RESIDÊNCIA LÁ E CÁ
O ARTESANATO TRADICIONAL NO ESPAÇO URBANO
AGOSTO A OUTUBRO DE
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Promover ações que contribuam para a inclusão produtiva de pessoas e grupos, incentivar o compartilhamento e o aprimoramento de conhecimentos, a organização solidária e o desenvolvimento das comunidades, e ampliar o universo de possibilidades no campo do trabalho e a participação cidadã. São objetivos que fazem parte do escopo das ações desenvolvidas pelo Sesc nos seus projetos voltados à comunidade. Residência Lá e Cá - Artesanato Tradicional no Espaço Urbano segue essas diretrizes. Produzido pelo Sesc Santana e com curadoria da Artesol, propõe uma viagem pelo artesanato tradicional brasileiro, com visitas às tipologias cerâmica, renda e bordado, trançado e cestaria, e ao mundo dos brinquedos. Estão todos convidados a percorrer o Brasil em oficinas e bate-papos com artesãos, que são representantes das suas comunidades.
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CERÂMICA Diversas tecnologias e aspectos culturais locais estão envolvidas na produção da cerâmica brasileira. Em Campo Alegre, Minas Gerais, as mulheres da comunidade produzem peças que expressam sua herança cultural, como pratos, farinheiras, moringas e travessas, sendo mais conhecidas a cabeçada, as gêmeas siamesas, o peixe-boi, cirandas e imagens de São Francisco. A produção atual local é uma combinação de conhecimentos de nativos, colonizadores e povos africanos, com tratamento especial do barro e corantes naturais, entre outros processos.
No Araguaia, as mulheres Karajás dominam a cerâmica, que aprendem desde a infância, mas somente as que conhecem todas as etapas e processos, como a queima, de alto domínio técnico, são consideradas ceramistas.
Foto: Ananda Moraes
Em Taubaté, São Paulo, a tradição de modelar, que começou o presépio de frades do Convento de Santa Clara, deu início às cópias de santos, em um saber transmitido entre gerações. Secas ao tempo, estas peças destacam o azul vibrante.
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ARTESÃOS Anísia Lima de Souza Santos, 42 anos, é presidente da Associação de Lavradores e Artesãos de Campo Alegre, Vale do Jequitinhonha. A associação foi fundada em 1985 e conta com mais de 50 artesãs que trabalham em suas casas. O espaço comum na associação é utilizado para comercialização da produção e fabricação de embalagens.
Foto: Ananda Moraes
Aparecida Josiane Sampaio é uma figureira, nome dado as artesãs ceramistas que modelam figuras em barro cru (que não são queimadas no forno, mas secas ao tempo).
Aguinaldo da Silva (Mestre Nado), 56 anos, é idealizador do Centro Cultural Som do Barro Artesãos. Ceramista e músico, mestre Nado aprendeu a modelar o barro ainda menino, brincando de fazer panelinhas e boizinhos com as sobras de barro da olaria perto de casa. Mais tarde uniu suas habilidades musicais e a pesquisa em cerâmica e passou a criar instrumentos musicais de sopro e percussão.
Iraci Hiwelaki dos Santos, Darcília Uassuri e Cacique Raul Mauri dos Santos pertencem à etnia Karajá, que ocupa as margens do rio Araguaia, nos estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins. O mais importante aldeamento da região é Santa Isabel do Morro (Hawaló), localizado na ilha do Bananal, no Tocantins. Embora a influência branca seja intensa, o grupo vem conseguindo manter seus costumes tradicionais como: a língua nativa, as bonecas de cerâmica, as pescarias familiares, os rituais, os enfeites plumários, as cestarias, os artesanatos em madeira e as pinturas corporais. Cynthia Gavião é graduada em Educação Artística e atua como ceramista desde 1987. Participou de 17 exposições, 12 coletivas e cinco individuais, no Brasil e na França, onde fez sua formação em cerâmica. É natural de São Paulo; porém, vive e produz seu trabalho em Gonçalves, no trecho mineiro da Serra da Mantiqueira. Utiliza massa cerâmica composta por argila e papéis recicláveis (paperclay), que agrega sustentabilidade e inovação ao processo cerâmico e representa produto de longa pesquisa.
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RENDA A minuciosa Renda Renascença é das mais belas produzidas no Brasil, sendo uma expressão da identidade cultural brasileira, executada a partir do desenho riscado em papel manteiga, fixado em almofada e costurada com agulha comum e linha ‘e’. Originária do século XVI na Europa, veio para o Brasil com os portugueses.
