Revista SESCAP-PR - Edicao 21

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Ano 3 | Edição 21

Tire do papel e faça acontecer Descubra os principais erros dos empresários ao traçarem estratégias

p. 06 Segurança

Certificado Digital é a forma mais segura de ter sua identidade na web

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Entrevista

Até 2020 depressão será a maior causa de afastamento do trabalho

Marketing

A importância da experiência do consumidor

Felipe Augusto Dufloth

p. 16

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CONVÊNIOS

DO SESCAP-PR Beneficiam você, sua empresa e seus colaboradores.


EDITORIAL

PALAVRA DO Presidente

O

que você considera essencial para que sua empresa prospere em 2018? Acreditamos que, além de um bom planejamento estratégico, que auxilia na triagem de um caminho seguro rumo ao cumprimento dos objetivos, é importante ter uma atitude inovadora. O SESCAP-PR começou o ano com o pé direito, cheio de planos, acreditando na inovação e quer convidar você para unir-se à entidade. Nossas inovações percorrerão o campo da capacitação, da comunicação, dos serviços e do universo digital. Em janeiro teremos um novo site no ar, com design moderno e alinhado a tendências que irão garantir uma melhor navegação e experiência do usuário. A comunicação visual traz elementos que já temos usado em nossa página do Facebook e essa unidade vai ao encontro da busca pela identidade visual que reflita quem somos. As novidades não param por aí. Temos ainda a transformação desta publicação: a Revista SESCAP-PR que, a partir deste ano, será veiculada exclusivamente no formato on-line. O conteúdo diversificado e voltado ao empresário será o mesmo, com a facilidade de ter o conteúdo sempre à mão, acessando pelo computador, celular ou tablet! E por falar em facilidade, uma das nossas apostas para 2018 serão as funcionalidades do aplicativo do SESCAP-PR. Tere-

mos conteúdo de cursos, notícias e muito mais com a facilidade que só um aplicativo proporciona.

Vem aí! No campo da capacitação, o grande destaque do SESCAP-PR será o 4º Enescopar – Encontro das Empresas de Serviços do Paraná, o maior evento do segmento no Estado. Empresários estarão reunidos nos dias 8 e 9 de março de 2018, no Centro de Eventos da Fiep, em Curitiba, para buscar conhecimento e muita informação para enfrentar os desafios, encarar as mudanças de mercado e absorver tendências. Palestrantes renomados farão parte da programação. Dentre eles: Arthur Igreja; Marcelo Porto, Ricardo Dória e Jaqueline Weigel. Esperamos você! Acompanhem todas as notícias do evento e vamos juntos promover o sucesso do 4º Enescopar!

Mauro Cesar Kalinke Presidente do SESCAP-PR

Diretoria: Presidente: Mauro Cesar Kalinke | 1º Vice-presidente: José Reinaldo Vieira | 2º Vice-presidente: Expedito Barbosa Martins (in memoriam) Dir. Secretário Geral: Nelson Zafra | Dir. Adm. Finanças: Juarez Miguel Rossetim | Dir. Adm. Finanças Adjunto: Paulo Roberto Gaertner Dir. Relações Sindicais: Alceu Dal Bosco | Diretor de Eventos: Manoel Pereira Góes | Diretor Jurídico: Euclides Locatelli Diretor Relações Interior: Amauri Clovis Oliveira Nascimento | Diretores Suplentes: Antonio Romero Filho, Divanzir Chiminácio, Irineu Zanuzzo (in memoriam) Conselho Fiscal - Titulares: Antonio Eurides da Rocha, Alexandre Belmiro Berti, Luiz Fernando Ferraz - Suplentes: Albino Vieira de Oliveira, Juarez Tadeu Morona Filho, Ormélia Tereza da Silva | Delegados Representantes - Titulares: Mauro Cesar Kalinke, Expedito Barbosa Martins (in memoriam) | Suplentes: Narcizo Muller, Minoro Kozima | Diretores Regionais - Arapongas: Antonio do C. Simões - Cascavel: Michel Vitor Lopes - Foz do Iguaçu: Regina Adams - Guarapuava: Eva S. de Lima Maringá: Miriam da Silva Braz - Pato Branco - Toledo: Leandro Ramos - Umuarama: Hélio de S. Camargo

Revista SESCAP-PR |

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ÍNDICE

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ENTREVISTA

CAPA

A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

TIRE DO PAPEL E FAÇA ACONTECER

Descubra os principais erros dos empresários ao traçarem estratégias

ARTIGOS

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Palavra do Presidente

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4º Enescopar traz para o debate a transformação dos negócios

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Seus dados protegidos

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Um mindset para o sucesso empresarial

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Um futuro mais tecnológico

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Inscrições abertas para 3º Prêmio SESCAP-PR de Jornalismo

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O poder da boa experiência

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Boa ideia

Simples Nacional: Novo fator “r” para 2018

Mediação empresarial: nova forma de resolver conflitos

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Oito erros comuns na comunicação corporativa

SEÇÕES

25 INVESTIMENTOS: Finanças a salvo Como distribuir a renda da empresa familiar sem comprometer o negócio? 29 RECURSOS HUMANOS:

O que empresas têm feito na comunicação com colaboradores

Curta nossa página no Facebook e siga-nos pelo Twitter. Missão: Representar e defender os interesses empresariais com excelência e responsabilidade. Visão: Ser reconhecido e valorizado pelos representados como referência nacional em representação empresarial. Valores: Comprometimento, Ética, Inovação, Excelência, Respeito, Responsabilidade e Sustentabilidade.

Expediente:

A Revista SESCAP-PR é uma publicação do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado do Paraná (SESCAP-PR) - Rua Marechal Deodoro, 500 - 11º andar - CEP 80010-911 - Curitiba – Paraná - Fone/Fax (41) 3222-8183 www.sescap-pr.org.br | Assessoria de Comunicação do SESCAP-PR - Jornalista Responsável: Adilson Faxina - Reg. Prof. 2814/11/27 Produção, edição e revisão: Adilson Faxina, Cibele Michelin, Patrícia Schor, Raíssa Ribeiro | Projeto Gráfico, Arte e Diagramação: Mariana Eloiza Machado Impressão e acabamento: Corgraf - Tiragem: 6.000 mil exemplares - Distribuição dirigida e gratuita As imagens utilizadas nesta edição pertencem ao acervo do SESCAP-PR e de entidades parceiras. A redação não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Os anúncios veiculados são de inteira responsabilidade dos anunciantes.

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CAPA

TIRE DO PAPEL E

R E C E T N O C A A FAÇ

Já tentou planejar o futuro da sua empresa e não conseguiu? Descubra os principais erros dos empresários ao traçarem estratégias Por Raíssa Ribeiro

“N

ão ter planejamento estratégico é como tentar atravessar uma floresta sem o auxílio de um GPS, você não sabe em que direção seguir”. Assim o professor e coordenador executivo do MBA em Gestão da FAE Business School, Luis André Fumagalli, explica a necessidade de as empresas delimitarem suas estratégias. Mas traçar esse caminho nem sempre é fácil. De acordo com a pesquisa divulgada pela unidade de inteligência da The Economist, 90% dos executivos de grandes organizações de diversos países admitem não conseguir implementar todas as estratégias que suas empresas elaboram. O planejamento estratégico é um processo longo, trabalhoso e que envolve diversas áreas da empresa. Mas, se realizado da maneira correta, com o engajamento necessário, dá um rumo à organização e auxilia no alcance de seus objetivos, conforme explica Fumagalli. “Sem planejamento estratégico a empresa não sabe para onde está indo e não tem como controlar os seus resultados”. Então por que tantos planejamentos são abandonados no meio do caminho? O consultor do Sebrae-PR, Marcelo Cantero de Castro, explica que é necessário ter o engajamento dos profissionais envolvidos no processo. “Se as pes-

