Ecocondomínio Residencial

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EcocondomĂ­nio Inserido em centro comercial

Mayra de Oliveira Hyodo Arquitetura e Urbanismo - TCC Centro UniversitĂĄrio Senac - Campus Santo Amaro


Dezembro 2016


Mayra de Oliveira Hyodo

Ecocondomínio Residencial

Trabalho de conclusão de curso, apresentado no Centro Universitário Senac – Compus Santo Amaro – como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Me. Ricardo Wagner Alves Martins.

Mayra de Oliveira Hyodo São Paulo 2016



Mayra de Oliveira Hyodo

Ecocondomínio Residencial

Monografia apresentada em cumprimento às exigências acadêmicas parciais para a obtenção do grau de Bacharel à banca examinadora do Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro

Aprovada em :15/12/2016 Banca examinadora : 01)Prof. Dr. Ricardo Wagner 02)Prof. Dr. Mauricio Petrosino 03)Prof. Dr. Moracy Almeida


Agradecimentos Agradeço a todos os mestres que me ajudaram a concluir esse trabalho, ao Johan Van Lengen arquiteto e escritor do livro “O Manual do Arquiteto Descalço”, que me inspirou profundamente para o fundamento desse trabalho. Agradeço particularmente a minha família que sempre me apoia nas minhas escolhas e me ajudam incansavelmente e ao suporte da empresa Studiotec.


“Se o progresso como um todo, na cidade ou no campo, não corresponde às aspirações humanas globais, não será o caso de reduzir o ritmo?” Johan Van Lengen



Resumo

Abstract

O tema da arquitetura sustentável é essencialmente multidisciplinar. Dentro desse universo de proposições, ações e responsabilidades a discussão é apresentada sob a visão do arquiteto.

The theme of sustainable architecture is essentially multidisciplinary. Within this universe of propositions, actions and responsibilities the discussion is presented under the architect’s vision.

O trabalho começa com um breve contexto conceitual, que será abordado de forma simples e breve para que se possa compreender facilmente logo de início todos os fundamento propostos pelo projeto, logo depois entramos com o contexto histórico da sustentabilidade, desde quando começou, como foi desenvolvido durante esses anos e como de fato é hoje. A seguir, estudaremos de acordo com dados retirados de fontes de centro de pesquisas especializados, números e dados comprovados e registrados dos impactos ambientais causados pela construção civil e depois soluções plausíveis e atraentes, tanto no quesito social quanto econômico. Logo depois falaremos sobre as considerações sobre pontos de partida para o desenvolvimento do projeto arquitetônico em prol da sustentabilidade, especificamente para ecocondomínios, ecovilas e ecobairros, estudaremos sua história, seus princípios e o estilo de vida conceitual, alternativo e eficiente, abordando os seguintes tópicos: Projeto Arquitetônico e Qualidade Ambiental, Climatização, Projeto e Energia, Edifícios e Ambiente Construído.

The work begins with a brief conceptual context, which will be addressed in a simple and brief way so that we can easily understand all the principles proposed by the project. Afterwards we enter with the historical context of sustainability, from when it began, how it was developed during those years and as it is today. Next, we will study according to data collected from specialized research center sources, numbers and proven and recorded data of the environmental impacts caused by construction and then plausible and attractive solutions, both socially and economically. After that, we will discuss considerations on starting points for the development of the architectural project for sustainability, specifically for eco-communities, ecovillages and eco-cities, we will study its history, its principles and the conceptual, alternative and efficient lifestyle, addressing the following topics : Architectural Design and Environmental Quality, Air Conditioning, Design and Energy, Buildings and Built Environment.

Na sequência, apresento experiências de pesquisa, ensino e prática com foco no projeto arquitetônico e suas relações com métodos antigos empregados eficientemente nas construções modernas e a relação entre construção, tecnologia e ambiente. Pontuaremos alguns materiais já usados hoje em algumas construções e referências de projetos sustentáveis que atingiram recentemente um nível considerado de consciência devidamente apropriada para tal conceito.

Next, I present research experiences, teaching and practice focusing on architectural design and its relationship with ancient methods efficiently employed in modern constructions and the relationship between constructio,technology and the environment. We will score some materias alrelady used today in some constructions and references of sustainable projects that have recently reached a considered level of awareness appropriate for this concept.

E por fim o projeto Ecodondominio residencial , inserido em centro comercial a fim de revitalizar o centro histórico através da nossa rotina natural do dia a dia, valorizar a região trazendo interesse pessoal do morador, atraindo um público adepto a essa concientização e por aqueles que procuram qualidade de vida.

And finally the Eco condominium residential project, inserted in an old commercial center aiming to revitalize the historical center through our natural day by day routine, adding value to the region by bringing personal interest from the residents and attract a public adept to this awareness and life style and by those who seeks quality of life..


Lista de Tabelas, Gráficos e Mapas

Lista de Imagens

Tabela 1 – Os Benefícios da Certificação. Tabela 2 – Especificações técnicas do tijolo de solo-cimento. Tabela 3: Bairro Sé – Bom Retiro: uso e ocupação do solo em números.

Imagem 01 - Imagem 1 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima tropical úmido. Imagem 2 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima temperado. Imagem 3 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima tropical seco. Imagem 4 – Esquema auto explicativo da estrutura construtiva dos Iglus. Imagem 5 – Os quatro tipos de selos Leed. Imagem 6 – Números de quem conquista o selo Leed. Imagem 7 – Corte esquemático do sistema estrutural de um consomínio residencial sustentável. Imagem 8 – Tirinha, desenho ilustrativo. Imagem 9 – Desenho ilustrativo, comparação de vila com ecovila. Imagem 10 – Desenho esquemático auto explicativo sobre sustentabilidade em condomínios prediais. Imagem 11 – Imagens ilustrativas de um protótipo de cidade sustentável. Imagem 12 – Casa de referência 90% feita de bambu. Imagem 13 – Taipa em casas modernas. Imagem 14 – Desenhos auto explicativo para a construção de paredes de taipa. Imagem 15 – Desenho auto explicativo para a construção de paredes de taipa. Imagem 16 – Desenho auto explicativo para a construção com adobe. Imagem 17 – Desenho auto explicativo do sistema de uma mini-estação de esgoto residencial. Imagem 18 – Desenho esquemático auto explicativo sobre captação e reuso da água da chuva. Imagem 19 – Foto: Tijolos de solo-cimento efetivamente encaixados. Imagem 20 – Foto: Bloco cerâmico com fibra celulósica e sua instalação. Imagem 21: Materiais sustentáveis. Imagem 22: Materiais sustentáveis. Imagem 23: Materiais sustentáveis. Imagem 24: Materiais sustentáveis. Imagem 25: Materiais sustentáveis. Imagem 26: Materiais sustentáveis. Imagem 27: Materiais sustentáveis. Imagem 28: Materiais sustentáveis. Imagem 29: Materiais sustentáveis. Imagem 30 – Bosco Verticale visto de baixo. Imagem 31: Bosco Verticale visto de cima. Imagem 32: Bosco Verticale , detalhes das árvores nas sacadas.

Gráfico 1 – Nível em porcentagem dos impactos ambientais da construção civil. Gráfico 2 – Registros no Brasil por categoria Leed. Gráfico 3 – Registros por estado do Brasil. Mapa 1:Ecovila Clareando, mapa da ecovila . Mapa 2: Bairro Sé – Bom Retiro. Mapa 3: Bairro Sé – Bom Retiro: uso e ocupação do solo. Mapa 3: Bairro Sé – Bom Retiro: uso e ocupação do solo / legenda. Mapa 4: Bairro Sé – Bom Retiro: Transporte Público. Mapa 4: Bairro Sé – Bom Retiro: Transporte Público / Legenda. Mapa 5: Bairro Sé – Bom Retiro: vias existentes e vias a melhorar (segundo o plano diretor). Mapa 5: Bairro Sé – Bom Retiro: vias existentes e vias a melhoras / Legenda.

Lista de Siglas 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas AsBEA – A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável PIB – Produto Interno Bruto UNEP - United Nations Environment Programme FIESP - Federação das Industrias do Estado EPE - Empresa de Pesquisa Energética MME – Ministério de Minas e Energia SNIS – Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Leed - Leadership in Energy and Environmental Design UFPR – Universidade Federal do Paraná MMA - Ministério do Meio Ambiente PPR – Polipropileno Random PEAD - Polímeros Poliolefínicos de Alta Densidade PVC. - Policloreto de Vinila


Imagem 71: Planta Baixa Implanta - Térreo e Área comum Imagem 33:Bosco Verticale, detalhes da área de convívio ao ar Imagem 72 Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 1 Imagem 73: Planta Baixa - Layout Térreo/Áreas Comuns - Parte 1 livre no alto. Imagem 74: Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 2 Imagem 34: Bosco Verticale e seu entorno. Imagem 75: Planta Baixa - Layout / Áreas Comuns - Parte 2 Imagem 35: Bosco Verticale , detalhes das árvores nas sacaImagem 76: Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 3 das. Imagem 77: Foto do disnível existente no terreno escolhido. Imagem 36: Bosco Verticale , serviço de manutenção da vege- Imagem 78: Planta Baixa - Espaço Destinado à Feira tação. Imagem 79: Planta Tipo Imagem 37: Bosco Verticale, implantação. Imagem 80: Variações de Laje, Layou Paisagismo - Plnatas Tipo Imagem 38: Bosco Verticale , planta baixa edifício 1. Imagem 81: Planta baixa - Subsolo Imagem 39: Bosco Verticale , planta baixa edifício 1. Imagem 82: Planta Baixa - Subsolo e área permeável Imagem 40: Bosco Verticale, fachadas mudando de cor de acor- Imagem 83: Planta de Cobertura do com a estação. Imagem 84: Corte Longitudinal Imagem 41: Bosco Verticale, sistema de mitigação. Imagem 85: Corte Transversal Imagem 42: Bosco Verticale, corte esquemático. Imagem 86: Elevação 1 Imagem 43: Bosco Verticale, posicionamento das varandas. Imagem 87: Elevação 2 Imagem 44: Bosco Verticale, sistema de irrigação e hidratação. Imagem 88: Imagem Ilustrativa sobre taipa Imagem 45: La Tour des Cedres e seu entorno. Imagem 89: Foto , exemplo de parede de taipa e cimento Imagem 46: La Tour des Cedres, detalhe das varandas e vege- Imagem 90: Esquema - Piso Drenante tação. Imagem 91: processo da coleta seletiva, proposta pela empresa. Imagem 47: La Tour des Cedres, maquete volumétrica. magem 92: Poste baixo para iluminação de áreas comuns Imagem 48: La Tour des Cedres , perspectiva e os dois cortes Imagem 93: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico transversais. Imagem 94: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico Imagem 49: La Tour des Cedres, implantação e vista. Imagem 95: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico Imagem 50: La Tour des Cedres, renderização do projeto arImagem 96: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico quitetônico do apartamento. Imagem 51:Casa 100k, renderização das fachadas 1. Imagem 52:Casa 100k, renderização das fachadas 2. Imagem 53:Casa 100k, Vistas e Nível de insolação . Imagem 54:Casa 100k, Corte esquemático do sistema construtivo. Imagem 55:Casa 100k, renderização das fachadas 3 . Imagem 56:Ecovila Clareando, fotos da construção e paisagem do local 1. Imagem 57:Ecovila Clareando, fotos da construção e paisagem do local 2 Imagem 58:Ecobairro, ilustração esquemática do programa ecobairro. Imagem 59:Local de intervenção, Bom Retiro Imagem 60:Fotos do terreno em site de venda. Imagem 61:Fotos do terreno, situação atual visto da rua. imagem 62:Fotos do terreno, situação atual vista de dentro. Imagem 63: Carta Solar da Cidade de São Paulo Imagem 64: Carta Solar no Solstício de Verão Imagem 65: Carta Solar no Solstício de Inverno Imagem 66: Esquema simplificado da posição do sol em relação ao terreno Imagem 67: Implantação do Terreno Atual Imagem 68: Foto do disnível existente no terreno escolhido. Imagem 69: Planta do disnível proposto Imagem 70: Planta de Uso e Ocupação do Solo



Sumário Introdução............................................................................13 1. Sustentabilidade em construções civis 1.1 O que é Arquitetura Sustentável?............................15 1.2 A História.................................................................17 1.3 O propósito e os benefícios.....................................17 1.4 Dados e estimativa de impactos ambientais...........18 1.5 Processo AQUA.......................................................18 1.6 Leed.........................................................................20 2. Ecocondomínio 2.1 Objetivo....................................................................22 2.2 Conceito...................................................................22 2.3 Eficiência Estrutural.................................................24 2.4 Sistema Sociocultural..............................................25 2.5 Impacto com a Cidade.............................................25 3. Técnicas construtivas 3.1 Métodos e materiais antigos eficientes....................26 3.2 Novos métodos existentes.......................................28 4. Estudo de caso 4.1 Ecocondomínio........................................................31 4.2 Ecovila.....................................................................38 4.3 Ecobairro.................................................................39 5. Projeto 5.1 Local de intervenção................................................41 5.2 Estudos Iniciais........................................................42 5.3.1 Tipo de uso e ocupação – Bom Retiro............43 5.3.2 Meio de transporte .........................................44 5.3.3 Conclusão de Pesquisa..................................45 5.3 Briefing.....................................................................46 5.4 Público Alvo..............................................................46

6. O Terreno 6.1 Posição do Sol em relação ao terreno..............47 6.2 Topografia do Terreno.......................................48 6.3 Uso e Ocupação do solo do entorno................51 7. Projeto Arquitetônico 7.1 Partido...............................................................52 7.2 Implantação - Layout Térreo/Áreas Comuns....53 7.2.1 Detalhes - Áreas Comuns........................54 7.2.2 Espaço para feira.....................................57 7.3 Planta Tipo........................................................58 7.4 Tipos de Pavimentos.........................................58 7.5 Planta do Subsolo.............................................60 7.6 Planta de Cobertura.........................................62 7.7 Cortes................................................................63 7.8 Elevações..........................................................63 7.9 Sustentabilidade no Projeto..............................64 7.10 Projeto em 3D.................................................66 8. Considerações finais...............................................69 9. Referências Bibliográficas.......................................70



Introdução O Ecocondomínio é a concretização de um projeto eficiente, da construção civil, para a convivência humana com os três fatores fundamentais para o equilíbrio global, que são elas: o social, o ambiental e o econômico. Aqui entenderemos não só o valor primordial de ser adepto a sustentabilidade, mas também como é possível se readaptar aos novos hábitos e conhecer obras hoje existentes que foram efetivamente realizadas. A necessidade da relação do homem com o meio ambiente esta sendo estudada a muito tempo, desde que o homem começou a compreender que toda matéria prima extraída do habitat gera um impacto futuramente com todo o globo, seja ela grande ou pequena, renovável ou não, praticamente toda matéria prima hoje usada para construção civil é limitada. Obviamente que com a grande escala das construções civis tem sido produzida, os impactos ambientais logo ficaram nitidamente perceptíveis, toda população consciente começou a se preocupar com a qualidade de vida do futuro próximo se a produção continuasse com tal proporção. A sustentabilidade começou a ser estudada ano após anos, aprimorando técnicas alternativas para reduzir os impactos gerados ao meio ambiente, sabendo que em números gerais, a construção civil mundial demanda 40% da energia e um terço dos recursos naturais; emite um terço dos gases de efeito estufa; consome 12% da água potável e produz 40% dos resíduos sólidos urbanos. No viés social e econômico, contrata mundialmente 10% da mão de obra e o conjunto das atividades de construção movimenta 10% do PIB global (UNEP, 2009). No panorama brasileiro da construção, o consumo de água se aproxima de 16% (ANA APUD CETESB , 2010). O consumo de materiais é de 9,4 toneladas por habitante anualmente e a geração de resíduos sólidos atinge cerca de 500 Kg por habitante anualmente (JOHN, 2000). Para dados de empregos, a cadeia da construção produz 9,2% do PIB nacional e abriga nacionalmente 10 milhões de pessoas, sendo 69% relacionados ao setor da construção (FIESP, 2010). Na análise do consumo energético, o setor residencial brasileiro absorve 10,8% do total de energia consumido no País e, apenas em eletricidade, demanda 22,3% da geração nacional (EPE/MME, 2010). A infraestrutura de abastecimento de água e coleta de esgoto em áreas urbanas é bastante variável ao longo do País: a média de atendimento nacional é de 94,7% para índice de abastecimento de água e 50,6% para coleta de esgoto. A região sudeste é dotada de melhores condições de saneamento nas áreas urbanizadas, com taxas de 97,6% e 72,1%, respectivamente (SNIS, 2008).

