DE 25 DE JULHO A 1 DE NOVEMBRO DE 2015
JOテグFARKAS AMAZテ年IAOCUPADA
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Garimpeiro vendendo suas pepitas no garimpo do Apiacรกs. Mato Grosso c. 1986
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O OURO E O OUTRO
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A corrida pelo ouro é uma velha conhecida entre nós. No final do século XVII, período em que a ocupação colonial portuguesa ainda restringia-se à faixa litorânea do território brasileiro, surgiam as primeiras evidências de que a região central do país possuía grande riqueza mineral. Porções que hoje formam os estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso atraíram um enorme contingente de colonos sedentos pela exploração das jazidas. Inaugura-se, então, um empreendimento extrativista sem precedentes no país. Seu protagonismo inicial é atribuído aos bandeirantes paulistas que, por acaso, teriam se deparado com minas de ouro durante as suas incursões mata adentro em busca de índios que, depois de capturados, eram sistematicamente escravizados. A notícia da abundância deste metal precioso logo se difundiu, fazendo com que aventureiros de toda a sorte acorressem à região. Foi esta atabalhoada migração, constituída por grupos ávidos pela acumulação de fortunas, que deu origem aos primeiros núcleos coloniais nas profundezas da Terra Brasilis. Problematizar esta lógica de ocupação nos possibilita compreender como o processo de colonização tratou em bases espoliantes e degradantes não apenas as reservas naturais de ouro – exaurindo-as ao mesmo tempo em que comprometia o meio ambiente – mas também o outro, aquele que aqui já vivia antes da chegada dos europeus: os nativos identificados como índios. A credencial deste programa de subjugação do indígena, ou de seu aniquilamento, esteve baseada na estigmatização das populações autóctones, tidas por diversos segmentos da empresa colonial como agrupamentos sub-humanos. Portanto, ao avançar na leitura dos fatos, devemos manter os olhos atentos ao retrovisor. Trata-se de uma condição inescapável quando tentamos decifrar os círculos viciosos dentro dos quais o projeto de nação parece muitas vezes girar em falso. Neste sentido, João Farkas decalca, com suas narrativas fotográficas, a reemergência da história de espoliação que vem caracterizando o país desde o momento da sua “descoberta”. Suas imagens nos conduzem à Amazônia do final dos anos 1980, onde o fotógrafo pôde acompanhar e registrar as profundas mudanças decorrentes da exploração indiscriminada dos recursos naturais, bem como do desrespeito aos direitos civis básicos das comunidades locais – aprofundado pelo governo militar entre as décadas de 1960 e 80. Seus instantâneos trazem à tona marcas da devastação, degradação e apropriação indevida das terras, mas também sinais de resistência e da formação de novas redes e saberes. Ao realizar a exposição Amazônia Ocupada, o Sesc reforça uma ação socioeducativa voltada para a indagação crítica de aspectos estruturantes da realidade brasileira. As séries fotográficas de Farkas, produzidas há mais de duas décadas, nos convidam a conferir dimensão histórica a contradições que, para serem enfrentadas, necessitam ter suas raízes expostas. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo
Índio Uru-Eu-Wau-Wau. Rondônia, c. 1989
Abertura de pista de garimpo. Serra de Surucucús, c. 1988
Garimpo aberto do Apiacás. Mato Grosso, c. 1986
