CENTRO DE EXCELÊNCIA EM MÚSICA E DANÇA
MARIANA DELLAMATRIZ DE LIMA MUHAMAD
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO MARIANA DELLAMATRIZ DE LIMA MUHAMAD ORIENTADOR: ARTUR KATCHBORIAN
CENTRO DE EXCELÊNCIA EM MÚSICA E DANÇA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário SENAC, Campus Santo Amaro, como exigência parcial para a conclusão do curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação do professor Artur Katchborian.
SÃO PAULO 2017
AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais, que ofereceram muito apoio e não mediram esforços para que eu chegasse até esta estapa da minha vida. À minha irmã Renata, que me inspirou na realização do tema desde trabalho. Aos professores e funcionarios do Centro Universitário Senac Santo Amaro que me acompanharam durante a graduação e ofereceram o melhor caminho de aprendizagem, em especial ao Professor Artur Katchborian, por sua orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia. Aos amigos que me acompanharam e apoiaram durante todo o processo. E por fim a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação acadêmica.
Obrigada!
RESUMO Este trabalho de conclusão de curso tem como proposta o desenvolvimento do projeto de um Centro de Excelência que envolve duas artes sublimes, a música e a dança. Para a fundamentação deste projeto, levou-se em consideração a escassez de espaços adequados e inovadores para a prática dessas artes, apontando para a necessidade e importância de execução deste projeto. Assim, diante desse contexto, foi escolhido como estudo de caso a compreensão da funcionalidade da construção desses ambientes integrados a essas atividades que proporcionam aos profissionais e aprendizes desenvolverem e potencializarem suas capacidades. Com o objetivo de facilitar o acesso aos usuários, o terreno escolhido para o desenvolvimento do projeto, situa-se na Praça da República, região central da cidade de São Paulo que tem proximidade ao fluxo das principais vias de transportes.
PALAVRA CHAVE: Centro de Excelência, Centro Cultural, música, dança, acústica.
ABSTRACT This final paper has as a proposal the development of the project of a Center of Excellence that involves two sublime arts, the music and the dance. For the reasoning of this project, it was considered the lack of adequate and innovative spaces for the practice of these arts, pointing to the need and importance of implementing this project. In view of this context, was chosen as a case of study to understand the functionality of the construction of these environments integrated to these activities that allows professionals and apprentices to develop and increase their capabilities. On intention to facilitate the access to the users, the building sit selected for the development of the project is located in Praça da República, central region of the city of São Paulo, which is close to the main transportation routes.
KEY WORD: Center of Excellence, Cultural Center, music, dance, acoustics.
SUMÁRIO LISTA DE IMAGENS E TABELAS APRESENTAÇÃO DO TEMA 15
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INTRODUÇÃO 16
PESQUISA DE REFERÊNCIA
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A FALTA DE LOCAIS ADEQUADOS SOM E ESPAÇO
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CARACTERIZAÇÕES DAS SALAS DE MÚSICA
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CARACTERIZAÇÕES DAS SALAS DE DANÇA
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MATERIAIS 24 ASPECTOS RELATIVOS À DEFINIÇÃO DO PROGRAMA
ESTUDO DO TERRENO
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ÁREA DE INTERVENÇÃO
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HISTÓRICO DO LOCAL
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TERRENO 33 MORFOLOGIA URBANA E RELAÇÕES FUNCIONAIS.
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USO DO SOLO E ATIVIDADES EXISTENTES 35 CIRCULAÇÃO 35 GABARITO 36 TOPOGRAFIA 36 PLANO DIRETOR
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PROGRAMA DE NECESSIDADES PROJETO 43 PARTIDO 44 IMPLANTAÇÃO PLANTA CORTE
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DETALHAMENTO IMAGENS 3D
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CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS 65
12
54
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LISTA DE IMAGEM E TABELAS Figura 1. Critérios em comum para análise de salas de concerto e salas de estudo. (Fonte: ROCHA, Leticia de S, 2010.) 7 Figura 2. Figuras audíveis (Fonte: Autor, 2005) Figura3. Emissão de ondas sonoras com múltiplas reflexões. Fonte: Mundo Educação Figura4. Tempos de reverberação recomendados para vários ambientes, definidos por sua função e por seu volume (Ref: Rigden, Physics and the sound of music) Figura 5. Fórmula para o cálculo do tempo de reverberação Figura 6. Requerimentos gerais para as salas de fala e música (BUILDING BULLETIN 93, 2003). Figura 7. Características desejadas para cada instrumento (Fonte: Dissertações, UFPR, 2016). Figura 8. Sala de música da faculdade de música de Lisboa. Figura 9. Sala São Paulo. Fonte: SALA SÃO PAULO Figura 10. Sala de música da Praça das Artes. (Fonte: Archdaily) Figura 11. Sala de Ballet da Escola de teatro e dança Vivace. Fonte: vivace escola Figura 12. Salas de dança da praça das artes. Fonte: Nelson Kon Figura 13. Exemplos de vedações acústicas. Fonte: Portal Metálica. Figura 14. Corte detalhado do encontro da parede e o piso Fonte: Portal Metálica Figura 15. Laje flutuante (Fonte: Abrapex) Figura 16. Ilustração esquemática da posição dos pisos. Fonte: Abracon Figura 17. Detalhamento do sistema de vidros acústicos. Fonte: Portal Metálica Figura 18. Vidro duplo, suporta de 65dB a 85 dB (Fonte: Amendes) 13
Figura 19. Detalhamento da porta. Fonte: Portal Metálica Figura 20. Setorização de usos da Praça das Artes. (Fonte: ARCHDAILY) Figura 21. Auditório da Instituição Cleveland Figura 22. Sala de dança do estúdio Anacã. Figura 23. Pontos Culturais próximos ao terreno. (Fonte: Google Mapas) Figura 24. Entorno do terreno. (Fonte: Google Mapas) Figura 25. Mapa de Uso e Ocupação do Solo. (Fonte: Autoria própria) Figura 26. Mapa de gabarito (Autoria própria) Figura 27. Topografia do terreno (Autoria própria) Figura 28. Características das zonas de uso do Distrito Sé. (Fonte: Prefeitura de São Paulo)
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APRESENTAÇÃO DO TEMA
OBJETIVO
JUSTIFICATIVA
O tema proposto para este trabalho tem como objetivo a elaboração de um projeto arquitetônico de um Complexo Cultural de Música e Dança na região central de São Paulo, focado na importância da criação de ambientes apropriados, com detalhamento acústico, dimensões e revestimentos pois, são fatores indispensáveis para qualidade do espaço e para o desenvolvimento e apresentação dos profissionais destas áreas.
