Grutas e sítios arquelógicos

Page 1

Cristina Ă vila





Cristina Ávila

PATR OCÍN IO

INCENTIVO

Belo Horizonte ADP 2017


Coordenação Geral: Francisco Caram Coordenação editorial e Redação final: Cristina Ávila Pesquisa Geográfica: Alexandre Delforge Pesquisa Histórica: Cristina Ávila Moema Quites Projeto Gráfico: Sérgio Luz Revisão de texto: Cristina Souza

Equipe de Produção: Francisco Caram Vanessa Toledo Matheus A. Ferraz Daniel Heluy Caram Eduardo Ursini Dominique Girardin Agradecimentos Adriana Monteiro da Costa Amilcar Martins Arquivo Público Mineiro Instituto Cultural Amilcar Martins - ICAM Renata Jordan Henriques Rodrigo Lopes Ferreira

Fotografias: Adriana Monteiro da Costa Renata Jordan Henriques Rodrigo Lopes Ferreira Foto capa: Salão que goteja continuamente (Gruta da Lapinha) foto de Renata Jordan Henriques

© Copyright 2011 - Cristina Ávila Proibida a reprodução. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida sem a permissão por escrito dos editores.

Ávila, Cristina Imagens de Minas - Grutas e Sítios Arqueológicos, Belo Horizonte : ADP, 2017 94 p. : il. ; 28 cm ISBN 978-85-62603-13-6 1. Minas Gerais - História - Fontes. 2. Espeleologia - Minas Gerais. 3. História da Arte - Arte Rupestre - Minas Gerais. I Associação de Desenvolvimento de Projetos. II. Título. CDD: 709.33 CDU: 7.034.7(815.1)


“Flores de pedra, cachoeiras de pedra, cabeleiras de pedra, moitas e sarças de pedra, e sonhos d’água, congelados em calcário. Andares superpostos, hieroglifos, colunas, estalagmites subindo para estalactites, marulhos gotejando de pontas rendilhadas: — Plein! ritmos do Infinito... — Plein!...e séculos medidos por milímetros... (Poema de João Guimarães Rosa. In: MAGMA. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997).

Lapa dos Mosquitos, pintura de Brandt



SUMÁRIO

Introdução.............................................................................................9 Peter Wilhelm Lund.......................................................................... 15 Gruta de Maquiné - Cordisburgo...................................................... 33 Gruta Rei do Mato - Sete Lagoas......................................................47 Gruta da Lapinha - Lagoa Santa....................................................... 59 Gruta do Salitre - Diamantina.......................................................... 71 Sítios Arqueológicos......................................................................... 83 Arte Rupestre - Minas Gerais........................................................... 91 Referências....................................................................................... 106



INTRODUÇÃO

T

odos conhecemos a história do nascimento do Menino Jesus e de sua primeira moradia, chamada de Presépio e apresentada pela tradição oral como uma gruta brilhante

e iluminada por uma estrela, que teria guiado os Reis Magos ao encontro do Filho de Deus – Jesus Cristo. Esses espaços misteriosos encontram-se não apenas no imaginário popular, mas foram certamente abrigos para povos pré-históricos, despertando curiosidade e interesse artístico- cultural e científico. Buracos, cavernas e grutas foram investigadas em Minas Gerais durante o século XIX, XX e ainda são, em pleno século XXI. Essas formações rochosas escondem desde de uma inimaginável beleza natural como aspectos instigantes da arte – as chamadas pinturas rupestres.


No Estado de Minas Gerais temos o registro de inúmeras grutas exploradas pelo Naturalista dinamarquês Peter Lund, registradas em primeira mão pelo ilustrador Brandt. Hoje temos apenas 4 grutas em condições de visitação pois muitos espeleólogos consideram a sua urbanização um problema pela infinidade de registros de danos causados por turistas desavisados que insistem em levar um souvenir retirado das paredes rochosas como lembrança de passeio. A mais bem aparelhada de nossas grutas para visitação pública é a famosa Gruta de Maquiné, onde foram instalados aparatos urbanos e iluminação, o que a transformou em um lindo Museu natural. Localizada em Cordisburgo, cidade onde nasceu o grande escritor Guimarães Rosa, que se utilizou de suas lembranças da paisagem natural, de relatos de sertanejos e pesquisa dessa região, onde se iniciam os chamados sertões das Gerais, para compor sua ficção literária da qual se destaca o Romance “Grande Sertão Veredas”. (Ver a propósito ROSA, João. Ficção Completa em dois volumes – Introdução Geral p. 17 “são figuras extraídas do sertão mineiro, onde o autor nascera e se criara e que constitui o cenário de suas estórias”)

Gruta de Maquiné - Cordisburgo/MG Foto: Renata Jordan Henriques

Gruta da Lapinha - Lagoa Santa/MG GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Renata Jordan Henriques

10

IMAGENS DE MINAS


Dentre as grutas, lapas e cavernas pesquisadas estão também abertas ao público, com algumas restrições e agendamento, a Gruta da Lapinha em Lagoa Santa, a Gruta do Salitre, em Diamantina e a Gruta Rei do Mato em Sete Lagoas – verdadeiro santuário da arte pré-histórica de Minas Gerais. Estes locais, que abrigaram animais e homens de até 14.000 anos antes de Cristo, são originários de uma série de processos geológicos, tais como as transformações químicas, tectônicas e atmosféricas. O processo mais comum de formação desses espaços rochosos se faz, através do tempo, sob a ação da combinação de fundos de rios ou mesmo mares antiguíssimos e com o efeito da chuva que pinga sobre rochas de calcário. Uma gruta ou caverna compreende basicamente dois tipos de ambientes chamados de galerias e salões. As galerias constituem a maior parte de seus caminhos internos. Sendo que algumas permitem caminhadas a pé, outras, mais baixas exigem que os especialistas espeleólogos, geólogos e botânicos rastejem, o que é necessário estudo científico, prática e proteção e não apenas um espírito aventureiro.

Gruta do Salitre - Diamantina/MG Foto: Adriana Monteiro da Costa

Gruta Rei do Mato - Sete Lagoas/MG

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Renata Jordan Henriques

IMAGENS DE MINAS

11


Já os salões compreendem espaços altos e largos, geralmente formados por desabamentos internos ou fraturas que dão aspecto de palácios de contos de fadas, castelos medievais e mesmo templos góticos. O belo aspecto dos ambientes de grutas e cavernas surge da dissolução de minerais e da sua reconstituição, seja em níveis inferiores ou em paredes e tetos. Essas belas composições que se formam pelo gotejamento através de fendas ou furos no teto vão se cristalizando e se repete continuamente. Segundo os especialistas, a gota, ao entrar em contato com o ar, precipita um anel de calcita na sua base. Este processo se repete enquanto houver água penetrando pela fenda. Cada nova gota dará origem a um novo anel de calcita, consolidando formas cônicas e pontiagudas denominadas estalactites, quando surgem do alto e estalagmite, quando partem do chão. A estalactite e estalagmite tendem a se unir, uma vez que esta última é resultado do gotejamento que deu origem àquela. Os pingos das estalactites, ao caírem no fundo da gruta, tendem a se precipitar, dando origem às estalagmites, que possuem forma mais grosseira: mais arredondada, menos pontiaguda. Dessa união, temos um novo espeleotema denominado de coluna. Essas formações podem ter mais de um metro de diâmetro e vários outros de comprimento. A maior estalactite registrada no Brasil se localiza na Gruta do Janelão, em Januária, Minas Gerais. A “Perna de bailarina”, como é chamada, possui 28 metros de comprimento. Além das colunas, aparecem os escorrimentos ao longo das paredes que ganham, por sua extravagância, nomes como candelabros, pingentes, folhas, discos e cascatas geológicas, dentre outras denominações sugeridas por associação artística e arquitetônica. Há ainda as helictites que são espeleotemas delicados e retorcidos de forma espiralada. Encontrados em calcários cavernosos que mudam seu eixo da vertical em um ou mais estágios durante seu crescimento. Eles têm uma forma curva ou angular. Essas são, talvez, as mais graciosas das formações de uma caverna. Eles são geralmente feitos de agulha de calcita e aragonita e se expandem em várias direções, compondo formas inusitadas. Os estudiosos de cavidades naturais, grutas e cavernas chamam-se espeleólogos. A palavra espeleologia (do latim spelaeum, do grego σπήλαιον, “caverna “) é o nome que se dá a ciência que estuda fenómenos cársticos, como formação de grutas, constituição, características físicas, formas de vida que aí habitam e sua evolução ao longo do tempo. A geologia, geografia, história, hidrologia, biologia (bioespeleologia), climatologia, arqueologia e QuíGRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

mica são algumas das ciências que contribuem para o conhecimento espeleológico.

12

IMAGENS DE MINAS


Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Gruta Rei do Mato - Espeliotemas em formato de couve-flor

13


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

14

IMAGENS DE MINAS


Peter Wilhelm

Lund

D

r. Lund, a quem Minas Gerais deve o início dos estudos de espeleologia, nasceu em Copenhague, em 14 de junho de 1801 e faleceu em Lagoa Santa, em 25 de maio

de 1880. Grande naturalista dinamarquês é um dos mais importantes espeleólogos do século XIX, reconhecido em todo o mundo científico. Considerado, por vários autores, o pai da paleontologia e arqueologia no Brasil, nasceu em uma próspera família de camponeses da parte central da Jutlândia e diplomou-se em Medicina pela Universidade de Copenhague, em 1824. Brilhante estudioso de Botânica e Zoologia, viaja para o Brasil, se estabelecendo primeiramente no Rio de Janeiro, onde realiza várias excursões nessa, então, província entre os anos de1825 e 1829. Durante estas excursões, coletou grande quantidade de material botânico e zoológico, que enviava, em parte, para o Museu de Histó-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

ria Natural da Dinamarca.

IMAGENS DE MINAS

15


Em 1829, retorna à Europa, doutorando-se pela Universidade de Kiel, e faz visitas de estudos a universidades europeias, incluindo as de Berlim, Dresden, Praga, Viena, Roma. Frequenta, no Museu de História Natural de Paris, cursos de Georges Cuvier, ministrados no Collège de France, aderindo profundamente, ao catastrofismo daquele naturalista francês. De acordo com essa teoria, o catastrofismo defende que em seu passado, a Terra sofreu a ação de fenômenos catastróficos, principalmente inundações, que resultaram nas configurações geológicas e biológicas atuais, o que explicaria, por exemplo, a ocorrência de fósseis marinhos em regiões distantes da costa. Cuvier defendia que estas catástrofes, ou como ele denominava, revoluções, atingiram determinadas regiões do globo, extinguindo a fauna e flora local, que somente podiam ser estudadas por intermédio de seus fósseis. Posteriormente, a região atingida pela catástrofe, era repovoada por organismos, que migravam das regiões não atingidas por tais acidentes naturais. Para este autor, este ciclo de extinção e repovoamento se repetiria ao longo da história da Terra. Mas quem viria a revolucionar as primeiras teses sobre a geologia e a vida primitiva seria Lund. O aventureiro Lund muda-se definitivamente para o Brasil em 1833, instalando-se em Curvelo-MG. Dois anos depois, transfere-se para Lagoa Santa-MG, onde fez extraordinárias escavações em grutas calcárias no vale do Rio das Velhas. Estava acompanhado do norueguês Peter Andreas Brandt (1791-1862), ilustrador naturalista, além de habitantes escalados por ele como guias, um caçador inglês de nome Carruthers e diversos auxiliares. Segundo Birgitte Holten e Michael Sterll, autores de PW. Lund e as Grutas com ossos em Lagoa Santa, “a Viagem partiu inicialmente de Curvelo por 16 km na direção nordeste (...). Os exploradores não tiveram tempo para eles mesmos procurarem por grutas ainda não descobertas, mas deviam contentar-se em fazer perguntas pelo caminho. ( ...) Durante essa viagem, no entanto, não puderam visitar todas as grutas de salitre, pois muitos proprietários de fazendas as tinham fechado para evitar danos com o gado. Mas as buscas continuam e a paisagem que veria a seguir impressionaria o ilustre dinamarquês, especialmente no atual município de Lagoa Santa.