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soas da empresa não compreenderem o seu papel e sua importância dentro das estratégias e objetivos, não haverá engajamento. Esta é uma dificuldade muito grande para qualquer organização. Os funcionários precisam ter o mesmo desejo que os gestores para que ‘vistam a camisa’ e no dia a dia suas ações reflitam esta motivação”, afirma. Para a instrutora do SESCAP-PR e coach de carreiras e negócios, Renata Gusmão, o líder tem um papel fundamental em manter a equipe engajada com o planejamento. “Ele deve, em primeiro lugar, certificar-se de que sua equipe sabe, de fato, qual é o planejamento estratégico. Costumamos dizer que, às vezes, o ‘óbvio não é tão óbvio’. Depois, é importante que ele deixe claro o papel de cada um no planejamento, levando-os a entender a importância do seu integral envolvimento no processo. E, por último, acompanhar. É muito comum os líderes confundirem a expressão ‘dar autonomia’ com ‘abandonar’”. Pessoas gostam de re-


CAPA

ceber responsabilidades, aprender coisas novas, receber feedbacks e, principalmente, conquistar resultados positivos”, explica. Fumagalli aponta que as estratégias traçadas devem ser condizentes com a realidade da empresa, se não o planejamento corre o risco de ser abandonado. O professor explica que dois motivos podem levar à falta de sucesso no cumprimento das estratégias: a empresa não estar adaptada ao ambiente em que está inserida e/ou não possuir recursos necessários para executar o que foi planejado, além de dificuldades como falta de tempo e disciplina. “As empresas brasileiras ainda atuam de forma improvisada e de curto prazo, acreditando que dá para fazer com menos gastos ou mais rápido. O planejamento fica sem valor e sem sentido se não se pretende segui-lo”, afirma. Sendo assim, construir um planejamento “pé no chão”, que leve em consideração todas as oportunidades e dificuldades que a empresa possui, é de extrema importância para que as estratégias sejam cumpridas até o fim.

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CAPA

Equipe Outro ponto importante é a equipe que estará diretamente envolvida na realização do projeto. Fumagalli ressalta a importância de envolver todos os setores da empresa. “O planejamento estratégico é um processo sistêmico que depende de informações precisas, detalhadas e em tempo real de todas as áreas e atividades da empresa, até mesmo as mais simples. Ele deve promover a sinergia que transforma a empresa num corpo único, com direção e propósito”. Como não é possível reunir toda a empresa, devem haver lideranças para representar cada setor. Marcelo Cantero de Castro relembra a importância de terem profissionais responsáveis pelo plano, já que posteriormente serão analisados indicadores e metas cumpridas.

Metas Mesmo com a equipe engajada e as estratégias bem estabelecidas, os profissionais ainda encontram dificuldade em cumprir metas. Com as atividades do cotidiano, a dificuldade está em definir o grau de prioridade de cada uma. Renata Gusmão aconselha a dividir as metas em pequenas partes. “Em primeiro lugar deve-se saber, exatamente, onde se quer chegar. A meta deve ser visualizada exatamente como se já tivesse sido cumprida. Isso significa, principalmente, saber quais os meios para mensurá-la quando já estiver concluída. Depois disso, é necessário ‘quebrá-las’ em pequenas metas, de maneira que ele saiba se está ou não no caminho certo. Gráficos, indicadores e relatórios de avaliação de cada etapa são importantes aliados na leitura de qualquer planejamento. Com isso, é possível identificar tanto os resultados positivos como também as necessidades de adequações e melhorias”.

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DICAS PARA UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE SUCESSO

5 O planejamento nunca tem fim, deve ser cíclico. Quando os objetivos forem alcançados, trace novos!

4 Tenha flexibilidade para adaptar o planejamento conforme os ambientes internos e externos forem apresentando novas demandas


CAPA

Análise do ambiente

1 Monte a equipe que trabalhará diretamente no planejamento. Nesta fase é importante que todos os setores da empresa estejam representados.

2 Reflita sobre o futuro da empresa, estabeleça objetivo, defina os obstáculos encontrados e como superá-los.

3 Trace as ações, quem deve cumpri-las e os prazos de entrega. É importante acompanhar os dados, ter um controle.

É comum que durante as reuniões para discutir o planejamento muito se fale sobre a empresa e assuntos internos. É necessário ter cuidado para não perder tempo com questões orçamentárias ou de gestão interna, é importante analisar o ambiente em que a empresa está inserida e em que situação ela estará nos próximos anos. André Fumagalli explica que as empresas brasileiras ainda pecam ao oferecer produtos e serviços sem levar em consideração o que os clientes precisam. De acordo com o professor, as estratégias são montadas de dentro para fora das organizações, sendo que deveria ser o inverso. “As empresas tentam vender o que produzem, quando na verdade deveriam estar produzindo o que se vende. O entendimento das necessidades dos clientes e a melhora no seu atendimento são cruciais para o sucesso. Suas estratégias devem estar voltadas para este fim”.

Pequenas empresas Existe o pensamento de que o planejamento estratégico é necessário apenas para grandes corporações, com um grande número de funcionários. Porém, ele deve ser feito em todas as empresas, independentemente do tamanho. “A única diferença entre uma empresa grande e uma pequena está na quantidade de informação que precisa ser processada. O processo e o conteúdo, em si, são praticamente os mesmos e são igualmente fundamentais para que as empresas funcionem, independente do porte”, explica Fumagalli. Já Marcelo Cantero de Castro acredita que, em alguns aspectos, as empresas menores levam vantagem. “A vantagem da micro e pequena empresa, no cenário econômico instável, é ter a capacidade de se movimentar de maneira rápida para aproveitar as oportunidades e se defender das ameaças. Sem dúvida é uma característica fundamental para o desenvolvimento do negócio e uma vantagem clara para quem possui um planejamento”, aponta o consultor do Sebrae-PR.

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DIA A DIA

4 ENESCOPAR

traz para o debate a transformação dos negócios Curitiba receberá nos dias 8 e 9 de março a quarta edição do maior evento do setor de serviços no Estado Por Raíssa Ribeiro e Cibele Michelin

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unca se discutiu tanto o futuro das empresas de serviços como agora. A cada instante, surgem novos prazos, novas regras e, principalmente, novas tecnologias. E para acompanhar essa evolução é preciso ficar atento. Pensando nesta necessidade de seguir de perto as tendências e inovações, o SESCAP-PR realiza a cada dois anos o Encontro das Empresas de Serviços do Paraná (Enescopar), o maior evento do segmento no Estado. Nos dias 8 e 9 de março de 2018, no Centro de Eventos da Fiep, em Curitiba, a 4ª edição do Enescopar discutirá o tema Transformação dos Negócios – Inovação, Reinvenção e Disrupção. “O empresário deve se adequar às necessidades atuais de mercado, mas é essencial que sempre foque em ideias inovadoras. Muitos profissionais enxergam a tecnologia como ameaça e, na verdade, os recursos tecnológicos e a inteligência artificial contribuem para minimizar erros e dinamizar o trabalho. O que não podemos esquecer é do valor humano nesse processo. E é tudo isso o que pretendemos mostrar para os empresários”, afirmou o presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke.

Programação terá interação A programação conta com palestrantes renomados como Arthur Igreja, Marcelo

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Porto, Ricardo Dória e Jaqueline Weigel. Além de ser um espaço para absorver conhecimento e tendências, os dois dias de evento vão proporcionar a troca de experiências entre empresários e também networking profissional na Feira de Negócios, organizada em um espaço amplo e dinâmico para facilitar a interação.

Universo Digital O evento trará tendências já seguidas pelo SESCAP-PR em eventos anteriores, que é de aproveitar os recursos tecnológicos a favor dos empresários. Para isso, o 4º Enescopar contará com as funcionalidades do aplicativo do SESCAP-PR. O layout foi reestruturado levando em consideração a experiência do usuário. Outra grande novidade é o crachá virtual, que agiliza a confirmação de presença em eventos.

Inscrições As inscrições podem ser feitas no site do evento www.enescopar.com.br e há desconto especial para quem garantir o ingresso antecipado. Para mais informações, entre em contato com o setor de Eventos do SESCAPPR por meio do telefone (41) 3222-8183 ramal 415 ou pelo e-mail capacitacao@sescap-pr. org.br.