No panorama brasileiro da construção, o consumo de água se aproxima de 16% (ANA APUD CETESB , 2010). O consumo de materiais é de 9,4 toneladas por habitante anualmente e a geração de resíduos sólidos atinge cerca de 500 Kg por habitante anualmente (JOHN, 2000). Para dados de empregos, a cadeia da construção produz 9,2% do PIB nacional e abriga nacionalmente 10 milhões de pessoas, sendo 69% relacionados ao setor da construção (FIESP, 2010). Na análise do consumo energético, o setor residencial brasileiro absorve 10,8% do total de energia consumido no País e, apenas em eletricidade, demanda 22,3% da geração nacional (EPE/MME, 2010). A infraestrutura de abastecimento de água e coleta de esgoto em áreas urbanas é bastante variável ao longo do País: a média de atendimento nacional é de 94,7% para índice de abastecimento de água e 50,6% para coleta de esgoto. A região sudeste é dotada de melhores condições de saneamento nas áreas urbanizadas, com taxas de 97,6% e 72,1%, respectivamente (SNIS, 2008). Com todos esses dados é evidente a necessidade que temos pela sustentabilidade e também ao aprimoramento do conhecimento dessa nova era que exige que tenhamos mais respeito, consciência e comprometimento com o nosso hábitat para que futuramente tenhamos uma evolução significativa para nossa harmonia e qualidade de vida. Esse estudo objetiva contribuir para a atividade da construção civil na constante identificação de melhorias e minimização dos impactos ambientais, sociais e econômicos, do setor e da sociedade.

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1. Sustentabilidade em construções civis 1.1 O que é Arquitetura Sustentável?

Estratégias para um Arquitetura Sustentável

O Termo “Arquitetura Sustentável”, surgiu para identificar a arquitetura que se preocupa com o meio em que esta sendo implantada, isso diz respeito ao setor social, econômico e ambiental. A conscientização do arquiteto ou engenheiro civil na execução do projeto para todos os efeitos pós construção, é de extrema importância para todos esses setores que para funcionarem efetivamente, dependem um do outro. A construção que prioriza o recurso de materiais pouco poluentes, tem um quesito a frente comparado com as construções convencionais, a ideia de conscientização, além de ser realmente benéfica para o nosso planeta, tornou-se um vínculo oportuno para o comércio, a conscientização caiu no modismo. Quais são os requisitos para considerarmos então uma construção sustentável?

• Utilizar materiais pouco poluentes; • Estudar as condições naturais do lugar implantado e aproveitar o máximo possível dos materiais ali existente e disponíveis em abundância; • Considerar o bem estar do individuo que irá habitar, considerando todos os benefícios naturais que poderá aproveitar, como a dinâmica da condição térmica e acústica; • Diminuir custos de manutenção já que a conscientização irá ser implementada também para os habitantes do espaço, fazendo com que os mesmos contribuam voluntariamente para que o sistema funcione efetivamente; • Áreas maiores de vegetação para melhorar a qualidade do ar; • Reaproveitamento da água; • Reciclagem de lixo, tanto da construção civil quanto do lixo produzido após a construção; • Economia de energia.

Fonte: http://www.criaarquiteturasustentavel.com.br

Levando em consideração as novas soluções e as soluções mais antigas super eficientes, que foram adequadas as necessidades básicas do indivíduo e do espaço, poderemos citar alguns exemplos que se tornaram padrão em métodos construtivos nos diferentes tipos de climas existentes hoje no planeta, que são eles: Clima Tropical úmido Com o clima tropical úmido, com chuvas e altas temperaturas, os tetos devem ser altos e bem inclinados. A pequena diferença entre o dia e a noite faz com que o ideal seja uma construção distante uma da outra para que haja ventilação entre as casas.

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Tetos altos para facilitar ventilação.

Abertura no teto para ventilar.

Paredes finas para não reterem muita umidade.

Tetos bem Inclinados para a chuva correr.

A permeabilidade do solo deve ser um aspecto significante em um projeto sustentável. Proporcionar espaços livres, vegetados e permeáveis faz com que os ambientes que circundam o edifício sejam mais frescos, criando microclimas que aproximam a vida natural do edifício e dão vazão à água que se acumula no chão deixando os espaços mais salubres. BUSSOLOTI, Fernando (2010). Clima Tropical seco

Varandas abertas ao redor da casa para proteger da chuva.

Piso elevado para evitar umidade do solo. Janelas grandes para aproveitar a ventilação.

©2007 HowStuffWorks Arquiteto Fernando Neves Bussoloti CREA 5062438921 Imagem 1 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima tropical úmido.

Para o clima tropical seco, com dias quentes e noites frias, o ideal é que as construções fiquem próximas uma das outras, ampliando as sombras e diminuindo as paredes expostas ao sol. Teto “verde” ou com terra para proteger os ambientes das altas temperaturas

Pátio interno para ventilar os ambientes.

Paredes grossas para proteger os ambientes das variações bruscas de temperatura.

Clima Temperado O frio é mais intenso nas regiões de clima temperado, por isso, é importante usar materiais que isolem o interior do frio externo e guardem o calor dos ambientes. A casa deve ser exposta ao sol. Proteção natural de árvores contra o vento.

Uma boa lareira para aquecer os ambientes

A casa soerguida ou construída sobre pedras para proteger do frio que vem do solo.

Paredes grossas para isolar termicamente o interior.

©2007 HowStuffWorks Arquiteto Fernando Neves Bussoloti CREA 5062438921 Imagem 2 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima temperado.

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Piso apoiado sobre o solo enterrado ou sobre cisternas, para receber a temperatura mais amena de baixo para cima.

©2007 HowStuffWorks Arquiteto Fernando Neves Bussoloti CREA 5062438921 Imagem 3 – Esquema auto explicativo da estrutura adequada para locais de clima tropical seco.

Fachada sul com poucas janelas. Fachadas a leste e a oeste com grandes janelas.

Cores claras para não absorver Janelas pequenas para muito calor. não entrar muito sol e poeira.

As técnicas citadas dos esquemas acima, são apenas um dos exemplos mais usados nas inúmeras maneiras de se construir uma casa sustentável, devemos lembrar que o princípio básico da construção é manter sempre o bom senso de preservar a condição do lugar em que está sendo inserido, respeitando e aproveitando todos os recursos que o local fornecer e otimizar a melhor solução. Segundo VAN LENGEN, JOHN (2004), olhando para essa perspectiva podemos facilmente notar que nem sempre é necessário grandes tecnologias para se obter um bom resultado ecologicamente correto, na verdade há uma teoria de que quanto mais primitivo e natural for, mais sustentável será,


pois quanto mais intervenção houver do homem mais depredação teremos. “É extremamente importante que o profissional tenha em mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma arquitetura mais sustantável. Com o avanço tecnológico sempre surgirão novas soluções mais eficientes.” (YEANG,1999)

A fórmula em cúpula do iglu evita que os fortes ventos destruam o abrigo

A água é um excelente isolante térmico, com as baixas temperaturas ora e o calor dentro, a estrutura do iglu se mantém equilibrada.

A cobertura na entrada evita que o túnel seja tapado em uma nevasca. Fora isso evita-se que predadores entrem na casa. Uma parede é fundamental para bloquear os ventos gélidos

Pelo tamanho da entrada faze-se esgueirar-se para entrar O calor do corpo mais no iglu. uma fogueira são A verdadeira entrada do iglu é suficientes para manter através de um túnel. Sua função é uma temperatura manter o ar quente dentro. Como sempre agradável a entrada é de baixo para cima o dentro do iglu ar quente, que é mais leve, não escapa.

1.2 A História

BUSSOLOTI, Fernando (2010) nos intriga ao pontuar nossa primeira manifestação de sustentabilidade que por incrível que pareça está conosco desde a pré-história, quando o homem era obrigado a caçar e sobreviver com aquilo que encontrava no meio natural. A partir d esses princípios que temos o principal conceito da sustentabilidade. O homem era obrigado a encontrar um meio mais confortável possível para que pudesse facilitar sua sobrevivência, pois então, o abrigo e as ferramentas de caça foram uma de suas primeiras obras. O abrigo logo ganhou um tipo ©2007 HowStuffWorks Arquiteto Fernando Neves Bussoloti CREA 5062438921 de estrutura que basicamente era composta de cobertura e paredes, essas feitas variavelmente de rochas, grandes folhagens ou madeira, porém tudo Imagem 4 – Esquema auto explicativo da estrutura construtiva dos Iglus. dependia da condição que o ambienta proporcionava. Os povos primitivos não sabiam o quão grande o planeta era, mas sabia respeitar-lo muito bem. Os moinhos são uma ótima referência de fonte de energia alternativa, movido através de vento e água, gera energia suficiente para execução de máquinas que auxiliaram na produção de matéria prima ou alimento. “Na Babilônia foi desenvolvido o mais antigo conjunto de leis que se tem notícia. Os códigos de Hamurabi, como são conhecidos, permitem reconstituirmos como eram os costumes na época e algumas dessas leis descrevem severas punições aqueles que prejudicassem o sistema de captação e distribuição de água.” (Bussoloti 2010)

BUSSOLOTI, Fernando (2010) explica o porque depois de tanto avanço tecnológico, hoje precisamos voltar aos recursos mais primitivos. Em 1973 o valor do petróleo aumentou muito trazendo uma grande crise ao ocidente, isso fez com que fosse repensado os modelos econômicos, padrões de consumo e estilo de vida levados até então. Então em 1987 criou-se o “O relatório Brundtland” que foi criado por Gro Harlem Brundtland, uma política, diplomata e médica, que se tornou a líder internacional do desenvolvimento sustentável trazendo novos paradigmas para a humanidade, como a construção com eficiênBUSSOLOTI, Fernando (2010)menciona alguns povos antigos que cia enérgica e uma arquitetura mais ponderável com o meio ambiente. viveram em harmonia com a natureza existente em sua região, respeitando suas necessidades e tirando proveito sem prejudica-la. 1.3 O propósito e os benefícios No Egito as construções eram feitas afastadas do rio Nilo, já que nas épocas de cheia as várzeas ficavam alagadas, porém as plan- A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - Astações foram implantadas nessa região, pois quando o rio enchia, tra- BEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e zia consigo todos os nutrientes necessários para sua fertilização. outras instituições explicam que as cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, Os Iglus também são uma ótima referência de adaptação em res- continuarão a produzir grande impactos negativos sobre o meio natural. peito a natureza, sua eficiência é tão evidente que até hoje essa técnica é utilizada em condições de temperatura extremamente baixas. 17


Com o passar dos anos a necessidade pela sustentabilidade só tem aumentado, é evidente que depois de tanto ignorar os estragos na natureza causados por nós mesmo, agora percebemos o tamanho da consequência que enfrentaremos futuramente se continuarmos nesse rítimo, quase tudo nesse planeta é finito, e tudo faz parte de um sistema vivo que chamamos de ecossistema. E para conseguirmos continuar nesse ecossistema, é necessário mais respeito e equilíbrio, caso contrário a natureza não aguentará. É por isso que esse novo conceito com o avanço da tecnologia e da ciência andando junto com a concientização, a sustentabilidade promete nos proporcionar mais qualidade de vida seguida de praticidade e conforto em harmonia com toda a nossa fonte de matéria prima que é também a nossa casa. Vantagens de um projeto sustentável: • proporciona cuidados no ponto de vista ambiental; • redução de despesas de água e energia; • mais saudável e com maior luminosidade; • beneficia o usuário e o meio ambiente; (IANNA, 2010 – Disponível em: http://ecoarqfacs.blogspot.combr/2010/05/arquitetura-sustentavel-hoje-em-dia-os.html)

1.4 Dados e estimativas de impactos ambientais Segundo os dados do Leed (Leadership in Energy and Environmental Design): 1.Construção: • Consumo de materiais com alto nível de energia embutida e alta emissão de CO2; • Produção de entulho; • Grande movimentação de terra; • Transporte de materiais e entulhos. 2. Operação: • Grande consumo de energia e água; • Grande produção de esgotos e lixo; • Impermeabilização do terreno; • Transporte das pessoas.

Gráfico 1 – Nível em porcentagem dos impactos ambientais da construção civil. Fonte: http://petcivil.blogspot.com.br/2014/01/certificacao-leed-saiba-mais-sobre-o.html

3. O impacto atual das construções no Brasil são extremamente significativos: • 21% uso da água; • 25% emissões - gases efeito estufa; • 42% eletricidade; • 65% resíduos. “De todas as atividades praticadas pelo ser humano, a construção civil é uma das que mais tem impacto no meio ambiente. No Brasil aproximadamente 40% da extração de recursos naturais têm como destino a indústria da construção. Fora isso, 50% da energia gerada são para abastecer o funcionamento das edificações e 50% dos resíduos sólidos urbanos vêm das construções e de demolições. Quase toda água que entra em nossas casas, sai sem ser reaproveitada e ainda, levando consigo algum tipo de poluente. Essa água segue o caminho e geralmente acaba indo para os córregos ou rios, isto porque, somente 75% da população brasileira têm coleta de esgoto em casa, e desse número apenas 32% do esgoto recebe tratamento.” BUSSOLOTI, Fernando (2010).