Em 1998, um grupo de mulheres de Divina Pastora, Sergipe, iniciou o resgate da Renda Irlandesa, hoje registrada como patrimônio cultural imaterial do Brasil, produzida com lacê (tipo de fita) e a linha e o linho (tecido). Depois de desenhado o molde da peça, as artesãs costuram o lacê no papel, como um contorno da renda e preenchem os vazios, produzindo peças que demoram, em média, quinze a trinta dias de produção.
Foto: Ananda Moraes
A Renda de Bilro, típica de Ilha Grande, Piauí, é feita de pequenos fusos de coquinho de tucum que servem de guias de separação das malhas. As artesãs utilizam de seis a oitenta pares de bilros, com moldes indicativos dos desenhos e alfinetes fixados que formam o caminho da linha. A Renda Filé, de Marechal Deodoro, Alagoas, é também expressão da identidade local. Trançada em telas, com grande complexidade e leveza, é reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado e uma importante fonte de renda para as comunidades.
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O Ponto Cheio é tradição na Serra da Bororema (PB). Já em Alagoa Nova (PB), as bordadeiras praticam uma gama de pontos, como fantasia, pena, rococó, caseado, matame, miosótis, etc.
BORDADO O Bordado de Bainha chegou ao Brasil com a colonização, a partir de peças da Europa que as sinhás pediam que suas mucamas copiassem. Na técnica, em que conta-se fio por fio, ponto por ponto, o barrado é desmanchado e refeito com muita habilidade, a partir de elementos da cultura popular como cantigas de roda, lendas e contos.
Trabalho singular da região de Ilha do Ferro (AL), o Bordado Boa Noite foi revitalizado, incorporando influências modernas, com uma produção que agrega e valoriza toda a comunidade, como uma alternativa de renda. A técnica, nomeada a partir de uma flor local, consiste em desfiar o tecido e recompô-lo em faixas com motivos florais rigorosamente geométricos, utilizando bastidor, tecido e linhas.
As técnicas do Bordado Rendedê e do Ponto Cruz são transmitidas de mães para filhas, em Entremontes (AL). As matérias-primas utilizadas são o linho panamá ou cambraia, e linhas de borado do tipo esterlina. Com o ponto cruz e o redendê, são produzidas passadeiras e toalhas de mesa, além dos jogos americanos.
ARTESÃOS
Foto: Divulgação
Elizabeth Raimundo dos Santos, é presidente da Associação para o Desenvolvimento da Renda Irlandesa em Divina Pastora, estado de Sergipe. Foi em 1998, que um grupo de mulheres do município iniciou com a Artesol o processo de resgate e aprimoramento do modo de fazer a renda irlandesa, que hoje é registrada como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
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Foto: Divulgação
de Teresina, Piauí que atualmente conta com 30 artesãs que antes eram donas de casa sem qualquer renda. O grupo foi uma das 100 unidades produtivas selecionadas pelo Prêmio Top 100 de Artesanato, em sua primeira edição em 2006.
Maria das Dores Ramos Silva, a Dorinha, faz parte da Associação de Desenvolvimento Comunitário das Artesãs de Ateliê Renascença de São Sebastião do Umbuzeiro, no Cariri paraibano. Há 40 anos ela se dedica a esse ofício e há 8 criou a associação que atualmente reúne quase 50 mulheres. Em 2013, Dorinha levou a renda renascença para a ONU em uma exclusiva exposição do artesanato brasileiro. Conceição de Maria Silva de Lima é presidente da Cooperativa Rendas de Bilro do Delta do Parnaíba, localizada no Morro da Mariana, em Ilha Grande, Piauí. As atuais rendeiras seguem no oficio da mesma forma que outras muitas gerações de mulheres de suas famílias já faziam, mas inovam, e atualizam os pontos e os produtos com olhar atento ao mercado consumidor do design e da moda. Aldenora de Oliveira Costa, é membro da Associação da Central de Compras Bordadeiras
Ane Beatriz de Oliveira Rodrigues e Rosileide Oliveira Lisboa são membros da Companhia de Bordados de Entremontes, formada em 1999 e hoje composta por 59 mulheres, sendo 21 jovens entre 16 e 21 anos. Todas dominam as técnicas do bordado redendê e do ponto de cruz, que são ensinadas de mãe para filha. Ana Gloria dos Santos Costa, é presidente da Cooperativa das Bordadeiras de Alagoa Nova, localizada na serra da Borborema, Paraíba. O grupo de 50 bordadeiras é constituído exclusivamente por senhoras, em sua maioria mães de família que querem contribuir para o orçamento familiar, e buscam independência financeira e um reconhecimento maior na comunidade. Rejanea Souza Rodrigues é vice-presidente da Cooperativa das Artesãs da Ilha do Ferro, que congrega 22 mulheres detentoras da arte de bordar, sua maior tradição. A Ilha do Ferro está às margens do rio São Francisco, próxima a Pão de Açúcar, Alagoas, localidade de paisagem belíssima e povo acolhedor. 7
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TRANÇADO A região do município de Barreirinhas, uma das portas de acesso aos Lençóis Maranhenses, é conhecida pelo extrativismo do buriti - uma espécie de palmeira da qual se extrai, além do palmito, a fibra vegetal usada na produção artesanal, a palha que cobre casas, o tronco e a polpa do fruto, para a fabricação de doces e sucos. A tecelagem da fibra do buriti é uma atividade predominantemente feminina, com o linho do buriti, obtido do “olho” da planta. As fibras tingidas em cozimento com corantes naturais e, depois de lavadas e secas ao sol, são enoveladas para o crochê, batimento ou carreira.