DIA A DIA Conheça os palestrantes já confirmados:

Arthur Igreja Empresário, investidor-anjo e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Tem experiência profissional e acadêmica em mais de 25 países. Possui certificados executivos pela Harvard University (EUA) e Cambridge University (Inglaterra). Atualmente cursa o Doctorate in Business Administration na Universidade ESC de Rennes na França. Masters in International Business pela Georgetown University (EUA), Corporate Masters of Business Administration pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV/EBAPE. Pós-MBA em Negociação Empresarial pela FGV. Tem MBA Executivo Internacional pela FGV/Ohio University; é especialista em Redes Industriais pelo CTAI e Engenheiro de Controle e Automação pela Faculdade Assis Gugacz.

Gil Giardell Estudioso de Cultura Digital, com 16 anos de experiência. É web ativista, difusor de conceitos e atividades ligados à sociedade em rede, colaboração humana, economia criativa e inovação. Professor nos cursos de pós-graduação, MBA e do CIC (Centro de Inovação e Criatividade) na ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, INEPAD-USP e da FIA-LABFIN/PROVAR. Conferencista em centenas de eventos como TEDx, EducaRede, RioInfo, The Economist Insights em empresas e instituições como Apple, Nestle, Sebrae, Grupo Globo, Google, Bradesco, Itaú, VIVO, dentre outros.

Jaqueline Weigel Pesquisadora de Futurismo e Mentora na Inovação Disruptiva. Aluna da Singularity University, da Friends of Tomorrow, formada em Gestão de Pessoas pela FGV SP e Coach PCC pela ICF Global. Atua há 12 anos com mudanças de cultura e desenvolvimento de liderança corporativa junto à médias e grandes empresas do País. Vem traduzindo tendências do futuro para que empresas e grupos sociais trabalhem nas adaptações do presente e na mudança para modelos mentais disruptivos. Prepara pessoas e empresas para o mercado futuro.

Ricardo Dória Empreendedor criativo, estudioso de felicidade, talento e processos de realização. Mestre em Estratégias de Marketing e Comportamento do Consumidor pela UFPR, estudou Inovação e Design Thinking na Universidade de Stanford, no Vale do Silício. Fundador da Aldeia Coworking, Co-Fundador d’A Grande Escola e reconhecido “Global Shaper” pelo Fórum Econômico Mundial, trabalha com projetos de empreendedorismo, inovação e criatividade para resultados práticos.

Marcelo Porto Presidente da IBM Brasil, empresa que completou cem anos em 2017. Algumas de suas importantes missões à frente da empresa são: consolidar a estratégia das plataformas cognitivas na nuvem e ampliar as vendas de soluções IBM para novos compradores de tecnologia, como os setores de agronegócio, saúde, marketing, recursos humanos, entre outros. Em seus mais de 30 anos de trajetória na IBM Brasil e exterior, ocupou diversas funções de liderança em áreas estratégicas da companhia, vice-presidente de software da IBM Brasil, diretor de serviços para pequenas e médias empresas na organização da América Latina e diretor de marketing. Porto é graduado em Análises de Sistemas pela PUC-RJ. Revista SESCAP-PR Revista SESCAP-PR| |

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CERTIFICAÇÃO DIGITAL

SEUS DADOS

PROTEGIDOS

Certificação cumpre uma série de normas para ser a forma mais segura de ter uma identidade digital Por Raíssa Ribeiro

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número de emissões de certificados digitais não para de crescer. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), houve um crescimento de 10,11% nas emissões realizadas no período de outubro de 2016 a setembro de 2017, totalizando 3.463.648 certificados no Brasil. Esse grande número de pessoas, físicas e jurídicas, utilizando a certificação pode causar receio pela grande quantidade de dados pessoais e sigilosos que são confiados às certificadoras. Na prática, o certificado digital é a identidade virtual que permite a identificação segura do autor de uma mensagem ou transação feita em meios eletrônicos, o que o torna o documento mais importante e seguro do cidadão. Os certificados são usados para confirmação da identidade na internet, correio eletrônico, transações on-line, redes privadas virtuais, transações eletrônicas, informações eletrônicas, cifração de chaves de sessão e assinatura de documentos com verificação da integridade de suas informações. O presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke, afirma que as certificações digitais são seguras e que existe uma grande preocupação com a proteção dos dados disponibilizados.

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“Existe uma hierarquia de confiança na emissão dos certificados digitais, encabeçada por uma Autoridade Certificadora Raiz (AC Raiz), seguida pela Autoridade Certificadora (AC) e pela Autoridade de Registro (AR). O Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) é responsável por estabelecer a política, os critérios e as normas técnicas para o credenciamento dessas ACs, ARs e demais prestadores de serviço de suporte à ICP-Brasil. Ou seja, somente ARs credenciadas à AC Raiz poderão emitir certificados digitais, o que legitima a autenticidade dos processos”, explica.

Criptografia Além da hierarquia de confiança, os dados também são criptografados para evitar vazamento de informações, ou seja, passam por uma forma sistemática para esconder a informação na forma de um texto ou mensagem incompreensível. A gerente de Tecnologia da Informação da Fenacon CD, Roberta Cardoso, explica que os certificados são criados com um conjunto de chaves criptográficas de alta complexidade. “Com a tecnologia atual, para se conseguir decifrar esse conteúdo levaria mais do que a validade dos certificados”. Roberta Cardoso ainda


CERTIFICAÇÃO CERTIFICAÇÃO DIGITAL

comenta que a Política de Segurança das Autoridades Certificadoras leva em consideração a confidencialidade, integralidade e não-repúdio, sendo o tripé da segurança da informação. “Isto garante que o certificado digital seja a forma mais segura de se ter a sua identidade digital na rede”, afirma. O diretor de Varejo e Canais da Certisign, Leonardo Gonçalves, explica que a cada uso do certificado é gerada uma assinatura digital. “Ela comprova que o documento ou transação não foi alterado e que foi assinado pela entidade ou pessoa que possui a chave privada correspondente ao certificado digital. Em caso de qualquer alteração, é possível verificar”, coloca.

Diferentes tipos de certificação NFC-e, e-CPF, e-CNPJ, CT-e, entre outros. São inúmeros tipos de certificados digitais, que podem ser utilizadas diretamente no computador, em token (dispositivo com conexão com o computador via USB), smartcard (tipo de cartão plástico semelhante a um cartão de crédito com um ou mais microchips embutidos, capaz de armazenar e processar dados) e demais alternativas. Mas você sabe se existe um modelo que seja

mais seguro? “Os certificados digitais em si têm as mesmas características de segurança. O que os tornam mais ou menos seguros são as formas de utilização”, comenta Roberta Cardoso. Mauro Kalinke explica que os certificados se subdividem essencialmente em dois tipos: A1 e A3. O primeiro fica armazenado diretamente no computador e possui validade de um ano. Já o A3 pode ter validade de um, dois ou três anos e obrigatoriamente precisa ser armazenado em mídia específica, criptografada, que pode ser um cartão inteligente ou token. Para Roberta Cardoso, os certificados A3 podem ser considerados mais seguros por utilizarem hardwares criptográficos. Como o A1 é armazenado em computador, pode ficar vulnerável a cópias e ao uso não autorizado em caso de senha compartilhada ou de fácil acesso. “Para utilização em locais diversos o ideal é o A3, especialmente pela possibilidade de transportá-lo. Para uso fixo em apenas um computador pode-se usar o A1. É também importante observar o sistema em que o certificado digital será utilizado. Alguns sistemas de nota fiscal, por exemplo, aceitam apenas a utilização do certificado A1; já sistemas do CFC aceitam somente certificados A3. Sendo assim, não se pode observar apenas o tipo, mas principalmente o sistema em que o certificado digital será usado”, conclui.

