HABITAÇÃO SOCIAL E A SEGREGAÇÃO DO ESPAÇO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO TÂNIA PATRÍCIA MAUTONE GARCIA ALEIXO
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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC ARQUITETURA E URBANISMO
TÂNIA PATRÍCIA MAUTONE GARCIA ALEIXO
HABITAÇÃO SOCIAL E A SEGREGAÇÃO DO ESPAÇO
SÃO PAULO 2016
TÂNIA PATRÍCIA MAUTONE GARCIA ALEIXO
HABITAÇÃO SOCIAL E A SEGREGAÇÃO DO ESPAÇO
Trabalho de Conclusão de Graduação apresentado ao Centro Universitário SENAC para requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora : Professora Doutora Valeria Fialho
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“ARQUITETURA NÃO É UM CURSO, É UM CAMINHO, PERCURSO. DENTRE TODAS AS ARTES, ESTA ME SATISFAZ, TIRA DE MIM TUDO O QUE SOU CAPAZ… ATÉ O QUE NÃO SOU ME FAZ!” EMANUEL SOUTO
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Agradecimentos
D
epois de cinco anos para me graduar em Arquitetura e Urbanismo, meu primeiro agradecimento vai para minha mãe, que
além de financiar meu sonho, possibilitou que eu seguisse em frente com os meus objetivos e os realizasse, e que me deu todo o suporte psicológico, broncas e colo necessários para chegar até aqui, sem ela nada teria sido possível...Obrigada de verdade mãe. O segundo agradecimento vai para minha família que acompanhou de perto, cada entrega de trabalho, cada fim de semestre, cada prova, que me ajudou colando maquetes, com desenhos, caronas, materiais, que via a bagunça que a casa ficava, que entendia minha ausência e eterna falta de tempo porque tinha entrega de alguma coisa, então aos meus tios Carlos e Luiz e minha avó Du, mais um obrigada, sem vocês eu também não estaria aqui. O terceiro agradecimento, vai de uma maneira geral, para meu namorado e amigos, que apesar de ficarem bravos com a minha ausência, tentavam entender que a quantidade de trabalhos era grande e a de tempo era pequena, que “eu tenho entrega de projeto” era a desculpa de sempre, e que ela era real, mas nunca desistiram de mim, e estão quase tão ansiosos quanto eu para o tão esperado diploma, mais um obrigada. Aos professores do SENAC, meu agradecimento eterno, tudo o que eu aprendi e vivi na faculdade, me tornaram uma pessoa mais humana e melhor, e sem todo o ensinamento e bagagem de cada professor que me deu aula nos últimos cinco anos, eu não teria me apaixonado por urbanismo, não aprenderia a ver e vivera arquitetura. Por último mas não menos importante as pessoas que eu conheci na faculdade, as brigas de trabalhos em grupo, as noites viradas e todos os outros momentos difíceis me deram não só colegas de trabalho mas amigos para a vida, cada um morando em um canto de São Paulo, sofremos e nos divertimos muito juntos, e depois dessa longa jornada, fazendo todos os trabalhos praticamente com o mesmo grupo, me mostraram que os momentos ruins melhoram se compartilhados, e os momentos bons também...então o meu último obrigada àqueles que fizeram a faculdade valer a pena. 05
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RESUMO O presente trabalho objetiva o estudo da habitação social na cidade de São Paulo, desde seu surgimento no séc. XIX até a atualidade.Ahistória da habitação social, as políticas públicas vigentes (em todas as esferas de poder) a segregação presente na relação da habitação do homem e do espaço, à análise do território urbano paulista, estudos de projetos bons e ruins e boas referências projetuais internacionais, foram abordadas, para que juntas possam oferecer um diagnóstico do desenvolvimento e consolidação da habitação social na cidade de São Paulo. Entre os trabalhos estudados, há exemplos de COHAB, CDHU, Cingapura, Produção por Mutirão, PPP, e Urbanização de Favelas. Através da análise de vários programas habitacionais de diferentes épocas, este Trabalho de Conclusão de Curso propõe a ocupação de um terreno vazio localizado na zona leste, integrando habitação, áreas de lazer, comércios, serviços, áreas vazias e equipamento públicos para que haja uma proposta de morar diferente da maioria estudada, onde a integração se sobreponha a segregação. Espera-se que o trabalho possa contribuir para que os novos trabalhos sobre a temática venham a ser desenvolvidos. Palavras Chave: Habitação Social, Programas Habitacionais, Segregação
ABSTRATC This paper aims to research social habitation in the city of São Paulo, since its start in the 19th century until nowadays. The history of social habitation, current public policies (adopted by all government spheres), existing segregation associated to human and space habitations, urban territory analysis of the city of São Paulo, well-located case studies provided with good architecture as well as distant locations from downtown with poor infrastructure and exemplary international project references were examined in order to offer a developed and consolidated diagnosis of social habitation in the city of São Paulo. Among all projects studied, there are examples of COHAB, CDHU, Cingapura, building team, PPP and Urbanização de Favelas. Through various habitational programs analysis, this paper proposes the occupation of an empty lot located in the eastern zone of the city of São Paulo, integrating habitation, leisure areas, commerce, services, empty areas and public equipment with the suggestion to create a different way of living compared to the majority studied, where integration overcomes segregation. It is expected that this research will be able to contribute with the elaboration of new papers in this field of knowledge. Keywords: Social Habitation, Habitational Programs, Segregation
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Sumário Introdução....................................................................................................................................................................................................................................10 Linha do tempo.............................................................................................................................................................................................................................12
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– Desenvolvimento da Habitação Social em São Paulo
1.1 - Habitação Social em São Paulo de 1880 – 1920 ...................................................................................................................................................................14 1.2 - Habitação na Era Vargas os IAPS e os antecessores do Golpe .............................................................................................................................................17 1.3 - Produção Habitacional em São Paulo depois do Golpe de 1964 ..........................................................................................................................................21 1.4 - Habitação em São Paulo dos anos 90 até 2016 .....................................................................................................................................................................24
2– Conjuntos Habitacionais Consolidados na Zona Leste de São Paulo 2.1- Cidade Tiradentes ...................................................................................................................................................................................................................33 2.2- COHAB Arthur Alvim ............................................................................................................................................................................................................40 2.3 – Conjunto Habitacional Rincão ..............................................................................................................................................................................................45 2.4 – Cingapura Limoeiro ..............................................................................................................................................................................................................50 2.5 – Considerações do capítulo 2 .................................................................................................................................................................................................53
3 – Políticas Públicas de Habitação 3.1 – Minha Casa Minha Vida ........................................................................................................................................................................................................54 3.2 – COHAB . .............................................................................................................................................................................................................................56 3.3 – CDHU ....................................................................................................................................................................................................................................57 3.4 - Casa Paulista ..........................................................................................................................................................................................................................59 3.5 - PPP – Programa de Parceria Público Privada Municipal ......................................................................................................................................................59 3.6 – PMH – Plano Municipal de Habitação em São Paulo ...........................................................................................................................................................59
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4 – Conjuntos Habitacionais Contemporâneos em São Paulo
4.1 - Jardim Edite ...........................................................................................................................................................................................................................61 4.2 – Conjunto Habitacional Heliópolis – Gleba G .......................................................................................................................................................................64 4.3 – Residencial Alexandre Mackenzie ........................................................................................................................................................................................66 4.4 – Residencial Parque Novo Santo Amaro V ............................................................................................................................................................................68 4.5 – Considerações do capítulo 4 .................................................................................................................................................................................................69
5 – Conjuntos Habitacionais no Exterior
5.1 – Entre Deux Rivers .................................................................................................................................................................................................................70 5.2 – 114 Unidades de Habitação Pública ......................................................................................................................................................................................72 5.3 – Santa Madrona ......................................................................................................................................................................................................................73 5.4 – Isola Social Housing .............................................................................................................................................................................................................74 5.5 – CasaNova Social Housing.....................................................................................................................................................................................................77 5.6 – Tetris Apartaments ................................................................................................................................................................................................................78 5.7 – Considerações do capítulo 5 .................................................................................................................................................................................................79
6 – Projeto de HIS na zona leste de São Paulo 6.1- Escolha e Ocupação do Terreno ............................................................................................................................................................................................80 6.2-Dados Técnicos .......................................................................................................................................................................................................................83 6.3-Projeto de Habitação Social.....................................................................................................................................................................................................84 7-Considerações Finais..............................................................................................................................................................................................................99 Bibliografia.................................................................................................................................................................................................................................100 Lista de Imagens.......................................................................................................................................................................................................................105 Lista de Tabelas.........................................................................................................................................................................................................................106
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Introdução Segregação: Forma de dissociação que se realiza quando unidades similares, obedecendo ao mesmo impulso, se concentram, distanciando-se ao mesmo tempo, de outras unidades consideradas diferentes ou divergentes. Essa separação ou distância social e física é oriunda de fatores biológicos e sociais: raça, riqueza, educação, religião, profissão e nacionalidade. Fonte – Dicionário Michaelis
Segregação Urbana: O mais conhecido padrão de segregação da metrópole brasileira é o centro x periferia. O perímetro dotado da maioria dos serviços urbanos, públicos e privados é ocupado pelas classes de mais alta renda. A segunda, Subequipada e longínqua é ocupada predominantemente pelos excluídos. O Espaço atua como um mecanismo de exclusão. Fonte – Villaça, Flávio – O Espaço Intra-Urbano no Brasil A segregação urbana está exemplificada na cidade de São Paulo desde o Séc. XIX, quando a cidade ainda era uma pequena província, e isso se estende até os dias de hoje. São Paulo é a maior cidade do Brasil, com 1.523 km², a 6ª maior cidade do mundo, média de 11.967.825 milhões de habitantes, 28,09% de incidência de pobreza, IDH de 0,805 e um déficit habitacional de 4,3% equivalente a cerca de 230 mil residências. A segregação está presente em todas as regiões de São Paulo, porém essa fica mais evidente nas periferias, que surgiram num contexto histórico onde a classe mais pobre foi afastada do centro, e há precariedade de serviços (públicos e privados) no acesso à cultura e lazer, na ineficiência do transporte público, e principalmente na habitação, pois é o elemento fundamental, que conecta outros aspectos da vida contemporânea. A característica fundamental da segregação é a exclusão da população que sofre com a má distribuição de infraestruturas, e realiza grandes deslocamentos, que provocam trânsito intenso, transportes em quantidade insuficiente e por isso lotados, bolsões de pobreza, que agravam a questão da miséria, violência, e insegurança. A segregação começa na seleção de quem será ou não contemplado com o financiamento de sua habitação, e as políticas públicas, que não atingem todo o déficit habitacional existente. O primeiro capítulo O Desenvolvimento da Habitação Social em São Pau-
lo, começa a partir de 1890 quando os imigrantes começaram a chegar em São Paulo, as consequências disso, como surgiram os cortiços, as vilas operárias, o desenvolvimento dos IAPS (Instituto de Aposentadoria e Pensões) a crise habitacional, as políticas da era Vargas, a questão habitacional depois do golpe militar de 64, a criação da COHAB ( Companhia Metropolitana de Habitação) e do BNH (Banco Nacional de Habitação), o fim do golpe, a extinção do BNH, e as políticas públicas para habitação dos anos de 1990 até 2016. O segundo capítulo Conjuntos Habitacionais Consolidados na Zona Leste de São Paulo, retrata alguns conjuntos de diferentes programas habitacionais na zona leste, como a Cidade Tiradentes com a COHAB, a COHAB de Arthur Alvim, o Conjunto Rincão pelos mutirões e o Cingapura do Limoeiro. O terceiro capítulo Políticas Públicas de Habitação, mostra um pouco das políticas habitacionais vigentes, começando pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida, a COHAB, a CDHU , Casa Paulista (estaduais), PPP – Programa de Parceria Público, Privada (parceria entre o Estado e o Município) e o PMH – Plano Municipal de Habitação em São Paulo. O quarto capítulo Conjuntos Habitacionais Contemporâneos em São Paulo, exemplifica alguns conjuntos habitacionais feitos em São Paulo a partir das novas políticas para habitação como o Jardim Edite, Conjunto Habitacional Heliópolis Gleba G, Residencial Alexandre Mackenzie, e Residencial Parque Novo Santo Amaro V.