as hastes da planta, os artesãos criam cestos e objetos de decoração. Dona Miúda, matriarca do povoado, preserva a tradição, recebida da avó e aprendida com os índios. Na região do meio-oeste de Santa Catarina, colonizada por tradicionais artesãos em palha de trigo italianos e alemães, chapéus e ‘sportas’ (palavra italiana que significa sacolas), eram produzidos até o final dos anos 60, quando mecanização agrícola restringiu o artesanato a poucas comunidades, que mantiveram o cultivo do cereal.
Foto: Ananda Moraes
Wbiranilda da Silva, é membro da Associação das Mulheres Rendeiras de Marechal Deodoro, Alagoas. A cidade foi a primeira capital do estado e é conhecida por suas rendas e bordados multicoloridos.
No Jalapão, um povoado quilombola do Mumbuca iniciou o requintado artesanato em capim dourado, que brota somente naquela região. Com 8
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TECELAGEM A tradição em tecelagem de Pedro II, Piauí, é uma referência no país, coma confecção de redes organizada, no século passado, pelos padres alemães Lotário e Norberto. Eles incentivaram a produção e contribuíram com a fundação da primeira cooperativa local de tecelagem. Ainda hoje há o intercâmbio desses produtos com a Alemanha. Em Bonfinópolis, Minas Gerais, as fiandeiras e as tecelãs juntaram-se na criação do Pólo Veredas, uma rede de produção artesã, em parceria com outras associações. A matéria-prima utilizada pelo grupo, o algodão, vem do município de Sagarana/MG e cada fiandeira usa a quantidade que irá fiar no mês, produzindo suas linhas, que seguem para Uruana, para ser tingida, retornando a Bonfinópolis para ser tecido, de forma integralmente sustentável. Nas cidades de São Borja e Rosário do Sul, no Rio Grande do Sul, fios naturais ou coloridos de lã pura, palhas de milho, arroz, bananeira e junco, couro
e chifres são elementos do artesanato local. A lã de ovelha é lavada, cardada, fiada, tingida, e depois de feltrada, trabalhada pelas artesãs em tear ou máquinas de costura. O tingimento é feito com corantes, fixados com caldo de limão, ou naturalmente, com cascas e folhas da região. As artesãs também vêm qualificando a produção artesanal baseada na identidade local e nos princípios de sustentabilidade, com visão empreendedora. ARTESÃOS Simão Caicar Krahô e Xancucar Luciana Krahô são jovens Krahô (irmãos) da aldeia Nova Krahô, norte do Tocantins. Eles dominam a arte do trançado para a confecção de cestarias. Os Krahôs fazem parte do povo Timbira, que vivem na região do Pará, Maranhão e Tocantins. Com população de 9 mil pessoas, os Timbiras seguem preservando sua cultura através da língua, organização social e política, rituais e suas aldeias circulares. Maria de Lourdes faz parte da Cooperativa de Artesãos dos Lençóis Maranhenses/ArteCoop, em Barreirinhas, uma das portas de acesso aos Lençóis Maranhenses. A região é conhecida pelo extrativismo do buriti - uma espécie de palmeira da qual se extrai o palmito, a fibra vegetal para 9
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Foto: Ananda Moraes
plantações e nas idas à cidade para compras. Os atuais 22 artesãos e 11 produtores de trigo do grupo seguem desenvolvendo o artesanato, resgatando as raízes culturais da região.
