de novembro 2016 a março 2017
MOTUMBÁ* Memórias e existências negras
Mostra que integra diversas linguagens artísticas e ações culturais para apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negras, negros e/ou periféricos. As atividades desta programação valorizam a representatividade de matrizes africanas legitimadas por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos.
* Em Yorubá, Motumbá é um pedido de benção entre os nagôs, uma saudação.
A realização de uma mostra das artes negras no Sesc Belenzinho é uma oportunidade para construir e apresentar aos diversos públicos um panorama que pretende contemplar a magnitude das poéticas, estéticas e temáticas, a partir de abordagens representativas, produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros, negras e/ ou periféricos e/ou trabalhos sólidos que possuem profundidade e verticalidade em pesquisas acerca de uma cultura brasileira de matrizes africanas, legitimados por trajetórias de vida e posicionamentos sócio-políticos. Herdeiros de um contexto histórico de escravidão, integramos uma sociedade marcada por cicatrizes racistas e que ainda hoje reproduz valores coloniais, arraigados em preconceitos e discriminações culturais. Portanto, reunir artistas da cena preta é mais do que celebrar. É gesto de afirmação, valorização e fortalecimento das culturas de matrizes africanas, em meio a contradições próprias de nossos tempos, quando ainda predominam pensamentos e entendimentos tributários das matrizes culturais brancas, tendências e visões de mundo hegemônicas, porque eurocêntricas.
Tendo como eixo fundamental a noção de representatividade, propõe-se dar visibilidade para produção artística negra, e também abrir espaço para debates, circulação de pensamentos, e construção de olhares contemplativos, que questionem preconceitos e ideias hegemônicas. Com isto, espera-se estimular a ressignificação de termos pejorativos, hábitos culturais herdados por uma história que folcloriza, estereotipa e não abarca potências das artes de matrizes negras e periféricas. Recontar mitos, trazer para o centro memórias e tradições que estão à margem, apresentar novas linguagens e criações, discutir nossa existência, problematizar e refletir a história e suas narrativas eletivas e descortinar o véu que ofusca e esconde belezas negras da sociedade brasileira.
Representação e Diversidade O respeito à diversidade cultural preconiza uma postura de estímulo ao convívio multicultural capaz de orientar as sociedades contemporâneas, atravessadas por uma série de conflitos e dilemas. No Brasil, cuja população carrega as misturas de influências, origens e referências de três matrizes distintas – indígena, europeia e africana –, além de outras tantas, relacionadas aos fluxos migratórios, a atitude transformadora passa pelo reconhecimento e pela valorização de cada um de seus elementos constitutivos. Por outro lado, a posição de indiferença e conformismo, corroborada pela aparente invisibilidade do outro, alimenta a reprodução de manifestações discriminatórias. A discriminação pode ser uma forma de violência tão devastadora e maléfica quanto as guerras e perseguições que atentam contra a vida física. Trata-se de um fenômeno global, com implicações na autoestima e nas inter-relações entre os seres humanos, por princípio legal, iguais em direitos e deveres.
É nesse contexto que se insere o projeto Motumbá – Memórias e existências negras, objetivando aproximar olhares, vozes e escutas, difundir saberes e registrar a ação desses sujeitos e seu protagonismo. A ampliação dessa representatividade social por meio de maior visibilidade e circulação dos elementos de matriz afro-brasileiras pode favorecer um outro entendimento da história do país. Em consonância com suas diretrizes de educação para diversidade e para alteridade, o Sesc propõe esse conjunto de realizações acreditando que o ato de refletir e identificar outras formas de expressar as raízes brasileiras, por meio da cultura, pode abrir caminhos emancipatórios ao permitir espaços para questionamentos e ressignificações, possibilitando uma visão crítica da realidade, relevante instrumento para o fortalecimento da cidadania.
