POSHTEL
UM NOVO CONCEITO DE HOSPEDAGEM
CAMILA MELO MARTIN
CAMILA MELO MARTIN
POSHTEL: UM NOVO CONCEITO DE HOSPEDAGEM
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
(TCC)
apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Ricardo Wagner Alves Martins.
SÃO PAULO 2017
Elaborada pelo sistema de geração automática de ficha catalográfica do Centro Universitário Senac São Paulo com dados fornecidos pelo autor(a). MARTIN, CAMILA POSHTEL: um novo conceito de hospedagem / CAMILA MARTIN São Paulo (SP), 2017. 123 f.: il. color. Orientador(a): RICARDO MARTINS Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro Universitário Senac, São Paulo, 2017. hospedagem, hostel, arquitetura, poshtel, hotelaria I. MARTINS, RICARDO (Orient.) II. Título
CAMILA MELO MARTIN
POSHTEL UM NOVO CONCEITO DE HOSPEDAGEM
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
(TCC)
apresentado ao Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro, como exigência para obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Ricardo Wagner Alves Martins. São Paulo, _____ de ________________ de _______.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________ Prof. Ricardo Wagner Alves Martins Orientador
______________________________________ Avaliador 1
______________________________________ Avaliador 2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente aos meus pais Elio Alberto e Marta Rocha, e a minha família que sempre me
apoiaram e sendo eles o fator para que esse ciclo fosse concluído.
Agradeço ao Centro Universitário Senac - Campus Santo Amaro pela ótima infraestrutura
oferecida, sabendo que o ambiente de ensino influenciou positivamente nesta jornada de 5 anos.
Ao meu orientador Ricardo Wagner Martins, que colaborou nesta monografia de modo que
ela percorresse o caminho certo.
À todos os meus professores que ao longo desses anos compartilharam seus conhecimentos
e experiências fazendo com que eu me tornasse uma Arquiteta e Urbanista.
Agradeço ao meu namorado Fernando Paulossi pela paciência e apoio para eu conseguisse
finalizar com sucesso esse ano. Aos meus sogros também por incentivarem nessa fase de transição.
E por fim, a meus amigos que tanto me apoiaram nesta jornada, com um compartilhamento
de experiências e ideias que levarei por toda minha vida.
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como finalidade propor um novo perfil
de hospedagem similar ao hostel com característica de quartos compartilhados, que é nomeado “Poshtel” (do português, hostel elegante) pelo fato de trabalhar com a arquitetura, a arte, o conforto e o design, onde na maioria dos hostels brasileiros não são trabalhados, por se tratarem de edificações antigas não projetadas para esse fim e por ser uma abordagem nova no mercado.
Buscamos como se deu o início da hospedagem no mundo e no Brasil, como surgiram
os hostels, o cenário atual do turismo brasileiro, o novo conceito de poshtel, as sensações que a arquitetura e os elementos da natureza proporcionam no indivíduo, estudos e caso e depoimentos de pessoas que já se hospedaram em hostels pelo mundo.
Palavras-chave: hostel, hospedagem, poshtel, design hostel, hotelaria, albergue da juventude, arquitetura e urbanismo.
ABSTRACT
The purpose of this Course Conclusion Work is to propose a new accommodation profile
similar to the hostel with shared rooms, which is named “Poshtel” (from the Portuguese, elegant hostel) because it works with architecture, art, comfort and design, where in most Brazilian hostels are not worked, because they are old buildings not designed for this purpose and for being a new approach in the market.
We looked for the beginning of hosting in the world and in Brazil, how hostels emerged, the
current scenario of Brazilian tourism, the new concept of poshtel, the sensations that architecture and the elements of nature provide in the individual, studies and case and testimonials from people who have stayed in hostels around the world.
Keywords: hostel, lodging, poshtel, hostel design, hostelry, youth hostel, architecture and urbanism.
LISTA DE FIGURAS
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source=seogooglelocal;utm_medium=photomain;utm_term=hotel-440968;utm_campaign=es>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 16:48. Figura 119 – Google Maps.. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/place/ Hostel+Boudnik/@50.0860799,14.4490757,3a,75y,179.48h,96.61t/data=!3m8!1e1!3m6 !1s-s_Katr83Ne0%2FWMnRy4YFt_I%2FAAAAAAACZp8%2FVJm8vgixtCw5m2MnfvkbAUqgi74 8ZALygCLIB!2e4!3e11!6s%2F%2Flh4.googleusercontent.com%2F-s_Katr83Ne0%2FWMnRy4YFt_I%2FAAAAAAAC Zp8%2FVJm8vgixtCw5m2MnfvkbAUqgi748ZALygCLIB%2Fw203-h100-k-no-pi-0-ya28.577143-ro-0-fo100%2F!7i87 04!8i4352!4m5!3m4!1s0x470b9498ef9f5407:0x142bb5ddbb60d44c!8m2!3d50.0860043!4d14.4490548>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 16:56. Figura 120 – Hostelling International. Disponível em: <https://www.hihostels.com/pt/hostels/brugge-europa>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 17:00. Figura 121 – Google Maps.. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@40.4249703,-3.7007616,3a, 75y,113.27h,109.69t/data=!3m6!1e1!3m4!1smBHkCj-IS551ZLAXHiP5pQ!2e0!7i13312!8i6656!6m1!1e1>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 17:07. Figura 122 – Google Maps.. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/ place/Alma+Porto+Hostel/@41.1503632,-8.5950309,3a,90y,311.55h,105.77t/ data=!3m7!1e1!3m5!1sK1r18eEwL8hY8zByW33Ktw!2e0!6s%2F%2Fgeo1.ggpht. com%2Fcbk%3Fpanoid%3DK1r18eEwL8hY8zByW33Ktw%26output%3Dthumbnail%26cb_client%3Dsearch. TACTILE.gps%26thumb%3D2%26w%3D234%26h%3D106%26yaw%3D326.33438%26pitch%3D0% 26thumbfov%3D100!7i13312!8i6656!4m5!3m4!1s0xd2464f2a79f500b:0xfb8eddf0e38a16cc!8m2!3d41.1504307! 4d-8.5950706!6m1!1e1>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 17:11. Figura 123 – Google Maps.. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/place/ Le+Montclair+Montmartre/@48.8915315,2.3448525,3a,82.3y,28.68h,108.5t/data=!3m6!1e1!3m4!1s1kMSIH-QLd RvN6bnKKhplw!2e0!7i13312!8i6656!4m5!3m4!1s0x47e66e5e79341609:0xe3d9ea7a2b6dbda3!8m2!3d48.89167 1!4d2.3448729!6m1!1e1>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 17:14. Figura 124 – Google Maps. Disponível em: <https://www.google.com.br/maps/@-22.9492186,-43.1834487,3a, 75y,205.41h,91.95t/data=!3m6!1e1!3m4!1sRAwchYFwRRB_RGv58XGRZw!2e0!7i13312!8i6656!5m1!1e2>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 11:15. Figura 125 – Ostrovok. Disponível em: <https://cdn.ostrovok.ru/t/1024x768/second/35/ bd/35bd2378efb5fa716deca4676ad4c8f421b4ea82.jpeg>. Acesso em 24 de abril de 2017 às 17:22. Figura 126 - Trivago com edição própria. Disponível em: <https://www.trivago.com.br/?iPathId=79447&bDis pMoreFilter=false&aDateRange%5Barr%5D=2017-04-15&aDateRange%5Bdep%5D=2017-04-16&aCateg oryRange=0%2C1%2C2%2C3%2C4%2C5&iRoomType=7&sOrderBy=relevance%20 desc&aPartner=&aOverallLiking=5%2C4%2C3%2C2%2C1&Ioffset=0&iLimit=25&iIncludeAll=0&bTopDealsOn ly=false&iViewType=1&aPriceRange%5Bto%5D=0&aPriceRange%5Bfrom%5D=0&aGeoCode%5Blng%5D=46.657169&aGeoCode%5Blat%5D=-23.560844&bIsSeoPage=false&aHotelTestClassifier=&bSharedRooms=fals e&bIsSitemap=false&aMapViewport%5Bbottom%5D%5Blat%5D=-23.583357135213586&aMapViewport%5Bbo ttom%5D%5Blon%5D=-46.705933862884535&aMapViewport%5Btop%5D%5Blat%5D=-23.547561037022657&aM apViewport%5Btop%5D%5Blon%5D=-46.634265238006606&rp=&cpt=7944703&iFilterTab=0&>. Acesso em 09 de março de 2017 às 16:20. Figura 127 - Hostel World com edição própria. Disponível em: <http://www.brazilian.hostelworld.com/ Hostels/Sao-Paulo/Brasil/Mapa>. Acesso em 13 de março de 2017 às 09:54. Figura 128 – Wikipédia com edição própria. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_ (distrito_de_S%C3%A3o_Paulo)>. Acesso em 18 de maio de 2017 às 15:37. Figura 129 – GeoPortal. Disponível em: <http://www.geoportal.com.br/memoriapaulista/>. Acesso em 22 de maio de 2017 às 15:25. Figura 130 - Google Maps (imagens de 2017) com edição própria. Disponível em: <https://www.google.c om.br/maps/place/R.+Henrique+Monteiro,+174+-+Pinheiros,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+05423-020/@-
23.5695427,-46.6914794,429m/data=!3m2!1e3!4b1!4m5!3m4!1s0x94ce570ad12e568d:0xc5848a41666146b!8m 2!3d-23.5695427!4d-46.6902755>. Acesso em 13 de março de 2017 às 09:30. Figura 131 - Google Maps (imagens de 2017) com edição própria. Disponível em: <https://www.google. com.br/maps/place/R.+Henrique+Monteiro,+174+-+Pinheiros,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+05423-020/@23.5695427,-46.6914794,429m/data=!3m2!1e3!4b1!4m5!3m4!1s0x94ce570ad12e568d:0xc5848a41666146b!8m 2!3d-23.5695427!4d-46.6902755>. Acesso em 13 de março de 2017 às 09:30. Figura 132 - Google Maps (imagens de 2017) com edição própria. Disponível em: <https://www.google. com.br/maps/place/R.+Henrique+Monteiro,+174+-+Pinheiros,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+05423-020/@23.5695427,-46.6914794,429m/data=!3m2!1e3!4b1!4m5!3m4!1s0x94ce570ad12e568d:0xc5848a41666146b!8m 2!3d-23.5695427!4d-46.6902755>. Acesso em 13 de março de 2017 às 09:32. Figura 133 – Google Maps (imagens de 2017) com edição própria. Disponível em: <https://www.google. com.br/maps/place/R.+Henrique+Monteiro,+174+-+Pinheiros,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP,+05423-020/@23.5695427,-46.6914794,429m/data=!3m2!1e3!4b1!4m5!3m4!1s0x94ce570ad12e568d:0xc5848a41666146b!8m 2!3d-23.5695427!4d-46.6902755>. Acesso em 13 de março de 2017 às 09:35. Figura 134 - Autoria própria. Figura 135 - Autoria própria. Figura 136 - Autoria própria. Figura 137 - Autoria própria. Figura 138 - Autoria própria. Figura 139 - Autoria própria. Figura 140 – Associação Comercial. Disponível em <http://www.acsp.org.br/quem-somos/entenda-a-novalei-de-zoneamento-faca-download-da-cartilha-preparada-pelo-conselho-de-politica-urbana-da-acsp>. Acesso em 14 de março de 2017 às 10:50. Figura 141 - Autoria própria. Figura 142 - Autoria própria. Figura 143 - Autoria própria. Figura 144 - Autoria própria. Figura 145 - Autoria própria. Figura 146 - Autoria própria. Figura 147 - Autoria própria. Figura 148 - Autoria própria. Figura 149 - Autoria própria. Figura 150 - Autoria própria. Figura 151 - Autoria própria. Figura 152 - Autoria própria. Figura 153 - Autoria própria. Figura 154 - Autoria própria. Figura 155 - Autoria própria. Figura 156 - Autoria própria. Figura 157 - Autoria própria. Figura 158 - Autoria própria. Figura 159 - Autoria própria. Figura 160 - Autoria própria. Figura 161 - Autoria própria. Figura 162 - Autoria própria. Figura 163 - Autoria própria. Figura 164 - Autoria própria. Figura 165 - Autoria própria.
Figura 166 - Autoria própria. Figura 167 - Autoria própria. Figura 168 - Autoria própria. Figura 169 - Autoria própria. Figura 170 - Autoria própria. Figura 171 - Autoria própria. Figura 172 - Autoria própria. Figura 173 - Autoria própria. Figura 174 - Autoria própria. Figura 175 - Autoria própria. Figura 176 - Autoria própria. Figura 177 - Autoria própria. Figura 178 - Autoria própria. Figura 179 - Imagens retiradas do Sketchup Texture Club.
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LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1 - Tipo de Hospedagem Utilizado Ministério do Turismo. Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/ demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html>. Acesso em 15 de março de 2017 às 22:43. Tabela 2 – Composição do Grupo Turístico Ministério do Turismo. Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/ demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html>. Acesso em 15 de março de 2017 às 22:44. Tabela 3 - Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem. Elaboração própria com dados do Ministério do Turismo. Disponível em <http://www.classificacao.turismo. gov.br/MTUR-classificacao/mtur-site/downloadCartilha.action?tipo=1>. Acesso em 14 de março de 2017 às 17:45. Tabela 4 – Classificação dos Hostels, de Acordo com o Tamanho. GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – Hi Hostels. “In”: Luiz Gonzaga Godoi Trigo, editor. Alexandre Panosso Netto, Mariana Aldrigui Carvalho, Paulo dos Santos Pires, co-editores. Análises Regionais e Globais do turismo brasileiro. São Paulo: Roca, 2004. p. 434. Tabela 5 – Porcentagem dos Custos Totais da Obra. WISSENBACH, Vicente; TSUKUMO, Vivaldo. Hotéis. Cadernos Brasileiros de Arquitetura, São Paulo, Photochrom Fotolito, vol. 19, 1987. p. 40. Tabela 6 – Pontos positivos e negativos do We Hostel. Autoria própria. Tabela 7 – Pontos positivos e negativos do Bee.W Hostel. Fonte: Autoria própria. Tabela 8 – Pontos positivos e negativos do Hostel Califórnia. Fonte: Autoria própria. Tabela 9 – Parâmetros de ocupação dos lotes. Elaboração própria com dados da Gestão Urbana – Prefeitura de São Paulo. Disponível em: <http:// gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos-zoneamento/>. Acesso em 04 de abril de 2017 às 15:42. Tabela 10 – Número de leitos atingido. Elaboração própria.
Gráfico 1 – Distribuição mensal de chegadas de turistas internacionais ao Brasil. Ministério do Turismo. Disponível em: <http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/2016-02-04-11-54-03/ demanda-tur%C3%ADstica-internacional.html>. Acesso em 15 de março de 2017 às 22:24. Gráfico 2 – Opções de Hospedagem – frequência em albergues paulistanos. SILVA, Tamiris Martins, 2014 apud SILVA, Tamiris Martins; Köhler, André Fontan, 2015, p. 65.
SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................................20 2. Fundamentação Teórica........................................................................................22 2.1. História da Hospedagem no Mundo.....................................................23 2.2. A Hotelaria no Brasil.................................................................................24 2.3. O Turismo Nacional..................................................................................26 2.4. Classificações dos tipos de Hospedagem............................................28 3. Hostels......................................................................................................................30 3.1. A importância dos Hostels.......................................................................31 3.2. História dos Hostels no Mundo................................................................32 3.3. História dos Hostels no Brasil....................................................................34 3.4. Conceito Poshtel..................................................................................... 35 3.5. Demanda e Público.................................................................................36 3.6. Normas e Características........................................................................38 4. A sensação e a Percepção na Arquitetura........................................................ 40 5. Sustentabilidade..................................................................................................... 44 6. Referências Projetuais............................................................................................48 6.1. Exterior.......................................................................................................49 6.2. Interior........................................................................................................51 7. Estudos de Caso..................................................................................................... 54 7.1. São Paulo..................................................................................................55 7.1.1. We Hostel Design...………………………………........................ 56 7.1.2. Bee.W Hostel………………………………………………………...62 7.1.3. Hostel Califórnia Café Bar....................................................... 67 7.2. Internacional............................................................................................ 72 7.2.1. Generator Hostels......................................................................72 7.2.2. Hostelling International.............................................................75 8. Depoimentos...........................................................................................................78 8.1. Conclusão.................................................................................................86 9. Projeto Poshtel.........................................................................................................88 9.1. Localização..............................................................................................89 9.2. Zoneamento.............................................................................................93 9.3. Programa..................................................................................................94 9.4. Projeto........................................................................................................95 10. Considerações Finais............................................................................................116 11. Bibliografia.............................................................................................................118 11.1. Consultas Bibliográficas.........................................................................119 11.2. Consultas Eletrônicas.............................................................................120 11.3. Citações..................................................................................................123
1. INTRODUÇÃO
20
turistas
final, foi através de pesquisas em livros que
circularam pelo mundo, há três décadas
abordam o tema da hospedagem, hotéis e
esse número não ultrapassava 277 milhões,
hostels, mais conhecidos antigamente, como
alcançando
trilhão
albergues da juventude; pesquisas virtuais
de dólares. Com o desenvolvimento do
em sites, seminários, revistas e trabalhos de
mercado
lazer,
conclusão de curso; estudos de caso com visita
negócios, entre outros ocorrido nas últimas
para entendimento prático; e de depoimentos
décadas paralelamente ao barateamento
enviados por pessoas que já se hospedaram
das viagens proporcionadas pela evolução
em
hostels
dos transportes, vem criando a necessidade
em
possíveis
de novas tipologias de hospedagem, que
O projeto evidencia o uso coletivo através
visam
sociais.
de ambientes compartilhados como salas
O hostel é um estilo alternativo ainda
de jogos, salas comuns, bar, terraço com
pouco explorado no Brasil, como é no exterior
piscina container para redução de gastos,
e ainda é visto como desorganizado e que
praça pública, sala de estudos e leitura
não traz privacidade para os hóspedes por
com computadores, cinema e uma área
possuírem beliches comuns e próximas umas
de alimentação convidativa. A área dos
das outras, os hostels são em sua maioria
dormitórios irá atender a diversas necessidades
adaptados em casas antigas e não recebem
dos
nenhuma melhoria para se adequar ao novo
privativos, mistos e femininos. O projeto se
uso. A partir disso e da falta de hospedagem
preocupará também com o conforto térmico
econômica em São Paulo projetada para esse
e a sustentabilidade através de ventilação
fim que ofereça conforto, design e arte, que
cruzada, iluminação natural, energia solar
foi definido o produto final deste Trabalho de
através de painéis fotovoltaicos, reuso da
Conclusão de Curso, que terá como objetivo
água, vegetação para controlar o microclima,
projetar um hostel design, ou melhor, um Poshtel.
o uso do laminado da fibra da bananeira para
A metodologia utilizada para melhor
revestimentos que utilizariam madeiras não
entendimento do tema até chegar no produto
sustentáveis e piso permeável na área externa.