a produção artesanal, a palha para cobrir casas, o tronco e a polpa do fruto para a fabricação de doces e sucos. Ana Claudia Matos da Silva é artesã e vive no Povoado Quilombola de Mumbuca, no Jalapão, com 42 famílias descendentes de escravos vindos da Bahia, oriundos do Alto Guiné na África. O saber Quilombola se reflete no modo de viver, de pertencer, de integrar, construir e improvisar. Foi nesse povoado que iniciou o famoso e requintado artesanato em capim dourado, unindo o conhecimento dos negros com os dos índios da região. Lídia Angela Fell, integra o grupo de artesãos Tranças da Terra que fica no meio-oeste catarinense, considerada a “Capital do Trigo” nos anos 50. A região foi colonizada por imigrantes italianos e alemães que trabalhavam com a palha de trigo produzindo chapéus e ‘sportas’ (do italiano, sacolas), que eram usadas nas
Maria Alves de Oliveira é artesã da Associação Artesanal Xique-Xique, criada em 1990 e localizada em Pedro II, Piauí. Na história da produção artesanal do Piauí, a tradição em tecelagem de Pedro II é uma referência. A confecção de redes iniciou-se nos últimos anos do século XIX, quando o padre Joaquim de Oliveira Lopes, vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, ali se estabeleceu e introduziu o processo de fazer redes de dormir em teares de grade. Rosanilda Martins é artesã tecelã da Associação dos Artesãos de Bonfinópolis de Minas Casa das Artes, fundada em 2006. As fiandeiras e as tecelãs juntaram-se para manter viva a cultura local e aumentar sua renda. O grupo faz parte de uma rede, na qual o trabalho depende de outros artesãos, às vezes até de outras associações parceiras. Algumas artesãs fiam e outras tecem. A associação tem hoje 42 artesãs, todas mulheres. Eva Eli Kuffner é uma artesã com importante liderança na Cooperativa Lã Pura, em São Borja no Rio Grande do Sul, região dos Pampas. O grupo de Eva congrega 22 artesãs que trabalham para o desenvolvimento de coleções anuais, algumas delas desenvolvidas em parceria com
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estilistas e designers. As coleções da Lã Pura possuem uma diversidade de itens artesanais como: acessórios, cachecóis, bolsas, capas, carteiras, golas, lenços, xales, mochilas, blusas, entre outros. Mary Anne Izolani do Amaral integra o grupo produtivo Pampá Caverá, formado por 20 artesãs da cidade de Rosário do Sul, Rio Grande do Sul. A região possui uma paisagem singular de mata nativa, rica fauna e flora e um ar rústico que é cenário inspirador para o grupo. As artesãs também trabalham com a perspectiva de coleções que vem qualificando a produção artesanal baseada na identidade local, nos princípios de sustentabilidade, trabalho coletivo e visão empreendedora.
BRINQUEDOS TRADICIONAIS
rói rói, mané gostoso, cinco marias e outros encontrados no nordeste. O mamulengo é um fantoche típico do nordeste brasileiro, especialmente no estado de Pernambuco. De nome controverso, possivelmente originário da expressão “mão molenga”, é usualmente confeccionado em madeira e chita. Nas antigas civilizações da China, Índia e Egito já se produziam bonecos desse tipo para pequenas encenações, que chegaram ao Brasil com os europeus, provavelmente no século XVI, ainda com forte cunho religioso, representando a “alma”, o “diabo” ou os santos.
Os brinquedos populares tornam-se uma viagem no tempo e encantam pela simplicidade e estímulo à imaginação, mesclando criatividade e tradição folclórica em formatos e coloridos únicos.
As bonecas de pano de Esperança ficaram mundialmente famosas a partir da cadeira Multidão dos irmãosdesigners Campanha. Inicialmente loiras ou morenas, e hoje também ruivas, as bonecas são feitas como forma de retratar pessoas próximas aos artesãos.
Em Jaboatão dos Guararapes e Recife, em Pernambuco, os artesãos trabalham com materiais orgânicos, retalhos, e refugos da indústria na construção de brinquedos populares, como os pandeiros
Recentemente tombadas como patrimônio imaterial brasileiro, as bonecas indígenas Karajás, da região do Araguaia, representam mais do que 11
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Os brinquedos de Miriti, de Abaetetuba, Pará, são feitos pelos “homens do brinquedo” ou “girandeiros”, nomes dados aos artesãos que saem as ruas com sua girândola em punho para vender brinquedos feitos da madeira da palmeira miriti. Tradicionalmente, os brinquedos se destinavam a colorir as ruas de Belém, à época do Círio de Nazaré, maior festa religiosa de todo território nacional, mas atualmente atendem às encomendas dos grandes centros urbanos e exterior. Cortar o miriti é a tarefa mais importante de todo o processo e o artesão responsável por esta tarefa exerce certa ascendência sobre os demais, identificado como o artesão principal.