Embora na cidade de São Paulo já exista programas culturais artísticos voltados para a música e dança, a região ainda anseia por construções de qualidade para a realização das artes. Os centros artísticos são desenvolvidos em práticas e exposições (apresentações ou performances), entretanto os espaços de aprendizado e desempenho musical e de dança, requerem exigências acústicas e tecnológicas do âmbito arquitetônico. O motivo da escolha do tema foi em virtude da falta de locais adequados e especializados em diversos tipos de instrumentos, de gêneros musicais e de danças. A falta de ambientes com infraestrutura dificulta a prática e desenvolvimento desse ramo artístico no Brasil. E também levando em conta que os centros musicais existentes estão divididos em núcleos, separados por categorias pela cidade, como por exemplo, orquestral, percussão, violão, canto, cordas, piano, etc. Portanto, a ideia é proporcionar um novo local que ofereça todo o suporte necessário e englobe todas as categorias de forma adequada e centralizada, oferecendo um ambiente com ampla diversidade de estilos musicais e de dança.
METODOLOGIA Para oferecer um embasamento teórico sobre a abordagem da problematização do objeto de estudo, no desenvolvimento do projeto foram realizadas uma série de pesquisas sobre o tema, sua funcionalidade e tecnologia, oferecendo compreensão e uma base para a elaboração do projeto arquitetônico.
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PESQUISA DE REFERÊNCIA
A FALTA DE ADEQUADOS
LOCAIS
A música e a dança sempre estiveram presentes na cultura da humanidade, são reconhecidas como parte fundamental na história da civilização e as principais formas de expressão. É avaliada por muitos pesquisadores como “modalidades que desenvolvem a mente humana, promovem o equilíbrio, proporcionando o bem-estar” (FERREIRA, Amanda). Apesar da variedade de gêneros musicais e estilos de danças e suas importâncias no Brasil, mesmo com excelentes profissionais e influentes, atualmente, as áreas de ensino dessas artes não são vistas como prioridade, prevalecendo os ambientes inadequados, apresentando problemas arquitetônicos com a utilização de ambientes construídos e destinados a outra finalidade que foram adaptados para salas de aula. Devido à falta de planejamento no isolamento ou condicionamento acústico, os ambientes podem apresentar problemas de interferência de ruídos externos, a falta ou excesso de reverberação (*), pisos e revestimentos não destinados às atividades, ocasionando a alteração na repercussão da música, atrapalhando a concentração, a prática e proporcionando um aprendizado deficiente dos alunos. “Podendo causar problemas vocais devido a sua má utilização, na tentativa de se sobrepor aos ruídos externos e, sobretudo vencer o rebatimento excessivo de sua própria voz. ” (SCHMID, Aloísio, 2013).
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No âmbito musical, tanto a audição quanto a prática requerem um espaço com qualidade acústica eficiente, uma vez que, ao exercer as atividades, é de extrema importância à qualidade do retorno da música, o quanto é reverberante, a mistura dos sons, entre outros. De acordo com uma pesquisa feita pelo O Autor, foi questionada, a maior dificuldade enfrentada nas salas de aula de música “73% dos professores se sentem incomodados, por exemplo, ou com ruídos externos vindos da rua ou de outros cômodos da edificação. Uma resposta que evidencia isso é: do ponto de vista das condições da sala, o maior problema é a falta de isolamento em relação às salas vizinhas. O som dos outros instrumentos vaza para dentro da sala e impede a percepção de sons formadores, harmônicos, diferenças sutis de afinação e batimentos. Às vezes impede inclusive que eu escute meus alunos.” (ROCHA, 2010).
Sendo assim, os ambientes de ensino devem possuir um ambiente com a possibilidade do músico se ouvir e ouvir com clareza os outros instrumentos. Ao tratar dos ambientes de dança, é necessária a mesma preocupação com o planejamento e construção, especialmente com o tipo de piso, visto como, da mesma forma que os ambientes impróprios podem causar problemas vocais, também prejudicam no desempenho do dançarino e até ocasionando lesões, com a instalação de pisos muito lisos ou aderentes, sem absorção de impactos. (*)tempo que a energia sonora permanece no ambiente depois que a fonte cessa sua emissão
SOM E ESPAÇO Para a construção de um espaço musical, é preciso compreender a conexão entre a música e a arquitetura, que de imediato passam despercebidas. Porém, ao fazer a comparação dos mesmos, como a abertura, acústica, altura, compasso, composição, escala, harmonia, ritmo, textura e variação, notamos a ampla semelhança entre a arquitetura e a música. De acordo com CARBONI (2012), a música tem passado por muitas mudanças com o melhoria da tecnologia no século XX, promovendo e facilitando a criação e compreenção da música. Mas, mesmo com esse avanço tecnologico recomenda-se projetar e construir o ambiente com as questões arquitetônicas recomendadas, para que não seja necessário fazer adaptações
A imagem expõe os critérios em comum para a criação e construção de uma sala, que ao analisar em conjunto, proporcionam a harmonização da criação de um ambiente qualificado. Considerando que em cada espaço construído se propaga um som e repercussões diferentes, ao projetar uma área destinada ao âmbito artístico, conta-se com os conceitos da física, o espaço e as ondas sonoras, para a transmissão correta da frequência, com qualidade, de acordo com o os timbres de cada instrumento. O fator determinante da qualidade, são os níveis de pressão sonora ou o volume dos sons, avaliados de acordo com sua frequência, onde os sons graves (baixos), avaliados com frequência de vibração baixa, possuem mais energia, e transmitem com maior facilidade através dos materiais, enquanto os sons agudos (altos), estimados de frequência de vibração alta e com menos energia, são mais propensos a sofrerem à
Figura 2. Figuras audíveis (Fonte: Autor, 2005)
Figura 1. Critérios em comum para análise de salas de concerto e salas de estudo. (Fonte: ROCHA, Leticia de S, 2010.).