Sesc São Paulo
Motumbá! Mukuiu! Kolofé! No pé do baobá ecoam os Ilús da diáspora negra, o Rum costura a marcação sincopada do Rumpi e Lé, que dialogam com as melodias ressonantes e metálicas do Gã, invocando nesse instante a ancestralidade do orum para uma grande interação, movimentação e reflexão no aiyê. No sopro de Olorum se cria e transforma, uma manifestação artística e cultural que mantém a chama acesa das memórias negras de matrizes africanas e existências periféricas em contextos tradicionais, urbanos e contemporâneos. A rota dos orixás derramou no atlântico as marcas de um novo mundo, nas heranças Africanas encontram-se fortes raízes culturais do povo brasileiro que nos tornam o que somos e o que seremos no futuro. A África como berço do mundo e da humanidade contribuiu e ainda contribui de forma significativa para a formação da cultura brasileira, através dos diversos povos, Bantus, Jejes, yorubás e outras etnias que aqui chegaram. Em um contínuo processo de realimentação cultural entre as Américas e as múltiplas Áfricas, territórios expandidos de referências estéticas, temáticas e poéticas infinitas, uma ponte se forma a partir do intercâmbio cultural entre esses pólos, numa perspectiva esférica e mutante, num olhar orgânico e emotivo que se funde e se amplia por um leque de percepções, gestos, sonoridades, ambientes, imagens e sentimentos de Áfricas vivas e dinâmicas presentes em cada um de nós brasileiros.
A formação cultural do nosso país não pode ser vista sem a participação dos negros e negras, bem como, os povos indígenas originários das terras brasílicas, legados que se fazem presentes nas diversas relações sócio culturais: na música, dança, artes plásticas, teatro, culinária, literatura, arquitetura, costumes, religião e nas roupas. Entretanto, olhar à verdadeira história desta nação é também compreender como as raízes do preconceito racial e da discriminação foram alimentadas pelo fato de os negros e negras terem chegados ao Brasil em condições de “mercadorias escravizadas” durante muitos anos. Os Quilombos, Terreiros de Candomblés e diversas tradições culturais afro-brasileiras foram perseguidas pela soberania do Estado até meados do século XX e este preconceito está enraizado no cerne da atual sociedade, que cotidianamente extermina a nossa população de melanina acentuada em sua fase mais ativa, dissipando violentamente os corpos despadronizados do modelo eurocêntrico e aniquilando nossas histórias, memórias e culturas. Magias negras, macumbas, escambos, malocas, quilombos, mandingas e culturas marginais, vozes diaspóricas como grito polifônico de resistência, na quebra das algemas do projeto colonial, reverbera na cidade conexões plurais de existências transculturais negras e periféricas, entre cacos e fagulhas de olhares críticos, poéticos e contemplativos que compõe o panorama do mosaico artístico da mostra de arte Motumbá. Laroyê! João Nascimento
DANÇA Pensada a partir da busca por grupos dedicados à pesquisa e criação que estabelece interfaces entre os universos das tradições e aquilo que chamamos de contemporâneo. Além desse foco, buscou-se contemplar apresentações de grupos que não falem diretamente sobre o tema, mas que trazem em suas formações e corporeidades a vivência negra e periférica.
Foto: Aloizio Jordão
Nono oon ono noono nono nono noononono MIX MEMÓRIA com Cia. Étnica
MIXMEMÓRIA Com Cia. Étnica O espetáculo foi pensado como uma tradução, em dança e imagens, do provérbio africano Sankofa: “O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado”. MixMemória reúne, decompõe e rearticula para o presente alguns objetos, vídeos, células e coreografias criados pela Cia. Étnica de Dança entre os anos de 2004 e 2015. Concepção, direção e coreografia: Carmen Luz. Intérpretescriadores: Aly Moreira, Amanda Correa, Cintia Jocas, Dandara Mariana, Elton Sacramento, Gessica Justino e Silvia Patricia Assistentes de direção: Amanda Correa da Rocha e Vik Birkbeck. Ensaiadora: Amanda Correa. Ensaiadores assistentes: Aly Moreira e Elton Sacramento. Trilha sonora: Rodrigo Brayner e Carmen Luz. Música original: Rodrigo Brayner. Desenho de Luz: Camille Laurent. Vídeos: Carmen Luz e Vik Birkbeck. Figurinos: Carolina Casarin e Carmina Delaluccia. Costureira: Iara Neri. Operação de som: Elias Pintanel. Operação de projeção: Bruno Carneiro da Cunha. Direção de produção e produção executiva (Rio de Janeiro): Gessica Justino. Produção São Paulo: Anayan Moretto