Lagoa Santa, então, era um pequeno povoado de aproximadamente 4.000 habitantes, quando Lund chega no dia 17 de outubro. Logo após se fixar de maneira provisória na localidade traça os primeiros dados sobre a configuração da espetacular Gruta de Maquiné. Onde ele testemunha ter visto o mais belo que, talvez, algum olho mortal tenha olhado.” (op. Cit. p. 153) GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Passa aí 10 anos, descrevendo minuciosamente a fauna de mamíferos dessa região e as

16

mudanças ambientais que aconteceram desde o chamado período Plistoceno – época geo-

IMAGENS DE MINAS


lógica na história da Terra que, segundo muitos geólogos, começou há cerca de 1.750.000 anos e terminou aproximadamente há dez mil anos. A época plistocena abrangeu um período chamado Idade do Gelo, quando várias camadas de gelo cobriram vastas regiões da Terra. Antropólogos acreditam que o ser humano primitivo começou gradualmente a evoluir para a forma atual durante este período da nossa pré-história. O resultado dos estudos botânicos promovidos nesta expedição foi publicado em Observações a respeito da vegetação dos campos no interior do Brasil, especialmente fito-his-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

tóricas, de 1835.

Mapa onde figuram antigas e peguenas localidades que Lund visitou em seus muitos anos na região.

IMAGENS DE MINAS

17


Em Curvelo, Minas Gerais, encontrou outro dinamarquês, Peter Claussen, que o apresentou às grutas da região cárstica. Ou seja, um tipo de relevo geológico caracterizado pela dissolução química corrosão das rochas, presente no vale do Rio das Velhas. Decidiu estabelecer residência em Lagoa Santa e estudou uma enormidade de fósseis encontrados nas centenas de cavernas entre Sabará e Curvelo. Apesar de a Gruta de Maquiné ter recebido do eminente naturalista os maiores elogios, este ficou lá por apenas sete dias. Trabalhou durante muito tempo na região de Cerca Grande, que foi o tema de um grande tratado. Em 1842, segundo um relato seu, já tinha explorado mais de 200 cavernas na região e descrito 115 espécies de animais – entre os quais o célebre tigre de dentes de sabre (Smilodon populator). Em 1843, encontrou na região vestígios de homens pré-históricos, cujos estudos definiram as características daquele que ficaria conhecido posteriormente como o Homem de Lagoa Santa. Dedicou-se também às pesquisas arqueológicas. Estudou as montanhas da Serra do Espinhaço, recolheu material e remeteu-os para a Sociedade Real de Antiquários do Norte, em Copenhague, junto com um memorial sobre o assunto. Ao longo dos anos, a sua maior preocupação foi com a manutenção de sua coleção, a cargo do zoólogo Johannes Theodor Reinhardt (1816–1882). Ele também recebeu a visita de jovens naturalistas europeus, com destaque para o botânico Eugenius Warming (18411924). Além das visitas do Impérador Dom Pedro II e do Duque de Saxe, filho da Rainha Vitória. O estudo completo de sua coleção – E Museo Lundii – só seria publicado pelos curadores desta mostra na Dinamarca, em 1888. Em 1845, alegando falta de recursos, Lund terminou repentinamente o trabalho nas cavernas. Ele empacotou e doou a sua vasta coleção, com cerca de 20 mil itens, para o rei Cristiano VIII da Dinamarca. Um único exemplar de crânio humano encontrado por ele permanece no Brasil, no Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Concluindo podemos dizer que os trabalhos de Lund levaram à identificação de 150 espécies de mamíferos que habitavam a região desde o Plistoceno, fazendo de Lagoa Santa a região mais bem conhecida do Brasil em termos de fauna de mamíferos. As descobertas de fósseis humanos levaram Lund, em 1842, a escrever uma carta ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, publicada naquele mesmo ano e intitulada “Sobre a antiguidade do homem de Lagoa Santa”, na qual ele discutiu se aquelas ossadas fósseis, uma vez que se encontravam em estratos geológicos, também continham fósseis da fauna extinta. Essa constatação contrariava a premissa do catastrofismo de Georges Cuvier, de que GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

as faunas extintas por catástrofes ocorridas em diferentes momentos, não poderiam estar

18

contidas no mesmo estrato geológico. Esta anomalia na teoria catastrofista levou-o a um

IMAGENS DE MINAS


Lapa dos Mosquitos, pintura de Brandt

Desenho de Brandt de esqueletos de animais na gruta de Maquiné, completo e articulado sob a crosta protetora de estalagmites.

Lagoa Santa, desenho de Brandt

questionamento desta teoria, que pode ter contribuído para a súbita interrupção dos trabalhos de Lund. Teses mais recentes, baseadas na imensa coleção de cartas de Lund depositada na Biblioteca Real de Copenhague, concluem que Lund encerrou suas pesquisas de campo repentinamente devido à falência de uma lavra de ouro em Sabará-MG, da qual era um dos sócios. Permaneceria, no entanto, em Lagoa Santa pelo resto da vida. No início de 1880, Lund ficou doente e morreu em 25 de maio. O enterro ocorreu com muita música tocada durante todo o cortejo até o cemitério e toda população da cidade de Lagoa Santa seguiu o caixão. Lund publicou várias memórias em dinamarquês, ricamente ilustradas com pinturas de Brandt, que foram organizadas e traduzidas para o português, em 1950, pelo paleontóGRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

logo Carlos de Paula Couto, sob o título Memórias sobre a Paleontologia Brasileira. Entre seus trabalhos, Lund escreveu a história do Plistoceno brasileiro.

IMAGENS DE MINAS

19


Lagoa Santa, foto de Frederik Riise, comissário geral do comitê dinarmaquês para a exposição mundial no Rio, 1922

Foto de Riise de 1922, a casa de Lund tornou-se uma escola. Ainda há uma escola pública - batizada de Lund - no local, mas a casa foi substituída.

Em sua vasta obra, pode-se destacar: •

Vista da fauna do Brasil anterior à última revolução geológica;

Cavernas calcáreas existentes no interior do Brasil, contendo algumas delas ossa-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

das humanas;

20

IMAGENS DE MINAS

Relatório sobre vertebrados do Brasil;

Sobre os animais carbonizados no Brasil na época geológica atual e anterior;

Anotações sobre os últimos exames e descobertas em cavernas do Brasil.


Tropa de mulas, desenho de Brandt que foi, por muitos anos, atribuído a Warming - assim como vários outros desenhos. Samambaia era uma parada comum na rota de tropeiros do Rio para Minas

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Caminho para Lagoa Santa, pintura de Brandt

IMAGENS DE MINAS

21


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

O grande tatu Euphactus Sexcintus (papa-defunto, tatu-peba ou tatu-peludo), desenho de Lund

22

Coleção de Lund exposta no Museu Zoológico na Krystalgade

IMAGENS DE MINAS


Desenhos dos selvagens, Brandt desenhou a si próprio copiando as pinturas rupestres em Cerca Grande

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Lapa dos Mosquitos, pintura de Brandt

IMAGENS DE MINAS

23


LISTAGEM DE GRUTAS ENCONTRADAS PELO DR. LUND EM MINAS GERAIS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Abadia, Gruta da (Patos) Acaba Pólvora, Gruta do (Mar de Espanha) Afundá ou Baú, Lapa do (Paracatu) Água, Lapa d’ (Montes Claros) Água Fria, Gruta da (Grão Mogol) Água Fria, Lapas da (Paracatu) Água Santa, Gruta da (Itabira) Água Santa, Lapa da (Bicas) Águas do Pimenta, Grutas da Serra das (Passos) Alexandre, Gruta da Toca do (São Sebastião do Paraíso) Alpinópolis, Grutas de (Alpinópolis) Ambrósio ou Bom Sucesso, Lapas do (Paracatu) Amparo ou Barreiro, Lapas do (Januária) Andorinhas, Gruta das (Alpinópolis) Andorinhas, Gruta das (Araxá) Andorinhas, Gruta das (Tiros) Andorinhas, Gruta ou Perau das (Presidente Olegário) Andrequicé, Furnas da Serra do (Presidente Olegário) Antônio Pereira, Lapa de (Ouro Preto) Aparecida, Gruta da (Alpinópolis) Araras, Furnas do Ribeirão das (Araguari) Araras, Gruta do Buraco das (São Romão) Arinos, Grutas do Distrito de (São Romão) Arizona, Lapa do (Sete Lagoas) Arrependidos, Lapa da Serra dos (Paracatu) Arrozal, Lapa do (Paracatu) Barreirinho, Lapas do (São Romão) Barreiro, Lapa do (Januária) Barreiro ou Amparo, Lapas do (Januária) Barreiro ou Tijuco, Lapado (Januária) Barriguda, Lapas da (São Romão) Barroquinha, Lapa da (Brasília) Batatal, Toca do (Cachoeiras) Baú, Gruta do (São Sebastião do Paraíso) Baú, Lapa do (Pedro Leopoldo) Baú ou Afundá, Lapa do (Paracatu) Boa Esperança, Gruta da (Astolfo Dutra) Boa Vista, Gruta da Serra da (Rio Branco) Bocaina, Gruta da (Antônio Dias) Bocaina, Grutas da (Pirapora) Boi ou Velha, Lapa do (Sete Lagoas) Bom Sucesso, Lapas do (Paracatu) Boqueirão, Gruta do (Bocaiúva)

24

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Boqueirão, Furna do (Guia Lopes) Bosque, Gruta do (São Sebastião do Paraíso) Bota, Lapa do (Paracatu) Branca, Gruta da Lapa (Sete Lagoas) Brejão, Gruta do (Francisco Sá) Brejaúba, Caverna da (Alto Rio Doce) Brocotó, Gruta do (Paracatu) Buraco das Araras, Gruta do (São Romão) Cabeça, Furna do (Carmo do Paranaíba) Caboclos, Loca dos (Fortaleza) Cabral, Grutas da Serra do (Pirapora) Cachoeira, Gruta da (Curvelo) Cachoeirão, Gruta do (Mar de Espanha) Caco de Louça, Gruta do (Pirapora) Caetano, Lapa do (Pedro Leopoldo) Cafarnaum, Gruta do (Pedra Branca) Cafundó, Lapas do (Paracatu) Cal, Lapa da (Pirapora) Calambau, Gruta do (Mar de Espnnha) Calçada, Gruta da (Belo Vale) Camarinha, Gruta da (Itabira) Campo Alegre ou Pontinha, Lapa do (Sete Lagoas) Campo Feio, Gruta do (Virginia) Caneca, Lapa da (Presidente Olegário) Cangalha, Lapa da (Paracatu) Canhanga, Gruta do (Pedro Leopoldo) Canto, Lapa do (Paracatu) Capão da Cruz ou da Cruz das Almas, Lapa do (Sete Lagoas) Capão da Onça, Grutas do (Virgínia) Caraça, Grutas da Serra do (StaBárbara) Carrancas, Grutas da Serra de (Francisco Sales) Carrapato, Lapa do (Paracatu) Carvalhos, Gruta dos (Mercês) Casa da Pedra, Gruta da (São João del-Rei) Casa de Pedra, Grutas da (Conselheiro Lafaiete) Casa de Pedra, Grutnda (Mar de Espanha) Cascalhão, Gruta do (Grão Mogol) Cascata, Gruta da (Ouro Preto) Cassimiro, Gruta da Vargem do (Mar de Espanha.) Catingueiro, Gruta do (Lagoa da Prata) Catingueiro, Lapas do (Paracatu) Cavalos, Lapas do Riacho dos (Paracatu) Caveira, Gruta da (Caeté) Caveirinha, Grutas da (Coração de Jesús) Cedro, Gruta do (Rio Pardo) Cemitério, Lapa do (Pirapora) Cerca Grande, Lapa da (Pedro Leopoldo Chapéu, Gruta daLapa do (Pedro Leopoldo) Chapéu, Gruta do Morro do (Grão Mogol) Chiqueiro, Gruta do Morro do (São Francisco) Chumbo, Lapa do (Sete Lagoas) Chupé, Lapa do (Piraporo)