O ambiente projetado deve transmitir o som de forma clara e inteligível, pois um espaço com uma acústica ruim pode ser considerado inutilizável. Essa preocupação é historicamente consolidada, com os teatros e igrejas da antiguidade de acústica perfeita, uma vez que eram desenhadas de maneira a reverberar o som sem causar ecos. 19
No período Barroco (1600-1750), a música era executada em espaços relativamente pequenos com as paredes acusticamente duras, e quando ocupadas o tempo de reverberação era de 1,5 segundos. Os compositores eram “íntimos” com esse tipo de ambiente e as músicas eram escritas para local. Porém no fim do século XVIII até meados do século XIX a popularidade de concertos cresceu, obrigando a ampliação das salas, passando a ter um tempo de reverberação maior, acompanhada de um aumento na presença tonal da música executada e ao mesmo tempo a clareza sonora, típica da música escrita no estilo clássico era preservada devido à geometria retangular das salas “estreitas”. Até hoje é preferível para os músicos e apreciadores ouvir esse estilo de música com baixos tempos de reverberação. Sendo assim, nos projetos de teatros e auditórios, dentro do condicionamento acústico, devem ser considerados os dimensionamentos relacionados aos critérios de qualidade acústica e cenotécnica, ligadas ao partido arquitetônico, como a geometria, volumetria, capacidade e distâncias. O fator principal para a criação de um ambiente ideal é a compreensão da reverberação do som, que nada mais é do que uma reflexão do som e o seu tempo de emissão no espaço. Como exemplo, é o que acontece em apresentações de auditórios, onde as ondas de som percorrem o ambiente até chegar ao ouvinte. O controle da reverberação é importante porque tem o poder de enriquecer ou prejudicar a qualidade de um som, pois quando o tempo é muito longo, haverá sobreposição de sons dificultando a 20
inteligibilidade, quando muito curto, o som desaparece imediatamente após sua emissão, dificultando a percepção em pontos afastados da fonte.
Figura3. Trajeto das ondas sonoras. (Fonte: Explicatorium)
É notável que parte da produção sonora é realizada, de acordo com a construção e a aplicação da acústica, que definem os níveis sonoros, tons, timbres, reverberações, ecos, distribuição espacial do som, etc.
Figura 4. Tempos de reverberação recomendados para vários ambientes(Ref: Rigden, Physics and the sound of music)
A qualidade do ambiente influencia na captação da transmissão e consequentemente na interpretação, deste modo, é possível distinguir os sons emitidos por cada instrumento e voz através de seu timbre. O tempo recomendado atualmente varia de acordo com o espaço desejado, por exemplo em uma sala de concerto, aconselha-se 1,2 segundos de reverberação, enquanto em um estúdio de música quase não há diferença de tempo de transmissão, indicando 0,2 segundos, para captar e gravar os instrumentos sem que tenha eco. Portanto, ao projetar o ambiente, é realizado do cálculo da área do ambiente e o tempo de reverberação para descobrir o volume necessário para uma melhor distribuição sonora.
Figura 5. Fórmula para o cálculo do tempo de reverberação. Fonte: Mundo Educação
CARACTERIZAÇÕES SALAS DE MÚSICA
DAS
Ao projetar uma sala de música é necessário saber qual finalidade dela, sendo para canto ou prática de instrumentos musicais, como bateria, guitarra / baixo, cordas clássicas, metais e madeira. Desta forma, o tratamento acústico será definido entre isolamento acústico, que é responsável pela barragem do som de um ambiente para outro, comumente usados em salas de aula, e condicionamento acústico, destinado ao ambiente interno que necessite de uma qualidade sonora de forma que o som não seja distorcido, com eco ou reverberação excessiva, recomendado para sala de concertos. De acordo com a tabela feita por Building Bulletin 93, a acústica em geral para a fala e para a música apresentam diferenças em suas condições para a boa repercussão do som.
Onde: TR = tempo de reverberação (segundos) 0,16 = constante V = volume da sala (m3) ∑= somatório α = coeficiente de absorção dos materiais A = área do piso, parede e tetos (m2) Figura 6. Requerimentos gerais para as salas de fala e música
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Com esta tabela, é possível entender a diferença entre a sala viva e a seca, na qual a viva apresenta o tempo de reverberação maior, e a seca o tempo de reverberação curto. Quando se refere à inteligibilidade da fala, é preferível o ambiente seco ao ambiente vivo, pois, a audição tende a ser menor que o ambiente vivo, vindo de uma mesma fonte sonora. As preferências se alteram de acordo com cada instrumento, uma vez que cada instrumento reproduz um som diferente. Sendo assim, apresenta-se na tabela a seguir de um modo resumido da tendência característica acústica de cada sala: Figura 8. Sala de música da faculdade de música de Lisboa.
Figura 7. Características desejadas para cada instrumento (Fonte: Dissertações, UFPR, 2016).
Cada tipo de instrumento exige um ambiente com características que variam entre viva, intermediária e seca. Porém, quando estão no mesmo espaço, por exemplo, em um Auditório, a característica elegida pelos músicos, maestros e engenheiros são os ambientes vivos, para produzir a execução perfeita de cada instrumento de som, com os tempos de reverberação entre 1,5 a 2,1 segundos. 22
As salas destinadas à prática de música da Faculdade de Música do Instituto Politécnico de Lisboa (2008) são exibidos como uma referência de construção que atende os padrões de necessidades de forma simples e de boa eficácia. “Tanto o edifício quanto as salas foram construídas em concreto, permitindo uma forma simples de obter níveis elevados de estabilidade e isolamento acústico, com a materialidade do pavimento das salas em madeira. ” (ARCHDAILY, 2012). Refletindo a construção de auditórios, considera-se como um grande modelo exemplar, a Sala São Paulo, que após sua reforma interna houve a fundição da acústica na arquitetura, tonando possível a propagação do som em todos os ambientes de forma uniforme.