De 25 a 27 de novembro. Sexta e sábado, às 21h30 Domingo às 18h30. Sala de Espetáculos II Livre para todos os públicos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
FILME e BATE-PAPO
O CORPO NEGRO NA DANÇA e UM FILME DE DANÇA Com Cia. Étnica A proposta é a palestra O Corpo Negro na Dança seguida pela exibição do filme-documentário de longa-metragem Um Filme de Dança e seu consequente debate. As atividades serão realizadas pela coreógrafa, pesquisadora e realizadora audiovisual Carmen Luz, autora de Um Filme de Dança. E os negros? Onde estão os negros? - Eis a pergunta que os brasileiros deveriam se fazer uns aos outros – A pergunta de Jean-Paul Sarte e a constatação de Nelson Rodrigues nos anos 1960 do século passado ainda ressoa no Brasil do século XXI principalmente quando o assunto é a Dança Cênica, o Teatro e a TV. O eco desta pergunta na dança cênica brasileira foi o ponto de partida para a realização de Um Filme de Dança. O filme foi ao encontro de alguns dos mais atuantes criadores e criadoras negras e negros de dança de diferentes gerações. Mesclando danças e entrevistas, nos mostra a trajetória, o pensamento, o belo e contundente trabalho desses e dessas artistas. Por sua abrangência, o filme é um documento pioneiro na história da dança brasileira. É uma homenagem à perseverança de bailarinas e bailarinos, coreógrafos e coreógrafas. Um tributo ao corpo negro, dono de sua própria dança. Dia 24 de novembro. Quinta, às 20h. Sala de Espetáculos II Livre para todos os públicos | Grátis
Foto: divulgação
UM FILME DE DANÇA dir: Carmen Luz
OFICINA
TODO CORPO IMPORTA Poéticas para imaginar, viver e dançar
Com Cia. Étnica
Construída sobre os temas do encontro, da memória e da igualdade, a oficina se propõe a estimular e preparar o corpo, a imaginação e o pensamento dos/das participantes, para a experimentação e a criação dos processos denominados, AREC - Atos de Resistência, Existência e Convivência. Concebidos pela coreógrafa Carmen Luz, os AREC nascem da abertura individual e coletiva para experimentar, agir e pensar o corpo como um bem comum, sujeito e objeto que importam. Todo corpo importa, é o lema da Oficina. Exercícios com foco na respiração e na observação, jogos corporais, vocais e dramáticos, a leitura poética de escritores, compositores e artistas urbanos, funcionarão como senha dadas aos/às participantes para que busquem e descubram no percurso dos encontros propostos outras e novas formas – sempre provisórias - de mover, pensar e viver. De 25 a 27 de novembro. Sexta e sábado, das 15h às 19h e domingo, das 13h às 17h. Sala de Espetáculos II Não recomendado para menores de 16 anos | Grátis Inscrições: até dia 21 de novembro, por meio de envio de currículo resumido para ciaetnica@belenzinho.sescsp.org.br. Os candidatos selecionados serão avisados por e-mail até 23/11.
OFICINA
DANÇA DE EXPRESSÃO NEGRA Com Edileusa Santos
Um novo olhar para o tambor, buscar novas possibilidades de diálogo. Percebê-lo por meio dos cincos sentidos. A Oficina terá ênfase na conexão do corpo com o ritmo de percussão, associado à independência de cada parte do corpo e sua relação com o Orixá. Partindo do principio que no Tambor está o estimulo da construção para a organização de movimento no corpo. O som do instrumento permeia todo o processo da aula, não existe certo ou errado, o que existe é a possibilidade de uma nova relação, uma nova percepção com o tambor. Como sentimos o som do tambor no corpo? Como processa a vibração do som no corpo? Como esse som move o corpo? Como o som faz o corpo percorrer o espaço? Essa relação não se restringe ao som percussivo vibrante, contagiante e nem ao ritmo acelerado do tambor. Mas sim em perceber os sentidos corporais aguçados pelo ritmo do tambor, transpondo em sensações quando escutamos e sendo também um processo que abre espaço para a criação. Tudo isso é revelado durante o processo, no experimento, e na vivência enquanto dançamos, no fazer do corpo. A metodologia atua onde a teoria / prática caminha juntos. Portanto a oficina terá dois momentos: 1º leitura do artigo Dança de Expressão Negra - Um Novo Olhar sobre o Tambor. 2º aula prática de dança negra. De 3 a 7 de dezembro. Sábado, domingo, terça e quarta, das 15h às 17h. Sala de Espetáculos II Não recomendado para menores de 16 anos | Grátis Inscrições: até dia 29 de novembro, por meio de envio de currículo resumido para expressaonegra@belenzinho.sescsp.org.br. Os candidatos selecionados serão avisados por e-mail até 1/12.
