AQUA SPA URBANO
RODRIGO BRAGA A. SOARES
AQUA SPA URBANO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitório Senac, Santo Amaro, para a obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Professor Nelson Urssi
São Paulo 2016
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me sustentado e guiado até aqui. Agradeço minha esposa e a minha família, que sempre me apoiaram e incentivaram nos momentos mais difíceis. Estes são para mim uma base e me ajudam a prosseguir. Agradeço ao professor e orientador Nelson Urssi, que de uma maneira atenciosa e muito paciente tem me ensinado e me orientado da melhor maneira possível. Agradeço também aos amigos que conquistei em todos os lugares que trabalhei. De maneira simbólica e muito importante agradeço aos chefes que além de mentores se tornaram grandes amigos. Em especial ao Marcos Ribeiro, Carlos Henrique, Carina Freitas e Riccardo Buso, que sempre me ajudaram e instruíram durante essa caminhada. A Studiotec que muito investe em mim, dando-me grandes oportunidades, dividindo gentilmente conhecimentos e experiência.
RESUMO Essa monografia apresenta uma pesquisa
usadas referências bibliográficas técnicas de au-
relacionada a importância das Termas antigas, os
tores conceituados e arquitetos renomados, que
chamados Spas da antiguidade, na vida da socie-
nos ajudam a entender a importância da arquitetu-
dade Grega e Romana. Buscou-se entender prin-
ra nesse processo e como é possível proporcionar
cipalmente a história da água e sua importância
ao usuário uma experiência sensorial de desco-
como direcionador e estruturador de civilizações.
nexão com o exterior dessa obra e da correria e
Foram analisadas as Termas de Roma do Séc. V,
stress da vida urbana.
as Termas no Brasil do Séc. XX , e foram apontados elementos e características herdadas dessas
Palavras Chave: Spa, Arquitetura, Água, Termas,
épocas em dois estudos de caso. Foi reconhecido
Pátio, Jardim, Desconexão.
a semelhança nos usos dos ambientes de uma Terma antiga para um Spa contemporâneo, que vai desde o tipo de tratamento oferecido, até em como oferecer a arquitetura como um artifício de relaxamento visual e mental. Com essa base, está sendo proposto um projeto que visa qualificar a paisagem urbana, que seja de fácil acesso e que possa oferecer aos seus clientes uma sensação de paz interior. Desde o lado de fora com uma fachada que convida as pessoas a experimentarem uma nova experiência, até os tratamentos com água e massagens, em salas bem elaboradas e harmoniosas capazes de transmitir proteção, bem estar e tranquilidade. Para a metodologia desta pesquisa, foram
SUMÁRIO 1
INTRODUÇÃO
2
AS TERMAS NA ANTIGUIDADE
2.1
O Termalismo Grego
2.2
As Termas da Roma Antiga
3
AS PRÁTICAS TERMAIS NO BRASIL DO SÉCULO XX. POÇOS DE CALDAS - MG
3.1 4
Thermas Antônio Carlos - Poços de Caldas - MG 1931
ESTUDO DE CASO: EXPERIÊNCIA SENSORIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA
4.1
Termas de Vals - Suíça 1996, Peter Zumthor
5
ESTUDO DE CASO: EXPERIÊNCIA PRÁTICA E O APRENDIZADO
5.1
Spa Aigai - Brasil, SP 2014, Aya 360*
6
PROJETO: AQUA SPA URBANO
6.1
Localização
6.2
Proposta de projeto e requalificação da paisagem urbana
6.2.1 Pavimento térreo: Áreas de recepção, tratamento e relaxamento 6.2.2 Planta de Subsolo: Área técnica e serviços 6.2.3 Planta de Cobertura: Cobertura sustentável CONSIDERAÇÕES FINAIS LISTA DE FIGURAS REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO Houve um tempo na história das civilizações
talmente revestidas de mármore, esculturas feitas
tratamentos hidroterápicos por possuir aparelhos
do Séc. V, em que a água era o fator responsá-
por grandes artesãos, bibliotecas e área de lazer.
tão tecnológicos quanto os que serão utilizados
vel por organizar e direcionar o desenvolvimento
Por ser tão acessível, todas as classes da socie-
na construção desse projeto de Spa Urbano.
de uma sociedade. Resolver situações políticas,
dade poderiam encontrar um momento de lazer
Atualmente o que se vê no mercado de Spa,
sociais e culturais que definitivamente transforma-
quando se estava em contato com a água e com
é que alguns empresários investem na adaptação
ram e modificaram o cotidiano do homem. Tendo
a arquitetura das termas, que tornavam a experi-
de imóveis residenciais e comerciais para ofere-
em vista os relatos e as evidencias culturais en-
ência de relaxamento e de recuperação mais pra-
cer os serviços de tratamento e relaxamento. Isso
contradas na história da Grécia e Roma antiga.
zerosa.
sem sombra de dúvidas atinge o público alvo que
No Séc. XX as técnicas de tratamento já ha-
investe seu dinheiro nesses espaços. A grande di-
Foi através da água que novas práticas da
viam se desenvolvido, e ficaram mais conhecidas
ferença é que dificilmente será possível oferecer
vida em sociedade foram sendo consolidadas
com os estudos realizados em razão da hidrote-
uma grande experiência sensorial. Experiência
como hábitos rotineiros do dia a dia de cada cida-
rapia. Grandes médicos brasileiros se especiali-
através da construção de uma arquitetura moder-
dão. Era comum sair do trabalho e encontrar um
zaram e buscaram a fundo entender os grandes
na, que atende ao programa proposto e que pode
momento de lazer e descanso nas casas de ba-
benefícios da água na vida do homem.
ser mais um item no menu de serviços desse Spa.
(MARQUES, 2012, p.1 e 2).
nho. Tais recintos ofereciam além de tratamentos
A cidade de Poços de Caldas em Minas Ge-
Para isso é necessário que dentro desse leque de
de recuperação mental e física, a oportunidade de
rais, tornou-se conhecida pelo mundo pela produ-
possibilidades de desconexão o indivíduo encon-
se relacionar de forma coletiva e de usufruir da
ção natural de águas termais. Águas que brotavam
tre e sinta necessidade de ter um bom tratamento,
arquitetura luxuosa das Termas.
do solo com temperaturas tão altas capazazes de
um bom relaxamento em uma boa arquitetura que
Embora houvessem grandes problemas de
proporcionar relaxamento ao homem. Nesse tem-
possa criar esse oásis urbano.
segregação social, em que os ricos não gostavam
po com os avanços das pesquisas de hidrotera-
Pensando nisso o estudo do projeto parte do
de dividir esse espaço com as pesoas mais sim-
pia, a cidade mineira tornou-se a primeira cidade
princípio de trazer uma transformação na paisa-
ples. Aquele era um local financeiramente aces-
balneária do Brasil por poder oferecer tamanha
gem urbana da região da Chácara Santo Antônio,
sível a todos, onde os mais simples poderiam ter
riqueza natural com as construções das Termas
Zona Sul de São Paulo.
grandes experiências culturais, ao conhecer e
Primitivas em 1919, Thermas Antônio Carlos,
O terreno situado próximo do Shopping Mo-
usufruir de um espaço sofisticado, com salas to-
1931. A Thermas de 1931 tornou-se referência em
rumbi, é um dos muitos espaços que foram deso-
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cupado naquela região, graças ao bum imobiliário gerado pela Operação Urbana Consorciada Água Espraiada (OUC), setor Chucri Zaidan.
tetura. A grande missão do spa é permitir ao indivíduo sentir-se bem e relaxado, distanciando-o das
As operações são intervenções realizadas
preocupações, correria e stress do dia a dia. De
sob a coordenação do poder público, envolvendo
uma maneira prática e acessível, oferecer essas
a iniciativa privada, os moradores e os usuários do
experiências sem que haja a necessidade de sair
local, buscando alcançar transformações urbanís-
da cidade para uma área mais tranquila e menos
ticas estruturais, melhorias sociais e valorização
urbanizada. É fazer com que o indivíduo se des-
ambiental.
conecte mesmo que por algumas poucas horas. É
O Poder Público delimita uma área e elabora
ter a oportunidade de recarregar as energias em
um plano de ocupação, no qual estejam previstos
um espaço confortável e que nos transmita tran-
aspectos de implementação de infra-estrutura, a
quilidade.
nova distribuição de usos, as densidades permi-
O projeto do Spa explora diversos elementos
tidas, os padrões de acessibilidade, etc. Trata-se,
para o bem estar do indivíduo. Seja na forma que
portanto, de um plano urbanístico onde podem ser
a arquitetura produz, na materialidade, o trabalho
trabalhados elementos que definem as altura das
com luz, ora ausente, ora mais que presente, as
edificações, relações entre espaço público e pri-
aberturas que permitem um contato com o ver-
vado, reordenamento da estrutura fundiária, etc..
de e o céu, a ausência de ruído, a sonoridade da
Por esse motivo, as operações urbanas qua-
água e a ausência do tempo, transportará o indi-
lificam as cidades, a área torna-se ideal para um
víduo para uma realidade de paz e sossego onde
projeto moderno, capaz de requalificar a paisa-
o stress do dia a dia serão esquecidos completa-
gem urbana, sendo um atrativo para aqueles que
mente.
passam e vêem a fachada desse edifício. Essa é a maneira de convidar e atrair as pessoas para conhecerem novas experiências através da arqui-
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AS TERMAS NA ANTIGUIDADE Estudando os hábitos de antigas civilizações é possível notar a utilização do banho não só para
ma confortável um número crescente de pessoas a procura das termas e casas de banho.
limpeza e higiene pessoal, mas também para tra-
Hoje em dia ainda é possível visitar ruínas de
tamentos e relaxamento do corpo. A água sempre
antigas termas gregas e romanas. Essas foram as
foi vista como um símbolo de purificação e cura.
civilizações que sinteizaram o conceito de spa. É
Estima-se que em 3.550 a.C. as civilizações me-
possível descobri a história das terma nas ruínas
sopotâmicas e sumérias utilizavam das margens
que estão espalhadas por toda Europa em países
dos rios Tigres e Eufrates para a realização de ri-
tão diferentes como Bulgária, França, Espanha,
tuais aquáticos de purificação espiritual. Em 3.200
Portugal, Reino Unido, Alemanha, Hungria, Itália,
a.C. os faraós egípcios também desenvolviam ri-
Romênia, Turquia, Líbia, Holanda, entre outros.
tuais espirituais de purificação da alma e prepara-
(LIBERATI, BOURBON, 2005, p.34-112).
