Revista SESCAP-PR - 15ª edição

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Ano 3 - número 15 Janeiro/Fevereiro 2016

Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT

Cultura da inovação

Impactos que moldam os negócios

Artigo

Entrevista

Conexão

Inbound Marketing

Mindfulness

Tendências futuristas em nossas rotinas

Marcelo Demarzo

p. 05

p. 22

p. 26

Revista SESCAP-PR

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especializar

Para saber mais, acesse: www.sescap-pr.org.br (41) 3222-8183 - ramal 4715 Rua Marechal Deodoro, 500 - Centro - Curitiba-PR

Comunicação SESCAP-PR

A capacitação amplia as oportunidades de negócios e é voltada para profissionais que querem tornar-se consultores estratégicos. Inicialmente, o programa contempla as áreas: Societária, Tributária, Contábil, Trabalho e Previdência. Com módulos objetivos, o conteúdo é atualizado e apresentado em carga horária adaptada à realidade do mercado e das empresas.

Comunicação SESCAP-PR

PROGRAMA


Palavra do Presidente

Diretoria Conecte-se! Presidente

Mauro Cesar Kalinke 1º Vice-presidente José Reinaldo Vieira 2º Vice-presidente Expedito Barbosa Martins (in memoriam) Dir. Secretário Geral Nelson Zafra Dir. Adm. Finanças Juarez Miguel Rossetim Dir. Adm. Finanças Adjunto Paulo Roberto Gaertner Dir. Relações Sindicais Alceu Dal Bosco Diretor de Eventos Manoel Pereira Góes Diretor Jurídico Euclides Locatelli Diretor Relações Interior Amauri Clovis Oliveira Nascimento Diretores Suplentes Antonio Romero Filho Divanzir Chiminácio Irineu Zanuzzo (in memoriam) Conselho Fiscal Titulares

Antonio Eurides da Rocha Alexandre Belmiro Berti Luiz Fernando Ferraz Suplentes

Albino Vieira de Oliveira Juarez Tadeu Morona Filho Ormélia Tereza da Silva Delegados Representantes Titulares

Mauro Cesar Kalinke Expedito Barbosa Martins (in memoriam) Suplentes

Narcizo Muller Minoro Kozima Diretores Regionais Arapongas: Antonio do C. Simões Cascavel: Michel Vitor Lopes Foz do Iguaçu: Regina Adams Guarapuava: Eva S. de Lima Maringá: Miriam da Silva Braz Pato Branco Toledo: Leandro Ramos Umuarama: Hélio de S. Camargo

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uturo? Ele já chegou! Estamos vivendo tempos de inovação que ultrapassam os limites do imaginável. Máquinas estão sendo projetadas para se aproximarem do ser humano em questões físicas, psicológicas e sensitivas. Sistemas cada vez mais inteligentes passam a executar tarefas, até então exclusivamente humanas. Ninguém está imune às mudanças e quem ficar parado ou reclamando do que seus concorrentes fazem será extinto por este rolo tecnológico compressor. Pela terceira vez, o SESCAP-PR mostrou que, se a inovação está aí, é hora de discutirmos sobre o assunto e definirmos estratégias para nossas empresas e, porque não, para nossas vidas. O 3º Encontro das Empresas de Serviços do Paraná – Enescopar - elevou o nível do debate acerca do tema. Especialistas renomados nos alertaram sobre as tendências que colocam nossa atuação profissional em risco e mostraram os caminhos das pedras quanto à geração de diferenciais. E, para aqueles que ainda se perdem em desculpas, comprovaram que inovação não está apenas ligada a altos investimentos. É preciso mudar a forma de pensar e agir. Nesta edição, você acompanha a principal linha de estudo de Fábio Vassão, Edgard Cornacchione, Patrícia Peck e Claudemir Oliveira, que enriqueceram o evento com sua expertise de mercado. Inovação, futurismo, segurança da informação e

psicologia positiva fazem parte de uma análise ainda mais abrangente. E mais além, trazemos uma reportagem sobre a intervenção tecnológica em processos rotineiros. São softwares substituindo nossas tarefas, realidade virtual, dispositivos inteligentes, a evolução da Inteligência Artificial. E gigantes da tecnologia investindo maciçamente na área. São sinais de que uma revolução digital está mais presente do que imaginamos. E você, ainda atreve-se a ficar parado?

Boa leitura!

Mauro Kalinke Presidente do SESCAP-PR

Revista SESCAP-PR

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Sumário Expediente A Revista SESCAP-PR é uma publicação bimestral do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (SESCAP-PR)

Rua Marechal Deodoro, 500 11º andar - CEP 80010-911 Curitiba – Paraná Fone/Fax (41) 3222-8183 www.sescap-pr.org.br

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Assessoria de Comunicação do SESCAP-PR

Jornalista Responsável Adilson Faxina Reg. Prof. 2814/11/27

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Produção, edição e revisão Adilson Faxina Cibele Michelin Patrícia Schor Projeto Gráfico Reynaldo Costacurta Neto Arte e Diagramação Mariana Eloiza Machado

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Inbound Marketing

Como ele pode ajudar o seu negócio 3º Enescopar

Um palco iluminado de inovações Entrevista

Mindfulness – atenção plena que gera produtividade Tendência

Ferramentas conectadas com o presente

Impressão e acabamento Corgraf

Certificado digital

Tiragem

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Mobile já é realidade

6.000 mil exemplares Distribuição dirigida e gratuita As imagens utilizadas nesta edição pertencem ao acervo do SESCAP-PR e de entidades parceiras. A redação não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

Participe com sugestões e comentários, mande e-mail para: comunicacao@sescap-pr.org.br

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Missão: Representar e defender os interesses empresariais com excelência e responsabilidade. Visão: Ser reconhecido e valorizado pelos representados como referência nacional em representação empresarial. Valores: Comprometimento, Ética, Inovação, Excelência, Respeito, Responsabilidade e Sustentabilidade.

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Artigo

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Inbound Marketing é uma metodologia de comunicação digital, daquelas que, quando aparecem, logo causam uma revolução no segmento. Algumas pessoas acreditam que métodos assim só servem para startups e empresas inovadoras, no entanto, os conhecimentos podem ser aplicados em qualquer empresa. Vamos descobrir como essa metodologia pode ajudar o seu negócio.

Inbound Marketing Como ele pode ajudar o seu negócio O que é? O Inbound Marketing é um método de comunicação digital que tem como base a criação e o compartilhamento de conteúdo útil e relevante para um públicoalvo específico, com o objetivo de atrair atenção destas pessoas para ganhar a permissão de manter uma comunicação com elas posteriormente. A intenção é que este conteúdo efetivamente ajude a resolver um problema real dos usuários para que a empresa se torne referência no seu mercado. Com isso, cria-se um relacionamento de confiança muito maior entre cliente e empresa, aumentando, consideravelmente, a chance de obter novos negócios.

Na sua empresa

Marcus Pereira Jornalista, pós-graduado em Comunicação, Cultura e Arte e Marketing Digital. Um dos cofundadores da Upwell Web Performance, startup que trabalhava com performance on-line e digital analytics. marcuscpereira@gmail.com

Implementar corretamente uma boa estratégia de Inbound Marketing demanda um planejamento e uma análise do cenário em que a empresa está presente, assim como a definição do seu público-alvo, entre outras coisas. Compartilho quatro passos iniciais para você começar o trabalho hoje mesmo na sua empresa. 1. Ofereça conteúdo rico Os formatos mais usados são os ebooks, webinars (palestras transmitidas ao vivo pela internet) e infográficos. O tema precisa ser chamativo o suficiente para que as pessoas aceitem fornecer seus

dados - nome, e-mail, etc - em troca do acesso ao conteúdo. 2. Tenha boas páginas de destino Para que a sua performance seja mais eficiente, cada oferta de conteúdo precisa de uma página exclusiva. Isso vai ajudar a indexar* a página nos buscadores e todo o conteúdo que for gerado em seu blog poderá ser direcionado a ela. 3. Atenção aos canais Depois de ter a página publicada com as informações, é necessário gerar tráfego** para conquistar leads – termo do marketing digital que significa potenciais clientes. O ideal para começar é produzir conteúdo para o blog com foco em SEO, que é a otimização de uma página para ser melhor compreendida pelas ferramentas de busca; investir em posts nas redes sociais; e complementar com alguma mídia paga para alavancar os resultados. 4. Faça a nutrição dos leads Depois de fazer tudo isso, se a estratégia estiver correta, seus leads (potenciais clientes) começarão a ser gerados. A partir daí, o trabalho deve ser de nutrição destes potenciais clientes para fazêlos “descer no funil” até o momento mais próximo da compra. * Indexar: “criar índices” para facilitar o acesso do conteúdo, com o uso de palavras-chave, por exemplo ** Tráfego: quantidade de informações trocadas entre o servidor e os computadores que acessam seu site Revista SESCAP-PR

