça comunicando-se à lanchonete da academia, aberta, também, ao público não matriculado. O acesso a esse espaço é feito por uma escada linear vinda do térreo, com 2 patamares vencendo 3,5m, ela parte de um patamar a 0,5m do piso do térreo com acesso por degraus e por rampa, desse patamar também é possível acessar o nível do

Seguindo o terreno, o próximo ambiente do térreo são os sanitários públicos, pensando que sua utilização não se dará apenas pelos visitantes do espaço, mas também pelos ambulantes, que terão um espaço destinado próprio, foram projetadas 4 cabines para o banheiro feminino, junto de 4 lavatórios e um espelho único continuo, para o masculino, 2 cabines e 4 mictórios, também com 4 lavatórios e um espelho único contínuo. No mesmo hall de acesso dos banheiros, há 3 bebedouros e também o acesso a 2 cabines individuais acessíveis para cadeirantes, uma feminina e outra masculina, cada uma conta com vaso sanitário, lavatório, espelho, barras de apoio e porta ventilada, respeitando todas as normas de acessibilidade da NBR 9050 de 2015. Esse ambiente, possui um total de 59m² e pé direito de 4m. Acima do pórtico, especificamente acima dos restaurantes, um espaço aberto, coberto, porém sem fechamentos laterais, 66


superior por elevador. Como toda essa área é aberta, sem fechamentos laterais, apenas encostadas em alguns muros, todo seu contorno que possibilita queda é contornado com corrimão e guarda corpo adequados as normas de acessibilidade e segurança do código do corpo de bombeiros. Os dois ambientes do pórtico mencionados estão à 4,8m de altura, sendo o acesso ao pórtico a 4m e 2 lances de arquibancada de 40cm cada, esses vencidos por uma escada e uma rampa. A cobertura da área livre e de contemplação alcança o pé direito do último pavimento da academia, ou seja, pé direito duplo de 7,2m. A área para eventos possui 160m², a de contemplação 220m² e a praça elevada também 220m².

próprio facilita aos consumidores procurar o que desejam e circular por suas mesas, livra o passeio público, ciclovia e sistema viário de ocupações irregulares que podem provocar acidentes e intercepção nos fluxos. Essa área está dividida pelo acesso e circulação vertical do edifício, possui 4m de pé direito e área de 260m². Um edifício residencial foi pensado nesse espaço público de uso misto pois a região tende a sofrer drásticas mudanças na próxima década, o que pode acarretar em uma nova transformação do bairro, trazendo a população de renda elevada de volta a região ao mesmo tempo em que obriga a população que reside atualmente a procurar bairros de menor custo para morar, esse processo é chamado de gentrificação ou expulsão branca. Pensando nisso, com o intuito complementar à renda gerada com os aluguéis dos pontos comercias gastronômicos, esse edifício será de propriedade do espaço, assim, os aluguéis das unidades habitacionais, serão convertidos para a manutenção do espaço público, além da própria manutenção do edifício, ou seja, o custo de seu aluguel tem um destino fixo, não visa lucro e não acompanha o valor de mercado, uma vez que o imóvel nunca estará à venda. Para não haver desigualdade entre as unidades, uma planta tipo foi desenvolvida e espelhada para criar os pavimentos; são 18 unidades habitacionais dividas em 3 pavimentos iguais, cada um com 3m de pé direito, sendo 2,8m livres, e 60m²; os ambientes de cada unidade são divididos em 1 quarto normal, 1 quarto com sacada, 1 banheiro, 1 sala de estar e 1 cozinha integrada com sala de jantar e área de serviço. Todos os ambientes possuem ventilação natural com janelas próprias, dividindo-as no caso de ambientes integrados, criando uma ventilação cruzada no interior do apartamento. Os quartos e o banheiro possuem iluminação natural da manhã enquanto as salas, cozinha e área de serviço possuem iluminação indireta predominante à tarde. Todas a unidades dividem o hall social com outra unidade. A circulação vertical se encontra no centro do edifício, acompanha o patamar dos apartamentos, é aberta, sem