ARTESÃOS Ermírio José da Silva (Mestre Miro), mais conhecido como Miro dos Bonecos, de 44 anos, vive em Carpina, cerca de 50 km do Recife, Pernambuco e é representante da nova geração de bonequeiros da região. Aos 7 anos de idade, aprendeu sozinho o ofício vendo o mamulengo do Mestre Sólon. Ele desenhava o boneco no cabo da vassoura e depois cortava, fazia as roupas com meia, botava uma mangueira e brincava. Ele utiliza até hoje a madeira macia usada nos cabos das vassouras de piaçava no Nordeste para produzir seus bonecos.
Foto: Divulgação
brinquedos infantis, o ordenamento sociocultural e familiar desse povo e uma importante fonte de renda. A idade, os ciclos sociais e os códigos estéticos são refletidos na figura das bonecas, além de bonecas que representam a fauna (Iródusõmo) e figuras sobrenaturais (Aõni).
Mestre Saúba vive no município de Jaboatão dos Guararapes e Mestre Lima em Recife, Pernambuco. Trabalham com materiais orgânicos, sobras de retalhos, barro, madeira, refugos da indústria e mantém viva a tradição dos brinquedos populares, como aviões, carrinhos, os pandeiros rói rói, mané gostoso, bola de meia e cinco marias, encontrados em mercados do nordeste. Ambos se preocupam com o repasse de saber fazer e a salvaguarda dessa identidade local.
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Gilberto Souza Lopes da Silva, conhecido como Bel, é filho do mestre Zé Lopes, famoso bonequeiro e mamulengueiro de Glória do Goitá. Cresceu vendo seu pai trabalhar no ofício e naturalmente aprendeu essa arte. Seu trabalho envolve a produção dos bonecos e a apresentações do “Mamulengo Teatro do Riso”. Toda sua família é envolvida com esse trabalho. Sua esposa Edjanea é seu braço direito. Rivaildo Morais Peixoto é um dos “homens do brinquedo” ou “girandeiros”, nome dado aos artesãos que saem as ruas com a girândola em punho para vender seus brinquedos feitos de madeira de miriti. Tradicionalmente, os brinquedos serviam para colorir as ruas de Belém no Círio de Nazaré, maior festa religiosa do Brasil, mas atualmente a produção é contínua para atender às demandas das grandes cidades, até mesmo do exterior.
MEDIADORES/CAPACITADORES Ricardo Gomes Lima é mestre em Antropologia da Arte pela UFRJ e doutor em Antropologia Cultural pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Professor Adjunto do Instituto de Artes da UERJ (desde 1995), leciona na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Artes, coordena o Núcleo de Cultura e Arte Populares e é co-editor da Revista Textos Escolhidos de Cultura Popular. Foi pesquisador do Centro Nacional de Cultura Popular/IPHAN/MinC e coodenador da Sala do Artista Popular. Assumiu entre 2009 a 2011 a coordenação do Programa de Promoção do Artesanato de Tradição Cultural, e em 2008 a Direção do Departamento Cultural e do Ecomuseu Ilha Grande da UERJ.
Foto: Divulgação
Núbia Cristina da Costa Alírio, é presidente da Associação dos Artesãos de Riacho Fundo, no município de Esperança, e aprendeu a fazer a tradicional boneca de pano ainda criança. Em 2000, as mulheres da comunidade criaram a associação que até hoje trabalha no ofício, preservando esse saber fazer. As bonecas de Esperança ficaram mundialmente famosas depois que os designers irmãos Campana criaram a cadeira “Multidão”.