Durante a reforma, para superar o barulho e as vibrações no bairro da Luz, localizado no Centro de São Paulo, considerado um local movimentado e “barulhento” por conta das ferrovias existentes, o local recebeu recursos acústicos de primeira linha, entre eles, o teto flexível, que permite ajustar a acústica para cada estilo sonoro, oferecendo o ambiente ideal para apresentações.
Paulistano e Ballet da Cidade, teve toda preocupação com a questão da acústica e as dimensões, oferecendo todas necessidades para o campo artístico.
Figura 10. Sala de música da Praça das Artes. (Fonte: Archdaily)
Figura 9. Sala São Paulo. Fonte: SALA SÃO PAULO
As madeiras sólidas aplicadas no teto, piso, parede e palco, promovem a baixa absorção acústica, refletindo as ondas sonoras. E os discos de Neoprene feitos de borracha sintética introduzida entre as lajes de concreto, sob o palco e a plateia, absorvem os impactos causados. Analisando o projeto da Praça das Artes, construída em 2012, pela Brasil Arquitetura, destinada para o ensino e prática de música e dança da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Corais Líricos e
Deste modo com toda a tecnologia avançada, há inúmeras soluções para a realização de uma construção de um ambiente musical, desde a mais simples até a mais sofisticada.
CARACTERIZAÇÕES SALAS DE DANÇA
DAS
Ao projetar as salas de danças, não se diferenciam muito das salas de música, é necessária a preocupação com a construção do ambiente para atender todas as exigências solicitadas. 23
Quando se trata de dança, a atenção se volta para o piso, por ter a preocupação de não atrapalhar o desempenho ou até mesmo causar lesões nos dançarinos. A flexibilidade, absorção do impacto e sua aderência, são os principais focos. O piso não deve ser macio demais, uma vez que induz a um trabalho muscular maior, e também não deve ter pouca maciez, pois leva as ondas de choque por todo o corpo podendo causar lesões nas articulares ou musculares. Sendo assim, para o Ballet, Hip Hop, Jazz e Dança Contemporânea, os pisos normalmente são construídos a partir de treliça de madeira apoiadas sobre coxins de borracha, cobertos por placas de compensado, que por sua vez são cobertas com linóleo, conhecidos como pisos flutuantes. Acarretando em uma combinação perfeita de flexibilidade e absorção, possibilitando a realização dos saltos e a movimentação sem causar lesões ou atrapalhar o desempenho.
Na composição do edifício da Praça das Artes, foi inserido um sistema de amortecedores e acústica sofisticada, aderindo ao uso de “lajes flutuantes” sobre amortecedores, com pisos construídos a partir de uma treliça de madeira apoiada sobre os amortecedores, aderindo uma flexibilidade maior ao piso, absorvendo os impactos e evitando que ocorra ondas de choques no
Figura 12. Salas de dança da praça das artes. Fonte: Nelson Kon
MATERIAIS SISTEMAS DE VEDAÇÕES VERTICAIS
Figura 11. Sala de Ballet da Escola de teatro e dança Vivace. Fonte: vivace escola
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Considerando que todos os tipos de construções que possuem um grau de isolamento, a solução escolhida deve estar em harmonia com toda a estrutura. O engenheiro acústico Juan Pierrard,
analisa os sistemas de vedação vertical interna em elemento base e elementos opcionais. Elemento Base: Vedação vertical - Paredes • Massivos: alvenaria (bloco de concreto ou cerâmica), concreto pré-moldado ou moldado “in loco”. • Leves: Drywall ou Steelframe, comumente utilizada internacionalmente com sistema construtivo de aço galvanizado. Elementos opcionais: • Revestimentos: Combinação de um elemento de base massivo e um revestimento de gesso, argamassa ou cerâmica.
Exemplos de materiais e vedações:
Figura 13. Exemplos de vedações acústicas; Fonte: Portal Metálica.
A escolha da tipologia deve envolver questões de peso, densidade e resistência, além da compatibilização com outros elementos da parede e procedimento de instalação, para impedir desalinhamentos na execução. “Alguns erros comuns são deficiências de estanqueidade da parede decorrentes de frestas, caixas de tomadas enfrentadas ou passagens de tubulações que podem acabar com o isolamento inicialmente projetado. “ (PIERRARD, Juan)
O sistema de vedação vertical externo, devem garantir o isolamento a ruídos aéreo (tráfego, aviões, trens, etc.), e são compostos geralmente por paredes e esquadrias (ponto mais fraco do isolamento acústico de uma fachada).
Figura 14. Corte detalhado do encontro da parede e o piso. Fonte: Portal Metálica.
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SISTEMAS DE VEDAÇÕES HORIZONTAIS Os sistemas de pisos devem garantir um desempenho adequado de isolamento acústico aéreo (conversações, TV, músicas, etc.) e de ruídos de impactos (passos, queda de objetos, etc.). As composições dos pisos são divididas em camada estrutural e contrapiso: Camada estrutural – Laje: pré-moldada ou concreto armado “in loco”. Contrapiso: Argamassa de cimento/areia Contrapiso flutuante: Material deve ser resiliente (mole) e que recupere sua forma, e é inserido entre a laje e o contrapiso. Figura 16. Ilustração esquemática da posição dos pisos. Fonte: Aubicon
SISTEMAS DE VEDAÇÕES EM ESQUADRIA:
Figura 15. Laje flutuante (Fonte: Abrapex)
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As esquadrias são os itens essenciais dentro do projeto acústico, por fazerem parte da fachada. Principalmente quando localizadas nos centros urbanos e em regiões próximas de grandes avenidas. Em casos como esse, é necessário realizar as esquadrias sob medida para realizar a vedação completa. Se diferenciam dos modelos convencionais, por conta de seus perfis mais espessos e tubulares, que são preenchidos com material isolante especial para vidros. “O produto tradicional é projetado para receber vidros de 6 a 8 mm de espessura. Já os caixilhos acústicos podem vir com câmaras de 45 mm” afirma Thomas Massami, gerente comercial da fabricante Silence Acústica.