Na segunda metade do terreno, antes ocupada pela academia, o térreo livre do edifício residencial foi destinado a reunir os ambulantes, os abrigando da chuva, afastando dos riscos de dividir espaço com veículos e ciclistas, sem bloquear trechos do passeio público conflitando a circulação. Como o número de ambulantes não foi regular durante as contagens das visitas, pois cada dia chegou a valores diferentes - provavelmente pois devem possuir outros pontos de interesse para suas vendas e não se fixar sempre no entorno da estação, caracterizando-os ainda mais como ambulantes – seu espaço foi pensado para o número máximo observado, 23 pontos de venda com 10% de sobra, totalizando em 26, cada um com seu próprio balcão executado em concreto armado, ou seja, fixo no chão, responsabilizando o vendedor apenas por trazer suas mercadorias, sem se preocupar com montagem de barracas e mesas. As vantagens para esses comerciantes é a segurança que possuem nesse espaço; a possibilidade de regularização, estando a um meio de comércio em grupo, como feira livre; proteção do sol e chuva, estando abrigados no térreo livre do edifício residencial; criar um centro de comércio atrativo, possibilitando uma maior procura, uma vez que o público que passar por lá está realmente atrás de comprar, comparar ou conhecer os produtos. Estar centralizados em um espaço fixo 67


fechamentos laterais assim como a circulação comum e conta com um elevador e um bloco de escada em “U”, também aberta com fechamento de brises de vidro fixos. Para acessar os apartamentos das extremidades, é necessário passar por uma circulação 0,5m rebaixada, de modo reduzir a visibilidade interna dos ambientes voltados para o fundo e prevalecer a privacidade das unidades, essa circulação é destacada do edifício criando vazios que possibilitam maior luminosidade e chegada de água, para os canteiros do térreo. A Portaria do edifício acontece na área do hall do elevador, no pavimento térreo, realizando um fechamento completo de alvenaria com janelas e uma parede de vidro nas escadas. A portaria conta com o início da circulação de escadas e elevador, depósito, guarita com banheiro e copa, bicicletário, quadros de medição de água e energia e acesso ao edifício por portão de 2 fases. O edifício está mais próxima à Rua Brigadeiro Galvão, portanto, mais recluso do elevado e dos problemas que propaga. Sua fachada principal, dos quartos, é voltada para o centro do terreno, com vista para o térreo, jardim vertical e muro de arte, as sacadas dos quartos possuem venezianas de cores distintas, criando um jogo de fachada modular junto dos desníveis de profundidade gerados pelos ambientes. Além do térreo livre e os 3 pavimentos de apartamento tipo, o edifício conta com terraço jardim, uma área comum para os condôminos com churrasqueira, áreas de estar, vista para todo o terreno, área de piquenique e jogos com mesas e guarda sol, deck e gramado para tomar sol, ducha, canteiros, banheiros, inclusive acessível a cadeirantes, pergolado e diversos bancos. Toda a área de piso não coberta – com exceção do espaço destinado às caixas d’água com piso de concreto – é composta por piso intertravado permeável, cascalho, gramado e deck de madeira, ou seja, toda permeável. O pavimento todo possui laje hidráulica para comportar os jardins, canteiros e canalizar os drenos e ralos. Subindo mais um lance de escada, se acessa a casa de máquinas do elevador. Sua estrutura é separada do edifício da academia, semelhante a estrutura do

Museu de Arte de São Paulo, projeto de Lina Bo Bardi, traves constituídas de pilares de concreto armado e vigas de concreto protendido que se projetam acima do edifício e mergulham em seu interior, com auxílio de pilares atirantados partindo da viga superior, atravessam as lajes de concreto armado sem tocar o térreo, ou seja, apenas 2 colunas de pilares o tocam, liberando maior área livre para a feira dos ambulantes. Desse modo, toda a estrutura se encontra nas extremidades do edifício, não sendo necessário utilização de alvenaria estrutural, possibilitando a alteração de layout interno.

ÁREAS CONSIDERADAS

\

LOTE/ ZONEAMENTO

PROJETO

ÁREA C.A T.O.

2250,00 2,50 0,85

4914,00 2,18 0,56

PERMEABILIDADE

0,15

0,43

Tabela 1: Áreas Consideradas.

68


Projeto Tabela 2: Quadro de Áreas.