1.5 Processo AQUA Sistema de certificação adaptado exclusivamente à realidade brasileira pela Fundação Vanzolini, a partir da certificação francesa HQE – Haute Qualité Environnementale. O Aqua foi fundado na França em 1974. Ja são 2.800.000 empreendimentos certificados /em fase de certificação pelo mundo. Foi lançado no Brasil em 2008 e já temos 85 empreendimentos certificados. O processo de certificação AQUA, Alta Qualidade Ambiental foi lançado em 2008 e elaborado pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, instituição privada sem fins lucrativos, criada, mantida e gerida pelos professores do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

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O AQUA foi adaptado exclusivamente para a realidade brasileira a partir do sistema de certificação francês HQE, Haute Qualité Environnementale. O Qualitel, associação francesa responsável pelo HQE desde 1974, já certificou mais de 2 milhões de unidades habitacionais, sendo a ferramenta de certificação mais utilizada no mundo.


Metodologia : Garante o controle total do projeto, a fim de obter a Alta Qualidade Ambiental do empreendimento. Além disso, a normatização prevê a criação da estratégia ambiental global do empreendimento, a partir da preservação dos recursos, redução da poluição e da geração de resíduos, gestão dos recursos naturais durante a operação (água e energia), gestão patrimonial (durabilidade, adaptabilidade, conservação, manutenção, custos de uso e operação), conforto (dos usuários, da vizinhança, dos operários de obra), saúde (dos usuários, da vizinhança, dos funcionários de obra). A metodologia do sistema estrutura-se em dois pilares principais: O Sistema de Gestão do Empreendimento - SGE, que avalia o sistema de gestão ambiental implementado pelo empreendedor, e a Qualidade Ambiental do Edifício - QAE, que valia o desempenho arquitetônico e técnico da edificação. Sistema de Gestão do Empreendimento - SGE O SGE tem por objetivo avaliar o sistema de gestão ambiental implantado pelo empreendedor, cujo foco é o atendimento efetivo aos requisitos que conduzem a uma sustentabilidade concreta do empreendimento. Além disso, contempla uma fase de aprendizagem, na qual se avaliam os conhecimentos adquiridos no balanço do empreendimento. A Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) refere-se à capacidade do conjunto das características intrínsecas do edifício, de seus equipamentos e de seu terreno, de satisfazer as exigências relacionadas ao controle dos impactos sobre o ambiente externo e à criação de um ambiente interno confortável e saudável. O Perfil da QAE O perfil da QAE é traçado a partir de uma auto-avaliação do empreendedor em relação à hierarquização das preocupações ambientais de determinado empreendimento de acordo com um conjunto de preocupações agrupadas em catorze categorias, divididas em quatro famílias: Sítio e Construção, Gestão, Conforto e Saúde. Critérios de Avaliação: A certificação AQUA baseia-se em 14 critérios de sustentabilidade: Esses critérios abrangem as fases de desenvolvimento: Programa, Concepção, Realização e Operação para toda e qualquer tipologia de empreendimento; residencial, comercial, institucional, esportivo, entre outros. A análise da QAE, realizada pelo próprio empreendedor, deve ser conduzida visando à implementação da sustentabilidade em todas as etapas do processo Avaliação: O AQUA baseia-se em desempenho; portanto não existe pontuação. O desempenho associado a cada categoria da QAE é avaliado segundo três níveis: Bom, Superior e Excelente. BOM: corresponde ao desempenho mínimo aceitável para um empreendimento de Alta Qualidade Ambiental. Pode corresponder à regulamentação, se esta for suficientemente exigente quanto aos desempenhos de um empreendimento ou, na ausência desta, à prática corrente. SUPERIOR: corresponde ao nível das boas práticas.

EXCELENTE: nível calibrado em função dos desempenhos máximos constatados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental, desde que sejam atingíveis. O perfil para alcançar a certificação requer no mínimo três categorias em nível Excelente e no máximo sete em nível Bom: Uma vez atendidos esse requisitos, a Fundação Vanzolini verifica, por meio de auditorias presenciais, se a auto-avaliação do empreendedor está correta e autoriza ou não o uso da Certificação Processo AQUA. Diferenciais: - Adaptado à realidade brasileira e suas heterogeneidades regionais; - Possui alto grau de exigência; - Possibilita flexibilidade de projeto e adoção de soluções compatíveis com o empreendimento; - Estimula o empreendedor a participar diretamente do processo de certificação; - Valoriza as soluções para resultados efetivos, respeitando as especificidades de cada projeto; - Possui auditorias presenciais, reforçando a rigorosidade e credibilidade da certificação - A Fundação Vanzolini, responsável pelo AQUA, tem reconhecimento nacional e internacional e está sediada no Brasil (São Paulo), o que facilita e agiliza o processo de certificação e desenvolvimento de novos sistemas. - Os referenciais de certificação estão em constante processo de aprimoramento, com a participação dos melhores profissionais que atuam ativamente na área de sustentabilidade no Brasil. Soluções Ativas e Passivas: O processo AQUA também leva em consideração as soluções passivas e ativas para a redução de impactos ambientais e custos operacionais da construção. As passivas que incluem orientação das fachadas para obtenção de iluminação natural, cobertura destacada do forro para melhora da ventilação natural e sombreamento das faces ensolaradas com utilização de vegetação para reduzir o calor no interior do imóvel, podem ser empregadas sem custo adicional. Se forem adotadas já na fase do projeto arquitetônico, a habitação sustentável pode ter custo similar ao da convencional. Já as soluções ativas podem incluir a adoção de bacias sanitárias com válvula de duplo fluxo, torneiras e chuveiros com redutores de vasão, sistemas de aproveitamento e de reuso de água, lâmpadas de alta eficiência energética, utilização de energia solar para aquecimento de água, entre outros. Essas soluções podem requerer maiores investimentos iniciais, porém quanto mais alto o desempenho ambiental menores serão os custos operacionais da edificação. 19


Fonte: (Manzano, Camila Costa 2015) - Disponível em https://www.imed.edu.br/ Uploads/Sustentabilidade%20nas%20edifica%C3%A7%C3%B5es%20comerciais_uma%20abordagem%20da%20certifica%C3%A7%C3%A3o%20AQUA-Alta%20 Qualidade%20Ambiental.pdf

das obras e as especificidades técnicas e arquitetônicas. São eles: Eco-construção - relação do edifício com o seu entorno escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos e canteiro de obras com baixo impacto ambiental. Gestão - da energia - da água - dos resíduos de uso e operação do edifício e - manutenção: permanência do desempenho ambiental. Conforto - higrotérmico - acústico - visual e - olfativo. Saúde - qualidade sanitária dos ambientes; - do ar e - da água. Fonte: (Manzano, Camila Costa 2015) - Disponível em https:// www.imed.edu.br/Uploads/Sustentabilidade%20nas%20edifica%C3%A7%C3%B5es%20comerciais_uma%20abordagem%20da%20 certifica%C3%A7%C3%A3o%20AQUA-Alta%20Qualidade%20Ambiental.

1.6 Leed - Leadership in Energy and Environmental Design “A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações...”A certificação Leed tem o objetivo de incentivar a produção de projetos sustentáveis para a área da construção civil, se tornando hoje o principal selo de construção sustentável do Brasil. (PETCIVIL UFPR – 2010) Podemos citar oito selos diferentes aqui existentes:

Imagem 5 - Esquema do Caminho da Certificaçao AQUA http://vanzolini.org.br/aqua/certifique-o-seu-empreendimento/

O AQUA é o primeiro selo que levou em conta as especificidades do Brasil para elaborar seus 14 critérios que avaliam a gestão ambiental 20

• LEED NC, para novas construções ou grandes projetos de renovação; • LEED ND, para projetos de desenvolvimento de bairro; • LEED CS, para projetos na envoltória e parte central do edifício; • LEED Retail NC e CI, para lojas de varejo; • LEED Healthcare, para unidades de saúde; • LEED EB_OM, para projetos de manutenção de edifícios já existentes; • LEED Schools, para escolas e • LEED CI, para projetos de interior ou edifícios comerciais. Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/graficos-empreendimentos.php


Registro por categoria LEED 2004 à 2016: LEED CI[71] LEED CS[477] LEED EB_OM[88] LEED FOR SCHOOLS[7] LEED HC[6] LEED NC[419] LEED ND[7] LEED Retail[26] LEED v4 ID+C: CI[2] Outro Gráfico 2 – Registros no Brasil por categoria Leed Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/graficos-empreendimentos.php Registro por Estado:

Especialistas da área estimam que os green buildings podem oferecer uma economia de até 30% no valor do condomínio, graças a reduções no consumo de energia, água e no custo com manutenção e reformas do edifício.” (PETCIVIL UFPR –2010) É evidente que o crescimento da construção civil nas grandes cidades é significativa, somos 191 milhões de habitantes no Brasil, sendo que 84% vivem em áreas urbanas, segundo os dados do IBGE de 2010. A procura por essa região por interesse econômico é efetivamente muito maior, sabendo disso a necessidade pela sustentabilidade também é perceptível ja que a produção é incessante e a natureza não. Há uma necessidade de adaptação entre produção e qualidade de vida, padrão econômico e social. Levamos em consideração que o reaproveitamento, a readaptação de materiais e a conscientização do usuário, diminui o custo da obra, tornando-a mais barata e atrativa para o comprador. (PETCIVIL UFPR – 2010) A edificação cadastrada passa pelo processo de avaliação do GBC que, no Brasil, leva em conta sete quesitos: 1. Uso racional da água; 2. Eficiência energética; 3. Redução, reutilização e reciclagem de materiais e recursos; 4. Qualidade dos ambientes internos da edificação; 5. Espaço sustentável; 6. inovação e tecnologia; 7. atendimento a necessidades locais, definidas pelos próprios profissionais da GBC, que variam de empreendimento para empreendimento.

Gráfico 3 – Registros por estado do Brasil Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/graficos-empreendimentos.php “Os edifícios que recebem a certificação LEED também são conhecidos como green buildings, termo em inglês que em uma tradução livre significa “prédios verdes”. Atualmente, a sustentabilidade é a palavra de ordem e os edifícios ecologicamente corretos são a resposta do mercado imobiliário para aumentar a eficiência dos recursos e reduzir os impactos socioambientais.

Existem quatro tipos de selos: 1. Selo LEED, conferido a empreendimentos que tiveram mais de 40 pontos; 2. Selo LEED Silver, para edificações com mais de 50 pontos; 3.Selo LEED Gold, para empreendimentos com pontuação superior a 60 e 4. Selo LEED Platinum, para edificações que conquistaram mais de 80 pontos.

Imagem 5 – Os quatro tipos de selos Leed Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/index.php

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2. Ecocondomínio 2.1 Objetivo

Imagem 6 – Números de quem conquista o selo Leed Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/index.php

Os Benefícios da Certificação Econômicos • Diminuição dos custos operacionais • Diminuição dos riscos regulatórios • Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento • Aumento na velocidade de ocupação • Aumento da retenção • Modernização e menor obsolescência da edificação Sociais • Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes • Inclusão social e aumento do senso de comunidade • Capacitação profissional • Conscientização de trabalhadores e usuários • Aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em Hospitais); melhora no desempenho de alunos (em Escolas); aumento no ímpeto de compra de consumidores (em Comércios). • Incentivo a fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais • Aumento da satisfação e bem estar dos usuários • Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável Ambientais • Uso racional e redução da extração dos recursos naturais • Redução do consumo de água e energia • Implantação consciente e ordenada • Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas • Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental • Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação Tabela 1 – Os Benefícios da Certificação Fonte: http://www.gbcbrasil.org.br/index.php

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O Objetivo de um ecocondomínio é encontrar soluções que garantam o bem estar na moradia e na coexistência harmônica dos elementos inorgânicos, organismos vivos e seres humanos, minimizando os impactos negativos das construções. Implantar esse conceito em grandes centros empresariais seria um desafio tentador, já que são nesses pontos, onde a lei do consumo x progresso mais se aplica, a intenção é minimizar o consumo, trazer o progresso com o regresso de investir em construções simples, barateando a obra, tornando acessível para classes sociais um pouco mais baixas, permitindo uma reintegração social, qualidade de vida para os moradores e trabalhadores da região, diminuindo o trajeto de casa para o trabalho e desencadeando diversas melhorias para o dia-dia do cidadão. A proposta final é resultar em um projeto onde teremos uma harmonia entre o espaço e a obra, vantagem em quem compra e em quem vende, consciência, praticidade, conforto, cultura e educação. Estamos diante de uma possível solução híbrida de todos os problemas que encontramos hoje nas construções residenciais nas grandes cidades. Consideramos todas as limitações hoje existentes e intencionalmente buscaremos diversos métodos que se encaixariam perfeitamente em todo o conceito, como se fosse uma peça de quebra cabeça, mantendo o conceito sustentável, porém recriando um novo padrão de habitação.

2.2 Conceito Ecocondomínio tem como prioridade a: • Produção local de alimentos orgânicos / biodinâmicos (influência do design da permacultura.) • Utilização de sistemas de energias renováveis • Construção ecológica • Criação de esquemas de apoio social e familiar, incluindo diversidade cultural e celebrações e etc. • Utiliza técnicas de democracia profunda e facilitação de conflitos • Economia auto-sustentável, baseada nos conceitos de localização e simplicidade voluntária • Saúde integrada • Educação geral baseada na percepção sistêmica. O conceito baseia-se na concepção de ideias alternativas para a construção na questão estrutural, social, cultural e econômica. A implementação de novas regras aos próprios moradores, facilitará no funcionamento efetivo de todo o sistema de manutenção do edifício, o que diminuirá os custos.


Condomínio Residencial Sustentável Captação de luz solar através de placas fotovolcaicas ou coletores solares. Captação de água da chuva Cobertura verde como área de lazer.

Brises Naturais Lâmpadas de alta eficiência energética

Equipamentos sanitários de baixo consumo.

Móveis ecológicos Churrasqueira a gás

Lâmpadas com sensores de presença Cobertura verde

Piso intertravado

Cisterna para armazenar a água da chuva captada.