O quinto capítulo Conjuntos Habitacionais no Exterior, exemplifica alguns bons projetos realizados no exterior que serão utilizados como referências de projeto, esses são, Entre Deux Rivers na França, 114 Unidades de Habitação Pública na Espanha, Santa Madrona também na Espanha, Isola Social Housing na Eslovênia, CasaNova Social Housing na Itália e o Tetris Apartaments na Eslovênia. O setímo capítulo Projeto de HIS, na zona leste de São Paulo mostra o projeto de habitação social dividido em 7 torres e muitas áreas de lazer, que promovem a integração de espaços públicos das pessoas e da cidade.Uma sequência de desenho técnicos e artísticos, mostra um pouco a relação dos cheios e vazios, e dos espaços públicos e privados. Através de um estudo cronológico da origem da habitação social em São Paulo até os dias atuais, do entendimento das políticas públicas voltadas para a habitação nas diferentes esferas de poder ( federal, estadual e municipal) de estudos de casos a muito tempo consolidados as novas produções habitacionais e referências internacionais, esse trabalho tem como objetivo entender a evolução habitacional em São Paulo, compreender o que é a segregação, como os projetos de habitação social contribuem e reforçam a questão da segregação, comparar a produção de diferentes programas habitacionais, e com isso a proposição de um projeto de HIS (Habitação de Interesse Social) que seja inserido num espaço com diferentes infraestruturas, como acesso a transporte público e áreas de lazer, e que promova a inclusão dos moradores nas novas residências e nos equipamentos públicos da região.
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Linha do Tempo - Habitação Social em São Paulo Hospedaria dos Imigrantes
1880 - 1900
Crescimento dos Cortiços
1910
Vilas Operárias
1920
Era Vargas
1930-1945
Minha Casa - Minha Vida
Fernando Haddad
2003-2016
2013-2016
Linha do Tempo - Habitação Social em São Paulo IAPS
1946-1964
José Serra e Gilberto Kassab
2005-2012
Golpe Militar e BNH
1964
Marta Suplicy
2001-2004
Fim da Ditadura e do BNH
1986
Celso Pitta
1998-2000
Luíza Erundina
1990-1993
Paulo Maluf
1994-1997
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O DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO SOCIAL EM SÃO PAULO
1.1 Habitação Social em São Paulo de 1880 - 1920
P
or volta de 1880 São Paulo começou a ter um cresciPrédios ocupados em São Paulo mento significativo em decorrência da produção ca- Condição de Ocupação 1920 1940 1950 1970 feeira, e com ela a vinda de imigrantes de diversos Ocupados por Locatários 46.976 79% 187.555 67% 264.174 58% 486.472 38% lugares, do mundo, em consequência do crescimento populacio- Pocupados por Proprietários 11.404 19% 69.097 25% 167.953 37% 683.830 54% nal a expansão territorial também teve um espraiamento desordenado. A questão sanitária foi o principal problema dessa época, já que a cidade não estava preparada para receber tantos trabalhadores imigrantes. Esses tiveram que sobreviver em condições sub humanas enfrentando problemas de insalubridade, superlotação e falta de infraestrutura básica (luz, água, esgoto, coleta de lixo e etc.) em cortiços e na Hospedaria dos Imigrantes, onde surtos de epidemias como a cólera e a febre amarela se disseminaram.
Outras formas de Ocupação Total
1.404 2% 20.302 7% 23.290 5% 101.877 8% 455.417 1.272.279 59.784 276.954
TABELA 01 Fonte: IBGE 1940,1950,1970. Boletim da Diretoria de Indústria e Comércio N°5/6 1921* Os dados de 1920 referem-se ao número de prédios. Como os prédios de aluguel abrigam mais de um domicílio, é provavel que o número de domicílios ocupados por locatários esteja subestimado nesse ano
Para o governo os cortiços eram aceitáveis desde que cumprissem padrões pré-estabelecidos pelo código de condutas, que era o conjunto Com receio do caos e da desordem que esses surtos podiam cau- de normas pré estabeleciam a forma como as pessoas deveriam agir. sar, e a possibilidade que ele deixasse de ser um mal só da classe op- Logo o mercado imobiliário da época, chamado de “rentista” utilizava o máximo eraria mais pobre e atingisse as classes mais abastadas da cidade, o possível de espaço para a produção de cortiços, esse passou a sofrer “concorrência”, Estado resolveu intervir, atuando seriamente na área sanitarista, le(da virada do século até meados da década de 1920) das vilas operárias que eram vando água e coleta de esgoto para 85% dos prédios nesse período, reconstruídas pelas indústrias, que ofertavam a casa por um aluguel mais baixo, e a duzindo as questões de insalubridade e doenças, mas ainda sem penfamília passava a ter uma casa mais adequada com melhores condições sanitárias. sar na habitação propriamente dita que era ineficiente e insuficiente. Para o empregador, só vantagem, ele restituía todo o dinheiro investido, controlava a “O problema de habitação popular no final do século XIX é con- vida do seu empregado, que se vinculava a ele duas vezes, (uma pelo trabalho, e a comitante aos primeiros indícios de segregação espacial, a segreoutra pela moradia), para alguns rentistas donos de cortiços, optaram por concorrer gação social do espaço impedia que os diferentes extratos sociais com o, “status de vila operária” colocando banheiros para as famílias, podendo sofressem da mesma maneira os efeitos da crise” (Bonduki 1998) assim cobrar mais por uma habitação salubre e mais adequada a uma família.
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Vila Maria Zélia
E
ssa vila, foi a primeira a ser construída em São Paulo em 1912-1917, pelo médico industrial Jorge Street, com o objetivo de abrigar 2.500 funcionários da Cia Nacional de Tecidos da Juta, obra localizada no Belenzinho.
O Seu projeto foi concebido pensando no bem estar dos funcionários, e baseado em vilas estrangeiras europeias, que não pensavam só na habitação mas na infraestrutura necessária para esses moradores. Seu complexo possuía uma capela, dois armazéns, duas escolas (uma para meninos, e um para meninas), um coreto, uma praça, campo de prática esportiva, salão de festas, ambulatório e consultório médico.
Imagem 01 - Planta Atual da Vila Maria Zélia – Fonte Site São Paulo Antiga
E
ssa Vila foi a exceção do que se era produzido na época e dava a sensação de estar dentro de um bairro europeu dentro da cidade de São Paulo.
Com a crise de 1929, a fábrica que empregava os moradores da vila foi desativada em 1931 e só voltou a funcionar em 1939 (como Goodyear), nesses oito anos o moradores moraram de graça, e depois da retomada da fábrica passaram a pagar aluguel ao IAPI (Instituto de Aposentados e Pensionistas), e os prédios institucionais e funcionais, permaneceram e permanecem até hoje como propriedade federal. Além de ser a pioneira das Vilas operárias, a Vila Maria Zélia ganhou destaque por sua excelente referência como modelo habitacional da época, os Cortiços serviam ao mesmo extrato social(das vilas operárias), entretanto eram bem mais precários geralmente com dois ou três cômodos por família (considerando uma família de pai, mãe e média de cinco filhos), os banheiros eram coletivos, e a área de tanques para lavagem de roupas também, poderiam existir em um casarão onde os cômodos eram subdivididos entre as famílias, ou poderiam ser construídos nessa lógica de uso coletivo e privado de determinados ambientes.
Imagem 02 - Uma das ruas da Vila Maria Zélia Fonte Site São Paulo Antiga
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Assim a oferta de residências tanto as vilas operárias produzidas em larga escala, como os cortiços, “melhorando um pouco seu modo de morar”, aumentou, mas ainda em números insuficientes de acordo com a demanda, porém isso gerou a primeira lei do inquilinato no Brasil, que vigorou entre 1921 e 1927. Até a década de 1930 essas foram as maiores intervenções que o Estado fez na questão habitacional.
Imagem 03 – Cortiço Fonte– Origens da Habitação Social no Brasil
1.2 Habitação na Era Vargas os IAPS e os antecessores do golpe
O
problema habitacional estava tomando grandes proporções e o presidente Getúlio Vargas foi o primeiro a pensar em soluções em escala nacional.
Porém a crise habitacional começou a se intensificar, tornando-se um problema generalizado, e esse, deveria ser do governo e não dos trabalhadores que não tinham aonde morar.
As críticas ao rentistas (e por consequência ao mercado de aluguel) eram cada vez maiores). Nesse período o governo começou a difundir para da população, a ideia da importância casa própria, que mesmo simples inacabada e muito distante do centro era “opção” àqueles que gostariam de melhores condições de moradia, e passou a promover a ideia de que a casa própria traria um progresso econômico para a população.
Essa alcançou seu auge no período da Segunda Guerra Mundial, com o aumento da especulação imobiliária. A cidade em crescimento desenfreado, o crescimento econômico em decorrência da guerra, o governo precisava tomar medidas efetivas para tentar amenizar o problema
É importante ressaltar que a população brasileira até a era Vargas, tinha um pensamento de habitação através do aluguel, que a ideia de casa própria era inconcebível, e que portanto as pessoas se submetiam a condições muito precárias de moradia, com salubridade discutível e com rigorosas regras na hora de “morar”.
População nos Anos de Levantamento Censitário
Esse conceito de moradia própria na periferia, era tudo o que a elite a tanto tempo ansiava, eliminar o cortiços do centro da cidade, expulsar e começar um processo significativo de exclusão e segregação da população pobre, evidenciando a diferença entre as classes sociais e ampliando a distância física entre as mesmas. Mas a ideia da casa própria teria que ultrapassar muitas barreiras, a mentalidade da população não funcionava dessa maneira, as pessoas ainda moravam de aluguel, seus salários eram insuficientes para, a aquisição da casa própria, e a maioria preferia morar no centro apesar da precariedade, do que se mudar para a periferia, distante, sem infraestrutura ,sem as condições básicas de moradia e principalmente sem o transporte coletivo, que impossibilitava os trabalhadores de se deslocarem de casa para o trabalho e vice-versa além de aumentarem os seus custos para ir trabalhar. Esse pensamento e a rápida expansão urbana que São Paulo estava sofrendo, fez o governo tomar medidas urgentes, como a criação da Companhia Municipal de Transportes Coletivos, a estatização das empresas privadas de ônibus e a obtenção dos bondes obsoletos da Light.
Município São Paulo 1872 a 1960 Município de São Paulo Anos População 1872
Taxa de Crescimento
(1)
31.385 4,1
1890
64.934 14
1900
239.820 4,5
1920
579.033
1940
1.326.261
4,2 5,2 1950
2.198.096 5,6
1960
3.781.446
TABELA 02 Fonte: IBGE, Censos Demográficos
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Como uma das medidas de intervenção da crise habitacional, em 1942, Vargas promoveu a Lei do Inquilinato (houveram, variações dessa lei até 1964, mas todas seguiam a mesma linha de raciocínio), Vargas optou pelo congelamento dos aluguéis favorecendo os moradores, e desfavorecendo assim, os donos de cortiços e Vilas Operárias, esses por sua vez pararam de construir “habitações” já que seu lucro foi reduzido, ou na ilegalidade conseguiam burlar tal lei, isso só piorou a situação habitacional, pois as residências de aluguel ficavam cada vez mais escassas, e as que sobravam vazias, eram alvo de especulação e preços exorbitantes ( mesmo sendo proibido). Foi no período Vargas, que oficialmente surgiu a chamada habitação social no Brasil. “O Estado agiu de diferentes formas para reduzir o peso da habitação no orçamento do trabalhador e este talvez tenha sido o principal resultado da intervenção do Estado na questão de Habitação” (Bonduki, Nabil- Origens da Habitação Social no Brasil – página 127). Quando Vargas sai do poder e o presidente Dutra assume, esse age rapidamente em iniciativas no setor habitacional, e cria a Fundação da Casa Popular, contudo foi ineficaz. Nesse momento os IAPS – Institutos de Aposentadoria e Pensões, começam a produzir (em larga escala) e racionalizar o método de produção de habitações, seus recursos financeiros vinham dos fundos previdenciários (permitidos para produção de Habitação Social). E produziram no período de 1946 -1950(o Brasil possuía 44,9 milhões de habitantes, 16,2 milhões moravam em áreas urbanas) mais unidades habitacionais que qualquer outro governo até 1964. A arquitetura moderna foi uma grande influência para habitação social, principalmente por tipologias e métodos construtivos, arquitetura essa que os modelos habitacionais dos IAPS, usaram de diferentes maneiras, como uma de suas diretrizes os IAPS, seguiam de maneira rígida; “Construir habitações econômicas, é fazer, ao mesmo tempo e necessariamente, urbanismo.” (IAPS 1940)
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Principais características das produções habitacionais dos IAPS: Edificação de conjuntos habitacionais isolados do traçado existente da cidade; Construção de blocos; Limitação das alturas dos blocos; Uso de pilotis; Adoção dos apartamentos duplex; Processos de construção racionalizados e a edificação de conjuntos autônomos; Articulação dos conjuntos habitacionais com planos urbanísticos; Entrada da casa mobiliada de forma racional (5); e que deixaram exemplares da qualidade da arquitetura nacional, construídos para fins de locação. Dados- Site Vitruvios – A formação da paisagem na periferia da cidade de São Paulo
Os conjuntos habitacionais produzidos pelos IAPS, tiveram grande impacto na cidade, tanto por suas áreas construídas como e principalmente pelos programas inovadores, que associavam equipamentos sociais e recreativos, área de lazer, sistema viário que valorizavam o espaço público.
Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) Das produções habitacionais dos IAPS, o maior exemplo a ser citado é o projeto do Pedregulho, localizado no Rio de Janeiro, projetado em 1947 pelo arquiteto Eduardo Reidy. Um edifício que inovou por sua inserção no espaço, e sua tipologia seguindo a lógica modernista Usa passarelas para conseguir driblar a topografia acidentada do lugar Seu entorno possui prédios de serviços, fundamentais para facilitar e melhorar a qualidade das Imagem 04 - Implantação do projeto Fonte Bonduki – Archdaily
Imagem 06 - Fonte: (EAD/PUCV – Archdaily)
Apesar de toda a mobilização que os IAPS tiveram na produção de habitação social, e o pequeno incentivo do governo, a crise habitacional, estava longe de uma solução, e se agravando na mesma proporção. “O cenário da cidade nos anos 40 é contraditório e ambíguo, de crise e de progresso: enquanto os trabalhadores sofrem com a falta de moradia, São Paulo é renovada por novas avenidas e “embelezada” por arranha – céus, num contexto de opulência, especulação e industrialização. (Bonduki, Nabil- Origens da Habitação Social no Brasil). No mandato do prefeito Prestes Maia a cidade passa por uma “revolução urbana”, com a industrialização, a vinda de grandes produtoras de carros, e a população começando a adquirir esses bens de consumo, a cidade precisava se adequar a
Imagem 05 Vista Aérea – Fonte Bonduki – Archdaily
esses novos meios de vida, para isso, Prestes Maia, criou um sistema de circulação baseado em “anéis viários” com avenidas radiais que unem esse “anéis”. Porém essa revolução está longe de atingir a classe trabalhadora e suas reais necessidades, que eram principalmente a habitação e o transporte público. Nesse cenário de cidade crescendo, avenidas sendo construídas, o preço da terra aumentando, a elite fazendo o possível para se separar da classe trabalhadora, o trabalhador pobre e sem lugar para morar não teve outra opção senão ocupar a periferia da cidade. Esse processo gerou um crescimento desenfreado da cidade, e o surgimento das primeiras favelas paulistas.
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As periferias eram todas caracterizadas, pelo difícil acesso, falta de transporte coletivo, falta de infraestrutura urbana, ruas de terra, falta de saneamento básico, e todas abrigando milhares de moradores que passaram a construir suas casas, por sua conta, um cômodo por vez, geralmente aos fins de semana com ajuda de parentes e amigos. Na periferia, não existia um planejamento para a construção de casas ou ocupação dos lotes, não existiam códigos ou regras a serem cumpridos, “ a omissão do poder público na expansão dos loteamentos clandestinos, fazia parte de uma estratégia para facilitar a “a construção da casa pelo próprio morador, que embora não tivesse sido planejada, foi se definindo na prática como um modo de viabilizar uma solução habitacional “popular”, barata, segregada, compatível com a baixa remuneração dos trabalhadores e que , ainda, lhes desse a sensação falsa ou verdadeira de realizarem o sonho de se tornarem proprietários.” (Bonduki, Nabil – Origens da Habitação Social no Brasil, página 288) Com a periferia consolidada, e a insatisfação cada vez maior da parcela da população que lá vivia, passou a ser impossível para o governo renegar existência daqueles espaços como cidade, e sendo assim este foi obrigado pelas massas, mesmo que de maneira lenta e insuficiente a “urbanizar” uma área completamente habitada. Nessa fase o que outrora foi a política de Vargas e o sonho da elite passou a ser realidade e o sonho da classe trabalhadora, o ideal da casa própria estava disseminado, e com ele a segregação implícita que essa acarretou. O sucesso da casa própria feita pelo próprio morador, fez com que o governo se abstivesse de investimentos significativos, e a grande oferta de terras (cada vez mais distantes) foi provavelmente o que era necessário para que essa “política habitacional “obtivesse sucesso. Em 1953 o então deputado estadual Jânio Quadros lança um plano de emergências, para atuar nos mais de 200 bairros periféricos da cidade de São Paulo, mas mesmo com esse plano era praticamente inexistente a preocupação com o urbanismo e a expansão urbana da cidade, “dando a periferia uma conotação de pobreza, carência, deficiência, insalubridade e perigo.” (Vitruvios – A formação da paisagem na periferia da cidade de São Paulo)
Distribuição dos domicílios segundo a condição de ocupação Cidade de São Paulo, 1920 a 1970: Condição de Ocupação Ocupados por Locatários Pocupados por Proprietários Outras formas de Ocupação Total
Prédios ocupados em São Paulo 1920 1940 1950 1970 46.976 79% 187.555 67% 264.174 58% 486.472 38% 11.404 19% 69.097 25% 167.953 37% 683.830 54% 1.404 2% 20.302 7% 23.290 5% 101.877 8% 59.784 276.954 455.417 1.272.279
TABELA 03 Fonte: IBGE 1940,1950,1970. Boletim da Diretoria de Indústria e Comércio N°5/6 1921* Os dados de 1920 referem-se ao número de prédios. Como os prédios de aluguel abrigam mais de um domicílio, é provável que o número de domicílios ocupados por locatários esteja subestimado nesse ano
1.3 Produção Habitacional em São Paulo depois do Golpe de 1964
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epois de vilas operarias, cortiços, IAPS, mudança de mentalidade do aluguel para a casa própria, a lei do inquilinato e a ocupação das periferias, o Brasil passou a ser governado pelos militares.
Em 1964, pouco depois do golpe, o governo implementou sua primeira política habitacional, do SFH - Sistema Financeiro de Habitação, financiado pelo BNH – Banco Nacional de Habitação. Esse foi o primeiro órgão de cunho nacional a instituir uma política habitacional, e praticamente na mesma época o plano das COHABS – Companhia Metropolitana de Habitação. O BNH, surgiu num contexto de crise econômica, e sua ideia além das habitações em si era alavancar a economia já, que o setor construtivo demanda muita mão de obra, e se as pessoas financiassem mais casas, mais pessoas estariam empregadas em decorrência das necessidades que as habitações demandariam. “Para auxiliar o lado empresarial do BNH, foi criado o Sistema Financeiro Habitacional (SFH), que captava recursos advindos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) – criado através da Lei n. 5.107, de 14 de setembro de 1966, tipo de poupança compulsória, constituída com base em 8% dos salários do mercado de trabalho formal –, e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com base no sistema de poupança voluntária. O primeiro, o FGTS, deveria ser usado para financiar as obras destinadas à população de baixa renda, enquanto o SBPE financiaria o setor de classe média e alta (ARRETCHE, 1990; ANDRADE &AZEVEDO, 1982).4 “Na verdade, a criação do SFH seria um dos elementos da constituição de um sistema financeiro nacional, capaz de intermediar o crédito e permitir a realização de financiamentos de médio e longo prazos” (ARRECTHE, 1990, p. 24).
Para que o BNH pudesse funcionar ele precisaria de uma reserva de dinheiro muito grande, e como forma de acumulo desse dinheiro foi criado o FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, onde seu acúmulo funcionava como a reserva de dinheiro que o BNH precisava para produzir suas habitações e o dinheiro seria reposto conforme as pessoas fossem pagando as parcelas de suas moradias. •Modelo de Produção Habitacional feita pela COHAB/BNH -A produção de Habitação social no período militar teve uma produção significativa com 4.271.562 habitações executadas -Geralmente inseridas em regiões periféricas e sem infraestrutura -Essa produção unicamente de habitações, sem pensar na malha urbana, e nos espaços públicos produziu espaços segregados, distantes, de difícil acesso com problemas de mobilidade, segurança, entre outros.
A grande crítica em cima disso, é que habitação estava sendo tratada como algo comercial e não social. Porem essa não é a única, o BNH alvo foi alvo de muitas críticas ao longo de sua existência. Segundo Bonduki “a preocupação massiva com a redução de custos, num racionalismo formal desprovido de conteúdo, BNH: “consubstanciado em projetos de péssima qualidade, monótonos, repetitivos, desvinculados do contexto urbano e do meio físico e, principalmente, desarticulado de um projeto social”
Imagem 07 - Cidade Tiradentes Fonte –Site Governo de São Paulo
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Imagem 08 Cidade Tiradentes – Fonte Metamorfoses Paulistas Kazuo Nakano
TABELA 05
Os quadros abaixo darão alguns parâmetros de políticas habitacionais que atuaram dentro do BHN. TABELA 04
*TABELAS 4 e 5, tiradas a partir de um resumo de tese de Doutorado da doutoranda Sara Raquel Fernandes Queiroz de Medeiros
Além de sua produção habitacional que foi extremamente significativa, contando com um saldo geral de 4.271.562 unidades habitacionais, subdivididas em habitações populares e de renda média, o BNH financiou programas de infraestrutura como o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), que proporcionou a expansão de rede de água tratada para as grandes cidades brasileiras O poder político a partir de 1964 financiou uma quantidade muito significativa de habitações, entretanto a mentalidade da época era a produção de habitação e apenas isso, a ideia de urbanismo e infraestrutura urbana não estavam atreladas a esse processo construtivo, as habitações produzidas eram todas iguais , sem nenhuma distinção de forma ou tipologia, essas foras chamadas de “carimbos”, geralmente com prédios em H, ou casas idênticas, a qualidade arquitetônica desses projetos ficou bem aquém do necessário. Em meados dos anos 70, houve uma grande expansão urbana, provocando espraiamento e verticalização da cidade, aumentando as periferias muito distantes do centro. O aumento populacional, a população urbana passando a população rural e o aumento de produção habitacional que não atingia a parcela que não tinha renda para fazer os financiamentos propostos, fez com que essa parcela da população fosse ocupando de maneira irregular diversos lotes, gerando um grande número de favelas, e com elas a disseminação da pobreza, violência exclusão, os serviços públicos que eram precários e insuficientes para essa população que chegava a 5.924.612 milhões em São Paulo Em 1986, após o fim da Ditadura Militar, o BNH também foi extinto (a Caixa Econômica Federal tentou absorver as competências do BNH), o cenário era de dúvidas e incertezas, a democracia estava “ressurgindo das cinzas”, a crise econômica estava no auge, e aos poucos o Brasil começava a viver e entender essa nova realidade, de movimentos sociais por reformas urbanas.
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1.4 Habitação com foco em São Paulo a partir dos anos 90 até 2016
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os anos 90 São Paulo já era uma grande metrópole, conturbada, lotada e em crescimento contínuo...As políticas habitacionais que ocorreram nessa época foram pontuais, sendo modificadas a cada mandato portanto foram atuações por períodos de quatro anos que na maioria dos casos eram abandonados a cada eleição, não havendo continuidade, independente da qualidade do programa habitacional.