GRUPO ILÊ ALÁFIA em desfile
Foto: Maria da Conceição Santos
CULTURA POPULAR
Toda criação tem suas origens nas tradições culturais, porém se desenvolve plenamente em contato com outras. Essa é a razão pela qual o patrimônio, em todas suas formas, deve ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras como testemunho da experiência e das aspirações humanas, a fim de nutrir a criatividade em toda sua diversidade e estabelecer um verdadeiro diálogo entre as culturas.
INTERVENÇÃO
NOSSA CASA ESTÁ ABERTA Com o Grupo Ilê Aláfia
Nesta apresentação o grupo - distribuído por alas que estão divididas em corte real, caboclinhos, baianas e percussão; apresenta o Maracatu, dança que valoriza a cultura afro-brasileira por meio da manifestação popular. O grupo foi criado em 1999, como parte de um projeto de extensão cultural formado por crianças, adolescentes, terceira idade e famílias; conquistou os moradores do bairro do Jabaquara. O Ilê Aláfia – que em yorubá significa “Casa da Felicidade”, já se apresentou em feiras, seminários e festejos diversos; além de ter gravado um CD com Chacon Vianna (Mestre do Maracatu Nação Porto Rico) sob a supervisão do músico Salloma Salomão. Dia 27 de novembro. Domingo, às 18h | Praça Livre para todos os públicos | Grátis
VIVÊNCIA
VEM PARA O NOSSO ILÊ Com o Grupo Ilê Aláfia
A proposta desta vivência traz a história do Maracatu, e suas diferenças regionais, bem como a importância da cultura afro como componente da identidade brasileira. Dia 27 de novembro. Domingo, às 14h30 | Sala Oficina 2 Livre para todos os públicos | Grátis Retirada de senha com 30 min. de antecedência no local
Foto: divulgação
MÚSICA PRETA
A programação musical se orienta a partir de dois eixos principais: a ideia de diáspora africana – como elemento difusor das sonoridades, timbres, estilos, e modos de criação próprios às culturas daquele continente; e o protagonismo VOX SAMBOU (Haiti)
político negro – suas vertentes feministas e ativismos periféricos.