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A câmera amazônica de João Farkas foge ao modelo das Cartas persas de Montesquieu, sobre a figura asiática que atraía interesse enquanto exibisse seu exotismo em Paris. Aqui, Farkas expõe duas mortes: o genocídio literal e cultural dos índios e memórias do geocídio. Sua experiência na Amazônia não prescinde da condição material do signo fotográfico como hipótese constitutiva do fato poético e da agenda política. O corte na fotografia da paisagem é metáfora do desmatamento; sobre os corpos fotográficos, expõe uma modernidade melancólica. O enquadramento no detalhe opõe-se à retórica da espetacularização hollywoodyana do trabalho em serra Pelada, porque Farkas elabora relatos da terra e de vida. Farkas foca sobre as forças ativas e passivas de desnorteamento social: o garimpeiro, o atravessador, o grileiro, o desmatador, o missionário de qualquer confissão. O índio que perde seu território cultural é paradoxalmente denominado como aculturado. O pintor Torres-Garcia concluiu, no aforismo de seu Universalismo construtivo, que “nuestro Norte es el Sur”1. A lona azul rota de Farkas apresenta amassados como marcas do corpo em retratos calejados pela adversidade. É naquela tradição de inversão da bússola simbólica, que a Amazônia de Farkas poderia ser tratado como desnorteamento, um descaminho. Em 1921, Graça Aranha lançou Estética da vida, que define certas bases do programa modernista de Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Estética da vida aponta a falta de comunhão da “alma brasileira” com a natureza2 já que o país era formado por “três raças” que agiam por artificialismo: a melancolia portuguesa, a “metafísica do terror” dos índios e a “infantilidade africana” (“terror cósmico”). Farkas constrói sua estética da vida amazônica. Na visão plástica de Farkas, há verdes infernais, por-de-sóis eldorados, cinzas geocidas. Em sua geometria há linhas retas, curvas, transversais, retângulos, malhas são clareiras, estradas, garimpos, pistas de pouso, cidades e conjuntos habitacionais. A câmera fixa a geometria ex-ótica, i.e., a linha reta imposta à selva como “clareira” obscurecente. Se a poeta Emily Dickison escreveu que a melhor bruxaria é a geometria, Farkas insiste em que nem toda geometria é só bruxaria, mas pode ser desastre ecológico. Na Mona Lisa, Leonardo da Vinci usou o sfumato, técnica da arte que propicia gradações suaves entre tons. O sfumato geocida da fotografia mais vaporosa de Farkas é composto por poeira, fumaça e cinzas. Como práxis política, o sfumato captura matéria suspensa em estado fugaz para expor sua dureza geocida, o drama da mata calcinada. São registros da aceleração entrópica da paisagem amazônica do Antropoceno, o período geológico da Terra sob o impacto das ações humanas sobre o clima, a biodiversidade e o os ecossistemas. Paulo Herkenhoff
1 Texto no desenho América invertida (1943), hoje no Museo Juan Manuel Blanes em Montevidéu. 2 “Estética da vida“ (1921) in Obras completas, Rio de Janeiro, INL, 1968, p.620-621. Graça
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Aranha foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.
Vegetação aquática, margens do Rio Negro. Amazonas, c. 1989
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Reflexos sobre o Rio Negro, Ilhas Anavilhanas. Amazonas, 1989
Pequena embarcação navega na região das Anavilhanas, Rio Negro. Amazonas, 1989
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Vista aérea, ilhas Anavilhanas, Rio Negro. Amazonas,c. 1989
Vistas de cima, as ilhas Anavilhanas são manchas verdes longas e sinuosas, flutuando sobre um mar de água negra silenciosa. O rio às vezes é simplesmente um fundo escuro para o verde raso e vegetal. Sob outro ângulo é um espelho para nuvens e céu, ou então um dourado repicado por onde os raios de sol penetram a película fotográfica, retinas ou sensores. Impossível fotografar este espetáculo sem ter na memória os sobrevoos de George Love que descobriu para nós textura, grafia e magia deste mundo líquido.