QUADRO DE ÁREAS PAVIMENTO

TÉRREO

1º PAVIMENTO

AMBIENTE COMÉRCIO DE CAMELÔS PORTARIA E HALL ED. RESIDÊNCIAL SANITÁRIOS PÚBLICOS ACADEMIA PONTO COMERCIAL 1 PONTO COMERCIAL 2 PONTO COMERCIAL 3 ÁREA VERDE CIRCULAÇÃO VERTICAL ESPELHO D'ÁGUA CIRCULAÇÃO CIRCULAÇÃO VERTICAL RESIDENCIAL CIRCULAÇÃO E HALLS RESIDENCIAL 06 U.H. TIPO ACADEMIA CIRCULAÇÃO VERTICAL PRAÇA ELEVADA ÁREA DE CONTEMPLAÇÃO ÁREA PARA EVENTOS ÁREA VERDE

PÉ DIREITO PISO A PISO (m) 4,00

69

ÁREA (m²)

TOTAL (m²)

260,00

4,00

54,00

4,00 4,00 4,00 4,00 4,00 -

59,00 155,00 36,00 31,00 34,00 803,00 66,00 68,00 684,00

3,00

28,00

3,00

86,00

3,00 4,00 8,00 8,00 -

300,00 210,00 13,00 160,00 220,00 100,00 100,00

2.250,00

1.217,00


QUADRO DE ÁREAS PAVIMENTO

2º PAVIMENTO

3º PAVIMENTO

4º PAVIMENTO

AMBIENTE

PÉ DIREITO PISO A PISO (m)

ÁREA (m²)

CIRCULAÇÃO VERTICAL RESIDENCIAL

3,00

28,00

CIRCULAÇÃO E HALLS RESIDENCIAL

3,00

86,00

06 U.H. TIPO

3,00

300,00

ACADEMIA

4,00

210,00

CIRCULAÇÃO VERTICAL RESIDENCIAL

3,00

28,00

CIRCULAÇÃO E HALLS RESIDENCIAL

3,00

86,00

06 U.H. TIPO

3,00

300,00

CIRCULAÇÃO VERTICAL RESIDENCIAL

3,00

23,00

SANITÁRIOS

3,00

16,00

CHURRASQUEIRA

3,00

40,00

ÁREA DE PIQUENIC

-

15,00

DECK E GRAMADO

-

44,00

ÁREA VERDE

-

38,00

RESERVATÓRIO CAIXAS D'ÁGUA

-

27,00

CIRCULAÇÃO E ESTAR

-

206,00

TOTAL GERAL

TOTAL (m²)

624,00

414,00

409,00

4.914,00

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LISTA DE IMAGENS Figura 01 - Chegada dos portugueses ao Brasil. P. 11 Figura 02 - Fundação de São Vicente, tela de Benedito Calixto. P.11 Figura 03 - Porto de Santos, em 1826 (ilustração de W. J. Burchell). P 13 Figura 04 - Rota da linha Férrea São Paulo Railway. P. 13 Figura 05 - Casarões dos ricos exportadores de café - Início do século XX. P. 14 Figura 06 - Casarões dos ricos exportadores de café - Início do século XX. P. 14 Figura 07 - Mapa do Centro-Oeste de São Paulo. P. 15 Figura 08 - Mapa de Santa Cecília, final do século XIX. P. 15 Figura 09 - Baronesas do Café, final do século XIX. P. 15 Figura 10 - Av. São João vista do Ed. Martineli, 1930. P. 16 Figura 11 - Paróqioa de Santan Cecília. P. 17 Figura 12 - Primeiro edifício modernista de São Paulo, 2017. P. 17 Fonte: do autor Figura 13 - Casa Cliper. P. 18 Fonte: Ralph M. Giesbrecht Figura 14 - Mapa da Cidade de São Paulo, 1924. P. 19 Figura 15 - Vista panorâmica de Santa Cecília. 1964. P. 20 e 21 Autor: Guilerme Gaensly Disponível em: br.pinterest.com/pin/113856696806146327/ Figura 16 - Década de 30, obras de alargamento Av. São João. P. 22 Figura 17 - Década de 30, obras de alargamento Av. São João. P. 22 Figura 18 - Década de 30, obras de alargamento Av. São João. P. 22 Figura 19 - Década de 30, obras de alargamento Av. São João. P. 23 Figura 20 - Construção do Elevado Pres. Arthur da Costa e Silva, 1970. P. 23 Figura 21 - Construção do Elevado Pres. Arthur da Costa e Silva, 1970. P. 24 Figura 22 - Convite para a inauguração do Minhocão no dia 24 de janeiro de 1971. P. 24 Figura 23 - Panorâmica Elevado João Goulart. P. 25 Autor: Base do Google Earth com intervenção do autor. Figura 24 - Congestionamento na Inauguração do Elevado. P. 26 Fonte: Acervo Estadão, Antes e Depois, 1971. Figura 25 - Obras Linha 6-Vermelha do Metrô de São Paulo. P. 26 Disponível em: promonengenharia.com.br/Util/linha-do-tempo/index.aspx 95