Áreas externas permeáveis e vegetadas. Áreas internas sociais amplas bem iluminaas e ventiladas

©2007 HowStuffWorks Arquiteto Fernando Neves Bussoloti CREA 5062438921

Imagem 7 – Corte esquemático do sistema estrutural de um condomínio residencial sustentável Fonte: https://ecoarquitetura.wordpress.com O Ecocondomínio é um tipo de Ecovila na forma vertical, que foi banalizada e desenvolvida mais a base de marketing do que de conceito consciente na cidade de São Paulo. J.Renato A.D. (2012) relata que as ecovilas, são comunidades autossuficientes, sustentáveis e em harmonia com o meio ambiente, incorporando aspectos ambientais, sociais, econômicos e espirituais. Ecovila é uma comunidade de 50 a 2.000 pessoas, unidas por um propósito comum. As origens vem das propostas e estudos sobre como resolver o problema da depredação do planeta. Entretanto, este movimento emergiu sob o mesmo impulso e manifesta a essência das mais recentes conferências das Nações Unidas, incluindo o aspecto ambiental do Rio (Eco 92) , o aspecto social de Copenhagem, o aspecto da mulher de Beijing e o aspecto dos assentamentos humanos de Instambul. Em 1995 , num encontro histórico realizado na Fundação Findhorn, na Escócia, o conceito de eco- Imagem 8 – Tirinha, desenho ilustrativo. Fonte: http://aovivonaweb.tv/blog/ vilas foi discutido amplamente, definido e lançado globalmente. por-uma-permacultura- morena-e-ecossocialista 23


investimentos iniciais maiores, por conta do uso de produtos de alta tecnologias e de sistemas e equipamentos de última geração. Isso, no entanto, não é regra. Nem sempre as instalações dos sistemas prediais de um projeto sustentável apresentam elevado custo, comparando com um projeto convencional. O que muitos esquecem e desconhecem é que toda a tecnologia necessária para elevar o desempenho energético de uma edificação não está relacionada apenas à busca de sistemas avançados ou de alta tecnologia, que deverão atender aos níveis de eficiência exigidos. Está fundamentalmente relacionada ao conceito integrado dos projetos, envolvendo a sinergia de todos com os projetos arquitetônicos. A arquitetura, representada principalmente pelo projeto de fachada, tem enorme influência na eficiência energética de qualquer construção, pois é nela que serão especificadas as características físicas da composição dos materiais que irão formar a “casca” do edifício. Entendemos, então, que a “casca” deverá proteger as áreas internas das influências externas. Proteger contra a ação de intempéries como: vento, chuva, etc e principalmente contra a entrada de calor do sol, composto principalmente pela radiação solar de raios infravermelhos e ultravioletas. Reduzir a transmissão de calor com a aplicação de fachadas com menor área de janela, aplicar vidros eficientes que filtram os raios infravermelhos e ultravioletas permitindo a entrada de luz, propor proteções solares externas com brises e persianas externas, projetar vedações externas com isolamento térmico, são conceitos que podem apresentar elevado custo, mas que certamente irão contribuir para a redução de custos de instalações de ar condicionado e instalações elétricas. Imagem 9 – Desenho ilustrativo, comparação de vila com ecovila Fonte: http://sinaisdefumacaa.blogspot.com.br/2010/06/permacultura-urbana.html

2.3 Eficiência Estrutural Segundo YAMADA, Eduardo (2012), o desenvolvimento da sustentabilidade, já esta bastante conhecido e difundido nos conceitos dos projetos das edificações, o avanço da eletrônica e tecnologia, tem resultado em sistemas eletrônicos prediais cada vez mais flexíveis e integrados, além de equipamentos dos outros sistemas como: chillers, fancoils, torres de resfriamento, unidades condensadoras/evaporadoras de ar condicionado, luminárias, elevadores com regeneração de energia, bombas hidráulicas com variador de frequência, etc. O único “porém” destes avanços é ainda seu elevado custo. Além disso a certificação sustentável se tornou uma alavanca para a construção civil, buscando a eficiência energética, acabam gerando 24

É um erro, concluirmos que um projeto sustentável conterá tecnologias modernas de sistemas e equipamentos e resultará em em custos de instalações elevados. Na verdade, o nível de tecnologia aplicado aos projetos de sistemas prediais será necessário em função da eficiência energética que os projetos buscam, independente de eles serem ou não sustentáveis. A sustentabilidade na eficiência energética dos projetos valoriza a busca de conceitos arquitetônicos que aproveitem o máximo dos recursos naturais disponíveis sem esquecer de seus efeitos negativos, desde a simples orientação solar mais favorável, passando pelo estudo da condição bioclimática, como ventilação e iluminação natural, não é a toa que o homem viveu milhares de anos em cavernas. Caso as estratégias anteriores não sejam suficientes e aplicáveis, a sustentabilidade irá valorizar projetos de sistemas prediais que contenham o conceito de “autossuficiência” e reciclagem.


• Garantia de segurança e justiça, através de um sistema judicial digno e independente; • Melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, que não deve ser reduzida ao bem-estar material; • Promoção da igualdade de oportunidades; • Inclusão dos cidadãos nos processos de decisão social, de promoção da autonomia da solidariedade e de capacidade de autoajuda dos cidadãos; • Garantia de meios de proteção social fundamentais para os indivíduos mais necessitados.

2.5 Impacto com a Cidade Segundo o MMA (Ministério do Meio Ambiente 2012) empresários apostam em construções sustentáveis, com as certificações, tanto no âmbito da edificação quanto no âmbito urbano. No entanto, muito edifícios rotulados como verdes refletem apenas esforços para reduzir a energia incorporada e são, em muitos outros aspectos, convencionais, tanto na aparência quanto no processo construtivo. Os governos municipais possuem grande potencial de atuação na temática das construções sustentáveis. As prefeituras podem induzir e fomentar boas práticas por meio da legislação urbanística e código de edificações, incentivos tributários e convênios com as concessionárias dos serviços públicos de água, esgotos e energia. Para contribuir com tais iniciativas, segue um conjunto de prescrições adequadas à realidade brasileira abrangendo aspectos urbanos:

Imagem 10 – Desenho esquemático auto explicativo sobre sustentabilidade em condomínios prediais. https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/12/08/materiais-verdes/

2.4 Sistema Sociocultural Para um processo sustentável, o bem-estar do homem é essencial, pois é ele o principal responsável por implementar as demais ações de sustentabilidade que garantirão o futuro para a sua e para as novas gerações.A dimensão social destaca o papel dos indivíduos e da sociedade, nos processos de preservação do Meio Ambiente e a garantia do desenvolvimento sustentável. Nesse caso, a sustentabilidade social está ligada à ideia de bem-estar, deixando claro quais são as funções dos indivíduos e das organizações, produzindo estabilidade social. Os principais benefícios obtidos através das ações de sustentabilidade social são: • Garantia da autodeterminação e dos direitos humanos dos cidadãos;

Para a implantação urbana, recomenda-se: adaptação à topografia local, com redução da movimentação de terra; preservação de espécies nativas; previsão de ruas e caminhos que privilegiem o pedestre e o ciclista e contemplem a acessibilidade universal; previsão de espaços de uso comum para integração da comunidade; e, preferencialmente, de usos do solo diversificados, minimizando os deslocamentos. Recomenda-se a valorização dos elementos naturais no tratamento paisagístico e o uso de espécies nativas, a destinação de espaços para produção de alimentos e compostagem de resíduos orgânicos, o uso de reciclados da construção na pavimentação e de pavimentação permeável, a previsão de passeios sombreados no verão e ensolarados no inverno. Com referência ainda do MMA (Ministério do Meio Ambiente 2012), alguns dos setores impactados pela sustentabilidade: Governança Bens naturais comuns Equidade, justiça social e cultura de paz Gestão local para a sustentabilidade 25


Planejamento e desenho urbano Cultura para a sustentabilidade Educação para a sustentabilidade Economia local dinâmica, criativa e sustentável Consumo responsável e opções de estilo de vida Melhor mobilidade, menos tráfego Ação local para saúde Do local para o global Protótipo de uma cidade sustentável chinesa:

Imagem 11 – Imagens ilustrativas de um protótipo de cidade sustentável GIARETTA, Rafael 13 de Fevereiro de 2011 Fonte: http://portalarquitetonico. com.br/a-eco-cidade-chinesa/

3. Técnicas Construtivas Os tipos de construções sustentáveis são: 1- Construídas com materiais sustentáveis industriais – são os ecomateriais, ou as edificações chamadas de “green building” existentes pela América do Norte;

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2- Construídas com resíduos não processados, “Earthship” – reutiliza os materiais encontrados no meio ambiente, geralmente urbano, tais como garrafas Pet, pneus de automóveis, latas, cones de papel, sendo mais comum em autoconstruções ou com profissionais com espírito criativo;

A Cal: é definida como um dos melhores e mais saudáveis produtos já elaborados pelo homem. Usada para argamassas de assentamento, revestimento e pintura, é um fungicida natural e permite a respiração da parede desde que não se aplique massa corrida ou acrílica antes. IDHEA, (2006) apud FITTIPALD (2008).

3- Construídas com materiais de reuso, demolições ou segunda mão - incorpora produtos convencionais e prolonga sua vida útil; necessita de uma pesquisa para compra desses materiais, reduzindo assim seu alcance e reprodutividade;

O Bambu: é um dos materiais com maior abundância no planeta, já que se renova muito rápido, é uma das alternativas mais inteligentes de madeira para a construção sustentável, além de ter muito no planeta, também é possível usa-lo para praticamente tudo o que se diz respeito à construção civil, pois é resistente e flexível. AGUIAR, Alicia Nascimento (2012).

4- Construção alternativa – emprega materiais encontrados no mercado e atribui nova função para eles, sendo muito utilizado nas comunidades carentes e se assemelha muito ao modelo de autoconstrução; 5- Construções naturais – utiliza materiais encontrados na região a ser construída, com baixo custo, sendo apropriado para locais integrados com a natureza e vegetação. IDHEA, (2006) apud FITTIPALD (2008).

3.1 Métodos e materiais antigos mais eficientes Observar a forma como as pessoas do local construíam suas casas antigamente é a maneira mais correta de se começar a desenvolver um projeto sustentável em qualquer região. No caso de materiais à base de terra ou argila queimada (como tijolos e telhas cerâmicas), é importante escolher as telhas não esmaltadas, pintadas ou vitrificadas, pois apresentam melhor conforto térmico e não incorporam insumos que agridem o meio ambiente e saúde dos seres vivos, como pigmentos tóxicos e metais pesados. Dentre as telhas de argila queimada, a mais racional e sustentável do ponto de vista do processo de fabricação, quantidade de material utilizado, desperdício e instalação é a do tipo capa-e-canal IDHEA, (2007) apud FITTIPALD (2008). Segundo FITTIPAL, (2008) é importante também utilizar pedras que sejam extraídas no local da construção, que sejam abundantes e que retenham o calor durante o dia e o liberam à noite. Dar preferência para as fibras vegetais como por exemplo persianas, tapetes, carpetes e objetos de interiores de bambu com; estruturas, mobiliário, adornos, utilitários, pisos, carpete, base para carpete, fibra de coco que é um isolante termoacústico, cortiça em piso, linóleo, que é um isolante termoacústico, rami nas persianas.

Exemplos:

•Treliça de telhado; •Estrutura de viga; •Estrutura de pilar; •Revestimentos e Paredes; •Esquadrias; •Rampas, escadas e pontes.

Imagem 12 – Casa de referência 90% feita de bambu. AGUIAR, Alicia Nascimento (2012) Fonte: http://www.usp.br/ agen/?p=97501

A Taipa: é considerada um método sustentável pois sua estrutura é a base de terra, recurso que temos em abundancia, além de ser um recurso extremamente barato, é resistente e é um grande isolante térmico. As desvantagens estão apenas na cultura, pois casas feitas de taipa antigamente, era sinônimo de pobreza e claro que facilmente ficou ultrapassada por capricho de quem comprava. E seu aperfeiçoamento ficou de lado, nunca antes foi explorado as suas potêncialidades até chegar o conceito “verde” nas construções civis. A partir de então uma evolução na educação de uma técnica adequada para que os problemas com insetos, poeira e rebocos desmoronando, não ocorram. Resolvendo facilmente o problema de saúde que esse tipo de construção fornecia nos tempos antigos, dando ainda mais credibilidade para ser novamente usada nos dias de hoje.

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É amassado com o pé, moldado em uma forma de madeira e seco a céu aberto por aproximadamente 15 dias. O adobe é uma das técnicas mais antigas de construção civil, é um exemplo de sustentabilidade, por utilizar materiais e mãode-obra do local, não causar impactos ambientais, não passa pelo processo de queima, como os blocos cerâmicos, além de ser um material com grande eficiência energética e acústica.

Imagem 14 – Desenhos auto explicativo para a construção de paredes de taipa

Imagem 16 – Desenho auto explicativo para a construção com adobe. COLIN,Silvio(2010)Fonte:https://coisasdaarquitetura.wordpress.

com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-colonial-i/

3.2 Novos métodos existentes

Imagem 13 – Taipa em casasmodernas

Imagem 16 – Desenho auto explicativo para a construção com adobe. COLIN,Silvio(2010)Fonte:https://coisasdaarquitetura.wordpress. Adobe: O bloco de adobe foi muito utilizado no Brasil Colônial, e consiste na técnica de construção que não utiliza cimento, pois os tijolos são assentados com barro. O tijolo ou bloco é fabricado a partir de uma mistura com areia, terra, água e um estabilizante, geralmente a palha. 28

Miniestação de tratamento de esgoto: resolve o problema do saneamento básico no próprio local da geração dos efluentes e esgotos domésticos. São sistemas modulares ou compactos, fabricados em plástico leve (polietileno rotomodulado) ou em plástico reforçado com fibra de vidro, para tratamento de água e esgoto, sendo sua eficiência e facilidade de instalação incomparavelmente superior, e faz o tratamento biológico das águas servidas e negras da edificação. O sistema associa etapas anaeróbias (por ausência de ar) e aeróbia (presença de ar), através das quais ocorre a descontaminação do efluente. A carga orgânica contida na água é removida pela ação de microrganismos eficientes (bactérias), eliminando patógenos que podem transmitir doenças e contaminar o lençol freático. Essa ação permite que a água devolvida ao meio ambiente saia com cor cristalina, sem turbidez ou odores, sem oferecer riscos à saúde e ao meio ambiente, podendo ser reusada para funções não-potáveis. No caso dos sistemas modulares, o equipamento vem em peças soltas como as caixas de inspeção, de gordura, tanque séptico, filtro biológico/aeróbio.(IDHEA, 2007).