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Capa

Um palco iluminado de inovações

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ais de 400 empresários de serviços reunidos para acompanhar uma série de palestras e debates focados na temática “Estratégias inovadoras para empresas de serviços”. Este foi o cenário do 3º Encontro das Empresas de Serviços do Paraná – Enescopar, o maior evento do setor no Estado. Realizado pelo SESCAP-PR, em parceria com o Instituto SESCAP-PR (IESCAP), o encontro ocorreu nos dias 3 e 4 de março, no Cietep - Centro de Eventos Sistema Fiep, em Curitiba. Palestrantes de renome nacional e internacional abrilhantaram o evento trazendo informações que já revolucionam o universo corporativo. Nesta reportagem especial, a Revista SESCAP-PR traz a cobertura completa do 3º Enescopar, destacando a essência das palestras de Fábio Vassão, Edgard Cornacchione, Patrícia Peck e Claudemir Oliveira, além dos detalhes de tudo o que ocorreu no evento. Confira:

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3º Enescopar

Inovar é conectar pessoas, se possível, com serviços móveis

Imagine o seguinte: você liga para a pizzaria e, momentos depois, um drone pousa em seu quintal com seu pedido quentinho. Parece loucura? Esta é uma ideia que tem mudado a realidade. Em 2013, o CEO da Amazon, uma das maiores empresas do mercado on-line, tomou uma decisão estratégica: criou o Amazon Prime Air. O serviço utiliza drones para entregar produtos comercializados pelo site, que pesem até 2,26 kg e que caibam na caixa acoplada ao equipamento. Não por acaso, 86% dos produtos da empresa enquadram-se nesse perfil. A entrega ocorre em um prazo de 30 minutos e abrange uma área de 10 milhas (cerca de 16 km). Quanto à pizza, o executivo e professor em Inovação e Liderança, Fabio Vassão, garante que é apenas uma questão de tempo. E sobre este case e a cultura da inovação o especialista falou no 3º Enescopar (Encontro das Empresas de Serviços do Paraná), na palestra “Estratégias inovadoras para empresas de serviços”. Crie uma cultura inovadora Em 2015, a agência Bloomberg avaliou os 50 países que mais se destacam na área de inovação. Coreia do Sul, Japão, Alemanha, Finlândia e Israel ocupam as primeiras colocações. O Brasil a 47ª, ficando apenas à frente da Argentina, África do Sul e Marrocos. “Para contratar seus ministros, por exemplo, o presidente da Argentina [Mauricio Macri] contratou um headhunter. Para contratar seus principais líderes, os empresários fazem o mesmo”, diz ao destacar a cultura inovadora que se criou em outros países. “Anualmente, a comunidade europeia gera uma campanha aberta a qualquer pessoa que tenha ideias para

melhorar o continente. Já foram aplicados mais de 144 mil projetos. A inovação é o motor de crescimento e sustentabilidade”, comenta. Ideia ou criatividade? Ideia é igual criatividade? Fábio Vassão garante que não. “Nós temos ideias o tempo todo. Mas algumas pessoas têm mais. Aí vem a criatividade”, afirma. E, esta é a característica mais desejada em um líder, segundo pesquisa feita pela International Business Machines (IBM) com 1.800 CEOs de 60 países. Porém, apesar da importância, este tributo ainda é raro. A Creative Education Foundation revelou que crianças de até três anos costumam usar 98% da capacidade criativa. Quando falamos de um adulto com idade superior aos 30 anos, este número cai para 2%. Afinal, como explorar os outros 98%? A quebra de regras e busca de novas soluções para cada problema são indicações. Além disso, a inspiração em processos alheios pode ser determinante para qualquer projeto. A milionária série Revista SESCAP-PR

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As três

norte-americana Lost, por exemplo, surgiu da adaptação do filme “Náufrago”, quando o presidente da ABC Television, Lloyd Braun, levou uma equipe ligada à área da criatividade a uma ilha para uma verdadeira imersão. O grupo só saiu de lá quando o roteiro estava pronto. Como resultado, a etapa inicial teve um investimento de 13 milhões de dólares e 15 milhões de telespectadores. “Coloque seu grupo para conversar, pensar em soluções diferentes para o mesmo problema. A inovação normalmente vem da cópia e adaptação de outras coisas. O inventor é quem cria do zero. Nós temos que ser inovadores”, orienta o especialista.

dimensões da

inovação:

invenção Geração de

Crie cargos estratégicos em sua empresa É muito bom ter ideias, mas é muito melhor trabalhar em um lugar onde elas podem ser geradas de forma incremental. Nos Estados Unidos são comuns cargos relacionados à área, como o de diretor de inovação, por exemplo. São profissionais com pensamento focado na criação de novas oportunidades. “Que tal aplicar isso em sua empresa, por meio de reuniões e retiros de inovação?”, sugere o professor. Contudo, para que uma ideia seja, de fato, inovadora precisa atender alguns quesitos. O Waze, aplicativo de localização GPS, não surgiu com o intuito de ser um negócio bilionário (a empresa israelense foi comprada pelo Google por 1,3 bilhões de dólares), mas, de atender a uma necessidade, fator que garantiu a popularidade do negócio. O mesmo aconteceu com o WhatsApp (também comprado pelo Google por US$ 16 bi), por meio do qual são trocadas 64 bilhões de mensagens por dia.

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Uma ideia ainda precisa mudar o dilema da vida. A Airbnb é a maior rede hoteleira do mundo, com 1,5 milhões de imóveis disponíveis para locação em mais de 34 mil cidades de 190 países. O detalhe é o compartilhamento do propósito que permite que a empresa não tenha sequer um imóvel, assim como a Uber, considerada a 46ª empresa mais importante dos Estados Unidos, que tem a maior frota de carros do mundo sem ter um carro, e o maior número de motoristas à sua disposição sem ter que pagar uma folha de pagamento. “Essas ideias inovadoras só acontecem quando temos um grupo heterogêneo em nossa empresa”, coloca Vassão. Você não precisa mais esperar o produto ou serviço estarem prontos para testá-lo. É isso que grande parte dos empresários bilionários e com idade que gira em torno dos 30 anos tem feito. “Aprenda a fazer

valor

uma versão beta, que não está pronta. Deixe que o mercado diga se está boa”, afirma o professor da Florida Christian University. Mais que isso, as empresas precisam tolerar o fracasso pessoal. “Se não tolerarmos o fracasso, não conseguiremos construir uma sociedade criativa”, exemplifica Vassão. E, por muitas vezes, será preciso criar o necessário. Especialistas e pesquisadores garantem que nossas relações com amigos e clientes também serão radicalizadas. Prova disso é o Oculus, que permite que tenhamos contato físico com pessoas de todas as partes do mundo usando apenas o equipamento que está sendo desenvolvido. “Isso vai revolucionar tudo, inclusive nossas reuniões com clientes e até mesmo as cirurgias que poderão ser feitas a distância”, descreve Vassão.


3º Enescopar Economia do reconhecimento

Inovação

O mundo não consegue mais ficar desconectado. As empresas de tecnologia que sucederam no mundo têm o principal valor: conectar pessoas através de sistemas móveis. “Nosso celular tem mais tecnologia do que o computador da NASA que colocou o homem na lua. Temos que utilizá-lo para conectar-nos com nossos clientes. Como posso adaptar meus serviços ao mobile para conectar mais pessoas”, instiga o especialista ao garantir que o empresário tem a obrigação de conversar com seus clientes sobre os novos negócios e as adaptações que estão acontecendo.

Mas inovação não se restringe à tecnologia. De acordo com Vassão, é justamente às necessidades periféricas que é preciso estar atento. “Normalmente seu cliente não vai trocá-lo por grandes coisas, e isso acaba com uma empresa”, diz. A forma de percepção de mercado também mudou e é preciso vender, mais que produtos ou serviços, os valores, a confiança, a experiência. Uma ideia precisa ser realizável. Segundo Fábio Vassão, é preciso agregar valor ao cliente. “Você está lembrando-se de agradecer ao seu cliente? Está preocupado com sua satisfação? A partir do momento em que você inova, o preço não faz diferença. Ajude-o a capacitá-lo e indique soluções”, frisa.