Figura 26 – Manchete do Jornal Estadão, 22/01/1971. P. 27 Disponível em acervo.estadao.com.br Figura 27 - Manchete do Jornal Estadão, 01/12/1971. P. 27 Disponível em acervo.estadao.com.br Figura 28: Minhocão interditado aos carros. 2015. P. 28 Fonte: Estadão Disponível em: infograficos.estadao.com.br/cidades/para-onde-vai-sao-paulo/capitulo-4.php Figura 29: Minhocão no início dos anos 70. P. 28 Disponível em: saopauloantiga.com.br/propagandas-do-minhocao Figura 30: Elevado fechado em dia de teste. 20 de Julho de 2015. P. 29 Fonte: CET Disponível em: drive.google.com/file/d/0B3AcO6Nii5mdRUs2VUYwOFVGWkE/view Figura 31: Estudo de Impacto de Remoção do Elevado. CET 2015. P. 30 Fonte: CET Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/cidades/para-onde-vai-sao-paulo/capitulo-4.php Figura 32: Estudo de Impacto de Remoção do Elevado. CET 2015. P. 30 Fonte: CET Disponível em: http://infograficos.estadao.com.br/cidades/para-onde-vai-sao-paulo/capitulo-4.php Figura 33: Entorno High Line, Nova Yorque. P. 32 Fonte: Desconhcecida Figura 34: Entorno High Line, Nova Yorque. P. 32 Fonte: Desconhcecida Figura 35: Entorno High Line, Nova Yorque. P. 32 Fonte: Desconhcecida Figura 36: Escala Geográfica. P. 33 Fonte: Do Autor Figura 37: Distribuição de Favelas. 2016. P. 34 Fonte: SEHAB, Secretaria Municipal de Habitação. editada pelo autor. Figura 38: Zoneamento de São Paulo. P. 35 Fonte: Plano regional, Subprefeitura da Sé. Editado pelo Autor. Figura 39: Mapa de Rede Estrutural de Transporte Público. P. 36 Fonte: Plano regional, Subprefeitura da Sé. Editado pelo Autor. Figura 40: Legenda Mapa de Rede Estrutural de Transporte Público. P. 36 Fonte: Plano regional, Subprefeitura da Sé. Editado pelo Autor. 96


Figura 41: Estudo de Cheios e Vazios. P. 37 Fonte: Do Autor Figura 42: Estudo de Gabaritos. P. 37 Fonte: Do Autor Figura 43: Estudo de Usos. P. 38 Fonte: Do Autor Figura 44: Vista Rua Brigadeiro Galvão. P. 39 Fonte: Do Autor Figura 45: Vista Avenida Angélica. P. 40 Fonte: Do Autor Figura 46: Vista Rua Doutor Albuquerque Lins. P. 41 Fonte: Do Autor Figura 47: Vista Marechal Deodoro. P. 42 Fonte: Do Autor Figura 48: Vista Marechal Deodoro com Elevado. P. 43 Fonte: Do Autor Figura 49: Estudo Iconográfico de Fachada. Vista Marechal Deodoro. P. 44 Fonte: Do Autor Figura 50: Ambulantes da Região. P. 46 Fonte: Do Autor. Figura 51: Ambulantes da Região. P. 46 Fonte: Do Autor. Figura 52: Área de estudo. Fonte: Do Autor. Figura 53: Praça Marechal Deodoro. Fonte: Do Autor. Figura 54: Praça Marechal Deodoro. Fonte: Do Autor. Figura 55: Praça Marechal Deodoro. Fonte: Do Autor. Figura 56: Praça Marechal Deodoro. Fonte: Do Autor. Figura 57: Praça Marechal Deodoro. Fonte: Do Autor. 97