A escolha dos vidros varia entre insulados (duplos) com performance melhor em altas frequências e laminados, mais eficazes com os isolamentos de ruídos de média e baixa frequência.
Figura 17. Detalhamento do sistema de vidros acústicos. Fonte: Clique Arquitetura
Figura 18. Vidro duplo, suporta de 65dB a 85 dB (Fonte: Amendes)
SISTEMAS DE VEDAÇÕES EM PORTAS As portas e as janelas são os pontos mais fracos da acústica, em geral, são os pontos mais comuns onde há vãos e passagens de ar e isolam apenas 12dB quando utiliza-se uma porta comum. A associação Brasileira para a qualidade acústica relata o quão relevante é a vedação para o ambiente acústico, onde “apenas 1mm de espaçamento entre o perfil e a parede pode reduzir o desempenho de uma janela em até 20dB. ” (Pró Acústica). Normalmente as portas acústicas, são fabricadas em madeira maciça, com duplo batente e dupla vedação. Incluindo o detalhamento da inclusão: • Veda portas: podem ser adesivos, parafusados ou embutido na selentina da porta. • Borracha ou escova veda frestas: colocados no rebaixo do batente entre o perímetro da folha da porta e o batente • Adesivo vedante acrílicos: utilizado para o preenchimento de fissuras e juntas, utilizadas entre o batente e a alvenaria).
Figura 19. Detalhamento da porta. Fonte: Portal Metálica
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ASPECTOS RELATIVOS À DEFINIÇÃO DO PROGRAMA O programa desenvolvido consistiu basicamente em criar um espaço que atenda às necessidades que o complexo cultural demanda. Utilizando como embasamento, instituições de usos equivalentes, como a Faculdade Julliard em Nova Iorque e Escola de Música Chetham’s no Reino Unido e a Praça das Artes, localizada na cidade de São Paulo. A partir da análise das instituições, nota-se um padrão dentro do programa de necessidades, definido em setores pedagógico, administrativo, social e audições. Edifício Amarelo: Corpos artísticos do teatro municipal, com o programa que inclui salas de ensaio da orquestra sinfônica municipal, orquestra experimental de repertório, óperas, coral lírico, coral paulistano e ballet da cidade. Edifício Roxo: Anexo e administrativo, nele inclui o hall de acesso com circulação vertical, sanitário, áreas de apoio e áreas administrativas. Edifício Verde: Área pedagógica, com salas para a prática e ensino de música e dança e áreas administrativas. Edifício Rosa: Edifício de documentação. Edifício Laranja: Ampliação do edifício de escola de música e dança discoteca e auditório. 28
Figura 20. Setorização de usos da Praça das Artes. (Fonte: ARCHDAILY)
Para o detalhamento dos ambientes musicais, também foi analisado o instituto de Música Cleveland, dos Estados Unidos, considerada uma das melhores referências de instituição de música com seu programa completo, contendo salas de estúdio para gravação, salas de guitarra/baixo, bateria, cordas clássicas, metais, piano, orquestra e canto.
Figura 22. Sala de dança do estúdio Anacã.
Figura 21. Auditório da Instituição Cleveland
E para o setor de dança, foi utilizado como referência o estúdio Anacã, localizado em São Paulo e considerado uma das escolas mais concorridas do país. Contendo aulas de jazz, ballet contemporâneo, circo, dança do ventre e hip hop.
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ESTUDO DO TERRENO
ÁREA DE INTERVENÇÃO A área selecionada está localizada na região central de São Paulo, Distrito Sé, no Bairro da República. Com sua densidade demográfica de 24.774 hab./km² segundo dados do IBGE, o local possui ótima infraestrutura urbana e de transporte público, com pontos de ônibus e o Metrô República da linha-4 amarela e linha-3 vermelha que em média, transportam 158 mil passageiros por dia. Próximo à região, há muitos pontos culturais de grande relevância ao contemplar arquitetônico. Entre eles estão, o Teatro Municipal, Biblioteca Mário de Andrade, Edifício Itália, Edifício Copan, Praça das Artes e a Praça da Sé. Por esse motivo e também por sua grande diversidade funcional e social que agregam todas as atividades de serviços, moradia, comercial, cultural, lazer e educacional, influenciam na sua atração populacional, tornando-a bastante povoada. Deste modo, a escolha dessa localização se deve ao fato de ser uma região com muitos atrativos e principalmente pelo fácil acesso de toda cidade de São Paulo. 32
Figura 23. Pontos Culturais próximos ao terreno. (Fonte: Google Mapas)
HISTÓRICO DO LOCAL
A formação do distrito República representa a expansão e o crescimento do núcleo principal da cidade de São Paulo, se iniciando na colina central, hoje conhecida como Distrito Sé e expandindo para o oeste do Rio Anhangabaú, atual vale do Anhangabaú. Inicialmente, por volta do século XIX conhecida como Praça das Milícias, quando apenas um terreno do tenente José Arouche de Toledo Rendon, era utilizada e destinada a treinamentos militares. Porém em 1817, houve a implantação de uma grande área de lazer e recreação pública, onde foi construído um anfiteatro de madeira para as populares touradas e cavalgadas, tornando a área conhecida como a Praça dos Curros. Com a Proclamação da República, em 1889, em 15 de novembro daquele ano, o local foi homenageado com essa ação. E assim, a praça ganhou seu nome definitivo, passando a ser um ponto importante na geografia da metrópole. Sua modernização começou por volta de 1982, com a construção do Viaduto do Chá, que ligava o chamado “Centro Velho” com o “Centro Novo”. E com essa obra, contribuiu para a ocupação dos arredores da Praça, como por exemplo, o prédio da Escola Normal Caetano de Campos, projetado por Antônio Francisco de Paula Souza e Ramos Azevedo. “A partir de então, o bairro, formado basicamente por chácaras, sendo a maior delas a do Marechal José Arouche de Toledo Rendon, foi ganhando ruas hoje ainda verificáveis no tecido urbano, como a Sete de Abril, Coronel Xavier de Toledo, Ypiranga (atual Avenida Ipiranga), entre outras.” (O histórico de São Paulo, 2007).