IMAGENS DE MINAS

25


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Cipó, Lapas da Fazenda do (Coração de Jesus) Claudiano, Toca do (Baependi) Coimbra, Gruta do (Cambuquira) Confins, Gruta de (Lagoa Santa) Congo-Chôco, Gruta da Serra do (Itaúna) Coqueiros, Gruta dos (Carmo da Mata) Corcunda, Gruta da Pedra do (Santo Antônio do Monte) Cordisburgo, Gruta da Fazenda (Januária) Córrego Rico, Gruta do (São João Nepomuceno) Cruz das Almas ou Capão da Cruz, Lapa do (Sete Lagoas) Cultura, Gruta da Loca da (Guia Lopes) Curimataí, Grutas de (Buenópolis) Curral de Fogo, Lapas do (Paracatu) Curralinho, Gruta do (Diamantina) Defunto Moleque, Toca do Grotão ou do (Cachoeiras) Defuntos, Gruta dos (Piunhí) Descarga, Gruta da (Tupaciguara) Dias, Grutas da Serra dos (Parnisópolis Elefante, Gruta do (Jaboticatubas) Encantado, Gruta do (Francisco Sá) Escalvado, Gruta da Pedra do (Ponte Nova) Espigão, Lapa do (Coração de Jesus) Espírito Santo, Gruta da Serra do (Pirapora) Estiva, Grutada (Paraopeba) Fabião, Gruta do (Januária) Fazenda Cordisburgo, Gruta da (Januária), Fazenda do Cipó, Lapas da (Coração de Jesus) Fecho do Funil, Grutas do (Brumadinho) Fedorenta, Gruta (Peçanha), Fervedouro, Gruta do (Carangola) Fetal, Lapas do (São Romão) Fiscal, Lapa do (Serro) Formoso, Grutas do distrito de (São Romão) Fortaleza, Gruta da (Jacuí) Frazão, Gruta do (Pitangui) Frutuoso, Lapa do (Paracatu) Funil, Gtuta do (Rio Preto) Funil, Grutas do Fêcho do (Brumadinho Furnas, Lapas da Serra das (Monte Alegre) Galena, Lapas do Ribeirão da (Patos) Garrote, Lapa do (Coração de Jesús) Gaspar, Lapas da Serra do (Monte Alegre) Gato ou Peruassú, Gruta do (Januária) Genipapo, Gruta do Tatú do (Januária) Gentio, Lapa do (Paracatu) Gomes, Lapas da Serra dos (Paracatu) Granado, Lapa do (Paracatu) Grande, Gruta da Lapa (Caeté) Grande, Gruta da Lapa (Montes Claros) Grande, Grutas da Serra (Paraisópolis) Grande do Zezé, Gruta (Piumhi), Grotão, Toca do (Cachoeiras)

26

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Gruta, Lapa da (Grão Mogol) Guaraiuva, Grutas da Serra da (Extrema) Guarda Mor, Grutas do (Januária) Guaxupé, Gruta do (Virgínia) Guerra, Lapa do (Paracatu) Guiné, Lapa do (Montes Claros) Horta, Lapa da Serra do (Paracatu) Horto Florestal, Gruta do (Cataguazes) Ibitipoca, Grutas da Serra da (Lima Duarte) Independência, Gruta da (Santa Bárbara) Inferno, Buraco do (Conceição) Irabussú, Gruta da Caga da Pedra ou do (São João del-Rei) ltacolomi, Grutas do (Ouro Preto) Itambé, Grutas da Serra do (Sêrro) Itaoca, Gruta da (Virgínia) Itatiaiuçu, Gruta do (Itaúna) Jabuticabas, Gruta das (Lagoa da Prata) Jacuí, Lapa do (Sete Lagoas) Jatobá, Gruta do (Pirapora) Jequitinhonha, Gruta da Ponte do (Serro) João Pereira, Lu.pa elo (Sete Lagoas) José Pereira, Gruta do (Camanducaia) José Piau, Gruta do (Presidente Olegário) Lageado, Lapa do (Coração de Jesus) Lagedinho, Grutas do (Manga) Lagoa do Sobrado, Lapa da (Paracatu) Lagoa Feia, Lapa da (Pedro Leopoldo) Lagoa Rica, Lapa da (Paracatu) Lapa, Gruta da (Coração de Jesus) Lapa, Gruta da (Paraopeba) Lapa Branca, Gruta da (Sete Lagoas) Lapa da Noite, Gruta da (Grão Mogol) Lapa do Chapéu, Gruta da (Pedro Leopoldo) Lapa do Serro, Gruta da (Cambuí) Lapa Grande, Gruta da (Caeté) Lapa Grande, Gruta da (Montes Claros) Lapa Pintada, Gruta da (Fortaleza) Lapinha, Gruta da (Conceição) Lapinha Gruta da (Lagoa Santa) Lapinha, Gruta da (São Francisco) Lapinha ou Sumidouro Lapa da (Manga) Laranjeira, Gruta da (Rio Pardo) Laranjeiras Lapa das (Sete Lagoas) Lavagem Gruta da (Manga) Lavapés, Grutas do (Virgínia) Loca, Furna da (Araguari) Loca da Cultura, Gruta da (Guia Lopes) Lodo, Gruta da Praia do (Rio Pardo) Lourdes, Gruta de (Santa Bárbara) Madame Cassou Gruta (Coração de Jesus) Mãe d’Agua, Gruta da (Abaeté) Mãe Joana ou Peruassú, Gruta do (Januária)

IMAGENS DE MINAS

27


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Maior, Lapa (Jaboticatubas) Mamote, Gruta do (Jacuí) Mandaguari, Furnas do (Indianápolis) Mangue, Lapas do (São Romão) Maquiné, Gruta do (Cordisburgo) Marimbondo, Furna do (Frutal) Mata, Furnas da (Santo Antônio do Monte) Matão, Lapa do (Tiros) Matilde, Lapas da (Paracatu) Matos, Gruta do (Bocaiúva) Meireles, Lapa do (Montes Claros) Mendonça, Gruta do (Francisco Sá) Menor, Lapa (Jaboticatubas) Mesa, Grutas do Morro da (Manga) Messias, Lapa do (Sete Lagoas) Mocozeiros, Gruta dos (Francisco Sá) Moedor, Gruta do (Grão Mogol) Moleque, Toca do Grotão ou do Defunto (Cachoeiras) Monge, Gruta do (Araxá) Morro Agudo, Lapa do (Paracatu) Morro Alto, Gruta do (Coração de Jesus) Morro da Mesa, Grutas do (Manga) Morro da Sela, Grutas do (São Domingos do Prata) Morro de Santo Antônio, Gruta do (Andrelândia) Morro do Chapéu, Gruta do (Grão Mogol) Morro do Chiqueiro, Gruta do (São Francico) Morro do Selado, Gruta do (Camanducaia) Mumbuca, Gruta da (Rio Pardo) Mutirão, Grutas da serra do (Divinópolis) Natureza, Gruta da (Campo Belo) Nogueira, Lapa da Serra do (Paracatu) Noite, Gruta da Lapa da (Grão Mogol) Nova, Lapa (Paracatu) Nova Olinda, Gruta da (São Sebastião do Paraíso) Olinda, Gruta da Nova (São Sebastião do Paraíso) Onça, Toca da (Paraisópolis) Ouro Podre, Lapa da Serra do (Paracatu) Padre Caio, Grutas do (Santa Bárbara) Pains, Grutas da Serra do (Formigo) Falhares, Gruta dos (Sacramento) Pampalona, Lapa da (Paracatu) Paneleiro, Gruta do (Caeté) Paredão, Gruta do (Rio Paranaíba) Pasmado, Lapas do (São Romão) Pé da Serra, Lapas do (São Romão) Pederneiras, Lapas das (Paracatu) Pedra, Gruta da (Bambuí) Pedra Branca, Gruta da (Parreiras) Pedra de São Domingos, Grutas da (Camanducaia e Cambuí) Pedra do Corcunda, Gruta da (Sto. Antônio do Monte) Pedrado Escalvado, Gruta da (Ponte Nova) Pedra do Salão, Gruta da (Paraisópolis)

28

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Pedra do Urubu, Gruta da (Caeté) Pedra do Urubu, Gruta da (Santo Antônio do Monte) Pedra do Urubu, Lapada (Bom Sucesso) Pedra Grande ou Orelha, Lapa da (Sete Lagoas) Pedra Preta, Gruta da (Francisco Sá) Pedra Preta, Gruta da (Paraisópolis) Pedra Santa, Gruta da (Muriaé) Pedreira, Gruta da (Piumhi) Perau das Andorinhas (Presidente Olegário) Pernambuco, Lapas de (S. Romão) Peroba de Cima e outras, Grutas da (Jaboticatubas) Peruassú ou Gato, Gruta do (Januária) Peruassú ou Mãe Joana, Gruta do (Januária) Pintada, Lapa (Coração de Jesus) Pintada, Lapa (Fortaleza) Pintada, Lapa (Montes Claros) Pirambeira, Gruta ela (Lavras) Pitador, Gruta do (Grão Mogol) Poções, Gruta dos (Pedro Leopoldo) Poço Verde, Gruta do (Bocaiúva) Poeira, Lapa da (Sete Lagoas) Ponte de Pedra, Gruta da (Piumhi) Ponte de Terra, Gruta da (Itamarandiba) Ponte do Jequitinhonha, Gruta da (Serro) Pontinha ou Campo Alegre, Lapa da (Sete Lagoas) Poté, Gruta do (Teófilo Otoni) Praia do Lodo, Gruta da (Rio Pardo) Quebra, Lapas do (Paracatu) Quebra Coco, Gruta do (Grão Mogol) Queimado, Lapas do (Paracatu) Queixadas, Furna dos (Andradas) Quilombo, Gruta do (Pedro Leopoldo) Quilômetro 572, Gruta do (Brumadinho) Ramalhete, Gruta do (Tupaciguara) Rebentão da Lapa Grande, Gruta do (Montes Claros) Rêgo, Lapa do (Paracatu) Restinga, Gruta da (Virgínia) Riachinho, Lapa do (Coração de Jesus) Riacho dos Cavalos, Lapas do (Paracatu) Riacho Fundo, Gruta do (São Romão) Riacho Fundo, Lapas do (Coração de Jesus) Ribeirão da Galena, Lapas do (Patos) Ribeirão das Araras, Furnas do (Arapuã) Rifaina ou Palhares, Gruta da (Sacramento) Rio de Pedra, Furnas do (Cristina) Rio do Bode, Gruta do (Cristina) Rio do Peixe, Grutas do (Campestre) Rio Preto, Lapa do (Conceição) Roça, Lapas da (São Romão) Rodrigo Silva, Gruta de (Ouro Preto) Rozilho, Lapa do (Diamantina) Saco, Lapas do (Paracatu)