Clareira na mata, inĂcio de garimpo. Amazonas, 1986
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Vista aérea da Transamazônica em trecho estreito, mas transitável. Pará, c. 1990
(Acima) Como um rasgo no tapete verde de mata, a estrada penetra e macula aquele universo. Em muitos trechos a mata e as chuvas destruíram a Transamazônica. Uma pequena clareira como esta (à esquerda) significa um achado de ouro em algum furo ou igarapé, com acesso precário a pé. Se o achado mostra-se promissor, o garimpeiro abre uma clareira e procura então a cidade mais próxima com pista de pouso e combina com piloto o lançamento das primeiras cargas para exploração do local. Em geral um motor, mangueiras, combustível e alimentação são arremessados com precisão em voos rasantes de lançamento. (Abaixo) Árvores mortas pela inundação do reservatório da usina de Balbina, cuja construção foi muito contestada. Com baixa profundidade e enorme área inundada, as águas não chegaram a cobrir a vegetação original que morreu sem ter sido retirada, enquanto as turbinas da barragem geram pouca energia, comparada ao enorme território inundado. Quase monocromático, o espetáculo era ao mesmo tempo fascinante e assustador. Árvores mortas e secas, reservatório de Balbina. Amazonas, 1989
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Pequeno monomotor de garimpeiros sobrevoa a Serra dos Surucucús. c. 1988
A atmosfera colore de azul as matas verdes da Serra de Surucucús, (acima), fronteira do Brasil com a Venezuela e território Yanomami. No final da década de 1980, há uma corrida em busca dos melhores garimpos de ouro. Os pequenos aviões decolam de pistas clandestinas, normalmente sem porta e sobrecarregados para realizar lançamentos ou transportar gente e carga para os garimpos incipientes. Toda operação é ilegal, mas acontece com tolerância das autoridades, seja por interesse, ou por considerarem que frear a “loucura do ouro” seria tarefa impossível. Segundo Carlo Zacquini, cerca de 100 pistas clandestinas foram detectadas em território indígena naquela época. Este registro foi feito à partir do outro aparelho em que voávamos no sentido contrário. (À direita, embaixo) Mexido pelo garimpo em algum ponto corrente acima, este igarapé está turvado pelos sedimentos em suspensão. A opacidade das águas e o eventual uso de mercúrio na separação do ouro, atacam e transformam a fauna aquática. Área desmatada perto de estrada de penetração, região de Manaus. Amazonas, c. 1989
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Mina de Carajás. Pará, 1989
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Rio “mexido” pelo garimpo, região do Abacaxis. Amazonas, 1986
Pó de serra, Serraria em Manacapurú. Amazonas, 2011
Jovem Uru-Eu-Wau-Wau. Rondônia, 1989
Índio em ONG, São Gabriel da Cachoeira. Amazonas, 1988
Vista de aldeia Yanomami, Surucucús. Roraima, 1988
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Jovem Yanomami baleado por garimpeiros. Roraima, 1989
Carlo Zacquini avisa que há um Yanomami baleado no Pronto Socorro em Boa Vista e que se quiséssemos fotografar deveríamos agir rápido e ser discretos, porque o governador e a polícia estavam empenhados em encobrir o ocorrido. Os garimpeiros avançavam em terras indígenas e as autoridades do estado procuravam manter este fato oculto. Nestes dias em Boa Vista éramos hóspedes de Elton Rohnelt, na casa que servia de base para sua operação de garimpo na região. A história contada pelo jovem Yanomami em sua língua (seu português se resumia a 2 ou 3 palavras, entre elas banana – seu alimento no hospital) dava conta de que ele e um amigo estavam caçando e ao tentar flechar um jacu sua flecha, ficou presa no alto. Ao subir para recuperar a flecha foi avistado por garimpeiros que gritaram: Macaco! e dispararam contra ele. O jovem cai ferido. Seu amigo corre para avisar os parentes. Os garimpeiros fogem. Sangrando no chão, ele foi carregado pelos parentes até uma clareira que servia de base a helicópteros do garimpo e salvo por pilotos do garimpo que se apiedam e resolvem transportá-lo até uma pista próxima, de onde foi novamente salvo por pilotos que o levaram até Boa Vista. Muitos anos depois reencontrei Carlo Zacquini, que me conta emocionado enquanto segura esta imagem, que o comandante da polícia tentou espalhar a falsa versão de tratar-se de uma briga entre índios na Venezuela, desmentida pelas evidências, pelo Yanomami e por um tradutor da Funai. Pergunto se este Yanomami sobreviveu e Zacquini me conta sua história até os dias de hoje: ele ainda vive em sua aldeia no Brasil. Então sou eu que me emociono: uma história se conta, um círculo se fecha e a perpetuação da imagem se justifica.
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Família de índios Macuxis urbanizados, Boa Vista. Roraima, 1988
Aldeados em reserva, os índios kaiapó preservam boa parte de suas tradições, mesmo sendo proprietários de um sítio na cidade de Redenção e com uma riqueza advinda de arrendamentos para exploração madeireira e garimpeira em área de reserva. Esta menina (à direita) com corte de cabelo e pintura facial originais de sua tribo usa o vestido de chita e adota hábitos urbanos. O olhar fechado e as gotas de suor em seu rosto agregam um componente de tensão ao retrato. A imagem me impressiona pela precisão histórica: o momento exato da substituição de uma cultura milenar por outra. Apesar do preço da aculturação com a perda de identidade, língua e cultura originais, os casos opostos de degradação absoluta de índios não-protegidos ou minimamente preparados para enfrentar uma nova e avassaladora cultura, me fez rever o significado do papel de alguns trabalhos missionários e de aculturação. Proteção e dominação aqui são duas faces de um mesmo gesto.