Prefeitos: 1990-1993 – Luiza Erundina (PT) •Urbanização de Favelas •Revitalização do Centro •Produção Habitacional através de mutirões
Imagem 10 Mutirões – Gestão Luiza Erundina Fonte – cidadeaberta.org.br
Imagem 09 Conjunto Habitacional Vila Mara - Hector Vigliecca Fonte – site Vigliecca e associados
-1994-1997 – Paulo Maluf (PP)
•Criação do Programa Habitacional Cingapura •Abertura de grandes vias •Operações Urbanas – Faria Lima e Água Espraiada -1998 – 2000 – Celso Pitta (PP) •Continuação do Programa Cingapura
Imagem 11 -Conjunto Habitacional Zaki Narchi, Fonte – Site ig Brasil
Imagem 12 - Conjunto Habitacional Zaki Narchi, Fonte – Site ig Brasil
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2001 – 2004 – Marta Suplicy (PT) •Políticas Públicas de Aluguel Social •Equipamentos Culturais na periferia (CEUS, Casas de Cultura)
Imagem 13 - CEU – Aricanduva Fonte – Portal da Prefeitura de São Paulo
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Imagem 14 - Casa de Cultura da PenhaFonte - Fonte – Portal da Prefeitura de São Paulo
-2005-2006 – José Serra (PSDB) •Projeto Nova Luz
Imagem 15 - Projeto Nova Luz -Fonte site O Globo
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2007 – 2012 – Gilberto Kassab (PSD) •Programa de Reabilitação e Requalificação do centro
Imagem 16 - Programa Habitacional Heliópolis – Rui Ohtake Fonte Portal Aprendiz
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Imagem 17 - Operação Cidade Limpa Fonte site uol
-2013 – 2016 Fernando Haddad (PT) em exercício •Implementação do IPTU progressivo •Aquisição de Terrenos para o plano Minha Casa – Minha Vida
Imagem 18 Terreno Parque dos Búfalos Fonte: Fonte uol
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Governadores: 1987 – 1991 - Orestes Quércia (PMDB) •CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano •150 mil casas populares
Imagem 19 -Programa Habitacional “Casinhas do Quércia” Zona Leste Fonte -Site memóriaquercia
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1991 – 1995 Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) •Criação da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Imagem 20 - Mapa CPTM FONTE – Site da CPTM
1995 – 2001 Mário Covas (PSDB) •Estações de Tratamento de Esgoto para regiões periféricas
Imagem 21- Estação de Tratamento de Esgoto Parque Novo Mundo Fonte site SABESP
2001 – 2006 Geraldo Alckmin (PSDB) •Programa Casa Paulista
Imagem 22 - Fonte CDHU
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-2006 – 2007 Cláudio Lembo (PFL) •Sem produção efetiva na habitação -2007 – 2010 José Serra (PSDB) Projeto Expansão SP – Expansão dos transportes nas regiões metropolitanas de São Paulo -2010 – 2011 Alberto Goldman (PSDB) •Inauguração do 1° trecho da linha 4 Amarela Paulista – Faria Lima -2011 -2016 Geraldo Alckmin (PSDB) em exercício •Continuação do programa Casa Paulista
Presidentes:
-1985 – 1989 José Sarney (PMDB) •Abriu precedentes para a política urbana -1990 – 1992 Fernando Collor (PRN) •Sem produção efetiva na habitação -1992 – 1994 Itamar Franco (PMDB) •Sem produção efetiva na habitação -1995 – 2002 Fernando Henrique Cardoso (PSDB) •Estatuto da Cidade -2003 – 2010 Luiz Inácio Lula da Silva (PT) •Ministério das Cidades •Criação do Pac – Programa de Aceleração do Crescimento •Criação do FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social •Programa Minha Casa Minha Vida -2011 – 2016 Dilma Rousseff (PT) •Continuação do Programa Minha Casa Minha Vida 2016 Michel Temer (PMDB) 32
Imagem 23 - Programa Habitacional Minha Casa Minha vida Fonte Site Feirão da Caixa
2. Conjuntos Habitacionais Consolidados na Zona Leste 2.1 Cidade Tiradentes
Imagem 24 - Mapa relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público e o centro –
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s conjuntos habitacionais a seguir foram visitados por mim num final de semana, para percorrer 18,5 km de distância foram necessários 45 minutos, entretanto essa viagem feita em um dia de semana para o centro da cidade por transporte público, pode demorar de 2 h 13 mim até 3 h 15 mim. A Cidade Tiradentes, é um bairro com tamanho de cidade. É o maior complexo de Conjuntos Habitacionais da América Latina, com cerca de 40 mil unidades (subdivididas em COHAB, CDHU entre outros), localizado no extremo leste da cidade de São Paulo. É um complexo conhecido por sua magnitude, e monofuncionalidade, chamado de “bairro dormitório”, pois as pessoas só vão para casa para dormir, já que a região tem precariedade de infraestrutura, comércios e serviços.
Imagem 25 - Fonte Imagem Google Mapas – Percurso, Minha Casa – Cidade Tiradentes
Distrito da Cidade Tiradentes •População 219.868 mil habitantes
•16.309,67 hab./km² •52.875 mil famílias •8.064 famílias em situação de alta ou muito alta vulnerabilidade
Foi uma política habitacional financiada em boa parte pelo BNH, prometendo o sonho da casa própria (parte da população que se mudou para a região, foi a contra gosto pois não tinha oferta e acesso a moradias mais acessíveis e próximas ao centro). Porém sua falta de planejamento deixou espaços residuais que foram ocupados por habitações informais, clandestinas ou irregulares.
Imagem 26 - Vista Aérea Cidade Tiradentes – Fonte USP Imagens
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Imagem 27 - A cidade informal dentro da cidade formal – Fonte autoria própria
Imagem 28 -Cidade Tiradentes, favela, espaços residuais, conjuntos habitacionais, e uma facha de mata atlântica – Fonte autoria própria
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Imagem 29 - Os Muros e a Segregação implícita – Fonte autoria própria
Imagem 30 - Avenida dos Metalúrgicos – Fonte autoria própria
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Imagem 31 - A monofuncionalidade reforçando a questão da segregação – Fonte autoria própria
Imagem 32 - Espaços residuais sem planejamento, sendo transformados em becos e lixões –Fonte autoria própria
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Imagem 33 Área de lazer localizada na avenida principal – Fonte própria autoria
Imagem 34 - Comércio Informal margeando os muros dos conjuntos habitacionais – Fonte autoria própria
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2.2 Cohab Arthur Alvim
Imagem 35 -Conturbação da COHAB Arthur Alvim, e outras na região, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público – Fonte Imagem Google Earth Pro
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onhecida como COHAB I, esse complexo habitacional é formado por prédios, com a mesma tipologia, localizado no bairro de Arthur Alvim, um lugar afastado do centro, na época de sua construção esses não continha infraestrutura ou equipamentos públicos básicos para receber, a quantidade de pessoas que para lá se mudaram, com a vinda do metrô e as necessidades básicas das pessoas o local mudou radicalmente. Hoje é um bairro consolidado, com fácil acesso para o metrô, próximo ao Hospital Santa Marcelina e Estádio Itaquera, mas que mesmo assim ainda é um bairro onde as pessoas demoram muito tempo se descolando de suas residências para o centro da cidade e levam cerca de uma hora e meia, mostrando novamente como a questão habitacional está intimamente ligada a questão de mobilidade urbana.
Imagem 36 - COHAB Arthur Alvim, percurso feito minha casa –COHAB Fonte Google Maps
Distrito de Arthur Alvim •População 104.864 mil habitantes •158,88 hab./km² •Área 6,6 km²
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Imagem 37 -COHAB margeando a Radial Leste –Fonte autoria própria
Imagem 38 - Parte do centro comercial e de serviços de Arthur Alvim –Fonte autoria própria
Imagem 39 - Há presença de carros, movimento e micro ônibus o tempo todo – Fonte autoria própria
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Imagem 40 -O uso começa a ficar misto com serviços e habitações coexistindo no mesmo lugar –Fonte autoria própria
Imagem 41 - As vias do bairro são maiores e há mais sinalização de transito, e a presença de vegetação entre os quarteirões de habitação passa a ser recorrente – Fonte autoria própria
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2.3 Conjunto Habitacional Rincão – Vila Matilde
Imagem 42 - Perímetro do conjunto habitacional do Rincão localizado na Vila Matilde, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público– Fonte Google Earth Pro
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Vila Matilde é um bairro periférico da zona leste, porém já está mais próxima do centro, o tempo médio de deslocamento até o centro é cerca de 50 minutos.
O conjunto Habitacional Rincão, se diferencia dos demais pois não é espraiado em grandes glebas, foi inserido pensando na proximidade com o metrô já consolidado e as infraestruturas existentes. Esse projeto tinha uma concepção de um conjunto multifuncional, com comércios serviços e habitações, com área de lazer e convívio, entretanto o projeto sofreu muitas críticas por não seguir o padrão que a legislação da época determinava, e também no intuito de ser o mais barato possível foi construído com matérias de baixa qualidade (pois estes eram os que tinham os melhorem preços) e isso afetou a qualidade da obra que tem problemas principalmente com conforto ambiental.
Imagem 43 - Percurso feito Minha Casa – Conjunto Habitacional Rincão – Vila Matilde
Distrito de Vila Matilde •Área 8,9 km² •Pop. 98,173 Habitantes •Densidade 110,31 hab./há
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Imagem 44 - Conjunto Habitacional Rincão ao lado do Viaduto Dona Matilde – Fonte autoria própria
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Imagem 45 - Vista de cima do viaduto mostrando diferentes tipologias, e a relação do via entre o muro do Rincão e o muro do metro – Fonte autoria Própria
Habitações voltadas para rua, o térreo antes concebido como comércio ou serviços hoje é utilizado para habitação também. Fonte –autoria própria
Imagem 47 - Áreas de convívio entre um bloco e outro – Fonte autoria própria
Imagem 48 - Área de lazer dentro do conjunto – Fonte Autoria Própria
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2.4 Cingapura Limoeiro
Imagem 49 - Percurso minha casa – Cingapura Limoeiro – fonte Google Mapas
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Projeto Habitacional Cingapura tinha como premissa uma habitação que serviria a população que morava em favelas, em parcelas acessíveis, e não removeriam a população ali residente, construindo os conjuntos no lugar da antiga favela. Esse Projeto foi realizado em 58 favela diferentes, contudo, é um projeto que não elimina toda a favela, pois o número de habitações era insuficiente para a demanda apenas “esconde” por trás dos prédios a realidade de favelas que estão consolidadas e permanecem no lugar, é uma política muito criticada, por replicar um projeto arquitetônico ruim, onde não houve consulta à população de suas reais necessidades, e depois de construído não recebeu a manutenção necessária, e como outros conjuntos habitacionais não tem em seu entorno imediato as infraestruturas básicas.
Imagem 50 - Perímetro do conjunto habitacional Cingapura, localizado no bairro do Limoeiro, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público– Fonte Google Earth Pro
Distrito Vila Jacuí •Área 7,7 km² •Pop. 167,965 Habitantes •Densidade 218,14 hab./ha
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Imagem 51 - Parte do Conjunto Habitacional Cingapura no Bairro do Limoeiro – Fonte autoria Própria
Imagem 52 - Conjunto completamente gradeado e com escassez de usos mistos. Fonte autoria própria
2.5 Considerações do Capítulo 2 Todos esses conjuntos estão localizados na região leste da cidade de São Paulo, dois exemplos de COHAB, um Cingapura e um conjunto feitos por concurso. Os três primeiros tem como características marcantes, a monofuncionalidade, que traz para a região segregação e violência, a distância do centro e a dificuldade de mobilidade urbana, a precariedade de infraestrutura e equipamentos de lazer, a concentração de pessoas de baixa renda num único ambiente, e a má qualidade dos projetos arquitetônicos, o ultimo apesar de estar ao lado de um metrô e ter a concepção de um conjunto multifuncional, também carece de áreas de lazer e equipamentos institucionais no entorno, e a baixa qualidade dos materiais, transformou um bom projeto num conjunto ruim.
Imagem 53 - “Miolo” do Cingapura – Fonte autoria própria
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3- Políticas Públicas de Habitação 3.1 - Minha Casa Minha Vida O programa Minha Casa, Minha Vida é um programa federal, que tenta promover “o sonho da casa própria” para famílias de baixa renda. Abaixo segue a tabela que mostra quais parcelas da população tem direito ao programa:
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programa busca fazer aquisições de terrenos baratos, que possuam infraestrutura básica e equipamentos sociais compatíveis com a demanda do projeto.