Imagem 17 – Desenho auto explicativo do sistema de uma miniestação de esgoto residencial.CALIXTO, Helena (2013)Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/345940/

Sistema de captação de água de chuva: tem o objetivo de aproveitar um recurso que está se esgotando na edificação, através do telhado, por meio de calhas, ou então utilizando grelhas/grades instaladas no solo. Faz-se necessário a instalação de um filtro autolimpante para que a água seja armazenada na cisterna, diferente da que armazena a água que vem da rede pública. Dependendo da região ou cidade que está localizada a edificação fazse necessário instalar outros filtros, como por exemplo, para limpeza águas provindas de chuva ácida. Esta água é utilizada para funções não-potáveis, como jardins e hortas, piscinas, descarga de vasos sanitários, tanques, lavar pisos, automóveis, e caso não chova durante alguns meses, a água que vem da rede pública sempre pode ser religada através de um registro.

não deixando a parede respirar e prejudicando o ar interno da edificação. Apenas nas áreas úmidas se recomenda que haja revestimento com produtos fílmicos, azulejos e outros que impeçam a disseminação da umidade (IDHEA, 2007).

Tabela 2 – Especificações técnicas do tijolo de solo-cimento

Imagem 19 – Foto: Tijolos de solo-cimento efetivamente encaixados. Imagem 18 – Desenho esquemático auto explicativo sobre captação e reúso da água da chuva.BRETANHA, Bárbara (2014) Fonte: http://www.ecoeficientes.com.br/projeto-reuso-agua-da-chuva/

Tijolo de solo-cimento: produzido com terra crua, do próprio local, sem cozimento e emissão de CO2 à atmosfera, permitindo a respirabilidade da parede construída, mantendo o teor de umidade interna em torno de 50%, condição ideal para o ser humano, com orifícios no interior do tijolo onde passam os conduítes e tubulação hidráulica, sem necessidade de rasgamento de paredes pósconstrução, além de favorecer a acústica do ambiente e um conforto térmico mais adequado, em função do bolsão de ar que é formado no interior da parede e finalmente com aparência estética excelente para ser utilizado sem revestimento, substituindo o tijolo aparente normalmente utilizado, fazem desta técnica a mais utilizada pelos consumidores, juntamente com o aquecimento solar. É conhecido como tijolo ecológico. Deve-se ter certeza de que o traço usado para sua elaboração é de 8 partes de terra areno-argilosa (70% areias, 30% argilas), por 1 de areia e 1 de cimento, além de observar a procedência da terra utilizada para um acabamento de qualidade e homogeinidade. Utilizar, para área externa, produtos hidrofugantes siliconados, à base de água, evitando o uso de tintas e vernizes, os quais formam uma película

Bloco cerâmico com fibra celulósica: composto por pó de carvão (reaproveitamento), argila e resíduo de papel (30% do total), para fechamento de parede (tipo tijolo baiano), portanto reaproveitar sobra de papéis e requer menor tempo de queima, emitindo uma quantidade menor de CO2 na atmosfera. Na Europa são conhecidos como blocos de “termo-argila”, aproveitando os orifícios dos blocos para preencher com materiais que contribuem com o isolamento termo-acústico, tais como argila expandida, pó de serra e resíduo de cortiça (IDHEA, 2007).

Imagem 20 – Foto: Bloco cerâmico com fibra celulósica e sua instalção.QUERCUS, Assosiação Nacional de Conservação da Natureza(2013)http://www.ecocasa.pt/userfiles/file/TIJOLO_DE_TERMOARGILA.pdf

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A pesquisa de FITTIPAL comprovou também a utilização do coquilho de dendê como agregado do concreto, substituindo a brita, agregado mineral que através da extração causa impactos negativos ao meio ambiente e que ainda não tem um substituto. O custo de se utilizar o coquilho no lugar da brita praticamente não foi alterado, diminuindo apenas 3% ao valor da casa com brita, porém a economia com transportes e a importância de se utilizar um material que é considerado refugo na região faz com que o coquilho do dende seja considerado um material sustentável, tornando-se a primeira opção para se construir com uma consciência ambiental. Construir nos conceitos sustentáveis pode ser mais caro, com certeza, porém dependendo da técnica utilizada e do material escolhido este custo pode diminuir consideravelmente. Segundo a pesquisa de mestrado de Mônica Pittipald uma casa sustentável pode ser 18,64% mais cara. Contudo, se a casa utilizar materiais naturais, encontrados na região, como a taipa, por exemplo, esse valor diminui em 6,69% em relação ao valor da casa convencional, tornando-se mais econômica. Pontuando rapidamente alguns materiais já existentes que estão sendo utilizados frequentemente nas construções sustentáveis:

Concreto Sustentável: Utilizando materiais reciclados na mistura como vidro triturado, lascas de madeira ou escórias. Usar um material que de outra forma teria ido para o lixo, as emissões de CO2 associadas ao concreto Imagem 25: Materiais sustentáveis são reduzidas. Isolamento de papel: Feita a partir de jornais reciclados e papelão, isolamento à base de papel é uma alternativa superior às espumas químicas. Resistentes a insetos e retardador de fogo, graças à inclusão de bórax, ácido bórico, e carbonato. Imagem 26: Materiais sustentáveis Painéis Stormwall:

Ecovative:

Imagem 21: Materiais sustentáveis

Material isolante a base de fungos que substitui a utilização de espumas plásticas.

Tintas Ecodomus Matte:

Imagem 22: Materiais sustentáveis

Imagem 23: Materiais sustentáveis

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Ecocon:

Derivadas de minerais naturais, não contém toxinas e são hipoalergênicas, além de impedir o surgimento de bactérias do mofo e absorver CO2. Tijolos de lã : Adicionando lã e um polímero natural encontrado em algas para a argila do tijolo, o torna 37% mais forte, e mais resistente ao clima frio e úmido. Eles também secam rápido, reduzindo a energia para a secagem.

Telhas Solares:

Imagem 24: Materiais sustentáveis

Imagem 27: Materiais sustentáveis

Telhas solares são totalmente integradas ao edifício, protegendo-a das intempéries e gerando energia para seus habitantes.

Sistema de paredes, piso e forro estruturais que substituem o uso de drywall. Absorvem mais de 3X a quantidade de CO2 emitida em sua cadeia de produção.

Painéis de palha para construções pré-fabricadas de custo acessível e bom isolamento. Imagem 28: Materiais sustentáveis

Dutch Design Initiative: Feita a partir de jornais reciclados e papelão, painel reforçado de cimento, madeira e lã, é resistente ao fogo, à água, a insetos, não apodrece e ainda por cima é um Imagem 29: Materiais sustentáveis isolante térmico e acústico. José Luiz Fabriel da Cruz (2013) Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-141602/finalistas-criam-nova-geracao-de-materiais-construtivos-sustentaveis


4. Estudo de caso 4.1 Ecocondomínio Bosco Verticale – Milão, Itália 2015 Arquiteto: Stefano Boeri, Italiano O Bosco Verticale é um modelo para um edifício residencial sustentável, um projeto de reflorestamento metropolitano que contribui para a regeneração do ambiente e da biodiversidade urbana sem a implicação de expandir a cidade sobre o território. É um modelo de adensamento vertical da natureza dentro da cidade, que opera em relação às políticas de reflorestamento e naturalização das grandes fronteiras urbanas e metropolitanas.

Imagem 31: Bosco Verticale visto de cima

Habitats biológicos: Bosco Verticale aumenta a biodiversidade. Ajuda a criar um ecossistema urbano, onde diferentes tipos de vegetação criam um ambiente vertical, que também pode ser colonizada por aves e insetos, e, assim, torna-se um ímã e um símbolo da recolonização espontânea da cidade por vegetação e pela vida animal . A criação de um número de florestas verticais na cidade será capaz de criar uma rede de corredores ambientais que darão vida aos principais parques da cidade, trazendo o espaço verde de avenidas e jardins e conectar vários espaços de crescimento da vegetação espontânea.

Imagem 32: Bosco Verticale , detalhes das árvores nas sacadas

Imagem 30 – Bosco Verticale visto de baixo.

Atenuações: Ajuda a construir um micro-clima e para filtrar as partículas de poeira que estão presentes no ambiente urbano. A diversidade das plantas ajuda a criar umidade, e absorver CO2 e poeira, produz oxigênio, protege as pessoas e as casas dos raios solares e da poluição acústica.

O primeiro exemplo é composto por duas torres residenciais de 110 e 76 m de altura, foi realizada no centro de Milão, na orla do bairro Isola, e abriga 900 árvores (cada uma medindo 3, 6 ou 9 metros) e mais de 2000 plantas de uma grande variedade de arbustos e plantas florais distribuídas em relação à posição da fachada em direção ao sol. Cada Edifício possui a mesma quantidade de árvores, uma área de 7000 m² de floresta. Em termos de densificação urbana o equivalente a uma área de habitações unifamiliares com cerca de 75.000 m². Imagem 33:Bosco Verticale, detalhes da área de convívio ao ar livre no alto

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Anti-expansão: Bosco Verticale é uma medida antiexpansão que visa controlar e reduzir a expansão urbana. Se pensamos em densificação urbana, cada torre da Floresta Vertical é equivalente a uma área de expansão urbana de casas de família e edifícios de até 50.000 m² quadrados.

Irrigação: De acordo com estudos micro-metereológicos, o cálculo das necessidades de irrigação foi realizado através da observação das características climáticas e foi diversificado de acordo com a exposição de cada fachada e a distribuição da vegetação em cada pavimento.

Imagem 34: Bosco Verticale e seu entorno

Árvores: são um elemento-chave na compreensão no projeto arquitetônico com sistemas de jardim. Neste caso a escolha dos tipos de árvores foram feita para se ajustar com o seu posicionamento sobre as fachadas em termos da sua altura, levou dois anos para concluir o projeto paisagistico ao lado de um grupo de botânicos. As plantas utilizadas neste projeto são produzidas especificamente para este fim e são pré-cultivadas. Durante este período, estas plantas lentamente se acostumaram às condições e foram colocadas no edifício.

Imagem 36: Bosco Verticale , serviço de manutenção da vegetação

O Projeto Implantação:

Imagem 35: Bosco Verticale , detalhes das árvores nas sacadas

Billboards Ecologia: Bosco Verticale é um marco na cidade, que é capaz de liberar novos tipos de paisagens que podem mudar sua forma em cada estação, dependendo dos tipos de plantas envolvidas. Gestão: Os vasos das árvores está sob regulação do edifício, bem como a manutenção da vegetação e do número de plantas esta para cada plataforma.

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Imagem 37: Bosco Verticale, implantação


Imagem 38: Bosco Verticale , planta baixa edifício 1.

Imagem 41: Bosco Verticale, sistema de mitigação

Imagem 39: Bosco Verticale , planta baixa edifício 1.

Imagem 40: Bosco Verticale, fachadas mudando de cor de acordo com a estação.

Imagem 42: Bosco Verticale, corte esquemático

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Imagem 44: Bosco Verticale, sistema de irrigação e hidratação. PEDROTTI, Gabriel (2015)Imagens e Renderizações fornecidas pelo Boeri Milan estúdio Today Show ‘s Fonte: http://www.archdaily. com.br/br/778367/edificio-bosco-verticale-boeri-studio

La Tour des Cedres – Lausanne, Suíça iniciará em 2017 Arquiteto: Stefano Boeri – Italiano Imagem 43: Bosco Verticale, posicionamento das varandas

As varandas configuradas em formas e posições diferentes, permitem uma insidência solar mais pura, sem muitas sombras, bem como também a recepcção da água da chuva. É como se fosse um organismo vivo, partes desassociadas, com um núcleo comum que funcionam como um todo, e esse todo não é referente somente ao condomínio mas também a cidade. Valorizando a posição do sol, temos também um bioclima mais equilibrado, sabendo que com o sol e a chuva, temos uma condição mais apropriada para a vegetação, consequentemente a vegetação umidificada produz um ar mais fresco e puro para os apartamentos. 34

Segundo a pesquisa de CITTERIO, Antonio (2015), La tour des Cedres é o mais novo projeto de Boeri, uma torre de apartamentos residenciais de 117 metros de altura, 36 andares, será o lar de mais de 100 árvores de cedro, 6 mil arbustos e 18 mil plantas, distribuídos por cerca de 3.000 metros quadrados nas varandas e terraços. A torre residencial suíça vai oferecer apartamentos que variam de tamanho, de dois a cinco quartos, além de espaço para escritórios, academia e um restaurante panorâmico no último andar.


O Projeto

Imagem 45: La Tour des Cedres e seu entorno.

“Com a Torre dos Cedros teremos a oportunidade de criar um edifício que terá um grande papel na paisagem Lausanne. A arquitetura ainda é capaz de introduzir uma significativa biodiversidade de espécies e vegetais no meio de uma importante cidade europeia”. BOERI, Stefano (2015) O Partido de La Tour des Cedres é o mesmo que o Bosco Verticale, Boeri quer provar através dessas obras que estamos prontos pra lidar com a natureza de forma produtiva, harmônica e saudável sem prejudi-

Imagem 47: La Tour des Cedres, maquete volumétrica

As varandas em formatos de caixotes permite que o morador tenha um ambiente mais amplo, íntegro e coberto. Mas claro sem fugir muito do princípio do aproveitamento do sol, por isso a existenência das super janelas propostas por Stefano Boeri.

Imagem 46: La Tour des Cedres, detalhe das varandas e vegetação

A dinâmica da destribuição das fachadas assim com o bosco verticale permite instalações de árvores e arbustos maiores, fazendo com que a vegetação se destaque efetivamente. 35


Imagem 48: La Tour des Cedres , perspectiva e os dois cortes transversais

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A cobertura de cada casa terá 35 m² de placas solares, com capacidade de produção de energia elétrica de 42,4 kWh/ m² por ano, que abrange todas as necessidades energéticas das edificações, mais a alimentação da bomba de calor geotérmica. As varandas possuem um telhado verde que contribui para estabilizar o microclima externo junto com as estufas de plantas, incentivando o arrefecimento passivo.

Imagem 50: La Tour des Cedres, renderização do projeto arquitetônico do apartamento CITTERIO, Antonio (2015) Imagens e Renderizações fornecidas pelo Boeri Milan estúdio Today Show ‘s Fonte: http://www.dezeen.com/2015/11/10/stefano-boeri-la-tour-des-cedres-evergreen-trees-plants-tower-vertical-forest-lausanne-switzerland/

As unidades têm fachadas gêmeas para facilitar a ventilação natural cruzada no próprio complexo. A lateral da casa voltada para a direção sul possui maior proporção de vidros e mais espaços externos, como os das varandas suspensas, justamente para aproveitar tanto a luz natural quanto o calor durante o inverno.