VOX SAMBOU (Haiti)
Originário de Limbé, no Haiti, o músico radicado no Canadá soma mais de dez anos de carreira internacional. Como membro fundador do coletivo montrealense Nomadic Massive, lançou os discos Nomads Land (2006) e Nomadic Massive (2009). Durante esse tempo, Vox Sambou aproveitou para produzir dois discos solo: Lakay (2008) e Dyaporafriken (2013). Sambou é um artista cujo idioma materno é o crioulo haitiano. O compositor escolheu usar essa língua como veículo para expor temáticas engajadas e promover os direitos de todos. Os ritmos tradicionais haitianos são a essência do trabalho e o repertório é centrado numa música engajada e autêntica. Com Vox Sambou, Jean-Daniel Thibault-Desbiens, Diegal Leger, David Ryshpan, Malika Tirolien e Christopher Cargnello. Dia 11 de novembro. Sexta, às 21h | Teatro Não recomendado para menores de 12 anos Ingressos: R$ 25,00. R$ 12,50 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 7,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
OPANIJÉ
Participação: Akins Kintê O grupo de rap Opanijé surgiu no final de 2005, tendo como integrantes: Lázaro Erê (voz e letras), Rone Dum-Dum (voz e letras) Dj Chiba D (toca-discos) e Zezé Olukemi (percussão). Com a proposta de criar um estilo próprio, com letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana, a banda une tendências musicais modernas, como samplers, efeitos e batidas eletrônicas a tradições da cultura afro-baiana, como berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos de candomblé. O show terá a participação do poeta paulistano Akins Kintê. Artista ativo no cenário cultural dos Saraus periféricos de São Paulo (SP). Dia 19 de novembro. Sábado, às 21h30 | Comedoria Não recomendado para menores de 12 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
PRETA RARA Foto: Biga Appes
PRETA RARA Nascida e criada em Santos, litoral de São Paulo, Preta Rara montou aos 20 anos o grupo Tarja Preta, parceria que durou até 2013, quando a artista resolveu seguir carreira solo. Seu primeiro CD, Audácia, foi lançado em outubro de 2015. Além de cantar, Preta também é militante, turbanista, dona de uma marca de roupas e professora de história. O conhecimento passado em sala de aula está bastante presente nas músicas, que ainda falam de empoderamento feminino, racismo e de experiências vividas pela rapper. Com Preta Rara (voz e poesia), DJ Kiko, Sandro Bueno (percussão) , Cássio Santos (trompete) e Jaque Fernandes (voz). Dia 10 de dezembro. Sábado, às 21h | Teatro Não recomendado para menores de 12 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
BONGAR
Participação: Leci
Brandão
O grupo foi fundado em 2001, por seis jovens que reúnem em si os festejos tradicionais do terreiro Xambá, com o propósito de levar aos palcos a tradicional festa do Coco, realizada há mais de 40 anos, sempre no dia 29 de junho. Todos percussionistas e cantores tocam instrumentos como a alfaia, ganzá, abê, caixa, congas, ilu e tabicas. Com: Cleyton (vocal), João Alberto, Thúlio, Moisés, Maria de Lourdes e Shirleno (vocal e percussão) Dia 17 de dezembro. Sábado, às 21h30 | Comedoria Não recomendado para menores de 18 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
TEATRO
A programação teatral, dentro desse Foto: André Murrer
recorte memória e existência, buscou mesclar em sua programação grupos importantes que já se dedicavam há algum tempo à pesquisa da história, arte e cultura negra brasileira; além da cena de São Paulo, com nomes de outras regiões do Brasil que também se dedicam a esse tema.
{ENTRE} com Coletivo Negro
IDA O Coletivo Negro estreia seu novo experimento cênico, que nasce de uma proposta da atriz Aysha Nascimento de trazer à cena as inquietações, conquistas e perdas da mulher negra contemporânea. Para isso, a artista chamou Flávio Rodrigues, também do Coletivo Negro, para dirigir o experimento e uma equipe de mulheres que vem marcando a cena paulistana com seus trabalhos e discursos: a cineasta Renata Martins (Empoderadas), a bailarina Verônica Santos, a cenógrafa e artista gráfica Nina Vieira (Manifesto Crespo), a atriz e figurinista Débora Marçal (Cia Capulanas de Artes Negras/Preta Rainha), a atriz-MC e diretora musical Dani Nega, a fotógrafa e iluminadora Dani Meirelles; as musicistas Fefê Camilo e Ana Goes, e a jornalista e atriz Maitê Freitas, que aqui assina a assistência de processo. Em cena a atriz paulista Aysha Nascimento e a bailarina mineira Verônica Santos dão vida à Ida: mulher e jovem que a partir da construção de um projeto arquitetônico ousado, traça pontos e contrapontos com a possibilidade de reconstrução da humanidade das mulheres negras. Em sua narrativa, Ida se lembra dos momentos de invisibilidade que viveu no período em que cursou a universidade. Ao passo em que se questiona, Ida reconstrói sua identidade e religa-se às suas raízes ancestrais. Dramaturgia: Renata Martins. Direção Geral: Flavio Rodrigues. Elenco: Aysha Nascimento e Verônica Santos. Musicistas: Ana Gois e Fefê Camilo.