ção para a próxima vida às margens do rio Nilo. (LIBERATI, BOURBON, 2005, p.34-112).
Relatos Bíblicos mostram que o povo na época de Cristo acreditavam na cura milagrosa que a água poderia prover. Esse relato mostra que pessoas enfermas se aglomeravam nos tanques de Betesda em Jerusalém. (NVI, 1993, p.1354). A água sempre foi o elemento mais importante para a vida. Os homens sempre buscaram em sua essência elementos naturais capazes de trazer benefícios que nenhuma medicina havia descoberto até então. Imperadores construíam grandes infraestruturas ao redor dos centros de banhos e fontes aquáticas, a fim de abrigar de for-
10
11
O TERMALISMO GREGO Infelizmente pouco se sabe sobre a cultura das termas na Grécia. Sabe-se que as saunas já eram comuns na metade do Séc. V, eram áreas privadas nos palácios, onde o mais famoso era o palácio de Vouni, em Chipre. Esses aposentos tinham os pisos em declive recobertos com cimento, com escoamento da água dos banhos de água quente e fria. O aquecimento da água era providenciado em um aposento adjacente. Que abrigavam as grandes lareiras, que aqueciam e proporcionavam o conforto do banho quente nas saunas dos palácios. (LAWRENCE, 1998, p.198-200).
As termas gregas além de oferecerem tratamentos, tornaram-se locais de adoração e culto aos antigos deuses. Por causa dessa crença, grandes templos chegaram a ser construídos perto das casa de banho públicas. Além disso, as casas de banho eram também, pontos de encontro e de relacionamento intelectual entre os grandes filósofos da época. As termas representavam uma Figura 1. Dama grega em sua toillete.
parte importante da vida social das pessoas daquela época. Um modelo de Terma pública tinha um aposento retangular que continha uma cisterna de
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água fria, e dois aposentos circulares, abastecidos por caldeirões de água quente, que eram cercados por depressões no chão parecidas com bacias, onde os banhistas ficavam de pé. Se a água em um dos aposentos estivesse muito quente, podia-se obter um eficiente banho a vapor. Na casa de banho em Gortys (sítio arqueológico da ilha de Creta) o ar quente circulava por canais de tijolos sob o chão. Uma casa de banho em Panticapeo (Kerch, na atual Criméia, Ucrânia), datada do século I, parece uma versão provinciana descrita pelo geógrafo Pausânias. Existiam três aposentos para diferentes tipos e temperaturas de banho. Começando pelo caldarium, o tepidarium e o caldarium dos romanos. Esse último ambiente era uma cisterna quente para mergulho. Ela enchia as bacias do tepidarium, essa era separada por uma plataforma alta sustentando uma cisterna menor. Uma cisterna fria circular ocupava um aposento próprio. Uma
Figura 3. Ruínas da casa de banho em Gortys - Grécia
outra edificação oferecia acomodações para descanso. (LAWRENCE, 1998, p.198-200). Figura 2. Planta da casa de banho em Gortys - Grécia
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AS TERMAS DA ROMA ANTIGA A primeira grande terrma conhecida em Roma foi fundada pelo general e político Marco Vipsanio Ágripa (63-12 a.C). Nos mandatos que exerceu propôs reformas de ruas, criação de jardins, construção de pórticos, a construção do famoso Panteão, a conclusão do aqueduto Aqua Virgo, que possibilitou futuramente a criação das Termas de Ágripa, a primeira grande terma da cidade, substituindo os pequenos estabelecimentos que ofereciam água quente e sauna. As Termas de Ágripa foram o estopim para os complexos de banho que se multiplicariam na era imperial. (VEYNE, 2009, cap.1).
O imperador Nero 37-68 d.C. construiu a famosa Termas de Alexandria inaugurada nos anos 60 d.C. O imperador Tito durante seu breve governo de 79 e 81 d.C. foi responsável pela criação das Termas de Tito. O imperador Domiciano 51-96 d.C. ordenou a construção de sua própria terma, mas devido a sua morte o projeto ficou suspenso, sendo concluído no governo do imperador Trajano 53-117 d.C. Depois de Trajano outros imperadores ordenaram a construção de grandes termas Figura 4. A Favorita Custom. Ilustração do banho feminino
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em Roma, sendo as termas mais famosas a do imperador Caracala 188-217 d.C. no século III e a
do imperador Diocleciano 244-311d.C. no século IV. Essas foram consideradas as maiores termas construídas em Roma. A partir do século II as termas se tornaram edifícios tão importantes quanto outros edifícios públicos. Assim como o fórum, a basílica, o anfiteatro e o teatro. Tais construções representavam a ideia de civilidade concebida pelos romanos. (VEYNE, 2009, cap.1). “Os homens só são plenamente eles mesmos na cidade, e uma cidade não se compõe de ruas familiares e multidões calorosas ou anônimas, e sim de comodidades materiais (commoda), como os banhos públicos, e edifícios que a enalteçam no espírito de seus moradores e dos viajantes e a tornem bem mais que um vulgar conjunto de habitações. “Pode-se chamar de cidade”, pergunta Pausânias, “um lugar que não tem edifícios públicos, nem ginásio, nem teatro, nem praça, nem radução de água a nenhuma fonte e onde as pessoas vivem em cabanas iguais às choças (kalybai) pendura-
Figura 5. Termas de Bath - Inglaterra
das na borda de um barranco?””. (VEYNE,2009,p.170).
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AS TERMAS DA ROMA ANTIGA As termas inicialmente eram um local de pra-
Em tempos de inverno, não havia sistema
de. Após o expediente, vinham banhar-se os mais
zer e entretenimento para a população rica, onde
de aquecimento nas insulas (apartamentos). Isso
humildes. Esses banhos, não esqueça, não eram
podiam tomar banho em fontes termais. Mesmo
obrigava as pessoas a procurarem os banhos
como as nossas duchas, eram banhos em água
que o papel das termas inicialmente fossem agra-
quentes das termas.
fria e quente, em banheiras coletivas”. (FUNARI,
dar a elite da sociedade, posteriormente passou a
Já no calor do verão, ir se refrescar nas ter-
ser um local para que também os plebeus pudes-
mas era como ir as piscinas de clubes, que temos
sem se higienizar e se divertir.
hoje em dia.
As termas eram abastecidas pelos aquedu-
Diferente do que pensamos os banhos pú-
tos, responsáveis por transportar água por quilô-
blicos eram frequentados por todas as classes
metros de distância desde os rios até as cidades.
de pessoas da sociedade. Dos mais ricos, até os
Abastecendo não só as termas mas também to-
empregados mais simples. Contudo é preciso fa-
dos os edifícios públicos e habitações.
zer algumas ressalvas sobre o uso desse espaço público. Em geral, havia uma divisão de classe e de sexo nos banhos públicos, homens e mulheres ficavam em locais diferentes nas termas. Já nas pequenas termas que não comportavam o fluxo de tantas pessoas, o espaço era dividido em horários para que todos pudessem ter o seu momento de lazer e descanso. “Em geral, primeiro banhavam-se as pessoas de posses, entre as duas e as quatro da tarFigura 6. Planta dasTermas de Tito, segundo a restauração de Palladio.
16
2002, p. 109).
Nas termas destinadas para toda a população havia uma restrição de horário, pois como visto os ricos não gostavam de se misturar com os pobres, e os escravos que não fossem os deles. (VEYNE, cap.1, 2009).
“Por alguns cêntimos, os pobres passavam horas num ambiente luxuoso que constituía uma homenagem das autoridades — imperador ou notáveis. Ai, os pobres encontravam passeios e campos de esporte ou de jogo”. (VEYNE, 2009, p. 179).
viavam vapor para o local ou para as saunas.
As termas gregas e romanas, possuíam um
lidade escolhida, praticada ao ar livre ou em espa-
programa bem definido das salas de tratamento e
ços cobertos chamados de sphaeristeria, a bola
Em algumas termas aproveitava-se o calor
os locais que os usuários teriam acesso. Um cir-
podia ser recheada de plumas, areia ou inflada
do caldarium para se fazer uma sauna seca la-
cuito a se percorrer de um ambiente ao outro com
com ar. O jogo mais popular era o trigon, prati-
conicum, um recinto menor, geralmente circular,
tratamentos e espaços diversos que ajudavam no
cado por três pessoas; também era conhecido
onde haviam bancos de alvenaria, nos quais as
relaxamento e desconexão.
o harpastum, parecido com o rúgbi atual, no qual
pessoas pudessem aproveitar o calor que ema-
o jogador tinha de tomar a bola e mantê-la em seu
nava pelas paredes e o piso aquecido. (LIBERATI,
poder suportando os choques e os empurrões de
BOURBON, 2005).
Apodyterium: Grande vestiário para a troca de roupas e armazenamento e de objetos dos
Tepidarium: Quarto ou local dos banhos de
usuários.
temperatura morna. As pessoas relaxavam após Palaestra: As termas de grande porte e mé-
o banho quente, preparando-se para o banho frio.
dio porte possuíam um pátio longo chamado pa-
Lá elas poderiam ficar dentro da água, conversan-
laestra (ginásio), local de prática de exercícios.
do ou descansando em alguma espreguiçadeira.
Após se exercitar eles raspavam o suor com o es-
(LIBERATI, BOURBON, 2005).
trígil (instrumento de metal ou cobre em forma de foice, utilizado para raspar e retirar as impurezas do corpo) e seguiam para o banho. (LIBERATI, BOURBON, 2005).