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3º Enescopar

Mundo corporativo em ebulição Um repensar da contabilidade Como se antecipar aos eventos que transformarão o mundo? Qual o papel da contabilidade e dos empresários nesse contexto de mudanças? Estes questionamentos foram levantados pelo professor da FEA/USP, pesquisador e futurista, Edgard Cornacchione, durante o 3º Enescopar. Em sua palestra “Muito além dos números: desafios para a contabilidade 2016/2030”, Cornacchione aponta três mega tendências que, segundo ele, merecem uma atenção especial: o fim do trabalho nos moldes atuais e, em decorrência disso, o surgimento de um novo contrato social e a extinção de profissões. “Considero o trabalho o melhor uso do ser humano. Atuar na cobrança de pedágio, por exemplo, é o melhor aproveitamento do trabalho ou é um resquício de um contrato social que não tem mais sen-

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tido? Quando analiso isso começo a pensar no movimento das profissões”, refletiu, ao defender a tese Human Augmentation, baseada na lógica de que, ao longo do tempo, os humanos não irão se bastar biologicamente. “Cada vez mais vamos depender de uma extensão não biológica do nosso ser. Hoje, ao se deslocar, dificilmente você deixa de usar um GPS ou Waze, que são extensões humanas no nosso dia a dia”, exemplificou. Extensão do pensamento Cornacchione apresentou, também, previsões que estão sendo feitas por renomados especialistas, entre eles Nicholas Negroponte, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. O cientista disse que nos próximos 30 anos existirá a pílula de aprender, que será utilizada para o estudo de idiomas, por exemplo. Já o diretor de engenharia do Google, Ray Kurzweil, acredita que até 2034 teremos o neocórtex central (região pensante do cérebro) na nuvem, ou seja, uma extensão do nosso pensamento. O palestrante citou, ainda, uma pesquisa realizada recentemente na Inglaterra que aponta que 702 ocu-

pações serão substituídas pela tecnologia e várias delas estão ligadas à área contábil. Nos Estados Unidos, mais de 30 estados aboliram a escrita cursiva dos currículos escolares e introduziram a programação de computadores. “Temos elementos que indicam uma transformação substancial. Não podemos ficar alijados disso e simplesmente considerar que não irá acontecer. São sinais. É preciso saber como as novidades irão impactar a sua empresa, a sua profissão. Faça essa reflexão: Em que negócio você está? Porque isso muda o jogo”, disse o professor, fazendo referência à necessidade de aceitar e de estar atento a essa nova realidade. Transformação De acordo com Cornacchione, são cinco os sinais de grandes mudanças no mundo corporativo: os negócios passam a ser grandes rapidamente, são mais inteligentes, envolvem mais do que dinheiro, são mais autônomos e têm mais empatia, ou seja, o foco está na necessidade dos clientes. “Hoje as empresas têm características diferentes. O Uber, por exemplo, vale 51 bilhões de dólares e não tem ativos reais. A contabilidade não está preparada para isso”, afirmou o docente. Para ele, a área peca por ser excessivamente tecnicista e os profissionais não podem esquecer-se de que esta é uma ciência social aplicada, que estabelece relações de confiança com a sociedade.


Multidimensionalidade

Nova missão

O que podemos oferecer de graça que ninguém mais pode? O melhor que o seu cliente tem a oferecer é dinheiro? A ruptura em serviço de longo prazo está nestas duas perguntas, definiu Cornacchione. Ele abordou o conceito Zero Price Accounting, fruto de estudos que está desenvolvendo em parceria com um economista da Universidade de Yale (EUA), que consiste em como fazer contabilidade a preço zero. Para explicar o termo, o professor usou como exemplo a ida a um restaurante. “Quanto tempo falta para irmos a um restaurante tomarmos o vinho e sairmos sem pagar, deixando toda a cadeia produtiva feliz? Quais são os atributos para que essa operação funcione?”, questionou os participantes, revelando que em um restaurante de Londres já é possível comer de graça. Para isso, é preciso fazer uma foto do prato e divulgar nas redes sociais. Outra empresa já oferece aluguel de carros a preço zero. “A diferença é que receita não é preço apenas. Preço zero podemos ter, por isso estou fazendo essa reflexão. Preço é receita, mas receita não é só preço. O nome disso é multidimensionalidade da receita. Antigamente, pensávamos que o único responsável pela receita era o beneficiário direto pelo produto ou serviço, hoje não”. O professor citou o caso Google, quando há anos a empresa ofereceu gratuitamente e-mails com capacidade de um gigabyte, enquanto alguns provedores cobravam pelo serviço. Vários executivos acharam que a prática seria insustentável e hoje o Google é uma das empresas mais líquidas do mundo. “Isso é transformação social e os negócios estão inseridos nisso. Não vamos ser prisioneiros do passado. Vamos olhar para o futuro. Veja como é possível inventar”, aconselhou.

Um banco da África do Sul está oferecendo contabilidade de graça, digitalmente. Como que é possível? Como eles estão fazendo? Para o professor, esta não é a pergunta correta. É preciso se perguntar: como também podemos fazer isso? “Nossas soluções precisam ser reinventadas. Uma das maiores tendências é a internet ‘das coisas’, que estimula a interação entre produto e consumidor”, disse. Outra transformação que interfere no relacionamento com os clientes são as impressoras 3D. O professor revelou que na China e nos Estados Unidos impressoras desse tipo fabricam casas de até 200 metros quadrados. A impressão de chocolate, roupas e sapatos também é uma realidade. “O que a contabilidade tem a ver com isso? A contabilidade tem a ver com transformações de negócios. Somos considerados pelos nossos clientes agentes que podem ajudar a repensar os negócios e inventar um negócio para ele ganhar dinheiro e, em contrapartida, seremos remunerados por isso”, afirmou. Cornacchione citou que num futuro próximo tudo o que for repetitivo e estruturável não será feito por humanos, restando às pessoas o raciocínio crítico. “Nossa evolução e desenvolvimento estão baseados em potencial e oportunidade. Potencial é possível desenvolver. Você administra. A oportunidade normalmente é dada. Você precisa de uma relação. Como exploro essas grandes variáveis que vão transformar a sociedade e garantir maior pujança para minha atividade empresarial ao mesmo tempo em que alavanco a base a minha profissão? Lembre-se: é possível criar em qualquer área”, finalizou o professor.

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3º Enescopar

Compliance

Segurança da informação: prioridade às empresas

Na chamada Era Digital, há cada vez mais informação à disposição das pessoas, a uma velocidade e quantidade nunca antes imaginadas. Esse fenômeno invade todos os ambientes sociais, das famílias às empresas. A palestra conduzida pela advogada e maior autoridade em Direito Digital do Brasil, Patrícia Peck, trouxe luz aos principais questionamentos relacionados à segurança da informação. A especialista alertou os empresários a resguardarem os ativos intangíveis como marcas, reputação, segredos de negócios e outros como banco de dados, softwares, etc. “O profissional contábil vive da reputação, portanto, a importância da proteção das informações dos clientes está diretamente relacionada a blindar a própria imagem. Um único vazamento de dados pode fechar portas e como explicar o que aconteceu?”, questiona. Segurança é critério número um Conforme Peck, temos hoje mais tecnologia e mais incidentes porque a educação não acompanha esse crescimento. “Há muitos empresários e executivos baixando aplicativos porque são de graça. Vírus podem entrar no aparelho, corromper ou roubar informações da empresa”, alertou. A pressa é outro risco e grande inimiga da segurança. “Até hoje se manda mensagem para a pessoa errada e nada é possível fazer. Conteúdo digital não 12

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tem devolução”, pondera Peck. “Temos obrigação de ler os termos de uso, afinal é um contrato. É nosso dever ensinar isso aos nossos filhos e equipes”, enfatiza. A palestrante citou, ainda, o exemplo da empresa 99 táxis, que teve o vazamento de informações quando um funcionário enviou um e-mail errado com dados completos de comportamento de 400 clientes. “Um descuido pode afetar a reputação e isso não tem preço”, alertou. Recentemente, a Secretaria da Fazenda de São Paulo alertou para golpes em aplicativos falsos e aconselhou a ter um antivírus atualizado nos celulares e tablets. Patrícia explicou que muitos deles acionam o celular para se transformarem em gravadores em meio a reuniões, por exemplo, ainda que com o aparelho desligado. “Um celular em risco coloca em perigo os que estão ao lado. O risco de segurança da informação é comunitário. O Brasil só vai conseguir combater alguns problemas quando entendermos que vivemos em comunidade”, defendeu Patrícia Peck. Dentro das empresas De acordo com Patrícia, toda organização deve ter regras claras sobre o sigilo das informações, a chamada política de segurança corporativa. “Trata-se

de um documento escrito que deve ser apresentado na integração de novo colaborador e publicado na intranet. Os colaboradores antigos também devem passar por uma reciclagem”, explicou. Para fomentar os conceitos, a palestrante aconselha a realização de uma campanha educativa anual que pode envolver palestras, webinários ou a transmissão de vídeos com dicas e cuidados sobre segurança da informação. Entre eles, não compartilhar senhas de acesso, não esquecer documentos em impressoras, não fazer downloads de aplicativos, não publicar nas mídias sociais rotinas de trabalho e nem pessoais. “São cuidados para criarmos uma cultura de segurança de informação”, disse. “A empresa tem que ser enérgica e aplicar penalidades que vão de advertência, suspensão ou até desligamento. Um incidente pode ser fatal para a empresa e colocar em risco o emprego de todos”, acrescentou.