Figura 58: Áreas Verdes da Região. P. 49 Fonte: Do Autor. Base: Google Earth. 2017 Figura 59: Vista Áerea, trecho do Largo do Arouche. P. 50 Fonte: Ideias francesas para o Largo do Arouche. Estadão. 2017. Autor: Sergio Castro Figura 60: Projeto de Implantação, reforma da Praça Princesa Isabel. P. 50 Fonte: Divulgação Prefeitura de São Paulo 2016 Figura 61: Playground e Biblioteca Monteiro Lobato, Praça Rotary. P. 51 Fonte: Avaliação Google Maps. 2017. Autor: Raphael Hoffman Figura 62: Vista aérea do Parque Buenos Aires. P. 51 Fonte: Secretaria do Meio Ambiente, Prefeitura de São Paulo. Figura 63: Implantação Praça da República. P. 52 Fonte: Recorte do Livro Praças Brasileiras. Autor: Fabio Robba, Silvio Soares Macedo. Figura 64: Vista aérea do Parque da Água Branca. P. 53 Fonte: Não identificada. Figura 65: Vista aérea do Parque Jardim da Luz. P. 53 Fonte: Portal São Paulo, Cooler Conteúdo. Figura 66: Playground da Praça Marechal Deodoro. P. 54 Fonte: Do Autor. Figura 67: Braço de acesso do Elevado sob a Praça Marechal Deodoro. P. 54 Fonte: Do Autor. Figura 68: Croqui Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores. P. 55 Fonte: Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores Figura 69: Praça Matheus Grou. P. 56 Fonte: Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores Figura 70: Croqui Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores. P. 56 Fonte: Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores Figura 71: Projeto arquitetônico. Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores. P. 56 Fonte: Eduardo Cabral Arquitetura e Interiores Figura 72: Voluntários trabalhando na revitalização da praça. P. 57 Fonte: Bruna Medeiros, ICom Figura 73: Voluntárias da Requalificação. P. 58 Fonte: Bruna Medeiros, ICom Figura 74: Seu Chico acompanhando a revitalização. P. 58 Fonte: Marco Santiago, Notícias do dia. 98


Figura 75: Muro pintado por Bagre Hommies e Gabriel Young. P. 58 Fonte: Bruna Medeiros, ICom Figura 76: Terreno antes da requalificação. P. 58 Fonte: Google Streetview. 2013. Figura 77: Voluntários trabalhando na revitalização da praça. P. 59 Fonte: Danilo Herek. Vá de Bike. Figura 78: Implantação do projeto da Praça de Bolso do Ciclista. P. 60 Fonte: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Figura 79: Voluntários trabalhando na execução da praça. P. 60 Fonte: Praça de Bolso do Ciclista. Página do Facebook. Figura 80: Praça ocupada por Feira de Orgânicos. P. 60 Fonte: Praça de Bolso do Ciclista. Página do Facebook. Figura 81: Elevado Visto da Área de Intervenção. P. 61 Fonte: Do Autor. Figura 82: Área de Intervenção vista do Elevado. P. 62 Fonte: Do Autor. Figura 83: Área de Intervenção vista do Elevado. P. 62 Fonte: Do Autor. Figura 84: Área de Intervenção. Academia no lote do fundo. P. 62 Fonte: Do Autor. Figura 85: Croqui do Terreno. P. 61 Fonte: Do Autor. Tabela 1: Áreas Consideradas. P. 69 Tabela 2: Quadro de Áreas. P. 70

99


REFERÊNCIAS ABREU, Maurício de Almeida. Sobre a memória das cidades. Revista da Faculdade de Letras – Geografia I. Vol. XIV. Rio de Janeiro, 1998 AGENCIA Estado. Terreno abandonado é transformado em praça em SP. Disponível em <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,terreno-abandonado-e-transformado-em-praca-em-sp,20030329p6295>. Acesso em 27 mai. 2017

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