Renda Familiar Mensal
Até R$ 1.800,00
Minha Casa - Minha Vida
Faixa do Minha Casa Minha Vida
Faixa 1
Até R$ 2.350,00
Faixa 1,5
Até R$ 3.600,00
Faixa 2
Até R$ 6.500,00
Faixa 3
TABELA 06 Fonte - Site Minha Casa Minha Vida
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Caracteristicas Até 90% de subsídio do valor do imóvel. Pago em até 120 prestações mensais de no máximo R$ 270,00, sem juros. Até R$ 45.000,00 de subsídio, com 5% de juros ao ano. Até R$27.500.00 de Subsídio com 5.5% a 7% de juros ao ano. 8,16% de Juros ao ano
O máximo a ser construído por empreendimento são 500 unidades habitacionais, em condomínios o máximo serão 300 unidades. Em São Paulo para casas o valor máximo será de R$ 63.000,00 e para apartamentos será de R$ 65.000,00, esse valor será financiado pela Caixa Econômica Federal, em até 120 meses com parcelas mínimas de R$ 25,00. O grande diferencial desse programa, é a quantidade de recursos federais, investidos em uma política habitacional, que pela primeira vez, está atendendo a classe popular que realmente necessita de subsídio do governo e financiamento para poder adquirir a casa própria. Entretanto os problemas de outros programas habitacionais, como ser instalado em grandes periferias, e a monofuncionalidade, recorrentes. Existem duas tipologias: 1 – Referente a casas Térreas e 2 – Referente a apartamentos.
ESPECIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA 1 (Fonte – Cartilha Minha Casa Minha Vida):
• Compartimentos: Sala, cozinha, banheiro, circulação, 2 dormitórios e área externa com tanque e máquina • Área interna útil: 36,00m² (não computadas paredes e área de serviço). • Piso: Cerâmica esmaltada em todo a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15mm. • Cobertura: Em telha cerâmica/concreto com forro ou de fibrocimento (espessura mínima de 5mm) com laje, sobre estrutura de madeira ou metálica. Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Batente em aço ou madeira desde que possibilite a inversão do sentido de abertura das portas. Vão livre de 0,80 m x 2,10 m em todas as portas. Previsão de área de aproximação para abertura das portas (0,60 m interno e 0,30 m externo), maçanetas de alavanca a 1,00 m do piso. • Dimensões dos cômodos: Espaço livre de obstáculos em frente às portas de no mínimo 1,20 m. Deve ser possível inscrever, em todos os cômodos, o módulo de manobra sem deslocamento para rotação de 180° definido pela NBR 9050 (1,20 m x 1,50 m), livre de obstáculos. • Aquecimento solar/térmico: Instalação de kit completo – obrigatório para casas. • Passeio: 0,50m no perímetro da construção. • Proteção da alvenaria e fundação: Piso de concreto com 0,50m de largura ao redor da edificação • Calçada: Largura mínima de, 0,90m.
Imagem 54 - Planta Tipo 01 – Fonte UOL Notícias
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ESPECIFICAÇÃO DA TIPOLOGIA 2 (Fonte – Cartilha Minha Casa Minha Vida):
• Compartimentos: sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro. • Área interna útil: 39,00 m². • Piso: Cerâmica em toda a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15mm. Cerâmica no hall e nas áreas de circulação internas. Cimentado alisado nas escadas. • Cobertura: Sobre laje, em telha cerâmica ou de fibrocimento (espessura mínima de 5 mm), com estrutura de madeira ou metálica. Admite-se laje inclinada desde que coberta com telhas. • Esquadrias: Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Batente em aço ou madeira desde que possibilite a inversão do sentido de abertura das portas. Vão livre de 0,80 m x 2,10 m em todas as portas. Previsão de área de aproximação para abertura das portas (0,60 m interno e 0,30 m externo), maçanetas de alavanca a 1,00 m do piso. • Dimensões dos cômodos: Espaço livre de obstáculos em frente às portas de no mínimo 1,20 m. Deve ser possível inscrever, em todos os cômodos, o módulo de manobra sem deslocamento para rotação de 180° definido pela NBR 9050 (1,20 m x 1,50 m), livre de obstáculos. • Pé-direito mínimo: 2,30 m nos banheiros e 2,50 m nos demais cômodos. • Instalações hidráulicas: Número de pontos definido. • Instalações elétricas: Número de pontos definido, especificação mínima de materiais. • Aquecimento solar/térmico: Instalação de kit completo – opcional. • Proteção de alvenaria externa: Piso de concreto com 0,50m de largura em todo o perímetro da construção. • Calçada: Largura mínima de 0,90 m.
Imagem 55 - Planta tipo 2 – Fonte – Prefeitura de Ribeirão Pires
3.2 COHAB - Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo
A COHAB é um órgão federal administrado pelo governo estadual, foi criada com o intuito de oferecer casa própria a população de menor renda, desenvolvendo programas habitacionais e construindo novas moradias. Apesar de sua grande atuação no setor habitacional, a COHAB não disponibiliza nenhuma informação sobre sua política ou produção.
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3.3 CDHU – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO HABITACIONAL E URBANO (Fonte – Site CDHU)
CDHU tem o intuito de promover condições dignas de moradia para a população de baixo poder aquisitivo, esse programa trabalha ao lado da Agência Paulista de Habitação Social – Casa Paulista que tem como foco, o público alvo que recebe até dez salários mínimos, com prioridade para quem recebe até cinco salários mínimos . A CDHU tem cinco campos de atuação: 1.Provisão de Moradias •Moradia Indígena: tenta melhoras as condições de vida da população indígena •Moradia Quilombola: tenta melhoras as condições de vida das comunidades quilombolas
•Habitação Sustentável no litoral paulista 5.Regularização Fundiária de Interesse Habitacional: Uma das metas da SH e da CDHU é eliminar o passivo de imóveis que necessitam ser regularizados. A CDHU entregou a partir de 2010 5.649 unidades habitacionais, na cidade de São Paulo ainda serão entregues 3.368 e desse número 836 na zona leste.
Tipologias CDHU Casa Isolada:
•Programa Vila Dignidade que atente idosos de baixa renda •Parceria com Municípios: visa atender às necessidades habitacionais da população de baixa renda, principalmente para famílias com ônus excessivo de aluguel ou situação de coabitação 2.Revitalização de Áreas Centrais •Atuação em cortiços (concluído) 3.Urbanização de favelas e assentamentos precários •Urbanização de favelas: Atuação em favelas e assentamentos precários passíveis de urbanização e regularização, visando à melhoria das condições de moradia, integração urbana e qualificação socioambiental. •Reassentamento Habitacional de Risco e Favelas: Desenvolvido para atender famílias provenientes de remoções de favelas e assentamentos precários em decorrência de ações de recuperação urbana e habitacional e de obras públicas estruturantes. 4.Saneamento Ambiental em Mananciais de Interesse Regional •Mananciais do Alto Tietê
Imagem 56 - Fonte Apostila de Tipologias CDHU
•Mosaicos da Mata Atlântica
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Tipologias CDHU PrĂŠdio Isolado:
Imagem 57 - Fonte Apostila de Tipologias CDHU
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3.4 – Casa Paulista
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3.6 Plano Municipal de Habitação de São Paulo – PMH
asa Paulista que tem como foco, o público alvo que recebe até dez salários mínimos, com prioridade para quem recebe até cinco salários mínimos. Esse programa atua em parceria com a CDHU, e a Secretaria de Habitação, sua principal política é o programa Cidade Legal que consiste na regularização fundiária, e tem o objetivo de agilizar e tornar menos burocrático esse processo.
O PMH tem cinco princípios fundamentais:
O programa é executado pela Secretaria de Estado da Habitação, oferecendo orientação e suporte técnico as prefeituras. A casa Paulista também atua em parceria com programas federais, com complemento de recursos, investimentos e subsídios para a produção de habitação no território paulista.
2.Justiça Social: O segundo princípio é garantir a função social da cidade e da propriedade, tal como estabelece o Artigo 182 da Constituição Federal.
3.5 PPP – Programa de Parceria Público Privada Municipal Fonte – SEHAB SP
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Governo Estadual junto com a Prefeitura de São Paulo, promoveram uma parceria público privada com o objetivo de construir HIS (Habitação de Interesse Social) na região central de São Paulo. O programa prevê 14 mil novas moradias no centro. Existem dois tipos de parcerias Público Privadas. A primeira consiste em uma parceria onde o setor público e a iniciativa privada trabalham para aumentar a oferta de habitação social, e intervenção em favelas, cortiços e áreas degradadas ou de risco. E a segunda é uma parceria que atua só no centro da cidade de São Paulo, com a construção de habitação social e revitalização do centro.
1.Moradia Digna: “garante ao morador a segurança na posse e dispõe de instalações sanitárias adequadas, com condições de habitabilidade, atendida por serviços públicos essenciais – abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, energia elétrica, iluminação pública, coleta de lixo, pavimentação e transporte coletivo, além do acesso aos equipamentos sociais básicos” (de acordo com a legislação vigente).
3.Sustentabilidade Ambiental com Direito a Cidade: Promover o equilíbrio entre justiça social e sustentabilidade ambiental, através da articulação entre a política habitacional e as políticas de desenvolvimento social, desenvolvimento econômico, mobilidade urbana, saneamento e preservação ambiental, de forma a garantir o direito à moradia como o direito à cidade. 4.Gestão Democrática: Promover a gestão democrática da política habitacional do município pelo conjunto de segmentos sociais, públicos e privados, garantindo a participação da sociedade civil organizada nas etapas de elaboração e implementação desta política, através dos canais instituídos de participação, como o Conselho Municipal da Habitação e os Conselhos Gestores de ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) 5.Gestão Eficiente dos Recursos Públicos: Tornar a gestão pública da política habitacional mais eficiente, para universalizar o atendimento habitacional para famílias com renda familiar mensal média de até 6 salários mínimos. O Plano Municipal de Habitação foi elaborado tendo como premissa básica a integração das ações públicas, tanto habitacionais quanto ambientais, sociais e urbanísticas, visando a requalificação do espaço habitado da cidade. Mas basicamente este atua principalmente em assentamentos precários e irregulares, com, venerabilidade ambiental, social, preocupando-se principalmente com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem nesses locais. Além da parceira da PMSP (Prefeitura Municipal de São Paulo) com os planos federais Minha Casa Minha Vida, COHAB, os planos do
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estado da Casa Paulista e CDHU, a prefeitura ainda promove: •Programa de Urbanização de Favelas: tem como foco a urbanização e a regurização fundiária de áreas degradadas, ocupadas desordenadamente e sem infraestrutura. O objetivo é transformar favelas e loteamentos irregulares em bairros, garantindo a seus moradores o acesso à cidade formal, com ruas asfaltadas, saneamento básico, iluminação e serviços públicos. •Programa Mananciais, consiste em requalificar as áreas de manancial das represas, Billings e Guarapiranga, melhorar as condições de vida e moradia dos habitantes daquela região entre outras ações financiadas pela prefeitura e pelo Banco Mundial. •Programa de Regularização Fundiária: regularização urbanística e fundiária dos loteamentos irregulares ou clandestinamente implantados em áreas públicas.
4- Conjuntos Habitacionais Contemporâneos em São Paulo 4.1 - Jardim Edite
O
Conjunto Habitacional Jardim Edite (MMBB Arquitetos, H+F Arquitetos), foi construído em 2010, no lugar de parte da antiga favela Jardim Edite, é uma obra executada dento da Operação Urbana Água Espraiada, localizado no “novo centro” de São Paulo entre as Avenidas Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. Esse projeto diferente da maioria dos projetos habitacionais, possui a questão da multifuncionalidade, atrelando ao conjunto habitacional três equipamentos públicos, uma UBS – Unidade Básica de Saúde, uma creche e um restaurante escola. Isso faz com que a segregação do espaço seja amenizada pela infraestrutura que o lugar oferece.
Imagem 58 - Conjunto Habitacional Jardim Edite – Fonte Archdaily
Distrito Itaim Bibi •Área 9,9 km² •População 80,501 hab. •Densidade 81,23 hab./ha.
Imagem 59 - Muro do Jardim Edite na Avenida Jornalista Roberto Marinho – Fonte autoria própria
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Imagem 60 - Área de convivência interna - Fonte autoria própria
Imagem 61 - Ampliação do Jardim Edite sendo construída – Fonte autoria própria
Imagem 62 Relação das Áreas Públicas – Fonte autoria própria
Imagem 63 - Relação dos diferentes embasamentos, vista de dentro do conjunto – Fonte autoria própria
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4.2 - Conjunto Habitacional Heliópolis – Gleba G
A
Favela de Heliópolis é a maior de São Paulo, localizada no Sacomã, e parte das intervenções que lá existem, acontecem pelo programa de reurbanização de favelas, promovido pela Secretaria da Habitação. A produção de 420 unidades habitacionais na gleba G em 2011, foi responsabilidade do escritório Biselli + Katchborian Arquitetos, que priorizou a qualidade dos espaços públicos, a integração entre público e privado, otimizou o terreno construindo até oito andares de habitação sem ir contra a legislação, baseado nas “quadras europeias” que não tem recuos mas possui pátios internos. Para reduzir os custos construtivos, os materiais escolhidos foram alvenaria de blocos de concreto que otimizam as construções.