Admirável mundo novo Um novo fenômeno também está sendo gerado pelas relações digitais. “O WhatsApp tem a capacidade de fazer a pessoa congelar. O sujeito paralisa na espera por uma mensagem. Há perda de tempo”, alertou. E nesse admirável mundo novo o uso do papel está se tornando dispensável. O plano estratégico diretivo da comunidade europeia estabeleceu que a partir do dia 1º de janeiro de 2020 não haverá mais impressão de papel na administração pública. No Brasil, desde 2005 há a nota fiscal eletrônica. Em muitas empresas, recebe-se o link por e-mail com a nota fiscal eletrônica e, ao invés de apenas salvar o arquivo, imprime-se e coloca-se um carimbo - que não tem valor jurídico -, e, na sequência, digitaliza-o. “Isso é uma insanidade. Somos lentos no sentido de mudança de cultura”, avaliou Peck.

A internet é a rua digital “Somos uma geração obcecada por wi-fi, que precisa estar conectada para existir”, definiu Patrícia. Diante desse hábito, a especialista falou sobre os cuidados relacionados a este tipo de conexão. “O wi-fi é a responsabilização jurídica de um CPF ou CNPJ, ou seja, toda conduta digital ou navegação digital vai se associar a um log, que estará ligado a um CNPJ ou CPF. Qualquer conduta a partir daí será responsabilizada aos dados associados ao wi-fi”, explicou, orientando para a adoção de um termo de uso da rede, além do monitoramento e, no uso residencial, a troca constante de senha. A especialista definiu a internet como rua digital. “Se você está contando sua rotina na internet é preciso tomar cuidado, inclusive em relação às crianças sem supervisão. Estamos vivendo uma geração de menores abandonados digitalmente que vão chegar ao mercado de trabalho sem noção de segurança da informação”.

Crimes digitais e a legislação Os crimes digitais como boletos falsos, lojas on-line fantasmas, furto de dados, crimes contra honra e racismo são os mais comuns. De acordo com Patrícia, os mais sofisticados são os que atacam bancos e sempre pelo elo mais fraco: o usuário, por meio de aplicativos gratuitos falsos. O Marco Civil da Internet; a lei 12.737/12, conhecida como lei Carolina Dieckmann; as leis de combate às organizações criminosas e a do cyberbullying criaram importantes mudanças na legislação brasileira. “Essas novidades exigem, em gestão e governança, preparar o ambiente das empresas para guarda de evidências e para apresentação, seja em causa própria, ou se for solicitado por alguma autoridade. Não somos um País acostumado a fazer gestão de risco e ter gestão de risco é ter plano B. A segurança da informação exige fechar a porta sempre, especialmente, a digital”, concluiu.


3º Enescopar

Crise? Jogue a rede

Mar revolto para uns, oportunidade de pesca para outros. A analogia ao atual momento econômico do Brasil foi feita por Claudemir Oliveira, fundador do Seeds of Dreams Institute, em uma palestra que encantou as centenas de profissionais presentes no 3º Enescopar. “Quando a maré está cheia, jogue a rede. Quando o País está em crise, jogue a rede, crie oportunidades. Afinal, como dizia Willian Shakespare: ‘mares calmos não fazem bons marinheiros’”, frisa. E, quando o foco é direcionado ao que está dando certo, Oliveira garante que os resultados são mais satisfatórios. Tal conceito é difundido pela Psicologia Positiva Corporativa, ciência voltada à potencialidade humana e fundada em 1998, quando Martin Seligman, presidente da American Psycologic Association, percebeu que a psicologia tradicional falava apenas das fragilidades. A partir daí, estudiosos da Pennsylvania University, incluindo Seligman, e Harvard University partiram para uma nova linha. “Desde a fundação da Harvard, em 1636, não houve uma procura como a que tem pela Psicologia Positiva Corporativa. Não é autoajuda, não é motivação”, explicou Oliveira, especialista no tema há mais de 10 anos. Nos Estados Unidos, Europa e Ásia empresas como Starbucks, Gallup, Whole Foods e The Walt Disney Company já empregam o conceito. No Brasil, ainda não é reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia, mas já está sendo apresentado a várias organizações. E, de acordo com o Oliveira, seu método pode 14

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ser aplicado em situações rotineiras. “Quando as crianças mostram seus boletins aos pais e têm uma nota vermelha, massacram a autoestima delas por causa de apenas um resultado negativo. Albert Einsten não tirava 10 em tudo. Por que queremos que nossos filhos tirem 10 em tudo? E isso se aplica no mundo corporativo”, descreve. RH: departamento de polícia O setor de Recursos Humanos da sua empresa ainda é temido por seus colaboradores? Repense-o. “Não o torne um departamento de polícia, focado exclusivamente nos erros. Foque mais nas potencialidades”, orienta Claudemir Oliveira. Para ele, o setor deve ser o mais estratégico em qualquer companhia e sua operacionalização é determinante para o insucesso das organizações. “Se o seu RH está voltado apenas à realização de piqueniques ou envio de newsletters, você está morto”, avalia. Exemplo foi citado por Oliveira quando levou um grupo de executivos para a loja Nordstrom, em Orlando-EUA. Na

ocasião, o vice-presidente da loja foi questionado por uma gerente de RH sobre o treinamento de seus funcionários. “Ele disse: quem treina os nossos funcionários são os pais deles. Nossa habilidade é de apenas escolher os filhos mais bem treinados”, comentou. Para ele, empresas que não entenderem a real função do RH pagarão caro. Claudemir Oliveira liderou a estratégia global de treinamento da The Walt Disney Company, modelo de qualidade e excelência em serviços, e treinou mais de 500 mil pessoas em todo o mundo. Segundo ele, a companhia é a maior do mundo, com mais de 60 mil funcionários trabalhando no mesmo local, e sua política é de valorização. “Walt Disney dizia: contrate um sorriso, uma atitude. Depois ensine as técnicas”, salientou. E, como não existe treinamento para isso, a arte está na contratação.


Se o seu RH está voltado apenas à realização de piqueniques ou envio de newsletters, você está morto. Mande uma carta de gratidão “Seu cliente é sua galinha dos ovos de ouro. Muitos depositam o pagamento pelo serviço todos os meses sem ao menos falar com o empresário. E você, já mandou uma carta agradecendo a ele por isso? O efeito é astronômico e isso é incomum”, coloca Oliveira. Adotar essa postura com seus colaboradores,

segundo o especialista, também garante a satisfação da equipe e os reflexos passam a ser externos. “Em 1991, eu já fazia cartas de gratidão para os meus funcionários para mostrar o quão feliz eu estava por tê-los na minha empresa. No meu fichário, eu tinha uma lista com os erros da pessoa e com todas as qualidades. O foco precisa ser no positivo”, conta o especialista.

seu cliente. Você precisa enviar uma carta de gratidão, que não custa muito”, diz. E, por mais básico que possa parecer, as respostas são decisivas em plena era digital. “As pessoas estão perdendo negócios por não responder e-mails. Isso é assustador. 95% dos meus negócios e contratação de palestras, estão relacionados à minha agilidade”, diz.

Encante seu cliente

Capitalismo Consciente

Encantar seu cliente é essencial para fidelizá-lo e um programa que comprova resultados é o Take Five, desenvolvido na Disney para o encantamento do cliente por cinco minutos diários. Bem-sucedido, é facilmente adaptável nas instituições, como garante Oliveira. “É o tempo de uma ligação, que pode se tornar o grande diferencial da sua empresa”, exemplifica. A chamada storytelling também acelera a venda de uma ideia, produto ou serviço. “Tudo está relacionado com a criação de uma boa história para

Empresas americanas como Starbucks, BMW, Harley-Davidson, Timberland, Google e Amazon estão mudando a forma de aumentar seu faturamento e, com isso, crescendo até 10 vezes mais que as concorrentes. É o conceito de Capitalismo Consciente, que busca a prosperidade de maneira humanizada, equilibrando resultados financeiros e sustentabilidade. E esse é mais um fruto da evolução do comportamento do consumidor. Oliveira defende que as empresas precisam adaptar-se a esta realidade imediatamente.