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CERTIFICAÇÃO DIGITAL

SEGURANÇA DOS CERTIFICADOS EMITIDOS PELO SESCAP-PR O SESCAP-PR segue os rigorosos padrões do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e também pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), pois oferece legitimidade na emissão e validação dos certificados digitais. Anualmente, a AR é auditada e, há sete anos, conquista o conceito máximo. “O resultado das auditorias atesta a qualidade do serviço de certificação digital, cada vez mais focado na segurança, facilidade e agilidade para nossos clientes e usuários, além de aferir um atendimento personalizado da equipe”, frisou o presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke. Quando o cliente procura o SESCAP-PR munido de seus documentos, todos os processos são analisados de forma rigorosa pelos agentes de registro que constatam a autenticidade dos dados que, na sequência, seguem para a verificação pelas equipes especializadas do Instituto Fenacon, em Brasília. O processo dura em média 30 a 40 minutos, dependendo do tipo do certificado. Para garantir a máxima segurança dos dados, o SESCAP-PR possui agentes de registro treinados e acompanhados de forma periódica, ambiente climatizado, com estrutura isolada, controle de acesso, equipamentos seguros e estações de trabalho protegidos contra ameaças digitais. Os documentos que compõem os dossiês dos titulares de certificados digitais são guardados em armários chaveados e com acesso restrito, tudo para garantir a segurança e o sigilo dos dados. Os documentos são digitalizados para evitar o desperdício e acúmulo de papel, medida sustentável adotada pelo SESCAP-PR para contribuir com a preservação do meio-ambiente. Todas as ARs, de Curitiba e outras cidades nas quais o SESCAP-PR possui escritórios regionais, são padronizadas com os mesmos sistemas de segurança para garantir a confiabilidade aos clientes.

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ARTIGO

SIMPLES NACIONAL Novo Fator “r” para 2018

Rômulo Albuquerque

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ntes das alterações introduzidas pela Lei Complementar nº 155/2016, o Fator “r” se aplicava somente às atividades previstas para o anexo V. A partir de 2018, algumas atividades de serviços previstas para os anexos III e V dependerão do fator “r” para determinação de alíquota. O Fator “r” que consiste em identificar quanto à folha de pagamento representa no faturamento da empresa nos últimos 12 meses. Entende-se como “folha de pagamento” a remuneração efetivamente paga a título de salários, pró-labore, contribuição patronal previdenciária e FGTS. Vejamos abaixo um esquema prático:

Em outras palavras, o governo está concedendo ao empresário a possibilidade de reinvestir, em alguns casos, até 9,50% do seu faturamento para geração de empregos. Estarão sujeitas ao Fator “r” as seguintes atividades: fisioterapia, arquitetura e urbanismo; medicina, inclusive laboratorial, e enfermagem; odontologia e prótese dentária; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, acupuntura, podologia, fonoaudiologia, clínicas de nutrição e de vacinação e bancos de leite; administração e locação de imóveis de terceiros; academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas; empresas montadoras

empresário contábil, diretor da Previdencial Contabilidade, contador, consultor tributário e palestrante em diversos Estados e professor de pós-graduação. www.previdencialcontabilidade.com.br

de estandes para feiras; laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética, engenharia, medição, cartografia, topografia, geologia, geodésia, testes, suporte e análises técnicas e tecnológicas, pesquisa, design, desenho e agronomia; medicina veterinária; serviços de comissária, de despachantes, de tradução e de interpretação; representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros; perícia, leilão e avaliação; auditoria, economia, consultoria, gestão, organização, controle e administração; jornalismo e publicidade; agenciamento; bem como outros serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual não relacionados no art. 25-A, § 1º, III, IV e IX; § 2º, I, da Resolução CGSN 94/2011.

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ENTREVISTA

A DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO Como prevenir uma doença que, até 2020, será a maior causa de afastamento do trabalho em todo o mundo Por Cibele Michelin

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depressão é chamada de doença do século e não é por acaso. Estudos sobre o tema apontam dados alarmantes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema afeta 322 milhões de pessoas no mundo e o Brasil é o país que lidera o número de casos na América Latina. São 11,5 milhões de brasileiros depressivos. E esses dados também geram impactos no ambiente corporativo. Até 2020, a OMS estima que a depressão será a maior causa de afastamento do trabalho. A doença ocorre por vários fatores e pode ser desencadeada em função do trabalho, mas há algumas dicas para fugir desse vilão dos tempos modernos. Preservar bons relacionamentos com colegas, manter hábitos de vida saudáveis, que envolvem boa alimentação e exercícios físicos são algumas delas. Para abordar estes e outros aspectos da depressão, a Revista SESCAP-PR entrevistou o médico psiquiatra, Felipe Augusto Dufloth, integrante do corpo clínico do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba. Confira:

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ENTREVISTA

Revista SESCAP-PR: Quais são as principais causas da depressão relacionadas ao ambiente de trabalho? Felipe Augusto Dufloth: A depressão é multifatorial e os casos relacionados ao trabalho estão ligados, muitas vezes, ao excesso de atividade laboral. Ou seja, algumas pessoas não têm habilidade e a resiliência necessária para o trabalho que desempenham e não aguentam o ritmo. Há, por outro lado, situações de assédio moral e cargas de trabalho absurdas em determinadas empresas que geram estafa. A depressão no ambiente de trabalho envolve, basicamente, esses dois aspectos: relacionamento profissional e a resiliência da pessoa. Há outros fatores que podem influenciar no surgimento da doença como o horário de trabalho. O trabalho noturno, por exemplo, tem uma tendência a alterar o ritmo biológico e a deprimir o paciente. Outra situação é quando há excesso de trabalho, sem intervalos. Não apenas alta carga horária de trabalho, mas a atividade sem paradas, de forma ininterrupta. Isso pode acontecer mais com os profissionais autônomos, onde são comuns estas estafas. E como a doença é multifatorial, o trabalho pode torna-se um fator contributivo para seu surgimento.

R.S: Ainda é difícil a pessoa perceber e admitir quando está passando pelo problema, principalmente, no ambiente de trabalho? F.D: Sim, por dois pontos. Há uma questão de gênero e, em geral, as mulheres tendem a procurar mais ajuda, já o homem não admite ter um problema emocional. Ele não fala sobre a doença, mas há vários sintomas fisiológicos, como alteração do sono; do-

res de cabeça; alterações de ritmo intestinal; gastrite e fatores que podem estar mascarando uma depressão. Existe também o preconceito com a doença e o receio de afastamento e perda do emprego. Há pessoas que estão deprimidas, com um quadro grave que provoca comprometimento de suas atividades. Elas sofrem dentro do trabalho e precisam se afastar. Esses pacientes necessitam de um tempo para si, para se adaptar à medicação e ao melhoramento do ritmo biológico. Então, há estas duas vertentes: a pessoa que está com um quadro de depressão grave e fica envergonhada por estar assim e a questão do gênero.

R.S: Há alguns sintomas que evidenciam que o colega de trabalho não está bem? F.D: O sintoma mais comum no ambiente de trabalho atinge a produtividade, que começa a diminuir. A pessoa também fica mais desatenta e com humor indiferente. Pode ter atrasos frequentes por estar dormindo mal e isso é uma consequência da doença. Os erros são mais recorrentes em atividades que antes o profissional dominava e tinha maior cuidado. Nessa situação, há uma tendência da pessoa procurar emergências clínicas por quadro de dores abdominais; diarréias, gastrites e dores de cabeça, principalmente na nuca, sintomas que podem indicar um quadro depressivo. Geralmente, o absenteísmo no trabalho não é precoce, começa com atrasos e pequenos sinais, evoluindo para faltas mais recorrentes.

R.S: É possível identificar a depressão antes que ela se agrave? F.D: A depressão é como uma inflamação no corpo, que começa deva-

gar e piora se não for tratada. Em um quadro depressivo, os níveis de cortisol no cérebro aumentam e provocam a queima de neurônios. A pessoa vai piorando conforme o tempo. No quadro inicial, muitas vezes, apenas a adequação ao ritmo da pessoa, a prática de terapia e mudanças comportamentais que aliviam o estresse já resultam em uma melhora do paciente sem a necessidade de administrar medicamentos. A depressão leve não gera incapacitação para o trabalho, mas é preciso tratar. Antigamente, as medicações tinham muitos efeitos colaterais, mas atualmente os medicamentos não têm mais estas reações e, geralmente, o paciente pode voltar a trabalhar normalmente. O diagnóstico precoce é sempre essencial aos pacientes.