Dias 3 e 4 de dezembro. Sábado, às 21h30 e domingo, às 18h30. Sala de Espetáculos I Não recomendado para menores de 16 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
{ENTRE} Com Coletivo Negro Um conjunto habitacional e quatro vidas de parede-e-meia: uma mulher com uma criança no ventre; um pai que deseja retornar a vida familiar; um filho que busca se construir, bem como sua identidade e caminho; e um médico que retorna ao local onde se criou para reencontrar o seu passado e origem. Quatro histórias que buscam preservar-criar um sentido pessoal e coletivo de celebração e busca do afeto. Atores-criadores: Flávio Rodrigues, Jé Oliveira, Jefferson Matias e Thaís Dias. Direção: Raphael Garcia. Assistência de direção: Aysha Nascimento. Dramaturgia: Jé Oliveira Provocação dramatúrgica: Grace Passô. Música ao vivo: Cássio Martins / Melvin Santhana e Fernando Alabê. Direção Musical: Fernando Alabê. Dias 9 e 11 de dezembro. Sexta e sábado, às 21h30. Domingo, às 18h30 | Sala de Espetáculos I Não recomendado para menores de 16 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
MOVIMENTO NÚMERO 1: O SILÊNCIO DE DEPOIS... Com Coletivo Negro
Mostra quatro personagens desterrados, que após uma desocupação violenta para a construção de uma linha férrea, encontram-se no lugar onde moravam. Por meio de narrativas, buscam, coletivamente, refletir acerca do etnocídio acontecido, bem como enterrar os seus mortos que faleceram, mas nunca chegaram a morrer. A inspiração surgiu da necessidade de aprofundar as relações entre as narrativas pessoais e o modo como representam e refletem a história social, sobretudo acerca das consequências da diáspora África-Brasil. O trabalho baseou-se nas fotografias de família, cartas, poemas, receitas de vó, simpatias, estudos sobre o teatro experimental do negro, leituras de autores africanos como Luis Bernardo Honwana e Mia Couto, Pierre Claster, Walter Benjamin, entre outros, e viagens à comunidades quilombolas. Coletivo Negro: Aysha Nascimento, Flávio Rodrigues, Jé Oliveira, Jefferson Matias, Raphael Garcia e Thaís Dias. Direção Geral, Concepção, Preparação dos Atores, Treinamento-FíscioEnergético, Dramaturgia e Atuação: Coletivo Negro. Direção Musical e Música ao vivo: Cássio Martins e Fernando Alabê. Composições: Coletivo Negro e Fernando Alabê. Cenografia e Luz: Julio Dojcsar>casadalapa e Wagner Antônio. Concepção Espacial: Coletivo Negro e Júlio Dojcsar>casadalapa. Figurino: casadalapa> Julio Dojcsar e Silvana Marcondes. Fotos: Zeca Caldeira>CasadaLapa. Produção Geral: Coletivo Negro. Assistente de produção geral: Ana Flávia Rodrigues. Após a apresentação do dia 17 de dezembro, haverá bate-papo com o Coletivo Negro. De 16 a 18 de dezembro. Sexta e sábado, às 21h30. Domingo, às 18h30 | Sala de Espetáculos I Não recomendado para menores de 16 anos Ingressos: R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (aposentado, +60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante). R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc).