“As palaestras, grandes espaços destinados à atividade física que existiam em quase todos os centros termais, desempenhavam um papel fundamental. Entre as competições mais comuns estavam o jogo de bola. Dependendo da especia-
Figura 7. Representação do uso do instrumento strígil, usado para retirar a impureza do corpo após os exercícios físicos
um grupo de adversários”. (LIBERATI; BOURBON, 2005, p. 67).
Caldarium: Quarto ou local de banhos quentes. O caldarium era o local mais quente da terma, sendo abastecido diretamente pelas fornalhas subterrâneas que aqueciam a água e também en-
Frigidarium: Quarto ou local de banhos frios. O frigidarium consistia na última etapa do circuito de salas de tratamento. Nele havia uma piscina com água fria até a altura dos ombros. Essa água fria fazia com que os poros do corpo se fechassem, após terem sido abertos pelas águas quentes onde toda impureza era removida com mais facilidade.
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AS TERMAS DA ROMA ANTIGA
Figura 8. Ilustração da estrutura dos recintos dasTermas Romanas.
18
À medida que as termas se popularizavam
mármore, madeira de lei, tecidos luxuosos. Eram
os donos dos locais passaram a oferecer outros
edifícios imponentes, construções erguidas para
serviços, ambientes e tratamentos para atrair mais
impressionar a todos que ali estivessem.
clientes. Belos jardins para passeios, saunas, ser-
Porém houve uma época em que o declínio
viço de massagem, salas de leitura ou bibliotecas,
do império em 476 d.C, forçou uma brusca ruptura
lojas que vendiam bebidas, comida, roupas, aces-
com essa atividade soial. Os povos que passa-
sórios, etc.; Ofereciam também o solarium local
ram a governar os antigos domínios romanos não
para tomar banho de sol; natatio era uma pisci-
deram continuidade a essa prática, além disso,
na coletiva ao ar livre; e as salas particulares que
a medida que o Cristianismo se espalhava pela
poderiam ser alugadas para reuniões e eventos.
Europa, os banhos públicos foram vistos como lo-
(LIBERATI, BOURBON, 2005).
cais de luxúria, e práticas pecaminosas. Embora o Cristianismo tenha se tornado a religião oficial do
“As termas eram frequentadas por todas as clas-
império em 393 d.C. por decreto do imperador Te-
ses sociais e era o núcleo da vida mundana da cidade.
odósio, o Grande, os banhos públicos no século V
Não apenas tinham as instalações necessárias para
ainda continuaram frequentados, porém com um
a higiene pessoal como também serviam como ponto
público infinitamente menor que do que nos dias
de encontro, sala de leitura ou conferência ou centro
de glória do império. (LIBERATI, BOURBON, 2005).
de competições esportivas”. (LIBERATI; BOURBON, 2005, p. 66).
Além desses atrativos de lazer, algumas das termas eram verdadeiras obras de arte da arquitetura. As grandiosas termas de Trajano, Caracala e Diocleciano possuíam grandes estátuas, mo-
Figura 9. Ilustração dasTermas Romanas de banho
saicos nas paredes e chãos, pisos de granito ou
misto.
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AS PRÁTICAS TERMAIS NO BRASIL DO SÉC. XIX. POÇOS DE CALDAS - MG No Brasil, Olavo Bilac, Coelho Netto, Carlos
conjunto maior de significações históricas, num
da Maia e João do Rio abrem caminho para a lei-
momento específico da sociedade brasileira cujos
tura romantizada de Poços de Caldas e também
sentimentos de medo e perigo dentro do processo
para a linguagem propagandista a respeito da im-
civilizador colaboraram para a criação desses lo-
portância fisiológica das águas termais; descritas
cais de cura, e para a existência de hábitos reple-
anteriormente apenas por médicos e sua lingua-
tos de significados encontrados somente nesses
gem técnica, nas diversas teses que proliferaram
redutos, onde a cura e o prazer andavam de mãos
nos anos vinte sobre a cura a partir das águas ter-
dadas. Afinal, o que é a cura senão o prazer de
mais. Tais autores, separados pela distância tem-
sentir-se curado? (MARQUES, 2009).
poral, trabalharam muito próximos em suas obras, pois foram observadores do cotidiano milagroso e ocioso das águas de Poços de Caldas. É comum encontrarmos opiniões parecidas a essa maneira de narrar às estações de cura. Em sua maioria, seus autores retratam todas as expressivas insignificâncias que constituem a vida artificial de uma cidade de águas, ou no melhor dos casos, a compreendermos como o cenário de uma espécie de festa prolongada para os que nela iam passear e ali viviam num mundo diferente. Esse tipo de imagem enraizada na memória e história oficial das cidades hidrominerais brasileiras é por si só, a uma única maneira de se
Figura 10.
compreender a vida urbana desses locais. Porque
Inauguração da primeira Thermas em Poços de
antes de serem superficiais, elas nos retratam um
Caldas em 1919.
20
A importância das águas de Poços de Cal-
de saúde. Mas foi Pedro Sanches de Lemos, que
águas de Poços de Caldas contribuíram para di-
das não se limitou somente à experiência de seus
revestiu as águas de Poços de Caldas um gran-
versos estudos na área da hidrologia médica, das
habitantes, também de visitantes, das expectati-
de valor simbólico e patriótico nacional. Em 1884
novas práticas corporais relacionadas à beleza e
vas depositadas nas virtudes curativas de suas
publicou sua primeira obra: “As águas termaes de
ao surgimento do turismo em nosso país, momen-
águas. Houve nesse tempo um período de muitas
Caldas – província de Minas Gerais” e em 1902
tos singulares e extremamente representativos
lutas e grandes vitórias na história das práticas
foi o primeiro médico a empreender uma viagem
nos primeiros cinquenta anos do século passado.
termais no país. Vencido o empirismo e as várias
científica financiada pelo governo para a Europa
(MARQUES, 2012, p.1 e 2).
associações mitológicas ou religiosas que duran-
a fim de trazer de lá, tudo aquilo que qualificava
te muitos anos povoaram o imaginário popular, e
e definia as modernas estações termais segundo
colaboraram para o descrédito de vários médicos
os ensinamentos da Hidrologia Médica francesa.
que atendiam na capital do país, as águas mine-
De certo modo, Poços de Caldas tornou-se
rais brasileiras, de um modo geral despontaram
uma das mais importantes cidades termais do
em uma série de estudos médicos científicos logo
país nos primeiros vinte anos do século passado.
no final da primeira metade do século XIX.
Mas já nos anos de 1930 foi escolhida e despon-
As águas termais de Poços de Caldas foram
tou como a primeira cidade balneária construída
descobertas na segunda metade do século XVIII
no Brasil, e consequentemente na América Lati-
quando os bandeirantes que desbravavam o ter-
na. Seu espaço urbano totalmente reformulado
ritório perceberam que algumas fontes eram pro-
diante das suas águas e das últimas novidades
curadas por animais que bebiam aquelas águas.
da Crenologia francesa deu-lhe títulos da mais im-
Data de 1786 o primeiro registro sobre “uns olhos
portante cidade balneária brasileira. Ao longo dos
d´água”, comunicado de João de Almeida da Fon-
anos seguintes tornou-se modelo para a constru-
seca a Luiz da Cunha Menezes, governador das
ção ou reformulação de outras cidades balneárias
Minas Gerais. Já no início do século XIX a fama
no Brasil.
das maravilhas terapêuticas das águas já povoa o
Contando com as qualidades de sua com-
imaginário popular que a elas recorriam à procura
posição química, mineral, biológica e física, as
21
THERMAS ANTÔNIO CARLOS - POÇOS DE CALDAS - MG, 1931 Diferente das Termas primitivas de 1919,
sala de mecanoterapia com aparelhos que vieram
as Thermas Antônio Carlos totnou-se, portanto o
da Alemanha na década 20, setor de inalação e
primeiro estabelecimento termal do Brasil sob os
pulverização, administração e salas especiais
signos da modernidade que a partir de 1931, data
onde se realizam limpezas de pele, massagens
de sua inauguração, passou a oferecer uma série
corporais e faciais e escalda-pés. (MARQUES, site
de serviços e tratamentos corporais a partir do uso
de Poços de Caldas).
da água termal, até então inexistentes no Brasil. O projeto do arquiteto Eduardo Pederneiras reflete tendência de época com predominância de estilo neoclássico, de partido hexagonal. Compõe-se de quatro níveis organizados em vestíbu-
Figura 13. Sala de tratameto com banheira das
lo, hidrologia para banhos (feminino e masculino),
Thermas Antônio Carlos 1931.
duchas circulares saunas (masculina e feminina),
Figura 11. Fachada das Thermas Antônio Carlos 1931.
22
Figura 12. Foto do mesanino das Thermas Antônio
Figura 14. Sala de tratameto com piscina das
Carlos 1931.
Thermas Antônio Carlos 1931.
23
ESTUDO DE CASO: EXPERIÊNCIA SENSORIAL ATRAVÉS DA ARQUITETURA Identificaremos com os estudos de caso elementos importantes, como sendo uma breve releitura dos conceitos das antigas termas e casas de banho. Esse tipo de edifício não pode ser considerado como um abrigo com uma função comum. Não se trata apenas de uma simples associação de ambientes bem projetados. Os materiais, as perspectivas, o jogo de luz e sombra nos transporta de sua natureza física para um mundo de inúmeras sensações. Através da água o spa comporta-se como um elo entre pessoas e a natureza, juntos são capazes de construir um espaço referencial e singular.
Figura 15. Foto área externa das Termas. Hotel do vale de Vals ao fundo.