Freira Salesiana e jovem Ticuna, escola, São Gabriel da Cachoeira. Amazonas, 1988
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Jovem kaiapó, Redenção. Pará, c. 1990
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Seringueiro em igarapé, região do alto Juruá-Mirim. Acre, 1989
Refeição em família de seringueiros. Paca cozida e farinha de mandioca. Região do Juruá-mirim. Acre, 1989
Mulher de seringueiro, região do alto JuruáMirim. Acre, 1989
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Garimpeiro em Serra Pelada, Carajás. Pará, 1989
Aparentemente despossuídos e entregues a sua própria sorte seringueiros, caboclos ribeirinhos e populações indígenas isoladas exibem vastíssimo conhecimento da floresta e com ela mantém convivência equilibrada. A impressão que se tem é que poderiam sobreviver por milênios com sua “tecnologia” primitiva que nos fascina por sua sustentabilidade. Por outro lado, a chegada dos novos ocupadores e desbravadores com seus apetrechos e recursos infinitamente mais poderosos introduz uma ordem violenta e caótica. O que poderia ser aprendido com os povos da floresta é muitas vezes desprezado e perdido.
Índio Uru-Eu-Wau-Wau. Rondônia, c. 1988
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Garimpeiro, Serra Pelada. Parรก, c. 1989
Meninos garimpeiros, Serra Pelada. Pará, c. 1989
Já fotografada e descrita como cena “bíblica”, seria inútil repetir as mesmas imagens de babel em Serra Pelada, apesar do assombro inevitável. Nosso ponto de partida foi, então, muito mais focado em detalhes e personagens. Obrigados a subir centenas de metros de ladeiras enlameadas carregando os sacos de terra molhada nas costas, os garimpeiros ou “formigas” como eram chamados os carregadores adotavam o Kichute, um tênis que imitava chuteira com seus cravos de borracha e facilitava a tarefa diminuindo as derrapagens. Garotos de 14 ou 15 anos eram vistos carregando seus fardos ladeira acima e se deixavam fotografar com incrível alegria e entusiasmo no meio daquela multidão arrastada pelo sonho da riqueza.
Pés de garimpeiro com kichute, Serra Pelada. Pará, c. 1989
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Garimpeiro examina bateia com fagulhas de ouro, balsas flutuantes do Rio Abunã. Rondônia, 1986
Areia e fagulhas de ouro em decantador de balsa flutuante no Rio Abunã. Rondônia, 1986
Zézão bamburrado em seu garimpo Rosa de Maio. Amazonas, c. 1989
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Garimpeiros vendem seu ouro no balcão de compra do garimpo Rosa de Maio. Amazonas, 1989
Pelo acordo que prevalecia nos garimpos fechados, as equipes de garimpeiros recebiam o direito de trabalhar em determinada área ou barranco e em troca deveriam repartir seu achado com o dono do garimpo. Ninguém poderia sair do garimpo sem pesar seu ouro e normalmente vender sua parte ao dono do garimpo.
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Líder de equipe de garimpo com lista de apelidos de sua equipe. Garimpo Rosa de Maio. Amazonas, 1989
Zezão (à esquerda abaixo), um homem enorme, semi-analfabeto, de personalidade ao mesmo tempo bruta e infantil, uma lenda entre os garimpeiros. De miserável a bamburrado, poderoso dono de garimpos, fortuna e aviões. Seu passatempo predileto era apitar o jogo de futebol dos garimpeiros que organizava aos domingos no Rosa de Maio seu garimpo às margens do Rio Abacaxis. Nos recebeu e permitiu que trabalhássemos sem restrições. Entre desconhecidos que se juntam para formar grupos de trabalho para explorar uma determinada lavra, todos se tratam por apelidos. Nome e sobrenome são deixados de lado, sem importância prática no garimpo.
