III Palhaçada: Outros Estados do Riso | nov-dez 2013

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ristóteles disse que o homem é o único animal que ri. Em que

momento da evolução humana surge o riso? É provável que a arte de fazer rir tenha nascido neste justo momento. Desde as mais antigas civilizações de que se tem notícia, em todas as sociedades, alguém exerce este ofício; o palhaço é um arquétipo. No picadeiro, enquanto as outras artes circenses exploram o risco e a superação, trazendo o extraordinário, o heroísmo, esta figura surge para nos levar, o público, de volta ao cotidiano, nos fazendo rir de nossos próprios fracassos. Não é possível interpretar um palhaço, é um exercício de ser em relação ao outro. Nesta terceira mostra dedicada à linguagem da palhaçaria, com estilos e raízes diversas, palhaças e palhaços entram em cena na lona imaginária do Sesc Belenzinho com números dos quais rimos talvez há centenas de anos e outros que soam originais. A provocação ao riso aparece sobretudo como tentativa de antídoto contra o poder, sem perder o compromisso com a inutilidade indispensável.




entre si, apresentam diversidade estética, conceitual e formal. Neste espetáculo, entradas clássicas, acrobacia, mágica, música ou malabarismo são pontos de partida para criar um universo representativo da imperfeição do ser humano, num show de variedades cômicas. Uma celebração ao humor circense, às vezes inteligente, às vezes nem tanto. Em 1997, Domingos Montagner e Fernando Sampaio criam o grupo La Mínima de circo e teatro. Os dois se conheceram no Circo Escola Picadeiro em São Paulo, onde iniciaram sua dupla de palhaços. Criaram e levaram às ruas reprises, entradas e outros números circenses, desenvolvidos sob a orientação do Mestre Roger Avanzi, o Palhaço Picolino. Já receberam prêmios como APCA, Em Cena Brasil (Ministério da Cultura) e Shell. O grupo já se apresentou em festivais de circo e de teatro na França, Espanha e Chile, entre outros.

23/11. Sábado, às 20h. Sala de Espetáculos I Duração: 80 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Concepção e direção Grupo La Mínima Domingos Montagner e Fernando Sampaio. Apresentação Domingos Montagner e Fernando Sampaio. Convidados Dedé Santana e Baiaco, Palhaça Rubra e Pelanca, Mágico Alex. Coordenação de Produção e Administração Luciana Lima. Produção Executiva Cristiani Zonzini.

Foto: Carlos Gueller Foto: Carlos Guelle r

A comicidade no circo está sob a responsabilidade dos palhaços, que,



interligados por atos de destreza circense, com elementos excêntricos (monociclo, balancismo, malabarismo, instrumentos musicais). Finalmente Aziz buscará sua personalidade em distintas máscaras e mediante um jogo de contrastes encontrará a si mesmo. Aziz Gual nasceu na Cidade do México em 1969. É graduado no “Clown College del Circo Ringling Bros & Barnum and Bailey (EUA). Estudou técnicas de circo e clown com mestres da escola do circo russo como: Anatoli Lokatchouk, Tatiana e Yuri Velov; e também na L´Ecole du Cirque Espace Catastrophe (BEL). Tem formação em diversas áreas como ballet, canto e ópera, técnica Lecoq e técnica Marceau. Toca vários instrumentos: trompete, acordeon, violoncelo, tuba e percussões. Domina as técnicas circenses: malabarismo, monociclo, perna de pau, trapézio estático, equilibrismo de objetos, corda vertical, corda tensa, pantomima. Com seus espetáculos, Aziz já se apresentou em todo o México e diversos países como: EUA, Costa Rica, Argentina, Itália, França, Turquia, Croácia e Espanha.

24/11. Domingo, às 17h. Sala de Espetáculos I Duração: 60 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Direção e atuação Aziz Gual. Produtora, técnica de Luz e som Catarina Mesinas.

Foto: Fo Amador Mesinas s

Em De Risa en Risa, encontramos uma sequencia de números de clown



uma faxineira, uma mãe e uma artista. Em cada um deles, Pepa utiliza uma característica diferente para dar vida a estes personagens. No primeiro investe na repetição, no segundo em gags visuais e por fim em números de mágica. Pepa Plana é uma palhaça catalã de referência mundial na comicidade feminina. Formada em Arte Dramática pelo Institut de Teatre de la Diputació de Barcelona e também em Estudos de Arte Dramática pela Escola Josep Ixart de Tarragona, é diretora artística do Festival Internacional de Palhaças de Andorra. Com seu repertório, faz turnês por vários países como Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Colômbia, Argentina, Guatemala e Jordânia. Em 2012 integrou o elenco do espetáculo AMALUNA do Circo de Soleil.