24
TERMAS DE VALS - SUÍÇA 1996, PETER ZUMTHOR Vals é uma pequena vila, localizada a 1.252m
Suíços, arquitetura e natureza caminham lado a
lado nordeste do terreno, onde um espaço entre o
de altitude, situada em um vale, no interior dos Al-
lado numa harmonia perfeita onde a serenidade,
hotel e o edifício multifamiliar nos permite visuali-
pes suíços. O centro da vila é cercado por casas
tranquilidade e o silêncio imperam.
zar timidamente o edifício entre a abundante neve
tradicionais, construídas em sua maioria em ma-
É neste cenário que se localiza o mais impor-
deira, que se expandem ao longo da linha do vale.
tante cartão postal desta pequena vila e um dos
O cinzento é o tom predominante na vila, suas
edifícios mais famosos no mundo da arquitetura, o
“Quando olhamos para objetos ou edifícios que
coberturas em duas águas revestidas e a pedra
Spa termal desenhado pelo arquiteto suíço Peter
parecem estar em paz em si mesmos, a nossa per-
local predominam, permitindo deste modo que se
Zumthor.
cepção se torna calma e entorpecida. Os objetos que
e as árvores despidas de folhagem.
integrem harmoniosamente com a verdejante pai-
O volume que repousa tranquilamente sobre
percebemos não tem nenhuma mensagem para nós,
sagem, onde a presença dessa mesma pedra é
a encosta foge do nosso alcance visual devido à
pois eles estão lá simplesmente… Aqui, neste vácuo
uma constante nas encostas. Deste modo, tendo
sua implantação em relação aos edifícios que o
perceptual uma memória pode vir à tona...“ – Zumthor
como cenário a presença imponente dos Alpes
envolvem. Rodeado a Norte pelo hotel, por um par
– Louisiana Channel
de edifícios de apartamentos ao Leste e pela encosta a Oeste. A obra de Zumthor é notada pelo
Uma pequena subida pela encosta em direção ao hotel de Vals nota-se a estrutura implantada paralelamente às linhas de encosta, no alinhamento norte-sul do vale, surge então levemente, através de sua geometria pura e seus volumes de várias dimensões, subtraídas a esse bloco de pedra permitindo que o exterior penetre no interior. Trata-se de um edifício que aparenta ser o primeiro habitante e pertencente daquele lugar. Um edifício pequeno e contido que se relaciona
Figura 16. Foto do Vale de Vals, Suíça.
Figura 17. Implantação do hotel e das termas, Suíça.
com a sua geologia local e que responde positivamente aos restantes volumes de pedra presen-
25
TERMAS DE VALS - SUIÇA 1996, PETER ZUMTHOR tes na vila, volumes esse revestidos de pequenas placas de pedra local. Essa relação pode ser observada na sua estratégia de implantação, através do volume semi-enterrado no terreno, com seu telhado constituindo uma extensão da topografia existente, contribuindo para uma acentuação da horizontalidade e da leveza do volume de pedra, enfatizando a relação entre o edifício e topografia. “O edifício tem a forma de um grande objeto de pedra coberta por grama, colocado profundamente na montanha e encaixado em seu flanco. É uma construção solitária que resiste a integração formal com a estrutura existente, a fim de evocar de forma mais clara e
Figura 18.
alcançar mais plenamente o que nos pareceu um papel mais importante: o estabelecimento de uma relação especial com a paisagem montanhosa.” Zumthor - Different Kind of Silence.
É evidente um paralelismo entre a obra de Peter Zumthor e os rituais antigos, praticados na Grécia e Roma antiga, no que diz respeito à prática do banho. As termas de Vals não se limitam apenas ao cumprimento de um rigoroso programa funcional, elas possuem um caráter místico, trans-
26
Fachada fontal das Termas.
formando o banho não apenas num corpo imerso
nais”, para permitir o seu acesso às diferentes
em água, mas numa cerimônia e ritual de pureza,
partes programáticas do edifício. Iluminados ape-
através da iluminação natural tênue, dos espaços
nas por luz artificial, o ambiente escuro dado pelas
pouco iluminados, numa atmosfera tranquila, si-
paredes, pisos e tetos de cor cinzenta e preta faz
lenciosa e relaxante, que pode nos levar de volta
com que o olhar se perca na imensidão de peque-
à antiguidade.
nos detalhes. Esta continuidade da materialidade
O seu interior é acessado através de um tú-
através das superfícies do edifício é um elemento
nel que liga o hotel às termas, e por ele somos
crucial no fornecimento de uma tranquilidade vi-
conduzidos por uma espécie de “sistema de ca-
sual e mental que nos leva a um nível de relaxa-
mento elevado.
uma dimensão mística ao ato do banho. Aqui o
Descendo até a parte inferior o contato com
tempo não existe, não há relógios, apenas o movi-
a água é inevitável. O espaço é descoberto à me-
mento do sol penetrando pelas pequenas fendas
dida que se percorre, e uma gruta imensa apre-
na cobertura nos dá a noção de que o tempo não
senta vários conjuntos de outras grutas e caver-
parou.
nas fechadas onde o encontro da água, pedra e Figura 19. Interior da gruta, parte frontal das Termas.
luz natural difusa, criam uma atmosfera propicia à
“Em espírito, começamos a quebrar o local da
abstração da vida agitada do cotidiano e oferecem
construção, a inclinação na frente do hotel, como se fosse uma pedreira, esculpindo e retirando fora grandes blocos e adicionando outros. A água começou a fluir e era captada nas fendas, cavidades e ravinas que surgiram. Massa e vazio, abertura e compactação, ritmo, repetição e variação – aquelas eram as nossas preocupações ao desenhar os esboços da pedreira. E no processo de mentalmente esvaziar a massa, um grande espaço no meio surgiu, um vasto contexto interligado, um contínuo espacial que se tornou mais e mais fascinante. Nossa casa de banho, uma enorme continuidade espacial, uma sala que entro e instantaneamente tenho uma experiência como um todo, embora eu nunca consiga ver tudo de uma vez. Eu tenho que passar por ela, descobrindo-a passo a passo”. – Zumthor – Louisiana Channel
27
ESTUDO DE CASO: DA EXPERIÊNCIA PRÁTICA AO APRENDIZADO Colaborar com escritório Aya 360* ajudou na escolha do tema da pesquisa e proposta de pro-
Concreto, vegetação e água são, resumidamente, os três elementos principais da edificação. Figueroa - Galeria da Arquitetura.
jeto. Ver de perto o trabalho que era desenvolvido pelos arquitetos, serviu de aprendizado para se elaborar um bom projeto com um bom partido arquitetônico. O escritório era dirigido pelo marroquino Amal Hanafi que trazia consigo toda experiência sobre as casas de banho marroquinas. Tais conhecimentos eram divididos e repassados para toda a equipe, a intenção sempre foi de entender os processos e o programa do Spa e não somente reproduzir as informações. Dessa experiência surgiu a vontade de criar um projeto com esse tipo de uso. O que se vê atualmente sobre Spa, é sempre a adaptação de uma casa ou comércio para esse tipo de uso. O Aigai Spa foi o estopim ao chamar a atenção para edifícios bem concebidos com esse uso, e é nessa linha de pensamento que o projeto proposto pretende contribuir, agregar e melhorar a paisagem urbana da cidade. Figura 20. Pátio Relax com piscina e cobertura em muxarabi.
28
AIGAI SPA - SP 2014, AYA 360* No cruzamento das ruas Natingui com a Ma-
“Para quem vê de fora, existe a sensação de
cunis, tendo como vizinhos os bairros da Vila Ma-
o edifício ser maior do que realmente é. Em pri-
riana, Vila Madalena e Pinheiros, em São Paulo,
meiro lugar, isso acontece por causa da fachada
um grande jardim vertical toma conta da fachada
verde. Também é resultado de uma sequência de
moderna da construção. O projeto arquitetôni-
pátios existentes entre o prédio e essa frente.” Fi-
co do Aigai Spa, tira partido do terreno singular,
gueroa - Galeria da Arquitetura.
composto por uma grande faixa frontal com cinco metros de altura somada a uma área posterior de fundo.
O muro verde, representa uma mediação interessante entre a calçada e o jardim, pois transforma o recuo em uma inspiradora faixa de vege-
Figura 22. Jardim vertical da fachada principal do Spa Aigai.
tação, tanto para o spa quanto para a cidade. Toda a construção se organiza a partir dos pátios internos. Integrados às salas por um vidro, oferecem a vantagem de quase duplicar a espacialidade das salas. “Alguns pátios são verdes, pois incorporam árvores que faziam parte da vegetação existente; outros, são pátios de água, por trazerem esse elemento representado em espelhos d’água.” FigueFigura 21.
roa - Galeria da Arquitetura.
Fachada principal do Spa Aigai. Figura 23. Sala de tratamento, com vertical shower e mesa de massagem, com vista para o pátio externo.
29
SPA AIGAI - SP 2014, AYA 360* Segundo Mário Figueroa, co-autor do projeto, a interpretação e projeção dos pátios surgiu a partir de uma imagem trazida pela proprietária de uma caverna com um lago interno. Uma área de pedra e água que inspirava silêncio e proteção, além de sentimentos de otimismo e experimentação sensorial. Outra peculiaridade no projeto é o fato de nenhum desses pátios ser igual ao outro – cada um possui uma relação específica ao tipo de tratamento e de característica impressa nas salas. No volume superior, o maior de todos os pátios abrem-se sobre a piscina, que ocupa quase a totalidade da lateral. Nesse Spa, a luz natural predominantemente vem de cima. Apenas em alguns pontos específicos ela é lateral. Esta condição permite aos usuários do espaço observar a mudança da luz de maneira muito distinta. As salas pela manhã ou à Figura 24. Área My Spa
tarde apresentam luzes diferentes, que atribuem a cada um dos espaços de tratamento virtudes e potencialidades únicas, em horários diversos.
30
“Neste ambiente é muito agradável deitar-se e aproveitar o calor do sol, admirar o céu e as nuvens... Isso nos remete a um relógio solar, afinal, dentro de um edifício com pátio é possível acompanhar o passar do dia, ver a sombra mudando e deslocando-se. É uma situação interessante”. Figueroa - Galeria da Arquitetura.
Figura 25. Sala de tratamento, com banheira e mesa de massagem, com vista para o pátio externo.