Imagem 64 - Localizado entre a Avenida das Juntas Provisórias, Rua Comandante Taylor e Rua Maciel Parente – Fonte Archdaily
Distrito do Sacomã •Área 14 km² •População 237,769 hab. •Densidade 167,44 hab./ha.
Imagem 65 - Fachada de parte do conjunto habitacional – Fonte Archdaily
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Imagem 66 - Áreas de Lazer – Fonte Archdaily
Imagem 67 - Passarelas que facilitam o acesso as habitações – Fonte Arcdaily
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4.3 - Residencial Alexandre Mackenzie
O
conjunto Residencial Alexandre Mackenzie foi um projeto feito por Boldarini Arquitetos Associados executado em 2010 que participou da reurbanização da favela Nova Jaguaré. Com 427 unidades habitacionais e 12 blocos. O projeto tinha como premissa a integração do espaço público e privado, com áreas de lazer que atendessem aos mais variados tipos de pessoas, possui duas tipologias e possibilita o uso da cobertura dos prédios.
Imagem 68 - Implantação Conjunto Habitacional Alexandre Mackenzie – Fonte site Boldarini Arquitetos Associados
Distrito do Jaguaré •Área 6,6 km² •População 41,628 hab. •Densidade 63,07 hab./ha.
Imagem 69 - Fachada do Conjunto Habitacional - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados
Imagem 70- Áreas de lazer integrando os prédios e os espaços - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados
Imagem 71 - Cobertura com possibilidade de uso - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados
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4.4 - Residencial Parque Novo Santo Amaro V
O
Residencial Parque Novo Santo Amaro V é um projeto desenvolvido por Hector Vigliecca e Associados, localizado em uma área de manancial próximo a represa de Guarapiranga. Uma área com problema de assentamentos precários, vulnerabilidade ambiental, e necessidade de construir um conjunto habitacional que integrasse áreas públicas e privadas a um parque linear onde o foco principal seria um curso da d’água que estava recebendo o esgoto da população local, a mata no seu entorno tinha sido completamente retirada e a agua que ainda estava limpa na região precisava ser preservada. O projeto foi executado em 2012, e o eixo principal era o parque linear, que acabou se transformando na “peça” que conectaria tudo que o programa pedia, fazendo com que as áreas de lazer tivessem tanta importância quanto o próprio conjunto habitacional que foi pensado para atender toda a população local.
Imagem 72 - Implantação do conjunto habitacional – Fonte Archdaily
Distrito Jardim Ângela •Área 37 km² •População 295,434 hab. •Densidade 78,02 hab./ha.
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4.5 Considerações do Capítulo 4
Imagem 73 - Parte do parque linear e do conjunto habitacional “integrado” com o entorno – Fonte Archdaily
Os novos conjuntos habitacionais produzidos em São Paulo, estão se desvinculando, da imagem de monofuncionalidade, projetos arquitetônicos ruins, e espaço de uso coletivo não projetados, contudo eles são só o começo de uma produção que deve mudar radicalmente para levar moradia de qualidade para todos que precisam, com mais acesso a serviços comércio, equipamento públicos e evitando os grandes deslocamentos feitos pelas pessoas, isso é lugares com infraestrutura consolidada e transporte.
Imagem 74 - Entorno do conjunto habitacional – Fonte Archdaily
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5 - Conjuntos Habitacionais no Exterior 5.1 - Entre Deux Rives Localizado na França, e executado por Philippon – Kalt Architets, esse projeto de habitação social executado em 2014 e 111.000 m², tinha como premissa, revitalizar uma antiga área industrial. O edifício foi desenvolvido pensando no compartilhamento do espaço público, na reunião de pessoas, áreas de lazer, e espaços vazios convidativos.
Imagem 75 - Implantação do conjunto, “entre rios” – Fonte Archdaily
Imagem 76 - Integração entro a habitação e os espaços públicos – Fonte Archdaily
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Imagem 77 - Fachada do prÊdio, integrando a parte de dentro com a de fora – Fonte Archdaily
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5.2 - 114 Unidades Habitacionais Públicas Esse conjunto foi produzido por Sauquet arquitects i Associates, localizado na Espanha, foi construído em 2012 com 11.300 m². O conjunto foi principalmente pensado para idosos, a ideia de varanda era otimizar os espaços para que os moradores pudessem aproveitar desse espaço cuidando de jardim, tomando sol, a forma se assemelha a alguns hotéis para que a sensação seja morar em um lugar onde as pessoas gostariam de passar férias, o entorno do terreno possui uma área extensa, repleta de equipamentos públicos que culminaram em um parque, além de habitação, o edifício possui espaços comunitários, um centro diurno e um estacionamento.
Imagem 79 -Varandas em todos os apartamentos otimizando espaços e aproveitando a iluminação natural – Fonte Archdaily
Imagem 78 - Áreas de convívio e lazer – Fonte Archdaily
Imagem 80 - Integração dos moradores em espaço de uso coletivo – Fonte Archdaily
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5.3 -Santa Madrona Feito por Rich – Aguilera Archtects em 2013, possui 5704.0 m² fica localizado na Espanha, foi um projeto pensado principalmente no uso coletivo, que foi pensado na escala da cidade e da habitação. Todas as habitações possuem ventilação natural cruzada, varandas que protegem as casas da incidência solar, o máximo de iluminação natural, e captação de energia Solar para aquecimento da água.
Imagem 81 - Fachada, e espaços coletivos integrados – Fonte Archdaily
Imagem 82 - Projeto pensado na escala urbana e da habitação – Fonte Archdaily
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5.4 - Isola Social Housing Esse projeto foi feito pelo OFIS Arhitekti em 2006, com uma área de 5452 m² localizado na Eslovênia ganhou um concurso, onde a premissa era a produção de habitação social para famílias jovens, e tinha a proposta de ser econômica, racional e funcional, com apartamentos de diversos tamanhos, com apartamentos mínimos e apartamentos com flexibilidade de reorganização. Todos os apartamento possuem varandas para otimizar a iluminação e ventilação naturais.
Imagem 83 - Fachada externa – Fonte Archdaily
Imagem 84 - Detalhe das Varandas – Fonte Archdaily
Imagem 85 - Conjunto integrado com o espaço público – Fonte Archdaily
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5.5 - Casanova Social Housing Esse conjunto foi feito pelo CDM Architetti Associati, em 2012 na Itália, possui uma área de 20.300 m². O projeto tem 4 torres com a mesma linguagem, que cria áreas de lazer e espaço de uso coletivo com estacionamento no subsolo.
Imagem 86 - Vista das quatro torres, e dos espaços coletivo criados por elas – Fonte Archdaily
Imagem 87 - Fachada de um dos prédios - Fonte Archdaily
Imagem 88 - Espaços públicos integrados com as torres e o estacionamento – Fonte Archdaily
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5.6 - Tetris Apartaments Esse projeto foi feito pelo OFIS arhitekti, em 2007 na Eslovênia com 5000 m², possui 650 apartamentos todos com diversas tipologias ( de 30 a 70 m²) distribuídas em quatro andares, essa distribuição deixou a fachada semelhante ao jogo tetris, que deu origem ao nome do conjunto.
Imagem 90 - Detalhe da parte interna da circulação – Fonte Archdaily
Imagem 89 - Vista em perspectiva de duas fachadas do prédio – Fonte Archdaily
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5.7
Considerações
do
Capítulo
5
Todos os projetos internacionais escolhidos tem alguns fatores em comum, primeiro, diferentes tipologias são feitas para diferentes classes sociais, todas inseridas no mesmo no mesmo espaço, a preocupação com a integração entre público e privado, e áreas de lazer, com o pensamento do coletivo que caracteriza todos os projetos. Por serem habitações sociais em países diferentes com climas diferentes, esses conjuntos mostram que é possível que haja esse tipo de pensamento para moradia em qualquer lugar do mundo, e que desde que haja o incentivo certo um projeto multifuncional, com diversas classes sociais e espaços públicos, pode ser a solução de muitos problemas urbanos.
Imagem 91 - Fachada e a relação com o espaço coletivo – Fonte Archdaily
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6 – Projeto de HIS na zona leste de São Paulo 6.1 - Escolha e Ocupação do Terreno
O
terreno foi escolhido na zona leste, uma região caracterizada por sua expansão urbana, grande distância até o centro, diversos conjuntos habitacionais de qualidade questionável, alta densidade, e segregação espacial e social. Para tentar amenizar as características ruins presentes na região, e promover uma HIS – Habitação de Interesse Social com qualidade, o terreno foi escolhido visando a mobilidade urbana, pois apesar de estar inserido na periferia de São Paulo, o terreno tem uma de suas fachadas voltadas para uma grande avenida, onde passam ônibus para diversos metrôs, e regiões de São Paulo, a estação de trem Engenheiro Goulart, e as estações de metrô Guilhermina – Esperança e Vila Matilde estão a menos de 2 km de distância. Além da questão de mobilidade outro aspecto muito importante para a escolha do terreno eram as infraestruturas, comércios e serviços no entorno, que atendessem as necessidades da população. No entorno imediato é possível encontrar entre serviços e comércios: mercado, padaria, posto de gasolina, loja de carro, loja de material de construção, banco, clínica veterinária, e na parte de infraestrutura urbana, existe uma UBS (Unidade Básica de Saúde), o Parque Linear Tiquatira, quatro escolas municipais, três de ensino fundamental e uma de ensino infantil, um Tele Centro, um CEU (Centro de Educação Unificado), integrado com uma FATEC e uma ETEC e a Subprefeitura da Penha. Dessa maneira a população teria fácil acesso ao transporte público, educação, lazer, comércios, serviços, e saúde. Com o objetivo de promover o máximo de integração entre espaços públicos e privados.
Imagem 92 - Localização do Terreno – Fonte Google Earth Pro
Imagem 93 - Localização do terreno, do parque linear – Fonte Google Earth Pro
Imagem 94 - Relação do terreno com acesso aos pontos de ônibus mais próximos e as estações de metrô e trem – Fonte Google Earth Pro
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Imagem 95 - Todas as Infraestruturas públicas no entorno do terreno – Fonte Google Earth Pro
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Imagem 96 - Mapa de Uso e Ocupação do Solo – Vermelho: Comércio, Laranja: Serviços, Roxo: Vazio, Amarelo: Residência – Fonte Google Earth Pro.
6.2 - Dados Técnicos
Tabela 07 – Índices Urbanísticos - Fonte Zoneamnto de São Paulo 2016
Dados do Terreno •Zona Especial de Interesse Social - ZEIS 2 •Área total do terreno 16.528,59 m² •Área do córrego 2.321,52 m² •Área útil do terreno 14.207,07 m² •15% de área permeável •Coeficiente de Aproveitamento – CA máximo 4 •Taxa de Ocupação – TO máxima 0,5 83
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6.3 - Projeto de Habitação Social Com um córrego margeando a parte de trás do terreno, um parque linear nas suas imediações, e diferentes usos no entorno esse projeto de Habitação de Interesse Social, oferece 286 unidades habitacionais, e grandes áreas de lazer.
A concepção inicial desse projeto, era de uma habitação que não segregasse, depois de muito estudo e muitos desenhos, a concepção do projeto passou a ser uma Habitação Social integrada à espaços públicos de convivência e lazer, que atrelados a boas unidades habitacionais trariam para as pessoas uma boa qualidade de vida, onde o foco seria a integração dos moradores do local, a vizinhança e os espaços comunitários. A ideia de não ter muros, e fácil acesso por todas as fachadas do terreno, reforçam a concepção de um espaço para pessoas, um espaço permeável, que integra cidade, habitação e parque. Esse projeto, propõe um espaço público totalmente aberto e acessível, multifuncional, com equipamentos de estar e lazer para garantir que exista um fluxo constante de pessoas, e esse fluxo permita que seja um ambiente seguro e acolhedor.
Localização: Ermelino Matarazzo, Zona Leste São Paulo Área do Terreno: 16.528,59 m² Área Construída: 22.232,56 m²
Área Permeável: 5.383,64 m² N° de Unidades Habitacionais: 286 Área de Comércio e Serviços: 530,00m² Sistema Estrutural: Bloco de Concreto Estrutural Equipamentos de Lazer: Parquinho, área de ginástica, mini campo de bocha, área de jogos, área de skate, quadras, horta coletiva.