Em 1905, a praça passou por uma reforma, inspiradas nas praças europeias e se tornando o palco de diversos protestos durante o governo do presidente Getúlio Vargas em 1932, a chamada Revolução Constitucionalista, sendo apenas um dos marcos da praça. A Praça da República recebeu também, as manifestações das “diretas Já” em 1984. No começo dos anos 1980 começaram as construções da estação de metrô República, que foi inaugurada em 1982, sendo uma das estações mais movimentadas da cidade hoje em dia. “A Praça da República é um dos símbolos da cidade de São Paulo, sua modernização acompanhou cada passo da evolução da metrópole. Hoje, é um dos principais pontos da cidade de São Paulo. ” (SÃOPAULOINFOCO).
TERRENO Próximo as avenidas de grande movimento, Avenida Ipiranga e a Avenida São Luís, e ruas comerciais, Rua Vinte e Quatro de Maio, Rua Sete de Abril e Barão de Itapetininga. O terreno de 3960m² está inserido entre a Rua Aurora e Praça da República, com fachada ativa para as duas ruas. Próximo à área está localizado a estação do metrô com três saídas e diversos pontos de ônibus que se concentram ao redor do terreno. Embora a região seja adensada com muitas edificações e escassa vegetação, em frente ao terreno, 33
está localizada uma das poucas áreas verdes do distrito, a Praça da República.
Figura 24. Entorno do terreno. (Fonte: Google Mapas)
MORFOLOGIA URBANA E RELAÇÕES FUNCIONAIS O tecido urbano da área é bastante consolidado, com o padrão de ocupação de edificações mistas, geralmente com o térreo comercial e os demais andares residenciais ou de serviço. No entanto, há muitos 34
pontos de serviçoe comércio, indicando que a densidade populacional é intensificada no horário comercial (08h00min as 18h00min) e reduz significativamente após o horário, permanecendo apenas os moradores da região.
Figura 25. Mapa de Uso e Ocupação do Solo. (Fonte: Autoria própria)
USO DO SOLO E ATIVIDADES EXISTENTES
CIRCULAÇÃO
O tecido urbano possui uma ocupação predominantemente densa, tendo poucos vazios urbanos. As edificações, em sua maioria, ocupam todo o lote, sem a taxa de recuo, pois na época construída não era exigido no plano diretor.
A região possui vias principais de alto fluxo e vias intermediárias de médio fluxo, onde nas principais avenidas, como a Avenida Ipiranga e a Praça da República, consideradas arteriais, por conectar as demais regiões da cidade de São Paulo. E nas intermediárias, que concentram as ruas locais destinadas apenas para a região e ou áreas restritas.restritas.
Figura 15. Mapa de Cheios e Vazios. (Fonte: Autoria Própria.).
Figura 16. Mapa de Circulação das Vias. (Fonte: Autoria Própria)
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GABARITO
TOPOGRAFIA
As quadras estudadas em sua grande maioria possuem características similares com relação ao gabarito de suas edificações. Por se tratar de um bairro com muitas construções antigas, a região possui o gabarito predominantemente baixo sendo entre 1 a 10, com alguns pontos de construções mais recentes com o gabarito médio de 11 a 15 andares e com poucos de gabarito alto de 15 a 30 andares sendo os edifícios corporativos.
Quando se trata da topografia, é um relevo com poucas curvas de níveis, com a diferença de apenas um metro de altura dentro do terreno a ser utilizado.
Figura 26. Mapa de gabarito (Autoria própria)
Figura 27. Topografia do terreno (Autoria própria)
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ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO De acordo com Plano Regional Estratégico da Subprefeitura Sé, a área está inserida em uma Zona de Centralidade Polar b, que são áreas destinadas à promoção de atividades típicas de áreas centrais, em que se pretende promover os usos não residenciais, com densidades construtivas e demográficas médias e promover a qualificação do espaço público. É ressaltada na ocupação dos lotes, a taxa de coeficientes de aproveitamento com ocupação entre 20% e 70% da área do lote, podendo ser construído até quatro vezes a área do terreno verticalmente e também respeitando a taxa de permeabilidade que pede 15%. “Os Planos Regionais Estratégicos das Subprefeituras (PREs) delimitaram as Zonas Centralidade em locais com potencial para abrigar os tipos de uso citados ou onde já existiam concentrações de empreendimentos comerciais (como um shopping ou um supermercado), equipamentos públicos de grande movimento (um hospital, por exemplo), ou locais de encontro. ” (Prefeitura de São Paulo. Planejamento)
Figura 28. Características das zonas de uso do Distrito Sé. (Fonte: Prefeitura de São Paulo)
37
38
PROGRAMA DE NECESSIDADES
Grupo
Administração
Programa
Quantidade
Direção
1
Secretaria/ Tesouraria
1
Atendimento, atividades administrativas
Mesas, cadeiras e computadores
Sala dos Professores
1
Atendimento, reuniões, estudos, armazenagem
Mesas, cadeiras, computadores e armários
Copa
1
Local para aquecimeno e armazenagem de alimentos
Balcão, pia, refrigerador e microondas
Sanitários
2
Instalações sanitárias por sexo
Lavatórios e vasos sanitários
Instalações sanitárias, armários e chuveiros
Lavatórios, vasos sanitários, armários e chuveiros
Vestiário professores
Acesso
40
Controle do acesso digital, recepção, atendimento ao público e informações Lojas de vendas de instrumentos, roupas de dança e atividades academicas
Equipamentos Mesas, cadeiras, computadores e armários
Saguão
1
Lojas
5
Segurança
1
Central interna de TV
Monitores, cadeiras e estantes
Sanitários
2
Instalações sanitárias por sexo
Lavatórios e vasos sanitários
1
Exibição da produção dos alunos ou artistas convidados
Paineis expositivos
Exposições/Foyer Social
2
Descrição Sala Diretor, Sala vice-diretor, sala de reuniões, depósito e almoxarifado.