Moça em bordel flutuante no Rio Abunã, Rondônia, 1986
Algo que nos impressionou sempre: na grande maioria das imagens os pioneiros estão altivos, orgulhosos do que são e do que fazem. Na visão de Roberto Waack, os pioneiros são homens livres, independentes, donos de seus próprios destinos. Tendo deixado para trás patrões e falta de perspectiva. Mesmo na luta, em situação constrangedora ou em sofrimento físico, o pioneiro carrega uma energia e uma força de afirmação impressionantes, além da consciência de estar vivendo a história de uma conquista. Segundo depoimento de Carlo Zacquini, os peões que abriram a perimetral norte, mesmo vivendo em condições sub-humanas, esfarrapados e sem alimento se apiedavam da vida (precária a seu ver) dos Yanomami, que viviam há milênios por ali e lhes davam presentes como uma panela velha de alumínio ou um calção puído. Presentes que acabaram destruindo o artesanato cerâmico naquelas tribos e transmitindo inconscientemente epidemias seríssimas. Moça em quarto nos fundos de bar à beira da Cuiabá-Santarém. Mato Grosso, 1987
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Sorriso bamburrado de garimpeiro com dentes de ouro no Garimpo Rosa de Maio. Amazonas, 1989
Garimpeiro no garimpo aberto do Apiacás. Mato Grosso, 1986
Casal no cabaré do Garimpo do Rato. Pará, 1990
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Garimpeiros e moรงa no Garimpo do Rato. Parรก, 1990
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Balsa de apoio a garimpo por mergulho. Garimpo do Apiacás. Mato Grosso, 1986 (Acima) Em muitas regiões, mergulhadores com equipamentos precários (narguilé), descem ao fundo dos rios ou lagos, com uma mangueira aspiradora, suprido de ar por compressores. Os acidentes não são incomuns.
Garimpeiros escarificando barranco, Garimpo do Apiacás. Mato Grosso, 1986
O trabalho do garimpo exigia um esforço físico descomunal, uma vez que a maioria das tarefas eram braçais. O exemplo de alguns bamburrados (os que enriqueceram) era o grande motivador para os que se arriscavam floresta adentro. Apenas os mais fortes sobrevivem a este esforço e aos efeitos da malária endêmica.
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Leito revirado pelo garimpo, regi達o do Abacaxis. Amazonas, c. 1989
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Casal de garimpeiros, Garimpo Rosa de Maio. Amazonas, 1989
Equipe de parceiros no Garimpo Rosa de Maio. Amazonas, 1989
Menino coloca fogo em mata derrubada, região de Redenção. Pará, c. 1990
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Mata fechada. Amazonas, 1990
Troncos inundados em igarapé. Amazonas, c. 1988
Lavrador caminhando na estrada do Abunã. Rondônia, 1986
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Caminhão madeireiro cruza a cidade de Peixoto de Azevedo pela CuiabáSantarém, 1987
Depósito de madeira em serraria, região do Juruá-Mirim. Acre, c. 1988
Madeireiro, região de Sinop. Mato Grosso, 1987
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Jovem funcionário de madeireira, região de Mutum. Mato Grosso, 1987
Reboque de caminhões madeireiros contorna ponte caída na CuiabáSantarém. Pará, 1987
Funcionário de madeireira, região de Sinop. Mato Grosso, 1987
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Veterano do exército da borracha em asilo, Rio Branco. Acre, 1989 Pioneira na Cuiabá-Santarém. Pará, 1987
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Jovem com seu macaco Príncipe. Lago da região de Manaquiri, Rio Solimões. Amazonas, 2011
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Negociação em fundo de bar, estrada de Plácido de Castro. Acre, 1989
Jovem madeireiro, região do Juruá-mirim. Acre, c. 1989 Menino nas ruas de Manaus. Amazonas, 1984
Sábado a noite no cabaré do Garimpo do Rato. Pará, 1990
À noite, especialmente aos sábados, o cabaré se agita, com música alta, dança e bebida. Depois de um dia mergulhados na lama os garimpeiros estão limpos, de roupa trocada e as moças pintadas e perfumadas. Nos garimpos fechados, onde só se chega por avião com permissão dos “donos” a ordem impera sob a vigilância tensa e armada dos donos do garimpo ou seus prepostos. (Abaixo) Impulsionada pela atividade garimpeira o núcleo urbano de Apiacás nasce e se espalha no meio da floresta. Protegidas por lei contra sua derrubada, as castanheiras (abaixo à direita) são deixadas de pé. A falta de seu ambiente natural, no entanto, condena-as à morte. Apesar disso, elas permanecem em pé, graças a sua madeira forte, como testemunhos da magnitude e beleza da floresta original.