CRIANÇAS
OFICINAS
BONECAS ABAYOMI
Foto: Daphine Juliana Ferrão
Com Daphine Juliana e Mirella Santos
Para acalentar seus filhos durante as terríveis viagens a bordo dos tumbeiros – navio de pequeno porte que realizava o transporte de escravos entre África e Brasil – as mães africanas rasgavam retalhos de suas saias e a partir deles criavam pequenas bonecas, feitas de tranças ou nós, que serviam como amuleto de proteção. As bonecas, símbolo de resistência, ficaram conhecidas como Abayomi, termo que significa ‘Encontro precioso’, em Iorubá, uma das maiores etnias do continente africano cuja população habita parte da Nigéria, Benin, Togo e Costa do Marfim. São confeccionadas sem demarcação de olho, nariz ou boca. Isso para favorecer o reconhecimento das múltiplas etnias africanas, com o objetivo de evidenciar a memória e identidade popular do povo brasileiro, valorizando a diversidade cultural. A oficina trará encontros entre o público e os nós dos tecidos, para construir uma boneca de pano sem costura alguma (apenas nós ou tranças). Dias 2, 12, 13 e 19 de novembro. Feriados, sábados e domingos, às 11h e às 14h30 | Sala Oficina 1 Livre para todos os públicos | Grátis
OFICINA
SÍMBOLOS ADINKRA Conhecendo os saberes de povos do continente Africano Com Daphine Juliana e Mirella Santos
Entre as diversas manifestações culturais existem os símbolos Adinkra da nação Ashanti, em Gana e também no povo Gyaman, da Costa do Marfim. Considerado como um objeto de arte, o Adinkra (adeus, em twi), constitui um código do conhecimento referente às crenças e a historia deste povo. A escrita de símbolos Adinkra reflete um sistema de valores humanos universais: Família, integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre outros. Nesta oficina os participantes conhecerão desta cultura, bem como a construção dos símbolos em tecidos. Dias 5, 6, 15, 26 e 27 de novembro. Sábado e domingo, às 11h e às 14h30 | Sala Oficina 1 Livre para todos os públicos | Grátis
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
QUIZUMBA!
Com Coletivo Quizumba
Em Quizumba! duas histórias se entrelaçam: a do menino Pastinha e do menino Francisco. Pastinha é um menino baiano do começo do século XX que vê sua passagem por uma determinada rua impedida por outro rapaz, que sempre acaba batendo nele. Um dia, vendo a cena por uma janela, o velho mestre Benedito convida o menino a aprender um jeito de se defender. Durante o aprendizado, ensinando-o a equilibrar covardia e valentia, mestre Benedito conta a história de Francisco, o Zumbi dos Palmares. Envolvendo outras vozes, a trajetória deste menino é apresentada, envolvendo História e ficção, desde seu sequestro, quando criança, do Quilombo dos Palmares, passando pela sua adoção por um padre e seu espírito de busca que o faz procurar sua origem. Assim, Pastinha vai ouvindo e contestando, criando sua própria história. Dias 4 e 11 de dezembro. Domingos, às 16h | Convivência Livre para todos os públicos | Grátis No dia 4/12 o espetáculo terá descrição em linguagem de sinais (libras). O Coletivo Quizumba surgiu em 2008, com a proposta de estudar, debater e realizar ações artísticas que nos provocassem a agir/refletir sobre questões estéticas e políticas do mundo contemporâneo, com foco no estudo da historiografia e da formação cultural do Brasil e nos símbolos das culturas africanas e afro-brasileiras.
LITERATURA Em tempos onde a palavra escrita precede a oralidade e o livro constitui a imagem sagrada de transmissão cultural, confunde-se a ausência da escrita com falta de cultura. Grande parte dos povos africanos tradicionalmente transmitem seus conhecimentos por meio de narrativas orais que residem na memória dos grandes mestres.
Foto: Gyorgy Lazlo
ENCONTRO DE PARTILHAS: HISTÓRIAS, LIVROS E JOGOS com Coletivo Cafuzas
LITERATURA
ENCONTRO DE PARTILHAS: HISTÓRIAS, LIVROS E JOGOS Com Coletivo Cafuzas
Encontros voltados para o público infantil e seus responsáveis, que se caracteriza pela partilha de narrativas e jogos relativas às culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras, com mediação de leitura de livros dentro dessas temáticas. Assim, as rodas irão propor um diálogo entre duas formas de transmissão de saberes, a tradição oral e a cultura escrita Trata-se de uma ação voltada para a difusão de conhecimentos desses universos culturais em que todos estão convidados a aprenderem experiência. De 3 a 18 de dezembro. Sábados e domingos, às 14h. Biblioteca Livre para todos os públicos | Grátis
INTERVENÇÃO
O COCHICHO DA IRACEMA
Com Cia dos Ventiladores Baseados nas poesias de Mia Couto (livro Vagas e Lumes), Iracema, uma senhora de 90 anos, irá conversar e declamar essas poesias para o público, apresentando o universo descrito pelo autor. Dias 4, 10 e 18 de dezembro. Domingos, às 11h. Convivência Livre para todos os públicos | Grátis