Em
2008,
922
uma
turístico
atender
milhões
renda
de
nacional
diversas
de
1,1 para
classes
públicos
pelo
mundo,
melhorias
com
para
quartos
agregando o
projeto.
coletivos
e
21
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
22
2.1. HISTÓRIA DA HOSPEDAGEM NO MUNDO
As rotas comerciais da antiguidade na
estabelecimento hoteleiro planejado em Paris,
Ásia, Europa e África, geraram núcleos urbanos
atingindo os Estados Unidos em 1908, com o
e centros de hospedagem para atender aos
Statler Hotel Company projetado por George
viajantes. Na Idade Média, a hospedagem
B. Post.
era feita em mosteiros e abadias como forma
de obrigação moral e espiritual. Mais tarde,
economia após a Segunda Guerra Mundial,
com o advento das monarquias nacionais, a
o turismo passa por uma transformação com
hospedagem era exercida pelo próprio Estado,
a melhoria da renda da população dos
nos palácios da nobreza ou nas instalações
países mais desenvolvidos como a Europa
militares e administrativas, os viajantes que
central, Estados Unidos e Canadá, gerando
não possuíam o beneplácito (aprovação de
disponibilidade e recursos para o lazer; a
alguma coisa por uma instância superior),
melhoria dos transportes (aviões a jato para
eram atendidos precariamente em albergues
passageiros) e comunicação. No século XX
e estalagens. Após a Revolução Industrial e
a classe média e o operariado passam a ter
com o capitalismo, a hospedagem passou
capacidade aquisitiva para o lazer e turismo,
a ser uma atividade econômica e explorada
ocorrendo também no Brasil após a década
comercialmente.
de 1940.
Com
a
expansão
acelerada
da
Até meados do século XIX (1801-1900),
o número de viagens era pequeno e em sua maioria por motivos profissionais, dentro do próprio país utilizando ônibus e pousadas. Entre 1850 e 1950, as pessoas passaram a viajar também nas férias, estimuladas pelos novos meios de transporte, como as ferrovias e navios a vapor.
Em 1870, o suíço César Ritz, elaborou o
conceito de quarto com banheiro privativo, hoje chamado de apartamento. Foi o primeiro
Figura 1 - Primeiro Hotel dos EUA, Statler Hotel Company. Fonte: Buffalo: Then And Now (Wordpress).
Idade Média e Era Antiguidade
Moderna
Abadias e Estâncias hidrominerais mosteiros que instaladas acolhiam os hóspedes. pelos romanos na Inglaterra, Suíça e no Oriente Médio.
1790
1870
1920
1950
1970
Fluxo turístico Surgimento Hotéis Hotéis Surto de de hotéis na próximos das construídos construção impulsionado pela Inglaterra, estações pelo giro da de hotéis, operação Europa e ferroviárias. economia com a era nos EUA nos EUA e dos jatos e a dos Boeing 747. (Revolução Europa. movimentaIndustrial). ção turística. Figura 2 - Linha do tempo da história da hospedagem no mundo. Fonte: Autoria própria.
23
2.2. A HOTELARIA NO BRASIL
No período colonial, os viajantes se
próxima ao porto de desembarque para os
hospedavam nas casas-grandes de engenhos
viajantes que chegavam a capital.
e fazendas, em casarões nas cidades, nos
conventos e principalmente nos ranchos de
Brasileiro de Turismo) e a FUNGETUR (Fundo Geral
beira de estrada, como os abrigos ao lado de
de Turismo) que promoveram uma nova fase
estabelecimentos que forneciam alimento.
no setor hoteleiro brasileiro, principalmente nos
Era comum também as famílias receberem os
hotéis cinco estrelas e nas redes internacionais.
viajantes nos quartos de hóspedes.
Com isso, a legislação e as leis de zoneamento
se tornaram mais flexíveis para a construção
Na segunda metade do século XVIII,
Em 1966 é criada a EMBRATUR (Instituto
foi construído no Mosteiro de São Bento no
de hotéis.
Rio de Janeiro, um edifício exclusivo para a
hospedaria. Começaram a surgir estalagens
Brasileira
(hospedaria para viajantes) e casas de pasto
CYPRIANO, Pedro. Desenvolvimento hoteleiro
que ofereciam apenas refeições e quartos
no Brasil, 2014), o setor hoteleiro brasileiro possui
para dormir.
um patrimônio imobilizado em torno de R$ 78,7
bilhões.
Com a chegada da corte portuguesa
Segundo estimativas da Associação da
Indústria
Hoteleira
(apud
no Rio de Janeiro em 1808 e a abertura dos
portos, gerou um fluxo de estrangeiros para
mais atraente para investimentos em hotelaria
exercer
e está em constante expansão, atraindo
e
funções
comerciais,
os
diplomáticas,
científicas
estabelecimentos
que
Na América do Sul, o Brasil é o mercado
investidores
nacionais
e
internacionais.
ofereciam hospedaria utilizaram do termo
Por conta da perda de atratividade de
Hotel, com a intenção de elevar o conceito.
investimentos
O Hotel Pharoux, ou Cais Pharoux como
residenciais e comerciais que possuíram uma
nome inicial, foi construído pelo Sr. Pharoux e
grande oferta nos últimos anos, estimularam
é um dos mais importantes hotéis do século
incorporadoras a desenvolver produtos mais
XIX no Rio de Janeiro. Sua localização se dava
hoteleiros.
imobiliários
com
prédios
1800
1900
1940
1960
1970
Mudança da corte portuguesa para o Brasil, incentivando a implantação de hospedarias no RJ.
Primeira lei de incentivo a implantação de hotéis no Brasil.
Proibição dos jogos de azar e fechamento dos cassinos, o que inviabiliza os hotéis construídos para esse fim.
Criação da Embratur e da Fungetur, com políticas de incentivo ao turismo estimulando a construção de novos hotéis.
Crescimento econômico conhecido como “o milagre econômico brasileiro”. Investimetnos de redes internacionais e nacionais.
Figura 4 - Linha do tempo da história da hospedagem no Brasil. Fonte: Autoria própria.
24
Figura 3 - Hotel Pharoux no Rio de Janeiro. Fonte: Roitblog.
1980
1990
2000
2010
Crise econômica denominada como “década perdida”, hiperinflação e diminuição dos investimentos.
Início da estabilidade favorável a investimentos internacionais e domésticos.
Excesso na oferta de condo-hotéis e recuperação da economia.
Destaque internacional.
25
2.3. O TURISMO NACIONAL
O turismo social entende-se como
terrestre com 1,8 milhões de viagens, vindo
inclusivo a todos, com ou sem auxílio do governo,
principalmente da Argentina, Estados Unidos,
pessoas que não possuem o hábito de viajar ou
Chile, Paraguai, Uruguai, França e Alemanha,
pessoas com deficiência que nunca viajaram.
na ordem. O motivo principal pelas viagens foi
O turismo juvenil está associado ao turismo
o lazer com 51%, seguido de visitas a amigos e
social juntamente com o turismo familiar e da
parentes com 25% e por último a negócios e
terceira idade, nele se caracteriza o turismo
eventos com 20%.
escolar, juvenil e universitário, descrevendo
um público alegre e atraídos por locais que
nas tabelas a seguir, a preferência dos turistas
oferecem divertimento noturno.
para viajar ao Brasil é durante o Verão, onde há
O Brasil em relação à América Latina
um volume maior no final e no começo do ano,
é um dos líderes no mercado turístico, graças
a preferência por hospedagem em albergues
a criação do Ministério do Turismo em 2003
atinge 5% da opção dos viajantes. Em sua
para garantir a implementação das políticas
maioria os turistas viajam sozinhos, em segundo
públicas para o setor e quando a EMBRATUR
lugar com a família e em terceiro com os amigos.
recebeu a missão de promover o Brasil como
destino turístico, acarretando na entrada de
dos turistas internacionais foi de oito dias,
aproximadamente 6 bilhões de dólares em
enquanto dos turistas nacionais foi de quatro
2008 (132% superior ao de 2003 – dados obtidos
dias. A quantidade de postos de trabalho
pela EMBRATUR) e elevando o país para o
gerados pelo turismo na cidade de São
sétimo lugar entre os países que mais recebem
Paulo cresceu quase 40% de 2006 a 2012, ou
eventos internacionais do mundo. Na Copa
seja, de 70.819 para 99.090, indiretamente
do Mundo de 2014, segundo o Ministério do
gerou aproximadamente 443 mil empregos.
Turismo, o Brasil recebeu cerca de 1 milhão
de turistas estrangeiros, movimentou R$ 4,4
(Organização Mundial do Turismo) mostra que
bilhões e durante o período do evento, os
para o ano de 2020 as viagens irão triplicar, de
hotéis tiveram uma ocupação média de 94%
694 milhões de viagens para quase 1,2 bilhões,
e na semana final 98%, os albergues obtiveram
sendo que a grande maioria das viagens
uma média de 86%, sendo que na semana
serão de curta distância com 75% do total. As
final alcançou 100%, segundo a Associação
principais tendências do turismo nas próximas
de Cama e Café e Albergues do Estado do Rio
duas décadas, de acordo com a OMT, são:
de Janeiro (ACCARJ), possuindo 7.117 meios
• Globalização
de hospedagem cadastrados e 837.169 leitos.
valorização da identidade local;
•
Segundo dados do Ministério do Turismo,
Como podemos observar no gráfico e
Em São Paulo a média de permanência
A expectativa de crescimento da OMT
do
turismo
versus
Viagens de férias mais curtas em
em 2015, a chegada de turistas no mundo foi
períodos diferentes do ano;
de 1.186,2 milhões, na América do Sul foi de
•
30,8 milhões e no Brasil foi de 6,3 milhões, sendo
de viagens;
que em 1970 o número de turistas foi 250 mil
•
apenas, ou seja, um aumento de 2.420%. O
máximo de conforto e aqueles que buscam o
principal meio de transporte utilizado é o aéreo
máximo de aventura;
com 4.3 milhões de viagens e em seguida o
•
26
Maior utilização da internet nas reservas Polarização entre turistas que querem o
Crescimento do turismo ecológico de
observação da natureza em viagens de curta distância; •
Desenvolvimento de produtos visando atingir novos mercados de consumo, como o GLS,
ecologia, ambiente rural e aventura; •
Crescimento da conscientização quanto ao desenvolvimento turístico sustentável.
Gráfico 1 – Distribuição mensal de chegadas de turistas internacionais ao Brasil. Fonte: Ministério do Turismo.
Tabela 1 – Tipo de Hospedagem Utilizado. Fonte: Ministério do Turismo.
Tabela 2 - Composiçao do Grupo Turístico. Fonte: Ministério do Turismo.
27
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE HOSPEDAGEM
Os hotéis podem ser classificados conforme as características das suas instalações, pelo
grau de conforto, a qualidade dos serviços, os preços, a localização (cidade, praia, montanha, aeroporto, etc.) e a sua destinação (turismo, negócios, lazer, cassino, convenções, econômicos, etc.).
Não existe um sistema único universal para classificação hoteleira, mas diversos, baseados
em diferentes critérios para cada país e região do mundo. Existem três possibilidades de classificação (Castelli, 2001, apud Cypriano, 2014): autoclassificação ou sem classificação, classificação privada (realizada por entidades independentes) e classificação oficial. Cada vez mais as redes hoteleiras e sites de reservas estão adotando seus próprios sistemas de classificação, baseados geralmente no preço e qualidade, por esse motivo as oficiais estão perdendo sua representatividade como sistema de categorização dos alojamentos.
As classificações no Brasil são dadas pelas Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e pela
ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) a fim de informar ao público e aos investidores.
28
Tabela 3 - Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem. Fonte: Elaboração própria com dados do Ministério do Turismo.
29
3. HOSTELS
30
3.1. A IMPORTÂNCIA DOS HOSTELS
A expansão do turismo nas últimas
natureza e apreciar os valores culturais das
décadas do século XX possui uma grande
pequenas cidades e das grandes metrópoles.
importância
nacionalmente
para
o
financeiro
e
oferta de alojamento turístico econômico
social do país, é um resultado das redes de
(budget), que tem passado por uma evolução
comunicação e dos transportes mundiais. Na
quantitativa e qualitativa. A necessidade
América Latina emergiu uma consciência
da hospedagem em hostel surge quando a
turística voltada para a valorização da oferta
viagem deve ser barata e econômica, abrindo
natural dos países do Cone Sul (Argentina,
mão dos quartos individuais e com banheiros
Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) e para a
privativos. Mundialmente, a International Youth
expansão dos mercados e PIB’s nacionais. As
Hostel Federation (IYHF) é a entidade que
viagens passaram a fazer parte da cultura das
regulamenta o funcionamento dos albergues
populações, fazendo com que a demanda
da juventude e coordena as políticas globais.
turística passasse a ser crescente. Os hostels
No Brasil, a Federação Brasileira de Albergues
representam
da Juventude (FBAJ) que lidera essa função.
desenvolvimento
econômico,
uma
oferta
importante
de
Os albergues e hostels fazem parte da
alojamento alternativo em destinos nos quais se
desenvolve o ecoturismo e turismo de aventura,
heterogêneos, alguns funcionam em antigos
pois esse meio de hospedagem causa baixo
castelos, outros em prédios supermodernos
impacto ambiental.
construídos
de
A nomenclatura Hostel é reconhecida
globalmente,
facilitando
a
No mundo os hostels são bastante
antigos
para
esse
hospitais,
uso, barcos
adaptações atracados,
identificação
construções em estações de trem, casas
dos equipamentos por pessoas de todo o
adaptadas, etc. Quanto ao tamanho, existem
mundo. A intenção dos albergues e hostels é
hostels com apenas sete leitos e outros com
promover o intercâmbio cultural através da
mais de 1.300 leitos.
convivência em grupo pelas acomodações
comunitárias, busca uma relação harmoniosa
atualmente, a “economia compartilhada”.
do ser humano consigo mesmo, com o outro e
Surgiu como resultado da escassez de recursos
com a comunidade, respeitando as diferenças
em meio ao consumismo, a fim de praticar o
de raça, cor, religião, nacionalidade, sexo,
compartilhamento de usos como, por exemplo,
classe social ou política, aliado à prestação de
o aplicativo Uber permite. A “hospedagem
serviços com valores moderados incentivando
colaborativa” ou “turismo colaborativo” surgiu
e permitindo viagens de turismo e lazer a
a partir dessa concepção, onde especialistas
pessoas com recursos financeiros limitados. São
acreditam que pode ser uma solução para
instalações de pequeno porte que atendem
enfrentar a crise financeira e inclui os hostels,
a um número limitado de viajantes, mas
visto que é um meio de compartilhamento
não necessariamente jovens e estudantes.
de quartos e áreas comuns, onde também
tem a possibilidade de trocar serviços por
Para Trotta (1982, p.17 apud TAKIYAMA;
NASCIMENTO,
2011,
p.
5),
“os
Um novo tema está sendo abordado
albergues
hospedagem (a Worldpackers é uma empresa
Internacionais da Juventude (AIJ), existem para
que promove essa troca) com o propósito de
ajudar os jovens a viajar, conhecer e amar a
redução de custos na viagem. Com o auxílio
31
da internet a hospedagem colaborativa tem se tornado cada vez mais divulgada e acessível como, por exemplo o aplicativo de hospedagem, Aribnb, que proporciona mais viagens para as pessoas gastando menos se comparado ao turismo tradicional com hospedagem em hotéis, é considerado um turismo sustentável, onde se pode conhecer mais pessoas ao redor do mundo.