Casa 100k – Turim, Itália 2007 – 2009 Arquiteto: Mario Cucinella CUCINELLA, Mario (2007) conta que esse projeto foi feito na intenção de propor a solução na construção de 50 casas de 100m² com zero emissões de CO2, e a habitação se tornou adequada, com baixo custo e com baixo impacto. A casa é um kit tecnológico, onde encontramos um sistema fotovoltaico, bomba geotérmica, turbinas eólicas, reaproveitamento das águas pluviais e estratégias passivas do próprio projeto tornando a construção um maquina bioclimática perfeita.

Imagem 52:Casa 100k, renderização das fachadas 2

Imagem 53:Casa 100k, Vistas e Nível de insolação

Imagem 51:Casa 100k, renderização das fachadas 1

Para reduzir o custo de construção gerado pela macroescala do projeto, está previsto o uso de pré-fabricados e drywall. Elementos modulares serão os protagonistas, porque além de sustentável, as casas se destacam pela flexibilidade. 37


Os moradores, por exemplo, podem decidir a composição de suas casas escolhendo entre determinadas opções de planta. Para os futuros moradores terem maior liberdade no projeto, o interior das residências foi concebido com grandes espaços abertos, que podem ser divididos utilizando componentes móveis, como painéis e partições removíveis e flexíveis. Os elementos para o acabamento interno podem ser selecionados pelas exigências do morador quanto ao conforto acústico, iluminação e temperatura.

Imagem 55: Casa 100k, renderização das fachadas 3 CUCINELLA, Mario (2007) Imagens e renderizações, fornecidas pelo estúdio Mario Cucinella Architects Srl Fonte: http://www.mcarchitects.it/project/la-casa-100k

4.2 Ecovila A Ecovila Clareando – Piracaia, São Paulo 2004 Idealizadores do projeto: Sandra Mantelli (advogada )e o Edson Hiroshi (agrônomo) A CLAREANDO, Ecovila (2004), explica que seu sistema estrutural consiste num condomínio rural que reúne pessoas com o objetivo de viver em harmonia com a natureza, utilizando os recursos naturais de forma saudável. Seguimos os padrões da agenda 21, e o que foi definido na Rio-92 para a construção e desenvolvimento de ecovilas. Com 23 hectares, sendo 2 de mata nativa, quatro nascentes, muitas araucárias, macacos bugio, esquilos, tucanos e uma fauna selvagem, podem se encontrados nos bolsões destas matas nativas da região. A altitude atinge 1100 metros no ponto mais alto.

Imagem 54:Casa 100k, Corte esquemático do sistema construtivo

Já a fachada recebe painel de revestimento com um sistema intercambiável de oito cores para variar a vista externa e assegurar sua consistência com o design de interiores. Pode ser feita com três tipos diferentes de materiais: um à base de fibroconcreto; outro, à base de celulose reciclada; e um terceiro, de um material chamado “txactive”, uma espécie de concreto que absorve ácidos nitríticos e outros gases poluentes do ar. O condomínio deve criar ainda, uma “poupança energética”: como se estima que nem toda energia gerada por cada casa é consumida pelos moradores, parte da produção energética será comercializada. Com essa venda, o investimento na compra da casa é compensado com o lucro energético gerado a cada mês. Além dessa produção individual, na Europa há diversos incentivos para residências que gastam menos energia com o uso de fontes alternativas. CUCINELLA, Mario (2007).

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As casas construídas na Ecovila Clareando utilizaram recursos naturais e materiais reciclados de forma inteligente, reduzindo bastante o impacto ambiental. Os projetos das próximas casas, que serão erguidas, são ainda mais sustentáveis. As casas são construídas com tijolos de adobe ou solocimento, pau-a-pique, estrutura de toras de eucalipto, acabamento em terraesterco, pintura de terracal, forros térmicos de lona e bambu, vidros reaproveitados, entre outros. Além disto, todas as casas contam com sistemas de captação de água de chuva e tratamento de esgoto. Elas também possuirão o sistema que aquecimento solar de água. Aprovamos um projeto de loteamento residencial com 97 lotes e demos início as obras de infra-estrutura, começando pela demarcação dos mesmos, abertura de ruas, drenagem de águas pluviais, cascalhamento/pavimentação com bloquetes ecológicos nas ruas e fornecimento de água, cuja rede de abastecimento é toda feita com canos verdes (PPR e PEAD), isenta de canos de PVC. Os lotes têm de 1.000m² a 1.400m² onde se agregam toda a infra-estrutura, tais como: ruas com guias e sarjetas, captação de águas pluviais, energia elétrica, água, entre outros.


Imagem 57:Ecovila Clareando, fotos da construção e paisagem do local 2 Imagem 56:Ecovila Clareando, fotos da construção e paisagem do local 1.

Temos um belo pomar com diversas frutas, 05 nascentes, 81.506,20 m2 de área verde e mata preservada e ainda, 12.100,00 m2 destinados à área institucional. CLAREANDO, Ecovila (2004) http://www.ecoeficientes.com.br/ecovila-clareando/

4.3 Ecobairro Ecobairro Vila Mariana São Paulo – São Paulo Idealizadores do projeto: Lara Freitas e Paullo Santos O projeto nasceu da ideia de levar para o ambiente urbano alguns dos princípios praticados nas ecovilas, um movimento que já está presente em cerca de 15.000 localidades em todo o mundo. Missão Apoiados pelos princípios da Cultura de Paz, da Educação para o Desenvolvimento Sustentável e inspirados nas experiências das Ecovilas, semearam nos bairros das grandes cidades experiências vivas de sustentabilidade. As mudanças de consciência devem atingir os indivíduos, sua casa, seu bairro, sua cidade e o Planeta.

Mapa 1:Ecovila Clareando, mapa da ecovila

No nosso contrato ou escritura de compra e venda consta uma série de obrigações quantos às construções, que devem ser lidas pelos interessados. Atualmente são 72 lotes vendidos e 25 à venda, 20 casas construídas, onde 10 famílias já fixaram suas residências. Contamos ainda com 2 casas em construção, outras 4 em fase de aprovação de projetos e mais algumas em fase de estudos.

Visão No meio urbano, surgem bairros sustentáveis, como fruto natural da consolidação do exercício da vida em comunidade, que respeita todos seres, o meio ambiente e o Planeta. Formam-se assim, redes de cooperação onde a criatividade, harmonia e diversidade, inspiram suas ações, um movimento contínuo de reconciliação, entre antigos saberes e as mais novas descobertas científicas, apoiando-se para a sustentabilidade. Objetivos O maior objetivo é resgatar o bem-estar e o vínculo com o lugar em que mora na cidade. A nossa intenção é formar agentes locais, capazes de construir seus próprios caminhos com autonomia, buscando o consenso nas decisões coletivas. 39


Objetivos O maior objetivo é resgatar o bem-estar e o vínculo com o lugar em que mora na cidade. A nossa intenção é formar agentes locais, capazes de construir seus próprios caminhos com autonomia, buscando o consenso nas decisões coletivas. O Ecobairro propõe-se a apoiar os moradores, ajudando-os a encontrar maneiras de praticar a sustentabilidade dentro e fora de suas casas, como: • Identificar e articular diferentes atores sociais do bairro, estimulando-os em direção à cooperação e à sustentabilidade; • Identificar, com a comunidade, medidas que ajudarão a caminhar para a sustentabilidade, gerenciando (em conjunto) sua implementação; • Divulgar as experiências para fomentar outros locais; • Estabelecer parcerias. Espiral Aqui é reunido os fundadores do Ecobairro que inclui o Projeto Mãe, Conselheiros, Coordenadores e “Nucleadores”, que tem por objetivo dinamizar, renovar, fortalecer e expandir os quatros elementos do Organismo Ecobairro. Institucional O Ecobairro é um Programa Permanente do Instituto Roerich da Paz e Cultura do Brasil, uma organização não-governamental, sem fins lucrativos que tem por objetivo a promoção da paz e cultura através da arte e educação, para proteção, promoção e preservação dos tesouros culturais e naturais. Com o apoio institucional das Nações Unidas em 2005, o Ecobairro tem um compromisso global com ações locais para consolidar a Cultura de Paz e a Educação para o Desenvolvimento Sustentável. No Estado de São Paulo o Ecobairro está sob a responsabilidade da Associação Urusvati Mantenedora, organização que o Instituto Roerich da Paz e Cultura do Brasil nomeou como gestora do Programa. ECOBAIRRO, Instituto Roerich da Paz e Cultura do Brasil (2012) https://projetosementesparaumbairrosustentavel.wordpress.com/ecobairro/

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Imagem 58:Ecobairro, ilustração esquemática do programa ecobairro. ECOBAIRRO, Instituto Roerich da Paz e Cultura do Brasil (2012) Fonte:http://transitionbrasil.ning.com/profiles/blogs/campanha-na-concretizes-destino-colaborativo-ecobairro-na-cop21


5. Projeto Baseado nas pesquisas levantadas anteriormente, com o interesse de melhorar o convívio das pessoas no centro histórico de São Paulo e ainda sim, fazer um projeto funcional sem prejudicar o meio ambiente, busquei pelo desafio de propor um projeto que pudesse juntar todos os pontos positivos de todas as técnicas plausíveis ja testadas até hoje. A fim de trazer interesse social e econômico, trazendo o convívio da população de volta ao centro, mas com qualidade de vida saudável.

5.1 Local de Intervenção Bom Retiro – Centro de São Paulo

Imagem 60:Fotos do terreno em site de venda. Fonte:http://www.vivareal. com.br/imovel/lote-terreno-bom-retiro-centro-sao-paulo-8383m2-vendaRS20000000-id-68302392/

Imagem 59:Local de intervenção, Bom Retiro

Rua Afonso Pena Rua Salvador Leme Avenida Tiradentes

Imagem 61:Fotos do terreno, situação atual visto da rua. Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/R.+Afonso+Pena+-+Bom+Retiro,+S%C3%A3o+Paulo

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Há milhares de lojas de roupas, sapatos, acessórios, aletrônicos, armarinhos e etc. Há tabém diversas galerias onde na maioria das vezes encontramos também lanchonetes e restaurantes. O comércio tomou essa região, sem contar com a concentração de escolas, universidades, centros culturais e uma vasta opção para transporte público. Parece uma excelente região para se morar, porém , se encontra hoje em situação precária, por serem antigas e ultrapassadas, as construções tumultuadas do centro assim permaneceram até hoje e tornou desinteressante para grandes empresas ou se tornou relíquia, encarecendo-as abusivamente. Por conta disso, hoje, muitas construções estão abandonadas e depredadas. O centro sempre será um região interessante, é onde tudo se encontra, tudo de conecta e é o centro de referência da cidade, é perfeito para empregar um conceito inovador com potencial de mudar o estilo de vida dos paulistanos que estão no dilema, entre qualidade de vida, tempo e dinheiro.

imagem 62:Fotos do terreno, situação atual vista de dentro. Fonte: http://www.vivareal.com.br/imovel/lote-terreno-bom-retiro-centro-sao-paulo8383m2-venda-RS20000000-id-68302392/

O Propósito da Escolha: • Lugar com grande massa populacional transeunte; • Muito comércio; • Área depredada pelo tempo; • Região com grandes construções sólidas sem áreas de respiro; • Desvalorizada por sua precariedade;

5.2 Estudos Iniciais O distrito do Bom Retiro, fica no bairro Sé na centralidade da cidade de São Paulo, é um dos distritos mais conhecidos pela densidade ocupacional de pequenos comércios e comércio ambulante. 42

Mapa 2: Bairro Sé – Bom Retiro Fonte: https://www.google.com.br/maps/place/R.+Afonso+Pena,+571+-+Bom+Retiro,+S%C3%A3o+Paulo+-+SP


5.2.1 Tipo de uso e ocupação: Bom Retiro

Mapa 3: Bairro Sé – Bom Retiro: uso e ocupação do solo Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/se/m_04.jpg

Tabela 3: Bairro Sé – Bom Retiro: uso e ocupação do solo em números Fonte: http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/se/q_04.pdf

Nota: Fazer comparação com mapa citado acima.

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5.2.2 Meio de transporte

Mapa 4: Bairro Sé – Bom Retiro: Transporte Público / Legenda Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/se/m_03.jpg

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Mapa 5: Bairro SÊ – Bom Retiro: vias existentes e vias a melhoras / Legenda Fonte:http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/planejamento/zoneamento/0001/parte_II/se/m_02.jpg

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5.2.3 Conclusão de pesquisa De acordo com as pesquisas acima retiradas do site da prefeitura de São Paulo, podemos compreender a dinâmica sistêmica de como o distrito funciona perante ao conceito urbano entre como é hoje, e como poderia ser. Com as pesquisas feitas em campo, pude notar que há poucas pessoas efetivamente morando ali, as que moram reclamam da sujeira, mal cheiro, segurança, iluminação inadequada, ruas e calçadas inapropriadas para a demanda de fluxo de carros e pessoas durante o dia, e a noite as ruas ficam extremamente desertas ou lotadas de andarilhos e moradores de rua. A proposta do projeto é trazer a vitalidade saudável para essa região, através da construção mais sútil e importante que é a construção residencial. Com pessoas cuidando de sua própria casa, teremos a devida atenção para o entorno. Observando os mapas de meio de transporte, podemos notar que o meio de transporte coletivo está presente por todos os lados o que enfatiza ainda mais o conceito do projeto de poupar o transporte privado. As ruas e avenidas, apesar de estarem no plano diretor suas intervenções de melhoria, muito pouco se foi feito, e a grande maioria dessas ruas ainda permanece em péssimas condições. A ciclovia também foi proposta pelo plano diretor em algumas regiões próximas, mas nessa região especificamente ela realmente não aparece.