IMAGENS DE MINAS

29


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Sacrário, Gruta do (Jaboticatubas) Salão, Gruta da Pedra do (Paraisópolis) Salitre, Gruta do (Diamantina) Salitre, Lapa do (Bocaiúva) Salitre, Lapa do (Guanhães) Saltador, Gruta do (Presidente Olegário) Salto, Gruta do (Alpinópolis) Sant’Ana, Lapa de (Matias Barbosa) Santa Elisa, Gruta de (Mutum) Santa Rita, Gruta de (Paracatu) Santa Rosa, Lapas de (Paracatu) Santeiro, Gruta do (Presidente Vargas) Santo Antônio, Gruta de (Diamantina) Santo Antônio, Gruta de (Lavras) Santo Antônio, Gruta do forro de (Andrelândia) Santo Antônio, Lapas da Sena de (Diamantina) São Domingos, Grutas da Pedra da (Camanducaia e Cambuí) São Domingos, Lapas de (São Romão) São Geraldo, Gruta da Serra de (Rio Branco) São Modesto, Gruta de (Rio Pardo) São Pedro, Lapa da Serra de (Paracatu) São Tomé das Letras, Gruta de (Baependi) Sela, Grutas do Morro da (São Domingos do Prata) Selado, Gruta do (Camanducaia) Serra, Gruta da (Caeté) Serra da Boa Vista, Gruta da (Rio Branco) Serra da Guaraiúva, Grutas da (Extrema.) Serra da Ibitipoca, Grutas da (Lima Duarte) Serra do Tiririca, Lapas da (Paracatu) Serra das Aguas do Pimenta, Grutas da (Passos) Serra elas Furnas, Lapas da (Monte Alegre) Serra de Carrancas, Grutas da (Francisco Sales) Serra de Santo Antônio, Lapas da (Diamantina) Serra de, Geraldo, Gruta da (Rio Branco) Serra de Pedro, Lapa da (Paracatu) Serra do Andrequicé, Fumas da (Presidente Olegário) Serra do Cabral, Grutas da (Pirapora) Serrado Caraça, Grutas da (Santa Bárbara.) Serrado Congo-Chôco, Gruta da (Itaúna) Serra do Espirito Santo, Gruta da (Pirapora) Serra do Gaspar, Lapas da (Monte Alegre) Serra do Horta, Lapa da (Paracatu) Serra do Itambé, Grutas da (Serro) Serra do Mutirão Grutas da (Divinópolis) Serra do Nogueira, Lapa da (Paracatu) Serro do Ouro Podre, Lapa da (Paracatu) Serra do Pains, Grutas da (Formiga) Serra cio Taquaril, Lapas da (Paracatu) Serra do Valinho Gruta da (Paracatu) Serra dos Arrependidos, Lapa da (Paracatu) Serra do Dias, Grutas da (Paraisópolis) Serra dos Gomes, Lapas da (Paracatu)

30

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Serrado, Gruta do (Perdões) Serra Grande, Grutas da (Paraisópolis) Serro, Gruta da Lapa do (Cambuí) Sitio Gruta do (Minas Novas) Sobra, Gruta da (Ibiá), Sobrado, Lapa da Lagoa do (Paracatu) Sossego, Gruta do (Conceição) Sumidouro, Gruta do (Bocaiúva) Sumidouro, Gruta do (Lagoa Santa e Pedro Leopoldo) Sumidouro, Gruta do (São Francisco) Sumidouro, Lapa do (Brasília) Sumidouro ou Lapinha, Lapa do (Manga) Sumitumba Grutas do (Coração de Jesus) Tamanduá, Gruta do (Paracatu) Tamboril, Gruta do (Curvelo) Tamboril, Lapas do (Paracatu) Tapuia, Gruta do (Rio Pardo) Taquaril, Lapas da Serra do (Paracatu) Tatú, Gruta do (Januária) Tatú do Genipapo, Gruta do (Januária) Tauá, Gruta do (João Pinheiro) Terra Vermelha, Lapa da (Coração de Jesus) Tijuco ou Barreiro, Lapa do (Januária) Tiririca, Lapas da Serra da (Paracatu) Toca do Alexandre, Gruta da (São Sebastião do Paraiso) Torre, Gruta da (Cambuí) Urubu, Gruta da Pedra do (Caeté) Urubu, Gruta da Pedra do (Santo Antônio do Monte) Urubu, Lapa da Pedra do (Bom Sucesso) Urubus, Gruta dos (Baependi) Vacaria, Lapas da (Jaboticatubas) Vagalume, Gruta do (Sete Lagoas) Valinho, Gruta da Serra do (Paracatu) Vargem Alegre, Gruta da (Divino) Vargem do Cassimiro, Gruta da (Mar de Espanha) Vargem do Menino, Gruta da (Pitangui) Vargem Grande, Lapa da (Brasília) Velha ou do Boi, Lapa (Sete Lagoas) Vereda, Gruta da (Paracatu) Vermelha de Confins, Lapa (Lagoa Santa e Pedro Leopoldo) Vermelha de Lagoa Santa, Lapa (Lagoa Santa) Zezé, Gruta Grande do (Piumhi)

IMAGENS DE MINAS

31


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

32

Cortina de estalagtites brancas (salão do trono - 3º) Foto: Renata Jordan Henriques

IMAGENS DE MINAS


Maquiné Gruta de

Cordisburgo

C

ordisburgo foi um antigo distrito criado em 1890/1891 com a denominação de Cordisburgo da Vista Alegre, subordinado ao município de Para-

opeba. A partir de 1923, passa a se chamar Cordisburgo. Foi elevado à categoria de município pelo decreto-lei estadual nº 148 de 17 de dezembro de 1938. É também conhecido como a terra natal do escritor João Guimarães Rosa. Sua história remonta ao período colonial. No entanto, somente em meados de 1883, o padre João de Santo Antônio chegaria na região conhecida como Sesmaria Empoeiras ou Arraial do Saco dos Cochos. Por se tratar de um lugar com paisagens exuberantes e clima agradável, logo a denominou de “Vista Alegre”, decidindo, assim, se estabelecer no local. Atesta-se que o padre João deu início à fundação do povoado de Vista Alegre, em 21 de agosto de 1883, edificando a capela ao patriarca São José, tendo sido concluída em 23 de junho de

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

1884.

IMAGENS DE MINAS

33


O nome Cordisburgo é a junção das palavras Cordis, que do latim significa Coração e Burgo, que vem do alemão e significa cidade, ou seja, “Cidade do Coração”. O município integra o circuito turístico das Grutas com a chamada gruta de Maguiné. A Gruta de Maquiné foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné. A partir de 1834 a gruta passou a ser explorada cientificamente por Peter Wilhelm Lund. Considerada a maior gruta de Minas Gerais fica a 120 km de Belo Horizonte. São 440 metros de extensão abertos ao público contando com sete salões e galerias, formados pelo trabalho de erosão da água. As estalactites simulam figuras inusitadas que lembram um urso, um elefante e há também cristais brilhantes em formato de franjas, grinaldas e lustres. Na área foram encontradas pedras, ossadas humanas, pinturas rupestres e restos de animais pré-históricos, tornando a Gruta de Maquiné, conhecida como o berço da Paleontologia Brasileira. A gruta possui iluminação e passarelas que permitem aos visitantes transitarem com segurança pelas maravilhas do lugar, e todo o percurso é acompanhado por um guia local.

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Recomenda-se ir pela manhã ou no final da tarde, porque a gruta fica quente durante o dia.

34

IMAGENS DE MINAS


Segundo o ilustre filho da terra, o escritor de Grande Sertão Veredas: “E, mais do que tudo, a Gruta do Maquiné, tão inesperadamente grande, com seus sete salões encobertos, diversos, seus enfeites de tantas cores e tantos formatos de sonho, rebrilhando de risos de luz. Ali dentro a gente se esquecia numa admiração esquisita, mais forte que o juízo de cada um, com mais glória resplandecente do que uma festa, do que uma igreja. ” (João Guimarães Rosa)

A admiração que Rosa demonstra pela Gruta do Maquiné ultrapassa a sua poesia e pode ser sentida também por quem conhece as belezas desse verdadeiro templo de estalactites e estalagmites. O local é aberto à visitação pública desde 1980 e dados divulgados pela Superintendência Estadual de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, em 2013, apontam que cerca

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Renata Jordan Henriques

de 48 mil pessoas por ano vêm conhecer a gruta.

IMAGENS DE MINAS

35


Na entrada da gruta, uma conformação de rochas que se assemelha a uma coruja apresenta-se aos visitantes. Com iluminação de led, cada salão da gruta destaca-se por formações geológicas em formatos diferenciados. As formações calcárias lembram animais, arquitetura gótica e até mesmo uma caveira. A evolução da ação das águas sobre a rocha calcária sofre desgastes e por meio da dissolução se formam galerias subterrâneas chamadas de cavernas. Repleta de ornamentos naturais, a Gruta do Maquiné apresenta um dos mais belos conjuntos de estalactites, estalagmites, colunas, cortinas e represas. Lá também foram encontrados resquícios de pinturas rupestres. Os sete salões apresentam no total 650 m lineares e desnível de 18 m. Além disso, a iluminação e as passarelas proporcionam aos visitantes a visão das belezas da gruta, sendo todo percurso acompanhado de um guia local. Lund descreveu sua visita à Gruta de Maquiné em seus famosos relatórios enviados à Dinamarca: “Meus companheiros permaneceram durante muito tempo mudos à entrada deste templo; depois, involuntariamente, se ajoelharam e, persignando-se, exclamaram, diversas vezes: ‘Milagre! Deus é grande!’. Foi-me impossível dissuadi-los da ideia de que este templo devia servir de morada a Nosso Senhor. Quanto a mim, confesso que nunca meus olhos viram nada mais belo e magnífico nos domínios da natureza e da arte”.

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Peter Lund e a Gruta de Maquiné

36

IMAGENS DE MINAS

1801

Em 14 de junho, Peter Lund nasce em Copenhague, capital da Dinamarca

1824

O pesquisador finaliza a universidade na área de medicina e letras, e se aprofunda no estudo da história natural (zoologia e botânica)

1825

Peter Lund realiza a primeira viagem ao Brasil e atua como botânico até 1829.

1833

Em sua segunda viagem ao Brasil, o pesquisador conhece diversos estados ao lado do botânico alemão Ludwig Riedel.

1834

Em Curvelo, Peter Lund tem o primeiro contato com as cavernas e fósseis brasileiros

1835

O pesquisador estabelece residência em Lagoa Santa, onde viveu 45 anos, e inicia escavações na região.

1835

Nas escavações realizadas por Peter Lund na Gruta do Maquiné são encontrados os fósseis de animais extintos.

1845

Ao finalizar as escavações o pesquisador envia uma coleção de mais de 12 mil fósseis para a Dinamarca.

1880

Peter Lund morre em Lagoa Santa, no dia 25 de maio de 1880, aos 78 anos.


Foto: Renata Jordan Henriques

IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Formas de estalagtites na Gruta de Maquiné

37


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

38

IMAGENS DE MINAS


Foto: Renata Jordan Henriques

IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Entrada da Gruta de Maquiné (primeiro salão)

39


Salão das Colunas (2º salão) Fotos: Renata Jordan Henriques

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Estalagtite e estalagmite (Salão das Colunas - 2º salão)

40

IMAGENS DE MINAS


Salão das Culunas (2º Salão)

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Cortina de estalagtites (Salão do Trono - 3º salão)

IMAGENS DE MINAS

41


Estalagtites que acompanham descontinuidade na rocha (Salão do Carneiro - 4º) Fotos: Renata Jordan Henriques

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão do Carneiro (4º)

42

IMAGENS DE MINAS


Salão Castelo das Fadas (6º)

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Panorâmica do maior salão (Salão Dr. Lund - 7º)

IMAGENS DE MINAS

43


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

44

Ponto mais fundo do Sãlão Dr. Lund (7º) Foto: Renata Jordan Henriques

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

45


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão da imaginação Foto: Renata Jordan Henriques

46

IMAGENS DE MINAS


Lapinha Gruta da

Lagoa Santa

L

agoa Santa localiza-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte, possuindo uma população de 52.526 habitantes (dados colhidos pelo IBGE/2010). Foi fundada, em 1733,

por Felipe Rodrigues, cultivador de cereais e plantador de canas, tendo fabricado até um pequeno engenho de açúcar. Era chamada de Lagoa Grande e Lagoa das Congonhas do Sabarabuçu. Com o acúmulo de visitantes surgiu a necessidade da ereção de uma Capela, obtida a provisão em 2 de maio de 1749. A benção da capela, dedicada à Nossa Senhora da Saúde, confirma sua existência ainda no século XVIII, sendo substituída por outra maior e mais bem aparelhada no ano de 1765. Seu nome atual surgiu do fato espalhado pela história oral de que suas águas eram milagrosas. Conta-se, portanto, que foi Felipe Rodrigues, primeiro morador das margens da Lagoa, quem sentiu o efeito benéfico dessas águas, espalhando essa lenda. Com feridas nas pernas sentiu-se cada dia melhor obtendo a cicatrização de suas

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

ulcerações.