3.2. HISTÓRIA DOS HOSTELS NO MUNDO
Há mais de cinco séculos, estudantes
1990 como Youth Hostel, atual rede Hostelling
bolsistas medievais viajavam a pé de uma
International, surgiu com o professor Richard
universidade europeia à outra, procurando
Schirrmann, por ministrar aulas práticas com
acomodações
os
estudos de campo. Em 26 de agosto de 1909,
dormitórios de mosteiros. A utilização de
em uma das excursões, o grupo pegou uma
alojamentos também se dava pelos artesãos
tempestade e precisou buscar abrigo em uma
e
de
escola em Brol Valley na Alemanha. Em razão
conhecimento, eles eram recebidos pelas
disso imaginou que as escolas poderiam ser
associações de artesãos.
usadas como alojamento nas férias, então
artistas
No
que
no
caminho,
viajavam
século
XIX
no
em
caso
busca
foram
criadas
começou
a
escrever
periódicos
alemães
acomodações para os viajantes por religiosos
sobre e ganhando apoiadores. Em 1912, foi
católicos e protestantes. Em 1844, George
aberto o primeiro albergue da juventude em
Williams criou em Londres a YMCA (Young
Altena na Alemanha, que funciona até os dias
Men’s Christian Association – Associação Cristã
atuais em um monumento histórico restaurado.
de Moços), dez anos depois na Grã-Bretanha
foi criada a Associação Cristã de Moças,
albergues
ambas ofereciam acomodações econômicas
Guerra Mundial, após isso no ano de 1920,
e desenvolviam atividades culturais e físicas.
realizou-se a primeira publicação sobre os 700
albergues da juventude com características
Em 1884, surgem os primeiros albergues
escolares
interrompido
pela
dos
Primeira
da paisagem. Em 1932, foi criado a IYHF
início do XX, surgiu o movimento da juventude
(Federação Internacional de Albergues da
denominado Aves Migratórias (em alemão,
Juventude), internacionalizando oficialmente
Wandervogel), cujo lema era andar ao ar
o movimento, com um grande crescimento
livre, em contato com os seus semelhantes
na década de 1950 e 1960, no Brasil o
e
movimento
cantando
2%
expansão
juventude alemã. No final do século XIX e
violão
apenas
foi
de
simples, funcionais e apoiando a preservação
do
atendiam
movimento
da
através
que
O
canções
alberguista
chegou
em
1969.
populares e estabelecendo contato entre
cidade e campo. Esse movimento, entre
Internacional realizada na cidade de Roma,
outros, como a Associação dos Escoteiros
foi aprovado o documento “Padrões Mínimos
(1908) e a Associação dos Bandeirantes (1910)
dos Hostels”. Na década de 1970, o movimento
contribuíram para a criação do “alberguismo”,
de hospedagem econômica se expandiu a
cujo precursor foi Guido Rotter com os
10 mil albergues da juventude pelo mundo.
albergues escolares. A ideia dos albergues da
Em 1992, o movimento alberguista viu a
juventude, denominado mundialmente até
necessidade de comunicação via Internet,
32
Em
1952,
durante
a
Conferência
desenvolvendo sistemas de reservas online denominado IBN (International Booking Networking – Sistema Internacional de Reservas). No mesmo período, foi inserida uma carta ambiental para os albergues, onde convidava para o desenvolvimento sustentável a partir do cuidado com a natureza, economia de energia elétrica, uso de transportes não poluentes, cuidados ao construir, reciclagem de lixo e uso de produtos biodegradáveis.
Em 2002, a Federação Internacional de Albergues da Juventude desenvolveu uma ação
em prol da paz mundial, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) reconheceu os hostels como centros de cultura de paz.
Figura 5 – Primeiro Hostel do Mundo, Altena, Alemanha 1912. Fonte: Lua Cheia.
Figura 6 – Triliches do primeiro Hostel do Mundo, 1912. Fonte: Por que não Travels.
33
3.3. HISTÓRIA DOS HOSTELS NO BRASIL
Em 1956, um casal de brasileiros (Yone
presidente na época João Dória Jr., 1980
e Joaquim Trotta) que estudava em Paris,
marcou um período de desenvolvimento para
França, conheceu o movimento alberguista e
o alberguismo brasileiro, incorporado como
decidiram trazer ao Brasil. No ano seguinte, o
um dos projetos de turismo social, com uma
casal levou um grupo de educadores para fazer
equipe técnica para cuidar da implantação
uma excursão cultural na Europa, utilizando os
das instalações e uma verba destinada à
albergues da juventude, denominado de fase
divulgação dessa modalidade turística. No
teórica eles passaram a divulgar o movimento
ano de 1987, aconteceu a grande divulgação
no país através de palestras em colégios
do movimento junto à mídia, com campanhas
e universidades. Em 1965, foi implantado o
dirigidas ao público alvo, a divulgação trouxe
primeiro albergue da juventude no Rio de
resultados positivos, onde no estado de São
Janeiro, no bairro de Ramos, denominado
Paulo passou de 600 usuários para 13 mil dentro
“Residência Ramos” com 36 leitos, abrigando
de um ano.
estudantes brasileiros e mochileiros vindos do
Uruguai, Chile, Alemanha, Suíça e Inglaterra,
albergue da juventude em 1989, era o
funcionou até 1973. Em 1966, instalou-se o
Magdalena Tagliaferro, localizado no Parque
albergue da juventude em São Paulo capital,
Estadual do Jaraguá, na cidade de São Paulo.
com o mesmo número de leitos. Nesse período
No ano seguinte inaugurou o Albergue Lê
foi registrada a Associação Brasileira de
d’Artagnan, marcando a era da modernização
Albergues da Juventude e abriram os seguintes
dos
albergues da juventude voltados a causas
restaurante,
estudantis, já que o movimento foi liderado
lavanderia, recepção informatizada, serviços
por um professor: Centro Excursionista Brasileiro
de agência de viagens, etc.
com 30 leitos, Pousada da Juventude com
300 leitos no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro
vez mais com maior grau de privacidade,
e um em Campos do Jordão com 40 leitos.
levando os empreendimentos a contarem
Em 1970, a Federação Internacional de
com a oferta de quartos de casal, família e
Albergues da Juventude incorporou o Brasil
individual, para atender a diversas demandas
no movimento internacional. Em 1979, o casal
do segmento.
abriu o Albergue Muxarabi, na cidade de
Cabo Frio, com uma oferta de hostel voltada
Paulo Turismo, o número de albergues cresceu
ao público alvo, viajantes de férias.
136% de 2011 para 2012, passando de 22 para
Com
o
apoio
da
Embratur,
seu
O
maior
albergues
e
mais
bem
internacionais,
discoteca,
quartos
contendo modernos,
A rede de hostels oferece quartos cada
No município de São Paulo, segundo São
52 unidades cadastradas pela organização municipal de turismo e eventos.
34
estruturado
3.4. CONCEITO POSHTEL à
Os hostels geralmente são associados ideia
casas
de
um
adaptadas,
local
improvisado
recebendo
de
de Caso”, onde se recuperou uma mansão
em
construída no século XX pelo jovem arquiteto
forma
paulistano Felipe Hess, com decoração vintage
desorganizada e desconfortável os viajantes
e despojada.
em quartos lotados de beliches sem nenhuma
privacidade. Tal concepção vem mudando ao
diferencial, como por exemplo, na Europa,
longo de alguns anos para que a hospedagem
é
se torne mais agradável e elegante a um
Finlândia que fica no interior de uma fábrica
público jovem, exigente e descontraído. Os
de biscoitos, outro em Berlim que abriga uma
hostels que atendem essa demanda surgiram
balada no porão, um em Madri que abriga um
na Europa entre 2009 e 2010 em resposta a
cinema e um outro localizado em um antigo
crise econômica pela qual o mundo passava
tribunal de Londres. A rede Generator é bem
que afetou também o turismo, desta maneira
conhecida pelos seus projetos de poshtels pelo
os estabelecimentos tiveram de se reinventar e
mundo, na sua unidade em Paris os interiores são
agora vem ganhando cada vez mais espaço e
inspirados em experiências cinematográficas,
mais procura no segmento.
no espaço do café são servidos pratos
A nova tendência mundial de valorização
franceses, hambúrgueres, vinhos regionais e
dos espaços através do design em relação
drinks inspirados na cidade, o estabelecimento
ao mercado de hostels são os “Poshtels” ou
ainda conta com uma balada subterrânea
“Designs Hostels”, ou seja, um hostel boutique
semelhante a uma estação de metrô.
que combina arte, estilo e conforto de um
hotel com o preço e a sensibilidade de um
quartos
albergue, o termo é uma junção das palavras
secadores de cabelo e até banheiras de
“posh” com “hostel”, em português hostel
hidromassagem e spa. Esse tipo relativamente
elegante. Os serviços oferecidos nesse novo
novo de hospedagem além de atrair mochileiros
tipo de hospedagem ainda econômica pode
e jovens, atrai também pessoas que buscam
ser wi-fi gratuito, café da manhã, recepção
por hospedagens mais modernas e com valor
24 horas, quartos com banheiro privativo,
baixo ou até gerações mais velhas que buscam
design moderno, quartos espaçosos, acessíveis
uma alternativa aos hotéis comuns.
e
limpos,
bares,
restaurantes
e
Os poshtels muitas vezes possuem algum possível
encontrar
Alguns
poshtels
climatizados,
estabelecimento
oferecem xampu,
na
também sabonete,
piscina.
O conceito chegou ao Rio de Janeiro em
2015, com o Oztel localizado em Botafogo, que reúne o preço e descontração dos albergues e o conforto e requinte dos hotéis. Projetado não apenas para descansar, mas também para aproveitar a noite e conhecer gente nova, possui objetos de design criados pelos artistas Amaury e Felipe Morozini. São Paulo se inseriu no mercado em 2012, com o We Hostel Design que será abordado no capítulo “Estudos
Figura 7 – Generator Hostel Paris. Fonte: Generator Hostels.
35
3.5. DEMANDA E PÚBLICO
Dados da WTTC (World Travel and
hoteleiro que podem optar pelas instalações
Tourism Council) afirma que em 1995 o turismo
do hostel são:
representava 3,38 trilhões de dólares no
• Grupos de executivos de nível intermediário,
faturamento bruto da economia mundial,
técnicos,
2,98 trilhões de dólares na composição do PIB
viajam a negócios e que preferem pagar
mundial (11%) e 212 milhões de empregos.
tarifas mais baixas. Esse segmento busca hotéis
Já nos países do Mercosul os dados sugerem
econômicos, atualmente em grande expansão
um potencial turístico ainda não explorado,
no Brasil;
principalmente no Brasil.
• Turistas de férias que buscam por conforto e
design, mas com valores acessíveis, podem ser
O parque hoteleiro brasileiro apresenta
profissionais
e
vendedores
que
cerca de 2.700 estabelecimentos o que significa
famílias, casais ou apenas uma pessoa;
menos de 1 apartamento/ 1.000 habitantes.
•
Na França o índice é de 1 apartamento/ 100
(backpacker tourism), turistas, intercambistas e
habitantes e nos Estados Unidos 1 apartamento/
estão em busca de hospedagem econômica.
70 habitantes, logo nosso parque hoteleiro pode
crescer, sendo que 83% dos hotéis brasileiros
no capítulo “Estudos de Caso”, podemos
são administrados por empresas familiares e
perceber
17% por redes hoteleiras.
público frequentador de hostel, mas em sua
Em qualquer país a demanda por
maioria são jovens sozinhos ou em grupos
hospedagem é por deslocamentos dentro do
tanto brasileiros quanto estrangeiros, onde
próprio país e por estrangeiros. No início das
60% são mulheres e o restante homens (dados
pousadas, os viajantes tinham que levar seu
informados por um funcionário do We Hostel),
próprio alimento, onde a cama era o único
buscam os poshtels devido ao interesse pelo
produto
demanda
design, e em relação a localidade estão em
atualmente dos clientes do setor hoteleiro é
busca da boemia do bairro Vila Madalena.
por acomodações para dormir, alimentação e
bebida. Essas exigências se conectam com a
(Associação Nacional de Pesquisa e Pós-
hospedagem, restaurantes, bares e festas, como
Graduação em Turismo), relatou em seu VIII
principais produtos. As festas movimentadas
Seminário da Associação Nacional de 2011,
por jovens são características dos hostels, que
que tanto estrangeiros quanto brasileiros se
criam um ambiente com hóspedes e visitantes
hospedaram em sua maioria, pela primeira
externos, resultando em um público flutuante.
vez em um albergue, logo indica que a
“O design, o layout, a decoração,
hospedagem em albergues e hostels são
a mobília e ornamentos do quarto são
produtos novos, mas cada vez mais os indivíduos
fundamentais para atender às necessidades
estão aderindo pela hospedagem alternativa.
e para dar satisfação aos clientes” (MEDLINK;
INGRAM, 2002, p. 93). A estratégia hoteleira
menos da metade de um hotel econômico
para atingir a maior quantidade de indivíduos
dependendo do número de camas que houver
hospedados, é combinar boas instalações,
em um quarto, quanto mais camas houver mais
serviços, imagem, preço e uma boa localização.
barato fica.
36
oferecido.
A
principal
Os segmentos de mercado do setor
Jovens
que
podem
ser
mochileiros
A partir dos levantamentos de público grande
heterogeneidade
do
Em uma pesquisa feita pela ANPTUR
O preço da diária consegue chegar a
Gráfico 2 – Opções de Hospedagem – frequência em albergues paulistanos. Fonte: SILVA, 2014.
37
3.6. NORMAS E CARACTERÍSTICAS
A classificação dos hostels no Brasil é feita pelo sistema de classificação privada, realizada
pela FBAJ. São divididos em categorias, conforme a pontuação que o empreendimento alcança para o credenciamento na rede Hostelling International, como pode ver na tabela.
Tabela 4 – Classificação dos Hostels, de Acordo com o Tamanho. Fonte: GIARETTA, 2004.
Os custos parciais para a construção de um hotel urbano podem ser relacionados:
Tabela 5 – Porcentagem dos Custos Totais da Obra. Fonte: WISSENBACH, 1987.
Hostels de pequeno porte possuem entre dois e cinco funcionários, os de médio porte tem
em média seis a nove funcionários, divididos nas funções de recepção, camareira (com serviços gerais principalmente de limpeza dos quartos e banheiros), segurança e alimentos e bebidas, e os de grande porte possuem uma média de doze e quinze funcionários.
Segundo uma publicação do Jornal de Negócios, o Governo aprovou novas regras que
estipulam a exploração de hostels, são elas: 1. Para que o estabelecimento seja considerado um hostel é necessário que a unidade de alojamento predominante seja o dormitório; 2. Os dormitórios devem ter, no mínimo, quatro camas. O número poderá ser inferior em caso de existirem beliches; 3. Todos os dormitórios deverão ter janela, para garantir ventilação e iluminação direta com o exterior; 4. Cada cama deverá ter um compartimento para que o respectivo hóspede possa guardar os seus pertences. Assim, por cada cama, será necessário um armário com uma dimensão mínima de 55x40x20 centímetros e sistema de fecho.
38
5. Os
hostels
devem
apresentar
espaços
comuns como cozinha e área de refeição. Os
c.
hóspedes devem ter acesso livre aos mesmos.
são aqueles planejados e geridos dentro
6. As instalações sanitárias comuns podem
Albergues
ecológicos
(eco
hostels):
dos princípios do ecoturismo, com práticas
ser separadas por género ou mistas. No último
e
caso, é preciso garantir que os chuveiros sejam
ambiental,
espaços autônomos, separados por portas
d.
com fecho interior.
aos turistas praticantes de surfe, possuem
7. A tipologia dos edifícios onde podem
operações
aliadas social
à
sustentabilidade
e
Albergues de surfe (surf hostels): voltados
facilidades como o aluguel de equipamentos
funcionar hostels foi deixada em aberto pelo
e acessórios ligados ao esporte;
Governo.
e.
A
definição
das
características
econômica;
Albergues móveis (mobile hostels): não
de
possuem uma localização fixa; itinerantes,
responsabilidade dos empresários, tendo em
mudam de local de acordo com a demanda;
vista as exigências da procura.
f.
Segundo a Revista Iberoamericana de
são aqueles com características voltadas
Turismo de 2015, atualmente existem albergues
ao turista de negócios, mas que prefere o
e hostels especializados no atendimento a
clima despojado de um albergue. Contam
segmentos e nichos de mercado, são eles:
sempre com quartos individuais ou duplos com
a.
banheiro privativo, com ambiente mais sóbrio
da
unidade
de
alojamento
será
Albergues independentes (independent
Albergues de negócios (business hostels):
hostels): são aqueles caracterizados por tarifas
e menos festas;
reduzidas, espaços comuns e partilha de
g.
dormitórios, mas que não são filiados à HI;
apesar de não possuírem muitas diferenças
b.
Albergues boutiques (boutique hostels):
em suas características físicas, esse tipo de
caracterizam-se por estarem associados a
albergue, ao deixar claro que pertence a essa
princípios de artes, arquitetura e design. Logo,
categoria, acaba por atrair o público LGBT –
costumam atrair indivíduos interessados nesses
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e
campos;
transgêneros.
Albergues LGBT (gay friendly hostels):
39
4. A SENSAÇÃO E A PERCEPÇÃO NA ARQUITETURA
40
Acreditamos que a Arquitetura não
da atenção, a percepção que nos sugere a
se resume apenas na criação de espaços
noção de um objeto determinado como a cor
funcionais, a arquitetura tem o poder de
de uma laranja, perfume de uma rosa, som de
inspirar e transformar nossa existência do dia-
um violino, em seguida a emoção e por último
a-dia, trazendo sentido ao uso, aos materiais
a memória, onde toda informação carregada
e ao público que dela utilizará. Pode através
de emoção é mais facilmente armazenada.
de texturas, transparências, sombras, cores,
materiais e da aplicação dos elementos da
são necessárias três condições fundamentais:
Para que as sensações sejam geradas,
natureza, assim como a água, a terra como
• A excitação por meio de um agente
vegetação, o sol como iluminação natural e o
provocador sobre o órgão sensorial, como
ar como ventilação, modificar um ambiente e
agentes mecânicos (choques, picadas), físicos
as sensações das quais ele transmite aos seres
(luz, som, calor, eletricidade) ou químicos
humanos, proporcionando o significado do
(substâncias cáusticas, irritantes);
sentido da vida e da nossa existência, assim
• A
impressão
com
as
modificações
motivando à felicidade. A falta de humanismo
orgânicas que processam nos órgãos sensoriais
da arquitetura e das cidades contemporâneas
e que se transmitem por fibras nervosas aos
pode ser entendida como consequência do
centros cerebrais;
descaso com o corpo e os sentidos provocando um desequilíbrio de nosso sistema sensorial.