5.3 Briefing Esse terreno foi escolhido estrategicamente por sua localização, está situado no coração de São Paulo, uma área densa de construções, pessoas e tráfego, onde também temos uma massa grande de comércio, pontos culturais, escolas , metrô e etc. Temos uma densidade populacional (fixa ou não), significativa nessa área e esse excesso causa muito desconforto para o habitante desse espaço. O terreno hoje é um estacionamento e a ideia é transforma-lo em um ponto de referência, uma área de respiro, uma área verde em meio a massa cinza das construções abandonadas ali em volta. A região de modo geral, esta em uma localização boa ,mas perdeu seu valor por causa da situação insalubre que as construções se encontram hoje. Melhorando a harmonia e a condição de bem estar, estaremos atraindo um público mais consciente e interessado em viver de uma maneira inovadora, o que servirá de inspiração para todo o contexto. A necessidade pela sustentabilidade não será só um item em meio a construção, a construção deverá ter um poder maior de autossustentação e será nitidamente visível perceber que esse tipo de conceito é um sistema novo de convivência humana e que exige muito mais que apenas consciência, estética e saúde. É um novo ciclo social, com uma cultura atualizada e adaptada para uma nova educação que está chegando em meio a nossa evolução que acontece gradativamente. 46

Que todo desafio seja aceito e a criatividade levada como religião, não me limitarei ao encontrar soluções alternativas que atinjam o objetivo de diminuir os impactos e os custos da construção. Itens a considerar: • Estacionamento subterrâneo • Estacionamento de bikes e bikes a disposição do condomínio • Horta orgânica em cada apartamento e também à disposição do condomínio. • Biodiversidade de árvores dispostas no beiral longilíneo de cada andar para que o conceito de “Floresta Vertical” prevaleça trazendo a devida qualidade para a construção e contigo, todos os benefícios. Árvores frutíferas no condomínio. • Todos os métodos eficientes, para economia de energia e água, deverá ser levado em consideração, assim como materiais alternativos que não prejudiquem o meio ambiente. • Conscientização dos habitantes e funcionários para o efetivo funcionamento de todo o sistema sustentável que depende do ciclo social, monitorado por novas leis a ponto de ser advertido com multas. • Condomínio clube com atividades alternativas para essa nova conscientização, como curso de culinária orgânica, curso de jardinagem e horta orgânica, curso de artesanato para crianças e adultos, curso básico de permacultura, aulas de atividade física para controle corporal e etc. • Parquinhos para crianças em meio a natureza. • Áreas de atividade física e áreas de descanso em meio ao ar livre. • Trabalho voluntário proposto e dirigido pelo condomínio. • Novos métodos construtivos e alternativos.

5.4 Público Alvo Com todos os estudos levantados anteriormente, a intenção é atrair o público residente novamente para essa região, para isso, é necessário encontrar vantagens que a valorize sem perder sua identidade. Estamos falando de uma reintegração, só mesmo inovando, trazendo o novo para o antigo é que termos a chance de tornar o Bom Retiro interessante para se morar. A maioria dos empreendimentos sustentáveis que encontramos hoje em dia nas grandes cidades, são feitos sem um estudo aprofundado, atraindo apenas os leigos e enriquecendo os oportunistas, portanto sua qualidade não é considerável e seu preço não é justo. Claro há muitos produtos novos, tecnológicos que realmente encarecem a obra, porém o conceito básico da sustentabilidade é aproveitar ao máximo os recursos já existentes, evitar o descarte excessivo de materiais depredáveis e não incentivar o consumismo e sim a reciclagem.


6. O Terreno O conceito de sustentabilidade não será apenas implementado no projeto do condomínio, ele fará parte da nova cultura dos moradores e do cidadão que busca a qualidade de vida sem um custo muito alto, mudando apenas alguns hábitos e padrões vividos até então. Terá todos os detalhes mínimamente estudados, proporcionando um efetivo aprimoramento da nova solução verde, para a cidade de São Paulo e principalmente para seus habitantes. A ideia conceitual de sua forma estrutural, é muito simples, basta pensar que somos abelhas e o edifício é a arvore que abriga todas as colmeias. A disposição dos apartamentos serão irregulares para um melhor aproveitamento de energia solar e conforto térmico. É principalmente por causa das árvores que será implantada nos beirais de cada andar, elas precisaram de toda atividade natural para que possam se manter naturalmente vivas. Além da manutenção regular proposta para o condomínio é claro.

Imagem 63 Carta Solar da Cidade de São Paulo Fonte: http://imagensdosol.blogspot.com.br/2012/03/carta-solar-para-latitude-de-sao-paulo.html

Observando a Carta Solar da cidade de São Paulo podemos entender melhor a posição do sol em todas as horas e meses do ano. É possível avaliar sua angulação em todas as estações e prever brevemente sua altura de acordo com as horas no decorrer do dia.

A vegetação tomando quase toda a fachada, mudará todo o bioclima da região, fornecendo mais qualidade de vida pra quem mora no condomínio e para todos seus vizinhos.

6.1 Posição do sol em relação ao terreno

Imagem 64: Carta Solar no Solstício de Verão Fonte: http://www.seionde.com.br/

Imagem 65: Carta Solar no Solstício de Inverno Fonte: http://www.seionde.com.br/

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Imagem 66: Esquema simplificado da posição do sol em relação ao terreno

Sendo assim, levamos em consideração a posição proposta do edifício à 45º em relação ao Norte. Dessa forma observe que ambos os edifícios recebe sol o dia todo e obtem sol radiando diretamente na fachada Leste, Oeste e Norte. A distribuição foi estrategicamente pensada para ambos os edifícios terem o maior aproveitamento da luz solar possível no decorrer do dia. A face leste e parcialmente a face norte, terá o sol da manhã até o meio dia em ambos os edifícios, na parte da tarde o sol irradiará na face oeste e parcialmente na face sul.

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6.2 Topografia do Terreno O terreno hoje, é um estacionamento, ele foi modificado recentemente para uma configuração plana. Para isso foram feitos taludes em sua parte mais alta, obtendo uma diferença de quase 2 metros do ponto extremo norte da Rua Afonso Pena ao extreno leste da Rua Salvador Leme. No projeto proponho aterrar uma parte do terreno, e aproveitar para a configuração do novo projeto, minimizando ainda mais o impacto da diferença dos desníveis.


Imagem 67: Implantação do Terreno Atual

Essa é a configuração que encontramos hoje, observe que a curva de nível ficou muito próxima uma da outra no extremo leste do terreno, causando uma parede alta para quem esta na cota 723º e um “precipício” para quem esta na cota 725º. Há hoje uma barreira entre o pedestre e o terreno que é até viável para o uso atual, porém, na nova proposta a reintegração é essencial. Imagem 68: Foto do disnível existente no terreno escolhido.

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Imagem 69: Planta do disnível proposto

Aqui temos a proposta, um aterramento parcial do terreno, que será integrado ao projeto e irá reintegrar o terreno novamente para as duas ruas circundantes, facilitando o acesso ao condomínio abrindo mais opções, tanto para o conforto, como para a organização operacional.

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6.3 Uso e Ocupação do Solo do Entorno

Imagem 70: Planta de Uso e Ocupação do Solo

Como já era de se esperar, a ocupação no centro é predominantemente comercial e industrial. Mas é visivel observar as mudanças desse parâmetro. Nos dias de hoje há muita procura do mercado imobiliário nessa região. Como diz um artigo postado pela Qualimóvel em novembro de 2015:

“O centro de São Paulo recebe uma série de investimentos nas áreas públicas e privadas como a reestruturação comercial e cultural de prédios históricos, a instalação de espaços de convivência, além da oferta de Wi-Fi gratuito disponibilizado pela prefeitura. Além dos investimentos realizados pelo governo municipal, o projeto Casa Paulista prevê a revitalização do centro com uma Parceria Público - Privado (PPP) 51


que contará com a participação da Prefeitura e Governo de São Paulo, além de empresas que trabalharão na construção de moradias em áreas degradadas ou abandonadas. Nesse cenário de resgate do coração da cidade, um dos principais pontos turísticos da capital é responsável por 20% do total de empregos de São Paulo, a região da Sé, concentra apenas 3% dos moradores da cidade. O novo projeto urbano em andamento prevê maior investimento na área central, criando diversos formatos de imóveis para atender usuários de perfis distintos. De acordo com Marcelo Conde, presidente da STX Desenvolvimento Imobiliário, incorporadora responsável pelo projeto, “A decisão de construir o projeto no centro vai de encontro com o projeto de revitalização de uma das mais importantes áreas da capital, oferecendo boa estrutura com preços acessíveis. O desenvolvimento habitacional da região tende a contribuir ainda mais para o crescimento do setor de serviços como bares, restaurantes e hotelaria, além de ampliar a infraestrutura de transportes e, consequentemente, valorizar os imóveis. O processo de revitalização faz com que a área se torne uma alternativa viável a regiões que sofrem com a escassez de terrenos e também com a especulação imobiliária. De acordo com pesquisa do Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Bovespa, mais de 90% dos empreendimentos lançados nos últimos dois anos no centro foram absorvidos. O mercado de imóveis segue como a principal fonte de investimento com crescimento acumulado de 120% nos últimos cinco anos, ficando acima da taxa Selic, CDB e Poupança.” (Qualimóvel 2015). Baseado preender potencial dade, a dade de

em todas as pesquisas já levantadas, é fácil comque o centro histórico de São Paulo tem um grande para um recomeço. Por estar bem no meio da cifacilidade pelo acesso, a variedade pela oportuniemprego, comércio e lazer é quase que imbatível.

Mas é claro que devemos avaliar todos os pontos de se construir residências, os positivos e principalmente os negativos. Levar moradores para o centro não resolverá de fato todos os problemas acarretados ali. Devemos levar em consideração que para levar moradores para aquela região, é preciso primeiramente atrai-los de alguma forma.

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“É preciso não pensar apenas em habitação, mas quando construirmos casas, nós precisamos lembrar que é importante naquele bairro também ter atividades humanas que enriqueçam a vida. Precisamos de áreas de lazer para crianças, adultos e idosos, áreas de convivência com cinemas, teatros, circos, bibliotecas, atividades educacionais, passando por cursos profissionalizantes, oficinas de arte, áreas de práticas de esportes e atendimento de saúde. Só assim um projeto é completo.” (Ohtake, Ruy - 2012). Fonte: Fonte: Associação Comercial de São Paulo – ACSP

7. Projeto Arquitetônico 7.1 Partido Associando todas as pesquisas relacionadas com o contexto urbano do centro histórico de São Paulo, o projeto parte do princípio primeiramente sustentável com o intuito de promover saúde e bem estar para os moradores, impactando o menos possível com o meio ambiente. Aimportância de saúde mental e física dos moradores é realmente importante e inspirou em valorizar o máximo possível da área comum externa, para atividades físicas. A integração do meio ambiente com o ser humano é crucial, seja ela mínima ou máxima. O público atraído possívelmente será um púbico ja consciente, sensibilizado com a premissa proposta pelo espaço e ajudará a fazer parte de uma rede que permite que o condomínio seja autosustentável. Considerando que isso é uma hipótese, todo morador será conscientizado com regras e advertido (se for necessário) para um controle maior da ordem e organização singular proposta pelo condomínio. Além do espaço ser completamente sociável entre os condôminos, haverá um espaço público/ privado, que fornecerá serviços temporariamente, diferente dias da semana. Com a estrutura igual a de uma feira, porém com a versatilidade de comportar diversas finalidades. Dessa forma garanto um lucro para o condomínio, reintegro os moradores com a cidade e a cidade com os moradores.


7.2 Implantação - Layout Térreo/Áreas Comuns

6.5 Implantação

Imagem 71: Planta Baixa Implanta - Térreo e Área comum

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7.2.1 Detalhes - Áreas Comuns 1 - Hall de Entrada 2 - Banheiro PNE 3 - Banheiro Masculino 4 - Banheiro Feminino 5 - Banheiro Masculino 6 - Banheiro Feminino 7 - Espaço Home Office 8 - Spa 9 - Brinquedoteca 10 - Espaço Criativo 11 - Banheiro Masculino 12 - Banheiro Feminino 16 - Horta Orgânica 42 - Lounge para leitura 43 - Redário

Obs: Área Pontilhada = Área prevista para reservatório de Água Pluvial.

Imagem 72 Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 1 Imagem 73: Planta Baixa - Layout Térreo/Áreas Comuns - Parte 1

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13 - Piscina 14 - Solarium 15 - Academia 17 - Quadra Poliesportiva 18 - Espaço Pet 19 - Área externa destinada para feiras semanais 20 - Copa com Armários 21 - Banheiro Masculino 22 - Banheiro Feminino 44 - Portaria 2 Obs 1: A Portaria 2 será responsável pelo controle de acesso de visitantes operacionais, que terá acesso apenas pelo estacionamento. Será responsável também pela a administração da feira

Imagem 74: Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 2

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Obs 2: Área Pontilhada = Área Prevista para elevador de lixo.

Imagem 75: Planta Baixa - Layout / Áreas Comuns - Parte 2

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Imagem 76: Planta Baixa - Layout Térreo/ Áreas Comuns - Parte 3

23 - Churrasqueira e Espaço Gourmet 24 - Mesas com Guarda - Sóis 25 - Playground 26 - Salão de Festas Adulto 27 - Banheiro Masculino 28 - Banheiro Feminino 29 - Banheiro PNE 30 - Cozinha 31 - Banheiro Unisex 32 - Banheiro PNE 33 - Hall de Entrada 34 - Banheiro Masculino 35 - Banheiro PNE 36 - Cozinha 37 - Banheiro Feminino 38 - Salão de Festas Infantil 39 - Salão de Jogos Infantil 40 - Salão de Festas Adulto 41 - Bosque 44 - Bicicletário 45 - Portaria 1 Obs 1: O salão de festas adultos esta perto da churrasqueira/espaço gourmet e também do salão de jogos adulto, assim como o salão de festas infantil esta perto do salão de jogos infantil e playground, pois de certa forma esses ambientes estão interligados e eventualmente será possível juntar suas finalidades. Obs 2: O bicicletário tera estacionamento para bicicletas dos próprios moradores, como também terá bicicletas do condomínio disponíveis para o uso dos exclusivo dos condôminos, com controle de cadastramento. Imagem 77: Foto do disnível existente no terreno escolhido.

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7.2.2 O Espaço para Feira

Imagem 78: Planta Baixa - Espaço Destinado à Feira

O proposta da feira, é trazer movimento e a praticidade do comércio de consumo essencial do cotidiano. A feira acontecerá 3 vezes por semana, sempre intercalando os temas, sendo eles: - Feira de Produtos ôrganicos - Feira de Gastronomia - Feira de Livros Uma vez por mês, ocorrerá o “mercado das pulgas”muito conhecido em Paris por ajudar a revitalizar seu centro histórico. O “mercado das pulgas” consiste em venda de bens antigos, usados e outras mercadorias, inclusive de fabricação artesanal. Para alugar a barraca será necessário fazer cadastramento e o pagamento com antecedência. O Espaço: Terá espaço para 6 barracas fixas e uma praça central ao meio com cobertura vazada em forma de circulo. A esquerda, parklets feito em madeira. Para os comerciantes terá uma área e suporte como banheiros e copa de uso exclusivo. Essa área permanecerá fechada, será aberta somente em dia de feira. A administração da feira será feita somente pela Portaria 2(mantendo a segurança dos condôminos).

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7.3 Planta Tipo Serão 6 apartamentos por andar, dividindo o core central e estrutural, responsável pela circulação vertical do edifício. A variação de tamanho dos apartamentos será mínima (60m2, 70m2 e 80m2), pela intenção de não haver grandes diferenças de classes sociais. A configuração dessa planta será a mesma em todos os pavimentos, mas poderá ser versátil na parte interna do apartamento. Já que a estrutura responsável pela sustentação do edifício são os pilares das extremidades e o core central.