Figura 26. Pátio externo de uma das salas de tratamento.
Figura 27. Pátio externo de uma das salas de tratamento.
31
PROJETO: AQUA SPA URBANO Após pesquisar a fundo a história da água,
quitetos. Seja nos espaços, nas formas, nos ma-
o seu papel tão fundamental para definir espaços
teriais ou no programa escolhido, as descobertas
urbanos e a vida do homem e sociedade, foi pos-
e construções dos povos antigos, contribuíram e
sível projetar um espaço capaz de proporcionar as
muito para alcançar os resultados que obtemos
pessoas uma sensação de paz, proteção e tran-
hoje.
quilidade.
A partir desse embasamento, será apresen-
Entendendo a lógica dos espaços das Ter-
tado a uma proposta de projeto que visa melho-
mas Romana tornou-se possível elaborar todos
rar o espaço urbano que passa atualmente por
os ambientes com as devidas proporções que
grandes transformações, requalificar a paisagem
atendem ao programa exigido por um edifício com
urbana, atender ao programa proposto de uma
esse uso.
maneira simples e exequível, presentear a cida-
É importante destacar o quão curioso e pe-
de com um novo e moderno edifício, e por último
culiar eram os hábitos da sociedade que usufruí-
e mais importante proporcionar ao usuário uma
am dos banhos públicos. Tirando a parte de que
experiência única de desconexão com exterior e
as Termas eram procuradas para tratamentos de
recuperação emocional.
saúde, ficou evidente o quão importante era aquele local para as pessoas. Sendo ele um local de reabilitação física, de comunhão entre as pessoas, entretenimento e diversão. Outro ponto importante a se destacar é que é nítido perceber nos projetos escolhidos como estudos de caso, referências das Termas primitivas em suas obras. O espaço de tempo entre esses autores é gigantesco, e isso só mostra a grandiosidade do trabalho dos antigos pensadores e ar-
32
Figura 28. Fachada principal Aqua Spa Urbano.
33
LOCALIZAÇÃO O ponto de partida para o projeto foi a esco-
Filtrando as possibilidades chegamos a área da
lha de um terreno com uma boa localização e que
Chácara Sto. Antônio na Zona Sul de São Paulo.
tivesse o potencial para receber um edifício como
Para ser mais exato, encontramos um terreno na
o de um Spa. Embora não pareça difícil, essa de-
Rua Eng. Mesquita Sampaio, entre as ruas Joa-
cisão não foi assim tão fácil de se tomar, tendo
quim de Andrade e José Vicente Cavalheiro. Em
em vista que se tratava de um edifício de uso pri-
partes a área da Chácara Santo Antônio está pas-
vado e não público. Isso significa que a proposta
sando por diversas transformações causadas pela
de projeto tinha que levar em consideração pri-
Operação Urbana Consorciada Água Espraiada,
meiramente o perfil dos usuários que esse edifício pretende atender. Os perfis que se pretende atender é o de usuários que pretendem fazer tratamentos de relaxamento, conhecido como day spa, as pessoas podem passar horas desfrutando de diversas exeriências de desconexão. O segundo perfil leva em consideração a acessibilidade do edifício, isso significa que o Spa estará aberto e apto a receber pessoas que procuram uma rápida massagem na hora do almoço, ou pessoas que estão na região para devido a alguns compromissos e se interessam pelo edifício e o procuram antes de cumprir suas agenda. Pensando nisso, foi levantada a possibilidade de implantar esse projeto em uma região que estivesse passando por grandes transformações.
34
Figura 29. OUC setor Chucri Zaidan.
Morumbi Tower
Rocha Verá
Shopping Market Place
Shopping Morumbi
Terreno = 910m² Local de intervenção
Zona Mista de Baixa Densidade (ZM-1) Coeficiente de aproveitamento (C.A.) = 1,00 Taxa de ocupação (T.O) = 0,50
GSPublisherEngine 0.0.100.100
35
LOCALIZAÇÃO setor Chucri Zaidan.
Hoje, a demanda criada e o volume de inves-
Para o desenvolvimento do projeto, tomou-
timentos culminam no surgimento de novos ne-
-se como base o histórico e as características
gócios na área do comércio, serviços e edifícios
mais importantes daquela área.
residenciais. São novos restaurantes, bancos,
A ocupação da área abrangida pelo Plano Ur-
universidades, serviços administrativos e empre-
banístico do Setor Chucri Zaidan tem pouco mais
sariais que compõem o novo perfil dos negócios
de 80 anos. Na década de 1940, ocorreram ali as
emergentes. (Prefeitura de São Paulo, OUCAE_Setor
primeiras instalações industriais, conseqüência da
Chucri Zaidan_Parte 1).
dinâmica da cidade, quando do direcionamento do
Esse crescimento imobiliário intensifica o
eixo de industrialização para a zona sul de São
adensamento populacional e consequentemente
Paulo. A tipologia predominante dos galpões in-
as demandas correspondentes, principalmente
dustriais estendeu-se nas proximidades da várzea
no bairro da Chácara Santo Antônio, o que colo-
do Rio Pinheiros, traçando um cenário extenso de
ca a infra-estrutura urbana existente sob pressão,
construções horizontais, envoltas por grandes pá-
dado que o sistema viário é insuficiente para aten-
tios de estacionamento.
der uma demanda futura, e reduzida a oferta de
A partir dos anos 80, verifica-se a tendência
equipamentos públicos, áreas verdes e praças.
de mudança dos usos industriais para os usos de
Diferente de outros edifícios, o spa é um dos
serviços e comércio. É um período de verticaliza-
poucos que oferece lazer e relaxamento em cará-
ção moderada e de ocupação das áreas ainda va-
ter privado. Isso significa que ao projeta-lo naque-
zias, formadas por terrenos subutilizados e cam-
la região foi analisado todo o papel de desenvol-
pos de várzeas.
vimento urbanístico que a OUC causaria naquela
O novo cenário da lugar a modernas e arro-
região. Foi levado em consideração desde a loca-
jadas construções, onde se abrigam centros admi-
lização, até o quanto viável seria do ponto de vista
nistrativos e financeiros de grandes corporações
de acessibilidade, uma vez que toda a mobilidade
nacionais e internacionais.
daquela região está sendo modificada e melhora-
36
Figura 30. Fachada Shopping Morumbi.
Figura 31. Fachada Market Place.
da por conta do alargamento e extensão da Av. Dr. Chuci Zaidan.
Figura 32. Fachada Rochaverá.
A ideia da localidade é ideal porque gera na pessoa o pensamento e da possibilidade de almo-
O local de inserção diz muito a respeito ao flu-
çar em um local tão perto e acessível. Sendo as-
xo de pessoas e possíveis clientes que deseja-se
sim, porque não trocar o tempo que se perde na
impactar. A 800m dali estão localizados os Sho-
fila do almoço, por um momento de relaxamento?
pping Centers Morumbi e Market Place. Ambos
O projeto oferecerá aos seus cliente, além dos tra-
classificados como Shopping Centers de grande
tamentos e massagens, oferecerá em seu cardá-
porte, tem capacidade para receber um fluxo de
pio pequenas refeições.
pessoas que gira em torno de 35mil a 38mil pes-
O local é bem estratégico por dois motivos, o
soas por dia. (Geonotícias Shopping Centers, Infor-
primeiro diz respeito ao perfil das pessoas e clas-
mativo nº1, 2011 - Ibope).
se econômica da região. O segundo é o enorme
Nesse número podemos considerar que uma
fluxo de pessoas que passam por ali diariamente.
grande porcentagem de pessoas procuram o sho-
Todas as pessoas que necessitam da marginal
pping no horário de almoço e acabam enfrentando
Pinheiros para voltar para casa, ou as pessoas
filas enormes por uma refeição. Pessoas vindas
que vão para zona sul no sentido da Ponte Lagu-
de outras regiões como Berrini e Granja Julieta,
na (Infraestrutura que pertence ao programa da
mas principalmente, pessoas vindas dos grandes
OUC), acabam dando de cara com o projeto por
edifícios corporativos da Av. Dr. Chucri Zaidan,
dependerem da Rua Eng. Mesquita Sampaio para
como o complexo Rochaverá e o Morumbi Towers.
seguir por esses dois destinos. Todos esses aspectos definiram a escolha do
“Em geral as pessoas buscam este tipo de servi-
melhor local para o Aqua Spa Urbano.
ço próximo dos locais onde passam a maior parte do Figura 33. Fachada Morumbi Towers.
dia, a fim de evitar grandes deslocamentos.” (Portal Sebrae - Como montar um spa urbano)
37
PROPOSTA DE PROJETO E REQUALIFICAÇÃO DA PAISAGEM URBANA O Aqua Spa Urbano foi projetado com o in-
O edifício busca proporcionar a total desco-
atrair o indivíduo. Provocar a necessidade de usu-
tuito de ser um oásis urbano, um local de refúgio
nexão do indivíduo com o exterior. Pode parecer
fruir desse espaço e proporcionar experiências. E
onde se permite ao corpo e a mente relaxamen-
um pouco opressor e até enclausurador pensar
que ao passar pela recepção encontre dentro do
to e desconexão. A arquitetura, a água e o verde
dessa maneira ao criar uma barreira nesse pro-
edifício, tudo aquilo que sua mente imaginou des-
são uma das característicass que definem esse
cesso, mas é um artifício mais que necessário
frutar em um edifício como o Spa.
espaço.
para se obter o resultado esperado.
Em seus 450m² o projeto oferece elementos
Se a arquitetura não for capaz de trazer aos
da arquitetura sustentável, o Spa tem o compro-
sentidos a sensação de estar vivendo um momen-
misso de usar e reutilizar recursos hídricos como
to único de paz e tranquilidade, não será possível
o reaproveitamento da água da chuva para usos
alcançar os objetivos almejados.
sanitários, e a preocupação de filtrar de forma or-
Ao entrar, as pessoas se sentiram acolhidas
gânica essa água de reuso para direciona-la mais
por todas as boas sensações que buscam alcan-
limpa a rede de tratamento de esgoto.