Café
1
Área de preparo e consumo de alimentos
Diretório Academico
1
Sala de integração dos alunos
Catracas, bancadas, cadeiras e computadores Expositores, balcão e estantes
Mesas, cadeiras, balcão e ambiente para preparação de alimentos Mesas, cadeiras, balcão e ambiente para preparação de alimentos
Área m² Parcial Total 40
40
10
10
100
100
5
5
10
20
20
40
50
50
25
125
10
10
20
40
100
100
50
50
100
100
Setor educacional
Departamento de Música
Total
Empréstimo de livros, salas de estudos, espaço para leitura Atendimento ao público, acervo e área de pesquisa Atendimento ao público, acervo e área de pesquisa
Balcão, mesas, cadeiras, computadores, estantes e armários
400
400
Balcão, mesas, cadeiras e computadores
200
200
Balcão, mesas, cadeiras e computadores
150
150
2
Instalações sanitárias por sexo
Lavatórios e vasos sanitários
20
40
Práticas interpretativas
5
Sala de estudos individuais ou em dupla
Piano, cadeira e mesas
5
25
Salas específicas
12
Bateria, guitarra/baixo, piano, cordas clássicas, metais e madeiras
10
120
Práticas interpretativas
5
Sala de ensaio para pequenos grupos
Piano, cadeira e mesas
30
150
Práticas interpretativas
2
Sala de ensaios para grupos de percussão e música popular
Piano, cadeira e mesas
100
200
Sala de aula teórica
5
Sala de aula teórica
Mesas, cadeiras e computadores
30
150
Ensaios recitais e Concertos
1
Sala de ensaios para grande grupo
Piano, cadeira e mesas
100
200
Informática
2
Laboratório de Informática
30
60
Estúdio de gravação
2
Estúdio especializado na gravação de músicas
30
60
Sanitários
2
Instalações sanitárias por sexo
20
40
Biblioteca
1
Arquivo Histórico
1
Acervo Artístico
1
Sanitários
Mesas, cadeiras, computadores e projetor Mesas, cadeiras, computadores e projetor Lavatórios e vasos sanitários
2485
41
Programa Grupo
Setor Administrativo
Setor Artístico
Área
Quantidade Descrição
Controle do acesso digital, recepção, atendimento ao público e informações Espaço para função administrativa do complexo Área de preparo e consumo de alimentos Destinado ao produtor de eventos, com capacidade para abrigar equipe de
Saguão
1
Secretaria
1
Café
1
Produção de eventos
1
Segurança
1
Central interna de TV
Almoxarifado/ Arquivo Geral
1
Estoque de materiais básico e arquivamento de material de produções
Sanitário
4
Instalações sanitárias por sexo
Bilheteria
1
Guichês para compra de ingressos
Palco
1
Plateia
Equipamentos
Catracas, bancadas, cadeiras e computadores
Parcial Total 50m²
50
20m²
20
50m²
50
100m²
100
20m²
20
20m²
20
50m²
50
Bancadas, cadeiras, computadores e guichês
50m²
50
Área de apresentação
Palco, cadeiras, depósito, camarim
150m²
150
1
Espaço destinado ao público
Assentos
400m²
600
Cabine de controle
1
Controle tecnico de iluminação, sonorização, filmagem, etc.
Equipamentos de som
50m²
50
Sala de Projeção
1
Aparelhagem de projeção e operador
Projetor
20m²
20
Fosso da orquestra
1
100
100
Depósito de mobiliário
1
200m²
250
Camarim Individual
4
Antessala de entrada ao palco
12m²
48
Camarim Coletivo
2
Espaço para grupos de artistas
50m²
100
Espaço para músicos, em frente ao palco. Armazenamento de instrumentos e materiais
Mesas, cadeiras, balcão e ambiente para preparação de alimentos Monitores, cadeiras e estantes
Lavatórios e vasos sanitários
Mesas, cadeiras, lavatório, vaso sanitário, chuveiro Mesas, cadeiras, lavatório, vaso sanitário, chuveiro
1678
42
PROJETO
PARTIDO O complexo cultural tem como conceito norteador a abertura musical e visual a todos os moradores da cidade de São Paulo. Criando um espaço aberto a todos, tanto para aqueles que vão para as aulas ou lecionar, quanto aqueles que vão para apreciar as apresentações ou utilizar a biblioteca. A premissa básica foi criar uma linguagem moderna e ao mesmo tempo funcional. Foram priorizados a otimização do espaço, a forma e o conforto acústico dos ambientes, com pretensão de contribuir para a prática e o desenvolvimento dos profissionais. A configuração do projeto se insere de acordo com a disposição do terreno, destinando a fachada da
44
Rua Aurora para acessos privados, e a fachada da Rua Praça da República para acessos públicos. A distribuição do programa se inicia com a separação dos setores administrativo, pedagógico, audições e social. Sendo assim, o térreo concentrará os setores sociais de livre acesso, auditório, loja e saída do metrô, sendo somente privado a área de administração. E os demais andares, de acesso privado, se insere o setor pedagógico, com salas de prática dos instrumentos musicais, orquestras e de dança, delimitando por cada estilo e estudo teórico, biblioteca, estúdios e vestiários.