• A sensação que se resulta dos processos anteriores.
A sensação pode ser definida como um fenômeno psicológico produzido pela ação de um objeto sobre um órgão sensorial. A sensação é o resultado da transformação no cérebro de uma impressão originada de uma excitação provocada pelos objetos do mundo exterior. A sensação, no estado puro, nos permite apreender qualidades, sensíveis e não coisa propriamente dita. E, como raramente se encontra isolada, a sensação, quase sempre, representa antes o “resultado de uma abstração mental do que o fruto espontâneo de uma experiência psíquica”. Deve, por isso, ser considerada como elemento da percepção e como manifestação intuitiva mais simples da consciência. (ALMEIDA, Crika. 2009)
A experiência sensível é o início de
todo o conhecimento no processo perceptivo de primeira instância, desfrutamos de uma sensação que nos dá a noção de uma qualidade ou estado como cor verde ou amarela, perfume suave ou intenso, seguida
Estimular as sensações faz parte da
arquitetura sinestésica, onde se cria ambientes que possam ser experimentados, não apenas receptivos, os espaços podem proferir um discurso não verbal exercendo poder sobre os usuários ou frequentadores modificando seus comportamentos, através da cor das paredes, da altura do pé direito, da entrada de luz, podendo torná-lo assustador ou interessante. Esse estimulo pode ser com o cheiro, a música, plantas ou o toque nas texturas com fibras naturais, como a madeira, o algodão, o linho, o bambu e a palha, a ideia é de retornar ao natural em um mundo sintético.
Para Estela Netto, “é ter uma sala
de jantar, não com uma mesa de grandes proporções, gigante, mas uma peça que aproxime mais as pessoas, que vão se sentir mais à vontade para conversar e trocar experiências.”
Durante a renascença, considerava-se
que os cinco sentidos formavam um sistema hierárquico no qual a visão está no topo e o tato na base. O sistema renascentista de
41
hierarquização dos sentidos se relacionava
prestado um grande serviço à nossa natureza
com a imagem do corpo cósmico, a visão se
moral – a psique – de nossa sociedade
correlacionava ao fogo e à luz, a audição com
democrática... Defenda a integridade de sua
o ar, o olfato com o vapor, o paladar com a
edificação como você defende a integridade
água e o tato com a terra.
não apenas na vida daqueles que a fizeram,
Em 1954, aos 85 anos de idade, Frank
mas, em termos sociais, pois uma relação
Lloyd Wright definiu a função mental da
recíproca é inevitável. (WRIGHT, Frank Lloyd.
arquitetura e essa visão é ainda mais urgente
1954. Apud PALLASMAA, Juhani, 2011, p. 68)
até os dias de hoje:
Para o arquiteto carioca Paulo Casé, o hotel
O que é mais necessário na arquitetura atual
representa a “concretização das fantasias do
é justamente o que é mais necessário na vida
hóspede, o lado espetáculo da vida”, para isso
– integridade. Assim como no ser humano, a
o arquiteto deve deixar fluir as emoções positivas
integridade é a mais profunda qualidade de
para a escolha dos materiais, equipamentos,
uma edificação... Se tivermos sucesso, teremos
cores e espaços.
Figura 8 – O tato é estimulado por meio da parede e chão revestidos por pedra gabião. Fonte: Lugar Certo.
42
43
5. SUSTENTABILIDADE
44
Há pelo menos quatro décadas o
atributo que atua como um reservatório,
mundo vem debatendo questões relacionadas
evitando enchentes e, consequentemente,
ao desenvolvimento e ao meio ambiente. A
impactos ambientais. Por esta razão e por seu
Conferência das Nações Unidas é um exemplo
aspecto rústico, o piso drenante também é
que ampliou a conscientização da população
empregado como um piso para área externa
sobre os problemas ambientais da Terra como,
em projetos residenciais de arquitetura verde.
por exemplo, o aquecimento global, que é um
Outra qualidade curiosa dos pisos drenantes
processo resultante das emissões de gases de
está no fato de manterem a água retida por
efeito estufa gerados pelas ações humanas.
certo tempo em sua base, o que a faz escoar
Desde o processo de industrialização,
devagar para os lençóis freáticos. Além disso,
a concentração de gases de efeito estufa
sua produção é igualmente sustentável e leva
aumentou de 200ppm (partes por milhão)
materiais reaproveitados ou bases naturais,
para 395ppm, por esse fato a elevação da
como fibras ou pedras.
temperatura média da terra neste século deve aumentar entre 1,9ºC e 4,6ºC. Até 2020, acreditase que a emissão de carbono será de 900 giga toneladas, metade do que é recomendado pelo
IPCC
(Painel
Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas) até 2100, ou seja, para evitarmos processos irreversíveis de
comprometimento
dos
ecossistemas,
precisamos limitar o aquecimento climático.
O conceito de eco eficiência refere-se à
distribuição de bens e serviços que satisfazem as
Figura 9 – Piso drenante. Fonte: Tem sustentável.
necessidades humanas, trazendo a qualidade • Painéis fotovoltaicos:
de vida, reduzindo os impactos ecológicos e a intensidade de uso dos recursos naturais. Tem uma lógica baseada com o mínimo de perda de material, criando um ciclo, onde se produz, se utiliza e reutiliza o produto.
No hostel será utilizada algumas medidas
sustentáveis e ecoeficientes que reduzam os impactos ambientais gerados na obra e no pós-obra, são elas:
Figura 10 – Painéis Fotovoltaicos. Fonte: Portal Solar.
Os painéis fotovoltaicos foram criados
para gerar energia elétrica a partir da • Piso permeável (na área externa):
radiação solar e é uma alternativa para a
O piso drenante tem na porosidade sua
alta demanda de eletricidade. É uma energia
principal característica, pois possibilitam o
renovável e sustentável já que a radiação
escoamento da água para o solo por meio
solar é inesgotável, natural, não poluente e
de seus poros e não por vãos de bloquete.
não causa poluição sonora. Possui também o
E vem daí o caráter que faz deles um piso
benefício da redução da conta e economia a
ecológico: sua extensão é 100% permeável
longo prazo.
e não depende dos espaços entre as peças,
45
• Reuso da água:
o mais claro similar ao marfim até o mais escuro. Além de ser um material sustentável como alternativa à madeira, já que seu crescimento é mais rápido, sua produção também é, não necessita de água ou cola e a energia elétrica na fábrica é gerada por placas fotovoltaicas.
Figura 11 – Reuso da água. Fonte: Reuse água.
A necessidade de poupar água em
cidades tem se tornado constante, visto que estamos em tempos de mudanças climáticas extremas que podem variar de enchentes a períodos de seca. A OMS (Organização Mundial
Figura 12 – Laminado da fibra de bananeira disponível em quatro cores. Fonte: Gazeta do Povo.
• Utilização de vegetação para melhoria
da Saúde) revela que uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso suficiente a água
do ar e do conforto térmico do edifício:
potável e estima-se que até 2025 dois bilhões de pessoas vivam em regiões com problemas de acesso à água limpa. Empresas preocupadas com esse recurso natural tem desenvolvido diversas estratégias para reaproveitar a água que já foi usada. Um dos meios é a captação da água da chuva que pode ser usada para lavagem de quintal, regar jardins e hortas, etc. O tratamento do esgoto pode também se tornar em água utilizável como, por exemplo, para descargas em banheiros ou se devidamente tratada pode ser devolvida ao meio ambiente sem que polua e sem que haja sobrecarga. • Utilização da madeira de bananeiras como revestimento que são rapidamente renováveis:
empresa francesa (FIBandCo) criou laminados de madeira com fibra da árvore que seria eliminada para preservar o cultivo da fruta. Hoje o material está disponível em quatro tons desde
A vegetação pondera a radiação
solar incidente no edifício e proporciona um microclima com melhores condições de conforto térmico, propicia o resfriamento através do sombreamento e da evapotranspiração que atenuam a radiação incidente nas superfícies e o resfriamento do ar devido a retirada de calor. A vegetação é um meio fundamental para a minimização dos efeitos de alteração no clima provocado pela urbanização.
Nas plantações de bananeira muito
material é descartado, a partir disso uma
46
Figura 13 – Vegetação auxiliando no conforto térmico. Fonte: O azulejista.
• Iluminação e ventilação trabalhada e cruzada para redução de energias artificiais:
Há
iluminação
dois
séculos,
artificial
a
substituiu
presença as
da
grandes
janelas e espaços abertos, tendo como
alternativa o uso de lâmpadas em tempo integral. A utilização da iluminação natural nos ambientes internos, além de trazer uma estética agradável, aproveita ao máximo as condições naturais, causa uma economia de energia elétrica e beneficia os indivíduos das doses diárias necessárias de vitamina D que aumentam a disposição e a produtividade. É necessário se atentar a posição geográfica do edifício em relação ao Sol para que os cômodos mais necessitados de iluminação natural, a recebam.
A ventilação cruzada também pode
intervir na conta de luz, já que se não bem trabalhada terá uma necessidade de ar condicionado. A tal ventilação vai proporcionar a troca constante do ar, resultando em um melhor conforto térmico, ambientes salubres. Nem sempre é necessário identificar a posição do vento na região para que se crie uma ventilação cruzada. O pé direito também influencia, quanto maior ele for mais espaço para o ar quente permanecer no ambiente, porém longe das pessoas, se houver claraboia já há onde o ar sair. A ventilação cruzada pode ser proporcionada por qualquer tipo de abertura: portas, janelas, elementos vazados, claraboias ou telhas de ventilação nas coberturas.
Figura 14 – Iluminação natural e ventilação cruzada. Fonte: Vitruvius.
47
6. REFERÃ&#x160;NCIAS PROJETUAIS
48
6.1. EXTERIOR
Forma Itaim | HUMA | São Paulo: O edifício utilizou de vigas metálicas aparentes na fachada
para melhoria do conforto térmico e um terraço com piscina.
Figura 15 – Forma Itaim. Fonte: Huma.
Figura 16 – Forma Itaim. Fonte: Huma.
Huma Itaim | HUMA | São Paulo: O térreo do edifício é de uso público, café e praça.
Figura 17 – Huma Itaim. Fonte: Huma.
Restaurante Bossa | Rosenbaum e Multi Randolph | São Paulo: Edifício com tratamento
externo em brises de madeira ecológica. Figura 18 – Restaurante Bossa. Fonte: Archdaily. Figura 19 – Restaurante Bossa. Fonte: Archdaily.
49
Criciúmatrans Passarela | Carneiro Arquitetos | Santa Catarina: Passarela treliçada.
Figura 20 – Passarela. Fonte: Carneiro Arquitetos.
Casa MCNY | MF + Arquitetos | Franca, São Paulo: Utilização de madeira e concreto
aparente expressando o modernismo brasileiro.
Figura 21 – Casa MCNY. Fonte: Galeria da Arquitetura.
De Dreef: Pergolado para abrigar as mesas do café com a opção de fechar com toldo.
Figura 22 – Hotel Carlota. Fonte: Hotel Carlota.
50
6.2. INTERIOR
U Hostel | Madri: Cinema coletivo do hostel.
Figura 23 – U Hostel. Fonte: Viagem em pauta.
Vertical Garden Design | Rosenbergs Arkitekter | Estocolmo: Paredes verdes dos banheiros
para feiras internacionais de Estocolmo.
Figura 24 – Vertical Garden Design. Fonte: Vertical Garden Design.
Ccasa Hostel | TAK Architects | Vietnã: Janelas para cada cama que proporcionam
controle da iluminação e ventilação.
Figura 25 – Ccasa Hostel. Fonte: ArchDaily.
51
Viva Hostel Design | São Paulo, Vila Madalena: Luzes de LED nos quartos para indicação do
caminho.
Figura 26 – Viva Hostel Design. Fonte: Ostrovok.
M Boutique Hostel | Indonésia: Tratamento em madeira nos beliches para maior conforto e
vegetação ao redor da piscina.
Figura 27 – M Boutique Hostel. Fonte: M Boutique Hostel.
Figura 28 – M Boutique Hostel. Fonte: M Boutique Hostel.
Twentytu Hi-Tech Hostel | Barcelona: Terraço que serve de lazer e entretenimento oferecendo
alguns shows.
52
Figura 29 – Twentytu Hi-Tech Hostel. Fonte: Twentytú.
Telstar Hostels | São Paulo: O Telstar Hostel se localiza na Vila Mariana, em uma casa
adaptada, onde os criadores buscaram a arte e a cultura. Abriga na antiga garagem um espaço para eventos, exposições, festas e shows.
Figura 30 – Telstar Hostel. Fonte: Telstar Hostels.
Figura 31 – Telstar Hostel. Fonte: Telstar Hostels.
53
7. ESTUDOS DE CASO
54
Serão apresentados três estudos de caso em São Paulo (SP) e duas redes internacionais de
hostels, a Generator e a Hostelling International. Foram escolhidos por tratarem do design, conforto, arquitetura e arte, itens que estarão presentes no projeto Poshtel.
7.1. SÃO PAULO
Selecionamos três hostels para estudo de caso com visita em São Paulo, um na Vila Mariana
(We Hostel), um na Consolação (Bee.W Hostel) e um em Pinheiros (Hostel Califórnia). Foram escolhidos por trabalhar com o design, a arte e o conforto através dessa nova tendência de hostels designs.
Figura 32 – Localização dos três hostels para estudo de caso com visita. Fonte: Google Maps.
55
7.1.1. WE HOSTEL DESIGN Arquitetura: Felipe Hess. Localização: Rua Morgado de Mateus, 567 Vila Mariana. Ano: 2012. Área: 442m². Visita no local: 27 de abril de 2017 (quintafeira). Público: Grupos ou individual de 25 a 45 anos com interesse em design (80% brasileiros e 20% estrangeiros, sendo 60% mulheres e 40% homens).
Figura 34 – Fachada do We Hostel Design com janelas na cor preta contrastando com o branco das paredes. Fonte: Fran Parente.
Figura 36 – Mapa de localização do We Hostel. Fonte: Google Maps com edição própria.
56
Figura 33 – Casarão do We Hostel. Fonte: Hostel World.
Figura 35 – Rua Alice de Castro, vista da sala de vidro no andar superior. Fonte: Autoria própria.
O conceito
de design hostel ou
com armários e luzes de leitura individuais. O
poshtel chegou em São Paulo através do
hostel além de oferecer hospedagem já foi
We Hostel Design, com a recuperação de
palco para comerciais de cerveja, festas,
uma mansão tombada que foi construída
oficinas,
em 1926 e reformada em 2012 pelo arquiteto
bazares, aniversários, pocket shows e exposição
Felipe Hess, formado em 2007 pela Escola
de artes do músico e artista Daniel Codespoti,
da Cidade. O sócio e proprietário do Hostel,
em geral acontecem no jardim e no lounge.
Guilherme Perez formado em administração
e ex bancário, a partir de viagens na Austrália
na parede indica o uso, o que ele oferece e
como mochileiro notou que no Brasil eram
um trecho de música relacionada ao cômodo,
pouquíssimos os hostels com o padrão de
com um QR code que a transmite por inteiro
qualidade igual os que encontrou no exterior.
através de smartphones.
workshop,
ensaios
fotográficos,
Para cada setor do hostel, um adesivo
Atualmente o sócio pretende transformar
O hostel possui o nome “We” (“nós”
o térreo do hostel em um polo cultural e uma
em inglês) que vem da priorização do social e
estação co-working, na qual visa espaços de
do grupo de pessoas nos amplos espaços de
trabalho inspiradores, deixando os quartos
convivência do hostel e por estar próximo a
apenas
áreas de São Paulo que possui grande atração
abrigará lojas, lavanderia e eventos.
no pavimento
superior, o térreo
de pessoas, como o Parque Ibirapuera e a boemia do bairro da Vila Mariana. O sócio
Serviços oferecidos:
do Hostel afirmou em uma entrevista dada
•
46 camas;
ao canal no YouTube “De bem com a vida”,
•
Recepção 24 horas;
alguns hóspedes que viajaram sozinhos e não se
•
Equipe multilíngue;
conheciam, foram para próximos destinos juntos.
•
Atividades e eventos;
ambientes
•
Wi-fi nos quartos e áreas sociais;
mantidos com pequenas mudanças, o branco
•
Café da manhã;
das paredes foi contraposto com o preto nas
•
Limpeza de quarto diária;
janelas e em lugares estratégicos para dar
•
Roupa de cama e toalha;
profundidade e definir a identidade visual do
•
Bar e ambientes de recreação;
projeto. As cores definidas foram o branco,
•
Sala para estudo e trabalho;
preto e cinza e as cores fortes foram utilizadas
•
Concierge para tours e passeios;
de forma pontual na decoração. O mobiliário
•
Serviço de lavanderia;
foi desenhado com compensado e fórmica, e
•
Entrada VIP para festas em SP.
A
casa
teve
diversos
juntamente com os livros que foram recolhidos em mercados de rua e antiquários pela cidade.
Programa:
Térreo
reflete nas superfícies claras e no piso de
•
Jardim: serve como espaço para café
tábuas de madeira maciça original da casa. A
da manhã e eventos esporádicos, possui um
decoração possui um ar vintage e despojado
pequeno espaço para nesses dias montar uma
com peças contemporâneas que se misturam
minicozinha;
ao cenário eclético do casarão.