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3º Enescopar

Painel

Sem espaço para erros e omissões

Com a modernização do sistema de fiscalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e Receita Estadual do Paraná não há mais espaço para erros ou omissões. São 73 tipos de cruzamento de dados sobre os contribuintes. E foi sobre este cenário desafiador que os auditores fiscais da RFB, Jonathan José Formiga Oliveira, e da Receita Estadual, Gilberto Calixto, debateram no 3º Enescopar. O painel foi mediado pelo presidente da Fenacon, Mário Elmir Berti, que destacou a aproximação das entidades representativas com o Fisco como fruto da credibilidade dos profissionais e da comunhão de objetivos. Cruzamento de informações A Escrituração Fiscal Digital (EFD), a Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA), o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), e outros dados de cartões de débito e crédito, por exemplo, tornaram-se fonte de informação para o Fisco. No caso de empresas do Simples Nacional, são recebidos mais de 100 milhões de documentos fiscais por mês no Estado. Além disso, segundo Gilberto Calixto, a Receita possui um Relatório de Análise Fiscal (RAF), efetuado pelos setores de inteligência que fazem o cruzamento em busca de indícios de sonegação. “São relatórios gerenciais que permitem análise profunda das operações realizadas pelas 16

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empresas. Em uma prévia, foram encontradas 2400 microempresas com dados de sonegação. Ou seja, a cada R$ 4,00 declarados no Nota Paraná, R$ 1,00 é sonegado”, revelou. O Nota Paraná é um programa do Governo do Estado, que conta com mais de 700 mil pessoas cadastradas. A simplificação de procedimentos como a aprovação do Decreto 12.232, a adesão ao Receita/PR por meio do certificado digital, a criação dos portais dos contribuintes e contabilistas no Receita/PR, o encerramento do contrato de prestação e serviços contábeis por comunicação virtual aos contabilistas e a dispensa da entrega de documentos na solicitação de baixa das empresas foram destacados pelo auditor como resultado dos pedidos do setor contábil no Estado. Para os próximos meses, a Receita deve implantar novos processos, dentre eles a utilização do CNPJ eletrônico para acesso ao portal da Receita; a aquisição do E-Processo, sistema de tramitação de processos e documentos; pedido de inscrição que poderá ser feito pela REDESIM, previsto para

abril/2016; e o estudo para disponibilização de serviços de IPVA e emissão de guias nos terminais de autoatendimento do Detran. Contador: entre o contribuinte e o Fisco Jonathan José Formiga Oliveira, que também supervisiona a Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep da Cofins, da Contribuição Social sobre a Receita, EFD/ Contribuições (SPED), anunciou que, em curto prazo tende a prevalecer as rotinas de malhas sob as escriturações do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), que têm mudado de forma estruturante o perfil do profissional. “Podemos segmentar a estrutura tributária principal em quatro grandes núcleos: lucro, receitas, remuneração, produção e circulação (ICMS e IPI). Essas diferenças fazem com que o trabalho do profissional seja de maior relevância. O novo cenário é de automação, com sistemas montando as bases do tributo e, por isso, o contador deverá ser um verda-


Gilberto Calixto, Mário Elmir Berti e Jonathan Oliveira

deiro consultor”, especifica. Oliveira ainda disse que o empresário contábil deve desmistificar a visão de que é um funcionário do Fisco. “O contador precisa ser visto como sócio, pois é quem garante a qualidade da informação do cliente. Por isso, a integridade é tão fundamental”, salienta. Para ele, é direito do empresário, desde que legalmente, querer pagar menos tributo. Por outro lado, é papel da Receita prover o Estado de recursos para atender às necessidades previstas para a sociedade. E, por isso, muitas vezes, acontece um embate. “O profissional contábil é imprescindível para o poder de negócios do setor privado e público. Inclusive, com a vinda do eSocial, que vai recair entre os agentes privados e públicos, todos terão que se adaptar a esse novo cenário, que se vislumbra para todas as instâncias do Brasil. É nesse cenário que ocorre a valorização dos empresários contábeis”, finalizou.

O novo cenário é de automação, com sistemas montando as bases do tributo e, por isso, o contador deverá ser um verdadeiro consultor”. Jonathan Oliveira

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3º Enescopar

Talk Show

O que aprender com novos modelos de negócios?

Um espaço com estrutura semelhante a de um escritório convencional que é compartilhado por diversos empreendedores e profissionais autônomos. Este é o conceito da Aldeia Coworking, empresa criada pelo publicitário e mestre em Estratégias de Marketing e Comportamento do Consumidor, Ricardo Dória. O negócio, primeiro do gênero no sul do Brasil, ocupa um ambiente de 700 metros quadrados, em Curitiba. Guilherme Krauss é co-fundador d’A Grande Escola, que define-se pelo slogan: “A escola das coisas que não se aprendem na escola”. A empresa do publicitário e head de Planejamento e Inovação da Gazeta do Povo é uma iniciativa diferenciada em educação, oferecendo cursos rápidos, voltados a adultos, com atividades focadas no aspecto pessoal. Já a plataforma de controle inteligente de processos Smart Process é o negócio do administrador e pós-graduado em Gestão de Negócios de TI, Renato Amaral, que ao identificar uma necessidade de mercado, investiu em um sistema para melhorar a produtividade das empresas de serviços. O que eles têm em comum? São empreendedores que inovaram em seus modelos de negócio, colocando em prática boas ideias, com muito planejamento e pouco recurso financeiro. Eles foram os convidados do talk show Novos Modelos de Negó-

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cios, conduzido pelo coordenador estadual do Programa Startup do Sebrae-PR, Rafael Tortato. Começando sem recursos EEstatísticas apontam que empresas com muito recurso não possuem tanta habilidade para inovar quanto aquelas que possuem pouco. Para Ricardo Dória, da Aldeia Coworking, a ausência de recurso abre espaço para novas possibilidades de pensamento e caminhos inovadores. “O Uber não é uma iniciativa da Toyota e o AirBnB não foi inventado pelo Hilton Hotéis. Eles começaram sem recurso. Essa relação entre o peixe grande que come o pequeno não funciona no mundo atual. Hoje é o peixe ágil que come o lento, e ser ágil é aprender rápido. Com poucos recursos podem ser feitas experimentações que dirão se um grande investimento valerá a pena”, defende. Ele citou o exemplo de empreendedores que enviam orçamentos e imagens de produtos para clientes e, somente ao perceberem o interesse, produzem as unidades. “O produto não foi criado antecipadamente. É a subversão da lógica de

precisar ter o produto para entregar. É preciso ter clientes para produzir. Essa é a lógica da inovação”, define. Guilherme Krauss, d’A Grande Escola, também defende que é possível inovar sem grandes investimentos em tecnologia. “Não trabalhamos com ensino à distância. Nosso modelo presencial e humano também é uma inovação na forma como o desenvolvemos”, acredita. Diferenciais e o universo digital Se você teve uma boa ideia de negócio, a primeira dica de Ricardo Amaral, da Smart Process, é: una-se a bons profissionais que complementem suas habilidades, acreditem e compartilhem a ideia. “Não é preciso tantos recursos, desde que a equipe esteja unida. Ouvir o cliente é outro grande diferencial”, defende. Mas quando os negócios são totalmente digitais e normalmente mais baratos? Como mostrar diferencial num cenário de concorrência tão acirrada? Algumas pessoas conseguirão ver valor em serviços automatizados e outras em trabalhos personalizados, desde


Ricardo Dória, Renato Amaral, Rafael Tortato e Guilherme Krauss

que haja qualidade e satisfação. “Se o contador orientar sobre as melhores decisões para a empresa, ajudando de forma estratégica, conseguirei ver valor no trabalho. Caso contrário, provavelmente, vou optar pelo serviço automatizado, mesmo que seja pior. Mostrar valor é o desafio de

qualquer profissional”, afirma Dória.

ciais?”, alerta Amaral.

Na opinião de Krauss, no ramo contábil, a plataforma digital entra para suprir a contabilidade ferramental. Ele acredita que o modelo não vai acabar com o serviço de contabilidade, mas diz que o formato precisará gerar valor ao cliente. “Já tive uma agência de propaganda e, na época, jamais pensaria em trocar o escritório contábil pela plataforma digital porque ele prestava um serviço excelente, era parceiro e estava envolvido com a empresa. O serviço foi além do que uma plataforma digital poderia oferecer”, exemplificou. Esse fenômeno é uma característica de mercado e está ocorrendo em diversas áreas. Nesse cenário, os empresários precisam se preparar para competir com um serviço dessa natureza. “Se há clientes migrando para plataformas digitais e não precisam de atendimento diferenciado, talvez seja preciso que você ofereça esse pacote. Saiba onde você se encaixa. O que você quer ser? Com quem irá competir? Com o software, com outras empresas contábeis ou criará outros diferen-

Seja inovador

De funcionária para empresária, ela muDou seu Destino. e o pparaná muDou para melhor.