26/11. Terça, às 20h. Sala de Espetáculos I Duração: 90 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Palhaça Pepa Plana (Joan Busquets). Orientação de Mágica Mágic Andreu. Música Original Luís Cartes. Figurino Rosa Solé. Iluminação Jordi Llongueras. Fotografia Joan Sánchez. Produção La Vaca Flaca. Direção Pepa Plana.

FoFoto: Joan Sánchez s

L’Atzar, espetáculo solo, foi construído a partir de três quadros:



Foto: Festiclown

Em sua mais nova obra, Leo Bassi traz um apanhado de sua carreira em um espetáculo de aproximadamente uma hora e meia: uma compilação de seus melhores números nos últimos anos, clássicos em que vemos um Bassi divertido e mordaz jogando com a plateia. As religiões, a direita, o capitalismo, nada escapa à crítica, à arte livre das convenções, onde a provocação é uma linguagem e não um propósito. Bufão por auto definição, herdeiro de uma estirpe de palhaços que fez do riso uma arma pacífica para a transformação social e política, Leo Bassi nasceu em Nova Iorque, em 1952, em uma família italiana e inglesa dedicada desde 1840, por seis gerações, à atividade circense. Caracteriza-se por um estilo provocador com críticas à direita política e à religião (especialmente à igreja católica).

28/11. Quinta, às 21h. Teatro Duração: 90 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Criação, direção e atuação Leo Bassi



o espetáculo que comemora os 20 anos do grupo. Sem a pretensão de transpor fielmente O Pequeno Príncipe para a cena, a montagem reproduz conceitos e sentimentos presentes no livro. No palco, duas palhaças com personalidades bem distintas – uma descrente e amargurada, outra esperançosa e positiva – conversam sobre as questões existenciais da vida, como a amizade e os sentimentos de distância e aproximação. As Marias da Graça ganharam seus narizes vermelhos em julho de 1991 e resolveram formar um grupo de mulheres palhaças, algo novo no país, na época. São mulheres que trabalham o riso e escolheram a arte da palhaça para expressar o cotidiano feminino. Interferem assim, na visão tradicional deste universo artístico. Em 2003 o grupo fundou a Associação de Mulheres Palhaças As Marias da Graça, e a partir de 2009, idealiza, realiza e produz o festival “Esse Monte de Mulher Palhaça – Festival Internacional da Comicidade feminina”.

29/11. Sexta, às 20h. Sala de Espetáculos I Duração: 50 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Roteiro Karla Concá e Vera Ribeiro /As Marias da Graça e Guillermo Angelelli. Direção Guillermo Angelelli Atrizes/palhaças Karla Concá (Indiana da Silva) e Vera Ribeiro (Shoyu da Gama). Direção de Arte Rui Cortez. Visagismo Flávia Palmeira. Iluminação Djalma Amaral

Foto: Piti Tomé

Duas Palhaças, dirigido pelo palhaço argentino Guillermo Angelleli, é



Foto: Xan

Tem Areia no Maiô conta a história de cinco palhaças que resolvem ir à praia num domingo de sol. A trupe embarca num calhambeque rumo à Copacabana e a aventura começa com um pneu furado. Na praia, As Marias fazem um strip-tease desfilando seus maiôs graciosos e divertidos. Enfrentam, desastradamente, perigos no mar, chuvas de verão e, claro, areia no maiô. Contam piadas, jogam frescobol, dançando coreografias ao som de Roberto Carlos, Elza Soares e Rita Pavone. As Marias da Graça ganharam seus narizes vermelhos em julho de 1991 e resolveram formar um grupo de mulheres palhaças, algo novo no país, na época. São mulheres que trabalham o riso e escolheram a arte da palhaça para expressar o cotidiano feminino. Interferem assim, na visão tradicional deste universo artístico. Em 2003 o grupo fundou a Associação de Mulheres Palhaças As Marias da Graça, e a partir de 2009, idealiza, realiza e produz o festival “Esse Monte de Mulher Palhaça – Festival Internacional da Comicidade feminina”.

30/11 e 01/12. Sábado e domingo, às 12h. Teatro Duração: 50 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

7 Roteiro Denise Crispun. Direção Beto Brown Direção de arte Rui Cortez. Palhaças Indiana (Karla Concá), Iracema (Samantha Anciães), Maffalda (Geni Viegas) Shoyu (Vera Ribeiro). Iluminação e coreografia Beto Brown Trilha sonora Beto Brown e As Marias da Graça Produção As Marias da Graça Tem Areia no Maiô.



repertório e quadros inéditos com humor “non-sense”, através da linguagem do palhaço e da mímica. Ritornello: do Italiano, verso ou versos, que se repetem no fim de cada estrofe de uma composição, é um termo utilizado na música, mas que também pode ter uma relação com o trabalho do palhaço: a graça oriunda justamente da repetição do seu erro. Partindo de uma ação atrapalhada, o mote de inspiração das cenas nasce da tentativa do acerto. Do ponto de vista do palhaço isso nunca dá certo, e desenvolve-se assim a comicidade e dramaturgia. Palhaço, mímico e ator, Cláudio Carneiro já passou pelo Cirque du Soleil (USA), Circo Medrano (Itália), Cia. La Fiesta Escenica (Espanha) e Le Chiche Capon (França). Suas referências e influências vem de uma linhagem de comediantes mundiais como Peter Sellers, Mel Brooks, Jerry Lewis e Monthy Python.