Núcleo urbano na região do Apiacás. Amazonas, 1986
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Pioneiro caminha entre fumaça de queimadas, Alta Floresta. Mato Grosso, c. 1987
Castanheiras mortas, região de Redenção. Pará, c. 1990
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Arruamento na regiรฃo de garimpo. Sul do Parรก, 1986
Por do sol rosado pelo efeito da fumaรงa de queimada. Acre, 1989
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Queimada em região de influência da Transamazônica. Amazonas, 1986
Cena corriqueira ao longo de estradas de penetração, a queimada, legal ou ilegal, é sinônimo de posse e segunda fase da exploração vegetal que normalmente se inicia com a derrubada e venda da madeira nobre, para depois dar lugar à derrubada geral e queimada para preparar roça ou pasto. O por do sol cor-de-rosa (abaixo à esquerda) deve sua beleza à fumaça provocada pelas queimadas. A vegetação que se vê nesta imagem é mata secundária onde predominam palmeiras e arbustos. (Abaixo) A extração de madeira foi o principal produto econômico do território de Roraima até alguns anos atrás, quando a produção de soja ganhou relevância.
Serrarias no setor industrial de Boa Vista. Roraima, c. 1988
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Sesc – Serviço Social do Comércio Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendências Técnico Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administrativo Luiz Deoclécio M. Galina Técnico e de Planejamento Sérgio Battistelli Gerências Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga de Mattos Adjunta Nilva Luz Assistentes Juliana Okuda Campaneli e Kelly Teixeira Estudos e Desenvolvimento Marta Colabone Adjunto Iã Paulo Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina Musumeci Assistentes Rogério Ianelli e Thais Helena Franco Centro de Produção Audiovisual Silvana Morales Nunes Adjunta Sandra Karaoglan Assistente Joana Eça de Queiroz Difusão e Promoção Marcos Ribeiro de Carvalho Adjunto Fernando Fialho Sesc Bom Retiro Gerente Monica Machado Adjunto José Henrique Coelho Programação Claudia Cássia de Campos (coordenação) e Kátia Caliendo Comunicação Renato Pereira Infraestrutura Rogério Vasconcelos Alimentação Débora Cravo Administrativo Ivoneide Oliveira Serviços Vicente Neto Amazônia Ocupada Fotógrafo João Farkas Curadoria Paulo Herkenhoff Assistente de curadoria Maria Angélica Padovani Amaral Produção executiva Com Tato Agência Sociocriativa: Claudia Taddei, Veridiana Aleixo, Daniela Basile, Talita Campos e Nataly Aquino Expografia e arquitetura Estúdio Gru | Jeanine Menezes Assistente Andressa Bassani Identidade visual e projeto gráfico Kiko Farkas / Máquina Estúdio Assistente André Kavakama Molduras Capricho Molduras Digitalização e impressão das fotos Arizona (digitalização) Marcos Ribeiro Estúdio Digital (digitalização e impressão) Vídeo Concepção João Farkas e Equipe Sesc Entrevistados Carlo Zacquini, Claudia Andujar, Edu Simões, João Farkas, Lilia Schwarcz, Pedro Martinelli e Ricardo Lessa Agradecimento Lauro Escorel Depoimentos e textos João Farkas e Ricardo Lessa
Horários de visitação Terças a sextas, das 9h às 20h30 Sábados, das 10h às 18h30 Domingos e feriados, das 10h às 17h30 Agendamento de escolares: agendamento@bomretiro. sescsp.org.br Sesc Bom Retiro Alameda Nothmann, 185 01216-000 São Paulo–SP tel. 11 3332 3600
sescsp.org.br
Vista aérea, garimpo aberto na região de Apiacás. c. 1990
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