Não é preciso ser gênio para inovar. “Dentro do processo de inovação, somos pessoas comuns fazendo diferente e testando hipóteses. Tente algo pequeno hoje, algo pequeno amanhã e de tanto ter essa prática perceberá que possui uma competitividade absurda. É uma cultura e uma mentalidade de experimentar e ser disciplinado até encontrar qualidade e valor”, afirma Dória. A visão do inovador deve estar conectada a duas questões, conforme Krauss. O que está acontecendo no segmento em que atua e como as pessoas estão vivendo, sob o prisma geral e sob o do seu negócio. “A inovação surge basicamente como resposta a esse movimento. Ela está presente no nosso dia a dia”, considera. Na opinião de Amaral, a inovação vem de pequenos passos e mudanças, deixando os profissionais tentarem e testarem. “Se você está fazendo algo nesse sentido, está no caminho certo”, aconselha.

Priscila trabalhava para uma revenda de carros quando teve a ideia de usar um pequeno espaço na loja para montar uma cafeteria. E, com a ajuda da Fomento Paraná, o que era só uma ideia virou realidade. Priscila montou o seu negócio, virou empresária e hoje atende uma média de 100 clientes por dia. Este não é um caso isolado. Com o crédito da Fomento Paraná, muitos empreendedores estão conquistando resultados. É o Governo do Paraná mudando para melhor a vida dos paranaenses.

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3º Enescopar

Inovação é o

caminho do sucesso

“ O universo empresarial é um jogo estratégico. Se ficarmos parados seremos derrotados. Por isso, os profissionais precisam inovar, reinventar-se e buscar alternativas para evidenciar o seu diferencial competitivo”, afirmou o presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke, ao definir o objetivo da entidade ao reunir centenas de profissionais da área de serviços para a terceira edição do Enescopar. A temática “Estratégias inovadoras para empresas de serviços” foi um dos grandes destaques do encontro, surpreendendo não só os participantes, mas também diversas autoridades que prestigiaram o evento. “A empresa que não inovar não sobreviverá. É preciso se especializar, oferecer serviços melhores e buscar conhecimento sempre. O Enescopar é referência nacional, reunindo participantes de todo o Brasil”, avaliou o diretor político-parlamentar da Fenacon e presidente do Instituto Fenacon, Valdir Pietrobon. Com tantas mudanças no circuito contábil, a inovação é uma necessidade, na opinião do presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), Marcos Sebas20

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tião Rigoni de Mello. “O 3º Enescopar mostrou que o profissional precisa se inteirar e participar de eventos voltados à educação. Afinal, os escritórios não são apenas escritórios contábeis, mas sim empresas. É preciso pensar como empresário”, frisou. O presidente do Sistema Fecomércio, Darci Piana, também esteve presente na solenidade de abertura do 3º Enescopar e ressaltou a parceria que possui com o SESCAP-PR. “Somos parceiros desde a primeira edição do Enescopar e o tema deste ano é extremamente atual. É a oportunidade para os empresários ouvirem palestrantes com conhecimentos modernos, que trazem informações atualizadas e diferenciadas. O SESCAP-PR está de parabéns”, disse. Aprimorar processos, redefinir prioridades e estar sempre capacitado. Para o presidente da Fenacon, Mário Elmir Berti, este é o caminho das empresas de sucesso. “É um privilégio estar no Paraná, num evento desta magnitude. Parabenizo a todos que participaram do 3º Enescopar. É no momento da crise que precisamos repensar nossas atividades e atitu-

des. O mundo é dos competentes e os competentes são àqueles dispostos a rever conceitos. Quem faz o que sempre fez, vai chegar onde sempre chegou”, afirmou, destacando que quem sairá na frente é o empresário que terá algo novo a oferecer. O presidente da Federação dos Contabilistas do Paraná (Fecopar), Divanzir Chiminacio, fez questão de cumprimentar o SESCAP-PR pela temática do 3º Enescopar. “Da crise surgem as grandes ideias, por isso é preciso estar em constante inovação”. Feira de Negócios: ambiente estimula novas parcerias A Feira de Negócios movimentou o 3º Enescopar. Foi um momento importante para apresentação de produtos e serviços, troca de informações, realização de networking e consolidação de parcerias entre os participantes e as empresas patrocinadoras do evento. A Fecomércio-PR, a SCI Sistemas Contábeis, a Certisign, a Nuvtech – Tecnologia em Gestão e a Fomento


Paraná foram patrocinadoras Diamante ao lado da Junta Comercial do Paraná, Wolters Kluwer Prosoft - Sistema de Contabilidade e BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul como patrocinadores Ouro. O evento contou ainda com o apoio da Fenacon, SEBRAE-PR, Caixa Econômica, CRCPR, Fecopar, SESCAPs Londrina e Campos Gerais, SESCONs Blumenau, Santa Catarina e Grande Florianópolis. As empresas que também marcaram presença na Feira de Negócios do evento foram: Visão Lógica Software, JB Software, Alterdata Software, Omie, Visualart Assessoria, CooperCard e Thomson Reuters Domínio. 2º Prêmio SESCAP-PR de Jornalismo

Christiane Pelajo, apresentadora da Globo News, foi destaque na entrega do 2º Prêmio SESCAP-PR de Jornalismo. A jornalista integra a equipe que conquistou o 1° lugar na categoria “Reportagem para Televisão”.

Jogo de xadrez na

comunicação

visual

O 3º Enescopar também foi o palco para a divulgação dos vencedores do 2º Prêmio SESCAP-PR de Jornalismo. Foram premiados trabalhos jornalísticos nas categorias “Reportagem para Televisão”, “Reportagem para Rádio” e “Reportagem Impressa”. Os vencedores receberam das mãos do presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke, certificados e prêmios em dinheiro no valor de R$ 5.000,00 (1º lugar); de R$ 3.000,00 (2º lugar) e de R$ 1.000,00 (3° lugar) em cada categoria. O Prêmio conta com apoio do Sindijor - Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Confira os ganhadores: www.sescap-pr.org.br

O jogo de xadrez inspirou toda a comunicação visual do 3º Enescopar. A imagem do tabuleiro e de peças como rei, rainha, torres e peões foram utilizadas em materiais gráficos como folders, cartilhas com a programação, bloco de notas, dentre outros. O site do evento também foi desenvolvido com elementos do jogo, bem como os vídeos de abertura do encontro. A escolha foi alinhada à temática do evento: “Estratégias inovadoras para empresas de serviços”. “O xadrez é um jogo de estratégia rico em possibilidades e, por isso, foi escolhido para representar o 3º Enescopar. O objetivo é inspirar os participantes a absorverem as estratégias inovadoras em suas empresas”, explicou o presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke. Revista SESCAP-PR

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Entrevista

Mindfulness

Atenção plena melhora o engajamento e o foco

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E

nquanto dirige, você pensa no relatório que precisa entregar ao chefe, preocupa-se com a conta de luz atrasada e planeja ir ao supermercado após o expediente. Sua mente divaga. Você não nota os carros ao lado e nem observa qual é o limite de velocidade permitido para a avenida. Pensar no passado ou no futuro sem prestar atenção nas atividades do presente, agindo no “piloto automático”, é mais comum do que se imagina. Pesquisa realizada por psicólogos da Universidade de Harvard, em 2011, revelou que as pessoas, enquanto acordadas, gastam 46,9% do tempo pensando em coisas diferentes das que estão ocorrendo ao seu redor. De acordo com especialistas, o estado de desatenção pode gerar frustração, ansiedade e estresse. O Mindfulness (termo em inglês que significa atenção plena) atua na contramão desse ritmo de vida acelerado que não aproveita o “aqui” e “agora”. O método é baseado em práticas de meditação, aliadas à respiração e ao estímulo à concentração. Os estudos sobre a técnica começaram nos anos 70 feitos por pesquisadores americanos, dentre eles Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts. Para explicar o conceito de Mindfulness, os benefícios e como a prática pode ser aplicada no mundo dos negócios, a Revista SESCAP-PR entrevistou o médico e coordenador do Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde, Marcelo Demarzo. Doutor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), Demarzo também é professor de Mindfulness para Saúde com formação pelo Instituto Breathworks da Inglaterra e pelo Centro de Atenção Plena em Medicina, Saúde e Sociedade, da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. Confira:

Revista SESCAP-PR - O que significa Mindfulness?

