Recital em homenagem aos professores
CELINA SZRVINSK e
MIGUEL ROSSELINI 17 de maio de 2012 - 10 horas
Audit贸rio da Escola de M煤sica da UFMG
“Que faz um homem que chega à beira do precipício, que tem vertigem? Instintivamente, olha para o que está mais perto – vocês já fizeram isso, já viram fazer. É simples, é o que há de mais simples. Fixamos o olhar no degrau imediato ou no parapeito, na balaustrada, num objeto fixo, para não ver o resto. Isto é honesto, é sincero, é verdadeiro. O homem que vive esse momento não vai fazer a filosofia da queda ou do desespero”, afirma Ponge. Para mim a música é esse precipício, esse abismo. Ao mesmo tempo, nos seduz e amedronta, nos faz olhar aquilo que está mais perto. E o que está mais perto de nós, senão nós mesmos? A música nos instiga a nos estudarmos. Porém, quando se é jovem, quando se é aluno, recém entrado na universidade ou na vida de músico, o que fazemos é filosofia da queda. Por vezes, quase caímos. Não fossem eles, nossos professores de música, cairíamos. Antes de sabermos que o mais próximo de nós somos nós mesmos, nossos professores, numa forma única de presença, tornam-se o algo mais próximo de nós, aquilo para o qual olhamos, aquele em quem fixamos nossa atenção. Tornam-se uma presença confundível e já não sabemos mais onde começamos e onde terminamos. Ser esta presença é ser sensibilidade, compromisso, diversidade. Para mim, trata-se de algo que é mais que professor. Trata-se de ser música antes da música. Miguel e Celina sabem sê-lo. Durante meu curso e além, foram o parapeito que me manteve seguro diante do precipício. Se o foram, é porque foram honestos, sinceros, verdadeiros, como eu fui verdadeiro, sincero e honesto ao sentir medo diante do precipício, diante da música. Agradeceria, mas nós músicos sabemos que “obrigado” é apenas uma palavra, e como tal, limitada se comparada àquilo que podemos com música. Por isso, este concerto, como todo concerto, uma festa. Texto de Igor Reyner
PR O GRAMA Mozart Camargo Guarnieri
Claude Debussy
Momento No. 1 (Dedicado à Celina Szrvinsk) Anderson Daher, piano Petite Suite Un bateau Junia Canton Heron Alvim, piano a 4 mãos
Robert Schumann
Villa-Lobos
Album para a Juventude Op. 68 Mignon - nº35 Rosiane Lemos, piano
Canto do Sertão Marcus Medeiros, piano
Johann Sebastian Bach
Sonata em Mi b Maior, para flauta e piano Rubia de Moraes, flauta Máximo Marques, piano
Manuel de Falla
Sete Canções Populares Espanholas Asturiana Luíza Anastácio, violino André Milagres, violão
Mozart Camargo Guarnieri
Dança Negra Joana Boechat, piano
Frédéric Chopin
Noturno Op. 15, No. 3 em sol menor Daniel Augusto, piano
Franz Schubert
Der Leiermann
Erwin Schulhoff
Frédéric Chopin
Gustavo Eda, tenor Leonardo Queiroz, piano
Trio para flauta, viola e contrabaixo Rúbia de Moraes, flauta Waltson Tanaka, viola Rodrigo Olivares, contrabaixo
Prelúdio op. 28 No. 4 em mi menor Clóvis Vieira, piano
Claude Debussy Petite Suite Menuet Leonardo Queiroz Luana Gonçalves, piano a 4 mãos
Wolfgang Amadeus Mozart Quarteto para piano K. 478, em sol menor .Allegro
Olivia Maia, violino Iberê Carvalho, viola Renan Moreira, violoncelo Leonardo Queiroz, piano
Mozart Camargo Guarnieri Robert Schumann
Toccata Gabriel Casara, piano Doze Peças para Piano Op. 85 Cortejo de Aniversário Sandra Almeida Cristina Guimarães, piano a 4 mãos