IMPLANTAÇÃO
ESCALA 1:750
45
PLANTA SUBSOLO
C
B
A
ESCALA 1:500
D
N ACESSO DE CARROS
7
A
i=20%
B
C
D
E 743.50
ACESSO AO METRO
E
E
F
G
F
4
5
6
7
8
C'
3
D'
2
B'
1
A'
46
F
C
D
B
N
ESCALA 1:500
A
PLANTA TÉRREO
ACESSO DE CARROS ACESSO DE CARGA E DESCARGA
7
6
8 i=20%
A 11
11
33
33
5
B
33
11 11
33
12
3 4
9 12
S
C
745.64
S
1
2
S
747.10
D 11
11
28
16
29 11
13
E
Legenda:
747.10
E
26 27
F
E
S
Projeção da passarela
G
F
F
14 15
H
Projeção do Brise
3
4
5
C'
2
B'
1
ACESSO DE PEDESTRES
D'
I
A'
Auditório: 26. Bilheteria 27. Segurança 28. Café 29. Cozinha 33. Camarim 11. Banheiro
747.00 S
Pedagógico: 1. Secretaria e tesouraria 2. Diretoria 3. Segurança 4. Monitoramento 5. Sala dos professores 6. Armazenamento de materiais 7. Acesso para estacionamento 8. Carga/Descarga 9. Copa 10. Almorxarifado 11. Banheiro 12. Vestiário 13. Controle de Acesso 14. Biblioteca
11 747.10
47
17
17
17
C
D
N
A
ESCALA 1:500
B
PLANTA PRIMEIRO PAVIMENTO
17
A 10
16
B
11
11
21
18
20
22
11
20
22
11
18 18
C
S
745.64
S
S
747.10
S
18 21
18 18
D
19
19 11
19
11 751.10
19
10
11 751.10
751.10
10 30
E
F
G
F
14
H
I 4
5
C'
3
D'
2
B'
1
A'
48
11
E
S
Legenda: Pedagógico: Auditório: 10. Almorxarifado 10. Almoxarifado 11. Banheiro 11. Banheiro 14. Biblioteca 30. Produção E 16. Informatica 17. Práticas interpretativas para pequenos grupos 18. Sala específicas 19. Práticas interpretativas F 20. Estúdio de gravação 21. Ensaio recitais e conceitos 22. Sala do maestro 23. Práticas interpretativas em grupo
23
23
C
A
N
D
ESCALA 1:500
B
PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO
23
A 25
B 11
12
11
12
25
C 25
D 11
11
32
25
11
10
E 11
S
Legenda: Pedagógico: Auditório: 10. Almorxarifado 11. Banheiro 11. Banheiro 31. Arquivo geral 12. Vestiário 32. Projeção Ee 23. Práticas interpretativas em grupoiluminação 24. Sala de dança 25. Sala de aula teórica
31
E
F 24
24
24
24
G
F
F
H 24
24
I 5
49 C'
4
D'
3
B'
2
A'
1
CORTES
CORTE AA’ ESCALA 1:500
50
CORTES
CORTE BB ESCALA 1:500
51
CORTES
CORTE CC’ ESCALA 1:500
CORTE EE’ ESCALA 1:500 52
CORTE DD’ ESCALA 1:500
CORTES
CORTE FF’ ESCALA 1:500
53
DETALHES CONTRUTIVOS DRYWALL LÃ DE VIDRO BLOCO DE CONCRETO PISO DE MADEIRA CONTRAPISO LAJE FLUTUANTE LAJE ESTRUTURAL
DETALHE 1 - PAREDE E LAJE ESCALA 1:10 ALUMÍNIO CÂMARA DE AR DESIDRATADO VIDRO INTERNO
VIDRO EXTERNO SELAGEM PRIMÁRIA
SILICONE
DESSECANTE
ESQUADRIA
SELAGEM SECUNDÁRIA
DETALHE 2- ESQUADRIA ESCALA 1:10
PARAFUSO DE FIXAÇÃO DO BATENTE
54
DETALHE 3 - PORTA ESCALA 1:10 BANDA ACÚSTICA (5mm) BATEDEIRA DE BORRACHA
FACHADA
3D
3D
3D
3D
CONSIDERAÇÕES FINAIS As pesquisas de fundamentação auxiliaram na compreensão da relação entre arquitetura e a prática das atividades de música e dança, permitindo desenvolver conceitos lúdicos e funcionais na proposta do projeto. O presente trabalho é uma consolidação da inclusão do conceito tratado sobre o espaço e a acústica. Não só por sua complexidade na criação de cada ambiente com características distintas, como também a composição projetada em conjunto. Assim, espera-se alcançar com este projeto um incentivo aos profissionais destas áreas, e um melhor desenvolvimento de suas potencialidades através de um ambiente que lhes dê maior liberdade de aprimoramento de suas habilidades.
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REFERÊNCIAS Archdaily - Escola de música Chethams. Disponível em:<http://www.archdaily.com.br/br/01-137488/escola-demusica-chethams-slash-stephenson-isa-studio> Issuu – Qualidade da acústica. Disponível em:<https://issuu.com/gabrielschneider5/docs/monografia_ gabrielschneider> http://www.prppg.ufpr.br/ppgecc/wp-content/ uploads/2016/files/dissertacoes/d0171.pdf Conic semesp – Isolamento acústico em salas de aula. Disponível em: <http://conic-semesp.org.br/anais/files/2016/ trabalho-1000022733.pdf> http://relacus.com.br/site/acustica-tecnica-esensibilidade/ http://w w w.fau.usp.br/arquivos/dis ciplinas/ au/aut0278/01-%20Hist%C3%B3ria%20da%20 Ac%C3%BAstica%20Arquitet%C3%B4nica.pdf São Paulo Info – História da Praça da República. Disponível em: <http://www.saopauloinfoco.com.br/pracarepublica/> Editora: Senac São Paulo. Autor: Levino Ponciano UFRGS - Comparação entre tempos de reverberação calculados e medidos FEMEC - Qualidade Acústica e tempo de reverberação UTFPR –Materiais, técnicas e processos para isolamento acústico HAFELE - Vedações Para portas simples e acústicas Esquadrias antirruído são indicadas para casos críticos de isolamento de fachada - Graziela Silva 64