R.S: Quais são os passos para a prevenção desta doença? F.D: A qualidade do sono é primordial. É preciso ter um ambiente adequado para dormir e para a produção do sono que chamamos de reconfortador. Não importa quanto tempo a pessoa durma, mas sim qual a qualidade e a eficácia deste sono. O paciente acordar e se sentir descansado é essencial. Outro ponto importante é a prática de atividade física, é primordial para o sono e um fator de prevenção para o surgimento de quadro depressivo. O ambiente de trabalho e o relacionamento com os colegas também conta muito, assim como manter boas relações com os familiares e interação na sociedade. O paciente também deve estar atento à alimentação, que deve ser regular e com alimentos variados, evitando o excesso de carboidratos e doces.

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ENTREVISTA

O líder pode ajudar! O bom relacionamento entre líderes e liderados, a identificação com a empresa e a maneira como o colaborador lida com as atividades que desempenha são fatores relevantes para garantir o bem-estar e afastar quadros depressivos. Na opinião do headhunter e consultor, Bernt Entschev, o profissional precisa ter uma forte identificação com o que faz. “Não há nada mais desagradável do que fazer algo que não acredita e não gosta”, frisou. O clima e a cultura organizacional também contam muito. Para Entschev, trabalhar em uma empresa que possui valores muito diferentes dos seus, em algum momento “a conta não vai fechar”. “É importante saber se há liberdade para falar, para ser criticado e para criticar e para ser respeitado e respeitar”, analisou. Outro item significativo, na visão do headhunter, é a relação entre superior e subordinado, que deve ser de confiança, de aprendizado, de cumplicidade, de produtividade e de complementariedade. “Quando você tem esse cenário e líderes que proporcionam esse ambiente é mais difícil ir trabalhar infeliz”, afirmou. Para a psicóloga Paula Cristina Herbst, o líder deve estar atento para transformar o ambiente de trabalho em um local agradável, pois situações adversas podem influenciar no quadro depressivo. “A organização pode promover palestras e debates sobre o assunto, dar suporte psicológico aos colaboradores, criar um canal formal e seguro para denúncias de assédio e discriminação, dentre outras ações”, pontuou, lembrando que “depressão não é frescura, mas sim uma doença e precisa de tratamento”.

Bernt Entschev

o líder deve estar atento para transformar o ambiente de trabalho em um local agradável, pois situações adversas podem influenciar no quadro depressivo.

Dê autonomia e mescle equipes Entschev lembra que as pessoas também se sentem muito bem quando tem autonomia em suas funções. “Há um aparente controle de carreira, isso é um fator de alta felicidade e afasta a depressão. A autonomia dá muita satisfação”. Manter equipes equilibradas, com times mistos que envolvam profissionais mais jovens e outros mais experientes é outra dica de Entschev. “É possível fazer essa construção com harmonia e é uma fonte de bem estar para todos os envolvidos”, destaca.

Paula Cristina Herbst 18

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ARTIGO

MEDIAÇÃO EMPRESARIAL Nova forma de resolver conflitos

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inda está impregnada na cultura jurídica brasileira a ideia de que os conflitos precisam ser resolvidos via processo judicial. Desde briga de vizinhos a dissoluções societárias, todo e qualquer litígio acaba tendo um grande potencial de se transformar em processo judicial e demorar anos a fio para ser resolvido definitivamente. No entanto, existem meios alternativos ao Poder Judiciário, mas que são esquecidos, inclusive por profissionais do meio jurídico. Uma dessas opções é a mediação. A Lei 13.140/2015 considera mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia. A condução do processo de mediação é sempre feita por um mediador. Ele precisa ser de confiança de todas as partes envolvidas no conflito, ser neutro e imparcial e não se confundir com a figura do juiz ou do árbitro, já que ele nada julga ou decide. A presença do mediador garante o fluxo de comunicação das partes e proporciona cadência e organização aos procedimentos de negociação, inclusive gerando um ambiente mais sereno e seguro para que as comunicações e trocas de informações, essenciais para a construção do consenso e do acordo, aconteçam.

Confidencialidade

Inaiá Nogueira Queiroz Botelho

de; possibilidade de customização da solução pacificadora; redução do tempo de duração do conflito e, consequentemente, redução dos seus custos; e menores índices de descumprimento. A opção pela mediação pode estar prevista em cláusula compromissória a ser incluída em contratos e atos societários (contratos sociais e estatutos), onde as partes já deixam estipulado que em caso de conflito optarão primeiramente pela mediação, inclusive já podendo indicar a Câmara de Mediação e Arbitragem que ficará responsável pela sua condução. Em caso de não obtenção do acordo, as partes já podem deixar estipulado se optarão pelo processo arbitral (Lei 9.307/96) ou se recorrerão ao Poder Judiciário. Para os casos onde não há estipulação prévia, também é possível mediar, bastando, neste caso, que as partes assinem compromisso e elejam o mediador e procedimento a ser seguido. No Paraná existem algumas câmaras especializadas, como é o caso da Arbitac, mantida pela Associação Comercial do Paraná, e a Camfiep, mantida pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná, ambas com relação de mediadores capacitados e especializados em resolução de conflitos envolvendo empresas. Neste contexto é importante que empresários e advogados estejam atentos à possibilidade de mediação e busquem o caminho da não judicialização sempre que ele se mostre viável e adequado.

Advogada, especialista em Direito Tributário, associada do escritório Arns de Oliveira & Andreazza Advogados Associado e mediadora na Câmara de Mediação e Arbitragem (Arbitac) da Associação Comercial do Paraná

A mediação empresarial, que já é utilizada em larga escala nos EUA e países da União Europeia, tem como principais atrativos confidencialida-

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SERVIÇO ESPECIAL

UM MINDSET

para o sucesso empresarial É possível ajustar hábitos e desenvolver uma atitude mental mais proativa para garantir êxito nas relações pessoais e no mundo dos negócios Por Cibele Michelin

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maneira de pensarmos e encararmos a vida pode limitar ações ou impulsionar ao sucesso. E é esta atitude mental que a professora de psicologia da Universidade Stanford e especialista em sucesso e motivação, Carol S. Dweck, definiu como mindset. O conceito é resultado de décadas de estudos da docente americana e tem sido difundido para ajudar as pessoas a aprimorarem suas relações pessoais e profissionais. O master coach, Thiago Linhares, comenta os conceitos apresentados por Carol S. Dweck e explica que há, basicamente, dois tipos de mindset: o fixo e o de crescimento. As pessoas com mindset fixo são as que acreditam que as habilidades não mudam ao longo da vida e estão menos propensas a serem bem-sucedidas. Já as pessoas com mindset de crescimento acreditam que as habilidades podem ser desenvolvidas por meio de muito trabalho, esforço contínuo, boas estratégias e orientação.

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Alterando o mindset A boa notícia é que esses modelos de atitude mental são mutáveis e podem ser aprendidos. O consultor e diretor da Convergence Consulting, João Francisco dos Santos, destaca que o mindset pode ser alterado pela superação de crenças limitantes, que são desenvolvidas ao longo dos anos. Ele defende que é possível aperfeiçoar a atenção, a memória e a capacidade de julgamento para nos tornarmos mais inteligentes. “As pessoas são diferentes, têm diversos temperamentos e dotações genéticas específicas. No entanto, as que resolvem mudar e adotar um mindset de crescimento, que é passar por experiências diferentes, treinamentos e esforço pessoal contínuo são as que chegam ao sucesso nas áreas que desejam”, disse. A mentalidade de campeão pode fazer parte da vida de todos e a chave para isso é o autoconhecimento, na opinião de Linhares. “É preciso se conhecer e se libertar de pensamentos e crenças que vem de experiências negativas, traumas e

Thiago Linhares


MATÉRIA medos que impedem a pessoa de avançar para uma vida mais próspera”, aconselha.