Renata Mendes atua em projetos de impacto social, econômico e cultural, utilizando processos de design para criação de soluções. Trabalhou 11 anos na Associação Mundaréu e em consultorias para empresas, como a Natura, universidades como o IED São Paulo e unidades 13
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do SEBRAE em diversos Estados. Atualmente, atua na incubadora SBCSol, responsável pela Economia Criativa. Foi bolsista CNPq no projeto de residência artística Interações (não) distantes, (UAB/UnB. Participou da criação e implementação do projeto Designing across Boundaries, em Londres (Royal College of Art). Premiada nos: Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira (2001), Prêmio Planeta Casa (2007), Prêmio Objeto Brasileiro (2008). Em 2010 foi membro do júri do Prêmio Objeto Brasileiro e em 2013 foi palestrante do TEDx Mauá com o tema Design Social. Luis Fernando Ehrlich é professor de música, de construção de instrumentos e percussão corporal, psicólogo, musicoterapeuta, luthier especializado na construção de instrumentos com materiais diversificados. Ministrou diversas oficinas de construção de instrumentos no Sesc SP, ex-integrante do Grupo Barbatuques, atuou como professor de educação musical e como formador de professores da rede municipal. Rosani Moreira Leitão é doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília. Coordenadora da Divisão de Antropologia do Museu Antropológico, docente do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos e docente colaboradora da Licenciatura em Educação Intercultural de Formação de Professores Indígenas da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência de atuação em: etnologia
indígena, educação e sociedades indígenas, estudos comparados sobre América Latina, etnografia e educação, patrimônio cultural, educação intercultural e direitos humanos. É pesquisadora em projetos de pesquisa e extensão junto aos povos indígenas: Avá-Canoeiro, Terena, Karajá, Guajajara e Purhépecha (México). Nei Clara de Lima é diretora do Museu Antropológico e coordenadora do projeto Bonecas Karajá: arte memória e identidade indígena no Araguaia. Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília e docente aposentada da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás. Dirigiu o Museu Antropológico da UFG de 2006 a 2013. Como professora voluntária da UFG, atua em vários projetos de pesquisa nas áreas de patrimônio e museus e em curadorias de exposições. Tem experiência na atuação com: teoria antropológica, oralidade, arte e cultura popular, religiosidade popular, patrimônio cultural e museus. Silvia Sassaoka é graduada em Artes Plásticas na FAAP e Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Consultora da Artesol para monitoramento de núcleos de produção artesanal em todo o Brasil, envolvendo seleção de designers, acompanhamento do processo de produção de diversas tipologias e aprimoramento de produtos e comunicação. Diretora de projetos na A Casa museu do objeto brasileiro. Sócia fundadora da Straat, empresa de serviços e
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projetos para a geração de renda pelo artesanato. Idealizadora do Instituto Botucatu e curadora do projeto Botuáfrica. Coordenadora do espaço Tudo a Mão, realiza curadoria de oficinas, palestras e cursos sobre arte, artesanato e intercâmbio de estudantes de design com artesãos. Antonio Augusto Arantes é mestre em Antropologia pela USP e PhD em Antropologia Social pela University of Cambridge / King´s College. Um dos criadores do Departamento de Antropologia da Unicamp, ao qual está vinculado desde 1968. Presidente da ABA - Associação Brasileira de Antropologia e Secretário-geral da ALA - Associação Latino-americana de Antropologia. Presidiu o Condephaat - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo e o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Consultor de políticas culturais relativas ao patrimônio cultural, e professor titular convidado de antropologia da Unicamp. Ministrou cursos país e no exterior. Publicou diversos livros e artigos sobre cultura e política, com ênfase em questões teóricas e práticas relativas a patrimônio cultural e cultura popular. Giselle Marques Leite é museóloga e trabalha com organização, implantação e revitalização de museus, documentação de acervos, catalogação de coleções particulares, organização e montagem de exposições e treinamento de pessoal na área