IMAGENS DE MINAS

47


Segundo Waldemar de Almeida Barbosa, a notícia da cura milagrosa logo se espalhou pelos arredores, pelo Brasil, chegando notícias até de Lisboa. Desde então este pequeno arraial, naturalmente receberia a visita de peregrinos de várias partes do Brasil, doentes que para o local corriam em busca da cura de diversos males, inclusive a tuberculose. A perenidade da lagoa é atestada por diversos relatos como os que foram colhidos pelo historiador Nelson de Senna e publicados no Almanaque de Minas Gerais (S.N.T.). O fato teria a anuência sob apuração do médico italiano dr. Antônio Cialli, que residia em Sabará. Nota peculiar é a lenda de que chegavam a exportar barris da água a Lisboa, no entanto sem dados comprovatórios. Mas conforme escreve o dr. Augusto da Silva Cardoso estaria prejudicando o consumo das águas de Caldas. (Notícias Históricas, p. 256). Há também a suposta visita da Princesa Isabel que teria tomado banhos na lagoa para cura de dores generalizadas. Segundo dados do IBGE, sua profundidade não ultrapassa três metros, sendo que, a aproximadamente 40 metros de sua base, encontra-se um aquífero que contribui para a sua existência. É também, em grande parte, alimentada por águas pluviais. Seu formato é triangular e, no período das cheias, seu vertedouro lança suas águas no Rio das Velhas através do

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Córrego do Bebedouro.

Lagoa Santa durante o dia Foto: Renata Jordan Henriques

48

IMAGENS DE MINAS


A gruta da Lapinha passa grande tempo alagada, tornando quase impossível qualquer tipo de exploração do seu interior. Porém, durante eventos de seca intensa que ocorrem a cada 30 anos é possível entrar nela. Em 1842 e 1843, durante um desses grandes períodos de seca, Lund e seu auxiliar Brandt escavaram os depósitos subterrâneos da gruta do Sumidouro, que já desconfiavam serem muito antigos (Neves et al., 2007). Fato interessante é a riqueza de dados arqueológicos como as ossaturas humanas encontradas pelos naturalistas que se associam a ossos de animais extintos, convencendo Lund da antiguidade temporal do homem americano. Foi nessa mistura de espécies extintas e ainda vivas que apareceram os restos enigmáticos do cavalo e do homem, todos no mesmo estado de decomposição, de modo a não deixar nenhuma dúvida sobre a coexistência desses seres desde os mais remotos tempos. Portanto, as fontes históricas atestam que Peter Wilhelm Lund já estava convencido de que os primeiros americanos eram tão antigos que haviam convivido com os grandes animais extintos. Ocorrendo essa verificação científica há mais de três décadas antes que a

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

comunidade norte-americana cogitasse da existência do Homem Glacial americano.

IMAGENS DE MINAS

49


Considerada como uma obra de arte executada pela natureza e de grande beleza é a cavidade da qual se encontram mais relatos e descrições de naturalistas e espeleólogos que a consideram de tipologia única. Segundo estes testemunhos, a gruta surgiu a partir de rochas calcárias formadas pelos restos marinhos do fundo do mar raso da bacia do Rio das Velhas. Em seus salões existem os chamados espeleotemas, depósitos minerais do interior da caverna que possuem variadas formas, destacando as chamadas couve-flor, cascata, cortinas e pirâmides, pela similitude formal. Com uma área de 511m2, a Gruta da Lapinha funciona diariamente das 8 às 16 horas, com atendimento de guias especializados. Há iluminação artificial, escadas e passarelas que dão acesso aos locais mais difíceis. Na parte externa, o visitante pode conferir o museu do castelinho e o Espaço Cultural e Ambiental Dr. Lund, com exposições sobre a região de

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Lagoa Santa, além da réplica em tamanho natural da famosa Preguiça Gigante.

Entrada da Gruta da Lapinha Foto: Renata Jordan Henriques

50

IMAGENS DE MINAS


Foto: Renata Jordan Henriques IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão esculpido por fluxo de curso d’água

51


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

52

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão da couve-flor Foto: Renata Jordan Henriques

53


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão que goteja continuamente Foto: Renata Jordan Henriques

54

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

55


Entrada da Gruta da Lapinha

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Fotos: Renata Jordan Henriques

56

IMAGENS DE MINAS


Maciço externo da Gruta da Lapinha

IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Saída da Gruta da Lapinha

57


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

58

Entrada da Gruta Rei do Mato Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS


Rei doMato Gruta

Sete Lagoas

O

município de Sete Lagoas é situado na Zona Metalúrgica de Minas Gerais, tendo sido desmembrado do de Santa Luzia e sua elevação a categoria de

cidade só foi obtida com a Lei nº 2.672 de 20 de novembro de 1880. Fica a 72 km de Belo Horizonte. Com área de 537,639 km², apresenta relevo constituído por colinas suaves, côncavo-convexas e altimetria média entre 700 e 800 m. Consta ainda a informação que na Serra de Santa Helena, localizada a noroeste da cidade, encontra-se o ponto de maior altitude. Sete Lagoas se localiza na microrregião homônima, formada pelos municípios de Araçaí, Baldim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Cordisburgo, Fortuna de Minas, Funilândia, Inhaúma, Jaboticatubas, Jequitibá, Maravilhas, Papagaios,

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Pequi, Santana de Pirapama e Santana do Riacho.

IMAGENS DE MINAS

59


A fundação de Sete Lagoas data do chamado ciclo do ouro, quando toda a sorte de aventureiros e, em especial, bandeirantes paulistas entravam pelos sertões em busca de um veio de ouro. Em janeiro de 1711, João Leite da Silva Ortiz obteve a sesmaria da localidade que, porém, não ficou registrada nos livros da secretaria do governo, ainda que seja a informação encontrada na revista do Arquivo Público Mineiro, vol. 10, página 977. Mas, conforme Waldemar de Almeida Barbosa, em seu Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais (p. 479): - “João Leite da Silva poucos anos permaneceu na posse do seu sítio das Sete Lagoas; dispôs dessa e da Sesmaria do Cercado, seguindo para São Paulo a fim de preparar expedição a Goiás.” Posteriormente, a Sesmaria das Sete Lagoas foi concedida a Antônio Pinto de Maga-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

lhães, conforme documento no qual afirma que a comprara de João Leite.

60

IMAGENS DE MINAS


A partir de 1820, foi construída a capela de Santo Antônio das Sete Lagoas. O arraial foi elevado a Vila, com a criação do município pela Lei nº 1.395 de 24 de novembro de 1867. O município de Sete Lagoas, teve sua elevação a categoria de cidade em 20 de novembro de 1880. Apesar de se constituir de uma cidade colonial, o ponto turístico natural da região é a Gruta Rei do Mato, estudada pelo prof. Lund e onde foram descobertas paredes de arte rupestre. O nome da gruta – Rei do Mato – possivelmente surgiu de um solitário morador que era artesão e vendedor de artefatos rústicos de madeira e bambu. Diz a lenda que este seria um desertor das milícias da Revolução de 30. Cabe lembrar que há, no Arquivo Público Mineiro, carta do governador D. Rodrigues José de Meneses onde afirma que Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi comandante da Sete Lagoas (códice 226, fls. 50v) o que

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

pressupõe a existência de tropas e milícias na região desde o século XVIII.

IMAGENS DE MINAS

61


Salão das raridades - maior estalactide (1 tonelada) Foto: Adriana Monteiro da Costa

A gruta possui 235 metros de extensão e abriga três salões com pinturas feitas com sangue e gordura vegetal que datam de seis mil anos, conforme dados científicos localizados por espeleólogos e arqueólogos. Ali foram encontradas também ferramentas petrificadas, o que confirma a antiguidade habitacional da mesma, conformando as expectativas do citado naturalista Lund, que a divulga pela primeira vez em relatório que se encontra na Dinamarca. As formações de estalagmite encontradas nesta gruta são raras no mundo. As duas colunas paralelas perfeitamente cilíndricas aparecem somente nesta gruta e em Altamira

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

na Espanha.

62

IMAGENS DE MINAS


Criado em 25 de agosto de 2009, o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, que tem como objetivo principal proteger o sítio histórico com seus ecossistemas cársticos de grande beleza, sua flora e fauna, valorizando os patrimônios espeleológico, arqueológico e paleontológico. Para informação turística a gestão da Unidade é realizada pelo Instituto Estadual de Florestas – IEF, a estrutura conta com um Receptivo Turístico, com banheiros, auditório com 114 lugares, sala de exposições e área externa utilizada na realização de atividades com os visitantes, ainda uma lanchonete e um amplo estacionamento. Informa-se ainda que o Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato funciona diariamente das 8 às 17 horas; com horário de visitação a caverna de 9 às 16 horas. Para GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

quem visita a Gruta Rei do Mato fica o testemunho de um espetáculo grandioso e autêntico da natureza.

IMAGENS DE MINAS

63


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

64

Salão principal - poço Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

65


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

66

Salão das raridades - coluna rara com 12 m - parecida com ela somente em Altamira Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS


Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão das raridades - estalagmites e estalactites

67


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

68

IMAGENS DE MINAS


Foto: Adriana Monteiro da Costa IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Salão das raridades - lustre

69


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

70

IMAGENS DE MINAS


Gruta do

Salitre

Diamantina

D

iamantina abrange uma área de 4.672 km2 e é o maior município do Vale do Jequitinhonha distante 298 km da capital mineira. O acesso ao município

é feito pelas rodovias federais BR-259 e BR-367. A cidade está situada a uma altitude média de 1.280 m e é um dos cartões postais da Arte Colonial Mineira, com templos e casario do século XVIII. Antes da chegada dos colonizadores portugueses, no século XVI, Diamantina, como toda a região do atual estado de Minas Gerais, era ocupada por povos indígenas do tronco linguístico macro-jê. A Bandeira de Fernão Dias Paes Leme foi, por volta de 1678, provavelmente a primeira a atingir o rio Jequitinhonha a procura de prata e esmeraldas. Entretanto, o descobrimento de riquezas minerais nesta região, denominada pelos indígenas de Ivituruí, (montanhas frias), de onde vem a denominação pelos aventureiros de Serro Frio, só iria verificar-se anos mais tarde em princípios do século XVIII (1702) pelos bandeirantes

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Antônio Soares e Manuel Correia Arzão.