Mundo dos negócios No universo empresarial, o mindset pode fazer a diferença para líderes e suas equipes ao enfrentarem os desafios do dia a dia. “Quando você ouve a palavra crise, o que vem em sua mente? Você fica preocupado e desesperado, como no mindset fixo? Ou pensa que é uma oportunidade para poder crescer, se reinventar e lucrar mais, como no mindset de crescimento?”, questiona Linhares. Para o Co-Fundador e Diretor Geral da A Grande Escola, head de Planejamento e Inovação da Gazeta do Povo, Guilherme Krauss, é essencial a criação de um mindset inovador para os líderes conduzirem a empresa a uma cultura inovadora, engajando a equipe nesta missão. “As empresas estão recheadas de boas ideias que não se transformaram em resultado e inovação pela falta de um mindset inovador na liderança”, avaliou. Para estimular a equipe a adotar um mindset que contribua para o sucesso da empresa, a dica do consultor João Francisco dos Santos é que os líderes incentivem e valorizem o desenvolvimento de aptidões de cada colaborador, criando equipes com mindset de crescimento. “Muitas pessoas dizem que estão condenadas a fazer apenas o que já foi definido e que não podem mudar. Essas crenças organizacionais de mindset fixo impedem a criatividade. O líder deve adotar o aconselhamento e feedbacks assertivos que encorajem as pessoas a se aperfeiçoarem sempre por meio do esforço constante e de boas estratégias”. Ele lembra, ainda, que se desenvolver constantemente inclui a aceitação dos erros como parte do processo de crescimento. “O líder não só deve orientar, mas assumir estes riscos de modo a conquistar a confiança da equipe. Só assim as pessoas estarão encorajadas a inovação e a criatividade. Estes são elementos básicos de uma cultura de desenvolvimento”. Para o Krauss, o líder deve atuar, antes de tudo, como referência e inspiração. Um exemplo a ser seguido. “A partir disso, ele pode atuar como agitador interno, promovendo programas e atividades para a equipe”, sugere.

possíveis, parecem ficar mais fáceis”, explicou. O resultado é um cérebro mais forte e mais inteligente. Para desenvolver um mindset mais produtivo e inovador, Krauss descreve que é possível alcançar o conhecimento pela assimilação da técnica, por meio de leituras, cursos e treinamentos, e pela mudança de comportamento, com o desenvolvimento de algumas características como a resiliência, a curiosidade, a inquietação e a confiança criativa. “Estas características podem ser trabalhadas com metodologias mais tradicionais como treinamento e coaching, mas também são muito enriquecidas a partir das experiências de vida”, finaliza.

João Francisco

Exercite o cérebro A orientação do master coach, Thiago Linhares, para quem almeja melhorar o mindset é exercitar o cérebro. “Quando você aprende coisas novas, minúsculas conexões no cérebro se multiplicam e ficam mais fortes. Quanto mais você desafia o cérebro a aprender, maiores ficam as células de seu cérebro. Nesse momento, coisas que você achava difíceis ou mesmo im-

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CERTIFICAÇÃO DIGITAL

12 de Janeiro

Dia do Empresário Contábil

O SESCAP-PR parabeniza esses empreendedores que trabalham incessantemente por um Brasil melhor, gerando emprego e renda, com ética e responsabilidade.

Parabéns, empresário contábil! Mauro Cesar Kalinke Presidente do SESCAP-PR

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CERTIFICAÇÃO DIGITAL

UM FUTURO mais tecnológico Por Raíssa Ribeiro

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m dos objetivos do SESCAP-PR é trazer inovações e incentivar a classe a se atualizar conforme surgem tendências no setor de serviços. A entidade busca soluções modernas e eficazes para facilitar o trabalho na área, mudanças que trazem melhoria não só para os empresários, mas para todos os profissionais do setor. Tendo em mente a constante atualização de seus serviços e meios de aproximação com o público, o SESCAP-PR iniciou 2018 com o anúncio de diversas inovações que abrangem não só a comunicação com associados e representados, mas que também englobam novas formas de oferecer conhecimento e informação. “Nós buscamos incentivar o setor a se modernizar e sabemos que isso também vale para nós, temos que nos adequar ao que está sendo utilizado e também pensar em inovações, ideias pioneiras”, explica o presidente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke.

Plataforma on-line Uma das principais inovações da entidade é a plataforma de cursos on-line, disponibilizada no aplicativo do SESCAP-PR. O material do curso e bloco de notas podem ser acessados pelo meio digital, além da interatividade que o aplicativo proporciona. Outros itens como controle de presença e certificados também estarão disponíveis de forma digital. O aplicativo do SESCAP-PR, lançado no início de 2017, também facilita a interação, envio de perguntas, confirmação de presença e substituição do bloco de notas durante os eventos da entidade. O usuário pode solicitar a emissão e renovação de certificados digitais via aplicativo.

Revista on-line A substituição dos materiais impressos por recursos digitais e o consumo consciente de papel vão de encontro à tendência mundial de sustentabilidade. A Revista SESCAP-PR, a partir desta edição, passa a ser apenas on-line. O conteúdo permanece o mesmo, sempre trazendo temáticas importantes para os empresários de serviços, mas em uma plataforma que permite que o conteúdo seja acessado e compartilhado com mais facilidade e responsabilidade ambiental.

Aproximação Com o intuito de compartilhar informações com profissionais da capital e do interior do Paraná, seminários e palestras de grande relevância para a classe passaram a ser transmitidos ao vivo pela página do SESCAP-PR no Facebook. A novidade aproxima público e entidade, além da interatividade e facilidade de compartilhamento das informações. Seguindo a linha de modernização da comunicação, o site do SESCAP-PR passa por uma reformulação, tanto da identidade visual quanto da disposição de informações. “Sabemos que, principalmente na web, tudo muda muito rápido. Buscamos atualizar nosso site para oferecer informações úteis, pensando primeiramente na experiência do usuário ao navegar pelas páginas. A proposta é oferecer conteúdos relevantes, de forma prática e em uma plataforma moderna”, explica Kalinke.

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INSCRIÇÕES

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ABERTAS PARA O

Serão distribuídos R$ 30.000 para as melhores reportagens sobre criatividade e inovação nas empresas do setor de serviços Por Adilson Faxina

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stão abertas as inscrições para o 3º Prêmio SESCAP-PR de Jornalismo. Poderão concorrer reportagens veiculadas na imprensa nacional no período de 1º de janeiro de 2017 a 31 de janeiro de 2018 produzidas por jornalistas profissionais e estudantes de Jornalismo. Serão premiadas reportagens em quatro categorias: Multimídia (impresso e digital); Rádio; Televisão e Reportagem Acadêmica. O concurso tem como tema “Criatividade empreendedora e a reinvenção dos negócios”, cujas matérias poderão abordar, por exemplo, startups e novos modelos de negócios, criatividade empresarial e o universo digital, e-commerce e marketing digital, compliance, empreendedorismo, estratégia e competitividade. Tem o apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná.

Inovações A novidade fica por conta da expansão para o universo digital. Agora, reportagens produzidas para site, blogs, portais na internet poderão concorrer. Outra inovação é a expansão para o universo acadêmico: poderão participar trabalhos desenvolvidos por acadêmicos das faculdades de jornalismo. O concurso visa prestigiar o trabalho dos profissionais da imprensa e estimular a produção de reportagens que envolvam o setor de serviços. “Os trabalhos contribuirão para melhorar o entendimento sobre a importância deste setor para a vida econômica, política e social assim como apontar tendências, desafios, problemas e soluções para o mundo corporativo”, avaliou o presi-

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dente do SESCAP-PR, Mauro Kalinke, ao destacar que a expansão para o meio universitário tem como objetivo a aproximação dos futuros jornalistas com o com o setor de serviços.