30/11. Sábado, às 20h. Sala de Espetáculos I Duração: 60 min. R$ 10 * R$ 5 ** R$ 2 ***

Roteiro e Direção Cláudio Carneiro. Trilha Sonora Raul Teixeira. Iluminação Lígia Chaim. Efeitos Especiais Fran Barros. Cenografia Rick Kukierman. Produção Joca Paciello.

Foto: Paulo Barbuto

O espetáculo é um solo que mistura números já conhecidos de seu


24/11. Domingo, às 15h. Internet Livre. Grátis

Mashi Trasi que Trasi! Palestina, 2013, 52min. Documentário, cor. Direção: Edu Alter. Gravado pelo coletivo “Pallasos en Rebeldía” em abril de 2009 em territórios palestinos ocupados. Uma expedição de palhaços rebeldes vai à Palestina com a missão de derrubar o “muro da vergonha” com a força do riso, através das oficinas de risoterapia e clown. Esta caravana estimulou o projeto Festiclown Palestina, o Festival Internacional de palhaços que aconteceu na primeira quinzena de setembro de 2011 nas cidades de Ramalah, Jerusalém e Nablus.

Caminando La Risa Espanha, 2009, 35min. Documentário, cor. Direção: Anna Soldevila O coletivo Pallasos en Rebeldía viaja a comunidades do Norte de Chiapas (México) e acompanha a primeira companhia de Palhaços Zapatista da história.

Mares de Risa, Barcos de Piedra Espanha, 2013, 23 minutos. Documentário, cor. Realização: Pallasos en Rebeldía e Nobody Films O coletivo Pallasos en Rebeldía visita os campos de refugiados saharauis para participar pela primeira vez do Festival de Cine del Sahara.

Pallasos en Rebeldía é um espaço de solidariedade internacional e fraternidade entre os povos que se expressa através do riso e da arte e que agrega artistas de diferentes países e territórios do Estado Espanhol. Nasceu impulsionado pelo Festiclown (Festival Internacional de Clown da Galícia), com o objetivo de trabalhar para compartilhar esperanças e sonhos em lugares do mundo que vivem sob conflitos militares.


O Riso e a Carícia - Aziz Gual (MEX) A partir dos princípios da comédia física, do desenvolvimento da linguagem não verbal, do magnetismo da imobilidade e do contraste das máscaras tradicionais dos palhaços, o mexicano Aziz Gual pretende levar os participantes a explorarem sua vulnerabilidade e desenvolverem seu palhaço individual. Serão utilizados elementos de malabarismo, manipulação e apreciação musical e, fundamentalmente, técnicas de clown, improvisação, e impulsos para a exploração, a compreensão e a criação dos esquetes. Oficina direcionada a palhaços, circenses, atores e estudantes de artes cênicas. 23/11. Sábado, das 10h às 18h. Sala de Expressão Corporal 2. 20 vagas. Grátis. Inscrições: dia 05/11 [TERÇA], pessoalmente, a partir das 14h, no estacionamento. Havendo disponibilidade de vagas, as inscrições seguirão no 1º pavimento a partir de 06/11 [QUARTA], às 11h.

Leo Bassi e a Arte de Fazer Rir - Leo Bassi (ITA) Aula-espetáculo com Leo Bassi sobre a linguagem do palhaço/bufão. Mediação de Esio Magalhães. Retirada de ingressos com uma hora de antecedência. 27/11. Quarta, às 20h. Sala de Espetáculos I. Grátis.


23/11 24/11 26/11 28/11 29/11 30/11 e 01/12 30/11

* inteira Livre para todos os públicos

** usuário matriculado no Sesc e dependentes, aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública de ensino *** trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes

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Não recomendado para menores de 7 anos Não recomendado para menores de 14 anos Não recomendado para menores de 16 anos



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aba para baixo Sesc Belenzinho Rua Padre Adelino, 1.000 CEP 03303-000 TEL (11) 2076-9700 email@belenzinho.sescsp.org.br sescsp.org.br/belenzinho / sescbelenzinho / sesc_belenzinho

Projeto Gráfico e Ilustrações Denis Tchepelentyky

Co loq ue o “n ar iz” co mo no de sen ho


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