Vitrine - Raízes e Asas: Não Lugares, por Mônica Zarattini

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VITRINE


DE 05.03 A 15.05.16

Estação de trem da CPTM, Barra Funda 2013


mônica zarattini(1962) É graduada em História, mestre em Ciências da Comunicação e doutoranda em Estética e História da Arte, todos pela USP. Foi repórter fotográfica e editora de fotografia do jornal O Estado de S. Paulo, participou de importantes reportagens nacionais e internacionais, entre elas sobre as Paraolimpíadas de Atlanta, em 1994, e a Copa do Mundo de Paris, em 1998. Recebeu, entre outros, o III Prêmio Embratel de Fotografia e o XXIII Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em 2001. É autora da série “Viva a Diferencia!” exposta do Museu de la Ciència de Barcelona, em 2007. Túnel de entrada e saída do metrô Barra Funda, Linha Vermelha 2013

Fotos suas foram publicadas em diversos livros e catálogos, entre eles, As Donas da Bola, publicado em 2014 após a exposição no Centro Cultural São Paulo. Integra o acervo de fotografia do Museu de Arte Moderna de São Paulo e o acervo de fotografia do Museu do Futebol de São Paulo.


sobre os não lugares mônica zarattini

urante meu mestrado na USP, estudei vários autores e fiquei muito intrigada com o conceito que o antropólogo francês Marc Augé desenvolveu sobre os “não lugares”. Como nos disse o professor Eugênio Bucci durante suas aulas: “O conceito de não lugar foi apresentado em 1992 pelo antropólogo e etnólogo francês Marc Augé, no livro Não Lugares: Introdução a uma Antropologia da Supermodernidade (traduzido dois anos depois no Brasil, pela Editora Papirus). Segundo ele, a “supermodernidade” se caracteriza pelo excesso: a superabundância de fatos, de espaços superpostos e de referências de todo tipo. A “supermodernidade se define pelas superconcentrações de acontecimentos (tudo acontecendo ao mesmo tempo) num planeta que se encolhe cada vez mais, pois os pontos de trânsito (aeroportos, aviões, meios de comunicação) ganham mais densidade, mais volume e mais velocidade”. Esse estudo despertou em mim o desafio de captar imagens que pudessem


traduzir esse conceito. Fui aos aeroportos, supermercados, rodoviárias, shoppings, estradas, metrôs, ônibus em busca dessas instalações que são construídas e servem de passagem: elas não constituem espaços dotados de identidade histórica. As pessoas transitam por elas e não deixam suas marcas. São espaços que não guardam lembranças dos passantes – nem deixam lembranças nos passantes. Nada é fixo, tudo se desloca. Esse ensaio foge um pouco do meu trabalho do dia a dia do fotojornalismo, da fotografia intimamente ligada à realidade dos fatos. Aqui, busquei imagens borradas, granuladas, muito contrastadas, e até “sujas”, para que dessem conta de contar a história do “não lugar” que não tem história.

Café do Aeroporto Internacional de Guarulhos, Cumbica 2013


Estação do metrô Sumaré, Linha Verde 2013

Terminal Rodoviário, Barra Funda 2013


Linha de 么nibus Jardim Maria Luiza, Casa Verde 2013

Casal de judeus no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Cumbica 2013


Jovem tira pr贸pria foto (selfie) antes de entrar no avi茫o, Aeroporto de Cumbica 2013

Sala de espera do Aeroporto Bajaras, Madri 2013


Aeroporto Internacional do Recife Guararapes, Gilberto Freyre 2014

Escada rolante do metr么 Butant茫, Linha Amarela 2013


Supermercado Pão de Açúcar, Perdizes 2013

Shopping Bourbon, Água Branca


Voo entre SĂŁo Paulo e Madri, 2013

Mulher no trem de transferĂŞncia entre terminais do Aeroporto Bajaras, Madri 2013


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