Premiação: Reportagem Multimídia (Impresso e Digital): 1º Colocado: R$ 5.000,00 2º Colocado: R$2.500,00 3º Colocado: R$ 1.500,00 Reportagem para Rádio: 1º Colocado: R$ 5.000,00 2º Colocado: R$ 2.500,00 3º Colocado: R$ 1.500,00 Reportagem para Televisão: 1º Colocado: R$ 5.000,00 2º Colocado: R$ 2.500,00 3º Colocado: R$ 1.500,00 Reportagem Acadêmica: 1º Colocado: R$ 1.500,00 2º Colocado: R$ 1.000,00 3º Colocado: R$ 500,00

Inscrições: As inscrições devem ser feitas de 2 de Outubro de 2017 a 1º de Fevereiro de 2018 pelo site www.sescap-pr.org.br/premiodejornalismo, mediante preenchimento de formulário específico e o envio dos trabalhos via correios (correspondência registrada) ou por e-mail (comunicacao@ sescap-pr.org.br), com a confirmação de recebimento, conforme regulamento.


Seção

ARTIGO INVESTIMENTOS

FINANÇAS A SALVO

Como distribuir a renda da empresa familiar sem comprometer o negócio?

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inheiro sempre é um assunto delicado quando se fala em gestão da empresa familiar. Is so porque, ao envolver pessoas de relacionamento tão próximo, é possível que haja uma confusão entre o que são finanças pessoais e o que são as finanças da empresa. Por isso, um dos grandes desafios na implantação de instrumentos de governança corporativa é realizar um planejamento financeiro bem estruturado e eficaz, onde os aspectos e necessidades empresariais e pessoais devam estar claros, acordados e implementados. Para isso, as boas práticas de governança corporativa recomendam uma estruturação a fim de criar uma política transparente e bem definida no que compete à remuneração de sócios e familiares em cargos de gestão. Um dos principais pontos que observamos nas empresas familiares é que, com bastante frequência, há um conflito entre as necessidades dos sócios e as da empresa, podendo prejudicar o orçamento empresarial em longo prazo. Sendo assim, a elaboração de um planejamento financeiro empresarial e pessoal evita o comprometimento do caixa e, assim, controla os riscos de déficit nos lucros.

E como isso pode ser implantado? Não é tão difícil quanto parece, mas demanda disposição, disciplina e, claro, muito trabalho na implementação. Os familiares que ocupam posições societárias e que trabalham diretamente na empresa devem seguir as normas do departamento de recursos humanos como qualquer outro funcionário. A orientação padrão é a de que não haja diferenciação de salários ou qualquer outro benefício, ou seja, que o sócio seja incorporado ao modo operacional da empresa, sem privilégios. Isso porque, por ser sócio e gestor, ele já receberá duplamente por ter direito à distribuição de lucros (um dos pontos importantes que deve ser regimentado no acordo societário). Além disso, a bonificação salarial dos sócios deve seguir as mesmas regras dos demais executivos, recebendo a quantia estabelecida apenas se as metas de lucratividade forem atingidas. No processo de estruturação financeira é importante por em prática os indicadores para monitoramento, que devem ser acompanhados mensalmente. No contexto da gestão do caixa da companhia, é imprescindível produzir planejamentos específicos, que con-

Eduardo Valério Graduado em Administração de Empresas pela UFPR, especialista em Estratégia e Marketing pela Kellogg School of Management e em Governança Corporativa para Empresas Familiares pela The Wharton School, Pennsylvania. É diretor-presidente da GoNext.

templem despesas, receitas, custos e investimentos. E, ainda mais importante que isso, atualizar frequentemente esses indicadores, principalmente no aspecto de capital aplicado na empresa. Com isso, torna-se mais fácil identificar pontos vulneráveis, criar planos de contingência e avaliar o que já foi reequilibrado. Nos mais de 100 projetos em que já atuei, a questão das finanças é algo recorrente. Em mais de 60% dos casos, identificamos a necessidade de reestruturação. Após a implementação e acompanhamento, foi possível verificar o reequilíbrio de caixa em praticamente 100% dos atendimentos, num período máximo de 10 meses. É importante deixar claro que cada empresa é única e, por isso, os instrumentos de governança corporativa são aplicados de maneira personalizada, uma vez que, além dos aspectos técnicos é preciso levar em conta o fator humano e emocional relativo a cada empresa familiar. Acredito que, com vontade e determinação, é possível rever conceitos, mudar os rumos da gestão e solidificar os negócios em terra firme. |SESCAP-PR Revista SESCAP-PR Revista | | 25 25 SESCAP-PR Revista


ESPECIAL

O PODER DA

BOA EXPERIÊNCIA Por Raíssa Ribeiro

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iante de um mercado extremamente competitivo muitos empresários da área contábil se questionam como podem se diferenciar neste cenário. Com tantas ofertas, a relação entre a qualidade do serviço e o preço cobrado talvez não seja mais o único fator que influencie na decisão do cliente. Experiências vividas pelo consumidor estão relacionadas diretamente à sua lealdade enquanto cliente. O professor de marketing e coordenador na FAE Business School, Douglas Zela, explica que mesmo que o cliente tenha várias experiências positivas, a negativa acaba tendo mais importância. “Todo tipo de experiência provoca impacto nas pessoas, não só as comerciais. Uma experiência positiva ou negativa de um local em que você esteve, ou de uma pessoa, vai acabar influenciando sua escolha”.

Rodrigo Diego 26

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Para o UX designer (User Experience designer), especialista em Design Centrado no Usuário, Rodrigo Diego de Oliveira, as empresas buscam se diferenciar por meio da inovação e a experiência do usuário pode ser uma vantagem. “O processo de mapeamento dessas experiências utilizando abordagens como “Design Thinking” resultam em produtos melhores, inovadores e que atendem as necessidades das pessoas”, afirma.

Experiência x atendimento Quando se fala de experiência do usuário é importante ressaltar a diferença entre esta e o atendimento ao cliente. Oliveira explica que a experiência representa todos os pontos de contato do consumidor com um produto ou serviço, o atendimento seria apenas um desses pontos. “Não adianta você ter um excelente atendimento se o seu produto for entregue com defeito; não adianta você ser gentil ao receber seus clientes em um café, mas a qualidade do produto ser ruim. Portanto, a experiência do usuário precisa ser holística, é preciso visualizar o todo”. A experiência, segundo Zela, é um fator intangível, ligado ao emocional e, portanto, difícil de ser copiado pela concorrência. “Já o atendimento ao cliente é algo que é tangível, palpável, o lado material da coisa. Um exemplo é o tempo em uma fila”. As empresas precisam se diferenciar investindo nos fatores intangíveis ligados à sua marca, já que o encantamento tem muito mais peso do que o atendimento. “O encantamento é o grande diferencial. Você encanta o cliente quando apresenta algo positivo e inesperado”, afirma Zela.


ESPECIAL

Douglas Zela

Valorizar a boa experiência Nem sempre é possível promover boas experiências para os clientes, mesmo que a empresa se preocupe com cada detalhe, já que esse processo está também ligado a fatores emocionais do consumidor. Zela explica que as experiências positivas devem ser valorizadas, divulgadas e trabalhadas por meio dos canais de comunicação da empresa. Já as negativas devem ser tratadas com cautela. “As coisas negativas devem ser contornadas e isso não quer dizer fugir do problema”, aponta. De acordo com Zela, primeiro deve-se assumir o erro, independente de quem o tenha cometido. Depois é importante tentar remediar a situação, que também não significa solucionar. O terceiro passo é diferenciar este cliente dos demais, oferecer benefícios ou agradá-lo. Isso tudo não faz com que a experiência negativa se torne positiva, mas ela é minimizada.

Análise interna Fazer uma análise imparcial de toda a experiência que o cliente tem ao adquirir um produto ou serviço não é um trabalho fácil. Porém, é importante que todos os setores da empresa sejam envolvidos nesse processo, até mesmo os que não têm contato direto com o cliente. “A grande sacada é identificar as necessidades dos usuários, dos clientes e então confrontar com as dores dos diversos setores. Desta forma será possível corrigir processos, melhorar serviços e criar produtos inovadores que resolvam as dores mapeadas”, aponta Oliveira.