çar todos os dias. Para isso explorou-se a capaci-
O teto verde auxilia na impermeabilização da
dade que a arquitetura tem de provocar no indiví-
laje e também sustenta as placas de captação de
duo uma sensação de tranquilidade, calmaria, paz
energia solar. Responsável pelo abastecimento
e sossego.
do edifício e por aquecer as águas do Spa.
Como foi dito anteriormente, o Spa será um
Ao entrar no Spa e caminhar pelo projeto, te-
edifício de fácil acesso, pra que uma certa parcela
remos o entendimento de quão importante são os
de clientes tenham boas experiência de descone-
jardins verticais da fachada, pátios, os materiais,
xão mesmo que por um período menor de tempo.
as terapias, as salas de tratamento e área de rela-
Seja na hora do almoço, ou enquanto aguarda al-
xamento, como processo de recuperação físico e
guma reunião próximo dali. Por isso é extrema-
mental das pessoas. Estes itens proporcionaram
mente importante que o edifício através dos artifí-
ao indivíduo uma nova relação espacial entre ele
cios da arquitetura crie essa “barreira espacial”, é
e o meio ambiente.
como dizer que a intenção do Spa é de impactar e
38
Figura 34. Área de estar público.
39
e 0.0.100.100
A
PROJETO Pensar qual a melhor maneira de ocupar esse terreno foi tão difícil, quanto chegar a conRUA JOAQUIM DE ANDRADE
clusão de que o programa deveria respeitar e se encaixar a forma. Como comentado anteriormente sobre a experiência no processo de execução do Aigai Spa, pensar no programa para o Aqua Spa Urbano não foi algo tão difícil de se pensar. Levando em consideração que compreender as necessidades e o LEGENDA
1
ESTACIONAMENTO
Difícil mesmo foi perceber que encaixar e co-
2
ENTRADA SERVIÇO
nectar os ambientes do programa estavam limi-
3
RECEPÇÃO
tando o potencial do edifício e sua fachada. Signi-
4
CIRCULAÇÃO
fica que o programa estava bem elaborado, porém
5
VESTIÁRIO FEMININO
mal estruturado e isso influenciava totalmente na
6
VESTIÁRIO MASCULINO
metragem permitida e no resultado final da forma
7
COPA DE APOIO
e estética do spa.
8
PÁTIO DE CIRCULAÇÃO
9
SALAS DE TRATAMENTO
10
PÁTIOS EXTERNOS
11
SALA DE RELAXAMENTO
12
JARDIM
13
ÁREA TÉCNICA
Por esse motivo a forma foi quem ditou a execução e a linha de pensamento para a construção do programa, e ambos se conectam e conversam muito bem.
40
C
D
D
1m 0,5m
5m
N A
refa tão difícil.
B
i = 8%
sentar uma proposta de programa não foi uma ta-
1
i = 8%
PLANTA PAVIMENTO TÉRREO
C
i = 20%
fluxo de circulação era o mais importante, apre-
A
B
1
2
i = 20%
10
10
10
A
10
C 11
9
9
9
9 B
RUA JOSÉ VICENTE CAVALHEIRO
13
8 12
3
5
C
6 7
4 D 2
D
+3,200
41
1
B
RUA ENG. MESQUITA SAMPAIO 2
PAVIMENTO TÉRREO: ÁREA DE RECEPÇÃO, TRATAMENTO E RELAXAMENTO Recepção A recepção é o primeiro ambiente de todo o programa, responsável por receber e direcionar
minutos para que as camareiras comecem a preparar a sala com o tipo de tratamento escolhido, e ali poder ficar horas conforme desejar.
os clientes para os demais ambientes do Spa. Ali acontece a primeira experiência sensorial pelo
Circulação
contato com elementos arquitetônicos e de design
Saindo da recepção os clientes são condu-
que de fato nos faz refletir sobre a grande diferen-
zidos por um corredor até chegar nos vestiários.
ça de onde viemos e para onde estamos indo.
Passando para esse novo ambiente é que se dá
Ali o cliente tem contato com uma música
início a construção da idéia de se desconectar
ambiente, iluminação natural indireta mais recata-
com o exterior através de uma barreira, isso sig-
da e suave, vinda do vão da porta. E uma ilumina-
nifica que a partir dali o único contato que se terá
ção ambiente indireta para causar uma sensação
com o exterior é o fato de poder olhar para cima e
de tranquilidade. Tem contato com elementos de
observar o céu. Através de clarabóias instaladas
design como o mobilário e alguns elementos que
nesse corredor é que o ambiente receberá uma
compõe e caracterizam o ambiente.
luz zenital.
Este é o local onde o cliente é atendido e lhe é apresentado as opções de tratamento a se
Vestiários
fazer. Como apresentado anteriormente se ele é
O Spa está preparado para receber não só
um cliente que procura uma simples massagem
as mulheres que representam a maioria dos clien-
rápida, ele já é direcionado para uma área externa
tes que procuram esse tipo de ambiente, mas
onde pode receber sua massagem e logo em se-
também para atender homens que procuram um
guida fazer um lanche e seguir para os seus com-
momento de lazer e relaxamento dentro da sua
promissos. Já no caso dos clientes que procuram
rotina diária.
o Spa com o intuito de fazer um dos tratamentos é
Tanto o vestiário masculino quanto o femini-
ali na recepção que ele deve aguardar por alguns
no estão equipados com área de banho individual,
42
1 Salas de tratamento
Estacionamento
Caixas d'água
2 Sala de relaxamento
Jardim
Área de relaxamento
+728,20
+728,20
+725,00
+725,00
+724,00
+724,00
+721,80
+721,80
COBERTURA
COBERTURA
TÉRREO
TÉRREO
RUA
RUA
SUBSOLO
SUBSOLO
Copa dos funcionários
ADM
Almoxarifado
Sala de bombas Área técnica
Canteiro Reservatório de água potável e de reuso da chuva
16,50
1m
CORTE C
0,5m
1
Espelho d'água
2
5m
1 Rampa de acesso ao estacionamento
2 Jardim Vertical
Placas solares fotovoltaica
Caixas d'água
Jardim
+728,20
+728,20
+725,00
+725,00
+724,00
+724,00
+721,80
+721,80
COBERTURA
COBERTURA
TÉRREO
TÉRREO
RUA
RUA
SUBSOLO
SUBSOLO
Área de estar pública
Canteiros
1m
CORTE D
GSPublisherEngine 0.0.100.100
0,5m
16,50 1
5m
Rebaixo do canteiro para iluminação e ventilação dos vestiários e copa de preparo
Entrada e área de descompressão dos funcionários
2
43
PAVIMENTO TÉRREO: ÁREA DE RECEPÇÃO, TRATAMENTO E RELAXAMENTO bancada de mármore esculpido com espelho na
porciona uma maior privacidade, vigilância e se-
parede, armário e guarda volume de cofre.
gurança para que o homem realize as suas ativi-
Ali o cliente deixa suas roupas e seus pertences, vestem um roupão e se deslocam até as salas de tratamento.
dades ao ar livre. (Reis Alves, 2011) Essa característica apontada pelo autor, descreve perfeitamente uma das funções do Spa que é a de proporcionar uma certa privacidade para
Pátio de Circulação
que o indivíduo se sinta livre para usufruir ao má-
O pátio de circulação é o elo entre os dois
ximo de cada ambiente proposto nesse programa.
edifícios, é o elemento que conecta o recebimento
O pátio é o elo de ligação entre recepção, trata-
das pessoas e designa para onde ela deve ir. Um
mento e relaxamento, convidando o indivíduo a
elemento tão importante para esse projeto que
percorrer e conhecer a arquitetura do Spa nas sa-
mesmo tendo um aspecto material transparente
las de tratamento e áreas de relaxamento, e assim
por causa da cobertura retrátil de vidro, ele define
poder usufruir ao máximo dessa experiência que
a forma e o uso do Spa.
cada ambiente pode proporcionar.
Através do pátio foi possível entender e criar uma nova relação espacial, entre os edifícios. Embora o pátio não seja um local de estar e sim de circulação, ele tem como característica unir os edifícios, de uma maneira que um faça parte do outro e que ambos se complementem. Dentre as diversas características que um pátio possa ter, a que mais chama atenção ao pesquisar a obra sobre pátios internos do autor Reis-Alves é a característica de ser um Espaço Psicológico, onde um edifício “introvertido” pro-
44
A Limite do lote
B
C
Caixas d'água
D Placas solares fotovoltaica
Revestimento das fachadas em deck cumaru
Jardim Vertical
+728,20
+728,20
+725,00
+725,00
+724,00
+724,00
+721,80
+721,80
COBERTURA
COBERTURA
TÉRREO
TÉRREO
RUA
RUA
SUBSOLO
SUBSOLO
4,70 A
1,80 B
Rampa de acesso ao Spa
5,60 C
D
1m
CORTE A
A Caixas d'água
Pátio externo
B
C
Sala de tratamento
0,5m
5m
D Pátio de circulação
Vestiário feminino Jardim Vertical
+728,20
+728,20
+725,00
+725,00
+724,00
+724,00
+721,80
+721,80
COBERTURA
COBERTURA
TÉRREO
TÉRREO
RUA
RUA
SUBSOLO
SUBSOLO
Área de descompressão dos funcionários
Diretoria Pátio externo direotoria
4,70
ADM A
1,80 B
5,60 C
D
Vestiário feminino funcionários
CORTE B
GSPublisherEngine 0.0.100.100
1m 0,5m
5m
45
PAVIMENTO TÉRREO: ÁREA DE RECEPÇÃO, TRATAMENTO E RELAXAMENTO Salas de Tratamento
Duas das salas de tratamento contam com
Cada sala de tratamento oferece uma forma
as banheiros de hidro massagem assinadas pelo
diferente e particular de se realizar uma boa mas-
designer Philip Stark, é uma linha sofisticada e
sagem corporal. O cliente ao entrar em qualquer
moderna, que tem tudo ver com a cara do Spa.
uma das salas se depara com a forma simplista
Uma grande preocupação do projeto era que
de decoração que compõe o ambiente a partir dos
o cliente tivesse o mínimo contato possível com as
móveis e objetos ali inseridos.