•
quartos;
A luz natural que adentra ao hostel
Possui quartos coletivos, privativos, uma
suíte para mulheres e um quarto de casal, todos
•
Recepção: possui a escadaria para os Lounge:
computadores
distribuídos
57
pelo espaço, poltronas para leitura e local
convivência do andar;
que serve o café da manhã nas bancadas,
•
esporadicamente acontecem shows;
uma cama, um com dois beliches e uma cama
•
Cozinha compartilhada;
(quarto feminino com banheiro e terraço), um
•
Bar (#BarDoWe): projetor para cinema
com um beliche e um quarto privativo de casal
Quatro quartos: um com três beliches e
ao ar livre noturno e eventos;
(com um terraço);
•
•
Cinco quartos: um com quatro beliches,
três com três beliches, um com dois beliches; •
Dois banheiros privativos para os quartos
do 1º pavimento.
Dois banheiros privativos para todos os
quartos do térreo;
•
Bicicletário;
entre os hóspedes, segundo o Guilherme
•
Depósito;
Perez, são os espaços de jogos, sala de TV e
•
Pequena lavanderia que serve apenas
bar, as áreas de estar que possuem poltronas
para o hostel.
não
As áreas que possuem mais interatividade
proporcionaram
no
pós-obra
tanta
interatividade, quem frequenta essas áreas
1º pavimento
estão utilizando seu notebook para trabalhar
•
Sala de vidro: espaço de convivência,
ou conversar com a família, escutando música
reunião e no teto uma lousa para escrever;
ou lendo. Em sua maioria o público é jovem,
•
Sala de tv;
mas não sendo uma regra o hostel já hospedou
•
Dois banheiros que servem as salas de
um senhor de 105 anos.
58
Figura 37 – Plantas baixas do We Hostel. Fonte: Green Studio, edição própria.
Figura 38 – Recepção. Fonte: Fran Parente.
Figura 39 – Espaços de uso coletivo com cores fortes em alguns móveis. Fonte: Fran Parente.
Figura 40 – Espaços de uso coletivo. Fonte: Fran Parente.
Figura 41 – Cozinha com tons de preto e cinza. Fonte: Fran Parente.
Figura 42 – Bar. Fonte: Autoria própria.
Figura 43 – Sala de tv. Fonte: We Hostel.
Figura 44 – Sala de Vidro, espaço de convivência. Fonte: Uol.
Figura 45 – Jardim. Fonte: Autoria própria.
59
Figura 46 – Jardim. Fonte: We Hostel.
Figura 47 – Beliches do quarto coletivo com tons de cinza e preto e uma cor forte pontual. Fonte: Fran Parente.
Tabela 6 – Pontos positivos e negativos do We Hostel. Fonte: Autoria própria.
Figura 48 – Luminárias e tomadas individuais com prateleira para apoiar o celular. Fonte: Fran Parente.
60
Figura 49 – Banheiro com cor forte na parede. Fonte: Fran Parente.
Figura 50 – Quarto privativo de casal (cama queen-size, ar condicionado e terraço) Fonte: We Hostel.
Figura 52 – Hall do 1º pavimento para distribuição dos quartos. Fonte: Autoria própria.
Figura 51 – Terraço do quarto privativo de casal. Fonte: We Hostel.
Figura 53 – Adesivo para cada cômodo com informações e letra de música. Fonte: Farm.
61
7.1.2. BEE.W HOSTEL Arquitetura: Marcus Thomé (Green Studio). Localização:
Rua
Haddock
Lobo,
167
–
Consolação. Ano: 2013. Área: 450m². Visita no local: 09 de abril de 2017 (domingo). Público: em sua maioria jovens estrangeiros e brasileiros que frequentam a Vila Madalena.
Figura 54 – Fachada do Hostel e bar. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 55 – Mapa de localização do Bee.W Hostel. Fonte: Google Maps com edição própria.
O Bee.W foi criado por um grupo de
colaboração, inovação e criatividade.
amigos mochileiros (Diego Mariz, Gustavo
Dermendjian, Gustavo Rondon e Luciano
sustentável do escritório Green Studio, Marcus
Fanucchi)
ao
Thomé, transformou uma casa de 1930 em um
estímulo de ideias aos negócios, buscando
hostel. O designer de interiores ficou a cargo
propagar a diversidade cultural conectando
da Camila Zion que convidou grafiteiros para
pessoas de diversas partes do mundo, assim
decorar ambientes comuns e alguns quartos.
estabelecendo
como
uma
uma
ação
rede
voltada
de
parceiros,
O arquiteto responsável pelo projeto
Para a reforma da antiga casa, foram
usuários e colaboradores. O hostel além de
utilizadas técnicas sustentáveis para transformar
possuir o serviço de hospedagem, conta com
a edificação em um hostel. Os tijolos e outros
uma agência de viagens própria e um bar
materiais da antiga construção foram retirados
que possui drinks únicos, rege como pilares
e usados novamente, gerando uma economia
principais a sustentabilidade, a integração, a
dos recursos. Muitos objetos da decoração do
62
hostel também foram aproveitados de materiais
•
Equipe multilíngue;
da construção com toques de criatividade.
•
Toalhas para alugar;
A “laje verde” ajuda na diminuição da
•
Bar;
temperatura da edificação e serve também
•
Serviço de lavanderia;
para captar a água da chuva, reduzindo
•
Traslados do aeroporto;
seu consumo e utilizando para descargas nos
•
Passeios e informações turísticas;
banheiros. Dispõe também de compostagem
•
Câmbio de moeda.
de lixo orgânico, aluguel de bicicleta de garrafa pet e reciclagem do lixo não orgânico.
Programa:
Térreo
maior quantidade de iluminação natural e
•
Recepção;
ventilação para economia de energia elétrica
•
Bar;
e conforto térmico, foi implantado claraboias
•
Sala de TV;
nos quartos mais extensos e grandes janelas.
•
Três quartos: Retrô com cinco beliches e
O hostel foi projetado para receber uma
São utilizadas lâmpadas LED’s econômicas nos ambientes, torneiras com temporizador,
um lavatório; Amazônia com dois beliches; •
válvulas com redutores de pressão e vasos
Índia (semi privativo) com três camas de solteiro ou uma de casal e uma de solteiro;
sanitários com duplo acionamento.
•
Banheiro coletivo feminino e masculino.
1º pavimento
uma horta orgânica com ervas e temperos
•
Cozinha compartilhada;
que podem ser utilizados pelos hóspedes na
•
Três quartos: Sampa e Grafitti com cinco
preparação de seus alimentos.
beliches e um lavatório; Dona Maria (feminino)
com 3 beliches, uma varanda e um lavatório;
No terraço da cozinha encontra-se
São seis quartos, entre eles coletivos
mistos e feminino e semi privativos, onde cada
•
Banheiro coletivo feminino e masculino.
um possui um tema, como a Amazônia, Dona
2º pavimento
Maria (feminino), Sampa, Grafitti, Retrô e Índia.
•
Terraço com churrasqueira.
Cada cama possui um armário com chave, tomada e luz de leitura individual. Serviços oferecidos: •
44 camas;
•
Recepção 24 horas;
•
Acessível para pessoas com reduzida;
Figura 57 – Bar na entrada do hostel atendendo ao público interno e externo. mobilidade Fonte: Bee.W Travel.
•
Armários;
•
Bicicletário;
•
Aluguel de bicicletas;
•
Ar condicionado;
•
Sauna Úmida;
•
Wi-fi nos quartos e áreas sociais;
•
Café da manhã;
•
Roupa de cama incluídas;
•
Serviço diário de limpeza;
Figura 58 – Recepção e escadaria para os quartos e terraço principal. Fonte: Minube.
63
Figura 56 – Plantas baixas do Bee.W Hostel. Fonte: Marcus Thomé (Green Studio) com edição própria.
Figura 59 – Corredor de entrada onde possui livros e sofá. Fonte: Deisy Rodrigues, São Paulo Sem Mesmice.
64
Figura 60 – Bicicletário. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 61 – Sala de TV. Fonte: Deisy Rodrigues, São Paulo Sem Mesmice.
Figura 65– Terraço com banheira de hidromassagem. Fonte: Hostel World.
Figura 66 – Utilização do terraço, ao fundo grafites em reservatórios de água. Fonte: Bee.W Travel. Figura 62 – Área interna da cozinha compartilhada. Fonte: Hostel World.
Figura 63 – Acesso ao terraço da cozinha com hortas. Fonte: Trip Advisor.
Figura 67 – Quarto coletivo Sampa com claraboias. Fonte: Bee.W Travel. Figura 68 – Quarto coletivo feminino Dona Maria com terraço. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 64 – Terraço no 2º pavimento com mesas e cadeiras. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 69 – Quarto coletivo Amazônia. Fonte: Bee.W Travel.
65
Figura 70 – Quarto coletivo Retrô. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 72 – Quarto semi privativo Índia. Fonte: Bee.W Travel.
Figura 71 – Armários embaixo dos beliches espaçosos. Fonte: Minube.
Figura 73 – Banheiro coletivo do 1º pavimento. Fonte: Deisy Rodrigues, São Paulo Sem Mesmice.
66
Tabela 7 – Pontos positivos e negativos do Bee.W Hostel. Fonte: Autoria própria.
7.1.3. HOSTEL CALIFÓRNIA CAFÉ BAR Arquitetura: Informação não disponibilizada. Localização: Rua João Moura, 607 – Pinheiros. Ano: 2012. Área: Informação não disponibilizada. Visita no local: 27 de abril de 2017 (quinta-feira). Público: casais, estudantes, grupos, executivos e viajantes (referência de público ao projeto Poshtel pela proximidade). Figura 74 – Fachada e acesso do Hostel Califórnia. Fonte: Magariblu.
Figura 75 – Mapa de localização do Hostel Califórnia. Fonte: Google Maps com edição própria.
O Hostel Califórnia, de antigo nome
de inspirações em viagens na Europa e revistas
Guest 607, foi fundado pela chef de cozinha
de decoração, possui um estilo Californiano
e empresária Cássia Saldanha, formada em
de 1940 alegre e criativo, pensado para que
gastronomia pelo Senac e viajante com ampla
as pessoas se sintam em casa, com piso de
experiência em hostels ao redor do mundo
madeira e móveis garimpados ao redor do
e seu marido Eduardo Quadrado. A fim de
mundo que trazem sensações aconchegantes.
oferecer conforto para quem busca estadia
Possui objetos de decoração do designer
em São Paulo, inaugurou o hostel em um
Phillippe Starck, móveis Tonart, papeis de
sobrado que tem como referência os hostels
parede assinado por Ralph Lauren, desenhista
butique da Europa, onde estão preocupados
de roupas e quadros de artistas plásticos como
com o design e a gastronomia.
Eduardo Sued e Romero Britto. Os uniformes dos
funcionários foram criados pelo estilista Samuel
A decoração foi escolhida pela própria
sócia com ajuda de uma consultoria, através
Cisnansck.
67
Térreo
designs, além de oferecer hospedagem, o
•
Recepção;
empreendimento possui um pequeno bar,
•
Bicicletário de rua;
integrado ao local de café da manhã e
•
Café bar;
uma cozinha profissional. Já foi palco para a
•
Cozinha industrial apenas para uso do
realização de um mini casamento, um estilo
hostel;
de festa reduzida direcionado aos familiares
•
Banheiros feminino e masculino;
e poucos amigos em um espaço intimista,
• Depósito.
aconchegante e familiar, o espaço é alugado
1º Pavimento
também para chás e confraternizações.
•
Quatro quartos: Malibu coletivo com três
Com a nova tendência dos hostels
beliches; Venice suíte privativa com uma cama Serviços:
de casal e terraço; San Diego coletivo feminino
•
Café da manhã;
com 5 camas; Santa Mônica suíte privativa
•
Wi-fi;
com uma cama de casal;
•
Ar-condicionado;
•
•
Frigobar;
Subsolo
•
Serviço de quarto;
•
•
Serviço de lavanderia;
acontecer eventos);
•
Área para fumantes;
•
•
Balcão de turismo;
hostel;
•
Toalhas;
•
Espaço de trabalho;
•
Cofre;
•
Três quartos: Hermosa com uma cama
•
Equipe multilíngue;
de casal, San Francisco com uma cama de
•
Aluguel de bicicleta.
casal e uma de solteiro e quarto Sana Bárbara
Banheiro feminino e masculino coletivo. Cozinha compartilhada (onde pode Pequena lavanderia de uso apenas do
de uso dos voluntários com duas camas; Programa:
•
Banheiro coletivo.
Figura 77 – Bicicletário. Fonte: Autoria própria.
68
Figura 78 – Recepção, portas para o café bar e corredor para a cozinha e subsolo. Fonte: Autoria própria.
Figura 76 – Plantas baixas Hostel Califórnia. Fonte: Juliano (Hostel Califórnia), edição própria.
Figura 79 – Corredor de entrada e recepção. Fonte: Facebook Hostel Califórnia.
Figura 80 – Versos de poesia nos degraus das escadas. Fonte: Autoria própria.
Figura 81 – Espaço café bar. Fonte: Expedia.
Figura 82 – Espaço café bar. Fonte: Zupi.
69
Figura 87 – Quarto Venice. Fonte: Hostel Califórnia.
Figura 83 – Espaço para trabalho no subsolo. Fonte: Facebook Hostel Califórnia.
Figura 84 – Cozinha compartilhada. Fonte: Hostel Califórnia. Figura 88 – Quarto San Francisco. Fonte: Hostel Califórnia.
Figura 85 – Espaço do refeitório. Fonte: Expedia. Figura 86 – Subsolo do hostel Fonte: Hostel Califórnia.
70
Figura 90 – Quarto compartilhado Horóscopo. Beliches com espelhos. Fonte: Expedia.
Figura 89 – Quarto privativo. Fonte: Zupi.
Figura 91 – Banheiro compartilhado. Fonte: Hostel Califórnia.
Figura 82 – Espaço modificado para um mini casamento. Fonte: Casamentos.
Tabela 8 – Pontos positivos e negativos do Hostel Califórnia. Fonte: Autoria própria.
71
7.2. INTERNACIONAL
Os estudos de caso abaixo são redes internacionais de hostels, com foco no continente
europeu, a rede Generator Hostels e a rede Hostelling International, foram os pioneiros em trabalhar com o design, arquitetura e arte, porém são os mais inacessíveis quanto a desenhos técnicos e informações mais aprofundadas, sendo assim os estudos de caso abaixo focam mais na atribuição iconográfica.
7.2.1. GENERATOR HOSTELS
A rede Generator foi fundada em 1995
privados, as áreas de convivência geralmente
como uma sociedade entre irmãos, sendo
são bares, cafés, espaços para relaxar e de
eles Louise e Kingsley Duff, iniciaram alugando
exposição. Esses tipos de hostels são conhecidos
propriedades em locais que mais atraiam aos
pelo design de interior, eventos importantes,
jovens, Londres e Berlim. Em 2007, a Patron
oferta de comida e bebida conceituais e pelas
Capital (investidora europeia) comprou a rede
boas acomodações. A rede atrai grupos e
e em oito anos aumentou de duas propriedades
indivíduos para fins profissionais e de lazer.
para quatorze, transformando em uma marca pioneira de hostels focada no design e situada em cidades da Europa, como Dublin, Londres, Copenhagen, Hamburgo, Berlim com duas propriedades,
Veneza,
Barcelona,
Paris,
Amsterdã, Estocolmo, Roma e Madrid, e na América do Norte em Miami.
Oferecem
um
luxo
acessível
e
experiência social, todas as propriedades possuem diversos tipos de quartos para atender a diversas demandas, dentre eles coletivos e
Figura 93 – Generator Estocolmo. Fonte: Generator Hostels.
Brises na fachada para controle da intensidade Área do refeitório com utilização da madeira, de luz sob os quartos e cores pontuais.
cores pontuais e diversos pendentes.
Figura 94 – Generator Barcelona. Fonte: Generator Hostels.
Figura 95 – Generator Barcelona. Fonte: Generator Hostels.
72
Espaço para café e bar no térreo do edifício, promovendo a circulação e atração de pedestres Beliches com identificação de armário clara e 24 horas.
espelhos para auxiliar no dia-a-dia.
Figura 96 – Generator Berlin Mitte. Fonte: Generator Hostels.
Figura 97 – Generator Berlin Mitte. Fonte: Generator Hostels.
Espaços que promovem a convivência e o intercâmbio cultural.
Figura 98 – Generator Berlin Mitte. Fonte: Generator Hostels.
Figura 99 – Generator Paris. Fonte: Generator Hostels.
Edifício Generator Paris.
Figura 100 – Generator Paris. Fonte: Generator Hostels.
Figura 101 – Generator Paris. Fonte: Generator Hostels.
73
Banheiros dentro dos quartos.
Espaços para alimentação.
Figura 102 – Generator Paris. Fonte: Generator Hostels.
Figura 103 – Generator Estocolmo. Fonte: Generator Hostels.
Quartos
compartilhados
Edifício Generator Estocolmo.
madeira.
Figura 104 – Generator Estocolmo. Fonte: Generator Hostels.
Figura 105 – Generator Estocolmo. Fonte: Generator Hostels.