IMAGENS DE MINAS

71


O Arraial do Tejuco foi a primeira denominação de Diamantina. Em 1713 foi erigida uma capela que homenageava o padroeiro Santo Antônio, mais tarde transformada em Sé. A localidade teve forte crescimento quando da divulgação da descoberta de Diamantes em 1729, conforme carta enviada por D. Lourenço de Almeida, governador da capitania, relatando a descoberta quase dez anos após o aparecimento das primeiras pedras. Por esse motivo foi criada, em 1734, a intendência dos diamantes com o objetivo altamente fiscalizador e rígido para se evitar a exploração de jazidas sem a participação econômica portuguesa. Em 1771, a Coroa passa a explorar o diamante por conta própria, instalando a Real Extração, cujo instrumento legal foi chamado de Livro da Capa Verde. Nos fins do século XVIII, era considerada a terceira maior povoação da Capitania de Minas Gerais, perdendo da capital Vila Rica (Ouro Preto) e com população semelhante a de São João Del Rey. A cidade emancipou-se do município do Serro em 1831, atingindo a categoria de Vila, passando a se chamar Diamantina. A demora da emancipação se deveu à necessidade de

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

maior controle local pelas autoridades coloniais, conforme registramos acima.

72

IMAGENS DE MINAS


A localidade ficou famosa por ter abrigado a lendária Chica da Silva, escrava alforriada que era esposa de um dos homens mais ricos do Brasil Colonial, o intendente João Fernandes de Oliveira. No século XIX, Diamantina assume a função de centro de prestação de serviços para toda a região como polo de comércio rico e variado. Em 1938, Diamantina completou cem anos de elevação à categoria de cidade, recebendo o título de Patrimônio Histórico Nacional do IPHAN. E, no ano de 1999, foi agraciada com o título de “Patrimônio da Humanidade” pela Unesco. Além da sugestividade própria de cidade histórica, Diamantina ostenta a cultura de uma cidade alegre e musical o que se vê através das memórias e testemunhos de seu filho ilustre o ex-presidente do Brasil Juscelino Kubitscheck, que divulgou cantigas populares como peixe-vivo, zum-zum e tim-tim, que passaram a ser executadas nas famosas serestas noturnas Ainda hoje, a cidade é conhecida por suas serestas e vesperatas, eventos em que os músicos se apresentam à noite, ao ar livre, das janelas e sacadas de velhos casarões. Passagem da Estrada Real, possui um dos roteiros culturais e turísticos mais ricos do Brasil, e faz

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

parte do circuito turístico dos Diamantes.

IMAGENS DE MINAS

73


Salão das Colunas (2º salão) Fotos: Renata Jordan Henriques

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Estalagtite e estalagmite (Salão das Colunas - 2º salão)

74

IMAGENS DE MINAS


Salão das Culunas (2º Salão)

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Cortina de estalagtites (Salão do Trono - 3º salão)

IMAGENS DE MINAS

75


Mas um outro atrativo revela-se aos olhos curiosos do visitante – a incrível Gruta do Salitre. Localizada a 9 km do sítio urbano, correspondendo a uma cavidade natural subterrânea, desenvolvida em rochas quartzíticas do supergrupo espinhaço, a gruta tem, naturalmente, este nome pela extração do Salitre. Este era utilizado para a fabricação de pólvora. As pedras da região também eram utilizadas para mudanças dos cursos do rio com sentido na extração mineral. Segundo espeleólogos, em trabalho de campo, verificou-se que a origem da cavidade foi influenciada inicialmente por arranjos estruturais, sistemas de falhas na morfologia, individualização dos maciços e blocos abatidos, porém, o desenvolvimento dos espeleotemas resultou do processo de dissolução química através de infiltração de água e solidificação de elementos minerais, o que é notado também nas demais grutas do circuito mineiro. Com aspecto de um castelo medieval, a gruta chama a atenção, também, por sua acústica perfeita. A gruta é dividida em vários salões, sendo que o maior tem 64 metros de largura e cinco metros de altura. As formas pontiagudas e esculturais remetem à arquitetura das igrejas góticas, o que é ressaltado por guias e visitantes do sítio. Sabe-se que o local também serviu como esconderijo para os escravos fugitivos da região. Tornou-se famosa nacionalmente por ter sido palco de concertos musicais, do filme Xica da Silva e de diversas novelas. Atualmente, o local tornou-se conhecido, também, pelas atividades eco turísticas e outras práticas esportivas, como caminhadas, boulder, escalada e rapel. Existem 3 tipos de visita à gruta, sendo essas: visita especial - destacando a singularidade do local, aspectos geológicos e histórico-culturais, além da fauna e flora no contexto da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço; visita técnica - atividade prática de formação complementar destinada aos alunos de ensino técnico e superior dos cursos de Ciências Biológicas, Geografia, Geologia, Gestão Ambiental, Turismo e áreas afins; visita lúdico pedagógica - atividade de interação com a natureza voltada para o público infanto-juvenil e turmas de alunos do ensino básico, fundamental e médio, com objetivo de estimular a percepção e a sensibilidade ambiental. Todas as visitas são feitas através de agendamento na secretaria de turismo de Dia-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

mantina.

76

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

77


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

78

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

79


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

80

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

81


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

82

Sítio arqueológico de Grutinha Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS


Sítios Arqueológicos O

s abrigos rochosos, as grutas e cavernas são ambientes muito estáveis por isso ajudam a preservar artefatos arqueológicos preciosos

para o entendimento do passado distante deste território que, de outra forma, em locais abertos rapidamente se deteriorariam. Os vestígios e artefatos mais antigos que podem ser encontrados nestes locais vão desde covas para armazenamento de comida; machados de pedra; pontas de flecha; enterramentos mumificados ou não; tecidos; utensílios em cerâmica; ferramentas de pedra lascada; ferramentas de madeira; restos de fogueiras; ossos de animais usados para alimentação; restos de pigmentos utilizados para fazer pinturas; as pinturas rupestres; gra-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

vuras e picoteados.

IMAGENS DE MINAS

83


Entre os artefatos mais recentes considerados arqueológicos encontram-se frequentemente objetos em cerâmica, louças, vidros e objetos de metal. Os grafismos, pinturas e gravuras coloniais representam tropas de mulas, homens com garruchas e senhoras de saia rodada além de pequenos grupos de pessoas, nomes em caligrafia colonial com datas do século 18 e 19. Cidades, como Mariana, também foram representadas na rocha. Há ainda um grafismo registrado como representação de um navio negreiro no Sítio da Cabaça, presumivelmente feito por quilombolas em carvão numa pequena gruta próxima a Diamantina juntamente com cenas de batalha e pessoas a cavalo. Estas representações recentes e antigas muitas vezes encontram-se nos mesmos abrigos. É difícil considerar os grafismos atuais (denominados pichações) de outra forma quando descaracterizam um local cuja proteção e preservação é da vontade do povo brasileiro e um patrimônio de toda a humanidade. A proteção à fauna cavernícola e a preservação destes ambientes é muito importante para a ecologia por diversos motivos, existem ali espécies únicas, algumas que se adaptaram à escuridão ao evoluir isoladamente, muitas ainda são desconhecidas da ciência e contam com poucos indivíduos devido à pouca disponibilidade de alimento característica do ambiente. Estas espécies raras de troglóbios (organismos adaptados para a vida exclusiva nas cavidades) podem existir apenas em uma determinada caverna. As cavidades têm funções específicas no ecossistema como, por exemplo, servir de abrigo aos morcegos, que nos prestam um serviço inestimável no controle de insetos. Muitas vezes as cavidades estão ligadas a importantes depósitos subterrâneos de água e podem se tornar vias de acesso para a poluição da superfície. A exploração extrativista dos próprios materiais que envolvem estas cavidades, todos muito importantes para a economia nacional, sejam o calcário, mármore, dolomita, quartzitos, granitos ou canga de minério de ferro, entre outros, é uma ameaça aos sítios e grutas. Para conciliar a preservação destes ambientes e a atividade extrativista mineral sem prejuízo para ambos se faz muito necessário o aprofundamento do conhecimento científico sobre estes fenômenos locais. Este conhecimento deve servir como orientação para a aplicação eficiente da legislação ambiental e o planejamento de empreendimentos resultando em benefícios para toda a sociedade. A importância social e econômica da sua preservação se expressa na Constituição da República de 1988, através de seu artigo no 20, parágrafo 10º onde declara as depressões naturais subterrâneas juntamente com os sítios arqueológicos e pré-históricos como bens da União. GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Para a ciência ainda resta muito a conhecer, são cadastrados apenas cerca de 2% dos

84

sítios arqueológicos e cerca de 5% das cavidades naturais da quantidade que se calcula existir,

IMAGENS DE MINAS


ainda assim, apenas uma pequena parte destes foi objeto de algum estudo científico. Para o publico em geral estes patrimônios ainda são grandes desconhecidos e estão envolvidos em lendas e superstições que ora os protegem, ora ajudam na sua destruição

UMA PEQUENA VIAGEM PELOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS EM CAVERNAS EM MINAS GERAIS Uma viagem hipotética em busca do patrimônio arqueológico associado ao espeleológico no território do estado de Minas Gerais obrigatoriamente deve se iniciar na APA Carste de Lagoa Santa, que envolve os municípios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Matozinhos e Funilândia e seu entorno. O Carste é uma formação geológica na qual as camadas de rocha solúvel como o calcário e a dolomita emergem à superfície erodindo-se em formações intrincadas e expondo cavidades e condutos antigos de água subterrânea. Em 1975 a equipe da missão Franco-Brasileira da Dra. Annette Laming-Emperaire encontra a ossada e o crânio do indivíduo posteriormente batizado de Luzia. A datação deste material, feita pelo Dr. Walter Neves chegou a cerca de 11.000 anos sendo até hoje a ossada humana mais antiga encontrada no Brasil. Os achados na região contribuem decisivamente para a ciência na compreensão da história do povoamento das Américas. A Gruta Vermelha 4 onde o crânio foi escavado a uma profundidade de cerca de 12m faz parte de um conjunto de seis grutas, algumas contendo pinturas e gravuras rupestres (as gravuras são desenhos incisos na rocha) de povos posteriores a Luzia. O Dr. Walter Neves é também responsável pelo achado de uma gravura rupestre na Lapa do Santo, município de Matozinhos, a 4 metros de profundidade. Estima-se que a figura tenha cerca de 10.000 anos devido à datação dos restos de carvões que estavam sobre a figura. Ali foram encontrados vinte e sete enterramentos humanos muito preservados datados entre 9 e 7 mil anos. A gruta encontra-se ainda em pesquisa e a visitação não é aberta ao público. Após as explorações de Lund, as quais já tratamos, muitas outras foram feitas. Devemos, no entanto, ter cuidado e mesmo evitar explorações amadoras.

SUMIDOURO A gruta do Sumidouro possui um paredão com intensa cobertura de grafismos rupestres. O paredão forma um abrigo, por ter inclinação negativa e proteger os grafismos das intempéries onde se preservou o sítio arqueológico. Ali é possível ver uma sobreposição GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

intensa de pinturas em diversas cores de diversas culturas que foi se formando com os milênios. Este sítio está devidamente equipado para receber turistas com passarelas e deck de

IMAGENS DE MINAS

85


observação dentro do Parque Estadual do Sumidouro, situado nos municípios de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo. O caminho sinalizado possui escadas e passarelas de madeira nos trechos mais íngremes que facilitam o acesso além de proporcionar uma bela vista da Lagoa do Sumidouro dentro do parque. Ainda no parque é possível visitar a Gruta da Macumba onde se poderá ver um sítio arqueológico e patrimônio cultural mais recente. Esta gruta em forma de conduto atravessa o maciço da Lapinha com suas bocas ao nível do solo. No seu interior existe um salão que contém um altar religioso de matriz afro-brasileira, possivelmente construído por escravos para seu próprio uso Há também o Museu Arqueológico Anette Laming-Emperaire situado na cidade de Lagoa Santa para conhecer mais sobre o patrimônio arqueológico de Minas. O museu desenvolve regularmente palestras e eventos educativos ligados à arqueologia e educação patrimonial gratuitos e abertos ao público. Ainda se pode conhecer na cidade o túmulo de Lund que lá faleceu e foi enterrado em 1880. Próximo a esta região, em Cordisburgo encontra-se a gruta de Maquiné uma grande caverna com salões e formações impressionantes e que conta também com algumas pinturas rupestres em sua entrada e em uma pequena gruta lateral. Na gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, monumento natural desde 2009 (Lei Estadual nº 18.348/2009) foram registrados achados arqueológicos, porém merece ser citada pelos espeleotemas de grande beleza. Possui também rota facilitada por passarelas e iluminação,

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

ambas contam com guias do IEF, Instituto Estadual de Florestas.

