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faz de conta: mundo miniatura da realidade

A realidade é um grande motor da imaginação, e o inverso também é verdadeiro. Por isso, nunca é demais brincar de faz de conta.

O faz de conta é alimentado pela cultura, afinal a criança brinca com o que conhece. Quanto mais ampla for a sua cultura, mais amplo será o faz de conta. Uma criança que assiste a um espetáculo de circo, seja ao vivo, na TV ou no cinema, ganha elementos para incluir em sua brincadeira os muitos papéis dos artistas circenses: palhaço, bailarina, malabarista, trapezista etc. Do mesmo modo, quando vai à feira com seus familiares, quando assiste a uma reportagem sobre astronautas no espaço, quando partilha do conhecimento de um outro povo ou assiste a uma orquestra, está, por tabela, alimentando o seu faz de conta. O vasto conhecimento do mundo real amplia sua imaginação.

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Brincar com o mundo miniatura da realidade é um convite para atuar no mundo, sentir-se participante, compreender melhor sua organização e ainda inventar novas formas de interação.

Ao brincar com miniaturas de parques de diversão, pessoas, animais, casas e outros tantos brinquedos, a criança vai organizando o mundo a sua maneira. É comum, ao observarmos as crianças, notá-las empenhadas na organização da brincadeira. Passam horas arrumando casinhas e organizando fazendinhas com animais, pedrinhas, gravetos e folhagens. Esses contextos devem ser incentivados na escola. Assim, se reparamos o interesse das crianças em trazer elementos naturais para a brincadeira com os animais miniaturas, por que não disponibilizar caixas baixas ou gavetas com areia fina ou terra para essas brincadeiras e, em alguns casos, até mesmo bacias de lama ou água?

O aprofundamento do faz de conta em que a criança é uma verdadeira regente de seu mundo miniatura se dá tanto na possibilidade da constância da brincadeira como no seu aprimoramento ao experimentar interagir com a matéria e com os sentidos que os mundos material e simbólico trazem para a brincadeira. Quanto mais a escola compartilhar da cultura, mais diversidade e profundidade poderá ter o universo simbólico da criança.

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