74
trabalhados
com
7.2.2. HOSTELLING INTERNATIONAL
Fundada em 1909 com o objetivo
já no Brasil está presente desde a década de
de formar uma rede de hospedagem para
1970. O padrão de cada empreendimento é
jovens promovendo o intercâmbio cultural,
bastante variado quanto a tamanho, forma,
embora não haja limite de idade, hoje soma
administração, organização e oferta, porém
mais de 4 mil hostels e 34 mil leitos organizados
possuem um caráter econômico, informal e
por associações e federações dos países
alternativo. No Brasil a rede conta com 87
que, por sua vez, são filiadas à Federação
hostels, localizados em 17 estados. Abaixo
Internacional de Albergues da Juventude que
podemos identificar a hierarquização dentro
busca estimular o espírito de compreensão
da rede Hostelling International.
entre as nações, especialmente facilitando
o turismo internacional, estão distribuídos em
preferem chamar, Hi Paris Yves Robert, foi o que
mais de 70 países, principalmente na Europa,
mais se destacou arquitetonicamente entre os
O
albergue
da
juventude,
como
Figura 106 – Estrutura Organizacional do Hi Hostel Brasil na rede mundial. Fonte: GIARETTA, 2004.
demais hostels, localizado na cidade de
experiências
Paris, França possui um caráter ecológico
convivência um teatro, um bar, um restaurante
e sustentável. Anteriormente o edifício era
com vista para o jardim, salas comuns, salas de
um armazém de uma companhia ferroviária
jogos, cozinha comunitária, comércio, aluguel
que foi restaurado e transformado em uma
de bicicletas, bicicletário, biblioteca, sala de
hospedagem que gera energia solar através
bagagem (utilizada antes do check-in e após
de painéis fotovoltaicos no telhado de estrutura
o check-out) e um balcão turístico. Dispõe de
metálica, possui fachada em madeira e áreas
suítes coletivas com separação entre masculino
verdes.
e feminino e suítes privativas para atender a
O
hostel
proporcionar
que o
foi
concebido
para
compartilhamento
de
abriga
em
suas
áreas
de
diversas demandas.
75
Figura 107 – Localização Hi Paris Yves Robert. Fonte: Google Maps com edição própria.
Figura 108 – Fachada Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hostelling international.
Figura 110 – Pátio Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hi France.
Figura 109 – Terraço Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hostelling international.
Figura 111 – Pátio Hi Paris Yves Robert. Fonte: TripAdvisor.
76
Figura 112 – Bar Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hostelling international.
Figura 115 – Áreas de convivência Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hi France.
Figura 113 – Quarto coletivo Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hi France.
Figura 116 – Área de jogos Hi Paris Yves Robert. Fonte: TripAdvisor.
Figura 114 – Teatro Hi Paris Yves Robert. Fonte: Hi France.
77
8. DEPOIMENTOS
78
Para entender melhor o dia-a-dia de um
possível em todos os cômodos. No click78 a
hostel, suas qualidades e deficiências, solicitei
área de café da manhã atende a todos fica
para pessoas que já haviam se hospedado
um nível a menos da rua e era na frente do meu
em
quanto
quarto separado apenas por um corredor. De
internacional, suas percepções, impressões, o
noite eles tiravam algumas mesas do café da
que melhoraria, o que gostou, se fez amizades,
manhã e colocavam mesas de sinuca, virando
etc. Abaixo segue depoimentos de pessoas
assim um bar onde todo mundo se encontrava.
que se hospedaram em hostels de Londres,
A parte mantida dessa área de café da manhã
Áustria, República Tcheca, Bélgica, São Paulo,
fica a cozinha para uso comunitário.
Ouro Preto, Peru, Espanha, Portugal, França,
Rio de Janeiro, entre outros.
(Áustria) também tinha um pub bem legal no
um
hostel
tanto
nacional,
O wombats -the lounge em Vienna
porão, onde os hóspedes se encontravam e Mulher, 21 anos, nasceu em Natal (RN) e
pessoas da região também! Esse era “fixo”.
reside em São Paulo (SP), estuda Arquitetura e
Mas os dois eram muito bons! A área do café
Urbanismo. Hospedou-se em hostels da Europa.
da manhã era bem ampla e também local
Depoimento dado em 17 de abril de 2017:
de encontro. Além disso tinha uns locais com sofás e pufes. Havia uma cozinha pequena
“O tamanho do quarto é essencial por
como um cômodo não igual ao click78
causa do armazenamento das malas, para
que era ampla e integrada com a área de
abri-las de modo confortável e sem atrapalhar
mesas e o “bar”. Na outra unidade era um
quem queira fazer o mesmo ou apenas andar
ponto de encontro para saída do pub crawl.
pelo quarto. Ficamos em um que era super
apertado e tinha que esperar a pessoa para
andares adaptados então dava para ver bem
poder abrir a mala ou ficava bem apertado!
a diferença e foram os que menos gostei.
Então um bom espaço entre os beliches é
fundamental. O hostel de Londres (click78)
edifício que provavelmente foi adaptado para
era para quatro pessoas e o quarto era bem
ser um hostel mas esse era bem organizado!
pequeno, praticamente não cabia quatro
Quartos grandes e não aprecia que você
pessoas em pé. Lockers dentro do quarto são
estava com bastante gente! Porém era apenas
ótimos para guardar pertences de valor e bolsas.
um chuveiro para atender cerca de doze
O tamanho do banheiro também foi
pessoas, mas não tivemos problemas para
uma questão muito importante. Em alguns o
esperar. Eram vários andares e em cada meio
banheiro era dentro do quarto, outros fora,
lance de escada possuíam lavabos. Havia
mas o que contava mesmo era o tamanho!
outros tipos de quartos e alguns com antessalas,
No click78 (Londres) havia banheiros só com
geralmente uns três quartos compartilhavam
duchas e pias, cerca de uns dez e bem
isso (se não me engano eram quartos duplos).
grandes, divididos entre masculino e feminino.
O meu era com mais pessoas e não havia isso.
Era bom porque até nisso era possível socializar.
No terreno estava o local do café da manhã,
Havia também sanitários com pias individuais
uma cozinha separada bem pequena, uma
para cada sexo e alguns que eram mistos. Os
lavanderia e mais uns dois chuveiros e vasos
banheiros assim como quartos são locais para
sanitários.
troca de roupas então isso influencia muito,
ter mobilidade em um ou no outro, se não for
o único com um gabarito mais baixo, devia ter
Fiquei em uns que eram em prédios e
Em Praga, o Hostel Boudnik era um
O Hostel Europe, em Bruges (Bélgica) era
79
no máximo três pavimentos. Eram dois blocos
banheiro no quarto mesmo, porém como
bem implantados no lote e havia área verde
não estava lotado dividir o banheiro estava
e estacionamento. Possuía um espaço com
tranquilo, mas normalmente deve ser pior. O
casas de funcionários além desses dois blocos
banheiro não tinha janela e o quarto era mal
de apartamentos, porém apenas um estava a
ventilado, mas isso acredito ser por conta da
recepção e o café da manhã então tinha que
estrutura do casarão. As áreas comuns eram
andar um pouco. ”
mais legais, tinha um pátio com uma vista legal para cidade, o hostel ficava bem localizado, então eu tive a oportunidade de ficar numa área ótima da cidade pagando barato. Ele Figura 117 – Click78 Hostel, Londres, Inglaterra. Fonte: Ostrovok.
era simples, limpo e organizado, mas nada acessível para cadeirantes e afins.
O que eu fiquei no Peru era bem mais
misto, tinha quartos para várias pessoas com um banheiro bem pequeno e também tinha Figura 118 – Wombats City Hostel Vienna – The Lounge, Vienna, Áustria. Fonte: Booking.
quartos com banheiro no corredor, minúsculo e muito sujo. Parecia uma grande república com vários andares e áreas de convívio ruins, não conheci ninguém lá, só dormi e tomei banho.
Figura 119 – Hostel Boudnik, Praga, República Checa. Fonte: Google Maps.
Também fiquei em um hostel localizado
em Pinheiros (São Paulo), onde as áreas comuns eram muito legais e aberto ao público, funcionava como um bar que acontece shows. As pessoas podiam trabalhar no hostel para ganhar desconto na diária. Os quartos eram bons também, sempre meio apertado,
Figura 120 – Hostel Europe, Bruges, Bélgica. Fonte: Hostelling International.
mas os banheiros eram maiores e tinha cozinha coletiva boa e sala de estar. ” Mulher, 21 anos, nasceu em São Paulo (SP) e
Mulher, 23 anos, nasceu em Mauá (SP) onde
reside em Cancun (México), iniciou estudos
reside,
urbanismo.
em comércio e exterior. Atua como supervisora
Hospedou-se em hostels de São Paulo (SP),
de operações e já vendeu diárias para hostels
Ouro Preto (MG) e Peru. Depoimento dado em
em Cancun. Depoimento dado em 18 de abril
18 de abril de 2017:
de 2017:
estuda
arquitetura
e
“Eu fiquei em um hostel em Ouro Preto,
“Tem dois motivos pelos quais as pessoas
cidade é turística e cara, onde o hostel ficava
reservam hostel, um por conta do valor e muitas
mais
é
pessoas preferem ficar em hostel por conta do
um casarão histórico, ele tinha uma série de
contato com outras pessoas principalmente
limitações, porque não foi projetado para ser
quem viaja sozinho ou em grupos pequenos. Já
um hostel. Eu fiz vários amigos nesse de Ouro
vendi muito hostel ‘de luxo’ para pessoas que
Preto. O quarto que eu fiquei era ok, tinha
tinham dinheiro pra pagar um super hotel, mas
80
acessível
financeiramente.
Como
preferiam ficar em hostel para ter experiências
café da manhã, café da manhã e almoço
culturais com outras pessoas. O perfil do cliente
ou os dois mais o jantar, então são bem
é jovem, nunca vendi hostel para pessoas com
flexíveis no tipo de serviço para se adaptar
mais de 30-35 anos. O pessoal procura bastante
a vida dos estudantes, porque tem gente,
hostel também que tenha cozinha, para poder
por exemplo, que passa o dia na faculdade
fazer as refeições, alguns tem café incluído na
então só toma café da manhã e janta.
tarifa que é servido em buffet, mas alguns não
e acabam deixando a cozinha à disposição
então a interação aqui é bem bacana porque
para o cliente fazer a comida que quiser.
tem as áreas de convivência mútua, tem um
Tem aqueles hostels que você paga a
grande salão com sofás, sinuca, máquinas de
estadia trabalhando por lá, limpando quarto,
bebida, salgadinhos, chocolate que funcionam
lavando roupa, lavando louça, etc. Esses
com moedas e fica bem perto da faculdade
são procurados mais por pessoas que estão
também. De vez em quando vem gente de fora
mochilando e querem ficar um período longo
também se hospedar, além dos estudantes,
de tempo no mesmo lugar.
porque acaba sendo uma opção mais barata
Os hostels costumam ter uns 2/ 3 quartos
do que hotel por ter tudo isso incluso. Sobre
privativos com duas camas de casal para
minhas experiências em hostel, eu fui para
atender o público que quer ter privacidade,
Paris semana passada, pesquisei hotel, hostel,
mas quer pagar menos. Alguns mantém o
airbnb e o último acabou sendo o mais barato
banheiro compartilhado e alguns fazem o
que o hostel, onde aluguei um apartamento
quarto privativo com banheiro. ”
inteiro, o motivo foi porque pesquisando e
Tem gente de várias partes do mundo,
conversando com as pessoas descobri que Homem, 23 anos, nasceu em Vinhedo (SP) e
o hostel virou moda para os jovens, então é
reside em Barcelona (Espanha), iniciou estudos
uma coisa legal, cool e descolado ficar em
em arquitetura e urbanismo e hoje estuda
hostel, por causa que tem festa, farra, você
gastronomia.
moradias
conhece gente do mundo inteiro, faz bastante
estudantis na Europa. Depoimento dado em 18
amizade, então o pessoal procura isso, se
de abril de 2017:
você ficar em um hotel, você fica isolado no
Hospedou-se
em
seu quarto, tem o serviço do mesmo, não tem
“Aqui onde estou, é uma residência
interação com o restante dos hóspedes e por
estudantil que tem parceria com a Universidade
isso que é bem mais caro. O hostel surgiu como
de Barcelona, então praticamente 90% das
uma proposta barata, você divide o quarto
pessoas que estão aqui são estudantes que
as vezes com 8 ou 10 pessoas, tem a opção
estão fazendo intercâmbio ou de outras
de você escolher o quarto individual, mas sai
cidades da Espanha que estão vindo estudar
quase o valor de um hotel. Em Paris tem uns
em Barcelona. É um sistema muito bom, porque
hostels que é puro luxo, que só de você ver
tem opções que quarto individual e quarto
aquele lugar você fica com vontade de ficar
compartilhado, todos são suítes, como um hotel,
lá, um tinha até um rooftop que era um bar
possui uma infraestrutura de academia, sala de
com piscina e cadeiras, então é exatamente
estudos, sala de música, sala de computadores,
isso, está crescendo muito e as pessoas se
uma pequena biblioteca, quadra de esportes,
interessam, conforme vai crescendo, a procura
área de convivência, sala de tv e um refeitório
vai aumentando e o preço do hostel aumenta.
onde você opta pelo tipo de pensão, como
Escolhi o airbnb pelo fato de eu ser mais
81
reservado, não gosto desse agito do hostel,
O terceiro foi o Le Montclair Montmartre,
a maioria das pessoas pagam o valor caro
em Paris. Foi muito legal também, só que
desses hostels pela experiência de conhecer
os banheiros eram um pouco precários.
pessoas do mundo todo e de ter festa o dia
Ficar em um hostel é uma experiência
todo. Eu gostaria de ficar em um hostel, por
maravilhosa, para conhecer pessoas, ver
ser um ambiente jovem e mais alegre, mas
novas culturas. O fato de estar num quarto
eu sou o tipo de pessoa que não gosta de
com cinco e até mais pessoas pode estranhar,
dividir as coisas, não ficaria em um quarto
mas é algo bem desafiador. O hostel tem
compartilhado a não ser que fosse necessário,
sempre uma pegada de jovem viajante.
o que eu percebo é que esse hostels não tem
Num projeto de hostel eu focaria em dar mais
a opção de um quarto individual, se você
conforto às acomodações e banheiro. Um
quiser um quarto privativo, tem que reservar
ponto muito importante, nos hostels que fiquei
um quarto compartilhado inteiro, por isso que
nunca tinha um espaço bom para guardar as
ele sai caro, por exemplo, se um quarto cabem
bagagens e coisas pessoais, era a parte que
oito pessoas e você quer ficar sozinho, tem
mais dava medo. Então um hostel com uma
que pagar o valor referente a oito pessoas,
grande área de armários seria bem bacana.
uma solução que eu penso é de ter a opção de uns 4/ 5 quartos individuais próprios, menor, para uma pessoa, aí sairia num custo menor e atingiria dois públicos os que não ligam em compartilhar quartos e os que querem a energia do hostel, mas com privacidade.” Homem, 22 anos, nasceu em Diadema (SP) onde reside, estuda arquitetura e urbanismo.
Figura 121 – Hostel Era, Madrid, Espanha. Fonte: Google Maps.
Hospedou-se em hostels na Espanha, Portugal e França. Depoimento dado em 18 de abril de 2017:
“Eu já fiquei em três hostels, o primeiro foi
o Hostel Era, em Madrid. A minha experiência, em geral, foi bem bacana. A estrutura dos três era bem legal. Uma coisa muito legal dos hostels são as áreas comuns, eles dão muito foco pra isso nos projetos. Quase sempre
Figura 122 – Alma Porto Hostel, Porto, Portugal. Fonte: Google Maps.
na recepção, tem vários sofás e poltronas, para propiciar o contato entre as pessoas desconhecidas, muito legal isso. Um ponto a
ser
melhorado
são
as
acomodações.
O segundo foi o Alma Porto Hostel, em
Porto - Portugal. Foi o melhor de todos. Mas os hostels em geral tem uma planta meio confusa, normalmente eles são construídos em casas ou edifícios antigos, coisa que pode atrapalhar.
82
Figura 123 – Le Montclair Montmartre, Paris, França. Fonte: Google Maps.
Mulher, 22 anos, nasceu em Caçapava (SP) e
reside em São Paulo (SP), estuda arquitetura e
transformação no Rio de Janeiro, com uma
urbanismo. Hospedou-se em hostels do Rio de
atração de comércio, possui cinema de
Janeiro. Depoimento dado em 18 de abril de
rua e o metrô era na esquina do hostel. Foi
2017:
uma experiência muito legal por causa da
Botafogo é um bairro que está em
localização e por ser só nós quatro no quarto. ”
“Me hospedei em um hostel com meus
pais e minha irmã no carnaval de 2016 no Rio
Mulher, 22 anos, nasceu em São Paulo (SP)
de Janeiro, inclusive passei meu aniversário lá.
onde reside, formada em publicidade e
Fiquei no Eco Hostel, no Botafogo, são duas
propaganda. Hospedou-se em um hostel no
unidades na mesma rua e a gente ficou na
Canadá. Depoimento dado em 18 de abril de
mais antiga, acredito que as duas sofreram um
2017:
retrofit, pois as edificações eram bem antigas. Nós escolhemos o hostel pela localidade no
Rio, pelo valor mais acessível que um hotel e
Montreal central em Montréal, Canadá. Amei
pela acomodação que no caso escolhemos
ficar lá! Tinha gente de tudo quanto era lugar.
uma suíte privativa com uma cama de casal
Minhas percepções:
e dois beliches, que acomodava no total
1. Não ter lugar para colocar toalha de banho
seis pessoas, era muito grande. Tinha tv, uma
recém usada. Eles sempre trocavam, mas
cafeteira, um frigobar e um banheirinho, mas
quando você acaba de usar não tinha onde
eu sei que nesse mesmo hostel tinham quartos
deixar aí ficava um monte de toalha molhada
e banheiros coletivos.
no quarto;
2. Amava que tinha cozinha coletiva, você
Embaixo ficavam um comércio, uma
“Me
hospedei
no
Hostel
Samesun
loja de coisas para casa e em cima ficava
podia cozinhar sua própria comida lá;
o hostel, então você subia uma escada
3. Tinha frigobar no quarto e isso ajudava muito;
(acessibilidade zero) com as malas e chegava
4. Salas de TV, também amava. Dava uma
em uma recepção que não tinha ninguém
integrada entre as pessoas;
para receber direito, pois a recepção ficava
5. Tinha armário no quarto, mas alguns ficavam
na outra unidade que era bem mais moderna,
no alto e quem tem mala grande ficava ruim
tecnológica e recém reformada. Na entrada
de abrir toda hora para pegar coisa;
tinha uma sala, uma varanda e os quartos em
6. Todas as camas tinham um abajur preso,
um corredor imenso.
isso era bom porque não precisava acender a luz do quarto todo e atrapalhar quem estava dormindo; 7. Tinha uma sala geral com TV, mesas e era onde tomávamos café da manhã. As mesas eram feitas de moedas de 1 centavo, achei o máximo; 8. Tinha mesa de computador para usar livre lá, achei bem útil; 9. Acho que para quarto de pelo menos seis
Figura 124 – Eco Backpackers Hostel, Botafogo, Rio de Janeiro. Fonte: Google Maps.
pessoas já podiam ter dois banheiros. Meu quarto tinha 8 pessoas e era difícil dividir. Amava
83
que tinha um banheiro “independente” do lado
manhã, pois nosso foco era nos passeios de
de fora, com chuveiro. Ia para lá tomar banho,
aventura do local, nos atendeu muito bem.
era mais limpo porque quase ninguém usava. ”
Mas também não compartilhei nem quarto nem banheiro, pois neste hostel havia um misto de quarto compartilhado e quarto individual, que foi o que ficamos, com banheiro privativo. Como era bem pequeno, como a maioria deles, fomos bem recebidos e tratados e como a maioria dos hóspedes só dormia uma noite e seguia viagem, nós acabamos estreitando os laços com a gestora do hostel pela quantidade de noites que ficamos. ”
Figura 125 – Hostel Samesun Montreal central, Montréal, Canadá. Fonte: Ostrovok.