86

Gruta Rei do Mato - Pintura rupestre Foto: Adriana Monteiro da Costa

IMAGENS DE MINAS


MATOZINHOS O município de Matozinhos concentra muitos locais passiveis de visitação. A Vargem da Pedra é um Monumento Natural Estadual (2010) onde um maciço calcário em forma de torre com condutos e pinturas rupestres em seu topo e na base se apresenta às margens de uma lagoa formada por dolina (abertura no solo que se comunica com o sistema de cavernas subterrâneas). Quando a lagoa está cheia, de um determinado ângulo, a torre de pedra parece flutuar sobre as águas limpas da lagoa. Na base da torre, em um abrigo lateral vemos pinturas pequenas em forma de círculo dividido em setores, já na janela frontal do conduto acima é possível contemplar cervídeos traçados em vermelho. O Parque Estadual de Cerca Grande (2010) abriga um dos locais estudados por Lund. O conjunto de grutas de Cerca Grande está situado acima do solo em um maciço calcário atravessado por condutos que formam uma rede terminando em grandes janelas no topo compondo uma formação imponente. Existem ali diversos painéis de grafismos, pintura e gravura rupestre representando animais como aves e cervídeos e figuras geométricas de diversos estilos predominando a tradição Planalto. O conjunto apresenta-se bem preser-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

vado, porém ainda não está aberto à visitação do público.

Cerca Grande

IMAGENS DE MINAS

87


A Lapa do Ballet situa-se ainda no município de Matozinhos e pode ser visitada mediante agendamento com a empresa de cimento Lafarge responsável pela preservação da área. Situada próximo à capital, Belo Horizonte, a famosa gruta contém um conjunto de grafismos da tradição Nordeste (caracteristicamente representando pessoas em atividades do cotidiano) restaurado e bem preservado. Os painéis contêm cenas que foram interpretadas como uma dança, daí o nome da gruta. Na entrada existe ainda um painel executado em um rochedo solto interpretado como a representação de um parto. As cenas tem muito movimento e expressividade embora sejam executadas em traços simples. A cabeça em forma da letra “c” com a boca aberta como se estivesse falando é uma das características desta tradição e é desenhada em seres humanos e em animais, ou figuras antropomorfas e zoomorfas. A idade destas pinturas pode chegar a 10.000 anos, mas não se conseguiu ali uma datação exata ainda.

SERRA DO ESPINHAÇO Na Serra do Espinhaço, a cerca de 70 km da cidade histórica de Diamantina está o parque Estadual do Rio Preto (1994), nos municípios de São Gonçalo do Rio Preto e Couto de Magalhães de Minas, com formações rochosas de quartzito que servem de suporte para onze de sítios de pinturas rupestres, alguns com trilhas e estrutura para visitação, incluindo uma pintura histórica de tropeiros. O parque é um dos mais bem estruturados para receber o visitante contando com hospedagem, camping e lanchonete/restaurante. Todos os passeios pelas trilhas do parque contam com guias e os visitantes são recebidos com uma aula de educação ambiental. A bela paisagem de campos rupestres e maciços de rocha contrasta com a areia muito branca e o Rio Preto em cachoeiras e poços onde é possível banhar-se próximo às pinturas rupestres.

NORTE DO ESTADO Ao Norte do estado vamos encontrar outra região com abundância de cavernas e sítios arqueológicos, trata-se do Vale do Rio Peruaçu entre as cidades de Januária e Itacarambi. O rio é afluente do Rio São Francisco e passa por um sistema de cânions e cavernas que apresenta arte rupestre e sítios cerâmicos em profusão. A região recebe as pesquisas do Arqueólogo Prof. Dr. André Prous da Universidade Federal de Minas Gerais há décadas e foi bastante documentada cientificamente. Encontra-se aí em funcionamento o Parque GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Nacional Cavernas do Peruaçu (1999) que além de levar o visitante a conhecer o relevo

88

impressionante das cavernas e cânions também tem trilhas especiais para visitação a alguns

IMAGENS DE MINAS


dos sítios arqueológicos que se localizam no parque com pinturas de diversas tradições estilísticas diferentes daquelas vistas na região de Lagoa Santa. Entre as tradições estilísticas aí encontradas, vemos a São Francisco, com grafismos geométricos policromos e a tradição Urubu representando vegetais e animais com grafismos monocromáticos de cores diversas São 140 cavernas e 80 sítios arqueológicos dentro do parque. O destaque do parque é o sítio da Lapa do Caboclo um painel policromo de grande altura com diversos estilos de arte rupestre que faz parte de um dos roteiros. A visitação ao parque é aberta e este conta com toda a estrutura de apoio ao turista

OESTE DE MINAS Na região das nascentes do Rio São Francisco, existe outra província cárstica cuja arqueologia vem sendo descoberta nos últimos anos. Trata-se da região de Arcos, Pains, Iguatama, Córrego Fundo e Doresópolis onde uma profusão de cavidades se apresenta ligada à utilização humana desde pelo menos a cerca de sete mil anos. A arqueologia da região tem como referência o museu municipal de Pains, Museu do Carste do Alto São Francisco, MAC. Esta instituição tem palestras gratuitas e visitas guiadas pelo acervo constituído de interessantes peças locais como pontas de flechas, machados de pedra e artefatos de cerâmica. O museu se localiza em uma casa histórica junto a um parque municipal. Embora apresente grande potencial turístico não há ainda outros locais preparados para o turismo na região. O Parque Nacional da Serra da Canastra (1972) possui em seu território diversos sítios identificados, porém ainda sem acesso seguro ou controlado. O sítio Pedra do Letreiro, de pintura rupestre, situa-se dentro dos limites do parque e pode ser visto a partir de uma estrada rural no município de São João Batista do Glória. Esses sítios contêm diversas pinturas pequenas e um painel maior com pinturas geométricas em vermelho, está situado em um abrigo em uma formação isolada de quartzito na meia vertente da serra. A região já explora o turismo devido à proximidade com a represa de Furnas e o sítio é visitado como atração, existe a fiscalização, porém sem um controle direto do acesso.

SUL DE MINAS A região Sul de Minas oferece ao turista o Parque Arqueológico Reserva Particular do Patrimônio Natural da Serra de Santo Antônio em Andrelândia, uma iniciativa privada GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

em preservação de toda uma paisagem arqueológica. O parque possui trilhas e controle do turismo situando-se na região do alto Rio Grande. Ali se pode ver um painel de pin-

IMAGENS DE MINAS

89


tura rupestre em abrigo rochoso com 50 metros de extensão contendo cerca de 500 figuras antropomórficas e geométricas com muitas cores. A formação rochosa apresenta também grutas e trilhas sinalizadas de acesso e apoio ao visitante.

CAMPOS DAS VERTENTES Na região do campo das Vertentes está em processo de criação o Parque Municipal Ecológico da Serra do Lenheiro em São João del Rei onde se podem ver dois sítios de pinturas da tradição Planalto com cervídeos desenhados em vermelho próximos a um maciço rochoso com penhascos e cavidades rasas. Existem ainda grandes lacunas tanto no conhecimento da arqueologia do estado como na adequação dos sítios à visitação do público. A descoberta de novos sítios aumentou tremendamente na última década movida pelas pesquisas obrigatórias incluídas no licenciamento ambiental. A preocupação com a preservação deste patrimônio e sua disponibilização à visitação do público tem aumentado proporcionalmente, mas a riqueza deste patrimônio ainda está longe de ser completamente conhecida, e o potencial turístico e educacional ainda muito pouco aproveitado. A abertura destes locais excepcionais à visitação pública é muito importante uma vez que o acesso aos bens públicos culturais se constitui em um direito da população assim como tem o direito ao conhecimento de sua própria História. Estes sítios representam os poucos legados de culturas indígenas extintas que tanto influenciaram na formação da nossa identidade nacional, assim como das componentes africana e europeia da nossa cultura. A visitação destes e outros sítios históricos e espeleológicos, assim como a apreciação dos nossos bens, verdadeiros tesouros culturais e naturais trarão ao viajante um vislumbre do imenso valor do nosso patrimônio cultural e da luta de nossos antepassados através da

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

nossa história.

90

IMAGENS DE MINAS


Parque Nacional Cavernas do Peruaçu

Januária

Montes Claros

135

GRUTA DO SALITRE

Diamantina

Corinto 259

135 259

Curvelo

GRUTA DE MAQUINÉ

Cordisburgo O40

Jequitibá

MG-231

Paraopeba Caetanópolis

MG-238

Parque Nacional da Serra do Cipó

O40

Sete Lagoas Matozinhos Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa Parque Estadual do Sumidouro

GRUTA REI DO MATO

MG-424

MG-010

Pedro Leopoldo

Belo Horizonte

381

Betim

GRUTA DA LAPINHA

Lagoa Santa

O40

356

MG-050

356

Divinópolis Parque Nacional da Serra da Canastra

040

MG-050

464 146

São João Batista do Glória 146

146

383

Parque Municipal Ecológico da Serra do Lenheiro

São João del Rei

265

265

383

383

494

Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio

Andrelândia


Foto: Rodrigo Lopes Ferreira


Rupestre Arte

Minas Gerais

D

esde os primórdios do tempo, antes mesmo do advento do papel, aparecem as pinturas em grutas, Altamira (Espanha) e Lascaux

(frança), que testemunham uma infância ancestral do homem como operador de sinais, não apenas através da comunicação da linguagem falada, mas, sobretudo, no risco e na cor. A esta arte antiquíssima que preenche o espaço em grutas e outras cavidades são chamadas de arte rupestre, primeira experiência lúdica entre a expressão verbal (palavra) e a expressão gestual (desenho) Na idade da pedra lascada, ou paleolítica, aparecem 2 longos períodos – o paleolítico inferior e o paleolítico superior – um bastante recuado no tempo outro mais aproximado. Na Europa, essas pinturas ou decorações de cavernas tinham valor de habitação, refúgio ou santuário de homens nômades, caçadores e pescadores e representavam quase exclusivamente animais comestíveis.


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

94

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS


A fatura era bastante rudimentar com substâncias minerais dissolvidas em água, gorduras animais ou vegetais, aplicada com as mãos ou rústicos pincéis, sopradas por meios de canudos ou feitas com bastonetes. Como em toda arte, pode-se vislumbrar formas figurativas mais objetivas ou deformadas, guardando, todavia, a transcrição da sensação ótica da imagem humana. Dessa forma, podemos encontrar animais realisticamente desenhados ou mais expressivos com elementos que caracterizam tamanho, força e ferocidade. Essas pinturas surpreendem pela simplicidade da técnica e o extraordinário poder de expressão. Em poucos traços e cores, a forma, o movimento e o caráter do animal são captados. Poucos artistas contemporâneos conseguiriam com recursos técnicos tão limitados iguais efeitos, como os que se observam nas cavernas francesas e espanholas de Montiac-Lascaux e de Altamira. Mais tarde, alguns desses precursores da arte chegam a uma geometrização de formas com tendência a abstração. A estilização, que foge a realidade visual da imagem, não traduz mais apenas sensações como também sentimentos e ideias, constituindo um dialeto formal que aos poucos se aproxima da escrita. O estudo da Arte Rupestre no Brasil é bastante jovem, tendo sido executado, em grande parte, por cientistas amadores. Em

Gruta de Altamira, próximo a Santander, Espanha.