áreas de serviço. É importante explicar isso para
Diferente de algumas cidades européias e
que se possa entender que ao preparar a sala de
da cidade de Poços de Caldas, a capital de São
tratamento, a camareira precisa de alguns recur-
Paulo não possui as nascentes de águas sulfo-
sos para poder aplicar os tratamentos escolhidos.
rosas utilizadas nos tratamentos hidro e fitoterá-
É necessário uma bancada de trabalho onde ela
picos. Mas ao trabalhar com grandes marcas do
possa pegar toalhas limpas, um móvel suspenso
mercado de equipamentos para banhos e Spas, a
capaz de guardar um mini aquecedor para aque-
marca Duravit possui uma vasta linha de produtos
cimento das toalhas e das pedras. Um móvel na
que suprem essa necessidade. Foram escolhidas
parte inferior dessa bancada, onde ela possa de-
banheiras e duchas, capazes de atender e de re-
positar as toalhas usadas e armazenar os óleos e
solver essa problemática. Uma vez que o projeto
demais produtos. Pensando nisso é que foi pro-
surgiu a partir da pesquisa da história da água, ao
posto nos cantos de cada sala uma pequena área
identificar o quão poderoso foi esse elemento para
de preparo, com todo esse material e apoio ne-
definir e nortear o desenvolvimento de muitas ci-
cessário. Essa área pôde ser ocultada da visão do
dades, não faria sentido projetar um Spa sem os
cliente, quando trabalhado com cortinas fixadas
recursos que pudessem proporcionar as mesmas
no forro, que pôde ser considerado como um dos
experiências, que as cidades termais do Brasil e
elementos de decoração. É como se fosse uma
as Termas Roamanas ofereciam as pessoas de
grande porta que ao ser fechada esconde toda
suas respectivas épocas.
essa área de trabalho.
46
Além das louças, mobiliário, os revestimentos como o mármore e pisos de carpete, as salas contam também com pequenos pátios que dão uma grande amplitude as salas, e proporcionam uma boa iluminação indireta. Esses são um dos micro climas que o Aqua Spa Urbano pode oferecer a partir dos ambientes que parecem esconder dentro de si mais de uma possibilidade de relaxamento. Uma hora se está deitado na maca recebendo uma massagem de óleos aromáticos ou pedras quentes, outra hora se está na poltrona lendo uma revista enquanto recebe uma massagem e faz um tratamento de escalda pés, e em um outro momento o cenário muda novamente e lá está o pátio com um deck de madeira e vegetação que pode ser apreciado ou até mesmo utilizado para sentar, relaxar e ver o dia passar.
Figura 35. Sala de tratamento e Pátio externo.
47
PAVIMENTO TÉRREO: ÁREAS DE RECEPÇÃO, TRATAMENTO E RELAXAMENTO Jardim e a Área de Relaxamento Do Éden ofertado por Deus e perdido pelo homem ao violar o fruto proibido, às construções egípcias, persas, gregas, romanas e islâmicas, os jardins sempre representaram fartura e bonança. (PREST, 1981).
A possibilidade de reproduzir a natureza, transplantando vegetais para um espaço privado, fascina, encanta e desperta a imaginação das pessoas com a multiplicidade de cores e formas que as plantas proporcionam. Os jardins influenciam, onde estão presentes, o imaginário popular e é considerado o mito fundador da civilização ocidental (RODRIGUES et al., 2005). Segundo historiadora mexicana Ramona Pérez Bertruy relata que “O jardim surgiu como se fosse um documento, capaz de mostrar nas áreas do conhecimento alguns vestígios sobre as origens e devaneios do homem, e que mostram em partes as raízes que dão identidade aos povos”. (BERTRUY, 2009, p. 323).
Isso significa que os jardins desde as antigas civilizações, são significativos testemunhos da arte, da história e da cultura de humanidade. E é pensando nesses significados que o Jardim do
48
Figura 35. Sala de relaxamento com vista para o jardim.
Spa é oferecido como um outro ambiente, um ambiente de relaxamento e contemplação. A partir do pátio de circulação é possível ter acesso a esse espaço de relaxamento coletivo onde é possível conectar-se a natureza através da contemplação do espaço e o paisagismo proposto. O jardim pode ser acessado pela sala de relaxamento. Essa sala é ideal para os clientes que procuram o Spa na hora do almoço e queiram uma massagem super rápida enquanto almoçam podendo observar o jardim. No jardim podem acontecer eventos voltados a arquitetura tanto do edifício quanto paisagístico, palestras ao ar livre e aulas de yoga. A porta a direita é restrita aos funcionários. Ali é uma das áreas técnicas onde se faz manutenção das caixas d’água.
Figura 36. Área de relaxamento jardim.
49
PLANTA DE SUBSOLO: ÁREA TÉCNICA E SERVIÇOS Por trás de todo o conforto que o Spa pode
é onde o atendente pode retirar o almoço que foi
oferecer, existe o apoio e a equipe de funcionários
içado por um pequeno elevador de carga, e assim
que fazem o processo acontecer. Estes são muito
levar até o cliente que o está aguardando. A
importantes para a boa fluidez dos serviços, proporcionando aos clientes a melhor experiência de tratamento e relaxamento.
C
No subsolo é onde fica toda a equipe que trabalha no Spa, lá eles desempenham papéis distintos e muito importantes, uma verdadeira equipe de profissionais focados em atender bem cada um
PLANTA SUBSOLO
de seus clientes.
LEGENDA
Para chegar até o subsolo os funcionários
1
ENTRADA SERVIÇO
entram por uma área distinta que a dos clientes,
2
REFEITÓRIO
tudo isso para atender aquele requisito citado an-
3
CIRCULAÇÃO
teriormente de que o cliente não tenha contato vi-
4
VESTIÁRIO FEMININO
sual direto com o serviço.
5
VESTIÁRIO MASCULINO
Chegando ao subsolo temos alguns ambien-
6
COPA DE PREPARO
tes destinado para determinadas funções, sem
7
ADM
8
DIRETORIA
9
PÁTIO EXTERNO DIRETORIA
10
ALMOXARIFADO
11
DEPÓSITO ENXOVAL
12
ÁREA TÉCNICA
13
GARAGEM CARGA E DESCARGA
falar da área de alimentação e de vestiário. No subsolo temos a entrada de serviço e área de descompressão para os funcionários, os vestiários masculino e feminino, temos também o refeitório, a copa de preparo onde são preparadas todas as refeições dos clientes, essa área é conectada a uma copa de apoio localizada no pav. térreo que
50
C
D D
1m 0,5m
GSPublisherEngine 0.0.100.100
B
5m
N
B
A
1
2
i = 20%
9 +720
13
8 A
10
A
12
C 7
11
2
B
B +721,80
3
C
C
4
5
6
D
D +720
1
D
1
B
A
51 2
PLANTA DE SUBSOLO: ÁREA TÉCNICA E SERVIÇOS Ali também está localizada a sala de adm e
grande abertura para comportar o maquinário.
diretoria, que conta com um pátio exclusivo para receber alguns clientes, colaboradores e investidores e realizar algumas reuniões. Estão ali também o depósito de materiais e um almoxarifado para armazenamento de enxoval (roupas de cama e banho). Tratando-se de um Spa, o programa precisaria conter de uma maneira exclusiva essas duas salas por abrigarem um grande volume de peças e de materiais. Há ali também a área técnica e o reservatório de água de reuso. Tanto os depósitos quanto a área técnica tem acesso pela rampa de carga e descarga. Essa rampa ajuda no abastecimento do Spa, isso significa que empresas podem entregar seus materiais seja de alimentos e limpeza quanto enxovais vindo da lavanderia, por esse acesso. Assim não é necessário contar com mais um ambiente de lavanderia interna, o que consumiria espaço e poderia de alguma forma interferir nos tratamentos do andar de cima que buscam proporcionar relaxamento, e qualquer barulho poderia afetar nesse processo. A manutenção do reservatório pode ser feita pela área técnica, uma vez que esta sala tem uma
52
Figura 37. Pátio externo diretoria.
Figura 38. Entrada de serviรงo e descompressรฃo dos funcionรกrios.
53
PLANTA DE COBERTURA: COBERTURA SUSTENTÁVEL Na planta de cobertura é possível observar o uso do teto verde que contribui de diversas maRUA JOAQUIM DE ANDRADE
neiras ao edifício. Contribui por ser um bom isolante térmico e também contribui para a estética do edifício. A claraboia na circulação aos vestiários traz uma boa iluminação zenital para esse ambiente, que acaba doando um pouco dessa luz a recepção. Isso ajuda na economia de energia elétrica e
A
C
B
começa a demonstrar aquela barreira que separa o interior do Spa ao exterior. Ao entrar no Spa o céu passa a ser o único elemento que faz mensão
C
a existência do lado exterior. Por esse motivo é que no pátio de circulação é possível jogar ilminação na entrada das salas de
PLANTA COBERTURA
tratamento e saídas dos vestiários.