de museologia e patrimônio. Com experiência em museus de arte e história, museus de empresas e outros projetos culturais ligados à memória e patrimônio, como Museu de Arte Sacra de São Paulo, Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Divisão de Iconografia e Museus da Prefeitura de São Paulo, Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, Museu da Porcelana de Pedreira, Cultura Inglesa, A CASA - casa-museu do objeto brasileiro, Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, Associação das Rendeiras de Morro da Mariana, Piauí. Andressa Trivelli é bacharel em Administração pela PUC- SP e mestranda em administração de empresas pela FGV- EAESP. Já atuou nos três setores da economia com planejamento estratégico e gestão de projetos. Lidera a gestão da Tekoha, um negócio social que de 2007 até 2012 dedicou-se a comercialização do artesanato brasileiro de diversas comunidades. Atuou por dois anos na AIESEC, organização internacional que promove o desenvolvimento de lideranças entre jovens. É professora do SENAC e consultora na área de marketing e gestão de vendas em empresas de pequeno e médio porte. Marco Antonio Andreoli é graduado em Publicidade e Propaganda e mestre em Engenharia de Produção. É designer têxtil e atua como professor na graduação em Moda (FMU desde 2001), pós-graduações (SENAC e SENAI), cursos livres (Escola São Paulo e Escola 15
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Panamericana de Arte e Design). É proprietário da In Totum Comunicações, para o desenvolvimento de Design Social e voluntário do projeto “Alinhavando o Futuro para desenvolvimento do artesanato e geração de renda”. Consultor da ArterSol e de implantação de sistemas têxteis digitais para a Prima Digital e Wxtex. Gerenciou o departamento de soluções digitais têxteis (design têxtil) na Investronica do Brasil e Optex. Elisete Noleto nasceu em Carolina, sul do Maranhão, e estudou em escola pública a maior parte de sua vida. Cursou Licenciatura em Ciências com hab. em Matemática e teve seu primeiro contato com os índios 1979. Iniciou sua jornada no Centro de Trabalho Indigenista – CTI onde teve clara revelação daquilo que queria fazer na vida. No CTI – desde então, vem participando de todas as atividades desenvolvidas pelo Programa de Educação e Referência Cultural Timbira e das atividades do Programa Cultural Cultura Viva Timbira. Lizete Prata é socióloga, com Pós-Graduação em Antropologia Social. Consultora do Ministério do Planejamento para a implantação de Regiões Metropolitanas em Recife e Fortaleza, responsável pelo segmento de geração de trabalho e renda no setor informal. Corresponsável pela criação e implantação do Programa Feito em Casa, na Secretaria Municipal do Planejamento de São Paulo. Idealizadora
e fundadora da Associação Mundaréu (20012012), para qualificação de mulheres e criação de empreendimentos e estratégias de comercialização de seus produtos artesanais, dentre os quais se destaca a loja Mundaréu, o primeiro varejo brasileiro nesse segmento. No momento, atua como consultora e mediadora de conflitos. Sílvia Arruda é arquiteta e designer, com mais de 30 anos de carreira. Trabalhou na Konigsberger Vannucchi Arquitetos Associados e depois abriu sua própria empresa “Peça Única Mobília e Interiores”. Em seu escritório trabalha com enfoque multidisciplinar e já realizou mais de 300 projetos de arquitetura residencial e corporativa, cenografia de exposições e eventos. Ganhou em 2013 Premio Nacional do IPHAN com o Centro de Memória da Fundação Dorina Nowill. Já atuou com empresas como Navita, Sebrae SP, Sesc SP, Natura, entre outras, sendo também consultora do Artesanato Solidário. Bia Cunha é designer textil e consultora no setor de tecelagem. Experiência em atividade artesanal, industrial e com formação de grupos de artesãs para o Artesanato Solidário na Bahia e em MG. Atuou na coordenação de Oficinas de Criatividade e Percepção Têxtil junto ao Sesc, Senai/Cetiqt e Universidade Santa Marcelina. Desenvolveu o projeto Modos da Moda em projeto do Sesc São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru.
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PROGRAMAÇÃO Workshops ter e qui, das 14h às 18h Dia 12/08 - Cerâmica tradicional de Campo Alegre - Vale do Jequitinhonha | MG Artesã convidada: Anísia Lima de Souza Santos
Dia 25/09 - Rendas e bordados brasileiros Artesãs convidadas: Rejanea Souza Rodrigues e Wbiranilda da Silva Dia 21/10 - Trançado e tecelagem indígena Artesãos convidados: Simão Caicar Krahô e Xancucar Luciana Krahô
Dia 14/08 - Instrumentos musicais de barro Comunidade Caixa D’Água - Olinda | PE Artesão convidado: Aguinaldo da Silva (Mestre Nado)
Dia 23/10 - Trançados com diferentes fibras naturais Artesãs convidadas: Maria de Lourdes Lopes Rodrigues, Ana Claudia Matos da Silva e Lídia Angela Fell
Dia 19/08 - Cerâmica indígena - Bonecas Karajás Artesãos convidados: Iraci Hiwelaki dos Santos, Darcília Uassuri e Cacique Raul Mauri dos Santos
Dia 28/10 - Tecelagem do Brasil Artesãs convidadas: Maria Alves de Oliveira e Rosanilda Martins
Dia 21/08 - Cerâmica contemporânea Artesã convidada: Cynthia Gavião
Dia 30/10 - Tecelagem do Brasil Artesãs convidadas: Eva Eli Kuffner e Mary Anne Izolani do Amaral
Dia 16/09 - Rendas brasileiras Artesãs convidadas: Elizabeth Raimundo dos Santos e Maria das Dores Ramos Silva
Roda de Conversa ter e qui, das 19h às 21h
Dia 18/09 - Rendas brasileiras Artesãs convidadas: Conceição de Maria Silva de Lima e Aldenora de Oliveira Costa
Dia 12/08 - Artesã convidada: Anísia Lima de Souza Santos, presidente da Associação de Lavradores e Artesãos de Campo Alegre Mediador: Ricardo Gomes Lima
Dia 23/09 - Bordados brasileiros Artesãs convidadas: Ane Beatriz de Oliveira Rodrigues, Rosileide Oliveira Lisboa e Ana Gloria dos Santos Costa.