Mulher,
Mulher, reside em São Paulo (SP), formada em
urbanismo. Hospedou-se em 16 países pelo
arquitetura e urbanismo, administração de empresas e especialização em administração hoteleira, hoje é professora nos cursos de hotelaria, arquitetura e urbanismo, tecnologia em eventos e em gastronomia. Hospedouse em um hostel na Alemanha e no Chile.
25
anos,
nasceu
em
Campinas
(SP) onde reside, formada em arquitetura e mundo. Depoimento dado em 02 de maio de 2017:
“Viajei por 36 países e me hospedei em
hostel em pelo menos 16 deles: Alemanha (Berlim), Argentina (Buenos Aires, El Calafate,
Depoimento dado em 25 de abril de 2017:
Ushuaia),
Croácia (Zadar e Split), Escócia (Glasgow),
“Tive duas experiências em hostel. As
duas foram fora do país. Uma em Dusseldorf na Alemanha onde o meio de hospedagem era dividido em hostel e hotel econômico. As áreas comuns eram as mesmas, inclusive de café da manhã. E me atendeu muito bem, pois não tinha a intenção de compartilhar um quarto. E assim consegui me hospedar de forma barata, visto que era somente uma parada para darmos continuidade à viagem, e confortável também, pois as instalações tinham o que eu necessitava: uma cama confortável
e
um
chuveiro
adequado.
A outra experiência foi em Punta Arenas
no Chile onde a maior parte das hospedagens da cidade é hostel. Sendo assim ou eu me hospedava em um hotel super luxuoso ou em um hostel. Como o objetivo com a hospedagem era somente dormir, tomar banho e café da
84
Brasil
(Florianópolis,
Maragogi,
Paripueira, Maceió, São Paulo), Bulgária (Sofia), França (Paris), Grécia (Santorini), Inglaterra (Londres), Irlanda do Norte (Bushmills), Malta (Sliema), Marrocos (Marrakech, Fes e Essaouira), Polônia (Krakow), Romênia (Bucareste), Suíça (Kandersteg) e Turquia (Istambul e Ephesus).
Gosto bastante de me hospedar em
hostel pela praticidade e autonomia que oferecem: são baratos, costumam ter bom serviço de Wi-fi e muitas vezes te oferecem opção de cozinhar sua própria comida para economizar e não há toda a formalidade de um hotel. Por exemplo, não vão ficar te importunando
e
oferecendo
passeios
ou
serviços, a menos que você peça. Justamente porque o público que procura hostel já está interessado em gastar pouco, então não vai adiantar oferecer serviços extras que não caberão no orçamento deles.
Uma coisa sobre Hostel que me fascina
Segurança também é outro quesito
é sua versatilidade: já me hospedei em hostel
para se atentar quando se hospeda em quarto
buscando somente um lugar para descansar
compartilhado:
e não ser incomodada assim como já me
adquiri me hospedando foi de sempre buscar
hospedei procurando fazer amigos para passear
por hostel com locker espaçoso (que caiba um
e conversar, em ambas as situações encontrei
mochilão de 50L) e, de preferência, próximo à
o ambiente que procurava. Essa é a beleza
cama. No One World Hostel, na Polônia, assim
sobre esse tipo de hospedagem, vão respeitar
como no Okupe Hostel, no Brasil (São Paulo), há
sua privacidade se você demonstrar que é
lockers individuais presos às camas, de modo a
isso que quer, mas também, se você oferecer
dificultar muito qualquer tentativa de furto.
abertura, irão te convidar para conversar.
Por exemplo, quando me hospedei na
observo em hostels em geral é com relação a
Croácia (Hostel Canki e Hostel Split Backpackers
acessibilidade. A maioria não está preparado
2), por exemplo, eu já tinha um roteiro todo
para receber cadeirantes ou mesmo pessoas
planejado e não havia muito tempo para
com
conversar e ficar à toa no hostel, além de estar
estreitos, escadas como única alternativa
cansada por ser o final de um mochilão de
para vencer desníveis, aberturas com 60cm
25 dias. Logo, foi ótimo que ambos os hostels
de largura, banheiros mal projetados, entre
oferecessem beliches com cortinas individuais,
outras falhas. Por mais que entenda que
para dar mais privacidade aos hospedes que
o custo para adequação das instalações
só queriam uma cama para descansar em
costuma ser elevado, acredito que é algo a
paz. Por outro lado, quando me hospedei no
ser considerado, visando a própria expansão
Marrocos (Equity Point Marrakech, Riad Hala e
do negócio e captação de novos hospedes.
Riad Etoile de Mogador), eu tinha mais dias para
Para exemplificar, de todos os hostels em que
conhecer o local então estava interessada em
me hospedei somente 4 eram acessíveis na
fazer amigos, sair e trocar dicas de passeios. O
época: Santorini Youth Hostel (nem todas as
hostel possui um lounge grande, terraço, vários
acomodações eram acessíveis), Hostel Canki
sofás e até um bar e piscina, foi excelente para
(nem todas as acomodações eram acessíveis)
a ocasião.
e Massimo Vila Madalena e Okupe Hostel
São Paulo (em ambos todas eram acessíveis,
Por outro lado, uma coisa que sempre
uma
experiência
que
eu
Agora como arquiteta, uma falha que
mobilidade
reduzida:
corredores
me deixa apreensiva em Hostel é a questão da
porem
higiene, principalmente no caso de banheiros
Para
compartilhados. Todos sabem que higiene é
experiências
um conceito culturalmente aprendido, sendo
foram muito positivas. Em geral me hospedei
natural que varie de cultura para cultura/ país
em lugares com bom custo/benefício, pude
para país. Por isso acho essencial além de
fazer amigos e companheiros de passeios,
checar nas fotos as condições do banheiro,
alguns dos quais mantenho contato até hoje.
ler os comentários das avaliações do hostel.
Penso que, tomando os devidos cuidados,
E mesmo tomando esses cuidados, ainda
com higiene e segurança principalmente,
se esta suscetível a surpresas desagradáveis
hostel é a forma mais pratica e versátil para
no que diz respeito a banheiro. Aliás, se for
se hospedar; é abrir mão do luxo, mas ainda
para citar algo que em geral eu não gosto
manter certo conforto na hospedagem. ”
em
hotel
seria:
banheiro
compartilhado.
nem resumir,
todos posso me
os
banheiros dizer
que
hospedando
em
eram). minhas hostel
85
8.1. CONCLUSÃO
A partir dos depoimentos, podemos
e festas, foram elogiados nos hostels em que
entender melhor a necessidade dos usuários
possuíam por promover o intercâmbio cultural.
de hostel durante sua estadia, que em sua
maioria buscam por valores mais baixos, design,
albergues são instalações em edificações
conforto e interação social, entendendo o
antigas,
que as pessoas aprovaram e reprovaram nas
a
hospedagens em que se alojaram, auxilia assim
dado que essa questão não era abordada
no projeto Poshtel a fim de atender a todas
antigamente, para atender a isso todas as
as exigências, como por exemplo o tamanho
novas edificações devem se enquadrar nas
dos quartos e banheiros que em sua maioria
normas de acessibilidade (NBR 9050). Partindo
foram alegados pequenos, tornando difícil a
da questão de atender a diversidade, os tipos
locomoção e a privacidade entre beliches,
de dormitório diferenciados podem ampliar o
que podem ser resolvidas com cortinas. Ás
público frequentador de hostels, por exemplo,
áreas de convivência assim como os bares,
indivíduos e casais que não simpatizam em
sala de jogos, de televisão, lan house e cozinha
compartilhar o quarto, podem optar por
coletiva que esporadicamente oferecem shows
quartos privativos, atualmente alguns hostels já
Como grande parte dos hostels e não
projetadas
acessibilidade
se
para
torna
oferecem esse tipo de serviço.
86
um
esse
fim,
problema,
87
9. PROJETO POSHTEL
88
9.1. LOCALIZAÇÃO
Os
serviços
de
hospedagem
devem ser fornecidos onde há demanda, sua localização influenciará na viabilidade e sucesso do negócio. O projeto se localizará, em um terreno livre de edificações e para que seja acessível pelos usuários que são predominantemente jovens e turistas, ficará localizado próximo a uma estação de metrô que possua uma centralidade e uma característica de restaurantes, bares e equipamentos culturais, Figura 126 - Mapa de localização dos hotéis da região da um lugar que atraia pessoas e que possua a Av. Paulista e Fradique Coutinho. necessidade para tal hospedagem, ou seja,
Fonte: Trivago com edição própria.
deficiente em hospedagem barata. Para que isso ocorra, foram feitas algumas comparações entre a região da Av. Paulista, no bairro Bela Vista e na região de Pinheiros próximo a estão de metrô da Fradique Coutinho onde atrai pessoas para a Vila Madalena.
Nos mapas ao lado pode-se perceber
uma maior concentração de hotéis e hostels de diversas qualidades e valores na região da Av. Paulista no bairro Bela Vista e alguns no Itaim Bibi, na região da Fradique Coutinho há poucas opções de hospedagem, logo foi
Figura 127 – Mapa De localização dos hostels da região da Av. Paulista e Fradique Coutinho. Hostel World com edição própria.
a região escolhida para a implantação do Poshtel.
O terreno se localiza na zona oeste
de São Paulo (SP), na Prefeitura Regional de Pinheiros e distrito de mesmo nome. Em 1958, no local possuíam casas em lotes pequenos e em 2017 as casas foram demolidas para dar lugar a um edifício (ainda não construído), atualmente no lote ocupa um estacionamento, com nenhuma vegetação, apenas algumas na calçada.
Figura 128 – Mapa dos Distritos de São Paulo. Fonte: Wikipédia com edição própria.
89
Para a escolha do terreno, foram
analisadas as seguintes condições: um lote sem edificações e próximo a estação de metrô Fradique Coutinho (linha amarela). O terreno delimitado acima possui 3000m² (60 x 50 m), duas esquinas e fica entre as ruas Henrique Monteiro, Bianchi Bertoldi e Dr. Fernandes Coelho, mas a pretensão é reduzir o terreno para apenas uma esquina, atualmente o uso Figura 129 – Mapa de localização do terreno em 1958. Fonte: GeoPortal.
Figura 131 - Mapa de localização do terreno escolhido para implantação do Hostel. Fonte: Google Maps (imagens de 2017) com edição própria.
é de estacionamento e em um futuro próximo
Imagem e do Som), Estádio do Morumbi e do
passará a ser um edifício de serviços. A distância
Pacaembu, Parque do Ibirapuera, Parque da
com estação de metrô Faria Lima (linha amarela)
Aclimação, das centralidades de comércios
no Largo da Batata é de 600m ou 6min a pé e
e restaurantes da Fradique Coutinho, Vila
a distância com estação Fradique Coutinho é
Madalena, Itaim Bibi e Vila Olímpia, e das
de 750m ou 9min a pé (informações retiradas
grandes avenidas de acesso como a Avenida
do Google Maps). Está próximo ao Shopping
Paulista, Corredor Norte-Sul, e Marginal Pinheiros.
Eldorado, Jockey Club, Parque do Povo, MUBE
(Museu Brasileiro da Escultura), MIS (Museu da
podemos perceber que em sua maioria o uso é
90
No mapa de usos no entorno do terreno,
Figura 130 - Mapa de localização do terreno escolhido para o hostel em relação a cidade de São Paulo. Fonte: Google Maps (imagens de 2017) com edição própria.
de serviços, incluindo restaurantes, cafés e escritórios, possui alguns edifícios residenciais e poucos comércios locais. O gabarito no entorno imediato é predominantemente alto e se estende ao longo da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na qual está próxima de bairros residenciais de gabarito baixo.
Figura 134 - Foto do terreno atual. Fonte: Autoria própria.
Figura 132 - Mapa de usos do entorno do terreno e direção das vias. Fonte: Google Maps (imagens de 2017) com edição própria.
91
Figura 133 – Perspectiva para visualização do gabarito do entorno. Fonte: Google Maps (imagens de 2017) com edição própria.
Figura 135 – À esquerda o terreno e à direita cafeterias, ruas arborizadas. Fonte: Autoria própria.
Figura 136 – Entorno: restaurantes. Fonte: Autoria própria.
Figura 137 – Centro empresarial com espaços públicos. Fonte: Autoria própria.
92
Figura 138 – Edifícios corporativos. Fonte: Autoria própria.
Figura 139 – Edifícios residenciais. Fonte: Autoria própria.
9.2. ZONEAMENTO
O terreno escolhido se localiza em uma
área de zona mista de alta densidade, conforme o antigo zoneamento e seu entorno imediato em uma zona mista de média densidade. Segundo a nova Lei de Zoneamento sancionada pelo ex Prefeito Fernando Haddad, o terreno se localiza em uma zona denominada ZEU (Zonas Eixo de Estruturação da Transformação Urbana) em que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva altas e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo. O coeficiente de aproveitamento será quatro – fator que, multiplicado pela área do terreno, indica a quantidade de metros quadrados que podem ser construídos em um lote.
Tabela 9 – Parâmetros de ocupação dos lotes. Fonte: Elaboração própria com dados da Gestão Urbana – Prefeitura de São Paulo.
Figura 140 – Nova Lei de Zoneamento. Fonte: Associação Comercial.
93
9.3. PROGRAMA Térreo:
2º Andar:
• 2 Recepções: O hall da recepção é a área
•
que mais influi positiva ou negativamente para
com beliches de solteiro onde cada uma
o hostel, é onde o hóspede tem o seu primeiro
possui a sua própria janela, luminária, tomada,
e último contato com a edificação.
pequena prateleira e cortina individual;
• 2 Salas de bagagem: acolhe as malas
•
4 Dormitórios coletivos mistos: equipados
4 Sanitários: 2 femininos e 2 masculinos.
antes do check-in ou após o check-out para o hóspede poder usufruir pelo resto do dia na
3º Andar:
cidade;
• 8 Dormitórios (suíte) privativos: para até duas
•
3 Comércios locais: farmácia, lavanderia
pessoas; 2 Dormitórios (suíte) semi-privativos: para
que atende aos hóspedes e moradores locais
•
e padaria.
família ou grupo de amigos até cinco pessoas;
•
Pub/ Hamburgueria com cozinha industrial:
como
a
segunda
maior
de
com beliches de solteiro onde cada uma
hospedagens, será implantado para auxiliar
possui a sua própria janela, luminária, tomada,
na economia do hostel, ele deve estar
pequena prateleira e cortina individual;
estrategicamente
• 2 Sanitários: 2 femininos.
integrado
atividade
• 2 Dormitórios coletivos femininos: equipados
ao
hall
com
acesso livre para a rua, para que seja de fácil acesso por pessoas não hóspedes;
4º Andar:
• 2 Depósitos de lixo;
•
• 4 Sanitários: 2 femininos e 2 masculinos;
todos se encontram para conversar, trocar
• 1 Espaço Expositivo;
ideias sobre passeios e viagens. um terraço
• 3 Estúdios de Música;
com piscina de container com solário, um
•
espaço para eventos, um espaço para jogos e
Praça Pública com cinema ao ar livre,
4 Áreas de convivência: é o lugar onde
descansos, bicicletário, espelho d’água e
um espaço para leitura e trabalho;
vegetação.
• 4 Sanitários: 2 femininos e 2 masculinos.
1º Andar: •
Cozinha: com característica comunitária,
onde se pode fazer a própria refeição; • Área de alimentação; •
3 Sanitários: 1 feminino, 1 masculino e 1
unisex; • Cinema coletivo; • Escritório do hostel; • Vestiário para funcionários; • Copa para funcionários; • Depósito.
94
9.4. PROJETO
Figura 141 - Partido. Fonte: Autoria própria.