Imagem 97 - Implantação Geral - Escala 1:750
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Legenda 01 - Comércio/Serviços 02 – Bicicletário 03 – Parquinho 04 – Aparelhos de Ginástica 05 – Mini Campo de Bocha 06 – Área de Jogos 07 – Área de Skate 08 – Quadras 09 - Horta Coletiva
Essa implantação mostra as plantas dos térreos, e tem como objetivo mostrar os acessos para dentro dos prédios, os diferentes equipamentos que foram pensados para diferentes públicos de diferentes idades, como os comércios e serviços se integram as habitações e as áreas de lazer. Existem três áreas previtas para estacionamento, uma visando atender o público das áreas comercias e as outras duas, dos moradores do conjunto, entretanto não há restrições de uso, logo qualquer um pode estacionar desde que tenham vagas. Imagem 98 - Implantação com Térreos - Escala 1:750
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Os pavimentos tipo possuem 4 tipologias, um apartamento de 42,00 m², um de 49,00 m², ambos com dois quartos, um de 56,00 m² e um de 63,00 m² ambos com 3 quartos.Os prédios possuem Imagem 99 - Planta de Localização - Prédios 01 e 03 Sem Escala
um ou dois elevadores e o número equivalente de escadas de emergência para cilculação vertical, e a circulação horzontal é feita por um corredor aberto que permite a entrada de luz natural na área social da casa e permite que aventilação seja cruzada.
Imagem 100 - Planta Tipo - Prédios 01 e 03 Escala 1:200
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As plantas que possuem comércio e serviços tem esses usos na parte da frente, voltado para a avenida principal (Av. São Miguel) e habitação na parte de trás com um apartamento de 56 m² e o outro de 49 m².
Planta
Térreo 03 - Pwlanta totalmente livre, possui um banheiro público que atende a todo o conjunto, e uma área mais voltada para a terceira idade, que possui um mini campo de bocha, uma área de estar com bancos, e uma área de jogos, com diferentes mesas.
Imagem 101 - Planta dos Térreos - Prédios 01 e 03 Escala 1:200
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Imagem 102 - Planta de Localização - Prédios 02, 04 e 05 Sem Escala
Imagem 103 - Planta Tipo - Prédios 02, 04 e 05 Escala 1:200
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Imagem 104 - Planta Térreo - Prédios 02 04 e 05 Escala 1:200.*NOTA- O bicicletário é totalmente acessível, as entradas para os apartamentos acontece com portas de correr, restritas as moradores do local, e os comércios são voltados para a Av. São Miguel, em um nível diferente das demais áreas.
Imagem 105 - Planta de Localização - Prédios 06 e 07 Sem Escala Imagem 106 - Planta Térreo e Tipo - Prédios 06 e 07 Escala - 1:200
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O terreno possui três níveis 743, 744 e 747, todos os níveis possuem acessibilidade, para que o córrego não seja um impedimento geográfico, duas passarelas de metal foram criadas. O projeto que está situado no nível 747 possuí 7 andares, um a menos que o restante do projeto para que a altura do conjunImagem 107 - Corte AA - 1:750
to seja a mesma, a altura dos edifícios é de 30 metros considerando andares e platibanda, a caixa d’água e a caixa do elevador passam essa altura.
Imagem 108- Corte BB - 1:750
Imagem 109- Corte CC- 1:750
Imagem 111 Corte EE- 1:750
Imagem 110- Corte DD- 1:750
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Imagem 112- Elevação 01- 1:750
Imagem 114- Elevação 01- 1:750
Imagem 113- Elevação 04- 1:750
Imagem 115- Elevação 04- 1:750
Essa é uma imagem ampliada do cobogó, é um elemento que se repete várias vezes no projeto, ele se repete em todos os guarda corpos nos corredores de circulação horizontal,
Imagem 116- Cobogó - Escala 1:20
além de um elemento estético ele permite que mesmo do lado de fora as pessoas olhem para o prédio , e vejam cores e movimento.
Imagem 117- Ampliação de um Andar ( Elevação 02) Escala 1:200
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Imagem 118- Perspectiva vista de cima, mostrando a relação de cheios e vazios, os acesos, e as áreas permeáveis e impermeáveis - Fonte Felipe Cassiano
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Imagem 119- Perspectiva Frontal, ressaltando รกreas de estar e lazer e a parede de cobogรณs - Fonte Felipe Cassiano
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Imagem 120- Perspectiva mostrando toda a parte posterior do conjuntos e a relação dos prédios com o espaço e o Córrego - Fonte Felipe Cassiano
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7 - Considerações Finais
O
objetivo inicial desse trabalho era discutir a questão da habitação social na cidade de São Paulo a partir de aspectos como a ocupação territorial, o espraiamento, a relação das pessoas com esse tipo de moradia. Neste contexto, o fator comum que parecia fazer parte de todos esses questionamentos era a segregação. A questão da segregação social e espacial me motivou a estudar e pesquisar tudo o que fosse possível, dentro da temática da HIS, como exemplos consolidados na cidade de São Paulo, as diferenças entre regiões e as semelhanças entre periferias distintas, entre outros aspectos. Com isso foi possível fazer comparações entre diferentes projetos, lugares e políticas públicas e achar erros recorrentes, tais quais: lugares com precariedade de infraestrutura urbana, monofuncionalidade, concentração de pessoas da mesma classe social, mobilidade urbana limitada, grandes distâncias de áreas centrais, fluxo de pessoas em apenas alguns horários do dia e projetos arquitetônicos ruins. Todos esses aspectos juntos promoviam a segregação. A concepção inicial deste trabalho era desenvolver um projeto de habitação social que não segregasse. Porém, este não foi um objetivo completamente atingido, pois existem milhares de fatores que promovem a segregação e tentar mudar apenas os citados acima não resolveriam o problema. A segregação acontece em qualquer lugar de qualquer maneira e não segue normas específicas e estanques. Porém, é possível minimizar, com um bom projeto, muitos aspectos desta segregação e é isto que busca este trabalho ao desenvolver um projeto cujo cerne é a promoção da integração espacial e das pessoas. Para que isso ocorresse, os principais aspectos do projeto seriam a integração da cidade com o conjunto habitacional, os diferentes usos para públicos distintos e grandes espaços públicos que promoveriam integrações. A segregação foi um tema que me inquietou, que trouxe grandes questionamentos para a minha vida, me mostrou que não existe o certo quando o tema é arquitetura e pessoas, mas me mostrou que existem alguns caminhos que podem dar errado. Eu não entendo esse trabalho como uma conclusão, e sim o marco inicial para estudar um tema que fez com que eu olhasse e entendesse o mundo de maneira diferente, que me fez ser mais sensível aos problemas comuns da população, que me fez entender que a arquitetura e o urbanismo são fundamentais para melhorar a vida das pessoas mas que sozinhos não mudam o mundo.
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Bibliografia Livros: BONDUKI, Nabil Habitar São Paulo – Reflexões sobre a gestão urbana São Paulo Estação Liberdade, 2000 BONDUKI, Nabil Origens da habitação social no Brasil – Arquitetura Moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria São Paulo Estação Liberdade 2004 BONDUKI, Nabil Os Pioneiros da Habitação Social Cem anos de Políticas Públicas no Brasil Volume 1 São Paulo SESC Livros 2014 CAMPOS, Candido Malta – Os Rumos da Cidade São Paulo SENAC SP 2002 GROSTEIN, Marta Dora e MEYER Regina Maria Prosperi – A Leste do Centro territórios do urbanismo São Paulo Impressão Oficial HERLING, Tereza Habitação de interesse social em São Paulo: desafios e novo instrumentos de gestão São Paulo Corset 2008 JACOBS, Jane Morte e Vida de Grandes Cidades São Paulo Livraria Martins Fontes Editora Ltda 2000 MARICATO, Ermínia A Produção Capitalista da Casa (e da Cidade) no Brasil Industrial São Paulo Editora Alfa – Omega 1982 MARICATO, Ermínia O impasse da política urbana no Brasil São Paulo Editora Vozes Ltda. 2011 VILLAÇA, Flávio Espaço Intra-Urbano no Brasil São Paulo FAPESP 2001
Teses: MEDEIROS, Sara Raquel Fernandes Queiroz de BNH: Outras Perspectivas - doutoranda PPGA/UFRN Diogo, Érica Cristina Castilho Habitação Social no Contexto da Reabilitação Urbana da área Central de São Paulo - dissertação de mestrado FAUUSP
Outros: Cartilha de Tipologias (2007) - CDHU Simpósio Temático: Industrialização e Planejamento: a produção e distribuição social da arquitetura comtemporânea - USP - Escola de Engenharia de São Carlos - Departamento de Arquitetura e Urbanismo
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parque-para-a-periferia-de-sao-paulo/ Acessado em 11/04/2016 as 23:00 http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Noticia/Visualizar/PortalSMESP/CEU-Jambeiro--Programacao-de-fevereiro-de-2015 Acessado em 11/04/2016 as 22:45 http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/cidade_tiradentes/ Acessado em 14/04/2016 as 2:53 http://www.saopauloantiga.com.br/vilamariazelia/ Acessado em 27/03/2016 as 2:18 http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lefotos.php?id=8105 Acessado em 11/04/2016 as 22:11 http://www.scielo.br/pdf/ea/v17n48/v17n48a13.pdf - introdução do livro de Ermínia maricato Acessado em 07/03/2016 as 22:31 http://smdu.prefeitura.sp.gov.br/historico_demografico/tabelas.php Acessado em 10/04/2016 as 14:54 Acessado em 14/04/2016 as 2:31 http://pt.slideshare.net/MarcosFSilva1/cartilha-completa-minha-casa-minha-vida http://removasp.tumblr.com/ Acessado em 10/04/2016 as 16:25 http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/prefeitura-apresenta-solucoes-para-conjunto-habitacional/n1597260100704.html Acessado em 11/04/2016 as 22:37 http://www.usp.br/fau/depprojeto/labhab/biblioteca/teses/diogo_mestrado_habcontexto.pdf (projeto de mestrado usp) http://vejasp.abril.com.br/materia/veja-sao-paulo-25-anos-prestes-maia Acessado em 27/03/2016 as 19:47 http://www.vigliecca.com.br/pt-BR/projects/vila-mara-rio-das-pedras Acessado em 11/04/2016 as 22:24
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Lista de Imagens Imagem 01 página 15 Planta Atual da Vila Maria Zélia – Fonte Site São Paulo Antiga Imagem 02 página 15 Uma das ruas da Vila Maria Zélia - Fonte Site São Paulo Antiga Imagem 03 página 16 Cortiço Fonte– Origens da Habitação Social no Brasil Imagem 04 página 19 Implantação do projeto - Fonte Bonduki – Archdaily Imagem 05 página 19 Vista Aérea – Fonte Bonduki – Archdaily Imagem 06 página 19 Fonte: EAD/PUCV – Archdaily Imagem 07 página 21 Cidade Tiradentes Fonte –Site Governo de São Paulo Imagem 08 página 22 Cidade Tiradentes – Fonte Metamorfoses Paulistas Kazuo Nakano Imagem 09 página 24 Conjunto Habitacional Vila Mara - Hector Vigliecca Fonte – site Vigliecca e associados Imagem 10 página 24 Mutirões – Gestão Luiza Erundina Fonte – cidadeaberta.org.br Imagem 11 página 25 Conjunto Habitacional Zaki Narchi, Fonte – Site ig Brasil Imagem 12 página 25 Conjunto Habitacional Zaki Narchi, Fonte – Site ig Brasil Imagem 13 página 26 CEU – Aricanduva Fonte – Portal da Prefeitura de São Paulo Imagem 14 página 26 Casa de Cultura da PenhaFonte - Fonte – Portal da Prefeitura de São Paulo Imagem 15 página 27 Projeto Nova Luz -Fonte site O Globo