Dia 14/08 - Artesão convidado: Aguinaldo da Silva (Mestre Nado) Mediador: Luis Fernando Ehrlich 17
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Dia 19/08 - Artesãos convidados: Iraci Hiwelaki dos Santos, Darcília Uassuri e Cacique Raul Mauri dos Santos Mediadoras: Rosani Moreira Leitão e Nei Clara de Lima Dia 21/08 - Artesã convida: Cyntia Gavião Mediadora: Silvia Sassaoka Dia 16/09 - Artesãs convidadas: Elizabeth Raimundo dos Santos e Maria das Dores Ramos Silva Mediador: Antonio Augusto Arantes Dia 18/09 - Artesãs convidadas: Conceição de Maria Silva de Lima e Aldenora de Oliveira Costa Mediadora: Giselle Marques Leite Dia 23/09 - Artesãs convidadas: Ane Beatriz de Oliveira Rodrigues, Rosileide Oliveira Lisboa e Ana Gloria dos Santos Costa Mediador: Marco Antonio Andreoli Dia 25/09 - Artesãs convidadas: Rejanea Souza Rodrigues e Wbiranilda da Silva Dia 21/10 - Artesãos convidados: Simão Caicar Krahô e Xancucar Luciana Krahô Mediador: Elisete Noleto Dia 23/10 - Artesãs convidadas: Maria de Lourdes, Ana Claudia Matos da Silva e Lídia Angela Fell Mediadora: Sílvia Arruda
Dia 28/10 - Artesãs convidadas: Maria Alves de Oliveira e Rosanilda Martins Mediadora: Bia Cunha Dia 30/10 - Artesãs convidadas: Eva Eli Kuffner e Mara Glaci Gomes Brondani Mediador: Marco Antonio Andreoli
Oficina de Capacitação qua e sex, das 15h às 18h Dia 13/08 - 1ª oficina: Contextualização e conceitualização do artesanato brasileiro Capacitadora: Renata Mendes Dia 15/08 - 2ª oficina: Modos de organização do trabalho artesanal Capacitadora: Renata Mendes Dia 20/08 - 3ª oficina: Produto - tradição, design e inovação Capacitadora: Renata Mendes Dia 22/08 - 4ª oficina: Produto - tradição, design e inovação Capacitadora: Renata Mendes Dia 17/09 - 5ª oficina: Gestão da produção Capacitadora: Renata Mendes Dia 19/09 - 6ª oficina: Gestão empreendedora Capacitadora: Andressa Trivelli Dia 24/09 - 7ª oficina: Gestão empreendedora Capacitadora: Andressa Trivelli
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Dia 26/09 - 8ª oficina: Comércio justo e formação de preço Capacitadora: Andressa Trivelli Dia 22/10 - 9ª oficina: Políticas públicas para o artesanato, leis e direitos dos artesãos Capacitadora: Lizete Prata Dia 24/10 - 10ª oficina: Estudo de mercado e comercialização Capacitadora: Andressa Trivelli Dia 29/10 - 11ª oficina: Comercialização, feira e exportação Capacitadora: Andressa Trivelli Dia 31/10 - 12ª oficina: Comunicação aplicada para a valorização e comercialização do artesanato Capacitadora: Andressa Trivelli
Oficinas Livres sáb e dom, das 14h às 17h Dias 16 e 17/08 - Oficina Livre de Brinquedo Figueiras de Taubaté - Figuras de Barro Artesã convidada: Aparecida Josiane Sampaio Dias 23 e 24/08 - Oficina Livre de Brinquedos Tradicionais / Oficina de Bonecos Artesão convidado: Ermirio José da Silva (Mestre Miro) Dias 20 e 21/09 - Oficina Livre de Brinquedos Tradicionais / Oficina da Boneca Esperança Artesã convidada: Núbia Cristina da Costa Alírio Dias 27 e 28/09 - Oficina Livre de Brinquedos Tradicionais / Oficina de Brinquedos Tradicionais do Nordeste Artesãos convidados: mestres José Antonio da Silva (Saúba) e José Francisco de Lima (Lima) Dia 25 e 26/10 - Oficina Livre de Brinquedos Tradicionais / Mamulengo de Gloria de Goitá Artesãos convidados: Gilberto Souza Lopes da Silva e Edjanea Maria Ferreira de Lima Dia 1 e 2/11 - Oficina Livre de Brinquedos Tradicionais / Brinquedos de Miriti de Abaetetuba Artesão convidado: Rivaildo Morais Peixoto
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Sesc Santana Av. Luiz Dumont Villares, 579 CEP: 02085-100 São Paulo - SP Tel.: +55 11 2971-8700 email@santana.sescsp.org.br sescsp.org.br /sescsantana
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