O partido da praça se deu pela orquestra
São oito milhões de habitantes
Angels In The Architecture (Frank Ticheli), a
Aglomerada solidão
vibração do som foi inserida no terreno e a
Por mil chaminés e carros
partir do seu contorno abstraímos suas linhas
Caseados à prestação
para uma forma mais simples, onde a externa
Porém com todo defeito
de tornou a diferença do desenho de piso e
Te carrego no meu peito (ZÉ, 1968)
a interna um espelho d’água que atravessa o terreno. O partido do projeto se deu por dois
Música na qual a autora deste projeto
fatores, o primeiro pela música São, São Paulo
enxerga São Paulo, em uma relação de “amor
(Tom Zé):
e ódio”. Sendo assim a palavra “São Paulo” foi inserida no terreno, em seguida uma abstração São, São Paulo
das letras por formas geométricas (retângulo,
Quanta dor
triângulo e círculo) e unindo as mesmas por
São, São Paulo
linhas. Assim, promovendo o formato do
Meu amor
projeto, as linhas verticais das extremidades
São oito milhões de habitantes
deram o edifício, a linha diagonal que une
De todo canto em ação
os retângulos deu o formato da passarela e a
Que se agridem cortesmente
linha diagonal que une os triângulos deram a
Morrendo a todo vapor
direção dos estúdios de música.
E amando com todo ódio Se odeiam com todo amor
O
segundo
fator
surgiu
devido
a
95
necessidade de que todos os beliches possuíssem
livremente sob o estúdio.
uma abertura individual que proporcionasse
iluminação e ventilação natural para que
tem como objetivo atrair movimentação em
houvesse uma boa qualidade ambiental no
diversos períodos do dia, para não tornar o local
interior do edifício, principalmente nos quartos;
inseguro. Para isso, pensamos usos diversos com
e amplos espaços para convivência em grupo,
acesso tanto da rua quanto da praça, uma
a fim de proporcionar o intercâmbio cultural.
lavanderia que atende também ao hostel,
Para que o partido ocorresse, o programa foi
um pub/ hamburgueria com cozinha industrial
dividido em dois blocos a fim de minimizar a
que pode ser visualizada por 180º através de
verticalização, dado que todos os beliches
fechamentos em vidro, e uma padaria, onde
devem se localizar no perímetro do edifício.
suas mesas se estendem em direção a praça
O formato retangular também foi dado a
cobertas por um pergolado de madeira, um
partir das medidas proporcionais a um quarto
espaço de exposição para pequenos artistas e
com beliches em sua periferia, circulação e
as recepções do hostel com sala de bagagem
armários no centro. As faces leste e oeste, com
fechada por elementos vazados para guardar
exceção do térreo, foram tratadas com brises
as malas antes do check-in e após o check-out.
de madeira ecológica para proporcionar um
Os depósitos de lixo se encontram na mesma
conforto térmico e os ambientes em sua maioria
face do muro, para que seja evacuado em um
possuem paredes verdes para o conforto e
local menos movimentado.
frescor.
Para o projeto de um hostel urbano,
os sanitários foram inseridos no centro de cada
pensamos o nível da rua público, onde podem
bloco para que atendessem a todo o andar, os
acontecer diversas atividades que também
sanitários irão possuir uma parede verde para
incentivam pequenos artistas e músicos a
que transmita conforto e qualidade junto a
divulgar seu trabalho. A extensa praça de
uma abertura.
convívio público possui dois tipos de piso
desenhados pela vibração do som da orquestra
de convívio entre os hóspedes, como a área de
Angels in the Architecture, um permeável para
alimentação com cozinha coletiva e sala de
que a maior parte do terreno não agrida ao
cinema, a área de serviço e administrativo do
meio ambiente e o outro um deck de madeira
hostel. Todas, exceto o cinema são rodeadas
unindo os dois edifícios juntamente a um linear
por janelas de vidro que vão do chão ao teto.
espelho d’água cortado por passagens, há
Os pavimentos de dormitório se totalizam em
também uma cobertura ajardinada no muro
dois andares, um andar de quartos coletivos
que separa o terreno dos vizinhos. A praça
mistos e no outro andar parte coletivo feminino
O térreo do edifício de caráter público
As circulações verticais dos edifícios e
No primeiro pavimento acontecem áreas
possui dois bicicletários, um cinema ao ar livre com bancos feitos a partir de pallets, bancos de concreto e três estúdios de música (alugáveis) com isolamento acústico, onde 2 de suas faces são de vidro para que ocorra uma interação com a praça e as pessoas que estão a utilizando. Possui um telhado jardim para isolamento térmico, sendo que um deles é elevado para que o espelho d’água percorra
96
Tabela 10 - Número de leitos atingido. Fonte: Autoria própria.
e parte privativo e semi privativo, nos andares
O outro não possui um fechamento superior,
coletivos os sanitários são separados por
pois abriga uma piscina container, solário e um
gênero que atendem ao andar. Os beliches
espaço para eventos (alugável para pequenos
são de concreto e internamente revestidos do
shows, casamentos e festas), um pergolado
laminado da fibra de bananeira como parte
cobre parte deste. A sua cobertura possui um
dos móveis, possuem uma cortina, luz e tomada
telhado jardim com painéis fotovoltaicos e
individual. Os quartos privativos (suítes) possuem
tanques para reuso da água.
móveis que tornam o quarto multifuncional,
A estrutura do edifício se dá por pilares
para que em determinadas épocas do ano
metálicos de 0,20m, vigas metálicas de 0,30m
não fique subutilizado, então pode-se tornar
e laje de concreto de 0,14m. No estúdio, duas
uma sala de reunião ou um espaço totalmente
paredes estruturais, vigas metálicas de 0,25m
livre para o desejo do cliente.
e laje de concreto de 0,12m. A passarela de
Os terraços de caráter social são ligados
treliça possui dois pilares metálicos, um de 1m
por uma passarela treliçada apoiada em dois
e outro de 0,80m, vigas metálicas de 0,70m e
pilotis e nos edifícios. Um possui um fechamento
laje de concreto de 0,10m. A sua cobertura
em vidro para que possa se apreciar a vista, com
ajardinada abriga os painéis fotovoltaicos e
sala de jogos e uma sala de leitura e trabalho.
caixas d’água potável e de reuso.
IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO ESC 1:1200
5 5
5
Figura 142 - Implantação. Fonte: Autoria própria.
97
TÉRREO | ESPAÇOS PÚBLICOS
1 1
PLANTA TÉRREO ESC 1:1500
1 1
Figura 143 - Planta térreo. Fonte: Autoria própria.
1
RECEPÇÃO
34,83m²
2
DEPÓSITO DE BAGAGENS
4,66m²
3
COMÉRCIO (LAVANDERIA)
35,02m²
4
COMÉRCIO (FARMÁCIA)
35,02m²
5
COMÉRCIO (PADARIA)
43,95m²
6
ESPAÇO EXPOSITIVO
49,25m²
7
SANITÁRIOS
13,03m²
8
PUB/ HAMBURGUERIA
49,81m²
9
COZINHA INDUSTRIAL
25,90m²
10
DEPÓSITO DE LIXO
7,41m²
11
ESTÚDIO DE MÚSICA
37,94m²
12
BICICLETÁRIO
13
CINEMA AO AR LIVRE
Tabela 11 - Legenda térreo. Fonte: Autoria própria.
98
PRAÇA PÚBLICA CIRCULAÇÃO VERTICAL SANITÁRIO ESPAÇOS DE USO COLETIVO COMÉRCIO SERVIÇOS (HOSTEL) Figura 144 - Esquema de usos. Fonte: Autoria própria.
1º ANDAR | ESPAÇOS COLETIVOS E ADM
1 1
PLANTA 1º ANDAR | ESPAÇOS COLETIVOS E ADM ESC 1:1500
1 1
Figura 145 - Planta 1º andar. Fonte: Autoria própria.
1
ÁREA DE ALIMENTAÇÃO
88,19m²
2
ÁREA DE ALIMENTAÇÃO
53,84m²
3
COZINHA COLETIVA
22,10m²
4
SANITÁRIO
13,03m²
5
CINEMA/ TV
80,89m²
6
DEPÓSITO
8,20m²
7
SANITÁRIO UNISEX
5,94m²
8
SANITÁRO FUNCIONÁRIOS
13,03m²
9
VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS
6,15m²
10
COPA
21,30m²
11
ESCRITÓRIO
44,98m²
Tabela 12 - Legenda 1º andar. Fonte: Autoria própria.
CIRCULAÇÃO VERTICAL SANITÁRIO ESPAÇOS DE USO COLETIVO SERVIÇOS (HOSTEL)
Figura 146 - Esquema de usos. Fonte: Autoria própria.
99
2º ANDAR | QUARTOS COLETIVOS
PLANTA 2º ANDAR
1 1
ESC 1:1500
1 1
Figura 147 - Planta 2º andar. Fonte: Autoria própria.
1
QUARTO COLETIVO MISTO
67,67m²
2
SANITÁRIO
23,32m²
Tabela 13 - Legenda 2º andar. Fonte: Autoria própria.
CIRCULAÇÃO VERTICAL SANITÁRIO ACOMODAÇÕES
100
Figura 148 - Esquema de usos. Fonte: Autoria própria.
3º ANDAR | QUARTOS COLETIVOS E PRIVATIVOS
PLANTA 3º ANDAR
1 1
ESC 1:1500
1 1
Figura 149 - Planta 3º andar. Fonte: Autoria própria.
1
QUARTO COLETIVO FEM.
67,67m²
2
SANITÁRIO
23,32m²
3
QUARTO PRIVATIVO
13,66m²
4
QUARTO SEMI-PRIVATIVO
31,64m²
Tabela 14 - Legenda 3º andar. Fonte: Autoria própria.
CIRCULAÇÃO VERTICAL ACOMODAÇÕES
Figura 150 - Esquema de usos. Fonte: Autoria própria.
101
4º ANDAR | LAZER COLETIVO
1 1
PLANTA 4º ANDAR ESC 1:1500
1 1
Figura 151 - Planta 4º andar. Fonte: Autoria própria.
1
EVENTOS
88,53m²
2
PISCINA
88,53m²
3
SANITÁRIO
13,03m²
4
ESPAÇO DE JOGOS
88,53m²
5
ESPAÇO DE LEITURA E TRAB
88,53m²
Tabela 15 - Legenda 4º andar. Fonte: Autoria própria.
CIRCULAÇÃO VERTICAL SANITÁRIO ESPAÇOS DE USO COLETIVO PASSARELA
102
Figura 152 - Esquema de usos. Fonte: Autoria própria.
ESTRUTURAL
1 1
PLANTA ESTRUTURAL ESC 1:1500
1 1
Figura 153 - Planta estrutural. Fonte: Autoria própria.
DETALHE PAREDE DE VIDRO DUPLO ACÚSTICO E TÉRMICO ESTÚDIO DE MÚSICA ESC 1:10
DETALHE PAREDE ESTRUTURAL ACÚSTICA E TÉRMICA ESTÚDIO DE MÚSICA ESC 1:10 0,10m
0,10 0,10
103
CORTE AA
Figura 154 - Corte AA. Fonte: Autoria prรณpria.
CORTE BB
Figura 155 - Corte BB. Fonte: Autoria prรณpria.
CORTE CC 104
Figura 156 - Corte CC. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA RUA BIANCHI BERTOLDI
Figura 157 - VISTA 1. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA RUA HENRIQUE MONTEIRO
Figura 158 - VISTA 2. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA RUA DR. FERNANDES COELHO
Figura 159 - VISTA 3. Fonte: Autoria prรณpria.
105
VISTA EXTERNA RUA HENRIQUE MONTEIRO
Figura 160 - Vista externa. Fonte: Autoria própria.
VISTA ESTÚDIO DE MÚSICA/ PRAÇA
Figura 161 - Vista estúdio. Fonte: Autoria própria.
106
VISTA CINEMA AO AR LIVRE E BICICLETÁRIO
Figura 162 - Vista cinema ao ar livre e bicicletário. Fonte: Autoria própria.
VISTA RECEPÇÃO
Figura 163 - Vista recepção. Fonte: Autoria própria.
107
VISTA PUB/ HAMBURGUERIA
Figura 164 - Vista Pub/ Hamburgueria. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA CINEMA/ TV
Figura 165 - Vista cinema/ tv. Fonte: Autoria prรณpria.
108
VISTA ESCRITÓRIO DO HOSTEL
Figura 166 - Vista escritório. Fonte: Autoria própria.
VISTA ÁREA DE ALIMENTAÇÃO E COZINHA COLETIVA
Figura 167 - Vista área de alimentação e cozinha coletiva. Fonte: Autoria própria.
109
VISTA QUARTO COLETIVO
Figura 168 - Vista quarto coletivo. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA QUARTO SEMI-PRIVATIVO
Figura 169 - Vista quarto semi-privativo. Fonte: Autoria prรณpria.
110
VISTA QUARTO PRIVATIVO | VERSÃO QUARTO
Figura 170 - Vista quarto privativo versão quarto. Fonte: Autoria própria.
VISTA QUARTO PRIVATIVO | VERSÃO SALA DE REUNIÃO/ CO-WORKING
Figura 171 - Vista quarto privativo versão sala de reunião. Fonte: Autoria própria.
111
ESQUEMA CAMA EMBUTIDA
ESQUEMA MESA DOBRÁVEL
Figura 172 - Esquemas dos mobiliários. Fonte: Autoria própria.
VISTA ESPAÇO DE JOGOS
Figura 173 - Vista espaço de jogos. Fonte: Autoria própria.
112
VISTA ESPAÇO DE LEITURA E TRABALHO
Figura 174 - Vista espaço de leitura e trabalho. Fonte: Autoria própria.
VISTA ESPAÇO PISCINA
Figura 175 - Vista piscina. Fonte: Autoria própria.
113
VISTA ESPAร O PARA EVENTOS
Figura 176 - Vista eventos. Fonte: Autoria prรณpria.
VISTA EXTERNA
Figura 177 - Vista externa. Fonte: Autoria prรณpria.
114
VISTA SANITÁRIO
Figura 178 - Vista sanitário. Fonte: Autoria própria.
MATERIAIS UTILIZADOS Figura 179 - Materiais. Fonte: Imagens retiradas do Sketchup Texture Club.
concreto (edificação)
piso permeável (praça pública)
metal preto (vigas e caixilhos)
piso de madeira (praça pública)
madeira ecológica (brises)
laminado da fibra da bananeira (revestimentos)
madeira preta (portas)
vidro (janelas, divisórias, guarda-corpo)
115
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
116
Esta monografia teve como finalidade estudar o universo dos hostels, desde seus primórdios,
quando surgiu a necessidade de hospedagem no mundo em hostels e em hotéis, até o novo conceito de hostel, o público frequentador e as sensações que a arquitetura pode trazer ao indivíduo. Buscamos algumas normas que deveríamos seguir e estudamos alguns hostels que trabalham com o conceito poshtel em São Paulo principalmente, onde pudemos visita-los e possuir um pouco mais dessa vivência. O projeto hostel além de proporcionar a hospedagem, oferece uma área de convivência pública no térreo com uma praça, comércios e um bar, assim criando movimento durante todos os períodos. Internamente o hostel oferece quartos e banheiros com uma boa qualidade de iluminação e ventilação natural, e diversas áreas sociais que promovem o convívio entre hóspedes, tudo isso envolvido por uma arquitetura de caráter sustentável.
117
11. BIBLIOGRAFIA
118
11.1. CONSULTAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Nelson; BRITO, Paulo Lucio; JORGE, Wilson Edson. Hotel: Planejamento e Projeto. 7º ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004. CARVALHO, Caio Luiz. Breves Histórias do Turismo na Brasil. In: Luiz Gonzaga Godoi Trigo, editor. Alexandre Panosso Netto, Mariana Aldrigui Carvalho, Paulo dos Santos Pires, co-editores. Análises Regionais e Globais do turismo brasileiro. São Paulo: Roca, 2004. p. 19-38. CYPRIANO, Pedro. Desenvolvimento hoteleiro no Brasil: panorama de mercado e perspectivas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2014. GIARETTA, Maria José. Albergues da Juventude – Hi Hostels. In: Luiz Gonzaga Godoi Trigo, editor. Alexandre Panosso Netto, Mariana Aldrigui Carvalho, Paulo dos Santos Pires, co-editores. Análises Regionais e Globais do turismo brasileiro. São Paulo: Roca, 2004. p. 423-436 MEDLIK, S.; INGRAM, H. Introdução à Hotelaria: Gerenciamento e Serviços. 4º ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. NETO, Bazileu Alves Margarido. Prefácio. In: Sustentabilidade & Produção: teoria e prática para uma gestão sustentável. João Amato Neto, organizador. São Paulo: Atlas, 2011. NETO, João Amato. Gestão Sustentável da Cadeia de Suprimentos (Green Supply Chain Management): princípios e aplicações. In: Sustentabilidade & Produção: teoria e prática para uma gestão sustentável. João Amato Neto, organizador. São Paulo: Atlas, 2011. PALLASMAA, Juhani. Os Olhos da Pele: A arquitetura e os sentidos. Alexandre Salvaterra. Porto Alegre: Bookman, 2011. WISSENBACH, Vicente; TSUKUMO, Vivaldo. Hotéis. Cadernos Brasileiros de Arquitetura, São Paulo, Photochrom Fotolito, vol. 19, 1987.
119
11.2. CONSULTAS ELETRÔNICAS
Hotel Pharoux no Rio Antigo. In: Rio de Janeiro Aqui. Disponível em: <http://www.riodejaneiroaqui. com/portugues/rio-antigo-h-pharoux.html>. Acesso em 13 de março de 2017 às 22:55. Gestão
Urbana
SP.
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122
11.3. CITAÇÕES
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123