O UX designer dá uma dica valiosa para quem quer começar a pensar na experiência do seu cliente. “Esteja disposto a realizar uma mudança cultural, busque ler sobre o assunto e então contrate um profissional de UX. Comece criando pequenos projetos utilizando uma abordagem centrada no usuário, como o “Design Thinking” e, a partir desta, avalie os resultados. Certamente a principal barreira de uma empresa tradicional ainda é a mudança cultural, então você precisa estar disposto a mudar seus processos. As chamadas ‘startups’ não possuem este problema, já nasceram com uma cultura baseada em processos de inovação, por isso elas estão revolucionando o mercado”, conclui.

Você sabe o que é design thinking? É uma abordagem que busca a solução de problemas. O método utiliza a “forma de pensar” do designer para solucionar diversos problemas, tendo como foco a satisfação do consumidor, a criatividade e a inovação. Em entrevista à Revista SESCAP-PR (edição 14), Denise Eler, percursora no ensino de Design Thinking, explicou que “O modelo de design é pautado em valores como empatia; cocriação, envolver o consumidor no processo de criação de produtos ou serviços; prototipação, teste de ideias e desenvolvimento de protótipos; visão sistêmica; criação de modelos novos; etc. Em um cenário de hipercompetitividade, em que os avanços tecnológicos trazem mudanças estruturais para os negócios e criam novos mercados, estas competências se tornam essenciais para reduzir a incerteza na tomada de decisões”.

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COMUNICAÇÃO DIGITAL CERTIFICAÇÃO

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ERROS COMUNS NA comunicação corporativa

Confira dicas para evitar deslizes na comunicação no ambiente de trabalho

Por Cibele Michelin

Ana Paula Mira

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-mail, mensagens via Whatsapp, documentos e manuais são apenas algumas das ferramentas de comunicação utilizadas pelos colaboradores nas organizações. Elas estão tão presentes no dia a dia empresarial que, muitas vezes, esquece-se de dar a devida atenção ao texto e à forma como a informação está sendo repassada. Mais do que instrumentos de comunicação, as ferramentas também transmitem a imagem e a confiabilidade da empresa para os colegas de trabalho, clientes e fornecedores. De acordo com a jornalista, consultora em língua portuguesa e diretora geral da Toda Letra, Ana Paula Mira, os erros mais comuns na comunicação corporativa envolvem pontuação e falta de clareza. “As pessoas escrevem como falam, o que dificulta muito a compreensão”, explica, complementando que “as novas tecnologias também trouxeram muitos problemas para a escrita, como excesso de abreviações, imagens e mensagens cada vez mais curtas, o que nem sempre pode ser uma vantagem”.

Erros frequentes Na visão da consultora, os oito erros mais corriqueiros na comunicação corporativa envolvem: Pontuação Clareza Concordância Regência Crase Falta de outros acentos além da crase Repetição de palavras Falta de concisão E a dica da especialista para escrever de forma mais assertiva é simples: organizar-se antes de escrever. “Isso pode ser feito em tópicos em um papel, por exemplo, e é importante sempre revisar antes de finalizar qualquer comunicação”, lembra Mira.

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Dicas para uma comunicação corporativa mais eficaz: Seja objetivo. Busque a simplicidade para conseguir objetividade Crie textos sem excesso de palavras ou ideias, sem redundâncias Seja claro e coerente Texto claro é um texto entendido com facilidade Evite linguagem técnica Evite parágrafos longos Evite frases centopeicas (extensas) Evite ambiguidade

Na comunicação eletrônica Seja claro e objetivo no assunto Evite finalizações informais ou íntimas demais Procure escrever em blocos de informação Evite usar muitas exclamações ou interrogações Evite usar muitas reticências e excesso de negrito ou itálico Se ficar em dúvida na grafia de alguma palavra, procure o dicionário Sempre releia seu texto Evite excesso de letras maiúsculas – na linguagem digital, pode parecer que você está “gritando” com a pessoa. (Fonte: Toda Letra)


Seção

ARTIGO RECURSOS HUMANOS

O que empresas têm feito na comunicação com colaboradores

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comunicação interna é fundamental nas empresas, seja para informar os funcionários sobre práticas da organização ou fortalecer sua cultura e seu negócio. O tema tem ganho cada vez mais importância no mundo empresarial. Conheça algumas ferramentas para melhorar o diálogo com os colaboradores:

Canais e campanhas dão foco Eles são a velha guarda da comunicação interna (CI). Mas continuam relevantes, pois dão ritmo e constância às principais mensagens da empresa aos seus times: - Intranets devem ser o grande centro de informação, reunindo notícias, sistemas de trabalho e documentos de todo o tipo. E melhor ainda se puderem ser acessadas via smartphones. - Newsletters são boa opção para reunir aqueles comunicados que saem todos os dias por e-mail. - Murais, impressos ou digitais, são tiro certo para trazer avisos breves e urgentes. - Revistas impressas podem ser um canal de aproximação e orgulho, trazendo o colaborador como protagonista das histórias da empresa. - Campanhas de comunicação são mais efetivas a medida que promovem experiências em relação às mensagens.

Mas a comunicação de verdade acontece de pessoa para pessoa Pessoas se lembram nove vezes mais daquilo que é dito pelo chefe do que pelos canais de

Thierry Pignataro Diretor de Negócios da Ação Integrada.

comunicação. Por isso, gestores são ou deveriam ser as principais fontes de comunicação nas empresas. Nunca se falou tanto em ajudar os líderes, seja por meio de treinamentos, materiais de apoio ou acompanhamento no dia a dia, para que se comuniquem melhor com suas equipes. Também tem ganho relevância o investimento no diálogo entre colegas. A “rádio peão” vem se transformando cada vez mais em uma conversa colaborativa. Para isso têm-se trabalhado com influenciadores ou parceiros do processo de comunicação. E a iniciativa de maior debate hoje é a implantação das redes sociais internas. É escolha da empresa participar ou não dessa conversa que já está acontecendo entre os colaboradores. E a rede social interna, desde que bem implementada, é um importante passo para isso. Porém, cada empresa tem o momento certo para implantá-la, pois um canal desses exige abertura, flexibilidade e transparência de todos os níveis da corporação. Você conheceu rapidamente um pouco das principais ferramentas de CI na atualidade. Porém esta também é uma área que tem mudado muito. Por isso, independentemente do canal ou iniciativa, é fundamental ter como ponto de partida uma visão mais humana, para promover nas pessoas o seu pensar, sentir e querer. E dessa forma fazer sentido, conectar e transformar.

RevistaSESCAP-PR SESCAP-PR | | Revista

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BOA IDEIA

O lado difícil das situações difíceis: Como construir um negócio quando não existem respostas prontas Ben Horowitz Ben Horowitz é um dos empreendedores mais respeitados do Vale do Silício. Em seu texto, de maneira leve e bem-humorada, admite as dificuldades de construir uma organização e aborda as questões mais complexas desse processo, como demitir um amigo ou contratar um profissional de uma empresa concorrente. Ele conta histórias de como fundou, dirigiu, vendeu, comprou, geriu e investiu em empresas de tecnologia, oferecendo conselhos essenciais e normas de sabedoria prática para ajudar os empreendedores a resolver os problemas mais difíceis - aqueles de que as faculdades de administração não tratam. A obra é indicada a líderes empresariais em busca de diretrizes de gestão.

Incansáveis - Como empreendedores de garagem engolem tradicionais corporações e criam oportunidades desafiadoras Maurício Benvenutti

Informações Notícias Fotos E muito mais!

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O livro de Maurício Benvenutti mostra como a nova geração de empreendedores, que enfrenta sem medo as grandes empresas, está reescrevendo completamente a sociedade em que vivemos. Esses “Incansáveis” não suportam mais o sedentarismo e a mesmice das coisas. A obra traz reflexões sobre as transformações do mundo do empreendedorismo, traçando um paralelo entre o passado X futuro, além de abordar o sentimento de inovação que move o Vale do Silício, na Califórnia. A proposta do livro é mexer com as ideias de todo o tipo de leitor, de empreendedores a executivos. descrito ao longo da obra. Trata-se de um guia para tomada de decisões.


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