7.3.1 Forma da Planta

A forma oval do pavimento segue a mesma linha de raciocínio dos iglus. A forma arredondada favorece no conforto térmico, fazendo com que o vento desvie com mais facilidade, mantendo a temperatura interna estável.

Imagem 79: Planta Tipo

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7.4 Tipos de Pavimentos

Imagem 80: Variações de Laje, Layou Paisagismo - Plnatas Tipo

Todos os pavimentos terão um paisagismo que fará parte da fachada, isso ajudará no conforto térmico em dias de muito calor, pois as plantas fazem o processo de umidificação do ar, tornando o ambiente muito mais fresco, sem contar com a melhoria da qualidade do ar, da fauna e flora. A configuração diferente é para favorecer a incidência de luz natural para o apartamento e principalmente para a vegetação

Os canteiros terão sistema de irrigação própria Os pavimentos terão 3 tamahos e configurações diferentes, que mudará de tamanho apenas na årea da sacada, favorecendo bastante a vegetação proposta para a fachada.

Apesar da vegetação estar presente nas varandas, é de responsabilidade unica e exclusiva de um profissional qualificado para fazer a manutenção eficiente de toda essa vegetação a cada 15 dias.

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7.5 Planta do Subsolo

Imagem 81: Planta baixa - Subsolo

Cada apartamento terá apenas uma vaga de garagem , portanto o estacionamento terá somente um andar, com vaga para motos e visitantes. No subsolo está previsto dois reservatórios de águas pluviais e de 180m3 cada uma e uma cisterna para armazenar água da chuva, tratada. Nesse pavimento é onde ficará o depoósito de lixo, depósito de equipamentos de manutenção e a sala da equipe administrativa do condomínio. 60


Imagem 82: Planta Baixa - Subsolo e área permeável

Mesmo com o estacionamento no subsolo, permanecemos com a porcentagem a cima da exigência feita pela prefeitura em relação à área permeável do terreno construído.

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7.6 Planta de Cobertura

Imagem 83: Planta de Cobertura

Telhado verde com captação da água da chuva em ambos os edifícios e nas áreas comuns: -Churrasqueira / Espaço Gourmet - Espaço para Feira - Portarias - Academia 62

Obs: Paineis Fotovoltáicos na cobertura dos edifícios, junto ao telhado verde.


7.7 Cortes

Imagem 84: Corte Longitudinal

7.8 Elevações

Imagem 86: Elevação 1

Obs: As configurações diferentes dos pavimentos permitem que seja possível plantar vegetações maiores como; árvores e grandes arbustos. Imagem 85: Corte Transversal

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Imagem 87: Elevação 2

Obs: É possível observar nas elevações que a implantação dos edifícios quase não se sobrebrepõem, não fazem sombra um no outro.

7.9 Sustentabilidade no Projeto Nos Apartamentos: - Economia nos materiais de obra; - Maior reaproveitamento possível de material; - Vegetação da fachada favorecerm a fauna e flora; - Produtos sanitários que economizem água; - Produtos de elétrica que economizem energia Área Comum: - Churrasqueira ecológica que não gera resíduos. - Churrasqueira e cademia: Paredes em Taipa e Cimento.

Imagem 89: Foto , exemplo de parede de taipa e cimento

A taipa além de ser econômica e simples de fazer é um ótimo isolante térmico, com as novas técnicas de misturar terra com cimento, as taipas tem superado muito em sua resistência. Fora a aparência que já é bonito ao natural, não precisa de pintura. Imagem 88: Imagem Ilustrativa sobre taipa

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https://kdcs.wordpress.com/2011/10/31/tecnicas-de-construcao-com-terra-crua-construcao-natural/


As coberturas: serão adaptadas para receber 80 placas fotovoltaicas, para alimentar as áreas comuns do edifício, isso equivale a uma economia de 1800kW por dia por edifício. A cobertura ficará encarregada também de comportar uma cobertura verde com captação da água da chuva. Que será irrigada nos jardins do condomínio, inclusive os da fachada. Para isso está previsto uma cisterna no subsolo com capacidade para 90m3.

Para o Pátio externo: Piso Drenante nas áreas comuns. Escoamento de 80% a 95% da água, dependendo do tipo escolhido. Esses pisos garantem maior conforto térmico porque retêm menos calor se comparado ao piso cerâmico .

Pesquisadores do departamento de engenharia mecânica da Universidade de Honk Kong (Hui & Chan, 2011) demonstraram em seus experimentos que quando essas duas tecnologias dividem a cobertura de um edificio , a combinação de sombreamento e resfriamento da superfície, impacta positivamente na efetividade e funcionalidade. A temperatura na superfície da vegetação e no interior do substrato do telhado verde são reduzidas pelo sombreamento das placas solares, proporcionando um melhor desenvolvimento das plantas e menor evaporação de umidade / estresse hídrico. Ao mesmo tempo, o resfriamento proporcionado pelo telhado verde explica um aumento de 8,3% na geração de energia elétrica, em comparação ao painéis fotovoltáicos em uma cobertura seca. Fonte: Hui & Chan, 2011. Integration of green roof and solar photovoltaic systems. Paper submitted to Joint Symposium 2011: Integrated Building Design in the New Era of Sustainability, 22 Nov 2011 (Tue), Kowloon Shangri-La Hotel, Hong Kong.

Para o telhado verde serão utilizados o substrato skygarden que forma um tapete que substitui toneladas de terra comum, permitindo o plantio de grama e outras plantas. O skygarden dispensa o uso de derivados de petróleo. No nosso caso usaremos o tipo slim para plantas rasteiras para que não cresçam e façam sombra para as placas solares.

Imagem 90: Esquema - Piso Drenante

Toda água escoada, irá para a cisterna prevista no subsolo, para armazenar toda água da chuva coletada. Fonte: http://casa.abril.com.br/materia/quando-chover-deixe-escoar

O Lixo: Lixo Reciclável Parceria com empresa de coleta seletiva em condomínio. Visando a probabilidade de revertir em lucro. EX: institutomuda.com.br

Ele diminui a temperatura da laje do edificio em até 18graus celsius. Tem um reservatório próprio de água com capacidade de 28L por metro quadrado . Esse substrato se decompoe apenas 1% ao ano. Fonte: http://www.skygarden.com.br/br/ Imagem 91: processo da coleta seletiva, proposta pela empresa. Fonte: http://institutomuda.com.br/wp/

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Iluminações nas áreas comuns Postes de Iluminação solar nas áreas externas. (Sem conduítes, quadros, disjuntores e fios. Basta fixar no solo e está pronto . Composto pelo poste, painel solar, bateria selada de alta durabilidade, circuito totalmente eletrônico contendo controlador, função de liga/ desliga fotosensível incorporada. Iluminação através de LEDs de altíssima potência.

Imagem 93: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico

Imagem 92: Poste baixo para iluminação de áreas comuns Fonte: http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/7/1-postes-de-iluminacao-fotovoltaicos-235547-1.aspx

7.10 Projeto em 3D Projeto ilustrativo em 3D. É possível notar propositalmente a predominância do verde em quase todas as superfícies planas. A proposta é que tanto o projeto quanto o terreno, continue respirando. Imagem 94: Imagem Ilustrativa do Projeto Arquitetônico

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Imagem 95: Imagem Ilustrativa do Projeto ArquitetĂ´nico

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Imagem 96: Imagem Ilustrativa do Projeto ArquitetĂ´nico

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8. Considerações Finais A importância do tema da sustentabilidade, com destaque para as questões ambientais, está crescendo e se tornando determinante para a concepção da arquitetura e do ambiente construído como um todo, isso vem ganhando abrangência no contexto global. No entanto, uma série de perguntas sobre o futuro da arquitetura sustentável permanece, englobando definições, possibilidades, métodos e metas. Um exemplo disso é a questão sobre a capacidade de os “checklists” definirem sustentabilidade. Pode-se dizer que, enquanto o desempenho ambiental da construção for medido pelos sistemas de avaliação, a síntese que deve ser realizada pela concepção para a arquitetura sustentável não tem como ser integralmente contemplada por esses mesmos métodos. No campo do ensino, com ênfase para o cenário nacional, a grande maioria das escolas de arquitetura ainda apresenta uma secção entre os ateliês de projeto e a aplicação dos conhecimentos básicos do conforto ambiental, da eficiência energética e da sustentabilidade. Porém, pressões externas por soluções de projeto em prol de uma arquitetura de menor impacto ambiental e mais sustentável, somadas à evolução de métodos e técnicas para a interface entre o projeto e as variáveis ambientais, tendem a transformar esse cenário em médio e longo prazo. Exemplos de tais métodos e técnicas são as ferramentas computacionais e as avaliações de desempenho existentes.

De fato o objetivo é encontrar e abranger diversas técnicas desde que sejam válidas para o benefício da arquitetura sustentável e enfatizar sempre que possível o real conceito imposto pela consciência ambiental, e fazer integralmente parte dessa concepção.

Certamente, a criação de verdadeiros paradigmas da arquitetura sustentável, cada vez mais, exige uma integração maior entre pesquisa, prática e ensino. Para que essa síntese aconteça, é imprescindível que todos os profissionais envolvidos no projeto de arquitetura estejam familiarizados com as questões de conforto ambiental, ainda que no campo conceitual; por outro lado, é fundamental que os pesquisadores e professores de conforto ambiental tenham familiaridade e certo envolvimento com as questões da prática do projeto. A arquitetura para a sustentabilidade não tem porte nem lugar, ou seja, o tema cabe a qualquer tipologia de edifício e a qualquer função, em qualquer contexto, assim como não define tecnologia ou, até mesmo, partido arquitetônico. Na prática de projeto, os resultados mostraram uma grande variedade de propostas arquitetônicas e tecnológicas. Parte delas trata o tema predominantemente vernacular, outras trabalharam com uma abordagem mais industrial e racionalizada, explorando uma imagem mais contemporânea do objeto arquitetônico, que em alguns casos vai além do conforto e da energia nas relações com o ambiente natural, na medida em que incorporam aspectos estéticos inspirados em formas orgânicas pouco convencionais. 69


7. Referências Bibliográficas

- http://arquiteturamaissustentavel.com.br/sistemas-construtivos-sustentaveis.html

- IBGE – Instituto Brasileiro de Economia e Estatística – Atlas do Censo Demográfico 2000. in : (26/09/2007) http://www.ibge.gov. br/home/presidencia/noticias/pdf/ 29122003atlascenso.pdf

- http://giodas.blogspot.com.br/2011/12/tecnicas-construtivas-sustentaveis.html

- VAN LENGEN, Johan. Manual do Arquiteto Descalço. Editora B4 editores 2004. - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; SINDUSCON/SP. Conservação e reuso da água em edificações. Editora Gráfica São Paulo, junho de 2005. - PICORAL SOLANO, Rosana. Arquitetura Sustentável X ganho Ambiental. Porto Alegre: EDIPUC. 2008 - SILVESTRE MEDEIROS, Jonas. Construção 101 perguntas e respostas/dicas de projetos, materiais e técnicas. Editora Manole 2013. - MALVEZZI, Mariana. Sustentabilidade e Emancipação – a gestão de pessoas na atualidade. Editora Senac São Paulo 2014. - http://www.ecologiaurbana.com.br/residencia-sustentavel/arquitetura-sustentavel/

- http://ambiente.hsw.uol.com.br/construcoes-ecologicas2.htm - http://www.criaarquiteturasustentavel.com.br/ - http://ecoarqfacs.blogspot.com.br/2010/05/arquitetura-sustentavel-hoje-em-dia-os.html - http://petcivil.blogspot.com.br/2014/01/certificacao-leed-saiba-mais-sobre-o.html - http://www.gbcbrasil.org.br/graficos-empreendimentos.php - https://ecoarquitetura.wordpress.com - http://aovivonaweb.tv/blog/por-uma-permacultura-morena-e-ecossocialista - http://sinaisdefumacaa.blogspot.com.br/2010/06/permacultura-urbana.html

- http://arquiteturamaissustentavel.com.br/

- https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/12/08/materiais-verdes/

- http://www.usgbc.org/leed

- http://portalarquitetonico.com.br/a-eco-cidade-chinesa/

- https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwizj9Sf8OnLAhUMk5AKHX53CdcQFgg3MAM&url=http%3A%2F%2Fwww.seer.ufrgs. br%2Fambienteconstruido%2Farticle%2Fdownload%2F3720%2F2071&usg=AFQjCNG8HtThO80jFzBl6DN184-KzEmGIQ&bvm=bv.118353311,d.Y2I

- http://www.usp.br/agen/?p=97501

- http://pt.slideshare.net/FundacaoDomCabral/a-sustentabilidade-no-sc-xxi - http://www.archdaily.com/777498/bosco-verticale-stefano-boeri-architetti - http://www.gbcbrasil.org.br/graficos-empreendimentos.php - http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/ certificacao-leed-o-que-e-como-funciona-o-que-representa-construcao-sustentavel-675353.shtml 70

- https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/09/06/tecnicas-construtivas-do-periodo-colonial-i/ - http://www.ecoeficientes.com.br/projeto-reuso-agua-da-chuva/ - http://www.aniteco.com/o-tijolo-ecologico/ - http://www.ecocasa.pt/userfiles/file/TIJOLO_DE_TERMOARGILA.pdf - http://www.archdaily.com.br/br/01-141602/finalistas-criam-nova-geracao-de-materiais-construtivos-sustentaveis - http://www.dezeen.com/2015/11/10/stefano-boeri-la-tour-des-cedres-evergreen-trees-plants-tower-vertical-forest-lausanne-switzerland/


- http://www.mcarchitects.it/project/la-casa-100k - http://www.ecoeficientes.com.br/ecovila-clareando/ - http://transitionbrasil.ning.com/profiles/blogs/campanha-na-concretizes-destino-colaborativo-ecobairro-na-cop21 - http://www.vivareal.com.br/imovel/lote-terreno-bom-retiro-centro-sao-paulo-8383m2-venda-RS20000000-id-6830239 Jorg Stamm, Luiz Carlos Rios, Jorge Belanko, Tomaz Lotufo, Al Borde -Uso do Bambu e Solo na Construção - 1ºSimpósio Latino Americano de bioarquitetura e sustentabilidade em Nova Friburgo RJ. Nilson Dias, Guilherme Castagna , Tomaz Lotufo - Gestão Hídrica, Biogás, Energias e Resíduos Sólidos - Águas do Brasil, Energisa, Viva Rio, Fluxus - 1ºSimpósio Latino Americano de bioarquitetura e sustentabilidade em Nova Friburgo RJ. Empreendedorismo Sustentável : Elena Ayras, Nilson Dias, Yunnus Negócios Sociais,SEBRAE, FIRJAN - 1ºSimpósio Latino Americano de bioarquitetura e sustentabilidade em Nova Fribur-

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