Minas Gerais, como já dissemos, foi o naturalista estrangeiro Peter Lund que levantou e divulgou os diversos sítios arqueológicos encontrados no planalto mineiro. Alguns desses sítios possuem pinturas, gravuras e decorações hoje integralmente copiadas por espeleólogos até mesmo em tamanho natural. As ocupações mais antigas de Minas Gerais, através desses estudos, foram verificadas em espaços naturais usados como abrigos, como as cavidades, grutas e cavernas. Os habitantes mais antigos parecem mesmo terem surgido na região de Lagoa Santa. Aí expressaram arte feitas com sentido mágico de proteção sobrevivência e expressão estética. Desde os mais antigos tempos, o homem se expressa através da arte como a música, a dança e o traço gráfico ou pictural. Essas manifestações são encontradas em abrigos mais abertos onde se via a luz do dia. Próximo à Lagoa Santa, foram escolhidas paredes situadas GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

nas imediações de lagoas. Em cada um desses sítios, se vê mais de um painel decorado com obras que pertencem às várias tradições e estilos.

IMAGENS DE MINAS

95


Do ponto de vista artístico, os especialistas distinguem três tradições. A primeira caracteriza-se por desenhos de uma só cor, representando animais com predominância de veados, tatus e pássaros. Peixes podem aparecer mais raramente. Há pouquíssimas figuras humanas que aparecem de formas bem estilizadas. Surgem também vestígios de formas geometrizadas. As variações vão se dar de um local para outro, sendo que, em Lagoa Santa, são comuns as repinturas regulares dessas figuras, que por seu caráter mágico não podiam desaparecer. Na forma de um palimpsesto, por meio de radiografias e outras técnicas, é possível verificar as sobreposições e camadas de pinturas. Em Lagoa Santa, essas pinturas chegam a ocupar locais altos e isolados, mostrando, por um lado, usuais escaladas em rocha ou através de árvores, mas mostram por outro lado

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

uma preocupação com sentido de permanência dessas figurações, deixando claro que havia

96

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS


um interesse humano nessas representações. Portanto, a pintura rupestre não é uma execução artística ao acaso. Verificam-se, ainda, ligações preferenciais entre temas, conformando uma verdadeira história mitográfica. É o caso da associação sistemática entre o veado e o peixe em certas paredes. Onde aparecem formas híbridas desses animais. Outra observação denota uma certa organização nas imagens, que podem aparecer em pares ou trios – pares de peixes e trios de quadrupedes, demonstrando a concepção e proliferação da espécie – macho, fêmea e filhote. Na Gruta do Balé, em Matozinhos, o tema mais frequente é o das representações de figuras humanas de perfil, alinhadas em procissões de homens e mulheres (algumas grávidas) seguindo em direção a uma cena de parto, reforçando a ideia de concepção, nasci-

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

mento e procriação.

IMAGENS DE MINAS

97


No abrigo de Santana do Riacho, os especialistas estimam ocupação humana entre 12.000 e 1.200 anos atrás. A chamada Raça de Lagoa Santa manteve neste abrigo um cemitério entre 10.000 e 8.000 anos antes do século XXI. Durante este tempo todo os ocupantes dos abrigos preparavam tintas com pigmentos naturais que decoraram todo o paredão de mais de 100 metros de comprimento. A maioria das pinturas representam família de veados, casais de peixes, mamíferos e aves diversas. Só mais tarde, a figura humana ganharia destaque. Muitas dessas pinturas foram encontradas enterradas em solo arqueológicos, havendo indícios de que este seja o estilo mais antigo. No médio São Francisco, de pesquisa mais recente, temos o predomínio absoluto de grafismos geometrizados com raros animais, répteis, aves e peixes, nunca veados. Algumas figuras humanas mais detalhadas ganham enormes dimensões. Assim, de uma região para a outra pode-se notar diferenças em detalhes. A tradição do São Francisco, chamada tipo caboclo, são decorações internas simétricas. Algumas figuras geométricas foram, por vezes, interpretadas como astros, mas nada comprova que os antigos indígenas representavam o sol por um círculo com raios como se faz no ocidente europeu. Perto de Januária, as pinturas também decoravam a luz do dia, porém, mais próximo de Montalvânia, essas surgem também em sítios semiescuros. De todos os pontos de vista, conhecer sítios arqueológicos, cavernas, cavidades e grutas não é apenas ampliar o conhecimento sobre a existência humana, mas também uma

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

espetacular fruição estética.

98

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS

99


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

100

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

101


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

102

IMAGENS DE MINAS


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS

103


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

104

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

105


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

106

Foto: Rodrigo Lopes Ferreira

IMAGENS DE MINAS


IMAGENS DE MINAS

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

107



Referências

GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

ÁVILA, Cristina. Mario Behring – a história da aquarela. Belo Horizonte: Com Arte, 2005. BARBOSA, Waldemar Almeida. Dicionário dos Municípios de Minas Gerais. Belo Horizonte, Promoção da Família Editora, 1968. p.152. CAVALCANTE, Carlos. Como entender a pintura moderna. Rio de Janeiro: Editora Rio, 1978. 224 p. DEPARTAMENTO GERAL DE ESTATÍSTICA. As Grutas em Minas Gerais. In: Dicionário Corográfico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, s.d. FARIA, F. Felipe de A. (2008). Peter Lund (1801-1880) e o questionamento do Catastrofismo (in) Filosofia e História da Biologia Volume 3, 2008 - Seleção de Trabalhos do VI Encontro de Filosofia e História da Biologia, pp:139-156 Disponível em http://www.abfhib.org/FHB/FHB-03/FHB-v03-08-Frederico-Felipe-Faria.pdf. FARIA, Felipe, Georges Cuvier: do estudo dos fósseis à paleontologia. São Paulo: Associação Filosófica Scientiae Studia/Editora 34/CNPq, 2012. FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Barroco 16 – Minas Gerais – Monumentos históricos e artísticos – circuito do diamante. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1995. 578 p. GÓIS, Carlos. Histórias da Terra Mineira. Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo: Editora Paulo de Azevedo & Cia, 1939, 182 p. HOLTEN, B. & M. STERLL (2011) Peter Lund e as grutas de ossos em Lagoa Santa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011. 336 p. LEITE, Y.L.R. & COSTA, L.P. (2002) Peter Wihelm Lund e a fauna de mamíferos do vale do Rio das Velhas. O Carste 14(1): 33-40. LUNA FILHO, P. E. (Peter Moon) Peter Wilhelm Lund: o auge das suas investigações científicas e a razão para o término das suas pesquisas. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo (2007). LUND, Peter Wilhelm. Memórias sobre a Paleontologia Brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1950. LUND, Peter Wilhem. Carta de Lagoa Santa (Minas Gerais). RIHGB: Rio de Janeiro, 1842. MATOS, Anibal. O sábio Dr. Lund e a pré-história brasileira. Belo Horizonte, Biblioteca Mineira de Cultura, 1933. NEVES, Walter Alves e PILÓ, Luis Beethoven. O Povo de Luzia – em busca dos primeiros americanos. São Paulo: Globo, 2008. PROUS, André; MORLEY; Edna June et ali Herança – a expressão visual do brasileiro antes da influência do Europeu. São Paulo; Empresas Dow, 1984. 252p. ROSA, JOÃO GUIMARÃES. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. ROSA, JOÃO GUIMARÃES. No Urubuquaquá no Pinhém. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1965. SILVEIRA, Victor da. Minas Gerais em 1925. Belo Horizonte: Imprensa Oficial. 1926. VOSS, R.S. & M.D. Carleton (1993) A new genus for Hesperomys molter Winge and Holochilus magnus Hershkovitz (Mammalia, Muridae) with an analysis of Its phylogenetic relationships. American Museum Novitates 3085:1-39. VOSS, R.S. & MYERS, P. (1991). Pseudoryzomys simplex (Rodentia: Muridae) and the significance of Lund’s collections from the caves of Lagoa Santa, Brazil. Bull. Am. Mus. Nat. Hist. 206:414-432.

IMAGENS DE MINAS

109


GRUTAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS

Sites consultados:

110

BRASIL ESCOLA. Estalactites e Estalagmites. Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/estalactites-estalagmites.htm. Acessado em 08 de janeiro de 2017. CIRCUÍTO DAS GRUTAS. Disponível em: http://circuitodasgrutas.com.br/novo/ Acessado em 08 de janeiro de 2017. DESCUBRA MINAS. COM. Gruta de Maquiné. Disponível em: http://www.descubraminas.com. br/Turismo/DestinoAtrativoDetalhe.aspx?cod_destino=90&cod_atrativo=1615. Acessado em 08 de janeiro de 2017. DICIONÁRIO INFORMAL. Cárstico. Disponível em: http://www.dicionarioinformal.com.br/c%C3%A1rstico/. Acessado em 08 de janeiro de 2017. DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS. Plistoceno. Disponível em: https://www.dicio.com.br/ plistoceno/. Acessado em 08 de janeiro de 2017. GEOMARCO. Processos Geológicos. Disponível em: http://www.geomarco.org/download/Processos%20Geol%C3%B3gicos.pdf. Acessado em 08 de janeiro de 2017. GRUPO BAMBUÍ DE PESQUISAS ESPELEOLÓGICAS. Disponível em: http://www.bambui.org.br. Acessado em 08 de janeiro de 2017. JORNAL O TEMPO. Líder em número de grutas, MG abre menos de 1% dos espaços. Disponível em: http://www.otempo.com.br/cidades/l%C3%ADder-em-n%C3%BAmero-de-grutas-mg-abre-menos-de-1-dos-espa%C3%A7os-1.1263055. Acessado em 08 de janeiro de 2017. PORTAL VISITE MINAS GERAIS. Grutas Mineiras. Disponível em: http://visiteminasgerais.com. br/mg/grutas-mineiras. Acessado em 08 de janeiro de 2017. POUSADA DO MONDEGO. Gruta de Maquiné. Disponível em: http://mondego.com.br/gruta-do-maquine/ Acessado em 08 de janeiro de 2017. PREFEITURA DE DIAMANTINA. Conheça o Monumento Natural Gruta do Salitre. Disponível em: http://diamantina.mg.gov.br/noticias/conheca-o-monumento-natural-gruta-do-salitre/ Acessado em 08 de janeiro de 2017. REVISTA DE HISTÓRIA. Dinamarquês das Cavernas. Disponível em: http://www.revistadehistoria. com.br/secao/retrato/dinamarques-das-cavernas. Acessado em 08 de janeiro de 2017. SETE LAGOAS.COM. História de Sete Lagoas. Disponível em: http://setelagoas.com.br/sete-lagoas/ cidade/historia. Acessado em 08 de janeiro de 2017. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REY. Sete Lagoas. Disponível em: http://www.ufsj. edu.br/csl/a_cidade.php. Acessado em 08 de janeiro de 2017. WIKIPEDIA. Lagoa Santa (Minas Gerais). Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lagoa_ Santa_(Minas_Gerais). Acessado em 08 de janeiro de 2017. WIKIPEDIA. Espeleologia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Espeleologia. Acessado em 08 de janeiro de 2017. WIKIPEDIA. Georges Cuvier. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Cuvier. Acessado em 08 de janeiro de 2017. WIKIPEDIA. Catastrofismo. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Catastrofismo. Acessado em 08 de janeiro de 2017. WIKIPEDIA. Peter Wilhelm Lund. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Wilhelm_ Lund. Acessado em 08 de janeiro de 2017. VIAGEM VIRTUAL. Diamantina 01 – MG – BR. Disponível em: http://ab-imagensincriveis.blogspot. com.br/search?updated-max=2008-09-22T15:15:00-03:00&max-results=20&reverse-paginate=true. Acessado em 08 de janeiro de 2017.

IMAGENS DE MINAS



Este livro foi impresso pela Grรกfica Formato em papel couche fosco 120g Belo Horizonte 2017




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.