Marcelo Demarzo Médico e coordenador do Centro Brasileiro de Mindfulness

Marcelo Demarzo - É um estado mental ou psicológico caracterizado pela atenção plena a cada atividade enquanto ela está ocorrendo. É o oposto da desatenção, quando a mente fica “presa” a pensamentos sobre eventos passados ou futuros e, consequentemente, não estamos presentes no que está acontecendo no “agora”. Mindfulness também se refere a exercícios ou técnicas que treinam e cultivam o estado de atenção plena. Elas são derivadas de práticas de meditação zen budista e da ioga. Existem diversos programas de Mindfulness que ensinam a prática de exercícios com foco na atenção

plena e no manejo do estresse. Em geral, as aulas ocorrem em grupos, com encontros semanais ao longo de dois meses. O programa original chama-se Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) e foi criado na Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, por Jon Kabat-Zinn, no final da década de 1970. A partir do MBSR, vários programas foram desenvolvidos, sempre baseados no ensinamento e na prática de exercícios de Mindfulness, mas voltados a públicos específicos, como pacientes depressivos. Atualmente, os programas de Mindfulness também têm sido aplicados na área educacional, como os voltados a escolas de ensino fundamental, no universo corporativo e junto a atletas de alto desempenho.

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Quais são os benefícios? O Mindfulness está associado a uma série de benefícios à saúde. Evidências científicas revelam que pessoas ou pacientes que cultivam o Mindfulness têm menos sintomas de ansiedade e depressão e lidam melhor com quadros de estresse e dor crônica. Os benefícios se aplicam, inclusive, a pacientes com transtornos psiquiátricos e de ansiedade, hipertensos, diabéticos e a doenças inflamatórias intestinais. Os profissionais que praticam Mindfulness também se beneficiam apresentando menos sintomas de burnout, a síndrome do esgotamento profissional. Além das aplicações preventivas ou terapêuticas, o Mindfulness tem impacto na qualidade de vida e no bem-estar da sociedade. Nos Estados Unidos e em países da Europa a técnica é bastante disseminada. E no Brasil? O interesse tem crescido exponencialmente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País, entre os profissionais da área de saúde e do mundo corporativo. Quais as dicas para quem deseja iniciar a prática da atenção plena, mesmo com tantas distrações no dia a dia? A motivação é o aspecto mais importante. É parecido com o exercício físico, que exige motivação e disciplina, principalmente, no início, pois os exercícios de Mindfulness devem ser praticados diariamente. Para quem está iniciando, sugiro a leitura de manuais ou, ainda, participar de programas baseados em pois os exercícios de Mindfulness.

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O que justifica o interesse pelo Mindfulness no ambiente corporativo? Os mesmos motivos das pessoas em geral, ou seja, a busca por uma vida mais equilibrada, balanceando a vida profissional com qualidade de vida, ao mesmo tempo em que procuramos ferramentas para reduzir o estresse no trabalho e no dia-a-dia. Sob o ponto de vista dos gestores, é uma ferramenta para prevenção do burnout, promovendo bem-estar aos colaboradores, melhor eficiência e produtividade.

De que forma a prática pode auxiliar na produtividade? Uma pessoa que lida melhor com o estresse, que segue um estilo de vida mais equilibrado e saudável, que cultiva relações interpessoais mais funcionais, será um colaborador mais eficiente, mais presente, com uma atitude mais positiva frente aos colegas de trabalho e frente à própria empresa e seus valores e missão. Podemos afirmar que este é o efeito colateral positivo das práticas de Mindfulness. Há empresas que já praticam a técnica? Há resultados comprovados de sua eficácia? Há vários cases de sucesso, principalmente, nos Estados Unidos e Europa. Um exemplo é o Google, que tem um programa próprio de Mindfulness. Apple e a Nortel são outras empresas que adotam a prática, dentre outras.

Uma pessoa que lida melhor com o estresse,que segue um estilo de vida mais equilibrado e saudável, será um colaborador mais eficiente.


Treine a atenção plena De acordo com o professor Marcelo Demarzo, alguns cuidados e orientações são importantes para quem pretende iniciar e manter uma prática meditativa. Ele ressalta, ainda, que pacientes com níveis elevados de ansiedade e depressão também devem estar atentos a estes cuidados. Confira as dicas do Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde para iniciar uma sessão: Encontre um lugar silencioso, com pouca ou nenhuma distração; Use roupas confortáveis e adequadas para a temperatura do local; Comece a meditar por períodos menores (5 a 10 minutos), aumentando o tempo da prática progressivamente; Adote uma posição confortável. O pescoço deve estar em posição neutra e confortável. A coluna ereta quando

sentado, com ombros alinhados e mãos apoiadas nas pernas;

da respiração, sem tentar alterá-lo, apenas observando-o;

Os olhos podem estar fechados ou abertos. Quando abertos, estes devem ficar relaxados, sem focagem específica;

Mantenha a observação da respiração como âncora da atenção e da mente no momento presente, momento a momento, a cada respiração;

Faça uma ou duas respirações mais profundas para trazer a atenção para o corpo ou começar lentamente a observar as sensações no corpo (contato com o chão ou cadeira; temperatura da pele, possíveis desconfortos, etc); Gradualmente, traga a atenção e a observação para os movimentos do corpo durante a respiração, por exemplo, os movimentos do tórax e do abdômen na inspiração e expiração ou, ainda, a sensação do ar entrando e saindo pelas narinas. É importante seguir o fluxo natural

Se alguma distração, pensamento, sensação ou preocupação vier à tona, simplesmente perceba e deixe-a passar, sem se prender ou julgar, voltando novamente a observação para a respiração; Antes de encerrar a sessão, traga novamente a atenção e a observação para as sensações em todo o corpo naquele momento e gradualmente termine a prática. Saiba mais: www.mindfulnessbrasil.com

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Conexão

com o presente Tendências futuristas já dominam nossas rotinas

O

irlandês Neil Harbisson é o primeiro ser humano reconhecido oficialmente como “cyborg”. Ao ser diagnosticado com acromatopsia, doença que não lhe permite ver cores, recorreu à implantação de um olho cibernético permanentemente ligado à sua cabeça para ouvir as frequências de cores por meio de condução óssea. Na mesma linha de incorporação tecnológica está a catalã Moon Ribas, que implantou um chip no braço que, por meio de vibrações, indica a ocorrência de terremotos em qualquer parte do mundo. Ambos participaram da Campus Party Brasil 2016, principal evento tecnológico do país, realizado em janeiro deste ano. Com o tema “Feel The Future” (“Sinta o Futuro”), discutiu as influências da tecnologia no mercado de trabalho. Tonico Novaes, diretor geral do evento, afirmou que “os principais setores econômicos serão transformados pelas inovações tecnológicas, provocando

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uma verdadeira revolução”. Grande parte dos empregos formais também deixará de existir. O autor do livro “O futuro das profissões”, Daniel Susskind, apresentou estudos sobre a relevância das profissões tradicionais no futuro. Segundo ele, sistemas avançados estão desafiando a necessidade de especialistas em diferentes áreas. A vantagem, apontada pelo fundador da Campus Party, Paco Ragagele, é que, com a utilização de máquinas e robôs em atividades produtivas, a humanidade terá mais espaço para a exploração espacial e a inovação. Até onde vai a Inteligência Artificial? A tendência cyborg promete ser comum nesse século. E a ampliação da capacidade humana, com a implementação de chips e de tecnologia cibernética dentro do organismo ou por meio de wearables, aparelhos inteligentes como óculos e relógios, favorece o avanço da Inteligência Artificial (IA). O Future of Life Institute (FLI), entretanto, já expressou preocupação em relação ao assunto. O mesmo ceticismo foi revelado em pesquisa da Associação Britânica de Ciência, quando 36% dos mais de dois mil entrevistados disseram acreditar que a evolução das máquinas re-


presenta uma ameaça para a humanidade. Apesar de esbarrar em questões bioéticas, o físico Stephen Hawking confirmou a tese, ao dizer que “o desenvolvimento pleno da inteligência artificial poderia significar o fim da raça humana”. Quem ainda é reticente com a tecnologia deve se preparar. Segundo a Venture Scanner, são cerca de 900 companhias que atuam no setor de IA no mundo. Os investimentos em empresas do setor cresceram 588% em cinco anos, atingindo US$ 310 milhões em 2015, de acordo com a CB Insights. Gigantes do setor de software colaboram com os números, como é o caso da Microsoft que incorporou a startup britânica Swiftkey por US$ 250 milhões. A empresa criou um aplicativo de teclado que tenta adivinhar o futuro, oferecendo a próxima palavra que você quer digitar em uma frase, baseado no estilo particular