LEGENDA
As placas fotovoltaicas são capazes de ge-
1
COBERTURA VERDE
rar até 500 KWh e abastecer todo o edifício. A
2
CLARABOIA
luz solar é captada pela placa e armazenada em
3
PLACAS FOTO VOLTAICAS
um inversor, que converte a energia solar em luz
4
COBERTURA RETRÁTIL DE VIDRO
elétrica compatível com a rede. O que é gerado
5
CAIXA D'ÁGUA DE REUSO 40.00L
6
CAIXA D´ÁGUA POTÁVEL 10.000L
7
COBERTURA RETRÁTIL PERGOLADO E LONA
durante o dia pode ser utilizado durante a noite. Quando o relógio termina de consumir a energia acumulada , ele volta a consumir a energia vinda
54
1m 0,5m
GSPublisherEngine 0.0.100.100
D
5m
N
i = 20%
foi aplicado uma cobertura retrátil de vidro, assim
D
B
2
5
6
+729,70
i = 20%
A
A
3
1
7
C
3
+728,20
B
B 4
C
RUA JOSÉ VICENTE CAVALHEIRO
A
1
C
3
3
+728,20
i = 8%
1
2 D
D
i = 8%
D
+3,2
55
1
B
A
RUA ENG. MESQUITA SAMPAIO 2
PLANTA DE COBERTURA: COBERTURA SUSTENTÁVEL da Eletropaulo. O que se consome durante o mês pode ser abatido ou transformado em crédito na hora de pagar a fatura. Um maneira simples de se economizar dinheiro, e interligente de economizar energia. (Portal Solar). As caixas d’água atendem todo o edifício de maneira sustentável, uma vez que a água da chuva é captada pelas calhas nas coberturas com telas de filtragem para que não passe nenhum resíduo. As calhas direcionam para o reservatório que fica na área técnica do subsolo. Essa água é lançada para a caixa d’água na cobertura por uma bomba de recalque. Essa caixa d’água é conectada a rede sanitária e torneiras do jardim. Após todo esse processo é direcionada a rede pública de esgoto.
56
Figura 39. Vista Aérea Aqua Spa Urbano.
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS Muito foi falado sobre os benefícios que o Spa pode proporcionar ao homem. Ajudar na re-
sentar a possibilidade de ter o mesmo conceito
de pessoas com mobilidade reduzida, quanto da
em uma única sala de tratamento.
sua localização.
cuperação física e mental através dos tratamentos
Além dessas características o Aqua Spa Ur-
Criando assim um espaço capaz de transmi-
com diferentes tipos de uso da água, tratamen-
bano procurou explorar uma outra perspectiva que
tir sensação de paz e segurança, seja pelos am-
tos herdados desde a época das antigas Termas.
pudesse oferecer uma grande experiência senso-
bientes ou pela materialidade o Aqua Spa Urbano
Além da água, podem ser usados óleos aromáti-
rial através da arquitetura, para que o indivíduo
oferece uma arquitetura moderna e sofisticada
cos e pedras quentes.
pudesse se apropriar e usufruir desse espaço, e
para aqueles que buscam novas experiências de
poder se refugiar nesse oásis urbano.
encontrar paz e tranquilidade em meio a correria
O uso da tecnologia é um dos aliados que ajudaram na composição da proposta de projeto.
A materialidade exprime muito bem a inten-
Em alguns dos tratamentos podem ser utilizados
ção de impactar aqueles que buscam um momen-
banheiras, hidromassagem, e modelos de chuvei-
to de desconexão e relaxamento. O jardim vertical
ros tecnológicos com pressões diferentes, desde
que começa na fachada e serve de convite para
o jato mais forte, até uma pressão mais fraca que
conhecer o lindo jardim interno com seus banga-
imita a água da chuva ao molhar nosso corpo.
lôs e deck de madeira, com um espelho d’água
Essa tecnologia é vista como um recurso na ten-
para relaxamento e leitura. O concreto e a madei-
tativa de reprodução e oferecimento das águas
ra estampados em mais da metade das paredes e
quentes, que eram encontradas nas primeiras ter-
piso, mostram a intenção de dar leveza e solidez
mas.
ao projeto, ali o indivíduo pode se desconectar É possível perceber que mesmo o Spa pas-
do stress do seu dia e oferecer ao seus olhos um
sando por tantas transformações ele ainda carre-
descanso, a sua mente um desligamento e ao seu
ga consigo os conceitos das primeiras casas de
corpo um relaxamento.
banho, principalmente no programa que esse edi-
Seja nas salas de tratamento observando o
fício abriga. Pensar em todo o circuito de salas
dia passar pelos pátios, ou no jardim onde se des-
que os romanos percorriam desde o vestiário até
fruta da calmaria e da natureza, o projeto é total-
o frigidário, fez entender a necessidade e apre-
mente acessível no que diz respeito ao tratamento
58
da vida urbana.
59
LISTA DE FIGURAS Figura 1. CABANÉS, Docteur. Moeurs intimes du Passé. (Deuxième Série). La vie aux Bains. Paris: Librarie Albin Michel, 1908. p.37 Figura 2. LAWRENCE,A.W. Arquitetura Grega, 1998, p.200 Figura 3. LAWRENCE,A.W. Arquitetura Grega, 1998, p.201 Figura 4. A Favorita Custom. Sir Lawrence Alma-Tadema, 1909. Figura 5. Termas de Bath – Inglaterra disponível em https://www.londres.es/actividades/excursion-stonehenge-salisbury-bath Figura 6. Planta dasTerrmas de Tito, segundo a restauração de Palladio. Disponível em https://es.wikipedia.org/wiki/Termas_de_Tito Figura 7. Ilustração da ferramenta strígil, disponível em https://www.flickr.com/photos/78144576@N04/favorites/ Figura 8. Ilustração da estrutura dos recintos dasTermas Romanas. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=m_4n9kMB0rA Figura 9. Ilustração dasTermas Romanas de banho misto. Disponível em https://thearcheology.wordpress.com/category/roma-antiga/termas-romanas/ Figura 10. Inauguração da primeira Thermas em Poços de Caldas em 27 de abril de 1919. Fonte: Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Coleção J.Ranauro Figura 11. Fachadas das Thermas Antônio Carlos 1931. Fonte: Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Coleção J.Ranauro Figura 12, 13, 14. Salas de tratamento das Thermas Antônio Carlos 1931. Fonte: Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Coleção J.Ranauro Figura 15. Foto área externa das Termas. disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor, Figura 16. Foto do Vale de Vals, Suíça. TASCHEN,edição nº25, 2009 Figura 17. Implantação do hotel e das Termas de Vals, Suíça. TASCHEN,edição nº25, 2009 Figura 18. Fachada frontal da Terma, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor, Figura 19. Interior da gruta, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor, Figura 20. Pátio Relax com piscina e cobertura em muxarabi, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 21. Fachada frontal, Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 22. Jardim vertical, Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 23. Sala de tratamento, Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 24. Área My Spa Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 25. Sala de tratamento, Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq Figura 26 e 27. Pátio externo, Aigai Spa, disponível em http://www.archdaily.com.br/br/774508/aigai-spa-figuerorq
60
Figura 28. Fachada principal, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 29. OUC setor Chucri Zaidan, disponível em http://www.cbre.com.br/noticias/revitalizacao-urbana-novos-projetos-para-antigos-espacos/ Figura 30. Fachada principal, Shopping Morumbi, disponível em http://www.aovivobr.com/lojas-morumbi-shopping/ Figura 31. Fachada principal, Shopping Market Place, disponível em http://www.megaoffice.arq.br/shop-marketplace.html Figura 32. Fachada, Rochaverá, disponível em http://mapio.net/s/29921372/ Figura 33. Fachada principal, Morumbi Towers, disponível em http://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/aflalogasperini-arquitetos_/morumbicorporate/859 Figura 34. Área de estar público, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 35. Sala de relaxamento, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 36. Jardim, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 37. Pátio externo diretoria, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 38. Entrada de serviço e descompressão funcionários, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo Figura 39. Vista aérea, Aqua Spa Urbano, Braga, R. TCC - Arquitetura e Urbanismo
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REFERÊNCIAS ASHENBURG, Katherine. Passando a limpo – o banho: da Roma antiga até hoje. São Paulo: Larousse, 2008. BERTRUY, R. I. P. Preâmbulo. In: SÁ CARNEIRO, A. R. e BERTRUY, R. I. P. Jardins Históricos Brasileiros e Mexicanos. Recife: Universitária UFPe, 2009. p. 323. FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. 2ª ed, São Paulo, Contexto, 2002. (Coleção Repensando a História). LAWRENCE, A. W. Arquitetura Grega, 1998, Cosac & Naify LIBERATI, Anna Maria; BOURBON, Fabio. A Roma Antiga. Barcelona, Ediciones Folio, S.A, 2005. (Coleção Grandes Civilizações do passado). LOUISIANA CHANNEL - Peter Zumthor: Different Kind of Silence https://www.youtube.com/watch?v=lufVOqRWpLQ MARQUES, Jussara. A cidade termal: ciência das águas e sociabilidade moderna entre 1839 a 1931, Dissertação de mestrado - Universidade Estadual de Campinas,Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas – SP, 2009. MARQUES, Jussara. A importância de Poços de Caldas na história das praticas termais no Brasil, Poços de Caldas – MG, 2012. MARQUES, Jussara, disponível em http://www.pocosdecaldas.mg.gov.br/site/?p=8067 acessado em 15/04/16 PREST, J. The garden of Eden: the botanic garden and the re-creation of paradise. New Haven: Yale University Press, 1981. REIS-ALVES, Luiz Augusto dos. O que é o pátio interno? (parte 1). Disponível em http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.063/436 RODRIGUES, J.; DUTRA, M.; ALBUQUERQUE, P.; DIAS, S. e ALMEIDA, A. V. Aspectos histórico-ecológicos do Horto d’El Rey de Olinda, Pernambuco. Mneme – Revista de Humanidades, v. 7. n. 19, p. 388, 2005. VEYNE, Paul (organizador). História da Vida Privada: Do Império Romano ao ano mil - 1. São Paulo, Companhia das Letras, 2009. (Capítulo 1). http://www.cbre.com.br/noticias/revitalizacao-urbana-novos-projetos-para-antigos-espacos/ http://www4.ibope.com.br/download/shoppingcenters.pdf http://www.portalsolar.com.br/calculo-solar http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/desenvolvimento_urbano/sp_urbanismo/plano_chucri/OUCAE_Setor_Chucri_Zaidan_parte1.pdf https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-um-spa-urbano,35787a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD#naveCapituloTopo http://www.vitruvius.com.br/
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TCC Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo
Por Rodrigo Braga A. Soares São Paulo 2016