Imagem 16 página 28 Programa Habitacional Heliópolis – Rui Ohtake Fonte Portal Aprendiz Imagem 17 página 28 Operação Cidade Limpa Fonte site uol Imagem 18 página 29 Terreno Parque dos Búfalos Fonte: Fonte uol Imagem 19 página 30 Programa Habitacional “Casinhas do Quércia” Zona Leste Fonte -Site memóriaquercia Imagem 20 página 30 Mapa CPTM Fonte – Site da CPTM Imagem 21 página 31 Estação de Tratamento de Esgoto Parque Novo Mundo Fonte site SABESP Imagem 22 página 31 Fonte CDHU Imagem 23 página 32 Programa Habitacional Minha Casa Minha vida Fonte Site Feirão da Caixa Imagem 24 página 33 Mapa relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público e o centro – Fonte Google Earth Pro Imagem 25 página 34 Fonte Imagem Google Mapas – Percurso, Minha Casa – Cidade Tiradentes Imagem 26 página 35 Vista Aérea Cidade Tiradentes – Fonte USP Imagens Imagem 27 página 36 A cidade informal dentro da cidade formal – Fonte autoria própria Imagem 28 página 36 Cidade Tiradentes, favela, espaços residuais, conjuntos habitacionais, e uma facha de mata atlântica – Fonte autoria própria Imagem 29 página 37 Os Muros e a Segregação implícita – Fonte - autoria própria Imagem 30 página 37 Avenida dos Metalúrgicos – Fonte - autoria própria 103
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Imagem 31 página 38 A monofuncionalidade reforçando a questão da segregação – Fonte - autoria própria Imagem 32 página 38 Espaços residuais sem planejamento, sendo transformados em becos e lixões –Fonte - autoria própria Imagem 33 página 39 Área de lazer localizada na avenida principal – Fonte - própria autoria Imagem 34 página 39 Comércio Informal margeando os muros dos conjuntos habitacionais – Fonte - autoria própria Imagem 35 página 40 Conturbação da COHAB Arthur Alvim, e outras na região, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público – Fonte Imagem Google Earth Pro Imagem 36 página 41 COHAB Arthur Alvim, percurso feito minha casa –COHAB Fonte Google Maps Imagem 37 página 42 COHAB margeando a Radial Leste –Fonte autoria própria Imagem 38 página 43 Parte do centro comercial e de serviços de Arthur Alvim –Fonte autoria própria Imagem 39 página 43 Há presença de carros, movimento e micro ônibus o tempo todo – Fonte autoria própria Imagem 40 página 44 O uso começa a ficar misto com serviços e habitações coexistindo no mesmo lugar –Fonte autoria própria Imagem 41 página 44 As vias do bairro são maiores e há mais sinalização de transito, e a presença de vegetação entre os quarteirões de habitação passa a ser recorrente – Fonte autoria própria
Imagem 42 página 45 Perímetro do conjunto habitacional do Rincão localizado na Vila Matilde, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público– Fonte Google Earth Pro Imagem 43 página 46 Percurso feito Minha Casa – Conjunto Habitacional Rincão – Vila Matilde - Fonte autoria própria Imagem 44 página 47 Conjunto Habitacional Rincão ao lado do Viaduto Dona Matilde – Fonte autoria própria Imagem 45 página 48 Vista de cima do viaduto mostrando diferentes tipologias, e a relação do via entre o muro do Rincão e o muro do metro – Fonte autoria Própria Imagem 46 página 48 Habitações voltadas para rua, o térreo antes concebido como comércio ou serviços hoje é utilizado para habitação também. Fonte –autoria própria Imagem 47 página 49 Áreas de convívio entre um bloco e outro – Fonte autoria própria Imagem 48 página 49 Área de lazer dentro do conjunto – Fonte Autoria Própria Imagem 49 página 50 Percurso minha casa – Cingapura Limoeiro – Fonte Google Mapas Imagem 50 página 51 Perímetro do conjunto habitacional Cingapura, localizado no bairro do Limoeiro, relação da localização do conjunto com a proximidade a transporte público– Fonte Google Earth Pro Imagem 51 página 52 Parte do Conjunto Habitacional Cingapura no Bairro do Limoeiro – Fonte autoria Própria Imagem 52 página 52 Conjunto completamente gradeado e com escassez de usos mistos. Fonte autoria própria
Imagem 53 página 53 “Miolo” do Cingapura – Fonte autoria própria Imagem 54 página 55 Planta Tipo 01 – Fonte UOL Notícias Imagem 55 página 56 Planta tipo 2 – Fonte – Prefeitura de Ribeirão Pires Imagem 56 página 57 Fonte Apostila de Tipologias CDHU Imagem 57 página 58 Fonte Apostila de Tipologias CDHU Imagem 58 página 61 Conjunto Habitacional Jardim Edite – Fonte Archdaily Imagem 59 página 61 Muro do Jardim Edite na Avenida Jornalista Roberto Marinho – Fonte autoria própria Imagem 60 página 62 Área de convivência interna - Fonte autoria própria Imagem 61 página 62 Ampliação do Jardim Edite sendo construída – Fonte autoria própria Imagem 62 página 63 Relação das Áreas Públicas – Fonte autoria própria Imagem 63 página 63 Relação dos diferentes embasamentos, vista de dentro do conjunto – Fonte autoria própria Imagem 64 página 64 Localizado entre a Avenida das Juntas Provisórias, Rua Comandante Taylor e Rua Maciel Parente – Fonte Archdaily Imagem 65 página 64 Fachada de parte do conjunto habitacional – Fonte Archdaily Imagem 66 página 65 Áreas de Lazer – Fonte Archdaily Imagem 67 página 65 Passarelas que facilitam o acesso as habitações – Fonte Arcdaily
Imagem 68 página 66 Implantação Conjunto Habitacional Alexandre Mackenzie – Fonte site Boldarini Arquitetos Associados Imagem 69 página 66 Fachada do Conjunto Habitacional - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados Imagem 70 página 67 Áreas de lazer integrando os prédios e os espaços - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados Imagem 71 página 67 Cobertura com possibilidade de uso - Fonte site Boldarini Arquitetos Associados Imagem 72 página 68 Implantação do conjunto habitacional – Fonte Archdaily Imagem 73 página 69 Parte do parque linear e do conjunto habitacional “integrado” com o entorno – Fonte Archdaily Imagem 74 página 69 Entorno do conjunto habitacional – Fonte Archdaily Imagem 75 página 70 Implantação do conjunto, “entre rios” – Fonte Archdaily Imagem 76 página 70 Integração entro a habitação e os espaços públicos – Fonte Archdaily Imagem 77 página 71 Fachada do prédio, integrando a parte de dentro com a de fora – Fonte Archdaily Imagem 78 página 72 Áreas de convívio e lazer – Fonte Archdaily Imagem 79 página 72 Varandas em todos os apartamentos otimizando espaços e aproveitando a iluminação natural – Fonte Archdaily Imagem 80 página 72 Integração dos moradores em espaço de uso coletivo – Fonte Archdaily Imagem 81 página 73 Fachada, e espaços coletivos integrados – Fonte Archdaily Imagem 82 página 73 Projeto pensado na escala urbana e da habitação – Fonte Archdaily
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Imagem 83 página 74 Fachada externa – Fonte Archdaily Imagem 84 página 74 Detalhe das Varandas – Fonte Archdaily Imagem 85 página 75 Conjunto integrado com o espaço público – Fonte Archdaily Imagem 86 página 76 Vista das quatro torres, e dos espaços coletivo criados por elas – Fonte Archdaily Imagem 87 página 76 Fachada de um dos prédios - Fonte Archdaily Imagem 88 página 77 Espaços públicos integrados com as torres e o estacionamento – Fonte Archdaily Imagem 89 página 78 Vista em perspectiva de duas fachadas do prédio – Fonte Archdaily Imagem 90 página 78 Detalhe da parte interna da circulação – Fonte Archdaily Imagem 91 página 79 Fachada e a relação com o espaço coletivo – Fonte Archdaily Imagem 92 página 80 Localização do Terreno – Fonte Google Earth Pro Imagem 93 página 81 Localização do terreno, do parque linear e da favela que poderia ser atendida pelo conjunto habitacional, onde essa população sairia de uma área de risco para um lugar melhor e não sofreriam grandes deslocamentos do lugar original para o lugar de remoção – Fonte Google Earth Pro Imagem 94 página 81 Relação do terreno com acesso aos pontos de ônibus mais próximos e as estações de metrô e trem – Fonte Google Earth Pro Imagem 95 página 82 Todas as Infraestruturas públicas no entorno do terreno – Fonte Google Earth Pro Imagem 96 página 82 Mapa de Uso e Ocupação do Solo – Vermelho: Comércio, Laranja: Serviços, Roxo: Vazio, Amarelo: Residência – Fonte Google Earth Pro. Imagem 97 página 85 Implantação Geral - Escala 1:750 – Fonte Autoria Própria
Imagem 98 página 86 Implantação com Térreos Escala 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 99 página 87 Planta de Localização - Prédios 01 e 03 sem escala – Fonte Autoria Própria Imagem 100 página 87 Planta Tipo - Prédios 01 e 03 Escala 1:200 – Fonte Autoria Própria Imagem 101 página 88 Planta dos Térreos - Prédios 01 e 03 - Fonte Autoria Própria Imagem 102 página 89 Planta de Localização Prédios 02,04,05 – Fonte Autoria Própria Imagem 103 página 89 Planta Tipo - Prédios 02, 04 e 05 Escala 1:200– Fonte Autoria Própria Imagem 104 página 90 Planta Térreo - Prédios 02 04 e 05 Escala 1:200.*NOTA- O bicicletário é totalmente acessível, as entradas para os apartamentos acontece com portas de correr, restritas as moradores do local, e os comércios são voltados para a Av. São Miguel, em um nível diferente das demais áreas. – Fonte Autoria Própria Imagem 105 página 91 Planta de Localização, Prédios 06 e 07 – Fonte Autoria Própria Imagem 106 página 91 Planta Térreo e Tipo - Prédio 06 e 07– Fonte Autoria Própria Imagem 107 página 92 Corte AA 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 108 página 92 Corte BB 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 109 página 93 Corte CC 1:750– Fonte Autoria Própria Imagem 110 página 93 Corte DD 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 111 página 93 Corte EE 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 112 página 94 Elevção 01 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 113 página 94 Elevção 04 1:750 – Fonte Autoria Própria
Imagem 114 página 94 Elevação 03 1:750 – Fonte Autoria Própria Imagem 115 página 95 Elevação 02 1:750 - Fonte Autoria Própria Imagem 116 página 95 Cobogó Escala 1:200 – Fonte Autoria Própria Imagem 117 página 95 Ampliação de um Andar (Elevação 02) 1:200 - Fonte Autoria Própria Imagem 118 página 96-Perspectiva vista de cima, mostrando a relação de cheios e vazios, os acesos, e as áreas permeáveis e impermeáveis Fonte Felipe Cassiano Imagem 119 página 97 Perspectiva Frontal, ressaltando áreas de estar e lazer e a parede de cobogós Imagem 120 página 98 Perspectiva mostrando toda a parte posterior do conjuntos e a relação dos prédios com o espaço e o Córrego - Fonte Felipe Cassiano
Lista - Linha do Tempo Imagem 01 Hospedaria dos Imigrantes -Fonte Site Hospedaria do Imigrantes Imagem 02 Cortiço Fonte–Fonte Origens da Habitação Social no Brasil Imagem 03 Uma das ruas da Vila Maria Zélia - Fonte Site São Paulo Antiga Imagem 04 Getúlio Vargas -Fonte Site Falando e fazendo história Imagem 05 Pedregulho - Fonte Origens da Habitação Social no Brasil Imagem 06 BNH - Fonte Site A história do BNH Imagem 07 Fim da Ditadura - Fonte brasileiros.com Imagem 08 Mutirão - Fonte cidadeaberta.org Imagem 09 Cingapura - Fonte site ig Brasil Imagem 10 Cingapura - Fonte site ig Brasil Imagem 11 CEU – Aricanduva Fonte – Portal da Prefeitura de São Paulo Imagem 12 Conjunto Habitacional Heliópolis - Fonte Site Ruy Otake Imagem 13 Parque dos Bufalos - Fonte Site prefeitura de São Paulo Imagem 14 página 24 Minha casa - Minha Vida - Fonte Feirão da Caixa
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Lista de Tabelas Tabela 01 - página 12 Evolução do número de prédios servidos pela rede de água e esgoto em São Paulo Tabela 02 – página 14 População no Município de São Paulo de 1872 à 1960 Tabela 03 – página 18 Prédios Ocupados em São Paulo Tabela 04 – página 20 Políticas do BNH Tabela 05 – página 20 Políticas do BNH Tabela 06 – página 52 Minha Casa Minha Vida Tabela 07 – página 81 Índices Urbanísticos
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