do usuário. Softwares como esse também já estão sendo usados em publicações de jornais como o “Los Angeles Times” e “Forbes”. Por meio de algoritmos são as máquinas que geram notícias. O processo é chamado de “machine learning” (aprendizado automático). O Echo é outro aparelho que tem dado vida à Inteligência Artificial. Produzido e comercializado pela Amazon, o alto-falante utiliza comandos de voz para efetuar ações, fazer pesquisas e ordenar tarefas, tal como a Siri da Apple e o Google Now. Já o programa AlphaGo, da DeepMind (companhia do Google), aponta para a criação de uma nova forma de IA, com pensamento intuitivo. Em um confronto histórico, o sistema foi desafiado a jogar partidas de Go, jogo de tabuleiro, no qual competia com o campeão sul-coreano Lee Se-Dol. Das cinco partidas disputadas, o programa ga-

nhou quatro e perdeu uma. E os avanços tornam-se cada vez mais impressionantes. A Boston Dynamics, empresa de engenharia robótica avançada, tem aprimorado as técnicas cibernéticas em robôs como o BigDog e Cheetah, que desempenham comportamentos de mobilidade, equilíbrio e velocidade.

O desenvolvimento pleno da inteligência artificial poderia significar o fim da raça humana. Stephen Hawking

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Rotinas tecnológicas Na era do selfie, drones se apresentam como fortes aliados. A Lily, disponível para a pré-venda nos Estados Unidos por US$ 920, segue seu dono para captar suas atividades diárias. Nas ruas também é possível comprovar os efeitos da IA. A Google lançou o Auto Android, aplicativo que integra carros e smartphones. No Brasil, o lançamento ocorre em abril de 2016. A Toyota também anunciou um investimento de US$ 1 bilhão na criação do Toyota Research Institute, laboratório de pesquisa do Vale do Silício para o desenvolvimento de carros autônomos, que devem chegar ao mercado entre 5 e 10 anos. Seguindo o mesmo conceito, a Samsung lançou em abril de 2016 um para-brisa inteligente para motos que se conecta ao smartphone, chamado de Smart Windshield. A multinacional Uber não fica para trás e aposta na tendência, preparando-se para a substituição dos motoristas particulares por robôs. Realidade virtual é outra ino-

vação que impactará nas relações humanas. Os óculos HoloLens, da Microsoft, estão sendo usados pela NASA, Volvo e até pela universidade Case Western Reserve, situada em Cleveland (EUA), em aulas de anatomia, comprovando a possibilidade de acesso remoto em diversas situações. A startup curitibana Beenocolus está se destacando nessa área e comercializa os equipamentos com valores acessíveis, a partir de R$ 159. Porém, ao que tudo indica, os robôs serão mais que simples máquinas. O Pepper, desenvolvido pela japonesa Softbank, mostrase ideal para fazer companhia às pessoas. Em apenas um minuto, mil unidades do robô foram vendidas, por US$ 1,6 mil cada. Internet das Coisas Quem nunca disse a frase “acabou minha bateria”, que atire a primeira pedra. Seria um sinal de que nosso smartphone já é considerado uma

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Veículo autônomo da Google

extensão do nosso corpo? Talvez. A intervenção tecnológica, chamada Internet of Things (IoF), ou Internet das Coisas, está sendo incorporada em nossas rotinas gradativamente. São ferramentas que interagem em tempo real com os usuários, modificando os hábitos das pessoas. Dispositivos que liberam a cancela quando seu veículo se aproxima; sensores de filas; aplicativos que monitoram sua saúde; dispositivos


médicos; tornozeleiras eletrônicas e beacons (proposta de pagamento digital móvel) são alguns exemplos dessa tecnologia. A empresa mineira Bluelux já comercializa um sistema de iluminação inteligente que conecta as lâmpadas ao smartphone. A Automatic, fabricada pela Nest Labs, permite o controle do termostato de acordo com a distância do carro em relação à casa. Quando o motorista chegar em casa, a temperatura estará ajustada. E a facilidade de acesso a tais dispositivos móveis favorece o mercado. Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados referentes a 2014, mostra que a internet chegou a mais da metade das casas brasileiras. E, das 36,8 milhões de residências conectadas, 29,6 milhões dispõem de um telefone móvel para se conectar à internet. A evolução da educação A geração que acompanhou o fim da enciclopédia Barsa e a ascensão do Google como a maior ferramenta de busca do planeta está debatendo a adaptação do modelo tradicional de ensino. O objetivo? Fomentar a inovação de ideias. Parte desse público esteve reunido no dia 05 de março, em Curitiba, para o evento TEDxPraçaSantosAndradeED. A conferência mobilizou mais de seis mil pessoas que assistiram às histórias de 10 palestrantes brasileiros e do exterior acerca da educação. O curador do evento, Gustavo Scholz, destaca que os modelos atuais não acompanham as demandas do homem contemporâneo e os reflexos são disseminados com a chegada do jovem ao mercado de trabalho. “Um profissional

Óculos de realidade virtual

Moon Ribas e Neil Harbisson: Cibernéticos que só acumula informações não é necessariamente mais produtivo. Pesquisas mostram que 65% das crianças que estão no primário hoje trabalharão em empregos que nem sequer existem ainda”, revela. A sugestão é de um conhecimento adaptado às necessidades da vida adulta, a fim de reduzir investimentos adicionais para as empresas e para a comunidade. “Quando o setor privado trabalha junto com as instituições de ensino, satisfazemos as necessidades de aprendizado da força de trabalho, gerando assim um maior aproveitamento do potencial humano”, alertou. Revista SESCAP-PR

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Certificado digital mobile

já é realidade

Entre os benefícios estão a mobilidade, segurança, agilidade, e até a redução de custos. Tecnologia já é utilizada com sucesso em países como Estônia e Finlândia

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s aplicativos para celulares e tablets surgiram como grandes aliados dos empresários. Alguns controlam o tempo, outros gerenciam tarefas e até as finanças. Uma novidade nessa área é o certificado mobile, modalidade digital inovadora de armazenamento e uso do certificado em dispositivos móveis. A tecnologia já é utilizada com sucesso em países como Estônia e Finlândia. “O aplicativo é o local onde o certificado fica armazenado no dispositivo móvel do titular, que pode ser celular ou tablet. É por meio dele que é feita a emissão do certificado e toda a comunicação entre as aplicações e o

dispositivo móvel”, explica Maurício Balassiano, diretor de Produtos e Tecnologia da Certisign, empresa que ofertará o certificado digital Mobile ID a partir de abril de 2016. Para Balassiano, as principais vantagens para os contadores são a conveniência, a mobilidade, a agilidade na rotina, a segurança nos processos e até a redução de custos. “É comum os profissionais ficarem com o certificado de clientes para facilitar a operação da rotina contábil. Com o formato mobile, o cliente fica com o próprio certificado e autoriza a distância as operações. O contador consegue melhorar a operação do escritório, dedicandose totalmente à rotina contábil, sem ter que controlar as datas de validade dos certificados de terceiros”, detalha Balassiano. Para os clientes, os benefícios também envolvem o controle e a tranquilidade. “Ele pode, a qualquer momento, autorizar as transações solicitadas pelo contador e ainda assinar documentos no meio eletrônico, enviar o Imposto de Renda, acessar sites, dentre outras aplicações”, explica. Como funciona? O cliente solicita o certificado digital Mobile ID, baixa o aplicativo e realiza a emissão. O contador baixa

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o Mobile ID Desktop no computador e adiciona os dados do cliente. A partir daí, quando o contador acessar uma aplicação para enviar uma obrigação fiscal, por exemplo, o Mobile ID Desktop envia um alerta (push) para o Mobile ID do cliente, que deverá autorizar a transação inserindo a senha do certificado ou, opcionalmente, a digital. Funcionalidade Conforme explica o diretor de Produtos e Tecnologia da Certisign, Maurício Balassiano, o certificado digital Mobile ID pode ser utilizado para acessar todas as aplicações compatíveis com o certificado digital, exceto aquelas que exigem o uso do A3, que é o certificado armazenado no Cartão/Token. “O Mobile ID tem um processo de emissão simplificado em relação ao dos certificados emitidos no computador ou mídia cartão/token. O interessado deve solicitar o certificado Mobile ID, realizar a validação, baixar o aplicativo e preencher com os códigos de emissão. Não há necessidade de importação, apesar desta também ser uma opção oferecida pelo aplicativo”, esclareceu. Mais informações: www.certisigncom.br/mobileid


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